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Gerenciamento da Cadeia de
     Suprimentos e Sustentabilidade
                                                       Sustainable Supply Chain
                                                             Daiane Nogueira Lins
                                                                    São Paulo, 2010


       Na última década o tema sustentabilidade está no alvo dos principais projetos da
organização. Esse conceito tornou-se comum em nossas vidas, mas muitas vezes é
entendido de forma errônea. Isso decorre do fato de que a maior parte da população, por
desconhecimento dos outros lados desse conceito, o atrela única e exclusivamente à
preservação ambiental.

       De acordo com o relatório “Our common future”, "desenvolvimento sustentável
é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades." Para que se
torne possível essa forma de desenvolvimento, esse conceito se apóia em três pilares:
econômico, social e ambiental.

       Muitas organizações atêm-se a projetos de cunho ambiental que tragam retornos
tangíveis, como otimização de processos para redução do consumo de energia ou
reutilização de materiais que seriam descartados. Por outro lado, projetos sociais
costumam ter retorno intangível que a médio e longo prazo convertem-se a ativos
tangíveis; a exemplo temos projetos internos que podem aumentar a motivação dos
funcionários e, consequentemente, aumentar a produtividade ou projetos externos que
podem agregar valores à marca e aumentar venda a medida que o reconhecimento desta
cresce perante o público.

       Com os adventos da globalização observa-se que os pontos tradicionais de
diferenciação não mais desempenham eficazmente essa função. Qualidade e inovação
são características muitas vezes comuns aos concorrentes, por essa razão faz-se
necessário o investimento em novas tendências. Por esse motivo muitas empresas têm
investido na otimização de suas cadeias de suprimentos, com isso elas conseguem
melhorar seus processos e, consequentemente, proporcionam melhores serviços a seus
clientes.

        Segundo Ronald Ballou, logística e cadeia de suprimentos são entendidas como
sinônimos, sob sua ótica:

                        “a logística/cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades
                       funcionais (transporte, controle de estoques, etc) que se repetem
                       inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual as matérias-primas vão
                       sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao
                       consumidor.”

Por estar ligada aos processos desde o fornecedor até o consumidor, ações sustentáveis
podem ser implementadas em suas diferentes etapas, uma vez que podem trazer
externalidades negatvas ao ambiente.

        Com uma rápida análise das atividades envolvidas neste processo observamos
como ele pode trazer grandes impactos. Durante a extração, ocorre a exploração de
recursos naturais, na produção e distribuição ocorre a emissão de resíduos e poluentes
ou desperdício de materiais. Além da questão ambiental é necessário observar a questão
social envolvida, situações como forma precária ou exploratória de trabalho, sem
proteção ou suporte adequado sob baixa remuneração, além do descumprimento da
legislação vigente, ainda se fazem comuns em alguns segmentos. Por envolver o
consumidor como integrante da cadeia, suas ações também devem ser consideradas, a
este atribuímos o modo de descarte do produto após o uso.

        Com o intuito de diminuir possíveis impactos nasceu o conceito de Cadeia de
Suprimentos Sustentável, entendido como a “gestão das matérias-primas e serviços de
fornecedores para o fabricante/prestador de serviço e para clientes, ou processo
inverso, com a melhoria dos impactos sociais e ambientais explicitamente
considerados.” de acordo com o Business Guide to a Sustainable Supply Chain (Guia
Empresarial para uma Cadeia de Suprimentos Sustentável), desenvolvido pelo Conselho
Empresarial da Nova Zelândia para o Desenvolvimento Sustentável, em 2003.
Nos processos internos Boks e Stevels desenvolveram um estudo usando como
base a indústria de eletrônicos no qual o Green Supply Chain Management
(Gerenciamento Verde da Cadeia de Suprimentos) é avaliado sob três pontos: científico
(Scientific green), governamental (Government green) e do consumidor (Customer
green). Sob o ponto científico são determinados os impactos dos produtos, processos e
sistemas, uma vez que busca traçar um perfil completo do ciclo do produto
considerando questões como emissões e potencial tóxico de tais, quantidade de energia
e recursos usados, escolha de materiais alternativos, entre outros. A questão
governamental envolve aspectos geográficos como posição, densidade populacional,
disponibilidade de fontes de energia e economia local, ou seja, busca traçar como o
governo e a sociedade local vão afetar, ou serão afetadas pela empresa. Os autores
salientam que a percepção dos consumidores está diretamente ligada ao emocional
assim, preocupam-se com saúde e segurança, buscando produtos que transpareçam isso.

       De uma forma geral observamos que as empresas buscam alinhar seus processos
às questões sustentáveis. Apesar da tendência, elas colidem com questões de difíceis
soluções, a exemplo temos a modal rodoviária, na qual apesar da eficácia nota-se que
muitas vezes os que dirigem o fazem sob condições de grande desgaste, além da
poluição resultante, ou seja, sob a ótica sustentável ela apresenta grandes falhas,
entretanto outras modais não comportam os mesmos produtos ou não o fazem sob o
mesmo prazo. Por essa razão há uma busca constante por eficácia nos meios de
transporte, mas externalidades ainda são inevitáveis e a solução que resta às empresas é
buscar o serviço de transportadoras com melhores práticas operacionais.

       Mas é importante ressaltar que a busca pela sustentabilidade apenas nos
processos internos não é suficiente. Deve se considerar todos os integrantes da cadeia
bem como suas atitudes, um fornecedor com más práticas acarretará em uma má
imagem para a empresa. A exemplo disto temos o caso Nike, que em 1998 viu suas
vendas reduzirem drasticamente devido a associação da marca a exploração do trabalho
infantil. Como consequência a marca teve que se reestruturar adotando uma nova
filosofia social, pois na mudança de valores que aquela sociedade estava vivenciando
não se admitia uma empresa que tivesse um fornecedor que usasse o serviço de crianças
de forma abusiva.
Apesar das organizações entenderem a importância da escolha de fornecedores
socialmente responsáveis nem sempre se faz possível a identificação de tais empresas.
Com o intuito de reconhecê-las desenvolveu-se a ISO (International Organization for
Standardization), uma rede dos institutos de padronização nacionais de 163 países, com
uma Secretaria Central em Genebra, Suíça, que coordena o sistema. As certificações
ISO são emitidas às empresas que se adéquam a normas estabelecidas de produção,
gestão e atitudes organizacionais.

       Entre as certificações temos a ISO 9000 - Sistemas de Qualidade, que busca
avaliar a qualidade na especificação, desenvolvimento, produção e serviço pós-venda.
Por sua vez o ISO 14000 - Gestão Ambiental, rconhece a busca da organização para
minimizar os efeitos nocivos de suas atividades no meio ambiente. Além da
preocupação ambiental, o ISO 26000 aborda ainda a responsabilidade social e a forma
que as empresas contribuem para o desenvolvimento sustentável.

       É importante entender que essa padronização não está atrelada ao produto. Os
padrões de qualidade e responsabilidade socioambiental são avaliados a partir de
processos, que podem vir a influenciar na concepção final do produto. Entretanto essas
certificações são adotadas por empresas como diferenciação na escolha de seus
fornecedores.

       Na outra ponta da cadeia observamos que muitas atitudes são tomadas com o
intuito de conscientizar o consumidor da importância de reciclar, fazer o descarte
correto dos produtos e usá-los em quantidades e proporções certas a fim de evitar
desperdícios. Com essa visão a franquia de perfumaria e cosméticos O Boticário
separou em suas lojas um espaço dedicado ao recolhimento de embalagens vazias, no
qual todas as embalagens são encaminhadas a empresas recicladoras. A empresa lançou
também refis de sua linha de desodorantes com o intuito de reaproveitar as embalagens
e diminuir o custo para o consumidor.

       Tendo em vista a limitação dos recursos produtivos há uma percepção da
importância de se reutilizar os materiais após o consumo, ou caso isso seja inviável,
encaminhá-los para descarte. Para tanto, vem sendo cada vez mais empregado o
conceito de logística reversa, que consiste em fazer com que esse material retorne ao
seu ciclo produtivo ou para o de outra indústria como insumo, reaproveitando produtos
(ou parte deles), embalagens e materiais. Esse processo é de fundamental importância,
pois evita que produtos como óleo, pilhas, baterias, eletrodomésticos, entre outros,
sejam descartados de forma incorreta.

       A empresa de tecnologia Hewlett-Packard (conhecida como HP) implantou em
2002 um programa de logística reversa com o intuito de coletar produtos e suprimentos
de sua marca. A empresa faz grandes investimentos nessa área e está implantando 55
centros de serviços no país, e além do recolhimento de produtos ela ainda investe em
design para o meio ambiente. Este visa a concepção de produtos sob três aspectos:
eficiência energética na fabricação e uso; impacto dos materiais no ambiente e maior
valor no fim da vida útil, e desenho para desmontagem, prevendo a identificação e
reciclagem dos componentes.

        Empresas que adotaram práticas sustentáveis obtêm os mais variados
benefícios. Além da redução de emissão de produtos tóxicos no ambiente ou
desperdício de matéria-prima, ocorre uma considerável redução de custos em
decorrência do reaproveitamento de materiais e otimização dos processos. Benefícios
intangíveis também devem ser considerados, como melhoria da percepção do mercado
para com a empresa, motivação dos colaboradores e aumento da competitividade da
empresa. Outro ponto importante a se ressaltar é que uma empresa sustentável acaba por
influenciar toda sua cadeia produtiva, pois esta exigirá de seus fornecedores práticas
condizentes, da mesma forma instruirá seu consumidor ao consumo adequado.

       É    inegável    que    os   investimentos    em    sustentabilidade   cresceram
exponencialmente nas organizações dos mais diversos setores, mas deve-se ressaltar que
nenhuma jamais atingiu a sustentabilidade plena. Pode ser que em um futuro próximo,
com o avanço tecnológico e a melhoria das condições sociais, esse estado seja atingido,
ou pode-se conceber no conceito uma natureza utópica. Mas qual premissa se fará
verdadeira é algo que não se pode identificar no curto prazo, por isso nos cabe buscar
formas de integrar a sustentabilidade a nosso dia-a-dia.
       Em linhas gerais o conceito de sustentabilidade nasceu da necessidade de
mudança das condições sócio-ambientais que se vivenciava, e vem buscando caminhos
para melhorar a sociedade de uma forma geral, bem como a forma que esta interage
com o meio no qual está inserida. Mesmo que adotado tardiamente na tentativa de
reverter erros passados ou retroceder/minimizar o avanço de danos irreversíveis, o
conceito de sustentabilidade vem mostrando resultados além dos esperados e traz
consigo a promessa de uma sociedade idealizada por gerações.



Referências Bibliográficas


BOKS C.; STEVELS A. Essential perspectives for Design for Environment - Experiences
from electronics industry , International Journal of Production Research, 2007

SIMCHI-LEVI, David; KAMINSKY, Philip; SIMCHI-LEVI, Edith, Cadeia de Suprimentos -
Projeto e Gestão, Ed. Bookman São Paulo, 2000

BALLOU, Ronald, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial - 5ª
Edição, Editora Bookman, São Paulo, 2004


World Commission on Environment and Development - Our Common Future: Brundtland
Report - http://worldinbalance.net/intagreements/1987-brundtland.php

Rede da Sustentabilidade http://www.sustentabilidade.org.br

Conselho da Nova Zelândia para o Desenvolvimento Sustentável - Business Guide to a
Sustainable        Supply         Chain        -       A    Practical      Guide -
2003 http://www.nzbcsd.org.nz/supplychain/SupplyChain.pdf

Johnny C. Ho; Maurice K. Shalishali; Tzu-Liang; David S. Ang, artigo: Opportunities in
Green Supply Chain Management -
2009 http://www.coastal.edu/business/cbj/pdfs/articles/spring2009/ho_shalishali_tseng_ang.pdf

Duber-Smith - The Green
Imperative http://www.icosamag.com/_webapp_1076762/Sustainability

Purdue University - College of Technology, GREEN POWER TO THE SUPPLY
CHAIN http://www.tech.purdue.edu/it/GreenSupplyChainManagement.cfm

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Cadeia de Suprimentos Sustentável

  • 1. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos e Sustentabilidade Sustainable Supply Chain Daiane Nogueira Lins São Paulo, 2010 Na última década o tema sustentabilidade está no alvo dos principais projetos da organização. Esse conceito tornou-se comum em nossas vidas, mas muitas vezes é entendido de forma errônea. Isso decorre do fato de que a maior parte da população, por desconhecimento dos outros lados desse conceito, o atrela única e exclusivamente à preservação ambiental. De acordo com o relatório “Our common future”, "desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades." Para que se torne possível essa forma de desenvolvimento, esse conceito se apóia em três pilares: econômico, social e ambiental. Muitas organizações atêm-se a projetos de cunho ambiental que tragam retornos tangíveis, como otimização de processos para redução do consumo de energia ou reutilização de materiais que seriam descartados. Por outro lado, projetos sociais costumam ter retorno intangível que a médio e longo prazo convertem-se a ativos tangíveis; a exemplo temos projetos internos que podem aumentar a motivação dos funcionários e, consequentemente, aumentar a produtividade ou projetos externos que podem agregar valores à marca e aumentar venda a medida que o reconhecimento desta cresce perante o público. Com os adventos da globalização observa-se que os pontos tradicionais de diferenciação não mais desempenham eficazmente essa função. Qualidade e inovação são características muitas vezes comuns aos concorrentes, por essa razão faz-se
  • 2. necessário o investimento em novas tendências. Por esse motivo muitas empresas têm investido na otimização de suas cadeias de suprimentos, com isso elas conseguem melhorar seus processos e, consequentemente, proporcionam melhores serviços a seus clientes. Segundo Ronald Ballou, logística e cadeia de suprimentos são entendidas como sinônimos, sob sua ótica: “a logística/cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual as matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor.” Por estar ligada aos processos desde o fornecedor até o consumidor, ações sustentáveis podem ser implementadas em suas diferentes etapas, uma vez que podem trazer externalidades negatvas ao ambiente. Com uma rápida análise das atividades envolvidas neste processo observamos como ele pode trazer grandes impactos. Durante a extração, ocorre a exploração de recursos naturais, na produção e distribuição ocorre a emissão de resíduos e poluentes ou desperdício de materiais. Além da questão ambiental é necessário observar a questão social envolvida, situações como forma precária ou exploratória de trabalho, sem proteção ou suporte adequado sob baixa remuneração, além do descumprimento da legislação vigente, ainda se fazem comuns em alguns segmentos. Por envolver o consumidor como integrante da cadeia, suas ações também devem ser consideradas, a este atribuímos o modo de descarte do produto após o uso. Com o intuito de diminuir possíveis impactos nasceu o conceito de Cadeia de Suprimentos Sustentável, entendido como a “gestão das matérias-primas e serviços de fornecedores para o fabricante/prestador de serviço e para clientes, ou processo inverso, com a melhoria dos impactos sociais e ambientais explicitamente considerados.” de acordo com o Business Guide to a Sustainable Supply Chain (Guia Empresarial para uma Cadeia de Suprimentos Sustentável), desenvolvido pelo Conselho Empresarial da Nova Zelândia para o Desenvolvimento Sustentável, em 2003.
  • 3. Nos processos internos Boks e Stevels desenvolveram um estudo usando como base a indústria de eletrônicos no qual o Green Supply Chain Management (Gerenciamento Verde da Cadeia de Suprimentos) é avaliado sob três pontos: científico (Scientific green), governamental (Government green) e do consumidor (Customer green). Sob o ponto científico são determinados os impactos dos produtos, processos e sistemas, uma vez que busca traçar um perfil completo do ciclo do produto considerando questões como emissões e potencial tóxico de tais, quantidade de energia e recursos usados, escolha de materiais alternativos, entre outros. A questão governamental envolve aspectos geográficos como posição, densidade populacional, disponibilidade de fontes de energia e economia local, ou seja, busca traçar como o governo e a sociedade local vão afetar, ou serão afetadas pela empresa. Os autores salientam que a percepção dos consumidores está diretamente ligada ao emocional assim, preocupam-se com saúde e segurança, buscando produtos que transpareçam isso. De uma forma geral observamos que as empresas buscam alinhar seus processos às questões sustentáveis. Apesar da tendência, elas colidem com questões de difíceis soluções, a exemplo temos a modal rodoviária, na qual apesar da eficácia nota-se que muitas vezes os que dirigem o fazem sob condições de grande desgaste, além da poluição resultante, ou seja, sob a ótica sustentável ela apresenta grandes falhas, entretanto outras modais não comportam os mesmos produtos ou não o fazem sob o mesmo prazo. Por essa razão há uma busca constante por eficácia nos meios de transporte, mas externalidades ainda são inevitáveis e a solução que resta às empresas é buscar o serviço de transportadoras com melhores práticas operacionais. Mas é importante ressaltar que a busca pela sustentabilidade apenas nos processos internos não é suficiente. Deve se considerar todos os integrantes da cadeia bem como suas atitudes, um fornecedor com más práticas acarretará em uma má imagem para a empresa. A exemplo disto temos o caso Nike, que em 1998 viu suas vendas reduzirem drasticamente devido a associação da marca a exploração do trabalho infantil. Como consequência a marca teve que se reestruturar adotando uma nova filosofia social, pois na mudança de valores que aquela sociedade estava vivenciando não se admitia uma empresa que tivesse um fornecedor que usasse o serviço de crianças de forma abusiva.
  • 4. Apesar das organizações entenderem a importância da escolha de fornecedores socialmente responsáveis nem sempre se faz possível a identificação de tais empresas. Com o intuito de reconhecê-las desenvolveu-se a ISO (International Organization for Standardization), uma rede dos institutos de padronização nacionais de 163 países, com uma Secretaria Central em Genebra, Suíça, que coordena o sistema. As certificações ISO são emitidas às empresas que se adéquam a normas estabelecidas de produção, gestão e atitudes organizacionais. Entre as certificações temos a ISO 9000 - Sistemas de Qualidade, que busca avaliar a qualidade na especificação, desenvolvimento, produção e serviço pós-venda. Por sua vez o ISO 14000 - Gestão Ambiental, rconhece a busca da organização para minimizar os efeitos nocivos de suas atividades no meio ambiente. Além da preocupação ambiental, o ISO 26000 aborda ainda a responsabilidade social e a forma que as empresas contribuem para o desenvolvimento sustentável. É importante entender que essa padronização não está atrelada ao produto. Os padrões de qualidade e responsabilidade socioambiental são avaliados a partir de processos, que podem vir a influenciar na concepção final do produto. Entretanto essas certificações são adotadas por empresas como diferenciação na escolha de seus fornecedores. Na outra ponta da cadeia observamos que muitas atitudes são tomadas com o intuito de conscientizar o consumidor da importância de reciclar, fazer o descarte correto dos produtos e usá-los em quantidades e proporções certas a fim de evitar desperdícios. Com essa visão a franquia de perfumaria e cosméticos O Boticário separou em suas lojas um espaço dedicado ao recolhimento de embalagens vazias, no qual todas as embalagens são encaminhadas a empresas recicladoras. A empresa lançou também refis de sua linha de desodorantes com o intuito de reaproveitar as embalagens e diminuir o custo para o consumidor. Tendo em vista a limitação dos recursos produtivos há uma percepção da importância de se reutilizar os materiais após o consumo, ou caso isso seja inviável, encaminhá-los para descarte. Para tanto, vem sendo cada vez mais empregado o conceito de logística reversa, que consiste em fazer com que esse material retorne ao
  • 5. seu ciclo produtivo ou para o de outra indústria como insumo, reaproveitando produtos (ou parte deles), embalagens e materiais. Esse processo é de fundamental importância, pois evita que produtos como óleo, pilhas, baterias, eletrodomésticos, entre outros, sejam descartados de forma incorreta. A empresa de tecnologia Hewlett-Packard (conhecida como HP) implantou em 2002 um programa de logística reversa com o intuito de coletar produtos e suprimentos de sua marca. A empresa faz grandes investimentos nessa área e está implantando 55 centros de serviços no país, e além do recolhimento de produtos ela ainda investe em design para o meio ambiente. Este visa a concepção de produtos sob três aspectos: eficiência energética na fabricação e uso; impacto dos materiais no ambiente e maior valor no fim da vida útil, e desenho para desmontagem, prevendo a identificação e reciclagem dos componentes. Empresas que adotaram práticas sustentáveis obtêm os mais variados benefícios. Além da redução de emissão de produtos tóxicos no ambiente ou desperdício de matéria-prima, ocorre uma considerável redução de custos em decorrência do reaproveitamento de materiais e otimização dos processos. Benefícios intangíveis também devem ser considerados, como melhoria da percepção do mercado para com a empresa, motivação dos colaboradores e aumento da competitividade da empresa. Outro ponto importante a se ressaltar é que uma empresa sustentável acaba por influenciar toda sua cadeia produtiva, pois esta exigirá de seus fornecedores práticas condizentes, da mesma forma instruirá seu consumidor ao consumo adequado. É inegável que os investimentos em sustentabilidade cresceram exponencialmente nas organizações dos mais diversos setores, mas deve-se ressaltar que nenhuma jamais atingiu a sustentabilidade plena. Pode ser que em um futuro próximo, com o avanço tecnológico e a melhoria das condições sociais, esse estado seja atingido, ou pode-se conceber no conceito uma natureza utópica. Mas qual premissa se fará verdadeira é algo que não se pode identificar no curto prazo, por isso nos cabe buscar formas de integrar a sustentabilidade a nosso dia-a-dia. Em linhas gerais o conceito de sustentabilidade nasceu da necessidade de mudança das condições sócio-ambientais que se vivenciava, e vem buscando caminhos para melhorar a sociedade de uma forma geral, bem como a forma que esta interage
  • 6. com o meio no qual está inserida. Mesmo que adotado tardiamente na tentativa de reverter erros passados ou retroceder/minimizar o avanço de danos irreversíveis, o conceito de sustentabilidade vem mostrando resultados além dos esperados e traz consigo a promessa de uma sociedade idealizada por gerações. Referências Bibliográficas BOKS C.; STEVELS A. Essential perspectives for Design for Environment - Experiences from electronics industry , International Journal of Production Research, 2007 SIMCHI-LEVI, David; KAMINSKY, Philip; SIMCHI-LEVI, Edith, Cadeia de Suprimentos - Projeto e Gestão, Ed. Bookman São Paulo, 2000 BALLOU, Ronald, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial - 5ª Edição, Editora Bookman, São Paulo, 2004 World Commission on Environment and Development - Our Common Future: Brundtland Report - http://worldinbalance.net/intagreements/1987-brundtland.php Rede da Sustentabilidade http://www.sustentabilidade.org.br Conselho da Nova Zelândia para o Desenvolvimento Sustentável - Business Guide to a Sustainable Supply Chain - A Practical Guide - 2003 http://www.nzbcsd.org.nz/supplychain/SupplyChain.pdf Johnny C. Ho; Maurice K. Shalishali; Tzu-Liang; David S. Ang, artigo: Opportunities in Green Supply Chain Management - 2009 http://www.coastal.edu/business/cbj/pdfs/articles/spring2009/ho_shalishali_tseng_ang.pdf Duber-Smith - The Green Imperative http://www.icosamag.com/_webapp_1076762/Sustainability Purdue University - College of Technology, GREEN POWER TO THE SUPPLY CHAIN http://www.tech.purdue.edu/it/GreenSupplyChainManagement.cfm