Curso teórico de BP na ordenha, principalmente manual.
Desenvolvido como parte de um projeto para Extensão Rural, disciplina do curso de Zootecnia, UFSC.
2. Definição
Produto integral da ordenha total e ininterrupta de uma fêmea leiteira
sadia, bem nutrida e não fatigada. Deve ser produzido de uma forma
adequada, isento de substâncias estranhas e não conter colostro.
LEITE
Contém aproximadamente 86% de água, 4,7% de açúcar (lactose), 4,1% de
gordura, 4,2% de proteína e 1% de minerais. Ele suporta o crescimento de
microrganismos e, assim, é propenso à contaminação.
varia com a raça
3. Três tipos de leite?
Leite é um tipo só. O que varia é o tipo de produção segundo as
exigências na ordenha, como higiene e a construção do estábulo.
TIPOS DE PRODUÇÃO:
São os 3 tipos de leite pasteurizados :A, B e C.
Há 1 tipo de leite UHT.
Classificação dada pelo Ministério da Agricultura (Instr. Norm. 51 de 2002)
aos produtores de leite e se aplica principalmente na qualidade do leite
cru. De acordo com as instalações de ordenha e higiene ordenha e
armazenamento do leite cru, os produtores são classificados.
5. VACA
Deve ser bem alimentada com uma dieta balanceada com forragem e/ou
concentrados para garantir alta produção de leite com boa qualidade.
Uma alimentação desbalanceada, ou com altos níveis de concentrado e baixos
níveis de forragem resultam em um leite com baixa qualidade, além de poder
proporcionar problemas à saúde do animal.
As vacas devem ser sempre saudáveis, livres de doenças e desconfortos e com o
mínimo de bem-estar. Isso garante uma boa produção de leite e de qualidade.
Leite de vaca que está sendo tratada com antibióticos não deve ser consumido
ou vendido até o tratamento acabar.*
Os animais devem estar com todas as vacinações
em dia. Eles precisam sempre ser verificados
periodicamente para checar casos de doenças e
parasitas internos e externos, para que possam ser
tratados, de preferência o quanto antes.
6. BOAS PRÁTICASNA PRODUÇÃO DE LEITE
Segurança e qualidade estabelecer padrão
Asseguram que o leite e
os seus derivados sejam
seguros e adequados para
o uso a que se destinam,
e também que a empresa
rural permanecerá viável
sob as perspectivas
econômica, social e
ambiental.
7. COMO AS ORIENTAÇÕES SÃO APRESENTADAS
1. Boas Práticas Agropecuárias na Produção de Leite e as medidas
recomendadas para implementá-las são apresentadas para cada área-
chave: saúde animal, higiene na ordenha, nutrição animal, bem-estar
animal, meio ambiente e gestão socioeconômica.
2. Fichas técnicas são fornecidas para cada área-chave com detalhes
adicionais sobre como implementar as Boas Práticas Agropecuárias na
Produção de Leite.
9. SAÚDE ANIMAL
Animais que produzem leite precisam ser sadios e um programa efetivo
de manejo sanitário do rebanho deve ser adotado.
1) Estabelecer o rebanho com resistência a doenças;
2) Prevenir a entrada de doenças na propriedade;
3) Estabelecer um programa efetivo de manejo sanitário do rebanho;
4) Utilizar produtos químicos e medicamentos veterinários conforme
orientação técnica.
10. HIGIENE DA ORDENHA
Exemplos de medidas sugeridas para atender as Boas Práticas na Pecuária de Leite
1) Garantir que a rotina de ordenha não lesione os
animais ou introduza contaminantes* no leite:
- Identificar individualmente os animais que necessitam de manejo
diferenciado de ordenha;
11. HIGIENE DA ORDENHA
Exemplos de medidas sugeridas para atender as Boas Práticas na Pecuária de Leite
1) Garantir que a rotina de ordenha não lesione os
animais ou introduza contaminantes* no leite:
- Preparar adequadamente o úbere para a ordenha;
ORDENHADOR:
• Lave suas mãos com sabão e água limpa e seque com toalhas limpas.
• Lave o úbere da vaca com água morna e limpa, usando desinfetante e toalhas limpas.
• Seque os tetos da vaca com toalhas limpas e secas.
• Faça a utilização de pré-dipping se necessário.
• Utilize sempre equipamentos limpos e estéreis (teteiras, panos e toalhas).
•A ordenha deve durar de 5 a 10 minutos, tenha garantia que a ordenha foi completa, sem
deixar leite no úbere.
• Realize os procedimentos de pós-dipping*.
13. Figura 1
Figura 2
Figura 3
Fontes: Figura 1 Paulo José Bastos Queiroz (http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfjekAE/versao-final-relatorio?part=3#)
Figura 2 Sinfra Service (http://www.sifraservice.com/1/bicchierotti_pre_dipping_6018184.html)
Figura 3 Ourofino (http://www.ourofinosaudeanimal.com/blog/ruminantes/como-controlar-a-mastite-bovina/)
14. HIGIENE DA ORDENHA
Exemplos de medidas sugeridas para atender as Boas Práticas na Pecuária de Leite
1) Garantir que a rotina de ordenha não lesione os
animais ou introduza contaminantes* no leite:
- Ordenhar as vacas com regularidade, usando procedimentos
padronizados de ordenha;
- Separar o leite obtido de animais doentes ou em tratamento para
descarte adequado;
- Garantir que o equipamento de ordenha seja instalado e mantido
corretamente;
- Assegurar suprimento suficiente de água de boa qualidade.
15. 2) Garantir que a ordenha seja realizada em condições higiênicas:
- O ambiente de permanência dos animais deve ser mantido limpo;
- A área de ordenha deve ser mantida limpa;
- Garantir que os ordenhadores sigam regras básicas de higiene;
- Garantir que o equipamento de ordenha seja limpo e desinfetado após cada
ordenha.
HIGIENE DA ORDENHA
Exemplos de medidas sugeridas para atender as Boas Práticas na Pecuária de Leite
16. 3) Garantir que o leite seja manipulado adequadamente após a ordenha:
- Garantir que o leite seja refrigerado ou entregue para processamento
dentro do tempo especificado;
- Garantir que a área de armazenamento do leite seja mantida limpa e
organizada;
- Garantir que o tanque de refrigeração do leite seja adequado para manter o
leite na temperatura especificada;
- Garantir que o tanque de refrigeração seja mantido limpo e, se necessário,
sanitizado após cada coleta de leite;
- Garantir que o acesso ao tanque de refrigeração seja mantido livre, sem
obstruções ou dificuldade de passagem.
HIGIENE DA ORDENHA
Exemplos de medidas sugeridas para atender as Boas Práticas na Pecuária de Leite
17. MASTITE OU MAMITE
Mastite ou mamite é a inflamação da glândula mamária. Pode afetar uma ou
mais de uma mama da fêmea, podendo ser clínica ou subclínica.
Exame físico (observação e palpação) das glândulas mamárias.
A mastite influencia diretamente na qualidade e
na quantidade de leite secretado, o que causa
redução na produção e alterações na sua
composição com o aumento na contagem de
células somáticas (CCS), que são células de defesa
da glândula mamária.
Portanto, o produtor, sabendo disso, deverá impedir a
entrada da doença na propriedade, evitando
adquirir animais com as mamas perdidas ou qualquer outro
sinal indicativo de que o animal possa ser portador da doença.
18. MASTITE OU MAMITE
Anatomia do úbere bovino. Fonte: CAST Animal Health Marketing (http://www.cast-animal-health.com/animal-health-marketing)
19. MASTITE OU MAMITE – CMT TESTE
1. Mistura-se o leite com o reagente na raquete e faz-se a leitura após 10
segundos.
2. De acordo com a quantidade de células somáticas do leite (CCS), forma-se um
gel, de espessura variada.
3. Se a quantidade de células somáticas é baixa, não forma gel, o resultado é
negativo.
4. De acordo com a espessura do gel, o resultado é dado em escores, que variam
de traços (leve formação de gel) a:
+ (fracamente positivo)
++ (reação positiva)
+++ (reação fortemente positiva).
20. MASTITE OU MAMITE – CMT TESTE
Coleta de leite para teste do CMT. Fonte: UNESP, O Caminho do Leite
(http://www.fmvz.unesp.br/?_escaped_fragment_=/extensao/pet2/atividades/projetos-e-pesquisa/)
21. MASTITE OU MAMITE – CMT TESTE
Raquete e reagente do CMT. Fonte: http://www.ordeleite.com.br
22. MASTITE OU MAMITE – CMT TESTE
Resultados do teste de CMT. Fonte: Pecuária de Leite
(http://pt.engormix.com/MA-pecuaria-leite/administracao/artigos/boas-praticas-ordenha-t589/124-p0.htm)
23. MASTITE OU MAMITE – TESTE CANECA
O teste da caneca telada ou de fundo escuro. Deve-se fazer a cada ordenha.
Detecta a mamite clínica nos primeiros jatos de leite.
Quando a mamite clínica aparece, há um depósito de células de defesa no canal da
teta e estas células formam grumos que são visualizados logo nos primeiros jatos
de leite.
Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada
onde os grumos serão visualizados com mais facilidade. Devido ao contraste do
fundo da caneca com os próprios grumos estes ficam mais aparente.
Neste caso estamos frente a mamite clínica.
24. MASTITE OU MAMITE – TESTE CANECA
Resultados do teste de CMT. Fonte: Pecuária de Leite
(http://pt.engormix.com/MA-pecuaria-leite/administracao/artigos/boas-praticas-ordenha-t589/124-p0.htm)
25. NUTRIÇÃO
Os animais precisam de água e alimentos suficientes e de qualidade e
segurança para sua saúde.
1) Garantir o fornecimento de alimentos e água
provenientes de fontes sustentáveis;
2) Garantir alimentos e água aos animais em quantidade e
qualidade adequadas;
3) Controlar as condições de armazenamento dos alimentos;
4) Garantir a rastreabilidade dos alimentos adquiridos pela
propriedade;
26. BEM-ESTAR ANIMAL
Os animais devem ser mantidos de acordo com as “cinco liberdades”
1) Garantir que os animais sejam livres de sede, fome e
desnutrição;
2) Garantir que os animais sejam livres de desconforto;
3) Garantir que os animais sejam livres de dor, injúrias e doenças;
4) Garantir que os animais sejam livres de medo;
5) Promover condições para que os animais sigam padrões
normais de comportamento;
27. MEIO AMBIENTE
A produção de leite deve ser conduzida em equilíbrio com o meio ambiente da
propriedade e da região.
1) Implementar um sistema de produção ambientalmente sustentável;
2) Dispor de um sistema apropriado de tratamento de resíduos;
3) Assegurar que os procedimentos de produção de leite não tenham efeito
adverso sobre o meio ambiente;
28. GESTÃO SOCIOECONÔMICA
As boas práticas agropecuárias também podem auxiliar na gestão dos riscos sociais
e econômicos das empresas.
1) Implementar um
programa efetivo e
responsável de gestão
de pessoas;
2) Garantir que as tarefas
sejam realizadas de
forma segura e
competente;
3) Gerenciar a empresa
de modo a assegurar sua
viabilidade financeira;
- Garantir que a carga de trabalho seja
apropriada para cada empregado.
- Melhorar a produtividade no trabalho;
- Evitar a exploração do trabalhador.
- Garantir que a propriedade seja socialmente
responsável.
- Limitar os riscos para os empregados, para os
animais e para a infraestrutura.
- Limitar os riscos para os empregados, para
os animais e para a infraestrutura.
- Aumentar a lucratividade.
- Limitar os riscos de modo a garantir a
viabilidade financeira da empresa.
30. REFERÊNCIAS
FAO e IDF. 2013. Guia de boas práticas na pecuária de leite.
Produção e Saúde Animal Diretrizes. 8. Roma
Ministry of Livestock Development. 2012. Dairy Farmers
Training Manual. Nairobi, Kenya.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural
Disciplina de Extensão Rural
2016.1