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"Gerenciamento e Mediação de Crises e Conflitos"
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 Conceitos
 Medo: Avaliação da situação
 Risco: Percepção de risco. Análise de risco. Tipos de risco. Mapa de risco.
Antecipação e prevenção do risco. Evento adverso. Processos de intervenção
em eventos adversos. Processos de resolução de problemas aplicados aos
eventos adversos. Métodos, técnicas e ferramentas que possibilitem avaliar
cenários e riscos. Ocorrência de alto risco. Graus de riscos e níveis de resposta.
 Crise. Crise de natureza criminal ou não-criminal. Tipos de crise. Gerenciamento
Integrado de Crises. Objetivos do Gerenciamento Integrado de Crises. Fases de
uma crise. Elementos operacionais essenciais: gerente de crise e negociador.
Equipe tática. Soluções de crise.
 Conflitualidades e Violência: Tipos de conflito. Estilo e manejo de conflitos.
Meios de Resolução Pacífica de Conflitos . O mediador. A ética do mediador.
Aspectos operacionais: fases da mediação. Dimensão sociopsicológica da
violência. Mediação em contexto de violência. Segurança Cidadã.
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medo
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Medo
Conforme Baierl (2004), o medo se configura como um
sentimento natural, intrínseco aos seres viventes, racionais e
irracionais. O medo seria um sinal e alerta de que estamos
correndo algum risco, sendo que este risco pode ser real,
imaginário ou potencial. Portanto, medo e o sentido de risco se
correlacionam.
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 Medo social
“resulta de uma intencionalidade, que se pode caracterizar por uma
maior ou menor intensidade junto daqueles que constituem o alvo
preferido de quem da sua insegurança pode beneficiar. Esta emoção
reflecte estados de insegurança que radicam naquilo que de mais
profundo existe no ser humano, e quem mais dela fizer uso maior
possibilidade terá de controlar a acção dos outros.” (DIAS, 2007)
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 Vivemos cercados por grades de seguranças e câmeras que vigiam
nossos passos a todo instante. Temos medo de assaltos, medo das
drogas, medo do terrorismo, medo da natureza e de doenças. Temos
medo da crise. Para sobreviver temos que fugir de nós mesmos.
Afastamos todos os dias o pânico de nos sabermos mortais, nossa
própria consciência de que em algum ponto, num futuro breve, vai dar
errado. Mas será que temos mais medo hoje do que tínhamos no
passado? Ou será que o homem sempre foi este animal atormentado?
(OLIVA e LAUERTA, 2007)
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 O medo social é hoje apontado como uma poderosa
ferramenta de dominação e controle, sendo usado
como tal pela mídia, pela religião e pela própria
política.
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 Podemos afirmar que tal insegurança e ansiedade pela
solução incerta e pela transformação das circunstâncias
vigentes, solução essa ao mesmo tempo temida e desejada, é
matéria prima de uma universalização do medo e da
individualização, daí resulta um mundo vivido como
incerto,incontrolável e ameaçador.Sob a sombra do medo, e a
ameaça constante das incertezas do futuro trazidas pela crise
tentamos desvendar como a sociedade reage e se comporta
nesse ambiente crítico, numa busca quase insana e paradoxal
por segurança e liberdade, o que outrora foi a gênese da
Revolução Francesa e que hoje ainda permanece com a
solução incerta (OLIVA e LAUERTA, 2007)
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Risco
 Vários autores vem desenvolvendo análises sobre
o fenômeno Risco, tais como: N. Luhmann (1992),
O. Malley (1992), D. Garlland (2003) e dentre eles,
destaca-se aqui alguns teóricos sociais no âmbito
da sociologia da modernidade reflexiva, tais como
Bauman (2001,2008) Beck (1996,1997,1998) e
Giddens (1991; 1997), que propuseram uma
reflexão sobre como a evolução tecno-científica e o
processo de globalização, legaram a vida humana,
aspectos intrinsecamente contraditórios: um certo
bem-estar e ao mesmo tempo, uma certa
imprevisibilidade e descontrole de suas reais
implicações.
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 Ulrich Beck (1944-Stolp-Alemanha...)
 1986
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 Risco (cont.)
 Para Ulrich Beck (2006), a compreensão do que seja
risco requer o entendimento de sua historicidade, por
isso em sua análise ele faz um acompanhamento dos
riscos desde o passado até a sociedade atual
 Vive–se em meio a uma "sociedade de risco", tal como
teorizada por Beck. Riscos produzidos socialmente e,
por vezes, ironicamente depositados nas costas dos
indivíduos que são obrigados a tolerá–los. Essa
sociedade de risco exige que se pesquise as causas
sociais responsáveis pelos desafios emergentes na
sociedade líquida, favorecendo, assim, que os indivíduos
ingressem no processo reflexivo de elaborar "política–
vida"
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Crise
Segundo Pearson (1998) as crises podem ser olhadas de 3 diferentes perspecti
vas:
(i) uma perspectiva meramente técnica que nos remete para a dinâmica est
rutural, infraestrutural, técnica e operativa de um sistema, onde se salientam
e perspectivam os fenômenos, apelando às variáveis definidoras físicas e t
écnicas.
(ii)uma perspectiva psicológica pura: na qual
a análise se centra nos aspectos cognitivos individuais associados aos fe
nômenos, na análise psicológica das suas dimensões e na explicação
individualizada dos seus efeitos e consequências;
(iii)uma perspectiva socio-
política onde a crise é encarada como uma quebra coletiva do sentido parti
lhado e da estruturação dos papeis sociais e onde se verifica uma tra
nsformação, ainda que marginal da ordem social, da liderança e dos valores
e crenças tidas como comuns.
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Crise
 A crise propõe, mas, a cultura dispõe
(Le Roy Ladurie, 1976)
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 Uma Curiosidade:
Weiji = crise
 Quando escrita em chinês, a palavra crise compõe-se de dois
caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade
Wei=perigo..........ji=oportunidade
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Conflitualidades e Violência
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 Conflito
Situações conflitivas: caso
Índia Tuíra - Em 1989, a Eletronorte convocou uma audiência pública
para discutir a construção da usina Kararaô que, segundo os
índios da região e o movimento ambientalista, causaria um
grande impacto ambiental. Essa construção recebia na época
financiamento do Banco Mundial. Durante a audiência, enquanto
os guerreiros caiapós gritavam “Kararaô vai afogar nossos
filhos!!!”, a índia Tuíra tomou a iniciativa, avançou para cima do
então presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes, e o advertiu
encostando a lâmina do facão em seu rosto. Essa ação
contribuiu para interromper o projeto da usina durante dez anos
e também fez com que o Banco Mundial suspendesse o
financiamento dessa construção.
Fontes: http://www.socioambiental.org/esp/bm/hist.asp /
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=10496
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 Situações conflitivas: caso
 O caso da Marta - Marta, uma mulher negra, procura um
pronto-socorro por causa de uma queimadura leve, que
aconteceu durante o trabalho. A sala de espera estava
cheia e bastante movimentada. Após algum tempo de
espera, o médico apareceu na porta e chamou: “Milton
Araújo!”. Ninguém se levantou; o médico chamou de novo
“MILTON ARAÚJO!”, o que deixou as pessoas curiosas.
Marta, envergonhada, aproximou-se e disse ao médico em
voz baixa: “Sou eu! Eu havia pedido na recepção que me
chamasse pelo nome social, Marta”. O médico olhou-a
indignado e disse: “eu sei, te chamei pelo nome de registro
propositadamente”. As pessoas perceberam que Marta era
uma transexual, ficaram atônitas, começaram a cochichar
e dar risadinhas.
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 Situações conflitivas: caso
Entrevista de Juan Pablo Lederach, especialista em
resolução de conflitos e construção da paz: Existen
condiciones en Colombia para la eventual firma de los
acuerdos entre las Farc y el gobierno?
 https://www.youtube.com/watch?v=JjfWsmAWuCE
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 Situações conflitivas: caso
"You can bomb the world to pieces... but you can't bomb it into peace" ("Você
pode explodir o mundo em pedaços ... mas você não pode bombardear-lo
em paz“)
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 Conflito: conceitos
 [Do lat. conflictu, choque’, ‘embate’, ‘peleja’, <lat. confligere, ‘lutar’] 1.
Embate dos que lutam. 2. Discussão acompanhada de injúrias e
ameaças; desavença. 3. Guerra (1). 4. Luta, combate. 5. Colisão,
choque In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário
Aurélio da língua portuguesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1999.
 “O conflito é luz e sombra, perigo e oportunidade, estabilidade e
mudança, fortaleza e debilidade. O impulso para avançar e o obstáculo
que se opõe a todos os conflitos contêm a semente da criação e da
desconstrução”. Sun Tzu (544-496 a.C.) In: A Arte da Guerra, século VI
a. C.
 “Uma forma de interação entre indivíduos, grupos, organizações e
coletividades que implica choques para o acesso à distribuição de bens
escassos”. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO,
Gianfranco. Dicionário de política. 12ª edição. Brasília: UnB, 2004.
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O conflito é: A violência é:
Natural e inevitável. Construída, aprendida e
evitável.
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“… o conflito em si só é potencialmente
transformativo: ou seja, a argúcia oferece aos
indivíduos a oportunidade de desenvolver e
integrar suas capacidades de força individual
e empatia pelos outros. (FOLGER & BUSH,
1999, p. 85)
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mediação
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Mediação
 A mediação de conflitos é geralmente definida
como a interferência consentida de uma terceira
parte em uma negociação ou em um conflito
instalado, com poder de decisão limitado, cujo
objetivo é conduzir o processo em direção a um
acordo satisfatório, construído voluntariamente
pelas partes, e, portanto mutuamente aceitável
com relação às questões em disputa. (MOORE,
Christopher W. 1998)
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 Objetivos da mediação de conflitos
De modo geral, podemos dizer que a mediação de
conflitos apresenta quatro principais objetivos:
 A SOLUÇÃO DE CONFLITOS
 A PREVENÇÃO DE CONFLITOS
 A INCLUSÃO SOCIAL
 A PAZ SOCIAL
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 Meios de Resolução Pacífica de Conflitos
A análise do conflito ajudará a escolher o melhor caminho para tratar os pontos mais
sensíveis do conflito. Quando separamos as pessoas dos problemas e dos processos,
fica mais fácil visualizar o conflito e buscar soluções. A seguir, separamos os elementos
dos conflitos, e colocamos algumas perguntas básicas para nos ajudar a identificar esses
conflitos:
• Pessoas: Quem está envolvido no conflito? Existem outras pessoas que também
tenham interesse? Há alguém que possa ajudar na sua solução? Há alguém que
possa interferir positivamente? Quem tem capacidade para tomar as decisões?
• Problema: Qual é o motivo do conflito? Quais são os objetos da controvérsia?
Quais temas são negociáveis? Que postura adotaram as partes? O que querem?
O que pedem? Por que é importante o que pedem? Para que necessitam o que
pedem? Que benefícios obteriam com o que pedem? O que mais os preocupa
na situação?
• Processo: Em que fase se encontra o conflito? Houve alguma tentativa de
solução? Como se comunicam as partes? Como se desenvolve o processo de
comunicação? Quem tem mais poder nesse tema ou na relação? Em que se
baseia esse poder? Que interesse de solução têm as partes? Qual o seu
verdadeiro objetivo acerca do conflito?
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DIFERENÇA ENTRE NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO
A diferença básica entre estes dois métodos
alternativos para a solução de conflitos, é que na
negociação não há a participação de um terceiro, as
pessoas envolvidas buscam, por elas mesmas, a
solução do conflito (autocomposição).
Já na mediação é necessária à participação de um
terceiro que não tem o poder de decisão, mas,
orienta os mediados para a solução do conflito.
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DIFERENÇA ENTRE ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO
Arbitragem e Mediação são processos parecidos que buscam resolver
conflitos fora do Poder Judiciário (extrajudicialmente). Geralmente,
tenta- se fazer a mediação antes de apelar para a arbitragem. Quando
a mediação não dá resultado, mas ainda desejamos resolver o conflito
de forma extrajudicial, podemos usar a arbitragem, que já é um
processo um pouco mais formal, parecido com a Justiça. O árbitro
trabalha de forma semelhante à de um juiz, e a sua decisão deve ser
respeitada como tal. É bem diferente da mediação, situação em que o
mediador não decide nada: ele apenas ajuda as pessoas a chegarem
a uma decisão conjunta.
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 Etapas da mediação de conflitos
 Pré-mediação (realizada com cada participante em separado)
Apresente-se como mediador; • Pergunte às pessoas envolvidas no
conflito se gostariam que você as ajudasse a resolver o problema; •
Encontre um lugar calmo para fazer a mediação; • Combine as regras
do processo de mediação.
 Recepção
É preciso o acordo sobre as seguintes regras: Tentar solucionar o
problema de forma pacífica; • Não ofender verbalmente o outro; • Não
interromper, cada parte terá o mesmo tempo para falar; • Guardar
segredo.
 Primeira parte da mediação: a escuta ativa
É função do mediador criar um ambiente em que as pessoas fiquem à
vontade para falar de maneira franca e honesta. Para isso, é preciso
deixar falar e não interromper, mas também é possível fazer algumas
perguntas para desenvolver a discussão de forma racional
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 Etapas da mediação de conflitos (cont.)
 “Mensagens-Eu”
Nesta primeira parte do processo de mediação, as “mensagens-eu” são
uma forma simples de dizer o que cada uma das pessoas envolvidas
está sentindo. As “mensagens-eu” ajudam a sensibilizar as pessoas a
compreender “o outro lado”, o ponto de vista da outra pessoa, e a abrir
o diálogo. Mensagens-eu são formas de expressar os sentimentos que
temos nas situações de conflito, de uma forma não-acusatória. O
contrário das mensagens-eu são as “mensagens-você”, quando nós
praticamente começamos a “acusar” injustamente as outras pessoas.
 Procurar soluções
 Firmar compromissos
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 Estilo e manejo de conflitos
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MEDIAÇÃO PROCESSO JUDICIAL
RÁPIDO
Alguns conflitos podem ser resolvidos com apenas
uma reunião.
DEMORADO
Uma ação na justiça é sempre demorada. É possível
que se leve mais de 5 anos para chegar à sentença
final.
BOM CUSTO-BENEFÍCIO - Não tem custos, pois
pode ser feita por uma ONG ou mediadores da
Comunidade.
CARO - Pagamento de custas judiciais e em alguns
casos pagamento por perícias necessárias para o
andamento do processo.
EVITA RESSENTIMENTO ENTRE OS ENVOLVIDOS
O objetivo é que as partes cheguem a comum acordo,
evitando assim mágoas.
ESTIMULA RESSENTIMENTOS ENTRE AS PARTES
Competição entre as partes, ganha aquela que
derrotar a outra.
É VOLUNTÁRIO
As pessoas envolvidas têm o poder de decidir se a
Mediação é o procedimento mais adequado ao caso.
PODE TORNA-SE OBRIGATÓRIO
Dependendo do conflito, não resta alternativa senão a
via judicial.
ALTERNATIVAS Para a solução do conflito, as partes
podem adotar medidas que não estão na lei, desde
que não prejudiquem outros ou infrinjam a lei.
ATENDEM SOMENTE A LEI
A decisão judicial tem que seguir a legislação
brasileira.
DECISÃO DEMOCRÁTICA
“Garantia” do cumprimento do acordo
DECISÃO IMPOSITIVA
Não “garante” o cumprimento do acordo
ACOMPANHAMENTO DOS ACORDOS FIRMADOS
O Mediador pode acompanhar a implementação dos
acordos
NÃO MANTÉM CONTATO COM AS PARTES
Após a sentença, o Juiz não mantém contato com as
partes.
NÃO ATENDE TODOS OS CONFLITOS
Há conflitos que não podem ser mediados
ATENDE A TODOS OS CONFLITOS
Qualquer conflito pode ser resolvido na justiça,
observando os itens acima.
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 O mediador. A ética do mediador
O Mediador pautará sua conduta nos seguintes princípios: Imparcialidade -
Credibilidade - Competência - Confidencialidade - Diligência
 Imparcialidade - condição fundamental ao Mediador; não pode existir qualquer conflito
de interesses ou relacionamento capaz de afetar sua imparcialidade; deve procurar
compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum preconceito ou valores
pessoais venham a interferir no seu trabalho.
 Credibilidade - O Mediador deve construir e manter a credibilidade perante as partes,
sendo independente, franco e coerente.
 Competência - a capacidade para efetivamente mediar a controvérsia existente. Por
isso, o Mediador somente deverá aceitar a tarefa quando tiver as qualificações
necessárias para satisfazer as expectativas razoáveis das partes.
 Confidencialidade - os fatos, situações e propostas, ocorridas durante a Mediação,
são sigilosos e privilegiados. Aqueles que participarem do processo devem
obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a ele referente, não podendo ser
testemunhas do caso, respeitado o princípio da autonomia da vontade das partes, nos
termos por elas convencionados, desde que não contrariem a ordem pública.
 Diligência - cuidado e a prudência para a observância da regularidade, assegurando a
qualidade do processo e cuidando ativamente de todos os seus princípios
fundamentais.
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cidadã
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 Segurança Cidadã
 A perspectiva de Segurança Cidadã surgiu na América Latina, a
partir da segunda metade da década de 90, e tem como
princípio a implementação integrada de políticas setoriais no
nível local. O conceito de Segurança Cidadã começa a ser
aplicado na Colômbia, em 1995 e naquele momento, seguindo o
êxito obtido naquela região na prevenção e controle da
criminalidade, este passou a ser adotado por outros países da
região. (SANTOS, 2014, P 42)
 O conceito de Segurança Cidadã parte da natureza multicausal
da violência e, nesse sentido, defende a atuação tanto no
espectro do controle como na esfera da prevenção, através de
políticas públicas integradas no âmbito local. Assim, uma
política pública de Segurança Cidadã envolve várias
dimensões, reconhecendo a multicausalidade da violência e a
heterogeneidade de suas manifestações. (SANTOS, 2014, P.42)
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Segurança ↔ Eliminação das ameaças
Entendida como um bem público, a segurança cidadã
refere-se a uma ordem cidadã democrática que elimina
as ameaças de violência na população e permite a
convivência segura e pacífica. Esse enfoque possui uma
série de implicações substanciais. Ao centrar-se na noção de
ameaça e, de maneira implícita nas noções de
vulnerabilidade e desproteção, a definição distancia-se de
determinadas concepções que definem a segurança cidadã
puramente em função da criminalidade e do delito e
apresenta explicitamente a dualidade objetiva/subjetiva do
conceito de segurança cidadã, que, como foi dito, converte-
se em um direito exigível perante o Estado. (VELÁSQUEZ,
2004, p.187)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BAIERL, L. F. Medo Social: Da violência visível ao invisível da violência. São Paulo: Cortez, 2004.
 BAUMAN, Zigmunt. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Zahar ed., 2008
 BASTIEN, Carlos. A noção de crise no senso comum e nas ciências sociais . Disponível em
https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/759/1/CBsenso.pdf. Acesso em 17/07/2007
 BECK, Ulrich. Teoría de la sociedad del riesgo. In: BERIAN, Josetxo (comp.). Las consecuencias
perversas de la modernidad: Modernidad, contingencia y riesgo. Barcelona: Anthropos, 1996, pp.201-222.
 ______. Teoría de la sociedad del riesgo. In: BERIAN, Josetxo (comp.). Las consecuencias perversas de
la modernidad: Modernidad, contingencia y riesgo. Barcelona: Anthropos, 1996, pp.201-222.
 ._______ A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: GIDDENS, A.; BECK,
U.; LASH, S. (Orgs.). Modernização reflexiva. São Paulo: Unesp, 1997.
 ________. Sobre a incompreendida falta de experiência da genética humana: as consequências sociais
do não saber relativo. In: BONI, L. Etica e genética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998.
 ______. World risk society. Cambridge: Polity Press, 1999
 DIAS,Fernando Nogueira .O Medo Social e os vigilantes da ordem emocional. Instituto Piaget, 2007.
 FOLGER, Joseph P. & BUSH, Robert A. A mediação transformativa e intervenção de terceiros: as marcas
registradas de um profissional transformador. In: SCHNITMAN, Dora Fried; LITTLEJOHN, Stephen. (Org.)
Novos paradigmas em mediação. Porto Alegre: ArtMed, 1999.
 GARLAND, D. The rise of risk In Ericson, R. V. e Doyle, A. Risk and Morality. Toronto: University of
Toronto Press, 2003, pp.48-86
 GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Tradução de Raul Fiker. São Paulo: UNESP,
1991.
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 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1992.
 MOORE, Christopher W. O processo de mediação. Porto Alegre: Artmed, 1998.
 OLIVA, Diego Coletti e LAHUERTA, Milton. Medo Social em Contextos de crise: uma reflexão sobre a crise
do século XVIII e o contexto atual. Disponível em
https://www.academia.edu/514135/MEDO_SOCIAL_EM_CONTEXTOS_DE_CRISE_UMA_REFLEXAO_S
OBRE_A_CRISE_DO_SECULO_XVIII_EO_CONTEXTO_ATUAL_SOCIAL_FEAR_IN_CRISIS_A_Acesso
em 17/07/2014
 O’MALLEY, P. Risk, power, and crime prevention. Economy and Society, London, v. 21, n. 3, p. 252-275,
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 VELÁSQUEZ , Hugo Acero . Os governos locais e a segurança cidadã . Bogotá, 2004, p.181-222 .
Disponível em http://www.rolim.com.br/2002/_pdfs/seg_Hugo_Acero.pdf. Acesso 05/07/2014
42
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública
Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres
Profa. Dra. Cleide Magáli
43
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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina: Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli "Gerenciamento e Mediação de Crises e Conflitos"
  • 2. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Conceitos  Medo: Avaliação da situação  Risco: Percepção de risco. Análise de risco. Tipos de risco. Mapa de risco. Antecipação e prevenção do risco. Evento adverso. Processos de intervenção em eventos adversos. Processos de resolução de problemas aplicados aos eventos adversos. Métodos, técnicas e ferramentas que possibilitem avaliar cenários e riscos. Ocorrência de alto risco. Graus de riscos e níveis de resposta.  Crise. Crise de natureza criminal ou não-criminal. Tipos de crise. Gerenciamento Integrado de Crises. Objetivos do Gerenciamento Integrado de Crises. Fases de uma crise. Elementos operacionais essenciais: gerente de crise e negociador. Equipe tática. Soluções de crise.  Conflitualidades e Violência: Tipos de conflito. Estilo e manejo de conflitos. Meios de Resolução Pacífica de Conflitos . O mediador. A ética do mediador. Aspectos operacionais: fases da mediação. Dimensão sociopsicológica da violência. Mediação em contexto de violência. Segurança Cidadã. 2
  • 3. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli medo 3
  • 4. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Medo Conforme Baierl (2004), o medo se configura como um sentimento natural, intrínseco aos seres viventes, racionais e irracionais. O medo seria um sinal e alerta de que estamos correndo algum risco, sendo que este risco pode ser real, imaginário ou potencial. Portanto, medo e o sentido de risco se correlacionam. 4
  • 5. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 5
  • 6. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Medo social “resulta de uma intencionalidade, que se pode caracterizar por uma maior ou menor intensidade junto daqueles que constituem o alvo preferido de quem da sua insegurança pode beneficiar. Esta emoção reflecte estados de insegurança que radicam naquilo que de mais profundo existe no ser humano, e quem mais dela fizer uso maior possibilidade terá de controlar a acção dos outros.” (DIAS, 2007) 6
  • 7. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Vivemos cercados por grades de seguranças e câmeras que vigiam nossos passos a todo instante. Temos medo de assaltos, medo das drogas, medo do terrorismo, medo da natureza e de doenças. Temos medo da crise. Para sobreviver temos que fugir de nós mesmos. Afastamos todos os dias o pânico de nos sabermos mortais, nossa própria consciência de que em algum ponto, num futuro breve, vai dar errado. Mas será que temos mais medo hoje do que tínhamos no passado? Ou será que o homem sempre foi este animal atormentado? (OLIVA e LAUERTA, 2007) 7
  • 8. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  O medo social é hoje apontado como uma poderosa ferramenta de dominação e controle, sendo usado como tal pela mídia, pela religião e pela própria política. 8
  • 9. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Podemos afirmar que tal insegurança e ansiedade pela solução incerta e pela transformação das circunstâncias vigentes, solução essa ao mesmo tempo temida e desejada, é matéria prima de uma universalização do medo e da individualização, daí resulta um mundo vivido como incerto,incontrolável e ameaçador.Sob a sombra do medo, e a ameaça constante das incertezas do futuro trazidas pela crise tentamos desvendar como a sociedade reage e se comporta nesse ambiente crítico, numa busca quase insana e paradoxal por segurança e liberdade, o que outrora foi a gênese da Revolução Francesa e que hoje ainda permanece com a solução incerta (OLIVA e LAUERTA, 2007) 9
  • 10. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 10
  • 11. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Risco  Vários autores vem desenvolvendo análises sobre o fenômeno Risco, tais como: N. Luhmann (1992), O. Malley (1992), D. Garlland (2003) e dentre eles, destaca-se aqui alguns teóricos sociais no âmbito da sociologia da modernidade reflexiva, tais como Bauman (2001,2008) Beck (1996,1997,1998) e Giddens (1991; 1997), que propuseram uma reflexão sobre como a evolução tecno-científica e o processo de globalização, legaram a vida humana, aspectos intrinsecamente contraditórios: um certo bem-estar e ao mesmo tempo, uma certa imprevisibilidade e descontrole de suas reais implicações. 11
  • 12. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Ulrich Beck (1944-Stolp-Alemanha...)  1986 12
  • 13. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Risco (cont.)  Para Ulrich Beck (2006), a compreensão do que seja risco requer o entendimento de sua historicidade, por isso em sua análise ele faz um acompanhamento dos riscos desde o passado até a sociedade atual  Vive–se em meio a uma "sociedade de risco", tal como teorizada por Beck. Riscos produzidos socialmente e, por vezes, ironicamente depositados nas costas dos indivíduos que são obrigados a tolerá–los. Essa sociedade de risco exige que se pesquise as causas sociais responsáveis pelos desafios emergentes na sociedade líquida, favorecendo, assim, que os indivíduos ingressem no processo reflexivo de elaborar "política– vida" 13
  • 14. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 14
  • 15. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Crise Segundo Pearson (1998) as crises podem ser olhadas de 3 diferentes perspecti vas: (i) uma perspectiva meramente técnica que nos remete para a dinâmica est rutural, infraestrutural, técnica e operativa de um sistema, onde se salientam e perspectivam os fenômenos, apelando às variáveis definidoras físicas e t écnicas. (ii)uma perspectiva psicológica pura: na qual a análise se centra nos aspectos cognitivos individuais associados aos fe nômenos, na análise psicológica das suas dimensões e na explicação individualizada dos seus efeitos e consequências; (iii)uma perspectiva socio- política onde a crise é encarada como uma quebra coletiva do sentido parti lhado e da estruturação dos papeis sociais e onde se verifica uma tra nsformação, ainda que marginal da ordem social, da liderança e dos valores e crenças tidas como comuns. 15
  • 16. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Crise  A crise propõe, mas, a cultura dispõe (Le Roy Ladurie, 1976) 16
  • 17. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Uma Curiosidade: Weiji = crise  Quando escrita em chinês, a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade Wei=perigo..........ji=oportunidade 17
  • 18. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Conflitualidades e Violência 18
  • 19. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Conflito Situações conflitivas: caso Índia Tuíra - Em 1989, a Eletronorte convocou uma audiência pública para discutir a construção da usina Kararaô que, segundo os índios da região e o movimento ambientalista, causaria um grande impacto ambiental. Essa construção recebia na época financiamento do Banco Mundial. Durante a audiência, enquanto os guerreiros caiapós gritavam “Kararaô vai afogar nossos filhos!!!”, a índia Tuíra tomou a iniciativa, avançou para cima do então presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes, e o advertiu encostando a lâmina do facão em seu rosto. Essa ação contribuiu para interromper o projeto da usina durante dez anos e também fez com que o Banco Mundial suspendesse o financiamento dessa construção. Fontes: http://www.socioambiental.org/esp/bm/hist.asp / http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=10496 19
  • 20. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Situações conflitivas: caso  O caso da Marta - Marta, uma mulher negra, procura um pronto-socorro por causa de uma queimadura leve, que aconteceu durante o trabalho. A sala de espera estava cheia e bastante movimentada. Após algum tempo de espera, o médico apareceu na porta e chamou: “Milton Araújo!”. Ninguém se levantou; o médico chamou de novo “MILTON ARAÚJO!”, o que deixou as pessoas curiosas. Marta, envergonhada, aproximou-se e disse ao médico em voz baixa: “Sou eu! Eu havia pedido na recepção que me chamasse pelo nome social, Marta”. O médico olhou-a indignado e disse: “eu sei, te chamei pelo nome de registro propositadamente”. As pessoas perceberam que Marta era uma transexual, ficaram atônitas, começaram a cochichar e dar risadinhas. 20
  • 21. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Situações conflitivas: caso Entrevista de Juan Pablo Lederach, especialista em resolução de conflitos e construção da paz: Existen condiciones en Colombia para la eventual firma de los acuerdos entre las Farc y el gobierno?  https://www.youtube.com/watch?v=JjfWsmAWuCE 21
  • 22. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Situações conflitivas: caso "You can bomb the world to pieces... but you can't bomb it into peace" ("Você pode explodir o mundo em pedaços ... mas você não pode bombardear-lo em paz“) 22
  • 23. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Conflito: conceitos  [Do lat. conflictu, choque’, ‘embate’, ‘peleja’, <lat. confligere, ‘lutar’] 1. Embate dos que lutam. 2. Discussão acompanhada de injúrias e ameaças; desavença. 3. Guerra (1). 4. Luta, combate. 5. Colisão, choque In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.  “O conflito é luz e sombra, perigo e oportunidade, estabilidade e mudança, fortaleza e debilidade. O impulso para avançar e o obstáculo que se opõe a todos os conflitos contêm a semente da criação e da desconstrução”. Sun Tzu (544-496 a.C.) In: A Arte da Guerra, século VI a. C.  “Uma forma de interação entre indivíduos, grupos, organizações e coletividades que implica choques para o acesso à distribuição de bens escassos”. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 12ª edição. Brasília: UnB, 2004. 23
  • 24. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 24 O conflito é: A violência é: Natural e inevitável. Construída, aprendida e evitável.
  • 25. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli “… o conflito em si só é potencialmente transformativo: ou seja, a argúcia oferece aos indivíduos a oportunidade de desenvolver e integrar suas capacidades de força individual e empatia pelos outros. (FOLGER & BUSH, 1999, p. 85) 25
  • 26. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 26 mediação
  • 27. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Mediação  A mediação de conflitos é geralmente definida como a interferência consentida de uma terceira parte em uma negociação ou em um conflito instalado, com poder de decisão limitado, cujo objetivo é conduzir o processo em direção a um acordo satisfatório, construído voluntariamente pelas partes, e, portanto mutuamente aceitável com relação às questões em disputa. (MOORE, Christopher W. 1998) 27
  • 28. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Objetivos da mediação de conflitos De modo geral, podemos dizer que a mediação de conflitos apresenta quatro principais objetivos:  A SOLUÇÃO DE CONFLITOS  A PREVENÇÃO DE CONFLITOS  A INCLUSÃO SOCIAL  A PAZ SOCIAL 28
  • 29. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Meios de Resolução Pacífica de Conflitos A análise do conflito ajudará a escolher o melhor caminho para tratar os pontos mais sensíveis do conflito. Quando separamos as pessoas dos problemas e dos processos, fica mais fácil visualizar o conflito e buscar soluções. A seguir, separamos os elementos dos conflitos, e colocamos algumas perguntas básicas para nos ajudar a identificar esses conflitos: • Pessoas: Quem está envolvido no conflito? Existem outras pessoas que também tenham interesse? Há alguém que possa ajudar na sua solução? Há alguém que possa interferir positivamente? Quem tem capacidade para tomar as decisões? • Problema: Qual é o motivo do conflito? Quais são os objetos da controvérsia? Quais temas são negociáveis? Que postura adotaram as partes? O que querem? O que pedem? Por que é importante o que pedem? Para que necessitam o que pedem? Que benefícios obteriam com o que pedem? O que mais os preocupa na situação? • Processo: Em que fase se encontra o conflito? Houve alguma tentativa de solução? Como se comunicam as partes? Como se desenvolve o processo de comunicação? Quem tem mais poder nesse tema ou na relação? Em que se baseia esse poder? Que interesse de solução têm as partes? Qual o seu verdadeiro objetivo acerca do conflito? 29
  • 30. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 30 DIFERENÇA ENTRE NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO A diferença básica entre estes dois métodos alternativos para a solução de conflitos, é que na negociação não há a participação de um terceiro, as pessoas envolvidas buscam, por elas mesmas, a solução do conflito (autocomposição). Já na mediação é necessária à participação de um terceiro que não tem o poder de decisão, mas, orienta os mediados para a solução do conflito.
  • 31. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 31 DIFERENÇA ENTRE ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO Arbitragem e Mediação são processos parecidos que buscam resolver conflitos fora do Poder Judiciário (extrajudicialmente). Geralmente, tenta- se fazer a mediação antes de apelar para a arbitragem. Quando a mediação não dá resultado, mas ainda desejamos resolver o conflito de forma extrajudicial, podemos usar a arbitragem, que já é um processo um pouco mais formal, parecido com a Justiça. O árbitro trabalha de forma semelhante à de um juiz, e a sua decisão deve ser respeitada como tal. É bem diferente da mediação, situação em que o mediador não decide nada: ele apenas ajuda as pessoas a chegarem a uma decisão conjunta.
  • 32. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Etapas da mediação de conflitos  Pré-mediação (realizada com cada participante em separado) Apresente-se como mediador; • Pergunte às pessoas envolvidas no conflito se gostariam que você as ajudasse a resolver o problema; • Encontre um lugar calmo para fazer a mediação; • Combine as regras do processo de mediação.  Recepção É preciso o acordo sobre as seguintes regras: Tentar solucionar o problema de forma pacífica; • Não ofender verbalmente o outro; • Não interromper, cada parte terá o mesmo tempo para falar; • Guardar segredo.  Primeira parte da mediação: a escuta ativa É função do mediador criar um ambiente em que as pessoas fiquem à vontade para falar de maneira franca e honesta. Para isso, é preciso deixar falar e não interromper, mas também é possível fazer algumas perguntas para desenvolver a discussão de forma racional 32
  • 33. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Etapas da mediação de conflitos (cont.)  “Mensagens-Eu” Nesta primeira parte do processo de mediação, as “mensagens-eu” são uma forma simples de dizer o que cada uma das pessoas envolvidas está sentindo. As “mensagens-eu” ajudam a sensibilizar as pessoas a compreender “o outro lado”, o ponto de vista da outra pessoa, e a abrir o diálogo. Mensagens-eu são formas de expressar os sentimentos que temos nas situações de conflito, de uma forma não-acusatória. O contrário das mensagens-eu são as “mensagens-você”, quando nós praticamente começamos a “acusar” injustamente as outras pessoas.  Procurar soluções  Firmar compromissos 33
  • 34. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Estilo e manejo de conflitos 34 MEDIAÇÃO PROCESSO JUDICIAL RÁPIDO Alguns conflitos podem ser resolvidos com apenas uma reunião. DEMORADO Uma ação na justiça é sempre demorada. É possível que se leve mais de 5 anos para chegar à sentença final. BOM CUSTO-BENEFÍCIO - Não tem custos, pois pode ser feita por uma ONG ou mediadores da Comunidade. CARO - Pagamento de custas judiciais e em alguns casos pagamento por perícias necessárias para o andamento do processo. EVITA RESSENTIMENTO ENTRE OS ENVOLVIDOS O objetivo é que as partes cheguem a comum acordo, evitando assim mágoas. ESTIMULA RESSENTIMENTOS ENTRE AS PARTES Competição entre as partes, ganha aquela que derrotar a outra. É VOLUNTÁRIO As pessoas envolvidas têm o poder de decidir se a Mediação é o procedimento mais adequado ao caso. PODE TORNA-SE OBRIGATÓRIO Dependendo do conflito, não resta alternativa senão a via judicial. ALTERNATIVAS Para a solução do conflito, as partes podem adotar medidas que não estão na lei, desde que não prejudiquem outros ou infrinjam a lei. ATENDEM SOMENTE A LEI A decisão judicial tem que seguir a legislação brasileira. DECISÃO DEMOCRÁTICA “Garantia” do cumprimento do acordo DECISÃO IMPOSITIVA Não “garante” o cumprimento do acordo ACOMPANHAMENTO DOS ACORDOS FIRMADOS O Mediador pode acompanhar a implementação dos acordos NÃO MANTÉM CONTATO COM AS PARTES Após a sentença, o Juiz não mantém contato com as partes. NÃO ATENDE TODOS OS CONFLITOS Há conflitos que não podem ser mediados ATENDE A TODOS OS CONFLITOS Qualquer conflito pode ser resolvido na justiça, observando os itens acima.
  • 35. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  O mediador. A ética do mediador O Mediador pautará sua conduta nos seguintes princípios: Imparcialidade - Credibilidade - Competência - Confidencialidade - Diligência  Imparcialidade - condição fundamental ao Mediador; não pode existir qualquer conflito de interesses ou relacionamento capaz de afetar sua imparcialidade; deve procurar compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum preconceito ou valores pessoais venham a interferir no seu trabalho.  Credibilidade - O Mediador deve construir e manter a credibilidade perante as partes, sendo independente, franco e coerente.  Competência - a capacidade para efetivamente mediar a controvérsia existente. Por isso, o Mediador somente deverá aceitar a tarefa quando tiver as qualificações necessárias para satisfazer as expectativas razoáveis das partes.  Confidencialidade - os fatos, situações e propostas, ocorridas durante a Mediação, são sigilosos e privilegiados. Aqueles que participarem do processo devem obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a ele referente, não podendo ser testemunhas do caso, respeitado o princípio da autonomia da vontade das partes, nos termos por elas convencionados, desde que não contrariem a ordem pública.  Diligência - cuidado e a prudência para a observância da regularidade, assegurando a qualidade do processo e cuidando ativamente de todos os seus princípios fundamentais. 35
  • 36. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli cidadã 36
  • 37. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  Segurança Cidadã  A perspectiva de Segurança Cidadã surgiu na América Latina, a partir da segunda metade da década de 90, e tem como princípio a implementação integrada de políticas setoriais no nível local. O conceito de Segurança Cidadã começa a ser aplicado na Colômbia, em 1995 e naquele momento, seguindo o êxito obtido naquela região na prevenção e controle da criminalidade, este passou a ser adotado por outros países da região. (SANTOS, 2014, P 42)  O conceito de Segurança Cidadã parte da natureza multicausal da violência e, nesse sentido, defende a atuação tanto no espectro do controle como na esfera da prevenção, através de políticas públicas integradas no âmbito local. Assim, uma política pública de Segurança Cidadã envolve várias dimensões, reconhecendo a multicausalidade da violência e a heterogeneidade de suas manifestações. (SANTOS, 2014, P.42) 37
  • 38. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli Segurança ↔ Eliminação das ameaças Entendida como um bem público, a segurança cidadã refere-se a uma ordem cidadã democrática que elimina as ameaças de violência na população e permite a convivência segura e pacífica. Esse enfoque possui uma série de implicações substanciais. Ao centrar-se na noção de ameaça e, de maneira implícita nas noções de vulnerabilidade e desproteção, a definição distancia-se de determinadas concepções que definem a segurança cidadã puramente em função da criminalidade e do delito e apresenta explicitamente a dualidade objetiva/subjetiva do conceito de segurança cidadã, que, como foi dito, converte- se em um direito exigível perante o Estado. (VELÁSQUEZ, 2004, p.187) 38
  • 39. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 39
  • 40. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 40
  • 41. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  BAIERL, L. F. Medo Social: Da violência visível ao invisível da violência. São Paulo: Cortez, 2004.  BAUMAN, Zigmunt. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Zahar ed., 2008  BASTIEN, Carlos. A noção de crise no senso comum e nas ciências sociais . Disponível em https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/759/1/CBsenso.pdf. Acesso em 17/07/2007  BECK, Ulrich. Teoría de la sociedad del riesgo. In: BERIAN, Josetxo (comp.). Las consecuencias perversas de la modernidad: Modernidad, contingencia y riesgo. Barcelona: Anthropos, 1996, pp.201-222.  ______. Teoría de la sociedad del riesgo. In: BERIAN, Josetxo (comp.). Las consecuencias perversas de la modernidad: Modernidad, contingencia y riesgo. Barcelona: Anthropos, 1996, pp.201-222.  ._______ A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: GIDDENS, A.; BECK, U.; LASH, S. (Orgs.). Modernização reflexiva. São Paulo: Unesp, 1997.  ________. Sobre a incompreendida falta de experiência da genética humana: as consequências sociais do não saber relativo. In: BONI, L. Etica e genética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998.  ______. World risk society. Cambridge: Polity Press, 1999  DIAS,Fernando Nogueira .O Medo Social e os vigilantes da ordem emocional. Instituto Piaget, 2007.  FOLGER, Joseph P. & BUSH, Robert A. A mediação transformativa e intervenção de terceiros: as marcas registradas de um profissional transformador. In: SCHNITMAN, Dora Fried; LITTLEJOHN, Stephen. (Org.) Novos paradigmas em mediação. Porto Alegre: ArtMed, 1999.  GARLAND, D. The rise of risk In Ericson, R. V. e Doyle, A. Risk and Morality. Toronto: University of Toronto Press, 2003, pp.48-86  GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Tradução de Raul Fiker. São Paulo: UNESP, 1991. 41
  • 42. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  Le Roy Ladurie Emmanuel. Le Concept de crise, Editions du Seuil, Paris. 1976.  LUHMANN, Niklas. Sociología del Riesgo, México, Universidad Iberoamericana/ Universidad de Gualajara , 1992.  MOORE, Christopher W. O processo de mediação. Porto Alegre: Artmed, 1998.  OLIVA, Diego Coletti e LAHUERTA, Milton. Medo Social em Contextos de crise: uma reflexão sobre a crise do século XVIII e o contexto atual. Disponível em https://www.academia.edu/514135/MEDO_SOCIAL_EM_CONTEXTOS_DE_CRISE_UMA_REFLEXAO_S OBRE_A_CRISE_DO_SECULO_XVIII_EO_CONTEXTO_ATUAL_SOCIAL_FEAR_IN_CRISIS_A_Acesso em 17/07/2014  O’MALLEY, P. Risk, power, and crime prevention. Economy and Society, London, v. 21, n. 3, p. 252-275, 1992.  PEARSON C. M. Reframing Crisis Management, Academy of Management Review, Janeiro, 1998  VELÁSQUEZ , Hugo Acero . Os governos locais e a segurança cidadã . Bogotá, 2004, p.181-222 . Disponível em http://www.rolim.com.br/2002/_pdfs/seg_Hugo_Acero.pdf. Acesso 05/07/2014 42
  • 43. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Curso de Especialização Internacional em Segurança Pública Disciplina Gerenciamento Integrado de Crise e Desastres Profa. Dra. Cleide Magáli 43 Gratíssima pelo partilhar reflexivo