1. Introdução a técnicas de controle
Carlos Eduardo
http://carlosvmelo.wordpress.com
@carlosvmelo
2. Introdução a técnicas de controle
De acordo com a ISO 10006, um projeto é descrito como “processo único,
consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para
início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos
específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos”.
3. Análise de viabilidade
Para iniciarmos nossos estudos, devemos saber que a viabilidade define se um
projeto atende ou não aos requisitos. Ou seja, um projeto é ou não é viável. Desse
modo, o que muda de empresa para empresa são, justamente, os requisitos
relacionados à viabilidade de determinado projeto. Há várias formas de se calcular
e avaliar os requisitos. O objetivo é saber em quanto tempo o investimento terá
seu retorno e passará a dar lucro. Contudo, ao iniciarmos um projeto de
desenvolvimento de sistemas automatizados surgem várias dúvidas:
• qual é o custo total de implantação?
• qual é o valor de investimento inicial?
• qual é o tempo de retorno desse investimento?
• o projeto em questão é viável ou não financeiramente?
4. Análise de viabilidade
Para auxiliar os administradores na decisão de qual tipo de investimento deve ser
feito, as empresas utilizam, geralmente, as técnicas mostradas no Quadro 1 a
seguir.
5. Análise de viabilidade
Devemos realizar uma estimativa de fluxo de caixa, sendo necessário definir o
horizonte de análise a ser utilizado e projetar os fluxos de caixa futuros. Para isso, é
necessário saber qual o valor do investimento inicial, como será o fluxo de caixa
incremental ao longo da vida do projeto e qual o valor residual financeiro.
6. Fluxo de caixa
• O fluxo de caixa refere-se ao fluxo do dinheiro no caixa da empresa. Em determinados projetos,
podemos representá-lo por meio do desenho de uma escala horizontal em que são marcados os
períodos de tempo. Nessa escala, são desenhadas setas para cima significando as entradas e
setas para baixo representando as saídas de caixa.
• A Figura 1 representa um exemplo de fluxo de caixa de um projeto. Dividido em quatro períodos,
o fluxo de caixa possui um investimento inicial de R$ 5.000,00, com rendimento de R$ 3.000,00
no final do segundo período e de R$ 2.500,00 no final do quarto período.
7. Fluxo de caixa
Exemplo de fluxo de caixa
• Considere um projeto de atualização de uma planta industrial que necessite desembolsar R$ 800,00 para a
compra de um CP novo e desembolsar mais R$ 400,00 para a manutenção preventiva desse equipamento
no terceiro ano. Com essa compra, espera-se melhorar a qualidade do produto principal da empresa e gerar
aumento nas vendas, da seguinte forma: R$ 500,00 no primeiro ano; R$ 200,00 no segundo ano; R$ 200,00
no terceiro ano; R$ 700,00 no quarto ano e R$ 200,00 no quinto ano.
• O diagrama de fluxo de caixa dessa alternativa de investimento está demonstrado na Tabela 1.
9. Método do payback
• O tempo necessário para que os fluxos de caixa nominais cubram o investimento inicial realizado
é definido como payback, ou prazo de retorno de um projeto (DAMODARAN, 2002). O método do
payback apresenta os seguintes pontos fracos: não considera o valor do dinheiro no tempo, não
considera todos os capitais do fluxo de caixa, não é uma medida de rentabilidade do investimento
(LAPPONI, 2000) e exige um limite arbitrário de tempo para a tomada de decisão (ROSS;
WESTERFIELD; JORDAN, 1998). Pode-se incluir o custo de oportunidade no cálculo do payback, o
que significa payback descontado (LAPPONI, 2000). Devido à simplicidade do método e suas
limitações, normalmente as empresas podem utilizar o período de payback de um investimento
como uma norma auxiliar para a tomada de decisões sobre investimentos.
• Desse modo, se utiliza o método como um parâmetro limitador (prazo máximo de retorno) sobre
a tomada de decisões, ou como definidor de escolha de projetos que tenham desempenho igual
em relação à regra básica de decisão (DAMODARAN, 2002).
10. CASOS - O retorno de um investimento
Um promotor de vendas de uma grande empresa de informática, localizada na
região metropolitana de Minas Gerais, utiliza transporte coletivo para atender seus
clientes. Desse modo, ele consegue atender 6 clientes por dia obtendo, assim, um
lucro líquido de R$ 2.000,00/mês. Caso o promotor compre um carro com R$
10.000,00 que ele conseguiu economizar, a projeção é que ele consiga atender 8
clientes, passando o lucro líquido para R$ 2.400,00/mês, ou seja, obtendo R$
400,00/mês a mais. Dividindo R$ 10.000,00 por R$ 400,00, veremos que em 25
meses o investimento do promotor no carro passará a dar lucro. Essa análise foi
simplificada porque não leva em consideração o custo com o transporte coletivo e
o custo com o combustível/manutenção do veículo, mas serve para pensarmos
sobre como as empresas definem o tempo máximo para um determinado
investimento gerar lucro.
11. CASOS - O retorno de um investimento
• Em nosso caso, de forma simplificada, temos: Investimento = R$ 10.000,00; Lucro
= R$ 400,00/mês; Tempo de retorno = 25 meses.
12. Método do payback simples
• O Método do Payback Simples (MPS) mede o prazo necessário para recuperar o
investimento realizado. Ele é recomendado como método inicial ou
complementar de análise. A regra é a seguinte:
• PBS do projeto < PBS máximo -> aceita-se o projeto;
• PBS do projeto = PBS máximo -> indiferente;
• PBS do projeto > PBS máximo -> rejeita-se o projeto.
13. • Considere um investimento de R$ 20 milhões que gere retornos anuais de R$ 5 milhões a partir
do final do primeiro ano, durante 10 anos. O diagrama de fluxo de caixa dessa alternativa de
investimento é:
• O período de recuperação (payback) será calculado pela razão entre investimento e receitas
anuais, ou seja:
• Payback = 20 milhões / 5 milhoes = 4 anos
• Sendo assim, após quatro anos, a empresa investidora terá um lucro anual de 5 milhões, durante
os próximos 6 anos.
14. Fluxo de caixa uniforme
• Considere um investimento de 18 milhões que gere resultados líquidos de R$ 6
milhões por ano, durante quatro anos. O diagrama do respectivo fluxo de caixa é:
• O payback para esse exemplo será de três anos, como evidenciado a seguir.
• Payback = 18 milhões / 6 milhoes = 3 anos
15. Método do payback descontado
• O Método do Payback Descontado (MPD) mede o prazo de recuperação do
investimento remunerado.
• A diferença entre o PBS e o PBD é que o PBS mede o ponto de equilíbrio contábil,
enquanto o PBD mede o ponto de equilíbrio financeiro.
16. CASOS - A escolha do melhor projeto
• O diretor de uma indústria de alimentos está pensando em trocar todo o sistema
automatizado de torrefação das sementes de cacau. Para isso, ele solicitou a
análise de dois projetos: o projeto A, que exige um investimento inicial de 45 mil
reais, e o projeto B, que exige 50 mil reais de investimento inicial. Os fluxos de
caixa relativos a esses projetos estão representados na Tabela 2 a seguir:
17. CASOS - A escolha do melhor projeto
• Analisando a tabela, podemos definir o payback dos dois projetos. O projeto A
precisa de três anos para recuperar os R$ 45 mil de investimento inicial, isto é,
são R$ 15 mil recuperados a cada ano. Já o projeto B precisa de apenas dois anos
para recuperar os R$ 50 mil investidos: R$ 30 mil no primeiro ano e R$ 20 mil no
segundo ano.
• Portanto, avaliando esse processo pelo ponto de vista do método payback, a
melhor escolha seria o projeto B, pois a recuperação do investimento inicial é
mais rápida. Entretanto, deve ser observado que não foi considerado o valor do
dinheiro no tempo, nem foram considerados os fluxos de caixa após o período de
payback.
18. Índice de lucratividade
• O Índice de Lucratividade (IL) faz a mensuração do retorno de cada valor
investido, sendo mais indicado para situações de restrição de capital. A equação
para seu cálculo é apresentada a seguir:
Sendo:
• VPRet = Valor presente dos fluxos de caixa de retornos;
• VPInv = Valor presente dos fluxos de caixa dos investimentos.
• Para subsidiar a escolha de determinado projeto, utiliza-se o seguinte critério de
decisão: se o índice de lucratividade for igual ou maior que 1, significa que o
investimento é rentável e aceita-se o projeto; caso contrário, rejeita-se.
19. Valor presente líquido
• O Valor Presente Líquido (VPL) é o método mais utilizado pelas grandes empresas
na análise de investimentos (COPELAND, 2001). O método consiste em calcular o
valor presente dos demais termos do fluxo de caixa para somá-los ao
investimento inicial, utilizando, para descontar o fluxo, uma taxa mínima de
atratividade (CASAROTTO; KOPITTKE, 2000).
20. CASOS - O investimento adequado
• O diretor de uma indústria de alimentos está pensando em trocar todo o sistema automatizado
de moagem das sementes de cacau e solicitou a análise do projeto. O sistema novo terá custos de
implantação, custos operacionais e fluxos de caixa entrantes durante seis anos. Esse projeto terá
uma saída de caixa (t=0) imediata de R$ 125.000 (que pode incluir as máquinas, equipamentos e
custos de treinamento de empregados).
• Outras saídas de caixa são esperadas do 1º ao 6º ano no valor de R$ 25.000 ao ano. Espera-se
que as entradas de caixa sejam de R$ 60.000 ao ano. Todos os fluxos de caixa são feitos após o
pagamento de impostos, e não há fluxo de caixa esperado após o sexto ano. A TMA é de 12% ao
ano. Na próxima tabela, temos o cálculo do valor presente líquido para cada ano.
22. CASOS - O investimento adequado
• A soma de todos esses valores será o VPL que é igual a R$18.899. Como o VPL é
maior que zero, o diretor da indústria deveria investir neste projeto. Em uma
situação real, seria necessário considerar outros valores, tais como cálculo de
impostos, fluxos de caixa não uniformes, valores recuperáveis no final do projeto,
entre outros.
23. Aula 2
Definição de custos de projeto
Planejamento do projeto final
Carlos Eduardo
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24. Taxa interna de retorno
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de desconto que iguala os fluxos de
entradas com os fluxos de saídas de um investimento. Com ela, procura-se
determinar uma única taxa de retorno dependente exclusivamente dos fluxos de
caixa do investimento que sintetize os méritos de um projeto (ROSS; WESTERFIELD;
JORDAN, 1998).
Para o cálculo da TIR, apresentamos a seguinte equação:
25. Exemplo: Cálculo da TIR em um fluxo de caixa
O fluxo de caixa de um determinado projeto é composto apenas de uma saída, no
período 0, de R$ 100,00, e uma entrada, no período 1, de R$ 120,00. Em que i
corresponde à taxa de juros ou à taxa interna de retorno, conforme apresenta a
fórmula a seguir:
A TIR é utilizada como uma ferramenta de decisão, a fim de avaliar investimentos
alternativos. Geralmente, a opção de investimento que apresenta a TIR mais alta é
a preferida. Deve-se levar em consideração que a aplicação do investimento em um
banco sempre é uma alternativa.
26. Especificações dos requisitos do projeto
• Stakeholders
• Objetivos fundamentais
• Requisitos funcionais
• Requisitos não funcionais
• Requisitos inversos
• Escopo
• Premissas e restrições
27. Stakeholders
Os stakeholders representam os principais interessados na elaboração de um
projeto. Na área da mecatrônica, os stakeholders são o cliente, os técnicos, os
engenheiros, o vendedor, o consultor, o patrocinador, o analista, os fornecedores,
entre outros. A documentação dos requisitos é recomendada para evitar falhas de
entendimento por parte dos envolvidos. É comum perceber a participação de um
novo stakeholder durante a etapa de especificação de requisitos, pois nem sempre
todos os envolvidos são definidos no início da atividade.
28. Objetivos fundamentais
Com a identificação dos envolvidos no projeto, deve-se verificar se todos
compreenderam de forma clara os objetivos. É fundamental que as pessoas
responsáveis pela especificação de requisitos percebam as necessidades do cliente
em relação ao projeto, mesmo que para isso sejam realizados inúmeros
questionamentos.
29. Requisitos funcionais
Após a análise dos objetivos, é importante realizar o registro das principais
funcionalidades do projeto, ou seja, o que o projeto deve fazer. Como exemplo de
um requisito funcional, temos o seguinte registro: um determinado sistema
mecatrônico deve selecionar algumas peças, separando as de aço das de plástico.
30. Requisitos não funcionais
Os requisitos não funcionais são especificações referentes às restrições ou às
qualidades necessárias para o desenvolvimento do sistema. Nem sempre essas
especificações estão explícitas nos requisitos funcionais.
Como exemplo de um requisito não funcional temos: em um determinado sistema
automatizado, deve-se evitar movimentos desnecessários, reduzindo desgastes e
aumentando a eficiência energética.
31. Requisitos inversos
Para evitar que o sistema admita ações indesejadas, além de registrar o que deve
ser feito, também é importante registrar o que não deve ser feito. Os requisitos
inversos são especificações que definem situações, estados ou atividades que
nunca devem ocorrer. Como exemplo de um requisito inverso, temos a seguinte
situação: o sistema não deve iniciar caso a pressão do ar comprimido seja inferior
ao valor de 6 BAR.
32. Escopo
O escopo é a base de um projeto. É no escopo que se descreve o trabalho realizado
para a entrega de um produto ou serviço. Caso o escopo se refira a um produto,
também trará as funções que esse produto deverá executar.
O escopo é definido com todas as partes interessadas, de modo que fique claro o
que o projeto ou produto deverá entregar ou fazer. Devem ser evitadas alterações
no escopo ao longo da execução do projeto, pois, provavelmente, causaria impacto
nos custos e nos prazos.
33. Premissas e restrições
Premissas são hipóteses, situações incertas que geram certo risco ao projeto. Como
exemplo de uma premissa temos: em um determinado projeto, considera-se que
todos os equipamentos utilizados na implementação do projeto possuam tensão
220 V.
Restrições são limitações impostas ao projeto. Para exemplificar uma restrição em
um projeto temos: A alimentação de energia elétrica na empresa em que será
implementado o projeto será de 220 V, monofásica, ligada em quadro elétrico com
DR e disjuntor de 20 A.
35. Cronograma das atividades
O planejamento é a primeira fase de desenvolvimento de um projeto em que são
realizados:
• o cronograma de atividades;
• o plano de ação;
• a descrição das funções e dos atributos do produto;
• os recursos materiais, humanos e financeiros;
• os prazos para a implementação.
36. O Problema
• A planta deve realizar as seguintes atividades:
– Buscar uma matriz para usinagem no setor de armazenamento;
– Levar a matriz para a usinagem;
– Realizar a usinagem da peça;
– Levar a peça pronta para o setor de montagem;
– Montar a peça;
– Armazenar a Peça;
37. Atividades
Em grupo, desenvolva o projeto para realizar a
atividade proposta levando em conta a
definição dos:
• Stakeholders
• Objetivos fundamentais
• Requisitos funcionais
• Requisitos não funcionais
• Requisitos inversos
• Escopo
• Premissas e restrições
38. Definição do Cronograma do projeto
• Defina o Cronograma das atividades e dos membros alocados.
– Monte um diagrama de Gantt para realizar o acompanhamento das atividades.
– Use uma ferramenta de desenvolvimento ágil, por exemplo o Trello, para realizar o
acompanhamento das atividades.
39. Definição dos custos de projeto
• Utilizando as ferramentas de trabalho para definição de custos de projeto, defina
o custo financeiro (em R$), da implementação do projeto.