O autor discute o argumento de que o "chifre pequeno" em Daniel 8:9 se refere a Antíoco IV Epifânio. Ele aponta que a expressão gramatical no versículo pode se referir tanto aos "ventos" quanto aos "chifres", causando ambiguidade, e que a solução proposta não é definitiva. Ele também argumenta que Roma pagã ou papal não podem ser o chifre pequeno, dado o grande poder dessas entidades.
Onde Está o Chifre: Ventos ou Chifres em Daniel 8:9
1. Daniel 8 verso 9 - Um Outro Argumento Gramatical
Não tenho por enquanto a pretensão de afirmar que o “chifre pequeno” de
Daniel 8:9 seja Antíoco IV Epifânio; mas não sendo ele, certamente não
será Roma pagã ou papal. Sobre o argumento gramatical proposto pelo
irmão Josiel para descaracterizar Antíoco como o “chifre pequeno”, é bom
saber que existem outros especialistas no assunto que colocam a questão
em uma situação de indefinição.
“De um deles” (Ara – de um dos chifres). Esta frase apresenta confusão de
gênero no hebraico. A palavra para “deles” hem, é masculina. Isto indica
que, gramaticalmente, o antecedente é “ventos” (v. 8), e não “chifres”,
visto que “ventos” pode ser masculino ou feminino, mas “chifres” só pode
ser feminino. Por outro lado a palavra para “um”, “ „Achat”, é feminina,
sugerindo “chifres” como antecedente. ‘achat poderia, evidentemente,
referir-se a palavra anterior para “ventos”, que ocorre mais freqüentemente
no feminino. Mas é duvidoso que o escritor atribuísse dois gêneros para o
mesmo substantivo numa relação contextual tão estreita. Para se obter
concordância gramatical, ou „achat seria mudado para masculino, fazendo
assim a frase inteira referir-se claramente a “ventos”, ou a palavra “deles”
seria mudado para feminino, em cujo caso a referência seria ambígua, visto
que tanto “ventos”, como “chifres” poderiam ser o antecedente. Vários
manuscritos trazem a palavra “deles” no feminino. Se estes manuscritos
refletem a interpretação correta, a passagem é ainda ambígua.” - NICHOL,
Francis D. Comentários sobre Daniel. São Paulo: Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Instituto Adventista de Ensino. 1994, p. 273
Como se percebe, a “solução gramatical” que o irmão Josiel encontrou para
o problema não é de toda segura, pois outros estudiosos sugerem uma
“ambigüidade” podendo tanto ser possível “chifres” ou “ventos” no verso
em questão.
Afirmei no início do artigo que se o “chifre pequeno” aqui tratado não for
Antíoco, também não pode ser Roma pagã ou papal. E não pode pelos
seguintes motivos:
a – Se a ponta era pequena, não poderia ser Roma. Roma foi uma
República, um Reino e um Império, maior do que todos os outros que a
antecederam. Foi maior em todos os aspectos, desde o territorial e militar
até o de longevidade. Roma durou mais de 700 anos. Nenhum dos outros
reinos foram tão ricos, poderosos ou duraram tanto. Se Alexandre em seu
reinado, sendo infinitamente inferior a Roma foi chamado de “ponta
notável” ou “grande ponta”, muito mais notável e grande do que aquela
ponta, teria sido a “ponta pequena” se ela fosse Roma. Roma não é
apresentada no capítulo 8 de Daniel e sim no 7. No sete ela é o “animal
terrível e espantoso, e muito forte” Daniel 7:7. Na antiguidade não houve
reino tão poderoso como o romano e poderoso com as suas próprias forças.
Não é a caso da “ponta pequena” de Daniel 8:24. “E se fortalecerá a sua
força, mas não pelo seu próprio poder...”. Só esse verso já é o bastante
2. para eliminarmos Roma dessa profecia. Se Roma foi poderosa, o foi pelo
seu poder, pela sua capacidade de inovar na guerra e na política. Também
em Daniel 8:25 é dito que a “ponta pequena” se levantaria contra o
príncipe dos príncipes. “E se levantará contra o príncipe dos príncipes,
mas sem mãos será quebrado”. Roma nunca se levantou diretamente
contra o príncipe dos príncipes, se a expressão se referir a Cristo. Roma,
pelo contrário, permitiu ampla liberdade ao povo judeu enquanto esse não
pegou em armas para tentar a liberdade. Israel invadido teve sua religião
respeitada pelos romanos, como era praxe dos mesmos não interferir na
religiosidade dos povos conquistados. Os judeus continuaram com todos os
serviços do templo funcionando abertamente. O Império Romano nunca
cerceou Cristo em sua pregação. Quando o representante romano, Pilatos,
prendeu e mandou matar Cristo, foi por insistência dos judeus. Tanto que
Cristo disse que os judeus tinham mais culpa do que o próprio Pilatos.
Quando Roma destruiu o templo de Jerusalém, este não tinha valor
espiritual nenhum, seus propósitos já haviam sido extintos. É também
sabido que o general romano que cercou Jerusalém no ano 70, tudo fez
para não destruir o templo judeu e se o mesmo foi incendiado e destruído,
a culpa maior foi dos judeus. Em Daniel 8:25 ainda é dito que a “ponta
pequena” seria “quebrada sem o auxílio de mãos”. Outra vez aparecem
motivos para eliminarmos Roma dessa profecia. Roma foi destruída,
saqueada, invadida pelas mãos dos bárbaros, notadamente os germânicos.
Roma não foi destruída miraculosamente pelo sobrenatural e sim por mãos
humanas. Roma nunca prosperou em perseguir os cristãos, cada vez que os
perseguia, o número deles aumentava. Roma nunca prosperou em “lançar a
verdade por terra”. Quando Roma tirou o sacrifício contínuo, este já não
valia mais nada. A “ponta pequena” de Daniel 8 pode ser qualquer outra
coisa, menos Roma pagã ou papal. -- Elpídio da Cruz Silva
Resposta do Articulista: No Verso, Onde se Encontra o Chifre?
Que YHWH nos abençoe e nos guarde...
No e-mail enviado ao site, o irmão Elpídio desenvolve um artigo com o
seguinte título: “UM OUTRO ARGUMENTO GRAMATICAL”. No entanto,
analisando bem, esse nada mais é que um antigo argumento onde os
defensores de Antíoco Epifânio procuram agarrar-se para introduzi-lo como
a “ponta pequena”, na profecia de Daniel 8. Por isso, aqui, neste artigo
(em resposta a este: UM OUTRO ARGUMENTO GRAMATICAL), veremos
que tal argumento – dos especialistas - é o que pode se dizer – “Estão
mudando o foco”
3. No primeiro parágrafo ele diz:
[Não tenho por enquanto a pretensão de afirmar que o “chifre pequeno” de
Daniel 8:9 seja Antíoco IV Epifânio; mas não sendo ele, certamente não
será Roma pagã ou papal. Sobre o argumento gramatical proposto pelo
irmão Josiel para descaracterizar Antíoco como o “chifre pequeno”, é bom
saber que existem outros especialistas no assunto que colocam a questão
em uma situação de indefinição.”]
Quando ele diz: “Não tenho por enquanto a pretensão de afirmar...”,
indiretamente ele está afirmando que está estudando (pesquisando) para
provar que é Antíoco IV. E isso fica claro quando ele afirma: “mas não
sendo ele, certamente não será Roma pagã ou papal”. Porque estou
dizendo que ele afirma? Porque ele está se apoiando em “outros
especialistas no assunto”, principalmente por causa da “situação de
indefinição”. Por isso, ele diz que eu procurei “descaracterizar Antíoco
como o „chifre pequeno’”.
No entanto, em uma coisa (como eu já havia dito: DAN 8:9 SEQÜÊNCIA
LITERAL – Por mais que alguns queiram colocar Roma Papal em
Daniel 8:9, ela também não se encaixa nessa profecia) nós
concordamos. De fato, em de Dan. 8:9, a ponta pequena também não é
Roma Papal.
No segundo parágrafo ele apresenta os argumentos dos especialistas.
[“De um deles” (Ara – de um dos chifres). Esta frase apresenta confusão de
gênero no hebraico. A palavra para “deles” hem, é masculina. Isto indica
que, gramaticalmente, o antecedente é “ventos” (v. 8), e não “chifres”,
visto que “ventos” pode ser masculino ou feminino, mas “chifres” só pode
ser feminino. Por outro lado a palavra para “um”, “ „Achat”, é feminina,
sugerindo “chifres” como antecedente. „achat poderia, evidentemente,
referir-se a palavra anterior para “ventos”, que ocorre mais freqüentemente
no feminino. Mas é duvidoso que o escritor atribuísse dois gêneros para o
mesmo substantivo numa relação contextual tão estreita. Para se obter
concordância gramatical, ou „achat seria mudado para masculino, fazendo
assim a frase inteira referir-se claramente a “ventos”, ou a palavra “deles”
seria mudado para feminino, em cujo caso a referência seria ambígua, visto
que tanto “ventos”, como “chifres” poderiam ser o antecedente. Vários
manuscritos trazem a palavra “deles” no feminino. Se estes manuscritos
refletem a interpretação correta, a passagem é ainda ambígua.” -- NICHOL,
Francis D. Comentários sobre Daniel. São Paulo: Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Instituto Adventista de Ensino. 1994, p. 273]
Em função da expressão hebraica - wûmin−hā‟achat, traduzida por: “E de
4. um deles”. Ele começa dizendo: “Esta frase apresenta confusão de gênero
no hebraico”. Mas não há confusão de gênero. Não sou juiz de futebol, mas
também posso dizer: “A regra é clara”. Quando temos em uma frase uma
combinação de termos masculinos com feminino, na tradução prevalece o
gênero masculino. Também é evidente que o antecedente gramatical da
expressão: “E de um deles” é a expressão: “dos quatro ventos”,
conseqüentemente o termo: “ventos”. Mas isso não é porque “ventos”
pode ser feminino e masculino, e “chifre” só pode ser feminino; e sim
porque o profeta não disse: “quatro chifres”, mas apenas “quatro”.
Sendo assim, a opção sensata é concordar ou com a expressão “quatro
ventos do céu” ou com a palavra: “ventos”. E concordar com a palavra
vento não é “duvidoso” como foi afirmado pelo irmão:
“Por outro lado a palavra para “um”, “ „Achat”, é feminina, sugerindo
“chifres” como antecedente. „achat poderia, evidentemente, referir-se a
palavra anterior para “ventos”, que ocorre mais freqüentemente no
feminino. Mas é duvidoso que o escritor atribuísse dois gêneros para
o mesmo substantivo numa relação contextual tão estreita.”
No entanto, duvidoso mesmo é o que esses especialistas, segundo o irmão,
estão afirmando. Eles de fato estão mudando o foco da interpretação.
Por que eles teimam (e induzem outros) em querer fazer concordância com
uma palavra (chifre) que não foi escrita pelo profeta, após o termo
“quatro”, no verso oito? Se ele não escreveu a expressão: “quatro
chifres”; foi porque ele queria evitar essa “confusão” e “dúvida” de tais
especialista, que teimam em querer ver o que não existe.
No que diz respeito aos termos, o numeral “„achat” concorda perfeitamente
com o termo “ventos”. Visto que “ventos” é um termo neutro (embora
mais traduzido como palavra feminina). O numeral também, por fazer parte
de uma expressão com termos masculinos, concorda perfeitamente com a
expressão: “quatro ventos do céu”.
Isso é que não tem sentido - mudar a expressão: de + eles = deles
(expressão masculina, de termos masculinos), para concordar com a
palavra “chifre” que não foi escrita pelo profeta, após o termo “quatro”, no
verso oito.
Portanto, o que causa confusão e ambigüidade é a introdução, no verso
oito, da palavra “chifre”.
Por último, como argumento do segundo parágrafo, o irmão diz:
“Vários manuscritos trazem a palavra “deles” no feminino. Se estes
5. manuscritos refletem a interpretação correta, a passagem é ainda
ambígua”.
Que manuscritos? Datados de quando? Escritos por quem?
Não há, no verso oito, uma palavra “chifres” para que a expressão “e de
um deles” possa concordar com ela. A palavra é subtendida. Colocada por
inferência. Se o profeta não quis colocá-la é porque ele sabia que causaria
ambigüidade e confusão. (cf. Mat. e Luc. 4:4 e 1Cor. 4:6).
[Como se percebe, a “solução gramatical” que o irmão Josiel encontrou para
o problema não é de toda segura, pois outros estudiosos sugerem uma
“ambigüidade” podendo tanto ser possível “chifres” ou “ventos” no verso
em questão.]
O que não é seguro é acreditar que alguém viu um cavalo com
chifre. Não há um manuscrito do livro do profeta Daniel, na Língua
Hebraico que traga a expressão: “quatro chifres”, seguida da expressão
“quatro ventos do céu”, no verso oito. (caso houvesse os defensores de
Antíoco já o teriam apresentado).
Se o profeta houvesse escrito as duas expressões na seqüência dita acima,
aí sim, teríamos uma ambigüidade e confusão causando duvidas para uma
interpretação confiável.
[Afirmei no início do artigo que se o “chifre pequeno” aqui tratado não for
Antíoco, também não pode ser Roma pagã ou papal. E não pode pelos
seguintes motivos:
a – Se a ponta era pequena, não poderia ser Roma. Roma foi uma
República, um Reino e um Império, maior do que todos os outros que a
antecederam. Foi maior em todos os aspectos, desde o territorial e militar
até o de longevidade. Roma durou mais de 700 anos. Nenhum dos outros
reinos foram tão ricos, poderosos ou duraram tanto. Se Alexandre em seu
reinado, sendo infinitamente inferior a Roma foi chamado de “ponta
notável” ou “grande ponta”, muito mais notável e grande do que aquela
ponta, teria sido a “ponta pequena” se ela fosse Roma. Roma não é
apresentada no capítulo 8 de Daniel e sim no 7. No sete ela é o “animal
terrível e espantoso, e muito forte” Daniel 7:7. Na antiguidade não houve
reino tão poderoso como o romano e poderoso com as suas próprias forças.
Não é a caso da “ponta pequena” de Daniel 8:24. “E se fortalecerá a sua
força, mas não pelo seu próprio poder...”. Só esse verso já é o bastante
para eliminarmos Roma dessa profecia. Se Roma foi poderosa, o foi pelo
seu poder, pela sua capacidade de inovar na guerra e na política. Também
em Daniel 8:25 é dito que a “ponta pequena” se levantaria contra o
6. príncipe dos príncipes. “E se levantará contra o príncipe dos príncipes,
mas sem mãos será quebrado”. Roma nunca se levantou diretamente
contra o príncipe dos príncipes, se a expressão se referir a Cristo. Roma,
pelo contrário, permitiu ampla liberdade ao povo judeu enquanto esse não
pegou em armas para tentar a liberdade. Israel invadido teve sua religião
respeitada pelos romanos, como era praxe dos mesmos não interferir na
religiosidade dos povos conquistados. Os judeus continuaram com todos os
serviços do templo funcionando abertamente. O Império Romano nunca
cerceou Cristo em sua pregação. Quando o representante romano, Pilatos,
prendeu e mandou matar Cristo, foi por insistência dos judeus. Tanto que
Cristo disse que os judeus tinham mais culpa do que o próprio Pilatos.
Quando Roma destruiu o templo de Jerusalém, este não tinha valor
espiritual nenhum, seus propósitos já haviam sido extintos. É também
sabido que o general romano que cercou Jerusalém no ano 70, tudo fez
para não destruir o templo judeu e se o mesmo foi incendiado e destruído,
a culpa maior foi dos judeus. Em Daniel 8:25 ainda é dito que a “ponta
pequena” seria “quebrada sem o auxílio de mãos”. Outra vez aparecem
motivos para eliminarmos Roma dessa profecia. Roma foi destruída,
saqueada, invadida pelas mãos dos bárbaros, notadamente os germânicos.
Roma não foi destruída miraculosamente pelo sobrenatural e sim por mãos
humanas. Roma nunca prosperou em perseguir os cristãos, cada vez que os
perseguia, o número deles aumentava. Roma nunca prosperou em “lançar a
verdade por terra”. Quando Roma tirou o sacrifício contínuo, este já não
valia mais nada. A “ponta pequena” de Daniel 8 pode ser qualquer outra
coisa, menos Roma pagã ou papal.]
Nesta segunda parte, são vários os motivos apresentados contra Roma
pagã ou Papal.
O irmão apresenta o primeiro motivo em relação ao poderio e grandiosidade
de Roma Pagã, que não se harmoniza, segundo ele, com a “ponta
pequena” de Dan. 8:9. Diz que Roma Pagã não esta no capítulo oito, e sim
no capítulo sete.
No entanto, o verso diz: “... um chifre pequeno e se tornou muito forte
para...”. (ARA). Só que a expressão em negrito, é a tradução do verbo
gādal. É justamente por isso, que não se aplica a Antíoco IV. Visto que a
“ponta pequena” tornou-se gādal (em todos os sentidos e direções
descritas no verso nove).
Portanto, diante disse, percebe-se que por desconhecimento da amplitude
dos significados do termo gādal, o irmão tenha feito os comentários
tentando mostrar que a “ponta pequena” não seja interpretada como
Roma Pagã.
7. MUDANDO O FOCO
O curioso na maneira de interpretação dos defensores de Ântico IV, é que
para cumprir perfeitamente a profecia que envolve os versos oito e nove, a
interpretação deverá focalizar apenas um rei e não um reino e um rei. E
para isso usam dentre outros versos, o seguinte argumento:
“Não é a caso da “ponta pequena” de Daniel 8:24. “E se fortalecerá a
sua força, mas não pelo seu próprio poder...”. Só esse verso já é o
bastante para eliminarmos Roma dessa profecia”.
Mas pra analisarmos melhor o contexto da afirmação desse verso, devemos
entender bem o que diz o verso vinte e três.
“Mas, no fim de seu reinado, quando os prevaricadores acabarem,
levantar-se-á um rei de feroz catadura e especialista em intrigas”.
(ARA).
Em primeiro lugar, esse verso esta se referindo ao anterior. Lá foi dito
(explicando o verso oito) o seguinte sobre o termo “quatro”. “Significa que
quatro reinos se levantarão deste povo”. Portanto, está claro que
surgiriam quatro reinos e não apenas quatro reis. Caso se aceite a
interpretação de quatro reis, só se encaixa no que diz respeito à primeira
divisão do Império de Alexandre, e conseqüentemente aos primeiros quatro
reis dos quatro reinos.
A expressão: “no fim” não traduz a verdade. Em função da palavra
“reinado”, que dá duplo sentido ao verso vinte e três. Podendo ser
entendido: “reinado” como área geográfica, e também como a duração de
seu governo. Portanto, tanto no que diz respeito à área geográfica, como na
duração do governo, temos uma continuidade. Ou seja, ligando Alexandre
ao seu sucessor. Sendo assim não tem como chegar a Antíoco IV.
E no que diz respeito à tradução correta da expressão, teremos: “Na
extremidade”. Com essa tradução podemos focalizar, de alguma maneira,
Antíoco IV no verso vinte e três. O verso diz: “quando os prevaricadores
acabarem”. Mas a tradução melhor é: “Quando estiverem terminadas
as ofensas”. Os prevaricadores são justamente os Selêucidas. Foram eles
que ofenderam aos judeus e ao Eterno com a profanação do Templo.
Em Dan. 8:23:
“E no fim (na extremidade) dos reinados (dos reinados se for uma
referência aos „quatro reinos‟ e do reinado, se for uma referência ao
Império de Alexandre como um todo (incluindo as divisões) antes do
8. domínio dos romanos ou se for uma referência aos dois principais reinos,
que sucederam Alexandre da Macedônia – o reino dos Ptolomeus e o reino
dos Selêucidas.), quando estiverem terminadas (completadas) as
ofensas, levantar-se-á um rei „feroz de rosto‟ (forte, poderoso) e perito
em intrigas. (enigma; palavras dúbias; parábola; etc.)”
Após as profanações no Santuário durante o domínio de Antíoco
Epifânio, e, após a sua morte, os judeus reconheceram a supremacia dos
romanos e solicitaram-lhes ajuda contra os ataques do que restava do reino
dos Antíocos (especialmente, na época durante o reinado de Demétrio I).
Esta parte do verso: “quando estiverem terminadas (completadas) as
ofensas”.Pode ser analisada de duas maneiras.A primeira: são às
profanações cometidas por Antíoco IV, Epifânio, no Templo em Jerusalém e
tudo o que ele fez o mandou fazer durante o seu reinado, no que diz
respeito à Judéia.
A segunda maneira é: após Pompeu conquistar a Síria e torná-la uma
província romana.
Já esta parte do verso, literalmente diz: (yā„emōd meleqe) - “Levantar-se-
á um rei „feroz de rosto‟ (forte, poderoso, impetuoso) e perito em
intrigas (chîdeôt). (problema; enigma; palavras dúbias; parábola;
etc.).” Este rei foi Júlio César.
“Não é a caso da “ponta pequena” de Daniel 8:24. “E se fortalecerá a
sua força, mas não pelo seu próprio poder...”. Só esse verso já é o
bastante para eliminarmos Roma dessa profecia”.
No verso vinte e três foi introduzido um rei (“levantar-se-á um rei”); e é
a este rei que o verso vinte e quatro se refere.
Dan. 8:24 diz:
“Grande é o seu poder, mas não por sua própria força; causará
estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver;” e
devastará os poderosos “e o povo santo”.
Esse verso não se harmoniza com Antíoco IV; mas se harmoniza com Júlio
César. Roma está na extremidade do reinado de Alexandre, e Júlio César
embora não tenha sido coroado rei, é sabido que ele governou (reinou)
sobre o Império Romano.
Nos versos vinte e quatro e vinte e cinco estão condensados, em forma de
epíteto, os principais Fatos Históricos. Portanto, embora o verso vinte e três
9. introduza um rei, os versos vinte e quatro e vinte e cinco abordam tanto um
rei quanto um reino.
No que diz respeito às expressões: “E se levantará contra o príncipe
dos príncipes, mas sem mãos será quebrado”.
De fato a expressão “príncipe dos príncipes” é uma referência ao
Messias. O Fato Histórico marcante do Império Romano em relação ao
Messias, não se encontra relacionado à Sua pregação; e sim o ser
condenado a morte por Pilatos. Se isso não é levantar-se “contra o Príncipe
dos príncipes”, o que poderá ser? E o que diz a História sobre a morte de
Pilatos? – josielteli@yahoo.com.br
Que YHWH faça resplandecer o Seu rosto sobre nós, e tenha misericórdia de
nós...