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AS CARTAS ÀS SETE IGREJAS

I. TEXTO BÁSICO: Apocalipse 2 e 3

II. O MODELO DAS CARTAS

  A.     O Destinatário

       1. Sempre o “anjo” ou guia da igreja
          Angelos – que envia, um mensageiro, um anjo
          Angelo – dizer, anunciar
          Angélia – uma mensagem, doutrina ou preceito
       2. Deus fala ao Seu povo por meio de mensageiros
          Moisés Êx. 4:12-16
          Isaias    Isa. 6:8, 9
          Jeremias         Jer. 1:7-9
          Ezequiel         Ezeq. 1:3; 2:1-7
          Ageu      Ageu 1:1

  B. O Autor Divino

       1. Alguns característicos apropriados
       2. A dupla obra de Cristo como Sumo Sacerdote
         a. Representar o povo diante de Deus
         b. Representar Deus diante do povo
       3. O contínuo serviço de Cristo

  C. Mensagem de Louvor e Reconhecimento

       1. Deus reconhece e considera os méritos do Seu povo Sal. 1:6;
          7:18; Atos 13:22
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     "Nada neste mundo é tão caro ao coração de Deus como Sua igreja." –
PR., 590
     "Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto
sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o
cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de
transformar corações." – AA., 12.
     "A igreja é muito preciosa aos olhos de Deus. Ele não a avalia por
suas prerrogativas exteriores, mas pela sincera piedade que a distingue do
mundo. Estima-a segundo o crescimento de Cristo, segundo o progresso na
experiência espiritual." – PJ., 298.

     D. Mensagem de Reprovação e Condenação
       1. Deus reconhece completamente e como simpatia a debilidade
          do Seu povo Sal. 103:8-14
     “É impossível escapar à observação d’Aquele que diz ‘Eu sei as tuas
obras’, por menor que seja o detalhe de nossa conduta. As profundezas se
cada coração estão abertas à inspeção de Deus. Cada ação, cada intento,
cada palavra, é como que distintivamente anotada como se houvesse
somente um indivíduo em todo o universo, como se toda a vigilância e
escrutínio de Deus fossem aplicados ao seu procedimento.” – 5 T. 627.

        2. A razão das reprovações e correções de Deus       Prov. 3:11, 12
     "Com infatigável desvelo e ininterrupta vigilância, observa para ver se a
luz de qualquer de Suas sentinelas está bruxuleando ou se extinguindo. Se
os castiçais fossem deixados ao cuidado meramente humano, sua tremula
chama enlanguesceria e morreria; mas Ele é o verdadeiro vigia da Casa do
Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do templo. Seu assíduo cuidado e
graça mantenedora são a fonte de vida e luz." – AA., 585, 586.

        3. As mensagens de reprovação de Deus sempre são
           acompanhadas com mensagens de amor
     "Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam
perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia
Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa
mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles.
As Cartas às Sete Igrejas                                             3
     “A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e
advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e
reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios
fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de
salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar
são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada
crente contrito.” – AA., 587.

     E. Mensagens de Conselho e Exortação
        1. O supremo valor do conselho de Deus Prov. 3:1, 2; 4:10-13,
           20-22
        2. As bênçãos de Deus ao homem por permanecer em Suas
           promessas
        3. As promessas restringem-se ao vencedor

  III. A NECESSIDADE DA IGREJA DAS SETE CARTAS

     A. Vida e vigor espirituais
     B. Declínio espiritual
     C. Período de atividade missionária
     D. Frieza e satisfação própria
     E. Período de crescente apostasia
     F. Confusão e desânimo

     "Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam
perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia
Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa
mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles, e Seu desejo
de que fizessem segura obra para a eternidade. ...
     "A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e
advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e
reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios
fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de
salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar
As Cartas às Sete Igrejas                                               4
são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada
crente contrito. ...
     "E aos que em meio ao conflito mantivessem sua fé em Deus, foram
dadas ao profeta as palavras de louvor e promessa: "Eu sei as tuas obras;
eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo
pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome'." – AA.,
587-588.

  IV. A APLICAÇÃO DAS SETE MENSAGENS

     “A natureza da visão em que João recebeu estas epístolas torna
claro que elas não se limitam somente a estas sete igrejas, mas que nelas
devemos contemplar a igreja toda. ...
     “Estas sete igrejas, então, além de serem literais e históricas,
representam todo o corpo da cristandade, em todos os períodos de sua
história. ...
     “Em primeiro lugar, as sete igrejas representam sete fases ou
períodos na história da Igreja, que se estendem dos tempos apostólicos à
Segunda vinda de Cristo, e cujos característicos são apresentados
parcialmente nos nomes destas igrejas, mas mais completamente nas
cartas que lhes são enviadas. Houve o período de Éfeso – um período de
calor, amor e trabalho por Jesus, aplicado diretamente ao tempo dos
apóstolos, em que começou a queda do dever pelo esfriamento gradual
do amor de alguns, as falsas profissões de outros, e a renda de exaltações
indevidas do clero e oficiais da igreja. Veio, então, o período de Esmirna
– a era do martírio e do cheiro suave a Deus, da fidelidade até à morte,
marcado, entretanto, com o desenvolvimento de outros desvios no
estabelecimento de normas e regulamentos, liberdade às propensões
judaizantes e os conseqüentes afastamentos da verdadeira simplicidade
do Evangelho. Seguiu, então, o período de Pérgamo, no qual a
verdadeira fé desaparecia cada vez mais do cenário; o clericalismo
gradualmente se organizava num sistema; a igreja se unia ao mundo e
Babilônia começava a assomar às alturas. Veio, então, o período de
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Tiatira – a era da púrpura, da glória do sacerdócio corrompido, e
escuridão da verdade; a era efeminada e do domínio clerical, ao usurpar
a igreja o lugar de Cristo, e em que as testemunhas de Jesus foram
entregues às prisões, às fogueiras e inquisições; a era da entronização da
falsa profetiza, que se estendeu aos dias de Lutero e à Reforma. Veio,
então, o período de Sardes – a época da separação e volta aos mandos de
Cristo; a época da libertação de Balaão e suas doutrinas; da libertação
dos nicolaítas e seus dogmas; de Jezabel e suas fornicações; uma época
de nomes valiosos, embora também indicados como mortos, e tendo
muito de que se arrepender; uma época que cobre a letargia espiritual
dos séculos do protestantismo antes dos grandes movimentos
evangélicos dos últimos cem anos, e que nos trouxe à era de Filadélfia,
distinguida por uma ligação mais íntima com a Palavra escrita, e maior
fraternidade entre cristãos, embora já se entregando à mornidão
Laodiceana, à auto-suficiência, à profissão oca, à falsa paz, em que o dia
do juízo está para cair sobre as multidões despreocupadas que se supõem
cristãs, mas não o são. ...
      “Cada coisa que assinala um destes períodos se aplica também num
grau menor, aos outros períodos. É simplesmente a predominância, e o
vigor maior ou menor de um elemento em determinado tempo que
distingue as sete épocas umas das outras. Os sete períodos, em outras
palavras, coexistem em cada período, tanto quanto em sucessão. ...
      “Em segundo lugar, as sete igrejas representam sete variedades de
cristãos, tanto verdadeiros como falsos. Cada confessor do cristianismo é
um efésio em suas qualidades religiosas, ou um esmirniano, um
pergamita, um tiatiriano, um sardo, um filadelfo ou um laodiceano.
      “Nem devemos olhar para determinadas facções, nem para uma
denominação somente. Cada época, cada denominação, e quase cada
congregação possui exemplos de cada igreja. ...
      “Eu encontro, assim, as sete igrejas em cada igreja, o que dá a estas
epístolas uma aplicação direta, a nós mesmos e aos professos cristãos de
As Cartas às Sete Igrejas                                            6
todos os tempos, de maior importância e solenidade.” – J. A Seiss, The
Apocalypse, Vol. I, 143-145

  V. AS SETE CARTAS

     A. A Primeira Carta: Apocalipse 2:1-7
       1. A Éfeso – a igreja dos apóstolos, ativa e pura
          a. Significação – desejável
          b. Período – 31-100
          c. A cidade
             (1) Localização
                 Lídia, na costa ocidental da Ásia Menor
                 Na foz do rio Caíster, sobre colinas das quais se
                 descortina o mar
                 Porto excelente
                 Porta de entrada da Província romana da Ásia
             (2) Clima
             (3) Religião
             (4) História
                (a) Grandeza anterior – tornou-se capital da província
                (b) Declínio
                (c) Ruína
              “Éfeso é hoje mera desolação, inteiramente destruída, sem
habitante algum. A grande praça do mercado, onde se faziam os negócios
de uma metrópole renomada, vi-a com plantas de tabaco, sem cercas,
descuidada, cheia de mato e abandonada. Os grandes lagartos, ao
passarmos por lá saltavam surpreendidos à vista do homem, por sobre
colunas caídas de mármore e pórfiro, e esplêndidas cornijas e capitólios que
uma vez foram a admiração do mundo. O silêncio, malária e morte pairam
sobre aquela que uma vez foi orgulhosamente chamada ‘a primeira das
cidades’. ... Restos de paredes ciclópicas, aterros, templos, ruas e casas
alinham-se nos planos, colinas e encostas da vasta área que uma vez
esteve coberta com a sua glória; mas, a área toda está em completa
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desolação, envolvida numa atmosfera venenosa e coberta somente de
coisas sujas e vis.” – J. A Seiss, The Apocalypse, Vol. I, 121, 122

          (5) Descobertas arqueológicas

      d. A igreja
         (1) O ministério de Paulo Atos 19:1-20:1`, 16-38;
             I Cor. 6:8; Efésios
         (2) História posterior

     2. O Autor – Aquele que tem as sete estrelas e que anda entre os
           sete castiçais. Apoc. 2:1.
     3. Elogio a Éfeso
        a. Suas obras e trabalho Apoc. 2:2; Atos 19:18-26; Col. 1:23
       “A princípio, o que distinguia a igreja de Éfeso eram a sua
simplicidade e fervor como de uma criança. ...
       “Cheios de amor ao Redentor, buscavam como seu mais elevado
objetivo, ganhar almas para Ele. ...
       Os membros da igreja estavam unidos em sentimento e ação. O amor
de Cristo era a corrente áurea que os vinculava entre si. Prosseguiam
conhecendo o Senhor sempre e sempre com maior perfeição, e revelavam
em sua vida alegria, conforto e paz. Visitavam os órfãos e as viúvas em suas
tribulações e mantinham-se incontaminados do mundo. ...
       “Em toda cidade era a obra levada avante. Almas eram convertidas,
as quais, por sua vez, sentiam o dever de transmitir a outrem o inestimável
tesouro. Não tinham sossego sem que os raios de luz que lhes haviam
iluminado a mente resplandecessem sobre outros. Multidões de incrédulos
familiarizavam-se com a razão da esperança do cristão.” – 3 TS., 55, 56

     b. Sua paciente tolerância Apoc. 2:3; Atos 4; 5:17-42; 6:7-12;
       7:55-60; 8:1-4; II Cor. 11:24-30

       Tradução de Moffat: “Eu sei que sofres pacientemente e te
       esforçaste pela minha causa e não te cansaste.” Apoc. 2:3
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       Tradução de Knox: “Sim tu sofreste, e em tudo te esforçaste pelo
       amor ao meu nome e não desesperaste.”

      c. Odeia os atos dos nicolaítas Apoc. 2:6
         Os nicolaítas constituíam uma antiga seita gnóstica que
      erradamente traçava sua origem de Nicolau (Atos 6:5), um dos
      sete diáconos. Eles mantinham certas doutrinas impuras e viviam
      vidas impuras. No dizer de Clemente de Alexandria eles
      mantinham o princípio pernicioso de que as paixões baixas devem
      ser permitidas.

     4. A debilidade de Éfeso – um período de perda de amor Apoc. 2:4
      “Numa só geração o evangelho foi levado a toda nação debaixo do
céu. Mas pouco a pouco veio uma mudança. A igreja perdeu o seu primeiro
amor. Tornou-se egoísta e lisonjeira. O espírito mundano foi acalentado. O
inimigo lançou seus encantamentos sobre aqueles que receberam de Deus
a luz destinada ao mundo em trevas.” – 8 T., p. 26

      “Depois de algum tempo, porém, começou a minguar o zelo dos
crentes, bem assim o seu amor a Deus e de uns para com os outros. A
frieza invadiu a igreja. ...
      “A piedade decaía rapidamente e parecia estar Satanás para alcançar
a ascendência sobre os que se declaravam seguidores de Cristo.
      “Foi neste tempo crítico da história da igreja que João foi sentenciado
ao desterro. Jamais fora a sua voz tão necessária à igreja como agora.” –
AA., 580, 581

     5. Conselho e AdvertênciaApoc. 2:5
     6. A promessa a Éfeso
     7. A mensagem de Éfeso aos cristãos de hoje
      “O chamado ao banquete do evangelho deve ser primeiramente
estendido nos caminhos. Deve ser dado àqueles que pretendem estar na
estrada real da experiência cristã, - aos membros das diferentes igrejas. ‘O
que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas’. Apoc. 2:7. Há nestas
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igrejas adoradores verdadeiros e há adoradores falsos. Deve-se trabalhar
por aqueles que caíram do seu primeiro amor, que perderam o seu primeiro
zelo e interesse nas coisas espirituais.” – 6 T., p. 76
       “Fui instruída a dizer que estas palavras (Apoc. 2:4, 5) são aplicáveis
às igrejas Adventistas do Sétimo Dia na condição em que se encontram
atualmente. O amor de Deus foi perdido, e isto significa ausência de amor de
uns para com os outros. Egoísmo, egoísmo, egoísmo é nutrido e se bate por
conseguir supremacia. ...
      “Deve haver uma reforma e uma reavivamento, sob a ação do Espírito
Santo. ...
      “Deus repreende Seu povo de seus pecados, a fim de torná-lo humilde
e levá-lo a buscar-Lhe a face. Ao se reformarem, e o amor de Deus reavivar-
se em seus corações, serão amoravelmente atendidos nas petições que Lhe
faz. Ele lhe fortificará na obra de reforma e arvorará por ele um estandarte
contra o inimigo. Suas ricas bênçãos repousarão sobre ele e refletirá os
brilhantes raios da luz do céu. Então u’a multidão, não de sua fé, vendo que
Deus está com Seu povo, unir-se-á a ele em servir ao Senhor.” – E. G.
White, R & H, 25-2-1902.

  B. A Segunda Carta: Apoc. 2:8-11
    1. Esmirna – uma igreja perseguida, mas firme
       a. Significação – Mirra, suave aroma adocicado
       b. Período – 100-313
       c. A cidade
       (1) Localização
           35 milhas ao norte de Éfeso.
           Na cabeceira de uma linda baía
           Magnífico porto
           Acrópole fortificada no monte Pagos atrás da cidade
           Colina circundada por uma rua chamada ‘a rua do ouro’

       “Esmirna, receptáculo dos maiores elogios das sete cartas, é a maior
de todas as cidades da Anatólia. É atualmente o porto mais importante, fica
na cabeceira do seu golfo o qual se estende bem para o interior do
continente, e que continuará sempre, o maior porto de todo o país. ...
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Nenhuma cidade das terras do Mediterrâneo oriental oferecem tanta vida e
esplendor, ao ser vista do mar espalhada suavemente na encosta entre o
mar e a colina. ...
     “O poderio ultrapassa a aparência, o esplendor, a vida; tais são os
característicos da carta e da cidade.” – W. M. Ramsay, The Letter to the
Seven Churches of Asia, 279, 280

       (2) História
          (a) História antiga – colônia grega fundada aproximadamente
              no ano 1.000 A.C.
          (b) Tragédia e recuperação
          600 A C Destruída por Aliate da Lídia e desaparecida por
                      vários séculos.
          330 AC Nova Esmirna, fundada após as conquistas de
                      Alexandre.
          300 AC Lisímaco planeja fazer de Esmirna um grande centro
                      comercial.
          195 AC Inicia o culto do poder de Roma.
          178 A D Destruída por terrível terremoto e reconstruída por
                      Marco Aurélio. Freqüentemente devastada por
                      terremotos, mas sempre reconstruída.
          1402       Tomada por Tamerlão – habitantes massacrados.
          1424        Capturada pelos Turcos – morta a maior parte da
                      população cristã.
          1688        Terrível terremoto – a terra se abre e traga 5000
                      pessoas.
          1758        Cidade despovoada por uma praga.
          1923        Capturada pelos turcos – terrível massacre dos
                      habitantes.
          (c) Prosperidade atual.
          Cidade preponderante da Ásia Menor. População em 1929,
          375.000. Um grande porto marítimo e terminal de estrada de
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          ferro. A única das sete cidades que retém sinais da antiga
          grandeza.
          (d) A igreja cristã em Esmirna.
             É possível que a igreja de Esmirna tenha sido fundada por
          Paulo. Deve ter sido visitada por ele durante o seu demorado
          trabalho na Ásia Menor. A igreja de Esmirna era pobre mas
          ativa mo trabalho. Sofreu muita perseguição de judeus,
          romanos e turcos. Foi lá que Policarpo sofreu martírio em 168
          AD. Embora fosse sábado, mesmo assim os judeus estavam
          tão sequiosos de sua morte, que vieram em grande número ao
          estádio com feixes de lenha para o fogo em que Policarpo
          morreu. Noutra ocasião foram mortos mil e quinhentos
          cristãos, e mais oitocentos de outra feita.
             Apesar de suas muitas perseguições, o cristianismo está
          ainda vivo e ativo na Esmirna dos nossos dias. Cerca da
          metade de sua população é cristã no presente. Várias
          denominações tem ali a sede de suas corporações missionárias.
          Possui numerosas escolas cristãs.

    2. O autor da carta dirigida a Esmirna – o primeiro e o último,
       Aquele que foi morto mas vive. Apoc. 2:8.
    3. Elogio a Esmirna
       a. Suas obras v. 9
       b. Sua tribulação v. 9.
        O período da igreja de Esmirna foi um período de perseguição e
     martírio. A igreja em desenvolvimento era odiada e seus membros
     perseguidos e mortos. Os cristãos eram acusados como causa de
     todas calamidades – fogo e fome, pestilência e terremoto. Roma
     começou a considerar os cristãos que reconheciam seu dever de
     lealdade primeiro a Deus, como inimigos do império e instituíram
     perseguições terríveis contra eles. Compreendeu a época da arena
     e do anfiteatro, em que os cristãos eram atirados às feras para
As Cartas às Sete Igrejas                                       12
     divertir a população; em que eram queimados e crucificados,
     mortos à espada ou atirados em caldeirões de óleo fervendo.
     Poucos foram os mandatários de Roma que não se envolveram em
     perseguições aos cristãos durante o período de Esmirna.

  Trajano (98-117)  Tumultos populares freqüentes contra os cristãos.
                    Emitiu um édito que declarava ofensa capital
                    perseverar no cristianismo.
                    Muitos mártires, inclusive Simeão, bispo de
                    Jerusalém, e Inácio, bispo de Antioquia foram
                    mortos neste período.
  Adriano (117-138) Nos jogos e espetáculos a população clamava pela
                   destruição de cristãos.
                   Decretou que os cristãos não deveriam ser mortos
                   sem serem convictos e interrogados.
  Antonio o Pio (136-161) Os magistrados acusam os cristãos de
                            impiedade.
                            Justino Mártir manda ao imperador a sua
                            Apologia.
                            Atribui-se aos cristãos a responsabilidade
                            de um terremoto na Ásia Menor, fazendo
                            com que a população se volte contra os
                            cristãos com todos os tipos de violências.
  Marco Aurélio (161-180) Os filósofos acusam os cristãos de crimes
                            horríveis, tais como incesto e banquetes
                            com carnes de crianças mortas.
                            Grandes arremetidas contra cristãos.
                            Um dos mais terríveis períodos de
                            perseguição.
                            Muitos mártires, inclusive Justino Mártir.
                            Destruição das igrejas cristãs de Lion e
                            Viena.
As Cartas às Sete Igrejas                                               13
                             Muitas apologias para os cristãos,
                             inclusive a de Justino Mártir, Atenágoras e
                             Taciano.
  Cômodo (180-192)         Era comum o suplício de cristãos por
                          renunciarem o paganismo.
  Sétimo Severo (193-211) Muitos cristãos foram mortos nas
                     províncias.
                          Os presidentes tinham liberdade para
                          perseguir os cristãos à sua vontade.
                          Lei contra a propagação do cristianismo.
  Alexandre Severo (222-235) Constantemente havia tortura de cristãos.
                              Opiniões de que o cristianismo merece
                              tolerância.
  Maximino (235-238) Muitas atrocidades contra cristãos.
                      Magistrados e população incitados a atacar cristãos.
  Décio Trajano (249-251 Editos terríveis contra os cristãos.
                         Governadores encarregados de exterminar
                         totalmente o cristianismo.
                         Muitos cristãos mortos, a pior perseguição se
                         deu neste tempo.
  Galo (251-253)      Cristãos acusados das calamidades e pestilências.
                      Perseguição contínua, morte de muitos cristãos.
  Aureliano (270-275) Éditos contra cristãos.
  Diocleciano (284-305) Terrível perseguição de cristãos.

        c. Pobre mas verdadeiramente rica. Apoc. 2:9; Tiago 2:5; Luc.
           12:15-34; Romanos 8: 32.
     4. A sinagoga de Satanás    Apoc. 2: 9.
        Tradução de Moffat: “Eu sei como foste caluniada por aqueles
        que se intitulavam judeus (nem judeus são eles, mas
        simplesmente uma sinagoga de Satanás).”
As Cartas às Sete Igrejas                                               14
       Twenty Century New Testament: “Eu conheço muito bem as
       calúnias procedentes daqueles que se declaram judeus, quando
       não o são, mas são uma congregação dirigida por Satanás.”
       a. O verdadeiro judeu Rom. 2: 28, 29; Gal. 3:7, 29.
       b. O partido organizado de Satanás.
       c. As pretensões blasfemas dos falsos religiosos professos.
    5. Conselho e admoestação Apoc. 2:10.
       Tradução de Knox: “Não temas os sofrimentos que terás de
       suportar. Logo, o diabo lançará alguns de vós na prisão, para provar
       ali a vossa fé, e por dez dias estareis em dolorosa desgraça.
       Conservai comigo a fé até a morte, e vos coroarei com vida.”
       a. Provação e sofrimento, a sorte da igreja. Mat. 10: 22; Luc. 21:
          16, 17; Atos 9: 16.
       b. O período excepcional de tribulação de Esmirna.
          (1) Os éditos de diocleciano 303 A D.
          (2) O édito de Milão de Constantino 313 A D.
       c. O objetivo de Deus na prova e aflição.

     “Ele permite que a aflição alguma sobrevenha à igreja senão
unicamente a que é necessária para a sua purificação, seu bem presente e
eterno. Purificará Sua igreja assim como purificou o templo no princípio e no
fim do Seu ministério na terra. Tudo que Ele traz sobre a igreja em forma de
provações e aflições, fá-lo para que seu povo adquira mais profunda piedade
e mais força para levar a todas as partes do mundo as vitórias da cruz.” –
3TS., 392.

       d. A ineficácia dos esforços de Satanás para fazer parar a obra de
          Deus pela perseguição.

      “Nulos foram os esforços de Satanás para destruir pela violência a
igreja de Cristo. O grande conflito em que os discípulos de Jesus rendiam a
vida, não cessava quando estes fiéis porta-estandartes tombavam em seus
postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a
Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a espalhar-se, e o
As Cartas às Sete Igrejas                                              15
número de seus aderentes a aumentar. Penetrou em regiões que eram
inacessíveis, mesmo às águias romanas. ...
      "Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar
as vagas. E os que eram martirizados por sua fé tornavam-se aquisição de
Cristo, por Ele tidos na conta de vencedores. Haviam pelejado o bom
combate, e deveriam receber a coroa de glória quando Cristo viesse. Os
sofrimentos que suportavam, levavam os cristãos mais perto uns dos outros
e de seu Redentor. Seu exemplo em vida, e seu testemunho ao morrerem,
eram constante atestado à verdade; e, onde menos se esperava, os súditos
de Satanás estavam deixando o seu serviço e alistando-se sob a bandeira
de Cristo.” – GC., 41, 42.

       e. A atitude conveniente do filho de Deus ante a prova e a
          perseguição Mat. 10: 23-26, 39; Luc. 12: 32; Heb. 12:3.
       f. A firmeza dos filhos de Deus sob perseguição. Heb. 11 : 33-40.
          Resposta de Policarpo antes de ser martirizado em Esmirna ao
          juiz que lhe pedia renunciar a Cristo e poupar sua vida :
          “Oitenta e seis anos eu O servi, e Ele nunca me fez mal; como
          então posso blasfemar do meu Rei, Aquele que me salvou?”
       g. A recompensa prometida aos fiéis até a morte. Apoc. 2: 10.

  C. A terceira carta: Apoc. 2: 12-17.

     1. A Pérgamo (Pergamum) – igreja próspera e popular.
        a. Período – 313-538.
        b. A cidade.
           (1) Localização.
                Quarenta milhas ao norte de Esmirna e quinze milhas do
              mar. Construída sobre um monte rochoso mil pés acima do
              vale. Posição de notável defesa natural. Dá a impressão de
              permanência, de poderio indestrutível e de autoridade.

     “Mais que qualquer outro lugar da Ásia Menor, ela dá ao viajante a
impressão de uma cidade real, a sede da autoridade: o rochoso monte em
As Cartas às Sete Igrejas                                                16
que se localiza é tão vasto que domina altiva e audazmente a planície
costeira do rio Caico. ...
      “A história a aponta como cidade real, e nada menos, claramente, o fez
a natureza. Nenhuma cidade de toda a Ásia Menor - tanto quanto eu tenha
visto, e há algumas de certa importância que não vi – possui um aspecto tão
imponente e dominante. Foi a única cidade que forçou a exclamar Uma
cidade real. Cheguei a ela depois de Ter visto as outras, mas essa foi a
impressão que ela produziu. Há um quê de singularidade e predominância
neste efeito, situada como está sobre a magnificente colina que se sobressai
desafiadoramente do nível da planície, e que domina o vale e as montanhas
do sul. Outras cidades da região possuem esplêndidas colinas que fizeram
delas poderosas fortalezas da antiguidade; mas nas quais a colina é como
se fosse o governo e a acrópole com a cidade estendida embaixo na frente e
ao redor. Mas aqui a colina era a própria cidade, e os edifícios,
especialmente romanos, localizados abaixo da cidade, eram ornamentos
externos que lhe emprestavam beleza e majestade.” – W.M. Ramsey, The
Letters to the Seven Churches of Ásia, 281, 295.

       (2) História.
           Fundada pelos gregos eólios depois da queda de Tróia.
           Homero e mais tarde Heródoto, produziram ali alguns dos
           seus escritos.
           Lisímaco considerava-a como o lugar mais seguro de seu
           reino.
       282 A.C Fileteros rompeu sua aliança com Lisímaco e fundou o
                 reino de Pérgamo.
       241 AC. Átalo I foi o primeiro de uma série de reis com o seu
                nome.
                Derrotou os gauleses invasores e os fez povoar um
                distrito conhecido dali em diante como Galácia.
       197 AC. Eumenes tomou o trono e fundou uma famosa biblioteca
                em Pérgamo que logo rivalizou com a de Alexandria.
       133 AC. Morte de Átalo III que legou o reino à Roma.
As Cartas às Sete Igrejas                                        17
       Pérgamo tornou-se então a capital da província romana de Ásia
       por dois séculos e meio Posteriormente a cidade decaiu e a
       Pérgamo moderna é uma simples sombra da cidade primitiva.

       (3) Religião.
           Um centro preponderante de religiões pagãs.
           Imenso altar a Zeus erigido para comemorar a vitória sobre
           os gauleses.
           Um templo vistoso a Átena.
           Centro do culto a Dionizio (Baco), o deus boi.
           Famoso altar sagrado a Esculápio, o deus da medicina.
           Templos em homenagem aos imperadores romanos: Augusto,
           Trajano e Severo.
           Muitos devotos de Baco, o deus do vinho, e de Vênus, a
           deusa do amor
      “Em 487 A.C os babilônicos vencidos fugiram para a Ásia menor, e
fixaram seu colégio central em Pérgamo, para onde levaram o palácio de
Babilônia, a pedra cúbica. Ali, independentes do controle estatal, eles
conservaram os ritos de sua religião, e tramaram contra a paz do império
persa, instigando os gregos neste sentido. – W.R. Barker, Lares and
Penates, 233
      Deve-se notar que os reis de Pérgamo eram todos também chefes
pontífices de sua religião, conforme o antigo costume babilônico. Atalo
III, o útimo destes reis-sacerdotes, entregou-se à Roma, com sua nação,
reinado e ofícios sacerdotais. Os imperadores de Roma, a começar de
Júlio e Augusto, tomaram também honras e títulos reais e se
consideraram divinos e nisto foram imitados mais tarde pelos papas.

    2. O divino autor – Aquele que tem a espada aguda de dois gumes.
       Apoc. 2:12
       a. Roma e o poder de sua espada de dois gumes. N.T e V.T.
       b. Deus e o poder de sua palavra. Heb. 4:12; Isa. 55:11 Efés. 6:17
As Cartas às Sete Igrejas                                             18
    3. Elogios a Pérgamo. Apoc. 2:13
       a. As obras de Pérgamo.
       b. Situada onde se encontra o trono de Satanás.
          (1) Deus toma em consideração as circunstâncias locais de seu
              povo. Sal. 87:4-6.
          (2) O significado de ‘o trono de Satanás’
          Revised Standard Version: “Eu sei onde habitas, que é o lugar
          onde Satanás está entronizado”.
          Tradução de Knox: “Eu bem sei o lugar em que habitas, um
          lugar onde Satanás se entronizou”.
          Tradução de Weymouth: “Eu sei onde habitas, que é onde está
          o trono de Satanás”.
          Emphatic Diaglott: “Eu sei onde habitas, que é onde está o
          trono do adversário”.
          (a) A parcela de Satanás nos negócios deste mundo.
              João 2:31; II Cor. 4:4; Efés. 2:2; 6:12; Luc. 4:5,6.

      “Depois de tentar o homem a pecar, Satanás reclamou a Terra como
sua, e intitulou-se príncipe deste mundo. Havendo levado os pais de nossa
raça à semelhança com sua própria natureza, julgou estabelecer aqui seu
império. Declarou que os homens o haviam escolhido como seu soberano.
Através de seu domínio sobre os homens, adquiriu império sobre o mundo.
Cristo viera para desmentir a pretensão de Satanás”. – DTN., 114-115.

     “Um demônio tornou-se o poder central no mundo. Satanás pôs o seu
trono onde deveria estar o trono de Deus. O mundo depositou a
homenagem, como oferta voluntária, aos pés do inimigo”. – 6 T., 236.

       (b) O trono ou sede de Satanás.
          (1) Pérgamo, a capital da região a que se destinavam as sete
               cartas.
          (2) Pérgamo, um centro de cultos pagãos.
          (3) Roma, a capital do império romano.
As Cartas às Sete Igrejas                                          19
          (4) Roma, a metrópole do papa durante o período de Pérgamo.

       c. Retém firma o nome de Deus.
          Tradução de Knox: “E ainda és fiel ao Meu nome”.
          Tradução de Moffat: “E ainda aderes ao Meu nome”.
          Tradução de Weymouth: “E ainda Me és fiel”.
       d. Fiel nos dias do martírio de Ântipas.

    4. Reprovação de Pérgamo. Apoc. 2:14,15.
       a. Possuía aqueles que mantinham a doutrina de Balaão.
          Tradução de Knox: “Tens lá o seguidores da doutrina de
          Balaão. Aquele Balaão que ensinou Balaque a como preparar
          armadilhas ao povo de Israel, ao eles comerem do sacrificado
          aos ídolos e caírem em fornicação”.

        (1) Balaão. Núm. 22-25; PP. 479-505.
           Conhecia a mensagem da verdade.
           Tinha sido um profeta de Deus.
           Familiarizado com o caminho do dever.
           Enamorado do mundo.
           Desejo de honra, ganho, aplausos.
           Desejava ser usado como instrumento para derrubar o povo
             de Deus.
           Aconselhou estratagemas para desviar Israel.
           Levou Israel a alianças idólatras e adúlteras com o mundo.
           Os resultados desastrosos da libertinagem de Israel

        (2) A igreja balaamita no período de Pérgamo.
           Cristianismo e paganismo de mãos dadas.
           Aliança ímpia entre igreja e estado.
           Deformidade e libertinagem na igreja como resultado.
           Uma monstruosidade, sangue pagão correndo por veias cristãs.
As Cartas às Sete Igrejas                                                 20
           Cerimônias e pompa pagãs misturadas nos ritos cristãos

       “Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram
ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora
restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja
suportou sob o paganismo. Mas, em cessando a perseguição e entrando o
cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde
simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos
sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus
colocou teorias e tradições humanas. A conversão nominal de Constantino,
na primeira parte do século IV, causou grande regozijo; e o mundo, sob o
manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja. ...
       “Esta mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo resultou
no desenvolvimento do "homem do pecado", predito na profecia como se
opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de
religião falsa é a obra-prima do poder de Satanás – monumento de seus
esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua
vontade.
       “Para conseguir proveitos e honras humanas, a igreja foi levada a
buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra; e, havendo assim
rejeitado a Cristo, foi induzida a prestar obediência ao representante de
Satanás – o bispo de Roma”. – GC., 49-51.

       b. Possuía aqueles que mantinham as doutrinas dos Nicolaítas.
          (1) Doutrinas que Deus odeia.
          (2) Doutrinas que a igreja primitiva odiara Apoc. 2:6.
          (3) Doutrinas que a igreja aceitou então

      “Os bispos cristãos introduziram, com leves modificações, no culto
cristão, aqueles ritos e instituições pelos quais, anteriormente, gregos,
romanos e outros tinham manifestado sua piedade e veneração às suas
deidades imaginárias, supondo que o povo abraçaria o cristianismo mais
prontamente, se percebessem que os ritos lhes eram estendidos pelos
próprios pais, sem haver alterações entre os cristãos, e vissem que, Cristo e
os mártires eram adorados da mesma forma que os seus deuses
anteriormente. Houve, naturalmente, pouca diferença entre o culto público
As Cartas às Sete Igrejas                                                  21
dos cristãos e o dos gregos e romanos nessa época. Tanto num como no
outro havia vestes esplendidas, mitras, tiaras, purificações, imagens, vasos
de ouro e prata, velas, báculos pastorais, confissões e um sem número de
outras coisas semelhantes.
         “Constantino não renunciou a religião dos seus ancestrais antes de se
erigirem aqui e acolá templos magníficos, os quais, adornados de gravuras e
imagens, tanto na sua forma exterior como interior, se assemelhavam muito
às igrejas e templos dos deuses”. J.L Von Mosheim, Ecclesiastical History,
vol. I, 369.

     5. Conselho e advertência a Pérgamo. Apoc. 2.:16; Núm. 22:22,23;
        Isa. 11:4.
        Tradução de Weymouth: “Arrepende-te de vez; senão, virei a ti
        em breve, e farei guerra contra eles com a espada da minha
        boca”.

     6. A promessa a Pérgamo. V. 17.
       a . O maná escondido. Êx. 16:32,33,34; João 6:27-63; Sal. 119:11.
       b. A pedra branca.
      Tesseras com inscrições eram dadas aos gladiadores vitoriosos.
      Pedras eram usadas pelos jurados como votos nas eleições.
      Tesseras serviam de bilhetes de entrada nos festejos públicos.
      O Urim é o Tumim

       “A verdade é que a pedra branca com o novo nome não era qualquer
reprodução exata de algum costume ou objeto de uso social daquele tempo.
Era uma nova concepção, inventada para este novo objetivo; imaginada
unicamente para que, por coisas e formas já familiares, ficasse
perfeitamente entendível a todos os leitores das igrejas asiáticas. Continha
analogias com muitas coisas embora não fosse reprodução exata de
nenhuma delas”. W.M. Ramsay, The Letters to the Seven Churches of Asia,
304.

    C . O novo nome: Isa. 62:2; 19:12; 22:4; I João 3:2.
As Cartas às Sete Igrejas                                            22
   D. A Quarta Carta: Apoc. 2:18-29.
    1. Tiatira – Igreja do período papal, poderosa, mas corrupta.
        a. Período – 538-1563.
        b. A cidade
       (1) Localização.
           Na Lídia, perto das fronteiras da Mísia
           Vinte e cinco milhas a sudeste de Pérgamo
           Várias estradas famosas e antigas passavam neste lugar
           Situada numa leve elevação do terreno, sem benefícios ou
            defesas naturais
           Impressão geral de debilidade, dependência, sujeição
           A fragilidade natural impunha aos sitiantes a necessidade de
            vigilância.
       (2) História.
           A cidade primitiva era conhecida como Pelúpia e Euipia
           Colonizada por negros entre 301 e 281 AC. por Seleuco
            Nicator
           Recebeu o nome Tiatira de Seleuco que nela estabeleceu uma
            guarnição
           Cercada pelos romanos em 190 AC.
           Tornou-se importante centro de comunicação
           Salientou-se como cidade industrial
           Possuía mais corporações comerciais que qualquer outra
            cidade da Ásia
           Os habitantes eram famosos por causa de sua perícia em
            tingir púrpura
           Possui aproximadamente vinte mil habitantes hoje
           Encontram-se fragmentos de antigas ruínas usadas hoje em
            construções e ruas modernas
       (3) Religião.
           A religião de Tiatira é um tanto obscura
As Cartas às Sete Igrejas                                   23
           Seu herói era Tirino, uma figura montada, com uma
            machadinha de batalha no ombro.
           Seu deus protetor era um sincretismo conhecido como
            Propoli; Hélio, o deus sol, ou Apolo

     2. O Autor. Apoc. 2:18.
         a. O Filho de Deus
         b. Olhos como chamas de fogo
            Aquele que examina o coração v. 23; Jer. 11:20
         c. Pés semelhantes a latão reluzente
            Queima e esmaga os ímpios na Sua ira Apoc. 1:15, 2:27;
            Miq. 1:3-5; Hab 3:5; Jó 40:12.
     3. Elogio a Tiatira (Apoc. 2:19)
        Tradução de Knox: “Eu conheço todas as tuas obras, tua fé, teu
        amor tua generosidade tua paciência e, de como nestes últimos
        dias és mais ativa que no princípio.”
        Revised Standard Version: “Eu conheço as tuas obras, teu amor e
        fé e serviço e paciente sofrimento, e que as tuas obras finais
        excedem as primeiras.”
      Embora o período de Tiatira devesse experimentar muito de
escuridão, devia também ver muito de luz. Embora tenhamos aqui alguns
dos fatos mais difamantes já executados em nome da religião, temos
também alguns dos maiores feitos de homens cheios de amor e Espírito
de Deus. Foram os dias dos cavaleiros do templo, dos monges
mendicantes e de Hildebrando (mais tarde Gregório VII), mas foram
também os dias dos Valdenses e Albigenses, de Wycliffe e Huss,
Jerônimo e Lutero. Nunca houve tanto para ser louvado, nunca tanto para
ser condenado. Deus viu o serviço de amor e o paciente sofrimento de
Seus filhos e expressou a Tiatira as Suas palavras de louvor e elogio.

    4. Condenação e reprovação (Apoc 2:20-23)
       a. Tolera a mulher Jezabel (v. 20)
As Cartas às Sete Igrejas                                           24
       Tradução Americana: “Mas tenho contra ti que toleras aquela
       Jezabel como mulher que pretende estar inspirada.”
       Tradução de Knox: “Ainda cá e lá tenho faltas a descobrir em ti,
       tu tolerar a mulher Jezabel, que pretende ter o dom de profecia,
       para desviar com seus ensinos os Meus servos.”
       (1) A Mulher Jezabel (I Reis 16:31; 18:19; 19:1-8; 21:5-15,
           23-25; II Reis 9:22-37)
           (a) Uma profetiza de Baal
           (b) Seus esforços para seduzir o povo de Deus
           (c) Apostasia em Israel
           (d) Perseguição aos filhos fiéis de Deus
           (e) Três ano e meio de fome
           (f) Elias e sua mensagem de reforma
           (g) A sentença de Jezabel.

       (2) O antítipo Jezabel – Roma Papal, a meretriz (Apoc 17:1-6)
           (a) Identificada com Babilônia, a inimiga de Deus.
       “O arquienganador não havia terminado a sua obra. Estava decidido a
congregar o mundo cristão sob sua bandeira, e exercer o poder por
intermédio de seu vigário, o orgulhoso pontífice que pretendia ser o
representante de Cristo. Por meio de pagãos meio-convertidos, ambiciosos
prelados e eclesiásticos amantes do mundo, realizou ele seu propósito....
      “No século VI tornou-se o papado firmemente estabelecido. Fixou-se a
sede de seu poderio na cidade imperial e declarou-se ser o bispo de Roma a
cabeça de toda a igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O dragão
dera à besta "o seu poder, e o seu trono, e grande poderio'.” – GC, 53, 54.

           (b) Sua aliança ilícita com o trono;
           (c) Seus esforços para seduzir o povo de deus;
           (d) Sua luta contra a palavra de Deus;
           (e) Seus esforços para esmagar o povo de Deus
           (f) O período de eclipse para os poderes da vida e da luz
               (Apoc 11:3-6; 12:6).
As Cartas às Sete Igrejas                                                25
      “E começaram então os 1.260 anos da opressão papal preditos nas
profecias de Daniel e Apocalipse. (Dan. 7:25; Apoc. 13:5-7.) Os cristãos
foram obrigados a optar entre renunciar sua integridade e aceitar as
cerimônias e culto papais, ou passar a vida nas masmorras, sofrer a morte
pelo instrumento de tortura, pela fogueira, ou pela machadinha do verdugo...
Durante séculos a igreja de Cristo encontrou refúgio no isolamento e
obscuridade. Assim diz o profeta: 'A mulher fugiu para o deserto, onde já
tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil e
duzentos e sessenta dias.' Apoc. 12:6.
      “O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura
Idade Média.” – GC, 54, 55.

       b. Os tratamentos de Deus a Jezabel (Apoc 2:21-23)

         (1) Tempo para se arrepender mas recusado
             Tradução de Knox: “Dei-lhe tempo para o arrependimento,
             mas ela não quer abandonar os seus caminhos de prostituta.”
         (2) A sua recompensa, dos seus amantes e das suas filhas
             Tradução de Weymouth: “Digo-lhe que estou prestes a
             lançá-la num leito de dor, e afligirei severamente aqueles
             que com ela adulteram, a menos que se arrependam da
             conduta igual a dela. Suas filhas certamente morrerão; e
             todas as igrejas virão a conhecer que Sou Eu que examina os
             pensamentos íntimos dos homens; e recompensarei a cada
             um conforme as suas obras.”
             Tradução Americana: “Vede! Fá-la-ei deitar num leito de
             dor, e trarei grandes desgraças sobre os que partilham sua
             imoralidade, a menos que se arrependam das suas práticas, e
             ferirei de morte as suas filhas. Então todas as igrejas saberão
             que Eu Sou quem examina as mentes e os corações dos
             homens, e retribuirei a cada um de vós por aquilo que tendes
             feito.”
As Cartas às Sete Igrejas                                              26
        c. O símbolo de Jezabel é apropriado
     Jamais alguns símbolos foram mais apropriados do que os de
Jezabel com a igreja de Tiatira. Jezabel veio da casa de Baal para a casa
de Deus. Pagã de coração, tornou-se a rainha de Israel. Do lugar de sua
influência no trono fez todos os esforços para seduzir os adoradores de
Deus e para estabelecer o culto de Baal. Todos os esforços foram feitos
para esmagar os servos de Deus e para honrar os sacerdotes de Baal. Os
profetas de Deus foram mortos à espada e fugitivos no deserto. Por três
anos e meio houve fome na terra. Veio então o desafio de Elias no
Carmelo e a reforma vagarosa e difícil. Tal se deu contra a igreja de
Tiatira. A vinda de Jezabel trouxe consigo terrível escuridão. A meretriz
assentava-se sobre o trono enquanto que a virgem fugia para o deserto.
Por três anos e meio proféticos, o período de 1260 anos preditos pelos
profetas, a verdade esteve eclipsada enquanto que na terra havia fome
espiritual. Finalmente surgiram profetas, luz, e a obra da reforma.
      “Em toda a história não há outro caráter que represente tão cabalmente
o sistema papal – seu caráter, obras e culto – como a impura mulher de
Acabe, a Jezabel destas epístolas. Era uma pagã casada com judeu; e tal é
o caráter do sistema papal nos seus principais elementos – paganismo unido
a um judaísmo obsoleto. É descrita como mulher que se diz profeta e como
encarregada de ser mestre dos servos de Deus; o papado professa e
pretende ser o único mestre infalível do céu a ensinar a verdade de Deus.
Ela é descrita como tendo um conjunto de ‘obras’, enfaticamente chamado
‘suas obras’ para distinguir de outras que são chamadas ‘obras de Cristo’; e
o papado é um sistema de obras – uma religião de cerimônias, penitências,
jejuns, missas, rezas, vigílias, abnegações, macerações do corpo,
purgatórios, super privilégios e santidade meritória de santos, pelas quais ela
se propõe salvar seus devotos. Ela era adúltera; e o papado, acima de tudo,
se tem caracterizado por suas relações com reis e potestades da terra,
fazendo o que lhes agrada para conservá-los sob sua direção e ensinar o
povo de Deus a submeter-se e aceitar as formalidades mundanas como
meios de vitória cristã. Ela foi uma perseguidora e matadora dos profetas e
das testemunhas de Deus; e o que mais distingue o papado é a severidade
mostrada contra aqueles que se levantaram contra suas ímpias pretensões, e
As Cartas às Sete Igrejas                                              27
as torturas públicas e secretas, e as matanças dos santos.” – J.A. Seiss,
The Apocalypse, vol. I, 194, 195.

     5. Palavras de conforto e conselho (Apoc 2:24-25)
        Tradução de Knox: “Mas eu vos digo, estes outros em Tiatira que
        não seguem este ensino, que nunca aprenderam os profundos
        mistérios (como são chamados) que Satanás oferece; tendo novo
        fardo para por sobre vós; conservai o que já tendes, até que Eu
        venha.”

      6. Promessas (Apoc 2:26-28)
       Tradução Americana: “Aquele que for vitorioso e continuar até o
       fim a fazer o que Me agrada, dar-lhe-ei autoridade sobre os
       pagãos – a mesma autoridade que recebi do Meu Pai; apascentará
       com vara de ferro, e os sacudirá como vasos de barro: - e lhe
       darei a estrela da manhã.”
       Tradução de Knox: “Quem ganhará a vitória? Quem fará a minha
       vontade até o fim? Dar-lhe-ei autoridade sobre as nações para
       apascentá-las como ovelhas com cajado de ferro, desfazendo-as
       em pedaços como vasos de barro; a mesma autoridade que recebi
       do Meu Pai. E a estrelas da manhã será sua.”

       a. Poder sobre as nações (Sal 22:8, 9; Dan 2:44; 7:14, 18, 25-27)
           Não serão os soberbos mas os mansos que herdarão a terra.
        Não será aos que batem pelo poder que se dará o poder, mas aos
        humildes aos filhos de Deus freqüentemente pisados é que se
        dará afinal o governo da terra.
       b. A estrela da manhã
     “Passara para o mundo a meia-noite. As horas de trevas estavam a
esvair-se, e em muitas terras apareciam indícios da aurora a despontar.
     “No século XIV surgiu na Inglaterra um homem que devia ser
considerado "a estrela da manhã da Reforma". João Wycliffe foi o arauto da
As Cartas às Sete Igrejas                                               28
Reforma, não somente para a Inglaterra mas para toda a cristandade.” – GC,
79, 80.
      “Assim pereceram os fiéis porta-luzes de Deus. Mas a luz das verdades
que proclamaram – luz de seu exemplo heróico – não se havia de extinguir.
Tanto poderiam os homens tentar desviar o Sol de seu curso como impedir o
raiar daquele dia que mesmo então despontava sobre o mundo.” – GC, 115
       “Preeminente entre os que foram chamados para dirigir a igreja das
trevas do papado à luz de uma fé mais pura, acha-se Martinho Lutero.
Zeloso, ardente e dedicado, não conhecendo outro temor senão o de Deus,
e não reconhecendo outro fundamento para a fé religiosa além das
Escrituras Sagradas, Lutero foi o homem para o seu tempo; por meio dele
Deus efetuou uma grande obra para a reforma da igreja e esclarecimento do
mundo.” – GC, 120.

      7. O convite para ouvir ( Apoc 2:29)
      Deve-se notar que o convite feito à igreja para ouvir é o último
item que chega à igreja, vindo em seguida a promessa. Para as três
primeiras igrejas o convite para ouvir precede à promessa. Para as
últimas quatro, o convite segue a mesma.
      “Nos três primeiros casos parece que o convite do Espírito parte de
dentro do corpo de membros para o mundo lá fora; nos últimos quatro,
porém parece que até o próprio Espírito está fora, e que o convite é agora
considerado como tendo a mesma relação, tanto para o corpo professo da
igreja como para o mundo. Isto é muito significativo quanto à prevalecente
apostasia que paganizou de tal maneira a professa igreja, que fez com que
os cristãos fossem tão raros na igreja como no mundo. Tal como a coluna de
nuvem que se levantou de diante do acampamento de Israel para se colocar
por trás dele, para separar o povo do Senhor dos Egípcios, assim também
esta transposição indica que a igreja, como um corpo, se tornou tão
misturada com o mundo que se fez necessário traçar uma distinção entre o
verdadeiro povo de Deus e o mundo, assim como o convite que lhe foi
dirigido significava separar-se dele. Desta maneira, temos que, em todas as
epístolas em que a advertência do Espírito vem depois da promessa, o
conjunto professo da igreja é tratado, pois, como apóstata e
desesperadamente corrupto.” – J.A. Seiss, The Apocalypse, vol. I, 187.
As Cartas às Sete Igrejas                                             29
  E. A Quinta Carta (Apoc 3:1-6)
     1. Sardes – A igreja do período posterior à Reforma, fraca,
       mundana e degenerada.
       a. Período – 1563 – 1792
       b. A cidade
       (1) Localização
           Cinqüenta milhas ao oriente de Esmirna;
           Aos pés do monte Tmolo;
           À margem oriental do rio Pactolo, que serve de escoadouro;
           Lugar de grande beleza cercado de uma região muito fértil;
           Acrópole sobre uma montanha de 150 pés de altura, uma
              crista da montanha;
           Uma fortaleza quase inexpugnável;
           Inacessível exceto no ponto ao sul;
           Os outros lados lisos como paredes de rocha quase
              perpendiculares;
           Distinguida pela natureza como sede do vale do Hermo.
       (2) História
           Principia contemporaneamente com os inícios da Lídia no
            décimo século antes de Cristo;
           Tornou-se a capital da Lídia;
           Esteve freqüentemente em guerras;
           Grande inimiga das cidades Jônicas, as quais conquistou uma
            a uma;
           Capital de Creso, o riquíssimo rei da Lídia;
           546 a.C. – Tomada por Ciro, do confiante Creso, tornou-se
            sede da satrapia persa;
           499 a.C. – Queimada pelos atenienses, o que causou a guerra
            com a Pérsia;
           334 a.C. – Cercada por Alexandre;
           214 a.C. – Tomada por estratagema, por Antíoco o Grande;
As Cartas às Sete Igrejas                                               30
           190 a.C. – Caiu nas mãos romanas depois da Batalha de
            Magnésia; Tornou-se parte do reino de Pérgamo;
           129 a.C. – Organização da Província da Ásia, causando a
            queda de Sardes e suas fronteiras;
           17 A.D. – Quase destruída por um terremoto, mas
            reconstruída por Tibério;
           295 A.D. – Após a desintegração da província romana da
            Ásia, tornou-se a capital da Lídia sob hierarquia bizantina;
           1402 A.C. – Completamente destruída por Tamerlão e jamais
            reedificada;
           Hoje – Um campo ermo de espinhos, flores silvestres e ruínas
            imponentes;
           Algumas cabanas de nômades Yurucks por entre as antigas
            ruínas.

      Impressões de Emerson de uma visita a Sardes:
       “Há recordações mais vívidas e variadas, ligadas ao panorama de
Sardes do que se poderiam possivelmente associar a qualquer outro lugar
da terra; mas todas estão misturadas de um sentimento de desgosto com a
pequenez da glória humana; tudo – tudo passou. À minha frente estavam os
estandartes de uma religião morta; os túmulos de monarcas esquecidos, e a
palmeira que se agitara no salão de banquete dos reis; enquanto que o
sentimento de desolação que me envolvia era duplamente acentuado por
causa da solidão e do céu muito claro acima de mim, o qual, com seu brilho
imorredouro, brilhava agora tão puro como quando raiava sobre os áureos
sonhos de Creso.”

       (3) Religião
        Cibele, uma deusa Anatólia, era a deidade protetora da cidade.
        Seu culto era semelhante ao de Diana dos efésios.
        Suas moedas revelam alianças religiosas com Éfeso.
        Cibele é descrita como uma estranha figura rústica de vários
          seios.
As Cartas às Sete Igrejas                                     31
        Ela era cultuada num magnífico templo cujas ruínas ainda
          existem.
        Havia também um templo de Zeus.

       (4) A igreja
        Uma comunidade cristã desenvolveu-se antigamente em Sardes.
        Tornou-se a sede de um bispo da igreja.
        As paredes de uma igreja erigida antes do quarto século A.D.
          ainda estão em pé.
        O trono de mármore do bispo de Sardes foi descoberto.

     2. O Autor – Apoc. 3:1
        Aquele que tinha os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas de
        Apoc. 2:1.
     3. Mensagem de condenação – Apoc. 3:1
        Tradução de Knox: “Eu conheço todos os teus feitos, como te
        fazes passar por vivo, e de como em tudo és um cadáver.”
        Tradução de Weymouth: “Eu conheço os teus feitos – supõe-se
        de que estás viva, mas em realidade está morta.”
        Standard Revised Version: “Eu conheço as tuas obras; tu tens o
        nome de que vives, e estás morta.”

     A igreja de Sardes é a igreja do período da reforma. Neste período a
única coisa que se esperaria é vida e vitalidade. Depois das trevas e da
infâmia do período de Tiatira, só poderia ser natural supor que a igreja
há pouco fundada pelos reformadores devesse ser uma igreja viva com
zelo e vigor, pura na fé, e inteiramente devotada ao serviço de Deus.
Entretanto, em lugar do costumeiro elogio, a mensagem inicial a esta
igreja é de condenação. – Presumia-se que a igreja estava viva mas
estava morta. Sardes foi um período de frias formalidades religiosas que
tinham aparência de vida, uma igreja, entretanto, realmente morta.
As Cartas às Sete Igrejas                                                  32
       “Contudo, a vida nova não jactanciosa eram em muitos sentidos
apenas de nome, e não na realidade. Estes sardenses haviam ouvido e
recebido o que era reto e bom; mas eles não se apegaram ou não
cresceram naquilo que lhes foi dado, e tornaram-se mortos nas muitas
formas e ornamentos da nova vida. Embora tivessem desafiado e escapado
dos feiticeiros, eles permitiram que suas vestes fossem arrastadas por
outros aviltamentos. ... Em grande parte, a igreja de Sardes nada mais era
que uma planta abatida e uma carcaça morta. Surgiu no frescor da
novidade; tinha ouvido e recebido daquilo que é próprio os verdadeiros
santos terem na vida; mas em pouco tempo tinha mais profissão do que
vitalidade, e mais jactância do que pureza ou frutos.” – J.A. Seis, The
Apocalypse. Vol. I, 162.

       “Nalguns respeitos o décimo oitavo século é o mais ilusório período da
história da Inglaterra. É a cincerela dos séculos. Ninguém tem uma boa
palavra com a qual se referir a ele. Carlyle resume-o numa frase amarga:
“alma extinta; estômago bem vivo. ...
       “O verdadeiro escândalo da Inglaterra no décimo oitavo século, a lepra
que envenenava seu sangue, a mancha negra no disco luminoso de sua
história, é a decadência da religião que distinguiu os seus primeiros 50 anos.
No que se refere à sua fé, a Inglaterra estava morta. Os seus céus
espirituais eram tão negros como a meia-noite no Ártico, e enregelados
como as suas geadas. ...
       “Somente com um esforço de imaginação histórica é que podemos
reconhecer a condição da Inglaterra em 1703. ... Montesquieu que estudou a
Inglaterra daqueles tempos a sua maneira francesa e aguda, diz
grosseiramente: ‘Não existe tal coisa como religião na Inglaterra’. ... O
cristianismo sob os céus da Inglaterra nunca esteve, nem no passado nem
agora, tão próximo do estado de morto. Quem não se lembra das sentenças
com as quais o bispo de Butler, tenebroso insinuante, intelecto poderoso,
prefixou a sua analogia? Ela tem vários meios para ser tomada como
idônea. Ele escreveu que ‘o cristianismo não mais tanto um objeto de
investigação, mas que, foi afinal agora manifesto que, como fictício. ... Os
homens o tratam como se, na época atual, ele fosse um ponto com o qual
todos os homens de discernimento concordem, e do qual nada sobra a não
ser como objeto principal de gaiatice e ridicularização’. Entre Montesquieu e
Butler, o grande francês e o ainda maior inglês, que outro cortejo de
As Cartas às Sete Igrejas                                                   33
testemunhas poderiam ser citadas com prova de decadência da fé na Grã-
Bretanha no começo do décimo oitavo século? E quando a fé morre, que é
que sobrevive?...
      “O cristianismo não pode perecer; mas chegou perto do desmaio mortal
naquela era melancólica. ‘Houve”, diz Green, o historiador, ‘revolta aberta
contra a religião e contra as igrejas em ambos os extremos da sociedade
inglesa. Os pobres eram ignorantes e brutais num grau impossível de ser
agora reconhecido; os ricos, quase totalmente descrentes da religião,
ligados a uma baixeza de vida agora felizmente quase inconcebível.’...
      “O verdadeiro despertamento da vida religiosa da raça de fala inglesa
data de Wesley. Dizer que ele reuniu os fragmentos da consciência inglesa é
verdade, mas é só meia verdade. Ele a criou de novo! Ela estava morta –
duplamente morta; e foi através de seus lábios que Deus soprou de novo
nela o fôlego de vida. ...
      “O fator decisivo na religião daquele tempo foi ter ela deixado de ser
vida, ou de comunicar vida. Ela foi exaurida dos seus elementos dinâmicos –
a visão de um Cristo Redentor; a mensagem do perdão pessoal e imediato.
Isto estava congelado na teologia; desaparecera nas formalidades
eclesiásticas; fora cristalizado num sistema de éticas exteriores; tornara-se
um mero acessório dos políticos. Ninguém o imaginava, ninguém pensava
nisto, nem procurava reconhecê-lo, como uma libertação espiritual; uma
libertação ao toque dos dedos; uma libertação a ser reconhecido na
experiência pessoal. Religião traduzida em termos vivos da experiência
humana, e habitando na alma como energia divina, era coisa esquecida.
Uma lâmpada elétrica sem a corrente de eletricidade é um mero cordão de
fibras calcinadas, pretas e mortas. E o próprio cristianismo, na Inglaterra, no
começo do 18.º século, foi exatamente um tal círculo de fibras mortas.” W.H.
Fitchett, Wesley and His Century, 11-15.

     4. Elogio – Apoc. 3:4
        a. Algumas pessoas em Sardes
           Pietistas: Spenwer, Franque
           Moravianos: Conde Zinzendorf
           Quakers
           Metodismo: Wesley, Whitefield
        b. Andarão com Ele de branco
As Cartas às Sete Igrejas                                                 34

     5. Promessa ao Vencedor – v.5
        a. Serão vestidos de branco
        b. Seu nome não será tirado do livro da vida
      “Ao abrirem-se os livros de registro no juízo, é passada em revista
perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus. Começando pelos
que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada
geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo nome é mencionado,
cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se
nomes. Quando alguém tem pecados que permaneçam nos livros de
registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome
será omitido do livro da vida, e o relato de suas boas ações apagado do livro
memorial de Deus.” – GC., 483.
      “O livro da vida contém os nomes de todos os que já entraram ao
serviço de Deus. Se quaisquer destes se afastam dEle, e por uma obstinada
persistência no pecado se tornam finalmente endurecidos à influência do
Espírito Santo, seus nomes serão no juízo apagados do livro da vida, e eles
serão votados à destruição.” – PP., 326.
       c. Jesus confessará seu nome.

     6. Analogias entre as cartas de Éfeso e Sardes.
      “As analogias entre as cartas de Éfeso e Sardes são íntimas, e devem
ser estudadas juntamente. A história desenrolou-se em linhas semelhantes
nas duas igrejas. Ambas começaram entusiasticamente e esfriaram. A
degeneração existiu em ambas; embora, em Éfeso a degeneração não se
tinha tornado tão séria como em Sardes. Desta maneira o ponto-chave na
carta a Éfeso é apenas alteração, instabilidade e incerteza; na carta a
Sardes o ponto-chave é degradação, falsa pretensão e morte.” – W.
Ramsey, The Letters to the Seven Churches of Asia, 369.
      “As mensagens para a igreja de Éfeso e para a igreja de Sardes foram-
me freqüentemente repetidas por aquele que me dá a instrução para este
povo. ... A menos que estejamos constantemente em guarda, cairemos
presa fácil em seus inumeráveis enganos. ... Leiamos e estudemos aquelas
porções da Palavra de Deus que fazem referência especial a estes últimos
dias, e que apontam os perigos que ameaçarão o povo de Deus.” – 8 T,
98-101.
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  E. A Sexta Carta: Apoc. 3:7-13
     1. A Filadélfia – A igreja das missões e da Bíblia.
        a. Significação – amor fraternal.
        b. Período – 1792-1844.
        c. A cidade
         (1) Localização
             Na Lídia, vinte e oito milhas a sudeste de Sardes.
             Porta de entrada e chave dos países da região oriental.
             No vale de Cogamir, um tributário de Hermus.
             Guardiã de uma importante região entre o Hermus e os vales
               adjacentes.
             Numa entrada de correio romano, mais tarde a maior estrada
               comercial do país.
             Cidade construída sobre ampla colina.
             Cercada de regiões bem férteis.
             Localizada em região vulcânica e sujeita a terremotos
               freqüentes.
         (2) História
             189 AC. Veio a ser possessão do rei Eumenes de Pérgamo.
             Chamada Filadélfia por causa de Átalo Filadelfo, irmão de
               Eumenes.
             Tornou-se um centro de projeção na propaganda do
               helenismo.
             Em 19 AD. A língua deixou de ser falada, e somente o
               grego foi usado.
             Chamada “Pequena Atenas” devido aos seus muitos
               templos.
             Em 17 AD. sofreu severo terremoto, o mesmo que devastou
               Sardes.
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            Teve o nome mudado duas vezes, em 17 AD. para Néo-
              Cesaréia em gratidão a uma dádiva imperial, e mais tarde
              para Flávia em honra a Vespasiano (70-79 AD.)
            Resistiu por muito tempo aos turcos depois de todo o resto
              da Ásia Menor já se haver rendido.
            Em 1390 sucumbiu diante de um exército formado de
              turcos e bizantinos após um cerco de oito anos.
            Atualmente uma moderna cidade com 15 mil habitantes
              conhecida hoje como “Allah Sher”, “Cidade de Deus”.
        (3) Religião
            A religião de Filadélfia era mais anatólica do que grega.
            O caráter grego ficou confinado às sombras superficiais e
              festivais.
            Dionisos, o deus do vinho, era a cidade preponderante.
            Moedas com dois irmãos idênticos, símbolo de sua unidade
              e afeição mútua, comemoravam a aliança religiosa com
              Éfeso.
            Fundou um culto a Germânico, o herdeiro de Tibério.
            Recebeu o título ‘Neokoros’ ou guarda do templo de
              Caracala (211-217).
        (4) Cristianismo
            Filadélfia tornou-se logo o centro de uma comunidade de
              cristãos.
            A profetiza ‘Ammia’ celebrizou-se ali entre os anos 100 e
              160 AD.
            Depois da invasão turca, desfraldou longo tempo a bandeira
              do cristianismo.
            Hoje Filadélfia tem um bispo residente e cinco igrejas
              cristãs.
    2. O Autor: Apoc. 3:7
       a. Aquele que é santo. Atos 3:14; Lev. 11:44.
       b. Aquele que é verdadeiro. I João 5:20; João 14:6.
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       c. Aquele que tem a chave de Davi. Isa. 22:22; Ezeq. 21:26, 27;
          Luc. 1:32, 33; João 10:9; 14:6; 11:25.
       d. Aquele que abre e homem algum fecha, que fecha e homem
          algum abre.
    3. Uma porta aberta colocada diante de Filadélfia. Apoc. 3:8.
       a. A porta do lugar santíssimo.
      “Viam agora que estavam certos em crer que o fim dos 2.300 dias em
1844 assinalava uma crise importante. Mas, conquanto fosse verdade que
se achasse fechada a porta da esperança e graça pela qual os homens
durante mil e oitocentos anos encontraram acesso a Deus, outra porta se
abrira, e oferecia-se o perdão dos pecados aos homens, mediante a
intercessão de Cristo no lugar santíssimo. Encerrara-se uma parte de Seu
ministério apenas para dar lugar a outra. Havia ainda uma "porta aberta"
para o santuário celestial, onde Cristo estava a ministrar pelo pecador.
      “Via-se agora a aplicação das palavras de Cristo no Apocalipse,
dirigidas à igreja, nesse mesmo tempo...” – GC., 429, 430.
      “... e que a aceitação da verdade concernente ao santuário celeste
envolvia o reconhecimento dos requisitos da lei de Deus, e da
obrigatoriedade do sábado do quarto mandamento. Aí estava o segredo da
oposição atroz e decidida à exposição harmoniosa das Escrituras, que
revelavam o ministério de Cristo no santuário celestial. Os homens
procuravam fechar a porta que Deus havia aberto, e abrir a que Ele fechara.
Mas "O que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre", tinha
declarado: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode
fechar." Apoc. 3:7 e 8. Cristo abrira a porta, ou o ministério, do lugar
santíssimo; resplandecia a luz por aquela porta aberta do santuário celestial,
e demonstrou-se estar o quarto mandamento incluído na lei que ali se acha
encerrada; o que Deus estabeleceu ninguém pode derribar” – GC., 435.
      “Vi que a presente prova do sábado não poderia vir até que a mediação
de Jesus no lugar santo terminasse e Ele passasse para dentro do segundo
véu; portanto os cristãos que dormiram antes que a porta fosse aberta no
santíssimo, quando terminou o clamor da meia-noite no sétimo mês, em
1844, e que não haviam guardado o verdadeiro sábado, agora repousam em
esperança, pois não tiveram a luz e o teste sobre o sábado que nós agora
temos, uma vez que a porta foi aberta. Eu vi que Satanás estava tentando
alguns do povo de Deus neste ponto. Sendo que grande número de bons
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cristãos adormeceram nos triunfos da fé e não guardaram o verdadeiro
sábado, eles estavam em dúvida quanto a ser isto um teste para nós agora.
      Os inimigos da verdade presente têm estado procurando abrir a porta
do lugar santo, a qual Jesus fechou, e a fechar a porta do lugar santíssimo,
que Ele abriu em 1844.” – GC., 42, 43.

       b. A porta de acesso ao Pai
      “Nosso Redentor abriu o caminho, de maneira que o mais pecador,
necessitado, opresso e desprezado pode achar acesso ao Pai. Todos
podem ter um lar nas mansões que Jesus foi preparar. ‘Isto diz o que é
santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre e ninguém
fecha; e fecha e ninguém abre; ... eis que diante de ti tenho posto uma porta
aberta, e ninguém a pode fechar’. Apoc. 3:7 e 8.” – GC., 113.
      “As orações simples formuladas pelo Espírito Santo ascenderão através
dos portais entreabertos, a porta aberta da qual Cristo declarou, Eu abri, e
homem algum a pode fechar. Estas orações, misturadas com o incenso da
perfeição de Cristo, ascenderão como fragrância ao Pai, e as respostas
virão.” – 8 T., 467.

       c. A porta para a luz e para a verdade
      “A tesouraria das jóias da verdade está aberta a todos. ‘Eis que diante
de ti pus uma porta aberta’, declara o Senhor, ‘e ninguém a pode fechar.’
Apoc. 3:8. Espada alguma guarda a entrada desta porta.” – PJ., 117.
      “Ninguém deve pretender ter toda a luz que há para os filhos de Deus.
O Senhor não tolerará isso. Ele disse: ‘Eis que diante de ti pus uma porta
aberta, e ninguém a pode fechar.’ Apoc. 3:8. Mesmo que todos os nossos
dirigentes recusem a luz e a verdade, essa porta ainda continuará aberta. O
Senhor suscitará homens que darão ao povo a mensagem para este tempo.”
– TM., 107.
      “Jesus diz: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a
pode fechar." Apoc. 3:8. Dessa porta brilha uma luz e, se quisermos,
teremos o privilégio de recebê-la. Dirijamos o nosso olhar para essa porta
aberta, e busquemos receber tudo quanto Cristo está disposto a conceder-
nos.” – TM., 381.
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       d. A porta da oportunidade missionária: II Cor. 2:12; I Cor. 16:9;
          Atos 14:27.
       O final do 18º século devia testemunhar a inauguração de um dos
       mais poderosos movimentos que o mundo já viu, o esforço dos
       poderes da cristandade em enviar mensageiros para a
       evangelização do mundo e para dar à Palavra de Deus a todos os
       povos que se acham em escuridão. Foi este um sermão pregado
       por Guilherme Carey em Nottingham, na Inglaterra, em 31 de
       maio de 1792, que impeliu a centelha cujo destino era incentivar
       os corações dos cristãos em todas as igrejas e países.
      “Julgado segundo os seus resultados momentosos e seu vasto
alcance, este sermão deve ser considerado como um dos principais da
história cristã, secundado apenas pelo sermão da montanha. Tendo Isaías
54:2,3 como texto, ele prosseguiu em desdobrar as duas subdivisões
incomparáveis e imortais, ‘esperai grandes coisas de Deus’ e
eminentemente como só Carey, do princípio ao fim – unindo obras
incansáveis à uma fé de aço, ‘empreendei grandes coisas para Deus’. Nesta
hora jamais esquecida, os desejos de anos encontraram sua primeira
completa expressão. ...
      “Em janeiro de 1797, podia-se afirmar a respeito dos resultados amplos
e distantes do fervor religioso: ‘Cristãos de todos os cantos do país estão se
reunindo de maneira regular e derramando as suas almas pelas bênçãos de
Deus no mundo’. E ainda: ‘Os esforços de tanto êxito feitos para introduzir o
Evangelho nos lares do Sul tiveram a mais poderosa influência para unir os
devotos servos de Cristo de todas as denominações nos laços do amor
fraternal.” – Delavan L. Leonard, A Hundred Years of Missions, 75, 89.
      “Os cristãos começaram a ver e sentir que o Evangelho é mais do que
ortodoxia, e que a viva agressividade é uma das suas feições fundamentais.
A era de reavivamentos, de missões, aos quais se seguiram esforços unidos
para a conversão geral da humanidade, tais como não houve desde os
primeiros tempos. ... Havia grandes reavivamentos de vida e fraternidade
entre os cristãos. Tudo isto vemos descrito na Sexta Epístola, e verificamos
na história dos últimos cem anos.” – J.A. Seiss, The Apocalypse, 197, 198.

     4. Elogio e Recompensa: Apoc. 3:8-10
As Cartas às Sete Igrejas                                            40
       a. Suas obras
          Em 1784 havia somente vinte postos missionários protestantes
          no mundo, a metade dos quais nas mãos dos moravianos. A
          igreja cristã simplesmente não se interessava em missões.
          Quando Guilherme Carey numa convenção de ministros em
          1786 apresentou a questão da obrigatoriedade dos ministros
          em levar a mensagem de Cristo a todas as nações, ele foi
          reprovado e pediram-lhe que se apresentasse. Um breve
          resumo das atividades que irromperam das forças da
          cristandade em seguida ao momentoso sermão de Carey de
          1792, ajuda a dar-nos algumas idéias da onda da atividade nos
          hesitantes anos que cobrem o período de Filadélfia.

         1792 Panfleto de Carey sobre as obrigações dos cristãos
               quanto às missões.
         1792 Organização da Sociedade Missionária Batista.
         1793 Guilherme Carey navega para a Índia.
         1793 Fundação da Sociedade Escocesa de Colportagem e
               tratados.
         1794 Primeiros número da “The Evangelical Magazine”, uma
               publicação missionária.
         1795 Organização da Sociedade Missionária de Londres.
         1796 Estabelecimento da Sociedade Missionária de Nova York
         1796 Viagem do “Duff”, um navio missionário à vela com 29
               missionários para os Mares do Sul.
         1797 Organização da Sociedade Missionária dos Países Baixos
         1798 Viagem do “Duff” com 46 missionários
         1799 Fundação da Sociedade Missionária da Igreja
         1799 Estabelecimento da Sociedade Inglesa de Tratados
               Religiosos
         1800 Estabelecimento da Escola Missionária Janique em
               Berlim
As Cartas às Sete Igrejas                                          41
          1802 Fundação da Sociedade Batista em Massachusetts
          1804 Organização da Sociedade Bíblica Britânica e
                Estrangeira
          1806 O ‘Grupo do Monte de Feno’ inicia suas atividades no
                ‘Williams College’.
          1807 Robert Morrison embarca para a China
          1810 Organização da Comissão Americana de Comissários
                para as Missões Estrangeiras
          1812 Henry Martyn embarca para a Pérsia e Arábia
          1812 Adoniran Judson inicia o trabalho em Burma
          1814 Organização na América da União Missionária Batista
          1815 Fundação do Instituto Missionário em Basel
          1816 John Williams navega para as Ilhas Sociedade
          1816 Estabelecimento da Sociedade Bíblica Americana
          1816 Estabelecimento da Sociedade Wesleiana
          1817 Robert Moffat embarca para a África
          1818 Fundação da Sociedade Britânica de Marinheiros
                Estrangeiros
          1820 Hiram Bingham embarca para Havaí
          1824 Estabelecimento da Sociedade Missionária de Berlim
          1825 Fundação da Sociedade Americana de Folhetos
          1828 Organização da Sociedade Americana dos Marinheiros
          1829 Alexandre Duff embarca para a Índia
          1834 Primeira sociedade missionária de estrangeiros,
                feminina, formada em Londres
          1836 Marcos Whitman parte como missionário aos índios de
                Oregon
          1840 Davi Livingstone inicia o seu trabalho na África
          1844 João Ludgig Krapf parte a África Oriental

       b. Sua ‘pouca força’ e ainda a sua fidelidade a Deus: Apoc. 3:8
As Cartas às Sete Igrejas                                              42
          Tradução de Knox: “Eu sei que pequena é a tua força, e de
          como ainda tens sido fiel à Minha mensagem, e não negaste o
          Meu nome.”
          Twentieth Century New Testament: “Eu sei que, embora a
          força que tens seja pequena, conservas em mente o meu
          ensino, e não negaste a Minha causa.”
          Tradução Americana: “Eu sei que tens pouca força, mas tens
          obedecido a Minha mensagem e não negaste o Meu nome.”
             O período de Filadélfia não foi somente um tempo de
          notável atividade na obra das missões cristãs e na distribuição
          da Bíblia, mas foi também um de grande interesse no
          cumprimento da profecia bíblica e de espera pelo breve
          advento de Cristo. O cumprimento dos sinais dados por Jesus,
          o escurecimento do sol em 19/5/1780, e a queda das estrelas
          em 13/11/1833 serviram para patentear na mente de muitos a
          proximidade do fim. Em partes longínquas e espalhadas do
          mundo, homens começaram a examinar a Palavra de Deus e,
          independentemente uns dos outros, chegaram à conclusão de
          que o fim estava realmente perto.

          1800 George Richards distribui as Preleções de Bampton, ‘A
                Defesa e Ilustração da Origem Divina da Profecia’.
          1806 Publicação das Dissertações de Faber sobre as Profecias
          1812 Publicação de Lacunza, A Segunda Vinda do Messias em
                Glória e Majestade
          1813 Publicação de Cunningham, Dissertação Sobre os Selos
                e Trombetas
          1814 Publicação de Hatley Frere, União Conjunta das
                Profecias de Cristo
          1821 A doutrina da Vinda de Cristo é ensinada por um
                sacerdote na Tartária.
As Cartas às Sete Igrejas                                            43
          1821 José Wolf inicia em nações ao redor do mundo a
                proclamação da breve volta de Jesus.
          1823 Publicação de Edward Irving de O Juízo Vindouro
          1824 Publicação de Leonard Heinrich Keller de O Fim Próximo
          1826 Iniciaram-se reuniões anuais no ‘Albury Park, Surrey’
                daqueles que estavam interessados no breve advento de
                Cristo.
          1826 João George Lutz prega na Bavária sobre a Vinda de
                Cristo.
          1828 Publicação de Alexandre Keith de Evidências da
                Verdade da Religião Cristã, Derivadas do Cumprimento
                Literal da Profecia
          1829 Publicação de Archibald Mason de Dois Ensaios Sobre
                os Números Proféticos dos 2.300 Dias de Daniel e o
                Dever dos Cristãos de Investigar a Libertação da Igreja
          1829 Início de uma publicação profética trimestral, Vigia
                Matinal
          1830 O ministro de maior capacidade da Holanda, Sr.
                Hentzepeter publicou um panfleto sobre o fim do mundo
          1831 W.E. Davis de Carolina do Sul começou a proclamar o
                segundo advento.
          1831 Guilherme Miller começa a pregar.
          1836 Publicação das preleções de Guilherme Miller, em forma
                de livro
          1840 Publicação de Sinais dos Tempos
          1840 Primeira conferência geral dos crentes adventistas de
                Boston
          1842 Publicação de Josué Himes de O Clamor da Meia-Noite
          1843 Pregação pela crianças da Grécia sobre a breve vinda de
                Cristo

       c. A sinagoga de Satanás reconheceria que Deus os ama. Ap. 3:9.
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          Tradução de Moffat: “Vede, farei com que aqueles que
          pertencem àquela sinagoga de Satanás, que se dizem judeus
          (nem judeus são eles, mas mentirosos) – vede, os farei
          reconhecer que eu te amei.”
      “Logo ouvimos a voz de Deus semelhante a muitas águas, a qual nos
anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de
144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios
julgaram fosse um trovão ou terremoto. Ao declarar Deus o tempo, verteu
sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com esplendor da glória de
Deus como aconteceu com Moisés, na descida do Monte Sinai.
      “...Por causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se
e arremeteram violentamente para lançar mão de nós, a fim de lançar-nos à
prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e eles caíram
indefesos ao chão. Foi então que a sinagoga de Satanás conheceu que
Deus nos havia amado a nós...” – VE., 58.
      “O senhor acha que aqueles que adoram prostrados aos pés dos
santos (Apoc. 3:9), serão salvos no final. Nisto tenho que discordar do
senhor, pois Deus mostrou-me que esta classe é de adventistas nominais
que já caíram, já crucificaram de novo o Filho de Deus, e O expuseram ao
vitupério público. E na hora da tentação que está para vir, para expor o
verdadeiro caráter de cada um, eles conhecerão que estão perdidos para
todo o sempre; e oprimidos, angustiados de espírito, eles cairão aos pés dos
santos.” – E.G. White, A Word to the ‘Little Flock’, 12.

       d. Serão guardados da hora da tentação – Apoc. 3:10; Mat. 3:2-3;
          Sal. 91:14; 5 T., 297.
          Twentieth Century New Testament: “Tu guardas em mente os
          Meus ensinos com paciência, e por isso guardar-te-ei em
          mente na hora de tribulação que vem sobre todo o mundo, a
          hora em que todos os que vivem na terra serão provados.”
          Tradução de Moffat: “Por teres guardado o Meu chamado com
          perseverante paciência, guardar-te-ei salvo através da hora de
          tribulação que virá sobre o mundo para provar os habitantes da
          terra.”
As Cartas às Sete Igrejas                                               45
     “Está iminente diante de nós a "hora da tentação que há de vir sobre
todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra". Apoc. 3:10. Todos
aqueles cuja fé não estiver firmemente estabelecida na Palavra de Deus,
serão enganados e vencidos. ... Os que sinceramente buscam o
conhecimento da verdade, e se esforçam em purificar a alma pela
obediência, fazendo assim o que podem a fim de preparar-se para o conflito,
encontrarão refúgio seguro no Deus da verdade. "Como guardaste a palavra
da Minha paciência, também Eu te guardarei" (Apoc. 3:10), é a promessa do
Salvador. Mais fácil seria enviar Ele todos os anjos do Céu para protegerem
Seu povo, do que deixar a alma que nEle confia ser vencida por Satanás” –
GC., 560.
       “Embora o povo de Deus esteja rodeado de inimigos que se esforçam
por destruí-lo, a angústia que sofrem não é, todavia, o medo da perseguição
por causa da verdade; receiam não se terem arrependido de todo pecado, e
que, devido a alguma falta, não se cumpra a promessa do Salvador: ‘Eu te
guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo.’ Apoc.
3:10.” – GC., 619.

     5. Conselho a Filadélfia – Apoc. 3:11; Heb. 10:35-37
      “O trono e a coroa são penhores de uma condição atingida; são os
testemunhos da vitória sobre o próprio eu por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo.” – DTN., 619.

     6. A Recompensa ao Vencedor – Apoc. 3:12
        a. Ser um pilar no templo de Deus: Gál. 2:9; Ef. 4:14; Heb. 10:23
     “Na perda de Éfeso, os cristãos lamentaram a queda do primeiro
anjo, a extinção do primeiro castiçal das Revelações; a desolação é
completa; igualmente o templo de Diana ou igreja de Maria passará
despercebida ao exame do viajante curioso. Os três imponentes teatros
de Laodicéia, e o circo, são agora povoados de leões e raposas; Sardes
está reduzida a um vilarejo miserável; em Pérgamo e Tiatira o deus de
Maomé, sem rival ou filho, é invocado nas mesquitas, e a vasta
população de Esmirna é sustentada pelo comércio estrangeiro de francos
e armênios. Somente Filadélfia foi salva pela profecia, ou pela coragem.
Distante do mar, esquecida dos imperadores, circunscrita por todos pelos
As Cartas às Sete Igrejas                                           46
turcos, os seus valentes habitantes defenderam a sua liberdade e a sua
religião por meio de oitenta anos; embora capitulassem por fim, diante
do altivos otomanos. Mas, por entre as colônias gregas e as igrejas da
Ásia, Filadélfia ainda permanece; uma coluna numa cena de ruínas, um
exemplo admirável de que os caminhos de honra e da segurança podem
ser os mesmos muitas vezes.” – Edward Gibbon. The History of the
Decline and Fall of the Roman Empire, vol. VI, cap. LXIV, pg. 229.

       b. Um novo nome
          (1) O nome de Deus – Apoc. 14:1; 22:4; I João 3:1, 2
          (2) O nome da cidade de Deus – Apoc. 21:2; Isa. 54:5; 4:2,3;
              Heb. 12:22, 23
      “As imaculadas vestes da justiça de Cristo são colocadas sobre os
provados, tentados mais fiéis filhos de Deus. Os desprezados
remanescentes são vestidos de vestes gloriosas, que nunca mais serão
manchadas pelas corrupções do mundo. Seu nomes são retidos no livro da
vida do Cordeiro, registrados entre ao fiéis de todos os séculos...
      “Estes são os que se acharão sobre o monte Sião com o Cordeiro,
tendo escrito na fronte o nome do Pai. ...
      “Naquele dia o Renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o
fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. E será
que aquele que ficar em Sião e o que permanecer em Jerusalém será
chamado santo; todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em
Jerusalém.” – 2 TS., 178, 179

  F. A Sétima Carta – Apoc. 3:14-22

     1. Laodicéia – A Igreja do Fim, Rica e Satisfeita

       a. Significação
             A palavra grega Laodicéia é formada de duas palavras
          gregas: laos – povo, e dikaios – justo, direito, legal. A forma
          verbal desta última raiz significaria ‘assentar o direito’,
          ‘achar reto’, ‘julgar’, ‘declarar justo ou reto’. A palavra
As Cartas às Sete Igrejas                                      47
          Laodicéia desta forma significa algo semelhante a ‘povo
          justo’, ou ‘julgado’ ou ‘povo justificado’.

      b. Localização
         No fértil e pitoresco vale do Licos, da antiga Frígia.
         Cem milhas a leste de Éfeso, cinqüenta milhas a sudoeste de
          Filadélfia.
         Numa importante bifurcação de estrada, uma rumo leste a
          Éfeso, e a outra a noroeste para Filadélfia, Sardes, Tiatira e
          Pérgamo.
         A estrada grande vinda do ocidente entre Laodicéia pelos
          ‘portões de Éfeso’ e sai no lado oriental pelos ‘portões da Síria’.
         Laodicéia foi considerada como um guarda da porta, e tornou-
          se sítio de uma resistente fortaleza.
         O seu grande fraco era depender da água fornecida por um
          aqueduto vinda de um local a seis milhas ao sul.
         Colossos e Hierápolis eram cidades vizinhas.
      c. Características
            Grande centro manufatureiro, comercial e financeiro.
            Suas atividades bancárias abrangiam grande parte do
         Oriente. Muitos dos que habitavam eram bem ricos,
         independentes e orgulhosos.
            Hiero deixou a fortuna de dois mil talentos para a cidade.
            Transformavam uma lã brilhante e delicada, de cor escura,
         produzida no vale, em vestes pretas sem costura, e em tapetes
         que eram vendidos para longe.
            Possuíam notáveis fontes térmicas e banhos de lodo.
            As águas minerais possuíam propriedades medicinais que
         atraíam milhares de doentes e esta estação de águas da moda.
            Estas águas, próprias para banho, eram imprestáveis como
         bebida.
As Cartas às Sete Igrejas                                          48
            Fontes térmicas em Hierápolis precipitavam-se por um
          despenhadeiro no outro lado de Laodicéia e a água tornava-se
          morna no caminho.
            A localidade estava sujeita a muitos terremotos.
     “Não há cidade cujo espírito e natureza seja mais difícil de descrever
do que Laodicéia. Não há extremos, e dificilmente fatos bem marcantes.
Mas é exatamente neste equilíbrio que se encontra seu caráter peculiar.
Foram estas as qualidades que contribuíram essencialmente para fazer dela
um próspera cidade comercial, a cidade das finanças e dos banqueiros, que
se adaptava às necessidades e aos desejos dos outros, sempre flexível e
acomodadora, cheia de espírito de compromisso.” – W.L. Ramsay, The
Letters to the Seven Churches of Asia, 422, 423.

       d. História
       Conhecida nos seis primeiros dias como Dióapolis e Roas.
       Reconstruída por Antíoco II (261-246 AC.) e chamada Laodicéia
          em homenagem à sua esposa.
       Um grande número de judeus foi fixado ali por Antíoco III
          (233-187 AC).
       Em 190 AC. caiu nas mãos dos romanos que a entregaram a
          Eumenes, rei de Pérgamo.
       Em 133 AC. Anexada a Roma.
       Nesta época a cidade floresce.
       Cícero fazia-lhe a corte e escreveu muitas de suas cartas em
          Laodicéia.
       Em 60 AC. Foi destruída por um terremoto, entretanto, a cidade
          era tão rica que os seus habitantes a reconstruíram às suas
          próprias custas sem o costumeiro subsídio imperial.
       Em 1.071 foi tomada pelos Seldjúcidas.
       Em 1.119 foi recuperada por cristãos sob João Cmneno.
       Caiu outra vez nas mãos dos turcos.
       A cidade acabou em ruínas e se encontra hoje sem habitantes
          algum.
As Cartas às Sete Igrejas                                            49
       Ruínas de três grandes teatros, o aqueduto e o curso de seu povo
          ainda visível.


       e. Religião
       O deus da Frígia “Men Karou” era deus original da região. Um
          mercado era mantido sob a sua proteção que atraía muita gente
          para fins comerciais.
       A escola de medicina de Laodicéia era dirigida em conexão com
          o templo do deus.
       Uma forma helenizada do velho deus nativo era adorado ali como
          Zeus.
       Nos tempos de Roma, Laodicéia tornou-se um centro sa religião
          imperial.
       Recebeu a reitoria do templo sob Comodo (180-192 AD.)
       Encontram-se muitas moedas e alianças, mostrando relações
          religiosas com a maior parte das cidades vizinhas.

       f. Cristianismo
       A Igreja de Laodicéia foi provavelmente fundada por
          companheiros de Paulo, enquanto o apóstolo trabalhava em
          Éfeso.
       Paulo em sua carta à vizinha Colossos expressa grande interesse
          e referência à igreja de Laodicéia e também Hierápolis. (Col.
          2:1; 4:13, 15).
       Uma carta foi enviada por Paulo a Laodicéia. (Col. 4:16)
       Paulo pediu que sua carta aos Colossenses fosse lida em
          Laodicéia (Col. 4:16).
       A primitiva igreja de Laodicéia gozava proeminência e
          importância.
       Sagaris, seu bispo, foi martirizado em 166 AD.
As Cartas às Sete Igrejas                                            50
       Numerosos concílios da igreja foram ali realizados, entre eles o
          importante concílio de 364 AD. No qual havia trinta e dois
          bispos presentes.
       A igreja desapareceu completamente através do tempo.

    2. O Autor da Carta de Laodicéia – Apoc. 3:14
       a. O Amém – II Cor. 1:20
          “Amém” é uma palavra hebraica significando ‘firme’, ‘fiel’,
          ‘verdadeiro’. É usada como um particípio de afirmação,
          significando ‘verdadeiramente’, ‘de uma verdade’, ‘assim
          seja’. Esta é uma única vez que aparece na Bíblia como um
          nome próprio. Usualmente aparece após uma afirmação ou
          uma oração, como uma espécie de confirmação, ‘assim seja’,
          ou ‘assim na verdade’. Aplicado aqui como um título de Jesus,
          deve ser usado num sentido de perfeição ou conclusão,
          ‘Aquele que é verdadeiro’. A mensagem de Laodicéia é a
          última mensagem de Deus, a última mensagem de Jesus à
          última igreja e é a Ele que se dá aqui o apropriado título
          “Amém”.

       b. A testemunha fiel e verdadeira – Apoc. 19:11; 22:6; João 3:11.

       c. O princípio da criação de Deus.
          The Twentieth Century New Testament: “Aquele por meio de
          quem Deus começou a criar.”
          Tradução de Knox: “A fonte da qual se iniciou a criação de
          Deus.”
          Tradução Americana: “A origem da criação de Deus.”

    3. Aqueles aos quais se destina a mensagem de Laodicéia.
     “O chamado ao banquete do evangelho deve ser dado primeiramente
nos caminhos. Deve ser dado àqueles que pretendem estar nos caminhos
As Cartas às Sete Igrejas                                                 51
da experiência cristã, - aos membros das diferentes igrejas. ‘Quem tem
ouvidos, ouça o que o espírito diz às Igrejas.’ Apoc. 2:7. Nestas igrejas há
adoradores falsos...
     “A advertência destinada à última igreja deve ser proclamado a todos
os que pretendem ser cristãos. A mensagem de Laodicéia, semelhante a
uma espada afiada de dois gumes, deve ir a toda as igrejas.” – 6 T., 76, 77.
     “Foi-me mostrado que o testemunho dado aos laodicenses se aplica ao
povo de Deus da atualidade.” – 1 T., 186 (Escrito em 1856).
     “Se já houve algum povo que necessitasse de atender ao conselho da
Testemunha Fiel e Verdadeira à Igreja de Laodicéia para que se arrependa
diante de Deus e seja zeloso, este povo é o que tem, é que não tem vivido
segundo os seus altos privilégios e responsabilidade.” – E.G.W., R & H., 4/
6/ 1889.

      “Pode algum homem examinar minuciosamente a promessa igreja dos
nossos dias e dizer que são chegamos ao tempo de Laodicéia? Não é a voz
deste cristianismo nosso diz: ‘Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho
falta’? E não é igualmente fato que este mesmo cristianismo nosso é um
‘desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu’? Encontraria o ‘Mene, mene,
tequel, e parsim’ do palácio de Belsazar melhor aplicação aos pagãos da
antiguidade do que esta moderna babilônia cristã.” – J. A Seiss, The
Apocalypse, vol. I, 200, 201.

     4. A fraqueza de Laodicéia

       a. Nem fria nem quente – Apoc. 3:15, 16.
          Twentieth Century New Testament: “Eu conheço a tua vida;
          Eu sei que não és nem fria nem quente. Desejaria que fosses
          antes fria ou quente! Mas como, por causa da tua mornidão,
          nem és quente nem és fria, estou a cuspir-te de minha boca.”

          (1) Uma igreja com pretensão e forma mas sem zelo e fervor.
     “A mensagem laodiceana aplica-se ao povo de Deus que professa crer
na verdade presente. A maior parte, são professos mornos, tendo o nome
mas faltando-lhes o zelo... Professam amar a verdade, todavia são
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  • 1. AS CARTAS ÀS SETE IGREJAS I. TEXTO BÁSICO: Apocalipse 2 e 3 II. O MODELO DAS CARTAS A. O Destinatário 1. Sempre o “anjo” ou guia da igreja Angelos – que envia, um mensageiro, um anjo Angelo – dizer, anunciar Angélia – uma mensagem, doutrina ou preceito 2. Deus fala ao Seu povo por meio de mensageiros Moisés Êx. 4:12-16 Isaias Isa. 6:8, 9 Jeremias Jer. 1:7-9 Ezequiel Ezeq. 1:3; 2:1-7 Ageu Ageu 1:1 B. O Autor Divino 1. Alguns característicos apropriados 2. A dupla obra de Cristo como Sumo Sacerdote a. Representar o povo diante de Deus b. Representar Deus diante do povo 3. O contínuo serviço de Cristo C. Mensagem de Louvor e Reconhecimento 1. Deus reconhece e considera os méritos do Seu povo Sal. 1:6; 7:18; Atos 13:22
  • 2. As Cartas às Sete Igrejas 2 "Nada neste mundo é tão caro ao coração de Deus como Sua igreja." – PR., 590 "Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações." – AA., 12. "A igreja é muito preciosa aos olhos de Deus. Ele não a avalia por suas prerrogativas exteriores, mas pela sincera piedade que a distingue do mundo. Estima-a segundo o crescimento de Cristo, segundo o progresso na experiência espiritual." – PJ., 298. D. Mensagem de Reprovação e Condenação 1. Deus reconhece completamente e como simpatia a debilidade do Seu povo Sal. 103:8-14 “É impossível escapar à observação d’Aquele que diz ‘Eu sei as tuas obras’, por menor que seja o detalhe de nossa conduta. As profundezas se cada coração estão abertas à inspeção de Deus. Cada ação, cada intento, cada palavra, é como que distintivamente anotada como se houvesse somente um indivíduo em todo o universo, como se toda a vigilância e escrutínio de Deus fossem aplicados ao seu procedimento.” – 5 T. 627. 2. A razão das reprovações e correções de Deus Prov. 3:11, 12 "Com infatigável desvelo e ininterrupta vigilância, observa para ver se a luz de qualquer de Suas sentinelas está bruxuleando ou se extinguindo. Se os castiçais fossem deixados ao cuidado meramente humano, sua tremula chama enlanguesceria e morreria; mas Ele é o verdadeiro vigia da Casa do Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do templo. Seu assíduo cuidado e graça mantenedora são a fonte de vida e luz." – AA., 585, 586. 3. As mensagens de reprovação de Deus sempre são acompanhadas com mensagens de amor "Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles.
  • 3. As Cartas às Sete Igrejas 3 “A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada crente contrito.” – AA., 587. E. Mensagens de Conselho e Exortação 1. O supremo valor do conselho de Deus Prov. 3:1, 2; 4:10-13, 20-22 2. As bênçãos de Deus ao homem por permanecer em Suas promessas 3. As promessas restringem-se ao vencedor III. A NECESSIDADE DA IGREJA DAS SETE CARTAS A. Vida e vigor espirituais B. Declínio espiritual C. Período de atividade missionária D. Frieza e satisfação própria E. Período de crescente apostasia F. Confusão e desânimo "Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles, e Seu desejo de que fizessem segura obra para a eternidade. ... "A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar
  • 4. As Cartas às Sete Igrejas 4 são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada crente contrito. ... "E aos que em meio ao conflito mantivessem sua fé em Deus, foram dadas ao profeta as palavras de louvor e promessa: "Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome'." – AA., 587-588. IV. A APLICAÇÃO DAS SETE MENSAGENS “A natureza da visão em que João recebeu estas epístolas torna claro que elas não se limitam somente a estas sete igrejas, mas que nelas devemos contemplar a igreja toda. ... “Estas sete igrejas, então, além de serem literais e históricas, representam todo o corpo da cristandade, em todos os períodos de sua história. ... “Em primeiro lugar, as sete igrejas representam sete fases ou períodos na história da Igreja, que se estendem dos tempos apostólicos à Segunda vinda de Cristo, e cujos característicos são apresentados parcialmente nos nomes destas igrejas, mas mais completamente nas cartas que lhes são enviadas. Houve o período de Éfeso – um período de calor, amor e trabalho por Jesus, aplicado diretamente ao tempo dos apóstolos, em que começou a queda do dever pelo esfriamento gradual do amor de alguns, as falsas profissões de outros, e a renda de exaltações indevidas do clero e oficiais da igreja. Veio, então, o período de Esmirna – a era do martírio e do cheiro suave a Deus, da fidelidade até à morte, marcado, entretanto, com o desenvolvimento de outros desvios no estabelecimento de normas e regulamentos, liberdade às propensões judaizantes e os conseqüentes afastamentos da verdadeira simplicidade do Evangelho. Seguiu, então, o período de Pérgamo, no qual a verdadeira fé desaparecia cada vez mais do cenário; o clericalismo gradualmente se organizava num sistema; a igreja se unia ao mundo e Babilônia começava a assomar às alturas. Veio, então, o período de
  • 5. As Cartas às Sete Igrejas 5 Tiatira – a era da púrpura, da glória do sacerdócio corrompido, e escuridão da verdade; a era efeminada e do domínio clerical, ao usurpar a igreja o lugar de Cristo, e em que as testemunhas de Jesus foram entregues às prisões, às fogueiras e inquisições; a era da entronização da falsa profetiza, que se estendeu aos dias de Lutero e à Reforma. Veio, então, o período de Sardes – a época da separação e volta aos mandos de Cristo; a época da libertação de Balaão e suas doutrinas; da libertação dos nicolaítas e seus dogmas; de Jezabel e suas fornicações; uma época de nomes valiosos, embora também indicados como mortos, e tendo muito de que se arrepender; uma época que cobre a letargia espiritual dos séculos do protestantismo antes dos grandes movimentos evangélicos dos últimos cem anos, e que nos trouxe à era de Filadélfia, distinguida por uma ligação mais íntima com a Palavra escrita, e maior fraternidade entre cristãos, embora já se entregando à mornidão Laodiceana, à auto-suficiência, à profissão oca, à falsa paz, em que o dia do juízo está para cair sobre as multidões despreocupadas que se supõem cristãs, mas não o são. ... “Cada coisa que assinala um destes períodos se aplica também num grau menor, aos outros períodos. É simplesmente a predominância, e o vigor maior ou menor de um elemento em determinado tempo que distingue as sete épocas umas das outras. Os sete períodos, em outras palavras, coexistem em cada período, tanto quanto em sucessão. ... “Em segundo lugar, as sete igrejas representam sete variedades de cristãos, tanto verdadeiros como falsos. Cada confessor do cristianismo é um efésio em suas qualidades religiosas, ou um esmirniano, um pergamita, um tiatiriano, um sardo, um filadelfo ou um laodiceano. “Nem devemos olhar para determinadas facções, nem para uma denominação somente. Cada época, cada denominação, e quase cada congregação possui exemplos de cada igreja. ... “Eu encontro, assim, as sete igrejas em cada igreja, o que dá a estas epístolas uma aplicação direta, a nós mesmos e aos professos cristãos de
  • 6. As Cartas às Sete Igrejas 6 todos os tempos, de maior importância e solenidade.” – J. A Seiss, The Apocalypse, Vol. I, 143-145 V. AS SETE CARTAS A. A Primeira Carta: Apocalipse 2:1-7 1. A Éfeso – a igreja dos apóstolos, ativa e pura a. Significação – desejável b. Período – 31-100 c. A cidade (1) Localização Lídia, na costa ocidental da Ásia Menor Na foz do rio Caíster, sobre colinas das quais se descortina o mar Porto excelente Porta de entrada da Província romana da Ásia (2) Clima (3) Religião (4) História (a) Grandeza anterior – tornou-se capital da província (b) Declínio (c) Ruína “Éfeso é hoje mera desolação, inteiramente destruída, sem habitante algum. A grande praça do mercado, onde se faziam os negócios de uma metrópole renomada, vi-a com plantas de tabaco, sem cercas, descuidada, cheia de mato e abandonada. Os grandes lagartos, ao passarmos por lá saltavam surpreendidos à vista do homem, por sobre colunas caídas de mármore e pórfiro, e esplêndidas cornijas e capitólios que uma vez foram a admiração do mundo. O silêncio, malária e morte pairam sobre aquela que uma vez foi orgulhosamente chamada ‘a primeira das cidades’. ... Restos de paredes ciclópicas, aterros, templos, ruas e casas alinham-se nos planos, colinas e encostas da vasta área que uma vez esteve coberta com a sua glória; mas, a área toda está em completa
  • 7. As Cartas às Sete Igrejas 7 desolação, envolvida numa atmosfera venenosa e coberta somente de coisas sujas e vis.” – J. A Seiss, The Apocalypse, Vol. I, 121, 122 (5) Descobertas arqueológicas d. A igreja (1) O ministério de Paulo Atos 19:1-20:1`, 16-38; I Cor. 6:8; Efésios (2) História posterior 2. O Autor – Aquele que tem as sete estrelas e que anda entre os sete castiçais. Apoc. 2:1. 3. Elogio a Éfeso a. Suas obras e trabalho Apoc. 2:2; Atos 19:18-26; Col. 1:23 “A princípio, o que distinguia a igreja de Éfeso eram a sua simplicidade e fervor como de uma criança. ... “Cheios de amor ao Redentor, buscavam como seu mais elevado objetivo, ganhar almas para Ele. ... Os membros da igreja estavam unidos em sentimento e ação. O amor de Cristo era a corrente áurea que os vinculava entre si. Prosseguiam conhecendo o Senhor sempre e sempre com maior perfeição, e revelavam em sua vida alegria, conforto e paz. Visitavam os órfãos e as viúvas em suas tribulações e mantinham-se incontaminados do mundo. ... “Em toda cidade era a obra levada avante. Almas eram convertidas, as quais, por sua vez, sentiam o dever de transmitir a outrem o inestimável tesouro. Não tinham sossego sem que os raios de luz que lhes haviam iluminado a mente resplandecessem sobre outros. Multidões de incrédulos familiarizavam-se com a razão da esperança do cristão.” – 3 TS., 55, 56 b. Sua paciente tolerância Apoc. 2:3; Atos 4; 5:17-42; 6:7-12; 7:55-60; 8:1-4; II Cor. 11:24-30 Tradução de Moffat: “Eu sei que sofres pacientemente e te esforçaste pela minha causa e não te cansaste.” Apoc. 2:3
  • 8. As Cartas às Sete Igrejas 8 Tradução de Knox: “Sim tu sofreste, e em tudo te esforçaste pelo amor ao meu nome e não desesperaste.” c. Odeia os atos dos nicolaítas Apoc. 2:6 Os nicolaítas constituíam uma antiga seita gnóstica que erradamente traçava sua origem de Nicolau (Atos 6:5), um dos sete diáconos. Eles mantinham certas doutrinas impuras e viviam vidas impuras. No dizer de Clemente de Alexandria eles mantinham o princípio pernicioso de que as paixões baixas devem ser permitidas. 4. A debilidade de Éfeso – um período de perda de amor Apoc. 2:4 “Numa só geração o evangelho foi levado a toda nação debaixo do céu. Mas pouco a pouco veio uma mudança. A igreja perdeu o seu primeiro amor. Tornou-se egoísta e lisonjeira. O espírito mundano foi acalentado. O inimigo lançou seus encantamentos sobre aqueles que receberam de Deus a luz destinada ao mundo em trevas.” – 8 T., p. 26 “Depois de algum tempo, porém, começou a minguar o zelo dos crentes, bem assim o seu amor a Deus e de uns para com os outros. A frieza invadiu a igreja. ... “A piedade decaía rapidamente e parecia estar Satanás para alcançar a ascendência sobre os que se declaravam seguidores de Cristo. “Foi neste tempo crítico da história da igreja que João foi sentenciado ao desterro. Jamais fora a sua voz tão necessária à igreja como agora.” – AA., 580, 581 5. Conselho e AdvertênciaApoc. 2:5 6. A promessa a Éfeso 7. A mensagem de Éfeso aos cristãos de hoje “O chamado ao banquete do evangelho deve ser primeiramente estendido nos caminhos. Deve ser dado àqueles que pretendem estar na estrada real da experiência cristã, - aos membros das diferentes igrejas. ‘O que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas’. Apoc. 2:7. Há nestas
  • 9. As Cartas às Sete Igrejas 9 igrejas adoradores verdadeiros e há adoradores falsos. Deve-se trabalhar por aqueles que caíram do seu primeiro amor, que perderam o seu primeiro zelo e interesse nas coisas espirituais.” – 6 T., p. 76 “Fui instruída a dizer que estas palavras (Apoc. 2:4, 5) são aplicáveis às igrejas Adventistas do Sétimo Dia na condição em que se encontram atualmente. O amor de Deus foi perdido, e isto significa ausência de amor de uns para com os outros. Egoísmo, egoísmo, egoísmo é nutrido e se bate por conseguir supremacia. ... “Deve haver uma reforma e uma reavivamento, sob a ação do Espírito Santo. ... “Deus repreende Seu povo de seus pecados, a fim de torná-lo humilde e levá-lo a buscar-Lhe a face. Ao se reformarem, e o amor de Deus reavivar- se em seus corações, serão amoravelmente atendidos nas petições que Lhe faz. Ele lhe fortificará na obra de reforma e arvorará por ele um estandarte contra o inimigo. Suas ricas bênçãos repousarão sobre ele e refletirá os brilhantes raios da luz do céu. Então u’a multidão, não de sua fé, vendo que Deus está com Seu povo, unir-se-á a ele em servir ao Senhor.” – E. G. White, R & H, 25-2-1902. B. A Segunda Carta: Apoc. 2:8-11 1. Esmirna – uma igreja perseguida, mas firme a. Significação – Mirra, suave aroma adocicado b. Período – 100-313 c. A cidade (1) Localização 35 milhas ao norte de Éfeso. Na cabeceira de uma linda baía Magnífico porto Acrópole fortificada no monte Pagos atrás da cidade Colina circundada por uma rua chamada ‘a rua do ouro’ “Esmirna, receptáculo dos maiores elogios das sete cartas, é a maior de todas as cidades da Anatólia. É atualmente o porto mais importante, fica na cabeceira do seu golfo o qual se estende bem para o interior do continente, e que continuará sempre, o maior porto de todo o país. ...
  • 10. As Cartas às Sete Igrejas 10 Nenhuma cidade das terras do Mediterrâneo oriental oferecem tanta vida e esplendor, ao ser vista do mar espalhada suavemente na encosta entre o mar e a colina. ... “O poderio ultrapassa a aparência, o esplendor, a vida; tais são os característicos da carta e da cidade.” – W. M. Ramsay, The Letter to the Seven Churches of Asia, 279, 280 (2) História (a) História antiga – colônia grega fundada aproximadamente no ano 1.000 A.C. (b) Tragédia e recuperação 600 A C Destruída por Aliate da Lídia e desaparecida por vários séculos. 330 AC Nova Esmirna, fundada após as conquistas de Alexandre. 300 AC Lisímaco planeja fazer de Esmirna um grande centro comercial. 195 AC Inicia o culto do poder de Roma. 178 A D Destruída por terrível terremoto e reconstruída por Marco Aurélio. Freqüentemente devastada por terremotos, mas sempre reconstruída. 1402 Tomada por Tamerlão – habitantes massacrados. 1424 Capturada pelos Turcos – morta a maior parte da população cristã. 1688 Terrível terremoto – a terra se abre e traga 5000 pessoas. 1758 Cidade despovoada por uma praga. 1923 Capturada pelos turcos – terrível massacre dos habitantes. (c) Prosperidade atual. Cidade preponderante da Ásia Menor. População em 1929, 375.000. Um grande porto marítimo e terminal de estrada de
  • 11. As Cartas às Sete Igrejas 11 ferro. A única das sete cidades que retém sinais da antiga grandeza. (d) A igreja cristã em Esmirna. É possível que a igreja de Esmirna tenha sido fundada por Paulo. Deve ter sido visitada por ele durante o seu demorado trabalho na Ásia Menor. A igreja de Esmirna era pobre mas ativa mo trabalho. Sofreu muita perseguição de judeus, romanos e turcos. Foi lá que Policarpo sofreu martírio em 168 AD. Embora fosse sábado, mesmo assim os judeus estavam tão sequiosos de sua morte, que vieram em grande número ao estádio com feixes de lenha para o fogo em que Policarpo morreu. Noutra ocasião foram mortos mil e quinhentos cristãos, e mais oitocentos de outra feita. Apesar de suas muitas perseguições, o cristianismo está ainda vivo e ativo na Esmirna dos nossos dias. Cerca da metade de sua população é cristã no presente. Várias denominações tem ali a sede de suas corporações missionárias. Possui numerosas escolas cristãs. 2. O autor da carta dirigida a Esmirna – o primeiro e o último, Aquele que foi morto mas vive. Apoc. 2:8. 3. Elogio a Esmirna a. Suas obras v. 9 b. Sua tribulação v. 9. O período da igreja de Esmirna foi um período de perseguição e martírio. A igreja em desenvolvimento era odiada e seus membros perseguidos e mortos. Os cristãos eram acusados como causa de todas calamidades – fogo e fome, pestilência e terremoto. Roma começou a considerar os cristãos que reconheciam seu dever de lealdade primeiro a Deus, como inimigos do império e instituíram perseguições terríveis contra eles. Compreendeu a época da arena e do anfiteatro, em que os cristãos eram atirados às feras para
  • 12. As Cartas às Sete Igrejas 12 divertir a população; em que eram queimados e crucificados, mortos à espada ou atirados em caldeirões de óleo fervendo. Poucos foram os mandatários de Roma que não se envolveram em perseguições aos cristãos durante o período de Esmirna. Trajano (98-117) Tumultos populares freqüentes contra os cristãos. Emitiu um édito que declarava ofensa capital perseverar no cristianismo. Muitos mártires, inclusive Simeão, bispo de Jerusalém, e Inácio, bispo de Antioquia foram mortos neste período. Adriano (117-138) Nos jogos e espetáculos a população clamava pela destruição de cristãos. Decretou que os cristãos não deveriam ser mortos sem serem convictos e interrogados. Antonio o Pio (136-161) Os magistrados acusam os cristãos de impiedade. Justino Mártir manda ao imperador a sua Apologia. Atribui-se aos cristãos a responsabilidade de um terremoto na Ásia Menor, fazendo com que a população se volte contra os cristãos com todos os tipos de violências. Marco Aurélio (161-180) Os filósofos acusam os cristãos de crimes horríveis, tais como incesto e banquetes com carnes de crianças mortas. Grandes arremetidas contra cristãos. Um dos mais terríveis períodos de perseguição. Muitos mártires, inclusive Justino Mártir. Destruição das igrejas cristãs de Lion e Viena.
  • 13. As Cartas às Sete Igrejas 13 Muitas apologias para os cristãos, inclusive a de Justino Mártir, Atenágoras e Taciano. Cômodo (180-192) Era comum o suplício de cristãos por renunciarem o paganismo. Sétimo Severo (193-211) Muitos cristãos foram mortos nas províncias. Os presidentes tinham liberdade para perseguir os cristãos à sua vontade. Lei contra a propagação do cristianismo. Alexandre Severo (222-235) Constantemente havia tortura de cristãos. Opiniões de que o cristianismo merece tolerância. Maximino (235-238) Muitas atrocidades contra cristãos. Magistrados e população incitados a atacar cristãos. Décio Trajano (249-251 Editos terríveis contra os cristãos. Governadores encarregados de exterminar totalmente o cristianismo. Muitos cristãos mortos, a pior perseguição se deu neste tempo. Galo (251-253) Cristãos acusados das calamidades e pestilências. Perseguição contínua, morte de muitos cristãos. Aureliano (270-275) Éditos contra cristãos. Diocleciano (284-305) Terrível perseguição de cristãos. c. Pobre mas verdadeiramente rica. Apoc. 2:9; Tiago 2:5; Luc. 12:15-34; Romanos 8: 32. 4. A sinagoga de Satanás Apoc. 2: 9. Tradução de Moffat: “Eu sei como foste caluniada por aqueles que se intitulavam judeus (nem judeus são eles, mas simplesmente uma sinagoga de Satanás).”
  • 14. As Cartas às Sete Igrejas 14 Twenty Century New Testament: “Eu conheço muito bem as calúnias procedentes daqueles que se declaram judeus, quando não o são, mas são uma congregação dirigida por Satanás.” a. O verdadeiro judeu Rom. 2: 28, 29; Gal. 3:7, 29. b. O partido organizado de Satanás. c. As pretensões blasfemas dos falsos religiosos professos. 5. Conselho e admoestação Apoc. 2:10. Tradução de Knox: “Não temas os sofrimentos que terás de suportar. Logo, o diabo lançará alguns de vós na prisão, para provar ali a vossa fé, e por dez dias estareis em dolorosa desgraça. Conservai comigo a fé até a morte, e vos coroarei com vida.” a. Provação e sofrimento, a sorte da igreja. Mat. 10: 22; Luc. 21: 16, 17; Atos 9: 16. b. O período excepcional de tribulação de Esmirna. (1) Os éditos de diocleciano 303 A D. (2) O édito de Milão de Constantino 313 A D. c. O objetivo de Deus na prova e aflição. “Ele permite que a aflição alguma sobrevenha à igreja senão unicamente a que é necessária para a sua purificação, seu bem presente e eterno. Purificará Sua igreja assim como purificou o templo no princípio e no fim do Seu ministério na terra. Tudo que Ele traz sobre a igreja em forma de provações e aflições, fá-lo para que seu povo adquira mais profunda piedade e mais força para levar a todas as partes do mundo as vitórias da cruz.” – 3TS., 392. d. A ineficácia dos esforços de Satanás para fazer parar a obra de Deus pela perseguição. “Nulos foram os esforços de Satanás para destruir pela violência a igreja de Cristo. O grande conflito em que os discípulos de Jesus rendiam a vida, não cessava quando estes fiéis porta-estandartes tombavam em seus postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a espalhar-se, e o
  • 15. As Cartas às Sete Igrejas 15 número de seus aderentes a aumentar. Penetrou em regiões que eram inacessíveis, mesmo às águias romanas. ... "Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar as vagas. E os que eram martirizados por sua fé tornavam-se aquisição de Cristo, por Ele tidos na conta de vencedores. Haviam pelejado o bom combate, e deveriam receber a coroa de glória quando Cristo viesse. Os sofrimentos que suportavam, levavam os cristãos mais perto uns dos outros e de seu Redentor. Seu exemplo em vida, e seu testemunho ao morrerem, eram constante atestado à verdade; e, onde menos se esperava, os súditos de Satanás estavam deixando o seu serviço e alistando-se sob a bandeira de Cristo.” – GC., 41, 42. e. A atitude conveniente do filho de Deus ante a prova e a perseguição Mat. 10: 23-26, 39; Luc. 12: 32; Heb. 12:3. f. A firmeza dos filhos de Deus sob perseguição. Heb. 11 : 33-40. Resposta de Policarpo antes de ser martirizado em Esmirna ao juiz que lhe pedia renunciar a Cristo e poupar sua vida : “Oitenta e seis anos eu O servi, e Ele nunca me fez mal; como então posso blasfemar do meu Rei, Aquele que me salvou?” g. A recompensa prometida aos fiéis até a morte. Apoc. 2: 10. C. A terceira carta: Apoc. 2: 12-17. 1. A Pérgamo (Pergamum) – igreja próspera e popular. a. Período – 313-538. b. A cidade. (1) Localização. Quarenta milhas ao norte de Esmirna e quinze milhas do mar. Construída sobre um monte rochoso mil pés acima do vale. Posição de notável defesa natural. Dá a impressão de permanência, de poderio indestrutível e de autoridade. “Mais que qualquer outro lugar da Ásia Menor, ela dá ao viajante a impressão de uma cidade real, a sede da autoridade: o rochoso monte em
  • 16. As Cartas às Sete Igrejas 16 que se localiza é tão vasto que domina altiva e audazmente a planície costeira do rio Caico. ... “A história a aponta como cidade real, e nada menos, claramente, o fez a natureza. Nenhuma cidade de toda a Ásia Menor - tanto quanto eu tenha visto, e há algumas de certa importância que não vi – possui um aspecto tão imponente e dominante. Foi a única cidade que forçou a exclamar Uma cidade real. Cheguei a ela depois de Ter visto as outras, mas essa foi a impressão que ela produziu. Há um quê de singularidade e predominância neste efeito, situada como está sobre a magnificente colina que se sobressai desafiadoramente do nível da planície, e que domina o vale e as montanhas do sul. Outras cidades da região possuem esplêndidas colinas que fizeram delas poderosas fortalezas da antiguidade; mas nas quais a colina é como se fosse o governo e a acrópole com a cidade estendida embaixo na frente e ao redor. Mas aqui a colina era a própria cidade, e os edifícios, especialmente romanos, localizados abaixo da cidade, eram ornamentos externos que lhe emprestavam beleza e majestade.” – W.M. Ramsey, The Letters to the Seven Churches of Ásia, 281, 295. (2) História. Fundada pelos gregos eólios depois da queda de Tróia. Homero e mais tarde Heródoto, produziram ali alguns dos seus escritos. Lisímaco considerava-a como o lugar mais seguro de seu reino. 282 A.C Fileteros rompeu sua aliança com Lisímaco e fundou o reino de Pérgamo. 241 AC. Átalo I foi o primeiro de uma série de reis com o seu nome. Derrotou os gauleses invasores e os fez povoar um distrito conhecido dali em diante como Galácia. 197 AC. Eumenes tomou o trono e fundou uma famosa biblioteca em Pérgamo que logo rivalizou com a de Alexandria. 133 AC. Morte de Átalo III que legou o reino à Roma.
  • 17. As Cartas às Sete Igrejas 17 Pérgamo tornou-se então a capital da província romana de Ásia por dois séculos e meio Posteriormente a cidade decaiu e a Pérgamo moderna é uma simples sombra da cidade primitiva. (3) Religião. Um centro preponderante de religiões pagãs. Imenso altar a Zeus erigido para comemorar a vitória sobre os gauleses. Um templo vistoso a Átena. Centro do culto a Dionizio (Baco), o deus boi. Famoso altar sagrado a Esculápio, o deus da medicina. Templos em homenagem aos imperadores romanos: Augusto, Trajano e Severo. Muitos devotos de Baco, o deus do vinho, e de Vênus, a deusa do amor “Em 487 A.C os babilônicos vencidos fugiram para a Ásia menor, e fixaram seu colégio central em Pérgamo, para onde levaram o palácio de Babilônia, a pedra cúbica. Ali, independentes do controle estatal, eles conservaram os ritos de sua religião, e tramaram contra a paz do império persa, instigando os gregos neste sentido. – W.R. Barker, Lares and Penates, 233 Deve-se notar que os reis de Pérgamo eram todos também chefes pontífices de sua religião, conforme o antigo costume babilônico. Atalo III, o útimo destes reis-sacerdotes, entregou-se à Roma, com sua nação, reinado e ofícios sacerdotais. Os imperadores de Roma, a começar de Júlio e Augusto, tomaram também honras e títulos reais e se consideraram divinos e nisto foram imitados mais tarde pelos papas. 2. O divino autor – Aquele que tem a espada aguda de dois gumes. Apoc. 2:12 a. Roma e o poder de sua espada de dois gumes. N.T e V.T. b. Deus e o poder de sua palavra. Heb. 4:12; Isa. 55:11 Efés. 6:17
  • 18. As Cartas às Sete Igrejas 18 3. Elogios a Pérgamo. Apoc. 2:13 a. As obras de Pérgamo. b. Situada onde se encontra o trono de Satanás. (1) Deus toma em consideração as circunstâncias locais de seu povo. Sal. 87:4-6. (2) O significado de ‘o trono de Satanás’ Revised Standard Version: “Eu sei onde habitas, que é o lugar onde Satanás está entronizado”. Tradução de Knox: “Eu bem sei o lugar em que habitas, um lugar onde Satanás se entronizou”. Tradução de Weymouth: “Eu sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás”. Emphatic Diaglott: “Eu sei onde habitas, que é onde está o trono do adversário”. (a) A parcela de Satanás nos negócios deste mundo. João 2:31; II Cor. 4:4; Efés. 2:2; 6:12; Luc. 4:5,6. “Depois de tentar o homem a pecar, Satanás reclamou a Terra como sua, e intitulou-se príncipe deste mundo. Havendo levado os pais de nossa raça à semelhança com sua própria natureza, julgou estabelecer aqui seu império. Declarou que os homens o haviam escolhido como seu soberano. Através de seu domínio sobre os homens, adquiriu império sobre o mundo. Cristo viera para desmentir a pretensão de Satanás”. – DTN., 114-115. “Um demônio tornou-se o poder central no mundo. Satanás pôs o seu trono onde deveria estar o trono de Deus. O mundo depositou a homenagem, como oferta voluntária, aos pés do inimigo”. – 6 T., 236. (b) O trono ou sede de Satanás. (1) Pérgamo, a capital da região a que se destinavam as sete cartas. (2) Pérgamo, um centro de cultos pagãos. (3) Roma, a capital do império romano.
  • 19. As Cartas às Sete Igrejas 19 (4) Roma, a metrópole do papa durante o período de Pérgamo. c. Retém firma o nome de Deus. Tradução de Knox: “E ainda és fiel ao Meu nome”. Tradução de Moffat: “E ainda aderes ao Meu nome”. Tradução de Weymouth: “E ainda Me és fiel”. d. Fiel nos dias do martírio de Ântipas. 4. Reprovação de Pérgamo. Apoc. 2:14,15. a. Possuía aqueles que mantinham a doutrina de Balaão. Tradução de Knox: “Tens lá o seguidores da doutrina de Balaão. Aquele Balaão que ensinou Balaque a como preparar armadilhas ao povo de Israel, ao eles comerem do sacrificado aos ídolos e caírem em fornicação”. (1) Balaão. Núm. 22-25; PP. 479-505. Conhecia a mensagem da verdade. Tinha sido um profeta de Deus. Familiarizado com o caminho do dever. Enamorado do mundo. Desejo de honra, ganho, aplausos. Desejava ser usado como instrumento para derrubar o povo de Deus. Aconselhou estratagemas para desviar Israel. Levou Israel a alianças idólatras e adúlteras com o mundo. Os resultados desastrosos da libertinagem de Israel (2) A igreja balaamita no período de Pérgamo. Cristianismo e paganismo de mãos dadas. Aliança ímpia entre igreja e estado. Deformidade e libertinagem na igreja como resultado. Uma monstruosidade, sangue pagão correndo por veias cristãs.
  • 20. As Cartas às Sete Igrejas 20 Cerimônias e pompa pagãs misturadas nos ritos cristãos “Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob o paganismo. Mas, em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas. A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século IV, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja. ... “Esta mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo resultou no desenvolvimento do "homem do pecado", predito na profecia como se opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de religião falsa é a obra-prima do poder de Satanás – monumento de seus esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua vontade. “Para conseguir proveitos e honras humanas, a igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra; e, havendo assim rejeitado a Cristo, foi induzida a prestar obediência ao representante de Satanás – o bispo de Roma”. – GC., 49-51. b. Possuía aqueles que mantinham as doutrinas dos Nicolaítas. (1) Doutrinas que Deus odeia. (2) Doutrinas que a igreja primitiva odiara Apoc. 2:6. (3) Doutrinas que a igreja aceitou então “Os bispos cristãos introduziram, com leves modificações, no culto cristão, aqueles ritos e instituições pelos quais, anteriormente, gregos, romanos e outros tinham manifestado sua piedade e veneração às suas deidades imaginárias, supondo que o povo abraçaria o cristianismo mais prontamente, se percebessem que os ritos lhes eram estendidos pelos próprios pais, sem haver alterações entre os cristãos, e vissem que, Cristo e os mártires eram adorados da mesma forma que os seus deuses anteriormente. Houve, naturalmente, pouca diferença entre o culto público
  • 21. As Cartas às Sete Igrejas 21 dos cristãos e o dos gregos e romanos nessa época. Tanto num como no outro havia vestes esplendidas, mitras, tiaras, purificações, imagens, vasos de ouro e prata, velas, báculos pastorais, confissões e um sem número de outras coisas semelhantes. “Constantino não renunciou a religião dos seus ancestrais antes de se erigirem aqui e acolá templos magníficos, os quais, adornados de gravuras e imagens, tanto na sua forma exterior como interior, se assemelhavam muito às igrejas e templos dos deuses”. J.L Von Mosheim, Ecclesiastical History, vol. I, 369. 5. Conselho e advertência a Pérgamo. Apoc. 2.:16; Núm. 22:22,23; Isa. 11:4. Tradução de Weymouth: “Arrepende-te de vez; senão, virei a ti em breve, e farei guerra contra eles com a espada da minha boca”. 6. A promessa a Pérgamo. V. 17. a . O maná escondido. Êx. 16:32,33,34; João 6:27-63; Sal. 119:11. b. A pedra branca. Tesseras com inscrições eram dadas aos gladiadores vitoriosos. Pedras eram usadas pelos jurados como votos nas eleições. Tesseras serviam de bilhetes de entrada nos festejos públicos. O Urim é o Tumim “A verdade é que a pedra branca com o novo nome não era qualquer reprodução exata de algum costume ou objeto de uso social daquele tempo. Era uma nova concepção, inventada para este novo objetivo; imaginada unicamente para que, por coisas e formas já familiares, ficasse perfeitamente entendível a todos os leitores das igrejas asiáticas. Continha analogias com muitas coisas embora não fosse reprodução exata de nenhuma delas”. W.M. Ramsay, The Letters to the Seven Churches of Asia, 304. C . O novo nome: Isa. 62:2; 19:12; 22:4; I João 3:2.
  • 22. As Cartas às Sete Igrejas 22 D. A Quarta Carta: Apoc. 2:18-29. 1. Tiatira – Igreja do período papal, poderosa, mas corrupta. a. Período – 538-1563. b. A cidade (1) Localização. Na Lídia, perto das fronteiras da Mísia Vinte e cinco milhas a sudeste de Pérgamo Várias estradas famosas e antigas passavam neste lugar Situada numa leve elevação do terreno, sem benefícios ou defesas naturais Impressão geral de debilidade, dependência, sujeição A fragilidade natural impunha aos sitiantes a necessidade de vigilância. (2) História. A cidade primitiva era conhecida como Pelúpia e Euipia Colonizada por negros entre 301 e 281 AC. por Seleuco Nicator Recebeu o nome Tiatira de Seleuco que nela estabeleceu uma guarnição Cercada pelos romanos em 190 AC. Tornou-se importante centro de comunicação Salientou-se como cidade industrial Possuía mais corporações comerciais que qualquer outra cidade da Ásia Os habitantes eram famosos por causa de sua perícia em tingir púrpura Possui aproximadamente vinte mil habitantes hoje Encontram-se fragmentos de antigas ruínas usadas hoje em construções e ruas modernas (3) Religião. A religião de Tiatira é um tanto obscura
  • 23. As Cartas às Sete Igrejas 23 Seu herói era Tirino, uma figura montada, com uma machadinha de batalha no ombro. Seu deus protetor era um sincretismo conhecido como Propoli; Hélio, o deus sol, ou Apolo 2. O Autor. Apoc. 2:18. a. O Filho de Deus b. Olhos como chamas de fogo Aquele que examina o coração v. 23; Jer. 11:20 c. Pés semelhantes a latão reluzente Queima e esmaga os ímpios na Sua ira Apoc. 1:15, 2:27; Miq. 1:3-5; Hab 3:5; Jó 40:12. 3. Elogio a Tiatira (Apoc. 2:19) Tradução de Knox: “Eu conheço todas as tuas obras, tua fé, teu amor tua generosidade tua paciência e, de como nestes últimos dias és mais ativa que no princípio.” Revised Standard Version: “Eu conheço as tuas obras, teu amor e fé e serviço e paciente sofrimento, e que as tuas obras finais excedem as primeiras.” Embora o período de Tiatira devesse experimentar muito de escuridão, devia também ver muito de luz. Embora tenhamos aqui alguns dos fatos mais difamantes já executados em nome da religião, temos também alguns dos maiores feitos de homens cheios de amor e Espírito de Deus. Foram os dias dos cavaleiros do templo, dos monges mendicantes e de Hildebrando (mais tarde Gregório VII), mas foram também os dias dos Valdenses e Albigenses, de Wycliffe e Huss, Jerônimo e Lutero. Nunca houve tanto para ser louvado, nunca tanto para ser condenado. Deus viu o serviço de amor e o paciente sofrimento de Seus filhos e expressou a Tiatira as Suas palavras de louvor e elogio. 4. Condenação e reprovação (Apoc 2:20-23) a. Tolera a mulher Jezabel (v. 20)
  • 24. As Cartas às Sete Igrejas 24 Tradução Americana: “Mas tenho contra ti que toleras aquela Jezabel como mulher que pretende estar inspirada.” Tradução de Knox: “Ainda cá e lá tenho faltas a descobrir em ti, tu tolerar a mulher Jezabel, que pretende ter o dom de profecia, para desviar com seus ensinos os Meus servos.” (1) A Mulher Jezabel (I Reis 16:31; 18:19; 19:1-8; 21:5-15, 23-25; II Reis 9:22-37) (a) Uma profetiza de Baal (b) Seus esforços para seduzir o povo de Deus (c) Apostasia em Israel (d) Perseguição aos filhos fiéis de Deus (e) Três ano e meio de fome (f) Elias e sua mensagem de reforma (g) A sentença de Jezabel. (2) O antítipo Jezabel – Roma Papal, a meretriz (Apoc 17:1-6) (a) Identificada com Babilônia, a inimiga de Deus. “O arquienganador não havia terminado a sua obra. Estava decidido a congregar o mundo cristão sob sua bandeira, e exercer o poder por intermédio de seu vigário, o orgulhoso pontífice que pretendia ser o representante de Cristo. Por meio de pagãos meio-convertidos, ambiciosos prelados e eclesiásticos amantes do mundo, realizou ele seu propósito.... “No século VI tornou-se o papado firmemente estabelecido. Fixou-se a sede de seu poderio na cidade imperial e declarou-se ser o bispo de Roma a cabeça de toda a igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O dragão dera à besta "o seu poder, e o seu trono, e grande poderio'.” – GC, 53, 54. (b) Sua aliança ilícita com o trono; (c) Seus esforços para seduzir o povo de deus; (d) Sua luta contra a palavra de Deus; (e) Seus esforços para esmagar o povo de Deus (f) O período de eclipse para os poderes da vida e da luz (Apoc 11:3-6; 12:6).
  • 25. As Cartas às Sete Igrejas 25 “E começaram então os 1.260 anos da opressão papal preditos nas profecias de Daniel e Apocalipse. (Dan. 7:25; Apoc. 13:5-7.) Os cristãos foram obrigados a optar entre renunciar sua integridade e aceitar as cerimônias e culto papais, ou passar a vida nas masmorras, sofrer a morte pelo instrumento de tortura, pela fogueira, ou pela machadinha do verdugo... Durante séculos a igreja de Cristo encontrou refúgio no isolamento e obscuridade. Assim diz o profeta: 'A mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil e duzentos e sessenta dias.' Apoc. 12:6. “O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura Idade Média.” – GC, 54, 55. b. Os tratamentos de Deus a Jezabel (Apoc 2:21-23) (1) Tempo para se arrepender mas recusado Tradução de Knox: “Dei-lhe tempo para o arrependimento, mas ela não quer abandonar os seus caminhos de prostituta.” (2) A sua recompensa, dos seus amantes e das suas filhas Tradução de Weymouth: “Digo-lhe que estou prestes a lançá-la num leito de dor, e afligirei severamente aqueles que com ela adulteram, a menos que se arrependam da conduta igual a dela. Suas filhas certamente morrerão; e todas as igrejas virão a conhecer que Sou Eu que examina os pensamentos íntimos dos homens; e recompensarei a cada um conforme as suas obras.” Tradução Americana: “Vede! Fá-la-ei deitar num leito de dor, e trarei grandes desgraças sobre os que partilham sua imoralidade, a menos que se arrependam das suas práticas, e ferirei de morte as suas filhas. Então todas as igrejas saberão que Eu Sou quem examina as mentes e os corações dos homens, e retribuirei a cada um de vós por aquilo que tendes feito.”
  • 26. As Cartas às Sete Igrejas 26 c. O símbolo de Jezabel é apropriado Jamais alguns símbolos foram mais apropriados do que os de Jezabel com a igreja de Tiatira. Jezabel veio da casa de Baal para a casa de Deus. Pagã de coração, tornou-se a rainha de Israel. Do lugar de sua influência no trono fez todos os esforços para seduzir os adoradores de Deus e para estabelecer o culto de Baal. Todos os esforços foram feitos para esmagar os servos de Deus e para honrar os sacerdotes de Baal. Os profetas de Deus foram mortos à espada e fugitivos no deserto. Por três anos e meio houve fome na terra. Veio então o desafio de Elias no Carmelo e a reforma vagarosa e difícil. Tal se deu contra a igreja de Tiatira. A vinda de Jezabel trouxe consigo terrível escuridão. A meretriz assentava-se sobre o trono enquanto que a virgem fugia para o deserto. Por três anos e meio proféticos, o período de 1260 anos preditos pelos profetas, a verdade esteve eclipsada enquanto que na terra havia fome espiritual. Finalmente surgiram profetas, luz, e a obra da reforma. “Em toda a história não há outro caráter que represente tão cabalmente o sistema papal – seu caráter, obras e culto – como a impura mulher de Acabe, a Jezabel destas epístolas. Era uma pagã casada com judeu; e tal é o caráter do sistema papal nos seus principais elementos – paganismo unido a um judaísmo obsoleto. É descrita como mulher que se diz profeta e como encarregada de ser mestre dos servos de Deus; o papado professa e pretende ser o único mestre infalível do céu a ensinar a verdade de Deus. Ela é descrita como tendo um conjunto de ‘obras’, enfaticamente chamado ‘suas obras’ para distinguir de outras que são chamadas ‘obras de Cristo’; e o papado é um sistema de obras – uma religião de cerimônias, penitências, jejuns, missas, rezas, vigílias, abnegações, macerações do corpo, purgatórios, super privilégios e santidade meritória de santos, pelas quais ela se propõe salvar seus devotos. Ela era adúltera; e o papado, acima de tudo, se tem caracterizado por suas relações com reis e potestades da terra, fazendo o que lhes agrada para conservá-los sob sua direção e ensinar o povo de Deus a submeter-se e aceitar as formalidades mundanas como meios de vitória cristã. Ela foi uma perseguidora e matadora dos profetas e das testemunhas de Deus; e o que mais distingue o papado é a severidade mostrada contra aqueles que se levantaram contra suas ímpias pretensões, e
  • 27. As Cartas às Sete Igrejas 27 as torturas públicas e secretas, e as matanças dos santos.” – J.A. Seiss, The Apocalypse, vol. I, 194, 195. 5. Palavras de conforto e conselho (Apoc 2:24-25) Tradução de Knox: “Mas eu vos digo, estes outros em Tiatira que não seguem este ensino, que nunca aprenderam os profundos mistérios (como são chamados) que Satanás oferece; tendo novo fardo para por sobre vós; conservai o que já tendes, até que Eu venha.” 6. Promessas (Apoc 2:26-28) Tradução Americana: “Aquele que for vitorioso e continuar até o fim a fazer o que Me agrada, dar-lhe-ei autoridade sobre os pagãos – a mesma autoridade que recebi do Meu Pai; apascentará com vara de ferro, e os sacudirá como vasos de barro: - e lhe darei a estrela da manhã.” Tradução de Knox: “Quem ganhará a vitória? Quem fará a minha vontade até o fim? Dar-lhe-ei autoridade sobre as nações para apascentá-las como ovelhas com cajado de ferro, desfazendo-as em pedaços como vasos de barro; a mesma autoridade que recebi do Meu Pai. E a estrelas da manhã será sua.” a. Poder sobre as nações (Sal 22:8, 9; Dan 2:44; 7:14, 18, 25-27) Não serão os soberbos mas os mansos que herdarão a terra. Não será aos que batem pelo poder que se dará o poder, mas aos humildes aos filhos de Deus freqüentemente pisados é que se dará afinal o governo da terra. b. A estrela da manhã “Passara para o mundo a meia-noite. As horas de trevas estavam a esvair-se, e em muitas terras apareciam indícios da aurora a despontar. “No século XIV surgiu na Inglaterra um homem que devia ser considerado "a estrela da manhã da Reforma". João Wycliffe foi o arauto da
  • 28. As Cartas às Sete Igrejas 28 Reforma, não somente para a Inglaterra mas para toda a cristandade.” – GC, 79, 80. “Assim pereceram os fiéis porta-luzes de Deus. Mas a luz das verdades que proclamaram – luz de seu exemplo heróico – não se havia de extinguir. Tanto poderiam os homens tentar desviar o Sol de seu curso como impedir o raiar daquele dia que mesmo então despontava sobre o mundo.” – GC, 115 “Preeminente entre os que foram chamados para dirigir a igreja das trevas do papado à luz de uma fé mais pura, acha-se Martinho Lutero. Zeloso, ardente e dedicado, não conhecendo outro temor senão o de Deus, e não reconhecendo outro fundamento para a fé religiosa além das Escrituras Sagradas, Lutero foi o homem para o seu tempo; por meio dele Deus efetuou uma grande obra para a reforma da igreja e esclarecimento do mundo.” – GC, 120. 7. O convite para ouvir ( Apoc 2:29) Deve-se notar que o convite feito à igreja para ouvir é o último item que chega à igreja, vindo em seguida a promessa. Para as três primeiras igrejas o convite para ouvir precede à promessa. Para as últimas quatro, o convite segue a mesma. “Nos três primeiros casos parece que o convite do Espírito parte de dentro do corpo de membros para o mundo lá fora; nos últimos quatro, porém parece que até o próprio Espírito está fora, e que o convite é agora considerado como tendo a mesma relação, tanto para o corpo professo da igreja como para o mundo. Isto é muito significativo quanto à prevalecente apostasia que paganizou de tal maneira a professa igreja, que fez com que os cristãos fossem tão raros na igreja como no mundo. Tal como a coluna de nuvem que se levantou de diante do acampamento de Israel para se colocar por trás dele, para separar o povo do Senhor dos Egípcios, assim também esta transposição indica que a igreja, como um corpo, se tornou tão misturada com o mundo que se fez necessário traçar uma distinção entre o verdadeiro povo de Deus e o mundo, assim como o convite que lhe foi dirigido significava separar-se dele. Desta maneira, temos que, em todas as epístolas em que a advertência do Espírito vem depois da promessa, o conjunto professo da igreja é tratado, pois, como apóstata e desesperadamente corrupto.” – J.A. Seiss, The Apocalypse, vol. I, 187.
  • 29. As Cartas às Sete Igrejas 29 E. A Quinta Carta (Apoc 3:1-6) 1. Sardes – A igreja do período posterior à Reforma, fraca, mundana e degenerada. a. Período – 1563 – 1792 b. A cidade (1) Localização Cinqüenta milhas ao oriente de Esmirna; Aos pés do monte Tmolo; À margem oriental do rio Pactolo, que serve de escoadouro; Lugar de grande beleza cercado de uma região muito fértil; Acrópole sobre uma montanha de 150 pés de altura, uma crista da montanha; Uma fortaleza quase inexpugnável; Inacessível exceto no ponto ao sul; Os outros lados lisos como paredes de rocha quase perpendiculares; Distinguida pela natureza como sede do vale do Hermo. (2) História Principia contemporaneamente com os inícios da Lídia no décimo século antes de Cristo; Tornou-se a capital da Lídia; Esteve freqüentemente em guerras; Grande inimiga das cidades Jônicas, as quais conquistou uma a uma; Capital de Creso, o riquíssimo rei da Lídia; 546 a.C. – Tomada por Ciro, do confiante Creso, tornou-se sede da satrapia persa; 499 a.C. – Queimada pelos atenienses, o que causou a guerra com a Pérsia; 334 a.C. – Cercada por Alexandre; 214 a.C. – Tomada por estratagema, por Antíoco o Grande;
  • 30. As Cartas às Sete Igrejas 30 190 a.C. – Caiu nas mãos romanas depois da Batalha de Magnésia; Tornou-se parte do reino de Pérgamo; 129 a.C. – Organização da Província da Ásia, causando a queda de Sardes e suas fronteiras; 17 A.D. – Quase destruída por um terremoto, mas reconstruída por Tibério; 295 A.D. – Após a desintegração da província romana da Ásia, tornou-se a capital da Lídia sob hierarquia bizantina; 1402 A.C. – Completamente destruída por Tamerlão e jamais reedificada; Hoje – Um campo ermo de espinhos, flores silvestres e ruínas imponentes; Algumas cabanas de nômades Yurucks por entre as antigas ruínas. Impressões de Emerson de uma visita a Sardes: “Há recordações mais vívidas e variadas, ligadas ao panorama de Sardes do que se poderiam possivelmente associar a qualquer outro lugar da terra; mas todas estão misturadas de um sentimento de desgosto com a pequenez da glória humana; tudo – tudo passou. À minha frente estavam os estandartes de uma religião morta; os túmulos de monarcas esquecidos, e a palmeira que se agitara no salão de banquete dos reis; enquanto que o sentimento de desolação que me envolvia era duplamente acentuado por causa da solidão e do céu muito claro acima de mim, o qual, com seu brilho imorredouro, brilhava agora tão puro como quando raiava sobre os áureos sonhos de Creso.” (3) Religião Cibele, uma deusa Anatólia, era a deidade protetora da cidade. Seu culto era semelhante ao de Diana dos efésios. Suas moedas revelam alianças religiosas com Éfeso. Cibele é descrita como uma estranha figura rústica de vários seios.
  • 31. As Cartas às Sete Igrejas 31 Ela era cultuada num magnífico templo cujas ruínas ainda existem. Havia também um templo de Zeus. (4) A igreja Uma comunidade cristã desenvolveu-se antigamente em Sardes. Tornou-se a sede de um bispo da igreja. As paredes de uma igreja erigida antes do quarto século A.D. ainda estão em pé. O trono de mármore do bispo de Sardes foi descoberto. 2. O Autor – Apoc. 3:1 Aquele que tinha os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas de Apoc. 2:1. 3. Mensagem de condenação – Apoc. 3:1 Tradução de Knox: “Eu conheço todos os teus feitos, como te fazes passar por vivo, e de como em tudo és um cadáver.” Tradução de Weymouth: “Eu conheço os teus feitos – supõe-se de que estás viva, mas em realidade está morta.” Standard Revised Version: “Eu conheço as tuas obras; tu tens o nome de que vives, e estás morta.” A igreja de Sardes é a igreja do período da reforma. Neste período a única coisa que se esperaria é vida e vitalidade. Depois das trevas e da infâmia do período de Tiatira, só poderia ser natural supor que a igreja há pouco fundada pelos reformadores devesse ser uma igreja viva com zelo e vigor, pura na fé, e inteiramente devotada ao serviço de Deus. Entretanto, em lugar do costumeiro elogio, a mensagem inicial a esta igreja é de condenação. – Presumia-se que a igreja estava viva mas estava morta. Sardes foi um período de frias formalidades religiosas que tinham aparência de vida, uma igreja, entretanto, realmente morta.
  • 32. As Cartas às Sete Igrejas 32 “Contudo, a vida nova não jactanciosa eram em muitos sentidos apenas de nome, e não na realidade. Estes sardenses haviam ouvido e recebido o que era reto e bom; mas eles não se apegaram ou não cresceram naquilo que lhes foi dado, e tornaram-se mortos nas muitas formas e ornamentos da nova vida. Embora tivessem desafiado e escapado dos feiticeiros, eles permitiram que suas vestes fossem arrastadas por outros aviltamentos. ... Em grande parte, a igreja de Sardes nada mais era que uma planta abatida e uma carcaça morta. Surgiu no frescor da novidade; tinha ouvido e recebido daquilo que é próprio os verdadeiros santos terem na vida; mas em pouco tempo tinha mais profissão do que vitalidade, e mais jactância do que pureza ou frutos.” – J.A. Seis, The Apocalypse. Vol. I, 162. “Nalguns respeitos o décimo oitavo século é o mais ilusório período da história da Inglaterra. É a cincerela dos séculos. Ninguém tem uma boa palavra com a qual se referir a ele. Carlyle resume-o numa frase amarga: “alma extinta; estômago bem vivo. ... “O verdadeiro escândalo da Inglaterra no décimo oitavo século, a lepra que envenenava seu sangue, a mancha negra no disco luminoso de sua história, é a decadência da religião que distinguiu os seus primeiros 50 anos. No que se refere à sua fé, a Inglaterra estava morta. Os seus céus espirituais eram tão negros como a meia-noite no Ártico, e enregelados como as suas geadas. ... “Somente com um esforço de imaginação histórica é que podemos reconhecer a condição da Inglaterra em 1703. ... Montesquieu que estudou a Inglaterra daqueles tempos a sua maneira francesa e aguda, diz grosseiramente: ‘Não existe tal coisa como religião na Inglaterra’. ... O cristianismo sob os céus da Inglaterra nunca esteve, nem no passado nem agora, tão próximo do estado de morto. Quem não se lembra das sentenças com as quais o bispo de Butler, tenebroso insinuante, intelecto poderoso, prefixou a sua analogia? Ela tem vários meios para ser tomada como idônea. Ele escreveu que ‘o cristianismo não mais tanto um objeto de investigação, mas que, foi afinal agora manifesto que, como fictício. ... Os homens o tratam como se, na época atual, ele fosse um ponto com o qual todos os homens de discernimento concordem, e do qual nada sobra a não ser como objeto principal de gaiatice e ridicularização’. Entre Montesquieu e Butler, o grande francês e o ainda maior inglês, que outro cortejo de
  • 33. As Cartas às Sete Igrejas 33 testemunhas poderiam ser citadas com prova de decadência da fé na Grã- Bretanha no começo do décimo oitavo século? E quando a fé morre, que é que sobrevive?... “O cristianismo não pode perecer; mas chegou perto do desmaio mortal naquela era melancólica. ‘Houve”, diz Green, o historiador, ‘revolta aberta contra a religião e contra as igrejas em ambos os extremos da sociedade inglesa. Os pobres eram ignorantes e brutais num grau impossível de ser agora reconhecido; os ricos, quase totalmente descrentes da religião, ligados a uma baixeza de vida agora felizmente quase inconcebível.’... “O verdadeiro despertamento da vida religiosa da raça de fala inglesa data de Wesley. Dizer que ele reuniu os fragmentos da consciência inglesa é verdade, mas é só meia verdade. Ele a criou de novo! Ela estava morta – duplamente morta; e foi através de seus lábios que Deus soprou de novo nela o fôlego de vida. ... “O fator decisivo na religião daquele tempo foi ter ela deixado de ser vida, ou de comunicar vida. Ela foi exaurida dos seus elementos dinâmicos – a visão de um Cristo Redentor; a mensagem do perdão pessoal e imediato. Isto estava congelado na teologia; desaparecera nas formalidades eclesiásticas; fora cristalizado num sistema de éticas exteriores; tornara-se um mero acessório dos políticos. Ninguém o imaginava, ninguém pensava nisto, nem procurava reconhecê-lo, como uma libertação espiritual; uma libertação ao toque dos dedos; uma libertação a ser reconhecido na experiência pessoal. Religião traduzida em termos vivos da experiência humana, e habitando na alma como energia divina, era coisa esquecida. Uma lâmpada elétrica sem a corrente de eletricidade é um mero cordão de fibras calcinadas, pretas e mortas. E o próprio cristianismo, na Inglaterra, no começo do 18.º século, foi exatamente um tal círculo de fibras mortas.” W.H. Fitchett, Wesley and His Century, 11-15. 4. Elogio – Apoc. 3:4 a. Algumas pessoas em Sardes Pietistas: Spenwer, Franque Moravianos: Conde Zinzendorf Quakers Metodismo: Wesley, Whitefield b. Andarão com Ele de branco
  • 34. As Cartas às Sete Igrejas 34 5. Promessa ao Vencedor – v.5 a. Serão vestidos de branco b. Seu nome não será tirado do livro da vida “Ao abrirem-se os livros de registro no juízo, é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus. Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes. Quando alguém tem pecados que permaneçam nos livros de registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida, e o relato de suas boas ações apagado do livro memorial de Deus.” – GC., 483. “O livro da vida contém os nomes de todos os que já entraram ao serviço de Deus. Se quaisquer destes se afastam dEle, e por uma obstinada persistência no pecado se tornam finalmente endurecidos à influência do Espírito Santo, seus nomes serão no juízo apagados do livro da vida, e eles serão votados à destruição.” – PP., 326. c. Jesus confessará seu nome. 6. Analogias entre as cartas de Éfeso e Sardes. “As analogias entre as cartas de Éfeso e Sardes são íntimas, e devem ser estudadas juntamente. A história desenrolou-se em linhas semelhantes nas duas igrejas. Ambas começaram entusiasticamente e esfriaram. A degeneração existiu em ambas; embora, em Éfeso a degeneração não se tinha tornado tão séria como em Sardes. Desta maneira o ponto-chave na carta a Éfeso é apenas alteração, instabilidade e incerteza; na carta a Sardes o ponto-chave é degradação, falsa pretensão e morte.” – W. Ramsey, The Letters to the Seven Churches of Asia, 369. “As mensagens para a igreja de Éfeso e para a igreja de Sardes foram- me freqüentemente repetidas por aquele que me dá a instrução para este povo. ... A menos que estejamos constantemente em guarda, cairemos presa fácil em seus inumeráveis enganos. ... Leiamos e estudemos aquelas porções da Palavra de Deus que fazem referência especial a estes últimos dias, e que apontam os perigos que ameaçarão o povo de Deus.” – 8 T, 98-101.
  • 35. As Cartas às Sete Igrejas 35 E. A Sexta Carta: Apoc. 3:7-13 1. A Filadélfia – A igreja das missões e da Bíblia. a. Significação – amor fraternal. b. Período – 1792-1844. c. A cidade (1) Localização Na Lídia, vinte e oito milhas a sudeste de Sardes. Porta de entrada e chave dos países da região oriental. No vale de Cogamir, um tributário de Hermus. Guardiã de uma importante região entre o Hermus e os vales adjacentes. Numa entrada de correio romano, mais tarde a maior estrada comercial do país. Cidade construída sobre ampla colina. Cercada de regiões bem férteis. Localizada em região vulcânica e sujeita a terremotos freqüentes. (2) História 189 AC. Veio a ser possessão do rei Eumenes de Pérgamo. Chamada Filadélfia por causa de Átalo Filadelfo, irmão de Eumenes. Tornou-se um centro de projeção na propaganda do helenismo. Em 19 AD. A língua deixou de ser falada, e somente o grego foi usado. Chamada “Pequena Atenas” devido aos seus muitos templos. Em 17 AD. sofreu severo terremoto, o mesmo que devastou Sardes.
  • 36. As Cartas às Sete Igrejas 36 Teve o nome mudado duas vezes, em 17 AD. para Néo- Cesaréia em gratidão a uma dádiva imperial, e mais tarde para Flávia em honra a Vespasiano (70-79 AD.) Resistiu por muito tempo aos turcos depois de todo o resto da Ásia Menor já se haver rendido. Em 1390 sucumbiu diante de um exército formado de turcos e bizantinos após um cerco de oito anos. Atualmente uma moderna cidade com 15 mil habitantes conhecida hoje como “Allah Sher”, “Cidade de Deus”. (3) Religião A religião de Filadélfia era mais anatólica do que grega. O caráter grego ficou confinado às sombras superficiais e festivais. Dionisos, o deus do vinho, era a cidade preponderante. Moedas com dois irmãos idênticos, símbolo de sua unidade e afeição mútua, comemoravam a aliança religiosa com Éfeso. Fundou um culto a Germânico, o herdeiro de Tibério. Recebeu o título ‘Neokoros’ ou guarda do templo de Caracala (211-217). (4) Cristianismo Filadélfia tornou-se logo o centro de uma comunidade de cristãos. A profetiza ‘Ammia’ celebrizou-se ali entre os anos 100 e 160 AD. Depois da invasão turca, desfraldou longo tempo a bandeira do cristianismo. Hoje Filadélfia tem um bispo residente e cinco igrejas cristãs. 2. O Autor: Apoc. 3:7 a. Aquele que é santo. Atos 3:14; Lev. 11:44. b. Aquele que é verdadeiro. I João 5:20; João 14:6.
  • 37. As Cartas às Sete Igrejas 37 c. Aquele que tem a chave de Davi. Isa. 22:22; Ezeq. 21:26, 27; Luc. 1:32, 33; João 10:9; 14:6; 11:25. d. Aquele que abre e homem algum fecha, que fecha e homem algum abre. 3. Uma porta aberta colocada diante de Filadélfia. Apoc. 3:8. a. A porta do lugar santíssimo. “Viam agora que estavam certos em crer que o fim dos 2.300 dias em 1844 assinalava uma crise importante. Mas, conquanto fosse verdade que se achasse fechada a porta da esperança e graça pela qual os homens durante mil e oitocentos anos encontraram acesso a Deus, outra porta se abrira, e oferecia-se o perdão dos pecados aos homens, mediante a intercessão de Cristo no lugar santíssimo. Encerrara-se uma parte de Seu ministério apenas para dar lugar a outra. Havia ainda uma "porta aberta" para o santuário celestial, onde Cristo estava a ministrar pelo pecador. “Via-se agora a aplicação das palavras de Cristo no Apocalipse, dirigidas à igreja, nesse mesmo tempo...” – GC., 429, 430. “... e que a aceitação da verdade concernente ao santuário celeste envolvia o reconhecimento dos requisitos da lei de Deus, e da obrigatoriedade do sábado do quarto mandamento. Aí estava o segredo da oposição atroz e decidida à exposição harmoniosa das Escrituras, que revelavam o ministério de Cristo no santuário celestial. Os homens procuravam fechar a porta que Deus havia aberto, e abrir a que Ele fechara. Mas "O que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre", tinha declarado: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar." Apoc. 3:7 e 8. Cristo abrira a porta, ou o ministério, do lugar santíssimo; resplandecia a luz por aquela porta aberta do santuário celestial, e demonstrou-se estar o quarto mandamento incluído na lei que ali se acha encerrada; o que Deus estabeleceu ninguém pode derribar” – GC., 435. “Vi que a presente prova do sábado não poderia vir até que a mediação de Jesus no lugar santo terminasse e Ele passasse para dentro do segundo véu; portanto os cristãos que dormiram antes que a porta fosse aberta no santíssimo, quando terminou o clamor da meia-noite no sétimo mês, em 1844, e que não haviam guardado o verdadeiro sábado, agora repousam em esperança, pois não tiveram a luz e o teste sobre o sábado que nós agora temos, uma vez que a porta foi aberta. Eu vi que Satanás estava tentando alguns do povo de Deus neste ponto. Sendo que grande número de bons
  • 38. As Cartas às Sete Igrejas 38 cristãos adormeceram nos triunfos da fé e não guardaram o verdadeiro sábado, eles estavam em dúvida quanto a ser isto um teste para nós agora. Os inimigos da verdade presente têm estado procurando abrir a porta do lugar santo, a qual Jesus fechou, e a fechar a porta do lugar santíssimo, que Ele abriu em 1844.” – GC., 42, 43. b. A porta de acesso ao Pai “Nosso Redentor abriu o caminho, de maneira que o mais pecador, necessitado, opresso e desprezado pode achar acesso ao Pai. Todos podem ter um lar nas mansões que Jesus foi preparar. ‘Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre e ninguém fecha; e fecha e ninguém abre; ... eis que diante de ti tenho posto uma porta aberta, e ninguém a pode fechar’. Apoc. 3:7 e 8.” – GC., 113. “As orações simples formuladas pelo Espírito Santo ascenderão através dos portais entreabertos, a porta aberta da qual Cristo declarou, Eu abri, e homem algum a pode fechar. Estas orações, misturadas com o incenso da perfeição de Cristo, ascenderão como fragrância ao Pai, e as respostas virão.” – 8 T., 467. c. A porta para a luz e para a verdade “A tesouraria das jóias da verdade está aberta a todos. ‘Eis que diante de ti pus uma porta aberta’, declara o Senhor, ‘e ninguém a pode fechar.’ Apoc. 3:8. Espada alguma guarda a entrada desta porta.” – PJ., 117. “Ninguém deve pretender ter toda a luz que há para os filhos de Deus. O Senhor não tolerará isso. Ele disse: ‘Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar.’ Apoc. 3:8. Mesmo que todos os nossos dirigentes recusem a luz e a verdade, essa porta ainda continuará aberta. O Senhor suscitará homens que darão ao povo a mensagem para este tempo.” – TM., 107. “Jesus diz: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar." Apoc. 3:8. Dessa porta brilha uma luz e, se quisermos, teremos o privilégio de recebê-la. Dirijamos o nosso olhar para essa porta aberta, e busquemos receber tudo quanto Cristo está disposto a conceder- nos.” – TM., 381.
  • 39. As Cartas às Sete Igrejas 39 d. A porta da oportunidade missionária: II Cor. 2:12; I Cor. 16:9; Atos 14:27. O final do 18º século devia testemunhar a inauguração de um dos mais poderosos movimentos que o mundo já viu, o esforço dos poderes da cristandade em enviar mensageiros para a evangelização do mundo e para dar à Palavra de Deus a todos os povos que se acham em escuridão. Foi este um sermão pregado por Guilherme Carey em Nottingham, na Inglaterra, em 31 de maio de 1792, que impeliu a centelha cujo destino era incentivar os corações dos cristãos em todas as igrejas e países. “Julgado segundo os seus resultados momentosos e seu vasto alcance, este sermão deve ser considerado como um dos principais da história cristã, secundado apenas pelo sermão da montanha. Tendo Isaías 54:2,3 como texto, ele prosseguiu em desdobrar as duas subdivisões incomparáveis e imortais, ‘esperai grandes coisas de Deus’ e eminentemente como só Carey, do princípio ao fim – unindo obras incansáveis à uma fé de aço, ‘empreendei grandes coisas para Deus’. Nesta hora jamais esquecida, os desejos de anos encontraram sua primeira completa expressão. ... “Em janeiro de 1797, podia-se afirmar a respeito dos resultados amplos e distantes do fervor religioso: ‘Cristãos de todos os cantos do país estão se reunindo de maneira regular e derramando as suas almas pelas bênçãos de Deus no mundo’. E ainda: ‘Os esforços de tanto êxito feitos para introduzir o Evangelho nos lares do Sul tiveram a mais poderosa influência para unir os devotos servos de Cristo de todas as denominações nos laços do amor fraternal.” – Delavan L. Leonard, A Hundred Years of Missions, 75, 89. “Os cristãos começaram a ver e sentir que o Evangelho é mais do que ortodoxia, e que a viva agressividade é uma das suas feições fundamentais. A era de reavivamentos, de missões, aos quais se seguiram esforços unidos para a conversão geral da humanidade, tais como não houve desde os primeiros tempos. ... Havia grandes reavivamentos de vida e fraternidade entre os cristãos. Tudo isto vemos descrito na Sexta Epístola, e verificamos na história dos últimos cem anos.” – J.A. Seiss, The Apocalypse, 197, 198. 4. Elogio e Recompensa: Apoc. 3:8-10
  • 40. As Cartas às Sete Igrejas 40 a. Suas obras Em 1784 havia somente vinte postos missionários protestantes no mundo, a metade dos quais nas mãos dos moravianos. A igreja cristã simplesmente não se interessava em missões. Quando Guilherme Carey numa convenção de ministros em 1786 apresentou a questão da obrigatoriedade dos ministros em levar a mensagem de Cristo a todas as nações, ele foi reprovado e pediram-lhe que se apresentasse. Um breve resumo das atividades que irromperam das forças da cristandade em seguida ao momentoso sermão de Carey de 1792, ajuda a dar-nos algumas idéias da onda da atividade nos hesitantes anos que cobrem o período de Filadélfia. 1792 Panfleto de Carey sobre as obrigações dos cristãos quanto às missões. 1792 Organização da Sociedade Missionária Batista. 1793 Guilherme Carey navega para a Índia. 1793 Fundação da Sociedade Escocesa de Colportagem e tratados. 1794 Primeiros número da “The Evangelical Magazine”, uma publicação missionária. 1795 Organização da Sociedade Missionária de Londres. 1796 Estabelecimento da Sociedade Missionária de Nova York 1796 Viagem do “Duff”, um navio missionário à vela com 29 missionários para os Mares do Sul. 1797 Organização da Sociedade Missionária dos Países Baixos 1798 Viagem do “Duff” com 46 missionários 1799 Fundação da Sociedade Missionária da Igreja 1799 Estabelecimento da Sociedade Inglesa de Tratados Religiosos 1800 Estabelecimento da Escola Missionária Janique em Berlim
  • 41. As Cartas às Sete Igrejas 41 1802 Fundação da Sociedade Batista em Massachusetts 1804 Organização da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira 1806 O ‘Grupo do Monte de Feno’ inicia suas atividades no ‘Williams College’. 1807 Robert Morrison embarca para a China 1810 Organização da Comissão Americana de Comissários para as Missões Estrangeiras 1812 Henry Martyn embarca para a Pérsia e Arábia 1812 Adoniran Judson inicia o trabalho em Burma 1814 Organização na América da União Missionária Batista 1815 Fundação do Instituto Missionário em Basel 1816 John Williams navega para as Ilhas Sociedade 1816 Estabelecimento da Sociedade Bíblica Americana 1816 Estabelecimento da Sociedade Wesleiana 1817 Robert Moffat embarca para a África 1818 Fundação da Sociedade Britânica de Marinheiros Estrangeiros 1820 Hiram Bingham embarca para Havaí 1824 Estabelecimento da Sociedade Missionária de Berlim 1825 Fundação da Sociedade Americana de Folhetos 1828 Organização da Sociedade Americana dos Marinheiros 1829 Alexandre Duff embarca para a Índia 1834 Primeira sociedade missionária de estrangeiros, feminina, formada em Londres 1836 Marcos Whitman parte como missionário aos índios de Oregon 1840 Davi Livingstone inicia o seu trabalho na África 1844 João Ludgig Krapf parte a África Oriental b. Sua ‘pouca força’ e ainda a sua fidelidade a Deus: Apoc. 3:8
  • 42. As Cartas às Sete Igrejas 42 Tradução de Knox: “Eu sei que pequena é a tua força, e de como ainda tens sido fiel à Minha mensagem, e não negaste o Meu nome.” Twentieth Century New Testament: “Eu sei que, embora a força que tens seja pequena, conservas em mente o meu ensino, e não negaste a Minha causa.” Tradução Americana: “Eu sei que tens pouca força, mas tens obedecido a Minha mensagem e não negaste o Meu nome.” O período de Filadélfia não foi somente um tempo de notável atividade na obra das missões cristãs e na distribuição da Bíblia, mas foi também um de grande interesse no cumprimento da profecia bíblica e de espera pelo breve advento de Cristo. O cumprimento dos sinais dados por Jesus, o escurecimento do sol em 19/5/1780, e a queda das estrelas em 13/11/1833 serviram para patentear na mente de muitos a proximidade do fim. Em partes longínquas e espalhadas do mundo, homens começaram a examinar a Palavra de Deus e, independentemente uns dos outros, chegaram à conclusão de que o fim estava realmente perto. 1800 George Richards distribui as Preleções de Bampton, ‘A Defesa e Ilustração da Origem Divina da Profecia’. 1806 Publicação das Dissertações de Faber sobre as Profecias 1812 Publicação de Lacunza, A Segunda Vinda do Messias em Glória e Majestade 1813 Publicação de Cunningham, Dissertação Sobre os Selos e Trombetas 1814 Publicação de Hatley Frere, União Conjunta das Profecias de Cristo 1821 A doutrina da Vinda de Cristo é ensinada por um sacerdote na Tartária.
  • 43. As Cartas às Sete Igrejas 43 1821 José Wolf inicia em nações ao redor do mundo a proclamação da breve volta de Jesus. 1823 Publicação de Edward Irving de O Juízo Vindouro 1824 Publicação de Leonard Heinrich Keller de O Fim Próximo 1826 Iniciaram-se reuniões anuais no ‘Albury Park, Surrey’ daqueles que estavam interessados no breve advento de Cristo. 1826 João George Lutz prega na Bavária sobre a Vinda de Cristo. 1828 Publicação de Alexandre Keith de Evidências da Verdade da Religião Cristã, Derivadas do Cumprimento Literal da Profecia 1829 Publicação de Archibald Mason de Dois Ensaios Sobre os Números Proféticos dos 2.300 Dias de Daniel e o Dever dos Cristãos de Investigar a Libertação da Igreja 1829 Início de uma publicação profética trimestral, Vigia Matinal 1830 O ministro de maior capacidade da Holanda, Sr. Hentzepeter publicou um panfleto sobre o fim do mundo 1831 W.E. Davis de Carolina do Sul começou a proclamar o segundo advento. 1831 Guilherme Miller começa a pregar. 1836 Publicação das preleções de Guilherme Miller, em forma de livro 1840 Publicação de Sinais dos Tempos 1840 Primeira conferência geral dos crentes adventistas de Boston 1842 Publicação de Josué Himes de O Clamor da Meia-Noite 1843 Pregação pela crianças da Grécia sobre a breve vinda de Cristo c. A sinagoga de Satanás reconheceria que Deus os ama. Ap. 3:9.
  • 44. As Cartas às Sete Igrejas 44 Tradução de Moffat: “Vede, farei com que aqueles que pertencem àquela sinagoga de Satanás, que se dizem judeus (nem judeus são eles, mas mentirosos) – vede, os farei reconhecer que eu te amei.” “Logo ouvimos a voz de Deus semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto. Ao declarar Deus o tempo, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com esplendor da glória de Deus como aconteceu com Moisés, na descida do Monte Sinai. “...Por causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se e arremeteram violentamente para lançar mão de nós, a fim de lançar-nos à prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e eles caíram indefesos ao chão. Foi então que a sinagoga de Satanás conheceu que Deus nos havia amado a nós...” – VE., 58. “O senhor acha que aqueles que adoram prostrados aos pés dos santos (Apoc. 3:9), serão salvos no final. Nisto tenho que discordar do senhor, pois Deus mostrou-me que esta classe é de adventistas nominais que já caíram, já crucificaram de novo o Filho de Deus, e O expuseram ao vitupério público. E na hora da tentação que está para vir, para expor o verdadeiro caráter de cada um, eles conhecerão que estão perdidos para todo o sempre; e oprimidos, angustiados de espírito, eles cairão aos pés dos santos.” – E.G. White, A Word to the ‘Little Flock’, 12. d. Serão guardados da hora da tentação – Apoc. 3:10; Mat. 3:2-3; Sal. 91:14; 5 T., 297. Twentieth Century New Testament: “Tu guardas em mente os Meus ensinos com paciência, e por isso guardar-te-ei em mente na hora de tribulação que vem sobre todo o mundo, a hora em que todos os que vivem na terra serão provados.” Tradução de Moffat: “Por teres guardado o Meu chamado com perseverante paciência, guardar-te-ei salvo através da hora de tribulação que virá sobre o mundo para provar os habitantes da terra.”
  • 45. As Cartas às Sete Igrejas 45 “Está iminente diante de nós a "hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra". Apoc. 3:10. Todos aqueles cuja fé não estiver firmemente estabelecida na Palavra de Deus, serão enganados e vencidos. ... Os que sinceramente buscam o conhecimento da verdade, e se esforçam em purificar a alma pela obediência, fazendo assim o que podem a fim de preparar-se para o conflito, encontrarão refúgio seguro no Deus da verdade. "Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei" (Apoc. 3:10), é a promessa do Salvador. Mais fácil seria enviar Ele todos os anjos do Céu para protegerem Seu povo, do que deixar a alma que nEle confia ser vencida por Satanás” – GC., 560. “Embora o povo de Deus esteja rodeado de inimigos que se esforçam por destruí-lo, a angústia que sofrem não é, todavia, o medo da perseguição por causa da verdade; receiam não se terem arrependido de todo pecado, e que, devido a alguma falta, não se cumpra a promessa do Salvador: ‘Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo.’ Apoc. 3:10.” – GC., 619. 5. Conselho a Filadélfia – Apoc. 3:11; Heb. 10:35-37 “O trono e a coroa são penhores de uma condição atingida; são os testemunhos da vitória sobre o próprio eu por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” – DTN., 619. 6. A Recompensa ao Vencedor – Apoc. 3:12 a. Ser um pilar no templo de Deus: Gál. 2:9; Ef. 4:14; Heb. 10:23 “Na perda de Éfeso, os cristãos lamentaram a queda do primeiro anjo, a extinção do primeiro castiçal das Revelações; a desolação é completa; igualmente o templo de Diana ou igreja de Maria passará despercebida ao exame do viajante curioso. Os três imponentes teatros de Laodicéia, e o circo, são agora povoados de leões e raposas; Sardes está reduzida a um vilarejo miserável; em Pérgamo e Tiatira o deus de Maomé, sem rival ou filho, é invocado nas mesquitas, e a vasta população de Esmirna é sustentada pelo comércio estrangeiro de francos e armênios. Somente Filadélfia foi salva pela profecia, ou pela coragem. Distante do mar, esquecida dos imperadores, circunscrita por todos pelos
  • 46. As Cartas às Sete Igrejas 46 turcos, os seus valentes habitantes defenderam a sua liberdade e a sua religião por meio de oitenta anos; embora capitulassem por fim, diante do altivos otomanos. Mas, por entre as colônias gregas e as igrejas da Ásia, Filadélfia ainda permanece; uma coluna numa cena de ruínas, um exemplo admirável de que os caminhos de honra e da segurança podem ser os mesmos muitas vezes.” – Edward Gibbon. The History of the Decline and Fall of the Roman Empire, vol. VI, cap. LXIV, pg. 229. b. Um novo nome (1) O nome de Deus – Apoc. 14:1; 22:4; I João 3:1, 2 (2) O nome da cidade de Deus – Apoc. 21:2; Isa. 54:5; 4:2,3; Heb. 12:22, 23 “As imaculadas vestes da justiça de Cristo são colocadas sobre os provados, tentados mais fiéis filhos de Deus. Os desprezados remanescentes são vestidos de vestes gloriosas, que nunca mais serão manchadas pelas corrupções do mundo. Seu nomes são retidos no livro da vida do Cordeiro, registrados entre ao fiéis de todos os séculos... “Estes são os que se acharão sobre o monte Sião com o Cordeiro, tendo escrito na fronte o nome do Pai. ... “Naquele dia o Renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. E será que aquele que ficar em Sião e o que permanecer em Jerusalém será chamado santo; todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém.” – 2 TS., 178, 179 F. A Sétima Carta – Apoc. 3:14-22 1. Laodicéia – A Igreja do Fim, Rica e Satisfeita a. Significação A palavra grega Laodicéia é formada de duas palavras gregas: laos – povo, e dikaios – justo, direito, legal. A forma verbal desta última raiz significaria ‘assentar o direito’, ‘achar reto’, ‘julgar’, ‘declarar justo ou reto’. A palavra
  • 47. As Cartas às Sete Igrejas 47 Laodicéia desta forma significa algo semelhante a ‘povo justo’, ou ‘julgado’ ou ‘povo justificado’. b. Localização No fértil e pitoresco vale do Licos, da antiga Frígia. Cem milhas a leste de Éfeso, cinqüenta milhas a sudoeste de Filadélfia. Numa importante bifurcação de estrada, uma rumo leste a Éfeso, e a outra a noroeste para Filadélfia, Sardes, Tiatira e Pérgamo. A estrada grande vinda do ocidente entre Laodicéia pelos ‘portões de Éfeso’ e sai no lado oriental pelos ‘portões da Síria’. Laodicéia foi considerada como um guarda da porta, e tornou- se sítio de uma resistente fortaleza. O seu grande fraco era depender da água fornecida por um aqueduto vinda de um local a seis milhas ao sul. Colossos e Hierápolis eram cidades vizinhas. c. Características Grande centro manufatureiro, comercial e financeiro. Suas atividades bancárias abrangiam grande parte do Oriente. Muitos dos que habitavam eram bem ricos, independentes e orgulhosos. Hiero deixou a fortuna de dois mil talentos para a cidade. Transformavam uma lã brilhante e delicada, de cor escura, produzida no vale, em vestes pretas sem costura, e em tapetes que eram vendidos para longe. Possuíam notáveis fontes térmicas e banhos de lodo. As águas minerais possuíam propriedades medicinais que atraíam milhares de doentes e esta estação de águas da moda. Estas águas, próprias para banho, eram imprestáveis como bebida.
  • 48. As Cartas às Sete Igrejas 48 Fontes térmicas em Hierápolis precipitavam-se por um despenhadeiro no outro lado de Laodicéia e a água tornava-se morna no caminho. A localidade estava sujeita a muitos terremotos. “Não há cidade cujo espírito e natureza seja mais difícil de descrever do que Laodicéia. Não há extremos, e dificilmente fatos bem marcantes. Mas é exatamente neste equilíbrio que se encontra seu caráter peculiar. Foram estas as qualidades que contribuíram essencialmente para fazer dela um próspera cidade comercial, a cidade das finanças e dos banqueiros, que se adaptava às necessidades e aos desejos dos outros, sempre flexível e acomodadora, cheia de espírito de compromisso.” – W.L. Ramsay, The Letters to the Seven Churches of Asia, 422, 423. d. História Conhecida nos seis primeiros dias como Dióapolis e Roas. Reconstruída por Antíoco II (261-246 AC.) e chamada Laodicéia em homenagem à sua esposa. Um grande número de judeus foi fixado ali por Antíoco III (233-187 AC). Em 190 AC. caiu nas mãos dos romanos que a entregaram a Eumenes, rei de Pérgamo. Em 133 AC. Anexada a Roma. Nesta época a cidade floresce. Cícero fazia-lhe a corte e escreveu muitas de suas cartas em Laodicéia. Em 60 AC. Foi destruída por um terremoto, entretanto, a cidade era tão rica que os seus habitantes a reconstruíram às suas próprias custas sem o costumeiro subsídio imperial. Em 1.071 foi tomada pelos Seldjúcidas. Em 1.119 foi recuperada por cristãos sob João Cmneno. Caiu outra vez nas mãos dos turcos. A cidade acabou em ruínas e se encontra hoje sem habitantes algum.
  • 49. As Cartas às Sete Igrejas 49 Ruínas de três grandes teatros, o aqueduto e o curso de seu povo ainda visível. e. Religião O deus da Frígia “Men Karou” era deus original da região. Um mercado era mantido sob a sua proteção que atraía muita gente para fins comerciais. A escola de medicina de Laodicéia era dirigida em conexão com o templo do deus. Uma forma helenizada do velho deus nativo era adorado ali como Zeus. Nos tempos de Roma, Laodicéia tornou-se um centro sa religião imperial. Recebeu a reitoria do templo sob Comodo (180-192 AD.) Encontram-se muitas moedas e alianças, mostrando relações religiosas com a maior parte das cidades vizinhas. f. Cristianismo A Igreja de Laodicéia foi provavelmente fundada por companheiros de Paulo, enquanto o apóstolo trabalhava em Éfeso. Paulo em sua carta à vizinha Colossos expressa grande interesse e referência à igreja de Laodicéia e também Hierápolis. (Col. 2:1; 4:13, 15). Uma carta foi enviada por Paulo a Laodicéia. (Col. 4:16) Paulo pediu que sua carta aos Colossenses fosse lida em Laodicéia (Col. 4:16). A primitiva igreja de Laodicéia gozava proeminência e importância. Sagaris, seu bispo, foi martirizado em 166 AD.
  • 50. As Cartas às Sete Igrejas 50 Numerosos concílios da igreja foram ali realizados, entre eles o importante concílio de 364 AD. No qual havia trinta e dois bispos presentes. A igreja desapareceu completamente através do tempo. 2. O Autor da Carta de Laodicéia – Apoc. 3:14 a. O Amém – II Cor. 1:20 “Amém” é uma palavra hebraica significando ‘firme’, ‘fiel’, ‘verdadeiro’. É usada como um particípio de afirmação, significando ‘verdadeiramente’, ‘de uma verdade’, ‘assim seja’. Esta é uma única vez que aparece na Bíblia como um nome próprio. Usualmente aparece após uma afirmação ou uma oração, como uma espécie de confirmação, ‘assim seja’, ou ‘assim na verdade’. Aplicado aqui como um título de Jesus, deve ser usado num sentido de perfeição ou conclusão, ‘Aquele que é verdadeiro’. A mensagem de Laodicéia é a última mensagem de Deus, a última mensagem de Jesus à última igreja e é a Ele que se dá aqui o apropriado título “Amém”. b. A testemunha fiel e verdadeira – Apoc. 19:11; 22:6; João 3:11. c. O princípio da criação de Deus. The Twentieth Century New Testament: “Aquele por meio de quem Deus começou a criar.” Tradução de Knox: “A fonte da qual se iniciou a criação de Deus.” Tradução Americana: “A origem da criação de Deus.” 3. Aqueles aos quais se destina a mensagem de Laodicéia. “O chamado ao banquete do evangelho deve ser dado primeiramente nos caminhos. Deve ser dado àqueles que pretendem estar nos caminhos
  • 51. As Cartas às Sete Igrejas 51 da experiência cristã, - aos membros das diferentes igrejas. ‘Quem tem ouvidos, ouça o que o espírito diz às Igrejas.’ Apoc. 2:7. Nestas igrejas há adoradores falsos... “A advertência destinada à última igreja deve ser proclamado a todos os que pretendem ser cristãos. A mensagem de Laodicéia, semelhante a uma espada afiada de dois gumes, deve ir a toda as igrejas.” – 6 T., 76, 77. “Foi-me mostrado que o testemunho dado aos laodicenses se aplica ao povo de Deus da atualidade.” – 1 T., 186 (Escrito em 1856). “Se já houve algum povo que necessitasse de atender ao conselho da Testemunha Fiel e Verdadeira à Igreja de Laodicéia para que se arrependa diante de Deus e seja zeloso, este povo é o que tem, é que não tem vivido segundo os seus altos privilégios e responsabilidade.” – E.G.W., R & H., 4/ 6/ 1889. “Pode algum homem examinar minuciosamente a promessa igreja dos nossos dias e dizer que são chegamos ao tempo de Laodicéia? Não é a voz deste cristianismo nosso diz: ‘Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta’? E não é igualmente fato que este mesmo cristianismo nosso é um ‘desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu’? Encontraria o ‘Mene, mene, tequel, e parsim’ do palácio de Belsazar melhor aplicação aos pagãos da antiguidade do que esta moderna babilônia cristã.” – J. A Seiss, The Apocalypse, vol. I, 200, 201. 4. A fraqueza de Laodicéia a. Nem fria nem quente – Apoc. 3:15, 16. Twentieth Century New Testament: “Eu conheço a tua vida; Eu sei que não és nem fria nem quente. Desejaria que fosses antes fria ou quente! Mas como, por causa da tua mornidão, nem és quente nem és fria, estou a cuspir-te de minha boca.” (1) Uma igreja com pretensão e forma mas sem zelo e fervor. “A mensagem laodiceana aplica-se ao povo de Deus que professa crer na verdade presente. A maior parte, são professos mornos, tendo o nome mas faltando-lhes o zelo... Professam amar a verdade, todavia são