O documento resume as principais ideias de Ferdinand de Saussure sobre o signo linguístico. De acordo com Saussure, o signo linguístico une um conceito e uma imagem acústica na mente, não uma coisa e uma palavra. Ele também destaca a arbitrariedade e a linearidade do signo linguístico. O documento também discute a imutabilidade e mutabilidade da língua de acordo com Saussure.
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA
Curso de Biblioteconomia
Disciplina: Introdução à Linguística
Docente: Ms. André Marques do Nascimento
Aluna: Carla L. Ferreira
ATIVIDADE DE PESQUISA
“SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO”
Resumo (Extrato) do texto
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingüística geral. 28ª ed. São Paulo: Cultrix,
2000. p. 79-93.
O signo lingüístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem
acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte)
psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho dos nossos sentidos; tal
imagem é sensorial, e, se chegamos a chamá-la “material”, é somente neste sentido, e por
oposição ao outro termo de associação, o conceito, geralmente mais abstrato. O caráter
psíquico de nossas imagens acústicas aparece claramente quando observamos nossa própria
imagem.
O signo lingüístico é, pois, uma entidade psíquica de duas faces. Chamamos signo a
combinação do conceito e da imagem acústica: mas, no uso corrente, esse termo designa
geralmente a imagem acústica apenas. A idéia da parte sensorial implica a do total. O signo
lingüístico exibe duas características primordiais: a arbitrariedade do signo e o caráter
linear do significante. Na arbitrariedade do signo, a idéia de “mar” não está ligada por
relação alguma interior à seqüência de sons m-a-r que lhe serve de significante; poderia ser
representada igualmente bem por outra seqüência. Esse princípio domina toda a lingüística da
língua; suas conseqüências são inúmeras. Utilizou-se a palavra símbolo para designar o signo
lingüístico ou, mais exatamente, o que chamamos de significante. Este tem como
característica não ser jamais completamente arbitrário; ele não está vazio, existe um
rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado. Com arbitrário, quer-se
dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual
não tem nenhum laço natural na realidade.
No segundo princípio, o da linearidade do significante, todo o mecanismo da língua
depende dele, e é demasiadamente simples, todavia, fundamental e suas conseqüências são
incalculáveis. Seus elementos se apresentam um após o outro, sendo que houve uma escolha
de qual elemento usar, e eles terão de ser coerentemente justapostos de forma linear. Esse
2. caráter aparece imediatamente quando os representamos pela escrita e substituímos a sucessão
do tempo pela linha espacial dos signos gráficos.
IMUTABILIDADE E MUTABILIDADE DO SIGNO
IMUTABILIDADE
Como se transmitem as instituições? Eis a questão mais geral, que engloba a da
imutabilidade. A massa não tem poder sobre a escolha do significante, sendo, pois imposto
pela sociedade, a massa ainda que fosse mais consciente do que é, não poderia discutir. Um
sistema de quarenta letras pode, a rigor, ser substituído por outro. O mesmo poderia suceder à
língua se ela encerrasse um número limitado de elementos; mas os signos lingüísticos são
inumeráveis. Uma língua constitui um sistema complexo. A língua forma um todo com a vida
da massa social e esta, sendo naturalmente inerte, aparece antes de tudo como um fator de
conservação. Se a língua tem um caráter de fixidez, não é somente porque está ligada ao peso
da coletividade, mas também porque está situada no tempo. Ambos os fatos são inseparáveis.
MUTABILIDADE
Uma língua é radicalmente incapaz de se defender dos fatores que deslocam, de minuto
a minuto, a relação entre o significado e o significante. É uma das conseqüências da
arbitrariedade do signo. Não está limitada por nada na escolha de seus meios, pois não se
concebe o que nos impediria de associar uma idéia qualquer com uma seqüência qualquer de
sons.
A língua é para nós a linguagem menos a fala. É o conjunto dos hábitos lingüísticos que
permitem a uma pessoa compreender e fazer-se compreender. Em nenhum momento, e
contrariamente à aparência, a língua existe fora do fato social, visto ser um fenômeno
semiológico. Sua natureza social é um dos seus caracteres internos; sua definição completa
nos coloca diante de duas coisas inseparáveis, a língua e a massa falante.
Biografia do autor, como fonte para a pesquisa no site (Obs. A biografia foi
sintetizada em cronograma por datas):
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u267.jhtm
26/11/1857, Genebra, Suíça – Nascimento
1875- Estudou física e química na Universidade de Genebra
1877- aos 21 anos publicou o livro "Memória sobre as Vogais Indo-Européias"
1890- defendeu sua tese de doutorado, "Sobre o Emprego do Genitivo Absoluto em
Sânscrito"
1881- assumiu a cátedra de lingüística comparada na Escola de Altos Estudos de Paris
3. 1886- tornou-se membro da Sociedade Lingüística de Paris
1887- foi para Leipzig, na Alemanha, completar seus estudos
1891- transfere para a Universidade de Genebra, lecionando lingüística indo-européia e
sânscrito até 1906
A partir de 1906- passou a professor titular de lingüística
1913- Falecimento
1915- foi publicado o "Curso de Lingüística Geral", considerado a obra fundadora da
lingüística moderna, organizado pelos seus discípulos Charles Bally e Albert Sechehaye.
Saussure foi professor na Universidade de Genebra até sua morte, aos 55 anos