SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
1
HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO:
(RE)CONHEÇENDO E DISCUTINDO A DIVERSIDADE CULTURAL*
Edson Silva**
RESUMO
Este texto discute as visões estereotipadas, os equívocos e os preconceitos comumente existentes sobre
os “índios”, propondo uma crítica a história tradicional, bem como sugestões para uma nova abordagem
sobre os povos indígenas e indicando subsídios para o estudo da temática indígena, na perspectiva do
reconhecimento da diversidade étnica em nosso país.
Introdução: “ainda existem índios”?!
O que sabemos sobre os índios no Brasil? A dúvida ou a resposta negativa a essa
pergunta ainda é ouvida da imensa maioria da população, na escola e até mesmo na
universidade. Os dados mais recentes contabilizam no Brasil 225 povos indígenas que falam
cerca 180 línguas distintas. Os dados do IBGE/2005 apontam que em 10 anos, na década de
1990, a população indígena cresceu 150%! Passando de 234.000 mil para cerca de 734.000
indivíduos, que habitam todas as regiões do Brasil. Essa totalização talvez não tenha incluído
os chamados índios isolados que vivem em algumas localidades da Região Norte, mas
contabilizou significativos contingentes de índios que moram nas periferias urbanas próximas
às aldeias e nas capitais, expulsos em sua grande maioria pelo avanço do latifúndio sobre as
terras indígenas. De acordo ainda com as mesmas estimativas oficiais, no Nordeste moram
170.000 índios, mais de 20% da população indígena no país. Em Pernambuco é contabilizada
atualmente uma população indígena em torno de 38.000 indivíduos (FUNASA/ SIASI, 2006),
formada pelos povos Fulni-ô (Águas Belas), Xukuru do Ororubá (Pesqueira e Poção),
Kapinawá (Ibimirim, Tupanatinga, Buíque), Kambiwá (Ibimirim), Pipipã (Floresta), Pankará
(Carnaubeira da Penha), Atikum (Carnaubeira da Penha e Floresta), Tuxá (Inajá), Pankararu
(Tacaratu, Petrolândia e Jatobá), Truká (Cabrobó) e os Pankauiká (Jatobá), estando esse
último povo reivindicando o reconhecimento oficial.
O desconhecimento sobre a situação atual dos povos indígenas, está associado
basicamente à imagem do índio que é tradicionalmente veiculada pela mídia: um índio
genérico com um biótipo formado por características correspondentes aos indivíduos de
povos nativos habitantes na Região Amazônica e no Xingu, com cabelos lisos, pinturas
*texto apresentado como subsídio para debates no Seminário Povos indígenas em Pernambuco, promovido em
17 e 19/04/2007 pela SEDUC-PE, no Ginásio Pernambucano, em Recife-PE. Uma primeira versão desse texto
foi apresentada na mesa-redonda “As relações étnico-raciais e de gênero no Ensino da História Escolar”, por
ocasião do I Encontro Pernambucano de Ensino de História, promovido pelo Deptº de Métodos e Técnicas de
Ensino/DMTE, em 17/03/07 no Centro de Educação/UFPE, Recife.
**Doutor em História Social pela UNICAMP. Mestre em História pela UFPE. Leciona História no CENTRO
DE EDUCAÇÃO/Col. de Aplicação/UFPE. Pesquisador da história indígena em Pernambuco, com vários
artigos publicados sobre o tema. Assessor para área de História na formação dos/as professores/as indígenas em
Pernambuco e no Projeto PROFORMAÇÃO/MEC/SEDUC-PE. E-mail: edson.edsilva@gmail.com
2
corporais e abundantes adereços de penas, nus, moradores das florestas, de culturas exóticas,
etc. Ou também imortalizados pela literatura romântica produzida no Século XIX, como nos
livros de José de Alencar, onde são apresentados índios belos e ingênuos, ou valentes
guerreiros e ameaçadores canibais, ou seja, “bárbaros, bons selvagens e heróis” (Silva, 1994).
Ainda nas universidades, de um modo geral, o índio é lembrado, afora o primeiro
momento do “Descobrimento” em 1500, no início da Colonização. E nas escolas, no rosário
das datas comemorativas, quando no “Dia do Índio”, comumente as crianças das primeiras
séries do Ensino Fundamental são enfeitadas e pintadas à semelhança de indígenas que
habitam os Estados Unidos, e estimuladas a reproduzirem seus gritos de guerra!
Até recentemente nos estudos da História do Brasil, o lugar do índio era na
“formação” da chamada nacionalidade brasileira. Depois de desaparecer nos textos sobre o
“Descobrimento do Brasil” nos livros didáticos, o índio voltaria a ser lembrado nos estudos da
Literatura da época do Romantismo no Brasil. O “índio” até bem pouco tempo estudado na
História do Brasil ou em Estudos Sociais era único, “Tupi-Guarani” em todas as “tribos”,
morava em “ocas” e “tabas”, era antropófago, preguiçoso e existente apenas no Xingu ou em
remotas regiões do Norte do país.
A desinformação, os equívocos e os pré-conceitos motivam a violência cultural contra
os povos indígenas. Resultado das idéias eurocêntricas de “civilização”, do etnocentrismo
cultural e da concepção evolucionista da História, onde, no presente, os indígenas são
classificados como “primitivos” possuidores de expressões culturais exóticas ou folclóricas
ainda preservadas, mas que determinadas a serem engolidas pelo “progresso” da nossa
sociedade capitalista.
Cabe ao/a professor/a de História, aos/as educadores/as de uma forma em geral, buscar
superar tal situação, atualizando seus conhecimentos sobre os povos indígenas, para
compreendê-los como sujeitos participantes na/da história, em uma perspectiva do
(re)conhecimento que vivemos em um país pluricultural, plurilinguísitco e com uma
sóciodiversidade enriquecida pelos povos indígenas. Para isso somos convidados/as a
atualizar nossos conhecimentos, a partir das recentes discussões sobre o tema e a produção de
subsídios didáticos que incorporam essas discussões.
Outras histórias: os indígenas na História.
Como nos últimos anos os estudos históricos têm passado por uma ampla renovação, o
lugar dos povos indígenas na História também está sendo revisto. O “Descobrimento” passou
a ser discutido como resultado do processo de expansionismo europeu no século XVI, através
da Colonização, onde os muitos diferentes povos e culturas das consideradas “terras
3
descobertas”, se confrontaram com os violentos processos das invasões dos seus territórios e
da imposição cultural do colonizador.
Os atuais estudos sobre os povos indígenas têm revelado, além da antigüidade da
presença desses povos, a grande diversidade e pluralidade das sociedades nativas encontradas
pelos colonizadores. Tendo sido superado o etnocentrismo que condicionava as informações e
referências anteriores, as pesquisas atuais vêm descobrindo a complexidade e a especificidade
dos povos indígenas, seus projetos políticos, as relações decorrentes com a Colonização, as
estratégias da resistência indígena, etc.
A Colonização deixou de ser vista como um movimento único, linear, de puro e
simples extermínio dos povos considerados passivos, submissos, impotentes. As pesquisas
dos últimos anos apontam um complexo jogo de relações, embates, negociações e conflitos,
desde a chegada dos primeiros europeus no século XVI até os dias atuais, onde povos foram
exterminados, e outros elaboraram diferentes estratégias para existirem até os dias de hoje.
O “desaparecimento” dos povos indígenas
No século XIX, nas regiões mais antigas da colonização portuguesa a exemplo do
Nordeste, agravam-se os conflitos entre as Câmaras Municipais, onde se encastelavam os
vereadores latifundiários e fazendeiros contra os indígenas. O Estado brasileiro favoreceu
esses grandes proprietários, chefes políticos locais, que passaram a negar a presença indígena
em terras dos antigos aldeamentos, com argumentos da ausência da pureza racial, afirmando
que os índios estavam “confundidos com a massa da população” (Silva, 1996), solicitando a
extinção dos aldeamentos como formas de resolver os tradicionais conflitos com as invasões
dos territórios indígenas. Assumindo o discurso dos grandes proprietários, entre 1860 – 1880,
o Governo Imperial decretou oficialmente a extinção dos aldeamentos em Pernambuco e
várias regiões do país.
Pela legislação da época, as terras dos aldeamentos deveriam ser medidas, demarcadas
e loteadas em tamanhos diferentes, destinados em parte às famílias indígenas existentes em
cada local. Nesse processo, além de serem reconhecidas as posses em domínio dos grandes
proprietários invasores, a lei previa ainda a remoção de famílias indígenas que ficassem fora
da partilha dos lotes, para outras aldeias. No caso de Pernambuco, as semelhanças de outros
lugares, na documentação da época encontram-se diversos registros de indígenas reclamando
que não receberam seus lotes a que tinham direito, ou que a medição favorecia o latifundiário
invasor das terras dos aldeamentos.
Denúncias de violências, pressões e espancamentos contra os índios, se multiplicaram
em documentos da época. Muitas famílias se dispersaram. Sem terras, fugindo às
4
perseguições, vagavam nas estradas ou eram empregadas como trabalhadoras nas fazendas e
engenhos. Outras se deslocaram para locais de difícil acesso, onde sobreviveram e
mantiveram vivas a consciência étnica e suas tradições. Oficialmente, eram tidos como
“caboclos”, ou “remanescentes” de indígenas que tinham “desaparecidos”, como se referiam
os livros e foi incorporado pelo senso comum. A eles foram dedicados estudos de seus hábitos
e costumes considerados exóticos, suas danças e manifestações folclóricas em vias de
extinção, como também apareceram em publicações, crônicas de memorialistas, que
exaltaram de forma idílica a contribuição indígena nas origens e formação social de
municípios do interior.
Os “caboclos” que são índios
Os povos indígenas no Nordeste que durante muito tempo foram oficialmente
chamados de “remanescentes” e conhecidos pelo senso comum como “caboclos”, através de
confrontos, acordos, alianças estratégicas, simulações e reelaborações culturais,
desenvolveram diferentes estratégias de resistência frente às diversas formas de violências, às
invasões de seus territórios, ao desrespeito de seus direitos, à negação de suas identidades e às
imposições culturais colonial. Questionando assim tradicionais explicações históricas, que
defendem o destino trágico com o desaparecimento ou extermínio desses povos nos primeiros
anos da colonização portuguesa, com sua mobilização os indígenas no Nordeste superam uma
visão sobre eles como vítimas da colonização e afirmam seus lugares como participantes e
sujeitos que (re) escrevem a História da Região e do Brasil.
No início do século XX, esses povos que oficialmente eram considerados “extintos”,
mas que de fato existiam e resistiam, iniciaram a mobilização contemporânea pelo
reconhecimento étnico oficial e garantia de terras para viverem diante das constantes
perseguições dos latifundiários. No Nordeste foram reconhecidos os Xukuru-Kariri em
Alagoas, e em Pernambuco os Fulni-ô (Águas Belas), os Pankararu (Tacaratu), os Xukuru
(Pesqueira), com a instalação entre os anos de 1920 – 1950 de postos do Serviço de Proteção
ao Índio – SPI, em seus tradicionais locais de moradias. Em um estudo sobre as populações
indígenas no Brasil cuja primeira edição é datada de 1968, o antropólogo Darcy Ribeiro
localizou 13 povos habitantes na “Área Cultural Indígena Nordeste” (Ribeiro, 1982,461).
Com o “milagre brasileiro” na década de 1970 e o avanço dos projetos agro-
industriais, as pressões sobre as terras indígenas aumentaram, tanto as dos grupos
reconhecidos oficialmente como as dos grupos ainda não reconhecidos. Os povos indígenas
no Nordeste, pressionam a FUNAI para obterem a garantia de seus direitos históricos. No
início da década de 1980, em uma publicação especializada, (excetuando o Maranhão, porque
5
os povos indígenas são classificados em outra área cultural), foram citados 20 povos
indígenas no Nordeste (CEDI, 1983,61; 69).
A partir da década de 1980 ocorreu o ressurgimento de grupos étnicos como os
Pitaguary, os Jenipapo-Canindé, os Tabajara no Ceará; os Pipipã em Pernambuco, os
Kalancó e os Karuazu em Alagoas; os Tumbalalá e os Tupinambá na Bahia. Fenômeno que
vem ocorrendo também na Região Norte e chamado de etnogênese pela reflexão
antropológica atual. Vinte anos depois, foram contabilizados 41 povos habitantes entre o
Ceará e a Bahia. (CIMI, 2001,164).
A participação nas mobilizações para a elaboração da Constituição Federal aprovada
em 1988, garantiu que pela primeira vez na História do Brasil o Estado brasileiro
reconhecesse os povos indígenas com seus costumes, tradições e o direito a demarcação de
suas terras. O que fortaleceu as lutas e reivindicações dos direitos históricos desses povos,
mas por outro lado, acirrando os antigos conflitos, com violências e mortes provocadas pelos
invasores das áreas indígenas.
Para uma outra abordagem da temática indígena no Ensino de História:
superando equívocos, preconceitos e omissões.
A atual presença dos povos indígenas impõe a necessidade de repensar uma idéia da
colonização como uma grande conquista de povos, pacíficos e subjugados, derrotados e
massacrados. Além dos confrontos abertos, circunstancialmente foram elaboradas diversas
estratégias de resistência, às vezes silenciosas, invisíveis, camufladas, tecidas ao longo de
anos, que foram envolvendo os colonizadores. Enfim, uma derrota ainda que relativa, da
colonização, pela capacidade histórica dos povos indígenas, em regiões como o Nordeste do
Brasil, elaboraram diferentes estratégias de resistência, para a afirmação étnica e conquista do
apoio da sociedade para o reconhecimento oficial, para a conquista e a garantia dos seus
direitos.
As pesquisas e reflexões históricas que ora vem sendo realizadas sobre os povos
indígenas no Nordeste, a partir de abordagens que incorporam as discussões interdisciplinares
mais recentes, além de possibilitarem rever uma história linear, ufanista, como uma grande
conquista, estão contribuindo para um maior conhecimento das relações coloniais. Onde os
indígenas foram e são atores/sujeitos, contribuindo também para compreensão do processo
histórico de emergência étnica na Região e da atualidade dos povos indígenas no Nordeste.
Nos últimos anos, os povos indígenas no Nordeste, assim como em todo o Brasil
fortaleceram suas organizações, intensificaram as mobilizações pelo reconhecimento étnico
enquanto povos diferenciados, pela demarcação e retirada dos invasores de suas terras, pelas
6
conquistas e garantia dos seus direitos a uma assistência de saúde e educação diferenciadas.
Esses povos ocupam um inegável lugar no cenário político, obrigando-nos a rever a História,
superar equívocos, preconceitos e omissões e a tradicional idéia errônea de uma
homogeneidade cultural no Brasil. O Ensino de História deve incorporar essas discussões, ou
do contrário continuará reproduzindo imagens ultrapassadas, descabidas e violentas
sobre/contra os povos indígenas.
A seguir estão sugestões a serem discutidas e implementadas no sentido de contribuir
de forma efetiva com o fim dos equívocos, preconceitos e omissões no ensino sobre a
temática indígena. Essas propostas devem estar baseadas antes de tudo nos esforços do
conhecimento da situação em que vivem e a superação de toda e qualquer forma de
discriminações contra os povos indígenas, bem como e pelo reconhecimento de seus direitos
históricos:
Incluir a temática indígena nas capacitações, estudos e treinamentos periódicos do
professorado, a ser abordada na perspectiva da pluralidade cultural historicamente existente
no Brasil e na sociedade em que vivemos: através de cursos, seminários, encontros de
estudos específicos e interdisciplinares destinados ao professorado e demais trabalhadores/as
em educação, com a participação de indígenas e assessoria de especialistas reconhecidos.
Promover estudos específicos para que o professorado de História possa conhecer os povos
indígenas no Brasil, possibilitando uma melhor abordagem ao tratar da temática indígena em
sala de aula, particularmente nos municípios onde atualmente habitam povos indígenas.
Estimular e apoiar professores/as que possuam interesses em aprofundar através de cursos
de pós-graduação os estudos sobre os povos indígenas.
Intensificar a produção, com assessoria de pesquisadores/as especialistas, de vídeos,
cartilhas, subsídios didáticos sobre os povos indígenas para serem utilizados em sala de aula.
Proporcionar o acesso a publicações: livros, periódicos, etc., como fonte de informação e
pesquisa sobre os povos indígenas.
Promover momentos de intercâmbios entre os povos indígenas e os estudantes durante o
calendário letivo, através de visitas previamente preparadas do alunado às aldeias, bem
como de indígenas às escolas. IMPORTANTE: ação a ser desenvolvida principalmente nos
municípios onde atualmente moram os povos indígenas, como forma de buscar a superação
dos preconceitos e as discriminações.
Ampliar o “Dia do Índio” para uma “Semana dos Povos Indígenas” a ser promovida com
exposições de trabalhos e pesquisas interdisciplinares realizadas pelo alunado, exibição de
7
vídeos, fotografias, debates com a participação de indígenas, estudiosos/as, instituições
indigenistas, etc., como forma de proporcionar maior conhecimento sobre a situação e
diversidade sociocultural dos povos indígenas.
Discutir e propor o apoio aos povos indígenas, através do estímulo ao alunado, com a
realização de abaixo-assinados, cartas às autoridades com denúncias e exigências de
providências para as violências contra os povos indígenas, assassinatos de suas lideranças,
etc. Estimulando assim através de manifestações coletivas na sala de aula, o apoio às
campanhas de demarcação das terras e garantia dos direitos dos povos indígenas.
Enfim, promover ações pautadas na perspectiva da diversidade cultural e dos direitos dos
povos indígenas, bem como do reconhecimento de que o Brasil é um país pluricultural e
pluriétnico.
Bibliografia
ARRUTI, J. M. A. (1995). Morte e vida no Nordeste indígena: a emergência étnica como
fenômeno regional. Estudos Históricos. FVG, vol.8, n.15, p. 57- 94.
ATLAS DAS TERRAS INDÍGENAS DO NORDESTE. (1993). Rio de Janeiro, PETI/
PPGAS/Museu Nacional/UFRJ.
BRASIL. IBGE. (2005). Tendências Demográficas: uma análise dos indígenas com base nos
resultados da amostra dos censos demográficos 1991 a 2000. Rio de Janeiro.
CAVALCANTE, Heloisa Eneida. Reunindo as forças do Ororubá: a escola no projeto
de sociedade do povo Xukuru. Recife, UFPE, 2004 (Dissertação de Mestrado em
Sociologia)
CEDI/Centro Ecumênico de Documentação e Informação. Aconteceu: povos indígenas no
Brasil/1982. Rio de Janeiro: CEDI, 1982.
CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Outros 500: construindo uma nova história. São
Paulo: Salesiana, 2001.
_ _ _. (1997). A violência contra os povos indígenas no Brasil. Brasília, CIMI/CNBB.
OLIVEIRA, J.P. de (1999). (Org.). A viagem de volta: etnicidade, política e reelaboração
cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro, Contra Capa Livraria.
RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil
moderno. 4a
ed. Petrópolis: Vozes, 1982.
SILVA, Edson. (1995). O lugar do índio. Conflitos, esbulhos de terras e resistência indígena
no século XIX: o caso de Escada – PE (1860-1880). Recife, UFPE, Dissertação (Mestrado em
História).
8
_ _ _ . (1994). Bárbaros, bons selvagens, heróis: imagens de índios no Brasil. In, CLIO –
Revista de Pesquisa Histórica da Universidade Federal de Pernambuco (Série História do
Nordeste n.º 5). Recife, Editora Universitária, p. 53-71.
SILVA, Edson. (1996). “Confundidos com a massa da população”: o esbulho das terras
indígenas no Nordeste do século XIX. In, Revista do Arquivo Público Estadual de
Pernambuco, n. 46, vol. 42, dez./96, p.17-29.
_ _ _. (1999). Povos indígenas, violência e educação. In Cadernos da Extensão n. 2, jun. /99.
Recife, Pró – Reitoria de Extensão da UFPE, p.111-117.
_ _ _. (2000). Resistência indígena nos 500 anos de Colonização. In, BRANDÃO, Silvana.
(Org.). Brasil 500 anos: reflexões. Recife, Editora Universitária da UFPE, p.99-129.
_ _ _. (2002). “Nossa Mãe Tamain”. Religião, reelaboração cultural e resistência indígena: o
caso dos Xukuru do Ororubá (PE). In, BRANDÃO, Sylvana. (Org.). História das Religiões
no Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, p.347-362 (vol.2).
_ _ _. (2005). Memórias Xukuru e Fulni-ô da Guerra do Paraguai. In, Ciências Humanas em
Revista v.3, nº2, UFMA, São Luís, p.51-58.
ANEXO I
Estudando os povos indígenas: leituras básicas mínimas e outras fontes
LIVROS
BRUIT, Héctor H. Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos. São Paulo,
Unicamp, 1995.
CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Outros 500: construindo uma nova história. São
Paul, Salesiana, 2001. 
CUNHA, Manuela Carneiro da. (Org.). História dos índios no Brasil. 2a
ed. São Paulo, Cia.
das Letras. 1998. 
GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. (Org.). Índios no Brasil. Brasília, MEC, 1994. (existe
outra edição por uma editora comercial).
MEC. Índios no Brasil. Cadernos da TV Escola. Brasília, 1999. (Vols. 1,2 e 3). 
MONTEIRO, John M. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo.
São Paulo, Cia. das Letras, 1994.
OLIVEIRA, João Pacheco de. (Org.). A viagem da volta: etnicidade, política e
reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro, Contra Capa, 1999. 
PREZIA, Bendito; HOORNAERT, Eduardo. Brasil indígena: 500 anos de resistência. São
Paulo: FTD, 2000.
- - - - - Essa terra tinha dono. 6ª edição, revista e atualizada. São Paulo, FTD, 2000.
SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. (Orgs.). A temática indígena na
escola: novos subsídios para professores de 1 e 2 graus. Brasília, Mari/Unicef/Unesco,
1995. 
JORNAIS
PORANTIM. Brasília, Conselho Indigenista Missionário-CIMI/CNBB.
E-mail: www.cimi.org.br
MENSAGEIRO. Belém, CIMI-Norte I.
9
E-mail: www.mutiraoamazonia.org.br
Observação: vê na página do CIMI www.cimi.org.br outros endereços na Internet sobre os
povos indígenas.
FILMES (disponíveis em locadoras comerciais)
Rapa-Nui (120 minutos); Avaeté, semente de vingança (90 minutos); Ameríndia (70
minutos); Xingu (90 minutos); Dança com os lobos (180 minutos); Gerônimo (100 Minutos);
Filho da estrela nascente (180 minutos); Pequeno grande homem (100 minutos); Aguirre, a
cólera dos deuses (100 minutos); Hábito negro (93 minutos); República Guarani (100
minutos); A missão (100 minutos); Brincando nos campos do senhor (180 minutos); 492, o
Descobrimento da América (120 minutos); Cristóvão Colombo: a aventura do Descobrimento
(100 minutos); Coração de trovão (115 minutos); Espírito guerreiro (93 minutos).
Faz-se necessário pensar em um roteiro que discuta criticamente cada um dos filmes, levando
em conta quais idéias da História e imagens trazem sobre os índios.
ANEXO II
Um roteiro para o estudo dos povos indígenas no Ensino de História
1. Os povos indígenas no Brasil atual:
Uma opção teórico-metodológica: iniciar o estudo a partir do conhecimento sobre a atual situação dos povos
indígenas existentes no país. Utilizar mapas, quadros com a localização e distribuição pelas Regiões dos povos
indígenas no Brasil.
2. A diversidade indígena no Brasil:
Enfocar a atual diversidade sociocultural dos povos indígenas no Brasil; estudando a diversidade histórica do
Brasil indígena, no período anterior e logo após o início da colonização em 1500, superando a tradicional visão
simplista de uma dicotomia “tupi x tapuia”. Utilizar fotografias para demonstrar a diversidade dos povos
indígenas no Brasil.
3. A antigüidade da presença indígena no Brasil:
Discutir as teorias do povoamento da América e no Brasil, enfatizando as descobertas mais recentes das
pesquisas arqueológicas realizadas em São Raimundo Nonato-PI. Estudar os diferentes grupos humanos, que
habitaram o Brasil e as suas possíveis conexões com os atuais povos indígenas em nosso país.
4. A história indígena no Brasil, uma história de resistência:
Estudar as permanentes e diferentes estratégias de resistência indígena na História do Brasil, superando as visões
da colonização como tragédia histórica com uma suposta assimilação, a integração e o “desaparecimento” dos
povos indígenas. Estudar o fenômeno do ressurgimento de povos indígenas nas áreas mais antigas da
colonização portuguesa no Brasil.
5. 508 anos, qual o significado?
Discutir o sentido dos 507 anos na História do Brasil, do ponto de vista oficial e do ponto de vista indígena de
resistência à colonização, com as reivindicações para o reconhecimento e garantias de seus direitos violados.
ANEXO III
POPULAÇÃO INDÍGENA EM PERNAMBUCO/ 2006
POVO MUNICÍPIO POPULAÇÃO
Xukuru Pesqueira 8985
Fulni-ô Águas Belas 3658
Atikum Carnaubeira da Penha e
Floresta
5542
Kapinawá Buíque, Ibimirim, Tupanatinga 3084
Kambiwá Ibimirim 2746
Tuxá Inajá 157
Pipipan Floresta 1518
Pankará Carnaubeira da Penha 2454
Pankararu Jatobá, Petrolândia, Tacaratu 5880
Truká Cabrobó 3887
Total: 38.003
FONTE: FUNASA/SIASI, 2006.
OBSERVAÇÃO: nesta tabela, bem como no mapa da página seguinte, não foram incluído os Pankauiká, que
habitam no Município de Jatobá e que estão reivindicando o reconhecimento oficial.
10
PÓS-ESCRITO
ÍNDIOS, O DIREITO À DIFERENÇA
Edson Silva
O reconhecimento da pluralidade cultural no Brasil contemporâneo é um
debate muito recente. Remonta ao período pós-Abertura política e acentuou-se em
fins da década de 1990. A idéia da mestiçagem como base de formação de uma
identidade nacional homogênea, ganhou corpo ainda no final do Século XIX, foi
exaltada pelo Modernismo nos anos 1920 e consolidou-se com as grandes sínteses
explicativas do Brasil na década de 1930, tendo como expressão máxima a obra
Casa grande & senzala de Gilberto Freyre. A Ditadura Militar que com seus arroubos
nacionalistas instalou-se no Brasil em 1964, interessou também sobremaneira a
exaltação de um país com a identidade única caminhando a passos largos para o
desenvolvimento. Progresso e unidade cultural do gigante país verde e amarelo
eram temas indissociáveis nos discursos dos defensores da nação brasileira.
Somente a partir da nova conjuntura política com o fim da Ditadura, as idéias
polarizadas bem como as totalizantes que perpassavam as discussões sobre a
identidade do país, foram explicitamente colocadas em discussão. Timidamente
foram dados os primeiros passos que rediscutiam a mestiçagem como base de uma
identidade brasileira. Os debates públicos e acadêmicos em torno das questões de
gênero, da temática negra dentre outras, ganharam corpo nos anos seguintes
colocando em xeque a suposta identidade nacional advogada nos anos anteriores.
No novo cenário político com outros atores, os povos indígenas conquistaram
e ocuparam seus espaços, reivincando o reconhecimento e o respeito de suas
expressões étnicas e culturais próprias, bem como das condições para vivenciá-las.
A mestiçagem enquanto apagamento, sombra que escondia as diferenças perdeu a
primazia do status explicativo sobre o país. O reconhecimento da pluralidade além
de provocar um repensar do país, vem exigindo políticas públicas que dê conta
dessa realidade. Daí a necessidade de se debruçar sobre a História do Brasil para
melhor compreender no presente a diversidade sociocultural em um país continental,
com suas peculiaridades locais e regionais.
11
Fonte: CAVALCANTE, Heloisa Eneida. Reunindo as forças do Ororubá: a escola no projeto de sociedade do povo Xukuru. Recife, UFPE,
Deptº de Ciências Sociais, 2004 (Dissertação de Mestrado em Sociologia), p.27.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Atividades de redação do 9º ano 2009 2º semestre
Atividades de redação  do 9º ano 2009  2º semestreAtividades de redação  do 9º ano 2009  2º semestre
Atividades de redação do 9º ano 2009 2º semestreOlivier Fausti Olivier
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroJunior Onildo
 
Minicurso educação e patrimônio cultural 2012
Minicurso educação e patrimônio cultural 2012Minicurso educação e patrimônio cultural 2012
Minicurso educação e patrimônio cultural 2012Lilian Oliveira Rosa
 
Influência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasilInfluência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasilNancihorta
 
Roteiro para Projeto de Vida
Roteiro para Projeto de VidaRoteiro para Projeto de Vida
Roteiro para Projeto de VidaIvanilson Lima
 
Estilos Musicais
Estilos MusicaisEstilos Musicais
Estilos MusicaisMarilia
 
História, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidadeHistória, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidadeViegas Fernandes da Costa
 
ATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHA
ATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHAATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHA
ATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHAProf. Noe Assunção
 
Slide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSlide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSilvana Tenfen
 
Oficina de descritores português 9º ano
Oficina de descritores português 9º anoOficina de descritores português 9º ano
Oficina de descritores português 9º anoClaudiaAdrianaSouzaS
 

Mais procurados (20)

Cultura indígena
Cultura indígenaCultura indígena
Cultura indígena
 
Atividades de redação do 9º ano 2009 2º semestre
Atividades de redação  do 9º ano 2009  2º semestreAtividades de redação  do 9º ano 2009  2º semestre
Atividades de redação do 9º ano 2009 2º semestre
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
 
Literatura de Cordel
Literatura de Cordel Literatura de Cordel
Literatura de Cordel
 
Minicurso educação e patrimônio cultural 2012
Minicurso educação e patrimônio cultural 2012Minicurso educação e patrimônio cultural 2012
Minicurso educação e patrimônio cultural 2012
 
Influência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasilInfluência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasil
 
Slide história da pedagogia
Slide   história da pedagogiaSlide   história da pedagogia
Slide história da pedagogia
 
Roteiro para Projeto de Vida
Roteiro para Projeto de VidaRoteiro para Projeto de Vida
Roteiro para Projeto de Vida
 
Consciencia negra
Consciencia negraConsciencia negra
Consciencia negra
 
A Escola Nova
A Escola Nova A Escola Nova
A Escola Nova
 
Estilos Musicais
Estilos MusicaisEstilos Musicais
Estilos Musicais
 
Quiz - 6º ano "D"
Quiz - 6º ano "D"Quiz - 6º ano "D"
Quiz - 6º ano "D"
 
Slide história da educação - pdf
Slide   história da educação - pdfSlide   história da educação - pdf
Slide história da educação - pdf
 
História, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidadeHistória, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidade
 
Formacao humanas bncc
Formacao humanas   bnccFormacao humanas   bncc
Formacao humanas bncc
 
ATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHA
ATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHAATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHA
ATIVIDADE - CONCEITO DE CULTURA COM JOGO DA CRUZADINHA
 
Slide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSlide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasil
 
Relações Raciais na Escola
Relações Raciais na EscolaRelações Raciais na Escola
Relações Raciais na Escola
 
A Literatura de Cordel em Sala (Projeto Pibid 2013)
A Literatura de Cordel em Sala (Projeto Pibid 2013)A Literatura de Cordel em Sala (Projeto Pibid 2013)
A Literatura de Cordel em Sala (Projeto Pibid 2013)
 
Oficina de descritores português 9º ano
Oficina de descritores português 9º anoOficina de descritores português 9º ano
Oficina de descritores português 9º ano
 

Destaque

Os desafios do ensino de história indígena
Os desafios do ensino de história indígenaOs desafios do ensino de história indígena
Os desafios do ensino de história indígenaCaren Cruvinel
 
Os Fulni-ô: uma cultura de resistência
Os Fulni-ô: uma cultura de resistênciaOs Fulni-ô: uma cultura de resistência
Os Fulni-ô: uma cultura de resistênciaאמורים אדליה
 
Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)
Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)
Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)João Pinto
 
Arte indígena na chegada dos portugueses
Arte indígena na chegada dos portuguesesArte indígena na chegada dos portugueses
Arte indígena na chegada dos portuguesesClaudio Bastos
 
Dcn educação escolar indígena
Dcn educação escolar indígenaDcn educação escolar indígena
Dcn educação escolar indígenamarcaocampos
 
Cultura Indigena
Cultura IndigenaCultura Indigena
Cultura Indigenaportoseguro
 
Apresentação Conteúdos Procedimentais
Apresentação Conteúdos ProcedimentaisApresentação Conteúdos Procedimentais
Apresentação Conteúdos Procedimentaislouisacarla
 
Arte indígena - índios Karajás
Arte indígena - índios KarajásArte indígena - índios Karajás
Arte indígena - índios KarajásAndrea Dressler
 
A revolta pernambucana de 1817
A revolta pernambucana de 1817A revolta pernambucana de 1817
A revolta pernambucana de 1817Fabiana Tonsis
 
Principais Revoltas Pernambucanas
Principais Revoltas PernambucanasPrincipais Revoltas Pernambucanas
Principais Revoltas PernambucanasJoseneide Ferreira
 
Rituais de morte e passagem sociedades indigenas
Rituais de morte e passagem sociedades indigenasRituais de morte e passagem sociedades indigenas
Rituais de morte e passagem sociedades indigenasProfgalao
 
Influências Indígenas na Cultura Brasileira
Influências Indígenas na Cultura BrasileiraInfluências Indígenas na Cultura Brasileira
Influências Indígenas na Cultura BrasileiraGisele Finatti Baraglio
 
Hábitos indígenas que influenciaram os nossos costumes
Hábitos indígenas que influenciaram os nossos costumesHábitos indígenas que influenciaram os nossos costumes
Hábitos indígenas que influenciaram os nossos costumesKau Dubiella
 
Culturas e Histórias dos Povos Indígenas
Culturas e Histórias dos Povos IndígenasCulturas e Histórias dos Povos Indígenas
Culturas e Histórias dos Povos IndígenasMarinaMarcos
 

Destaque (20)

Os desafios do ensino de história indígena
Os desafios do ensino de história indígenaOs desafios do ensino de história indígena
Os desafios do ensino de história indígena
 
Os Fulni-ô: uma cultura de resistência
Os Fulni-ô: uma cultura de resistênciaOs Fulni-ô: uma cultura de resistência
Os Fulni-ô: uma cultura de resistência
 
Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)
Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)
Artigo Exame Fundos de Capital de Risco (Patris Capital Partners)
 
Pdr01-manu
Pdr01-manuPdr01-manu
Pdr01-manu
 
Arte indígena na chegada dos portugueses
Arte indígena na chegada dos portuguesesArte indígena na chegada dos portugueses
Arte indígena na chegada dos portugueses
 
Dcn educação escolar indígena
Dcn educação escolar indígenaDcn educação escolar indígena
Dcn educação escolar indígena
 
Indio
IndioIndio
Indio
 
Cultura Indigena
Cultura IndigenaCultura Indigena
Cultura Indigena
 
Apresentação Conteúdos Procedimentais
Apresentação Conteúdos ProcedimentaisApresentação Conteúdos Procedimentais
Apresentação Conteúdos Procedimentais
 
Projeto cultura e identidade
Projeto cultura e identidadeProjeto cultura e identidade
Projeto cultura e identidade
 
Arte indígena - índios Karajás
Arte indígena - índios KarajásArte indígena - índios Karajás
Arte indígena - índios Karajás
 
Imigração brasileira
Imigração brasileiraImigração brasileira
Imigração brasileira
 
A revolta pernambucana de 1817
A revolta pernambucana de 1817A revolta pernambucana de 1817
A revolta pernambucana de 1817
 
Principais Revoltas Pernambucanas
Principais Revoltas PernambucanasPrincipais Revoltas Pernambucanas
Principais Revoltas Pernambucanas
 
Religioes indigenas
Religioes indigenasReligioes indigenas
Religioes indigenas
 
Rituais de morte e passagem sociedades indigenas
Rituais de morte e passagem sociedades indigenasRituais de morte e passagem sociedades indigenas
Rituais de morte e passagem sociedades indigenas
 
Pernambuco (imortal)
Pernambuco (imortal)Pernambuco (imortal)
Pernambuco (imortal)
 
Influências Indígenas na Cultura Brasileira
Influências Indígenas na Cultura BrasileiraInfluências Indígenas na Cultura Brasileira
Influências Indígenas na Cultura Brasileira
 
Hábitos indígenas que influenciaram os nossos costumes
Hábitos indígenas que influenciaram os nossos costumesHábitos indígenas que influenciaram os nossos costumes
Hábitos indígenas que influenciaram os nossos costumes
 
Culturas e Histórias dos Povos Indígenas
Culturas e Histórias dos Povos IndígenasCulturas e Histórias dos Povos Indígenas
Culturas e Histórias dos Povos Indígenas
 

Semelhante a HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO: (RE) CONHECENDO E DISCUTINDO A DIVERSIDADE CULTURAL

DE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRO
DE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRODE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRO
DE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIROInstituto Uka
 
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...Claudia Elisabete Silva
 
Povos indigenas brasil 2
Povos indigenas brasil 2Povos indigenas brasil 2
Povos indigenas brasil 2Profgalao
 
Trab. socio miscigenação cultural brasileira
Trab. socio miscigenação cultural brasileiraTrab. socio miscigenação cultural brasileira
Trab. socio miscigenação cultural brasileiraMinguimingui
 
Sentidos de estudar a história indígena
Sentidos de estudar a história indígenaSentidos de estudar a história indígena
Sentidos de estudar a história indígenaSharley Cunha
 
Antropologia e Educação
Antropologia e EducaçãoAntropologia e Educação
Antropologia e EducaçãoIrmão Jáder
 
Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...
Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...
Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...MoniqueParente2
 
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...guest243097
 
Os filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasilOs filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasilOdairdesouza
 
DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...
DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...
DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...Instituto Uka
 
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...Acrópole - História & Educação
 
Henrique e Julio 603 Aula Roma
Henrique e Julio 603   Aula RomaHenrique e Julio 603   Aula Roma
Henrique e Julio 603 Aula RomaVera Mln Silva
 
Os Indígenas Hoje
Os Indígenas HojeOs Indígenas Hoje
Os Indígenas HojeGelson Rocha
 

Semelhante a HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO: (RE) CONHECENDO E DISCUTINDO A DIVERSIDADE CULTURAL (20)

DE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRO
DE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRODE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRO
DE PERI A MUNDURUKU: A INSERÇÃO DO INDÍGENA NO CONTEXTO LITERÁRIO BRASILEIRO
 
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...
OT Múltiplas histórias na sala de aula: história africana, afro-brasileira e ...
 
Povos indigenas brasil 2
Povos indigenas brasil 2Povos indigenas brasil 2
Povos indigenas brasil 2
 
Sociodiversidade
SociodiversidadeSociodiversidade
Sociodiversidade
 
Trab. socio miscigenação cultural brasileira
Trab. socio miscigenação cultural brasileiraTrab. socio miscigenação cultural brasileira
Trab. socio miscigenação cultural brasileira
 
Sentidos de estudar a história indígena
Sentidos de estudar a história indígenaSentidos de estudar a história indígena
Sentidos de estudar a história indígena
 
sld_1 (1).pdf
sld_1 (1).pdfsld_1 (1).pdf
sld_1 (1).pdf
 
Antropologia e Educação
Antropologia e EducaçãoAntropologia e Educação
Antropologia e Educação
 
O que é cultura
O que é culturaO que é cultura
O que é cultura
 
O que é cultura
O que é culturaO que é cultura
O que é cultura
 
Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...
Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...
Invocação à natureza e mítico-simbólico originário: a jornada indígena em Can...
 
Lei 11.645
Lei 11.645Lei 11.645
Lei 11.645
 
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...
HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM RESGATE DA CULTURA INDÍGENA DO LITORAL PERNAMBUCANO NO...
 
Os filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasilOs filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasil
 
DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...
DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...
DANIEL MUNDURUKU E KAKA WERÁ JECUPÉ: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO MUNDO DO O...
 
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...Imagens dos índios do Brasil no século XVI  - Trabalhando com documentos hist...
Imagens dos índios do Brasil no século XVI - Trabalhando com documentos hist...
 
Trabalho de história
Trabalho de históriaTrabalho de história
Trabalho de história
 
Henrique e Julio 603 Aula Roma
Henrique e Julio 603   Aula RomaHenrique e Julio 603   Aula Roma
Henrique e Julio 603 Aula Roma
 
Os Indígenas Hoje
Os Indígenas HojeOs Indígenas Hoje
Os Indígenas Hoje
 
Povos indigenas no Brasil.
Povos indigenas no Brasil.Povos indigenas no Brasil.
Povos indigenas no Brasil.
 

Mais de Fábio Fernandes

Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Fábio Fernandes
 
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Fábio Fernandes
 
Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Fábio Fernandes
 
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaCONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaFábio Fernandes
 
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêOfício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêFábio Fernandes
 
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017Fábio Fernandes
 
Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Fábio Fernandes
 
Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Fábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CESúmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBSúmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBSúmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PASúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PAFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CESúmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CEFábio Fernandes
 

Mais de Fábio Fernandes (20)

Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018
 
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
 
Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017
 
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaCONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
 
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêOfício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
 
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
 
Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017
 
Tabela do Paraibano 2017
Tabela do Paraibano 2017Tabela do Paraibano 2017
Tabela do Paraibano 2017
 
Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CESúmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
 
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBSúmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBSúmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PASúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
 
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CESúmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
 

Último

Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 

Último (20)

Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 

HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO: (RE) CONHECENDO E DISCUTINDO A DIVERSIDADE CULTURAL

  • 1. 1 HISTÓRIA, POVOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO: (RE)CONHEÇENDO E DISCUTINDO A DIVERSIDADE CULTURAL* Edson Silva** RESUMO Este texto discute as visões estereotipadas, os equívocos e os preconceitos comumente existentes sobre os “índios”, propondo uma crítica a história tradicional, bem como sugestões para uma nova abordagem sobre os povos indígenas e indicando subsídios para o estudo da temática indígena, na perspectiva do reconhecimento da diversidade étnica em nosso país. Introdução: “ainda existem índios”?! O que sabemos sobre os índios no Brasil? A dúvida ou a resposta negativa a essa pergunta ainda é ouvida da imensa maioria da população, na escola e até mesmo na universidade. Os dados mais recentes contabilizam no Brasil 225 povos indígenas que falam cerca 180 línguas distintas. Os dados do IBGE/2005 apontam que em 10 anos, na década de 1990, a população indígena cresceu 150%! Passando de 234.000 mil para cerca de 734.000 indivíduos, que habitam todas as regiões do Brasil. Essa totalização talvez não tenha incluído os chamados índios isolados que vivem em algumas localidades da Região Norte, mas contabilizou significativos contingentes de índios que moram nas periferias urbanas próximas às aldeias e nas capitais, expulsos em sua grande maioria pelo avanço do latifúndio sobre as terras indígenas. De acordo ainda com as mesmas estimativas oficiais, no Nordeste moram 170.000 índios, mais de 20% da população indígena no país. Em Pernambuco é contabilizada atualmente uma população indígena em torno de 38.000 indivíduos (FUNASA/ SIASI, 2006), formada pelos povos Fulni-ô (Águas Belas), Xukuru do Ororubá (Pesqueira e Poção), Kapinawá (Ibimirim, Tupanatinga, Buíque), Kambiwá (Ibimirim), Pipipã (Floresta), Pankará (Carnaubeira da Penha), Atikum (Carnaubeira da Penha e Floresta), Tuxá (Inajá), Pankararu (Tacaratu, Petrolândia e Jatobá), Truká (Cabrobó) e os Pankauiká (Jatobá), estando esse último povo reivindicando o reconhecimento oficial. O desconhecimento sobre a situação atual dos povos indígenas, está associado basicamente à imagem do índio que é tradicionalmente veiculada pela mídia: um índio genérico com um biótipo formado por características correspondentes aos indivíduos de povos nativos habitantes na Região Amazônica e no Xingu, com cabelos lisos, pinturas *texto apresentado como subsídio para debates no Seminário Povos indígenas em Pernambuco, promovido em 17 e 19/04/2007 pela SEDUC-PE, no Ginásio Pernambucano, em Recife-PE. Uma primeira versão desse texto foi apresentada na mesa-redonda “As relações étnico-raciais e de gênero no Ensino da História Escolar”, por ocasião do I Encontro Pernambucano de Ensino de História, promovido pelo Deptº de Métodos e Técnicas de Ensino/DMTE, em 17/03/07 no Centro de Educação/UFPE, Recife. **Doutor em História Social pela UNICAMP. Mestre em História pela UFPE. Leciona História no CENTRO DE EDUCAÇÃO/Col. de Aplicação/UFPE. Pesquisador da história indígena em Pernambuco, com vários artigos publicados sobre o tema. Assessor para área de História na formação dos/as professores/as indígenas em Pernambuco e no Projeto PROFORMAÇÃO/MEC/SEDUC-PE. E-mail: edson.edsilva@gmail.com
  • 2. 2 corporais e abundantes adereços de penas, nus, moradores das florestas, de culturas exóticas, etc. Ou também imortalizados pela literatura romântica produzida no Século XIX, como nos livros de José de Alencar, onde são apresentados índios belos e ingênuos, ou valentes guerreiros e ameaçadores canibais, ou seja, “bárbaros, bons selvagens e heróis” (Silva, 1994). Ainda nas universidades, de um modo geral, o índio é lembrado, afora o primeiro momento do “Descobrimento” em 1500, no início da Colonização. E nas escolas, no rosário das datas comemorativas, quando no “Dia do Índio”, comumente as crianças das primeiras séries do Ensino Fundamental são enfeitadas e pintadas à semelhança de indígenas que habitam os Estados Unidos, e estimuladas a reproduzirem seus gritos de guerra! Até recentemente nos estudos da História do Brasil, o lugar do índio era na “formação” da chamada nacionalidade brasileira. Depois de desaparecer nos textos sobre o “Descobrimento do Brasil” nos livros didáticos, o índio voltaria a ser lembrado nos estudos da Literatura da época do Romantismo no Brasil. O “índio” até bem pouco tempo estudado na História do Brasil ou em Estudos Sociais era único, “Tupi-Guarani” em todas as “tribos”, morava em “ocas” e “tabas”, era antropófago, preguiçoso e existente apenas no Xingu ou em remotas regiões do Norte do país. A desinformação, os equívocos e os pré-conceitos motivam a violência cultural contra os povos indígenas. Resultado das idéias eurocêntricas de “civilização”, do etnocentrismo cultural e da concepção evolucionista da História, onde, no presente, os indígenas são classificados como “primitivos” possuidores de expressões culturais exóticas ou folclóricas ainda preservadas, mas que determinadas a serem engolidas pelo “progresso” da nossa sociedade capitalista. Cabe ao/a professor/a de História, aos/as educadores/as de uma forma em geral, buscar superar tal situação, atualizando seus conhecimentos sobre os povos indígenas, para compreendê-los como sujeitos participantes na/da história, em uma perspectiva do (re)conhecimento que vivemos em um país pluricultural, plurilinguísitco e com uma sóciodiversidade enriquecida pelos povos indígenas. Para isso somos convidados/as a atualizar nossos conhecimentos, a partir das recentes discussões sobre o tema e a produção de subsídios didáticos que incorporam essas discussões. Outras histórias: os indígenas na História. Como nos últimos anos os estudos históricos têm passado por uma ampla renovação, o lugar dos povos indígenas na História também está sendo revisto. O “Descobrimento” passou a ser discutido como resultado do processo de expansionismo europeu no século XVI, através da Colonização, onde os muitos diferentes povos e culturas das consideradas “terras
  • 3. 3 descobertas”, se confrontaram com os violentos processos das invasões dos seus territórios e da imposição cultural do colonizador. Os atuais estudos sobre os povos indígenas têm revelado, além da antigüidade da presença desses povos, a grande diversidade e pluralidade das sociedades nativas encontradas pelos colonizadores. Tendo sido superado o etnocentrismo que condicionava as informações e referências anteriores, as pesquisas atuais vêm descobrindo a complexidade e a especificidade dos povos indígenas, seus projetos políticos, as relações decorrentes com a Colonização, as estratégias da resistência indígena, etc. A Colonização deixou de ser vista como um movimento único, linear, de puro e simples extermínio dos povos considerados passivos, submissos, impotentes. As pesquisas dos últimos anos apontam um complexo jogo de relações, embates, negociações e conflitos, desde a chegada dos primeiros europeus no século XVI até os dias atuais, onde povos foram exterminados, e outros elaboraram diferentes estratégias para existirem até os dias de hoje. O “desaparecimento” dos povos indígenas No século XIX, nas regiões mais antigas da colonização portuguesa a exemplo do Nordeste, agravam-se os conflitos entre as Câmaras Municipais, onde se encastelavam os vereadores latifundiários e fazendeiros contra os indígenas. O Estado brasileiro favoreceu esses grandes proprietários, chefes políticos locais, que passaram a negar a presença indígena em terras dos antigos aldeamentos, com argumentos da ausência da pureza racial, afirmando que os índios estavam “confundidos com a massa da população” (Silva, 1996), solicitando a extinção dos aldeamentos como formas de resolver os tradicionais conflitos com as invasões dos territórios indígenas. Assumindo o discurso dos grandes proprietários, entre 1860 – 1880, o Governo Imperial decretou oficialmente a extinção dos aldeamentos em Pernambuco e várias regiões do país. Pela legislação da época, as terras dos aldeamentos deveriam ser medidas, demarcadas e loteadas em tamanhos diferentes, destinados em parte às famílias indígenas existentes em cada local. Nesse processo, além de serem reconhecidas as posses em domínio dos grandes proprietários invasores, a lei previa ainda a remoção de famílias indígenas que ficassem fora da partilha dos lotes, para outras aldeias. No caso de Pernambuco, as semelhanças de outros lugares, na documentação da época encontram-se diversos registros de indígenas reclamando que não receberam seus lotes a que tinham direito, ou que a medição favorecia o latifundiário invasor das terras dos aldeamentos. Denúncias de violências, pressões e espancamentos contra os índios, se multiplicaram em documentos da época. Muitas famílias se dispersaram. Sem terras, fugindo às
  • 4. 4 perseguições, vagavam nas estradas ou eram empregadas como trabalhadoras nas fazendas e engenhos. Outras se deslocaram para locais de difícil acesso, onde sobreviveram e mantiveram vivas a consciência étnica e suas tradições. Oficialmente, eram tidos como “caboclos”, ou “remanescentes” de indígenas que tinham “desaparecidos”, como se referiam os livros e foi incorporado pelo senso comum. A eles foram dedicados estudos de seus hábitos e costumes considerados exóticos, suas danças e manifestações folclóricas em vias de extinção, como também apareceram em publicações, crônicas de memorialistas, que exaltaram de forma idílica a contribuição indígena nas origens e formação social de municípios do interior. Os “caboclos” que são índios Os povos indígenas no Nordeste que durante muito tempo foram oficialmente chamados de “remanescentes” e conhecidos pelo senso comum como “caboclos”, através de confrontos, acordos, alianças estratégicas, simulações e reelaborações culturais, desenvolveram diferentes estratégias de resistência frente às diversas formas de violências, às invasões de seus territórios, ao desrespeito de seus direitos, à negação de suas identidades e às imposições culturais colonial. Questionando assim tradicionais explicações históricas, que defendem o destino trágico com o desaparecimento ou extermínio desses povos nos primeiros anos da colonização portuguesa, com sua mobilização os indígenas no Nordeste superam uma visão sobre eles como vítimas da colonização e afirmam seus lugares como participantes e sujeitos que (re) escrevem a História da Região e do Brasil. No início do século XX, esses povos que oficialmente eram considerados “extintos”, mas que de fato existiam e resistiam, iniciaram a mobilização contemporânea pelo reconhecimento étnico oficial e garantia de terras para viverem diante das constantes perseguições dos latifundiários. No Nordeste foram reconhecidos os Xukuru-Kariri em Alagoas, e em Pernambuco os Fulni-ô (Águas Belas), os Pankararu (Tacaratu), os Xukuru (Pesqueira), com a instalação entre os anos de 1920 – 1950 de postos do Serviço de Proteção ao Índio – SPI, em seus tradicionais locais de moradias. Em um estudo sobre as populações indígenas no Brasil cuja primeira edição é datada de 1968, o antropólogo Darcy Ribeiro localizou 13 povos habitantes na “Área Cultural Indígena Nordeste” (Ribeiro, 1982,461). Com o “milagre brasileiro” na década de 1970 e o avanço dos projetos agro- industriais, as pressões sobre as terras indígenas aumentaram, tanto as dos grupos reconhecidos oficialmente como as dos grupos ainda não reconhecidos. Os povos indígenas no Nordeste, pressionam a FUNAI para obterem a garantia de seus direitos históricos. No início da década de 1980, em uma publicação especializada, (excetuando o Maranhão, porque
  • 5. 5 os povos indígenas são classificados em outra área cultural), foram citados 20 povos indígenas no Nordeste (CEDI, 1983,61; 69). A partir da década de 1980 ocorreu o ressurgimento de grupos étnicos como os Pitaguary, os Jenipapo-Canindé, os Tabajara no Ceará; os Pipipã em Pernambuco, os Kalancó e os Karuazu em Alagoas; os Tumbalalá e os Tupinambá na Bahia. Fenômeno que vem ocorrendo também na Região Norte e chamado de etnogênese pela reflexão antropológica atual. Vinte anos depois, foram contabilizados 41 povos habitantes entre o Ceará e a Bahia. (CIMI, 2001,164). A participação nas mobilizações para a elaboração da Constituição Federal aprovada em 1988, garantiu que pela primeira vez na História do Brasil o Estado brasileiro reconhecesse os povos indígenas com seus costumes, tradições e o direito a demarcação de suas terras. O que fortaleceu as lutas e reivindicações dos direitos históricos desses povos, mas por outro lado, acirrando os antigos conflitos, com violências e mortes provocadas pelos invasores das áreas indígenas. Para uma outra abordagem da temática indígena no Ensino de História: superando equívocos, preconceitos e omissões. A atual presença dos povos indígenas impõe a necessidade de repensar uma idéia da colonização como uma grande conquista de povos, pacíficos e subjugados, derrotados e massacrados. Além dos confrontos abertos, circunstancialmente foram elaboradas diversas estratégias de resistência, às vezes silenciosas, invisíveis, camufladas, tecidas ao longo de anos, que foram envolvendo os colonizadores. Enfim, uma derrota ainda que relativa, da colonização, pela capacidade histórica dos povos indígenas, em regiões como o Nordeste do Brasil, elaboraram diferentes estratégias de resistência, para a afirmação étnica e conquista do apoio da sociedade para o reconhecimento oficial, para a conquista e a garantia dos seus direitos. As pesquisas e reflexões históricas que ora vem sendo realizadas sobre os povos indígenas no Nordeste, a partir de abordagens que incorporam as discussões interdisciplinares mais recentes, além de possibilitarem rever uma história linear, ufanista, como uma grande conquista, estão contribuindo para um maior conhecimento das relações coloniais. Onde os indígenas foram e são atores/sujeitos, contribuindo também para compreensão do processo histórico de emergência étnica na Região e da atualidade dos povos indígenas no Nordeste. Nos últimos anos, os povos indígenas no Nordeste, assim como em todo o Brasil fortaleceram suas organizações, intensificaram as mobilizações pelo reconhecimento étnico enquanto povos diferenciados, pela demarcação e retirada dos invasores de suas terras, pelas
  • 6. 6 conquistas e garantia dos seus direitos a uma assistência de saúde e educação diferenciadas. Esses povos ocupam um inegável lugar no cenário político, obrigando-nos a rever a História, superar equívocos, preconceitos e omissões e a tradicional idéia errônea de uma homogeneidade cultural no Brasil. O Ensino de História deve incorporar essas discussões, ou do contrário continuará reproduzindo imagens ultrapassadas, descabidas e violentas sobre/contra os povos indígenas. A seguir estão sugestões a serem discutidas e implementadas no sentido de contribuir de forma efetiva com o fim dos equívocos, preconceitos e omissões no ensino sobre a temática indígena. Essas propostas devem estar baseadas antes de tudo nos esforços do conhecimento da situação em que vivem e a superação de toda e qualquer forma de discriminações contra os povos indígenas, bem como e pelo reconhecimento de seus direitos históricos: Incluir a temática indígena nas capacitações, estudos e treinamentos periódicos do professorado, a ser abordada na perspectiva da pluralidade cultural historicamente existente no Brasil e na sociedade em que vivemos: através de cursos, seminários, encontros de estudos específicos e interdisciplinares destinados ao professorado e demais trabalhadores/as em educação, com a participação de indígenas e assessoria de especialistas reconhecidos. Promover estudos específicos para que o professorado de História possa conhecer os povos indígenas no Brasil, possibilitando uma melhor abordagem ao tratar da temática indígena em sala de aula, particularmente nos municípios onde atualmente habitam povos indígenas. Estimular e apoiar professores/as que possuam interesses em aprofundar através de cursos de pós-graduação os estudos sobre os povos indígenas. Intensificar a produção, com assessoria de pesquisadores/as especialistas, de vídeos, cartilhas, subsídios didáticos sobre os povos indígenas para serem utilizados em sala de aula. Proporcionar o acesso a publicações: livros, periódicos, etc., como fonte de informação e pesquisa sobre os povos indígenas. Promover momentos de intercâmbios entre os povos indígenas e os estudantes durante o calendário letivo, através de visitas previamente preparadas do alunado às aldeias, bem como de indígenas às escolas. IMPORTANTE: ação a ser desenvolvida principalmente nos municípios onde atualmente moram os povos indígenas, como forma de buscar a superação dos preconceitos e as discriminações. Ampliar o “Dia do Índio” para uma “Semana dos Povos Indígenas” a ser promovida com exposições de trabalhos e pesquisas interdisciplinares realizadas pelo alunado, exibição de
  • 7. 7 vídeos, fotografias, debates com a participação de indígenas, estudiosos/as, instituições indigenistas, etc., como forma de proporcionar maior conhecimento sobre a situação e diversidade sociocultural dos povos indígenas. Discutir e propor o apoio aos povos indígenas, através do estímulo ao alunado, com a realização de abaixo-assinados, cartas às autoridades com denúncias e exigências de providências para as violências contra os povos indígenas, assassinatos de suas lideranças, etc. Estimulando assim através de manifestações coletivas na sala de aula, o apoio às campanhas de demarcação das terras e garantia dos direitos dos povos indígenas. Enfim, promover ações pautadas na perspectiva da diversidade cultural e dos direitos dos povos indígenas, bem como do reconhecimento de que o Brasil é um país pluricultural e pluriétnico. Bibliografia ARRUTI, J. M. A. (1995). Morte e vida no Nordeste indígena: a emergência étnica como fenômeno regional. Estudos Históricos. FVG, vol.8, n.15, p. 57- 94. ATLAS DAS TERRAS INDÍGENAS DO NORDESTE. (1993). Rio de Janeiro, PETI/ PPGAS/Museu Nacional/UFRJ. BRASIL. IBGE. (2005). Tendências Demográficas: uma análise dos indígenas com base nos resultados da amostra dos censos demográficos 1991 a 2000. Rio de Janeiro. CAVALCANTE, Heloisa Eneida. Reunindo as forças do Ororubá: a escola no projeto de sociedade do povo Xukuru. Recife, UFPE, 2004 (Dissertação de Mestrado em Sociologia) CEDI/Centro Ecumênico de Documentação e Informação. Aconteceu: povos indígenas no Brasil/1982. Rio de Janeiro: CEDI, 1982. CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Outros 500: construindo uma nova história. São Paulo: Salesiana, 2001. _ _ _. (1997). A violência contra os povos indígenas no Brasil. Brasília, CIMI/CNBB. OLIVEIRA, J.P. de (1999). (Org.). A viagem de volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro, Contra Capa Livraria. RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. 4a ed. Petrópolis: Vozes, 1982. SILVA, Edson. (1995). O lugar do índio. Conflitos, esbulhos de terras e resistência indígena no século XIX: o caso de Escada – PE (1860-1880). Recife, UFPE, Dissertação (Mestrado em História).
  • 8. 8 _ _ _ . (1994). Bárbaros, bons selvagens, heróis: imagens de índios no Brasil. In, CLIO – Revista de Pesquisa Histórica da Universidade Federal de Pernambuco (Série História do Nordeste n.º 5). Recife, Editora Universitária, p. 53-71. SILVA, Edson. (1996). “Confundidos com a massa da população”: o esbulho das terras indígenas no Nordeste do século XIX. In, Revista do Arquivo Público Estadual de Pernambuco, n. 46, vol. 42, dez./96, p.17-29. _ _ _. (1999). Povos indígenas, violência e educação. In Cadernos da Extensão n. 2, jun. /99. Recife, Pró – Reitoria de Extensão da UFPE, p.111-117. _ _ _. (2000). Resistência indígena nos 500 anos de Colonização. In, BRANDÃO, Silvana. (Org.). Brasil 500 anos: reflexões. Recife, Editora Universitária da UFPE, p.99-129. _ _ _. (2002). “Nossa Mãe Tamain”. Religião, reelaboração cultural e resistência indígena: o caso dos Xukuru do Ororubá (PE). In, BRANDÃO, Sylvana. (Org.). História das Religiões no Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, p.347-362 (vol.2). _ _ _. (2005). Memórias Xukuru e Fulni-ô da Guerra do Paraguai. In, Ciências Humanas em Revista v.3, nº2, UFMA, São Luís, p.51-58. ANEXO I Estudando os povos indígenas: leituras básicas mínimas e outras fontes LIVROS BRUIT, Héctor H. Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos. São Paulo, Unicamp, 1995. CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Outros 500: construindo uma nova história. São Paul, Salesiana, 2001.  CUNHA, Manuela Carneiro da. (Org.). História dos índios no Brasil. 2a ed. São Paulo, Cia. das Letras. 1998.  GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. (Org.). Índios no Brasil. Brasília, MEC, 1994. (existe outra edição por uma editora comercial). MEC. Índios no Brasil. Cadernos da TV Escola. Brasília, 1999. (Vols. 1,2 e 3).  MONTEIRO, John M. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo, Cia. das Letras, 1994. OLIVEIRA, João Pacheco de. (Org.). A viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro, Contra Capa, 1999.  PREZIA, Bendito; HOORNAERT, Eduardo. Brasil indígena: 500 anos de resistência. São Paulo: FTD, 2000. - - - - - Essa terra tinha dono. 6ª edição, revista e atualizada. São Paulo, FTD, 2000. SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. (Orgs.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1 e 2 graus. Brasília, Mari/Unicef/Unesco, 1995.  JORNAIS PORANTIM. Brasília, Conselho Indigenista Missionário-CIMI/CNBB. E-mail: www.cimi.org.br MENSAGEIRO. Belém, CIMI-Norte I.
  • 9. 9 E-mail: www.mutiraoamazonia.org.br Observação: vê na página do CIMI www.cimi.org.br outros endereços na Internet sobre os povos indígenas. FILMES (disponíveis em locadoras comerciais) Rapa-Nui (120 minutos); Avaeté, semente de vingança (90 minutos); Ameríndia (70 minutos); Xingu (90 minutos); Dança com os lobos (180 minutos); Gerônimo (100 Minutos); Filho da estrela nascente (180 minutos); Pequeno grande homem (100 minutos); Aguirre, a cólera dos deuses (100 minutos); Hábito negro (93 minutos); República Guarani (100 minutos); A missão (100 minutos); Brincando nos campos do senhor (180 minutos); 492, o Descobrimento da América (120 minutos); Cristóvão Colombo: a aventura do Descobrimento (100 minutos); Coração de trovão (115 minutos); Espírito guerreiro (93 minutos). Faz-se necessário pensar em um roteiro que discuta criticamente cada um dos filmes, levando em conta quais idéias da História e imagens trazem sobre os índios. ANEXO II Um roteiro para o estudo dos povos indígenas no Ensino de História 1. Os povos indígenas no Brasil atual: Uma opção teórico-metodológica: iniciar o estudo a partir do conhecimento sobre a atual situação dos povos indígenas existentes no país. Utilizar mapas, quadros com a localização e distribuição pelas Regiões dos povos indígenas no Brasil. 2. A diversidade indígena no Brasil: Enfocar a atual diversidade sociocultural dos povos indígenas no Brasil; estudando a diversidade histórica do Brasil indígena, no período anterior e logo após o início da colonização em 1500, superando a tradicional visão simplista de uma dicotomia “tupi x tapuia”. Utilizar fotografias para demonstrar a diversidade dos povos indígenas no Brasil. 3. A antigüidade da presença indígena no Brasil: Discutir as teorias do povoamento da América e no Brasil, enfatizando as descobertas mais recentes das pesquisas arqueológicas realizadas em São Raimundo Nonato-PI. Estudar os diferentes grupos humanos, que habitaram o Brasil e as suas possíveis conexões com os atuais povos indígenas em nosso país. 4. A história indígena no Brasil, uma história de resistência: Estudar as permanentes e diferentes estratégias de resistência indígena na História do Brasil, superando as visões da colonização como tragédia histórica com uma suposta assimilação, a integração e o “desaparecimento” dos povos indígenas. Estudar o fenômeno do ressurgimento de povos indígenas nas áreas mais antigas da colonização portuguesa no Brasil. 5. 508 anos, qual o significado? Discutir o sentido dos 507 anos na História do Brasil, do ponto de vista oficial e do ponto de vista indígena de resistência à colonização, com as reivindicações para o reconhecimento e garantias de seus direitos violados. ANEXO III POPULAÇÃO INDÍGENA EM PERNAMBUCO/ 2006 POVO MUNICÍPIO POPULAÇÃO Xukuru Pesqueira 8985 Fulni-ô Águas Belas 3658 Atikum Carnaubeira da Penha e Floresta 5542 Kapinawá Buíque, Ibimirim, Tupanatinga 3084 Kambiwá Ibimirim 2746 Tuxá Inajá 157 Pipipan Floresta 1518 Pankará Carnaubeira da Penha 2454 Pankararu Jatobá, Petrolândia, Tacaratu 5880 Truká Cabrobó 3887 Total: 38.003 FONTE: FUNASA/SIASI, 2006. OBSERVAÇÃO: nesta tabela, bem como no mapa da página seguinte, não foram incluído os Pankauiká, que habitam no Município de Jatobá e que estão reivindicando o reconhecimento oficial.
  • 10. 10 PÓS-ESCRITO ÍNDIOS, O DIREITO À DIFERENÇA Edson Silva O reconhecimento da pluralidade cultural no Brasil contemporâneo é um debate muito recente. Remonta ao período pós-Abertura política e acentuou-se em fins da década de 1990. A idéia da mestiçagem como base de formação de uma identidade nacional homogênea, ganhou corpo ainda no final do Século XIX, foi exaltada pelo Modernismo nos anos 1920 e consolidou-se com as grandes sínteses explicativas do Brasil na década de 1930, tendo como expressão máxima a obra Casa grande & senzala de Gilberto Freyre. A Ditadura Militar que com seus arroubos nacionalistas instalou-se no Brasil em 1964, interessou também sobremaneira a exaltação de um país com a identidade única caminhando a passos largos para o desenvolvimento. Progresso e unidade cultural do gigante país verde e amarelo eram temas indissociáveis nos discursos dos defensores da nação brasileira. Somente a partir da nova conjuntura política com o fim da Ditadura, as idéias polarizadas bem como as totalizantes que perpassavam as discussões sobre a identidade do país, foram explicitamente colocadas em discussão. Timidamente foram dados os primeiros passos que rediscutiam a mestiçagem como base de uma identidade brasileira. Os debates públicos e acadêmicos em torno das questões de gênero, da temática negra dentre outras, ganharam corpo nos anos seguintes colocando em xeque a suposta identidade nacional advogada nos anos anteriores. No novo cenário político com outros atores, os povos indígenas conquistaram e ocuparam seus espaços, reivincando o reconhecimento e o respeito de suas expressões étnicas e culturais próprias, bem como das condições para vivenciá-las. A mestiçagem enquanto apagamento, sombra que escondia as diferenças perdeu a primazia do status explicativo sobre o país. O reconhecimento da pluralidade além de provocar um repensar do país, vem exigindo políticas públicas que dê conta dessa realidade. Daí a necessidade de se debruçar sobre a História do Brasil para melhor compreender no presente a diversidade sociocultural em um país continental, com suas peculiaridades locais e regionais.
  • 11. 11 Fonte: CAVALCANTE, Heloisa Eneida. Reunindo as forças do Ororubá: a escola no projeto de sociedade do povo Xukuru. Recife, UFPE, Deptº de Ciências Sociais, 2004 (Dissertação de Mestrado em Sociologia), p.27.