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Capacitação dos profissionais de saúde. Literacia em saúde e competências de comunicação dos profissionais de saúde. O modelo de comunicação em saúde ACP
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Capacitação dos profissionais de saúde. Literacia em saúde e competências de comunicação dos profissionais de saúde. O modelo de comunicação em saúde ACP

  1. NEPHRO'S Autores: Cristina Vaz de Almeida Diretora da Pós-Graduação em Literacia em Saúde do ISPA. Doutoranda em Ciências da Comunicação, ISCSP RESUMO A comunicação é assumida como a "necessidade da hora" (Ranjan, Kumari & Chakrawarty, 2015, p. 1) e a "chave para um amanhã mais saudável" (Ratzan, 1994), possibilitando respostas para enfrentar e resolver problemas ao nível da comunicação no contexto da saúde: os europeus têm baixos níveis de alfabetização em saúde (HLS-EU, 2012). O Modelo ACP - ASSERTIVIDADE - CLAREZA - POSITIVIDADE - tem sido utilizado pelos mais de 600 profissionais de saúde que frequentaram, desde 2012, as formações pós-graduadas do ISPAem "Co- municação e Literacia em Saúde, assim como por aqueles profissionais de saúde que usufruíram da formação intensiva desta área em meio hospitalar (Nacional) e na ARS Algarve e Évora. Estas formações sobre Literacia em Saúde e Comunicação têm sido ministradas pela autora, com resultados positivos evidenciados em focus group, entrevistas aprofundadas com profissionais de saúde e questionários de satisfação aplicados ao longo dos anos em que o modelo é trabalhado. Palavras-chave: capacitação,comunicação, competências em saúde, literacia em saúde,adesão terapêutica, Relaçãotera- pêutica INTRODUÇÃO A melhoria das competências de comunicação dos pro- fissionais da saúde junto dos pacientes, promove uma melhor compreensão das orientações em saúde e dos níveis de literacia em saúde do paciente. Este melhor entendimento das instruções em saúde permite uma melhoria da adesão e da relação terapêutica. A literacia em saúde é um constructo dinâmico em evolução, que pela sua própria dinâmica, relaciona- -se com o desenvolvimento das competências dos indivíduos para melhor acederem, usarem, avaliarem e compreenderem o sistema de saúde, por forma a tomarem decisões fundamentadas para manterem a sua saúde (Sorensen et aI., 2012). Figura 1:A tomada de decisões em saúde Fonte: Da autora, baseado em Sorensen et. aI. 2012 NEPHRO'S IVolume XXII N° 1 12S
  2. NEPHRO'S Abilities for Patients on Hemodialysis. Nephrology Nursing Journal. 43(6), 501-510,534. Disponível em: https://search.proquest.com/docview/1850351838? accou ntid= 11862%OAhttp://openurl.ac.uk/u kfed:kcl. ac.uk?url_ver=Z39.88-2004&rfCvaUmt=info:ofi/fm t:kev:mtx:journal&genre=article&sid=ProQ:ProQ%3 Abriti shnursing ind ex&atitle= The+Eva Iuati on+of +a n -rOrientation+Pr Wileman, V., Chilcot, J., Armitage, C. J., & Farrington, K. (2016). Evidence of improved fluid management in patients receiving haemodialysis following a self- -affirmation theory-based intervention: A randomised controlled trial. Phycology and Health. 31(1),100-114. Doi: 10.1080/08870446.2015.1073729 Yu, 1., Tsai, Y., Fang, J., Yeh, M., & Fang, J. (2016). Effects of mouthwash interventions on xerostomia and uns- timulated whole saliva flow rate among hemodialysis patients: A randomized controlled study. International Journal of Nursing Studies. 63, 9-17. Doi: 10.1016/j. ijnurstu.2016.08.009 241 Volume XXII N° 1 I NEPHRO'S
  3. NEPHRO'S Os dados do Questionário Europeu de Literacia (HLS- EU-PT,2014), composto por 47 questões integrando os domínios dos cuidados de saúde, promoção da saúde e prevenção da doença, com 4 níveis de processamento da informação nas vertentes do acesso, compreensão, avaliação e utilização da informação em saúde, de- monstram que as pessoas na Europa têm níveis baixos de literacia em saúde. Foi avaliado que em Portugal, 61% da população inquirida apresenta um nível de literacia geral em saúde problemático ou inadequado, situando-se a média dos 9 países em 49,2% (Pedro et al.,2016; Saboga-Nunes 2014). E por isso um nível de compreensão baixo da informação em saúde. Resulta da própria definição de literacia em saúde dada pela Organização Mundial da Saúde (1998), que esta relação culmina nas "decisões fundamentadas e na gestão da saúde por parte da pessoa, através de um processo de acesso, uso e compreensão e avaliação da informação em saúde, que gera resultados em saúde': Para que estes resultados sejam eficientes, os conteúdos de informação, disponibilizados pelo emissor, o profissional (através da linguagem verbal e não-verbal), devem ser entendíveis pelo recetor, o paciente, de forma clara e acessível (Silverman et aI., 2013, p. 20). Existem dados (Haes et aI., 1995) que apontam que, após sair da consulta, o paciente recorda 50% ou menos da informação que lhe foi dada. Há várias referências sobre a necessidade do uso da linguagem clara, também refe- rida como plain language, (Otal et aI. 2012; Stableford e Mettger, 2007; Van't Jagt et aI. 2016; Howard, Jacobson e Kripalani, 2013) e ás competências de comunicação (Silverman, Krutz e Draper, 2013; Van't Jagt et aI., 2016; Wyer e Shrum, 2015), de uma forma generalizada A relação terapêutica, com as componentes das com- petências e da comunicação do profissional, são a base para que os resultados da qualidade em saúde sejam efetivos. Tanto mais que a comunicação usada pelo profissional e outras questões biopsicossociais relacionadas com o perfil dos recetores, tais como, pessoas com baixos estratos socioeconómicos, minorias étnicas, idosos, indivíduos com incapacidades cognitivas, com doenças crónicas, baixos nível de escolaridade, ou habilidades pobres em literacia, podem afetar, de forma adversa, a compreensão do paciente sobre o seu estado de saúde, assim como a sua adesão terapêutica (Cega la, 1995; Kripalani, S., Bentgtzen, R., Henderson, L., Jacobson,T., 2008; Chinn, D., A, McCarthy, c., 2012). Ea comunicação, sendo uma competência central dos profissionais (Williams et aI., 2002), muitas vezes não é compreendida pelos pacientes. Para Wiemann (1977), a gestão da interação inclui a 261 Volume XXII N° 1 I NEPHRO'S iniciação e fecho do encontro, o tempo de fala e o con- trolo dos tópicos sendo que uma gestão da interação satisfatória compreende a habilidade de manter estes requisitos de forma a que a conversa seja satisfatória para ambos os intervenientes. (p.199). Ainda segundo este autor, um comunicador competente é aquele que é orientado para o outro, que mantém ao mesmo tempo os seus objetivos interpessoais: é empático, possui e dá suporte ao seu interlocutor, é tranquilo enquanto interage com o outro. (p. 211). A forma como o comu- nicador gera as interações contribui para as perceções do outro interveniente (p. 211). É a competência comu- nicativa que permite á pessoa de uma forma prática e real, estabelecer a sua identidade social. Tendo em conta a importância da relação terapêutica porque central nos resultados positivos que se desejam para o paciente, foi estruturado pela autora o Modelo ACP - Assertividade, Clareza e Positividade. o MODELO DE COMUNICAÇÃO EM SAUDE ACP: ASSERTIVIDADE, CLAREZA, POSITIVIDADE Os modelos são definidos como estruturas de símbo- los e regras que são desenhados para corresponder a pontos relevantes de uma existente estrutura ou processo (Deutsch, 1952, p. 356). Com o Modelo ACP - Assertividade, Clareza e Posi- tividade, desenvolvido por Vaz de Almeida (Vaz de Almeida, 2014, 2016; Belim & Vaz de Almeida, 2018) os profissionais das áreas da saúde ficam mais habilitados a comunicar e a estimular os seus destinatários para uma melhor compreensão e tomada de decisão. O Modelo ACP consiste no uso agregado e interdepen- dente de um conjunto de habilidades e de competên- cias de comunicação que integram a Assertividade, a Clareza de linguagem e a Positividade pelo profissional de saúde. Este Modelo de Comunicação em saúde permite que o profissional de saúde escolha de uma forma imediata um modelo na relação terapêutica, conseguindo ficar dotado de maiores competências para apoiar o paciente na compreensão das instruções em saúde, e para que este também tome decisões acertadas em saúde. Este Modelo foi testado e comprovado nos seus efeitos por um conjunto vasto de centenas de profissionais de saúde que beneficiaram entre 2012 e 2018, da formação avançada no ISPAem Literacia em Saúde, assim como da Pós Graduação em Literacia em Saúde: Modelos,
  4. Estratégias e Intervenção (2017/2018), de formações em contexto hospitalar em Portugal, assim como evi- denciado por 5 foeus qroup de profissionais de saúde de várias áreas profissionais (médicos, enfermeiros, terapeutas, higienistas orais, entre outros). Os grupos foram unânimes quanto à importância do desenvolvimento das competências de comunicação dos profissionais da saúde para uma melhoria da lite- racia em saúde dos pacientes. Estas competências de comunicação envolvem a linguagem verbal e não-verbal, as atitudes e comportamentos que devem gerar mais confiança ao paciente e que permitirão uma maior adesão terapêutica, assim como uma consolidação positiva da Figura 2 - As bases do Modelo ACP NEPHRO relação terapêutica. Uma comunicação mais eficien e, desenvolvida através de uma postura assertiva, atravFs de uma linguagem claras e positiva, poderá conduzi a uma melhor compreensão do recetor/paciente e, per sua vez, aos melhores resultados em saúde, individuais e societais (meso e macro). I O Modelo de competências de comunicação ACP permite o desenvolvimento de uma relação terapêutica mais harmoniosa e eficaz, com o aumento da consciênci e consequentemente da compreensão do paciente, ~a memorização e motivação para tomar decisões m~is acertadas sobre a sua saúde ou de quem dele depende. ASSERTIVIDADE CLAREZA I Fonte 2 : Da autora. Vertentes do Modelo ACP NEPHRO'S I Volume XXII N° 1 27 I
  5. NEPHRO'S Ahmed, R.,& Bates, B. R.(2013). Health communication and mass media: An integrated approach to policy and practice. Farnham, UK: Gower Publishing Ltd. Aldoory, L. (2016). The status of health literacy research in health communication and opportunities for future scholarship. Health Communication. 1- 8. Doi:10.1080/1 0410236.2015.1114065. Belim, C, & Vaz de Almeida, C. (2018). Healthy thanks to communication: A model of communication competences to optimize health literacy: Assertiveness, clear language, and positivity.ln V E.Papalois & M. Theodospoulous (Eds.), Optimizing health literacy for improved clinical practices (pp. 124-152). Hershey, PA: IGI Global. Cho, H. (2011). Health communication message design: Theory and practice. Los Angeles: SAGE. De Haes, H., & Bensing, J (2009). Endpoints in medical communication research, proposing a framework of func- tions and outcomes. Patient Education and Counseling, 74(3),287-294. doi:1O.1016/j. Deutsch, K.w. (1952). 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