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WEB 2.0 e as Religiões - Artigo: Do Púlpito à Web: Uma Eclésia no Mundo Virtual

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Do Púlpito à Web: Uma Eclésia no Mundo Virtual

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Artigo apresentado no II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial (2009).

Religiões, imagens religiosas e a rede de conhecimentos e significações no ensino e na web: o uso que a religião faz da mídia como forma de conhecimento, sociabilidade e nova construção de significado da vivência religiosa. Os processos de mudanças no campo religioso, o surgimento de novas propostas religiosas, a perda da autoridade de diversas mediações institucionais tradicionais e o deslocamento da própria experiência subjetiva da religião ocupam hoje boa parte dos esforços na construção de uma rede de conhecimentos e significações da vivência religiosa no mundo virtual. A WEB 2.0 veio a corroborar esse processo, onde podemos utilizar diversos serviços disponibilizados na rede: Youtube, blogs, “portal colaborativo”, Orkut, Facebook, MySpace, iBreviary, podcast e o GodTube (agora rebatizado de Tangle).

Artigo apresentado no II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial (2009).

Religiões, imagens religiosas e a rede de conhecimentos e significações no ensino e na web: o uso que a religião faz da mídia como forma de conhecimento, sociabilidade e nova construção de significado da vivência religiosa. Os processos de mudanças no campo religioso, o surgimento de novas propostas religiosas, a perda da autoridade de diversas mediações institucionais tradicionais e o deslocamento da própria experiência subjetiva da religião ocupam hoje boa parte dos esforços na construção de uma rede de conhecimentos e significações da vivência religiosa no mundo virtual. A WEB 2.0 veio a corroborar esse processo, onde podemos utilizar diversos serviços disponibilizados na rede: Youtube, blogs, “portal colaborativo”, Orkut, Facebook, MySpace, iBreviary, podcast e o GodTube (agora rebatizado de Tangle).

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WEB 2.0 e as Religiões - Artigo: Do Púlpito à Web: Uma Eclésia no Mundo Virtual

  1. 1. II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial Do Púlpito à Web: Uma Eclésia no Mundo Virtual Cláudia Andréa Prata Ferreira (UFRJ)1 Paula Andréa Prata Ferreira (UERJ)2 Resumo Religiões, imagens religiosas e a rede de conhecimentos e significações no ensino e na web: o uso que a religião faz da mídia como forma de conhecimento, sociabilidade e nova construção de significado da vivência religiosa. Os processos de mudanças no campo religioso, o surgimento de novas propostas religiosas, a perda da autoridade de diversas mediações institucionais tradicionais e o deslocamento da própria experiência subjetiva da religião ocupam hoje boa parte dos esforços na construção de uma rede de conhecimentos e significações da vivência religiosa no mundo virtual. A WEB 2.0 veio a corroborar esse processo, onde podemos utilizar diversos serviços disponibilizados na rede: Youtube, blogs, “portal colaborativo”, Orkut, Facebook, MySpace, iBreviary, pod- cast e o GodTube (agora rebatizado de Tangle). Palavras-chave Educação; Religiões e religiosidades; imagens religiosas; WEB 2.0; tecnologia; produ- ção textual. quot;Ficou praticamente impossível pensar em religião sem o uso de tecnologiaquot;, diz Ma- rio Sergio Cortella, filósofo e professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião PUC/SP. (BORGES e MOREIRA, 2009) Introdução Temos evidências razoáveis para concluir que a informática é a área que mais sofreu modificações no último século, como também na primeira década do século XXI. 1 Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Adjunta do Setor de Hebraico do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ e do Programa de Pós-graduação em História Com- parada (PPGHC) do Departamento de História da UFRJ. Pesquisadora do grupo de pesquisa “Linguagens desenhadas e Educação” vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação (ProPED) da UERJ. Email: chadileh@gmail.com, claudia@letras.ufrj.br 2 Paula Andréa Prata Ferreira é Professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro e Mestre na área de Infor- mática, Educação e Sociedade pela UFRJ/NCE (2009). Pesquisadora do grupo de pesquisa “Linguagens desenhadas e Educação” vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação (ProPED) da UERJ. E-mail: paulaprata@gmail.com
  2. 2. 2 Segundo Santa’ana3, socialmente vivemos a pós-modernidade, na qual convivemos não apenas com a transmissão de dados, mas também com a manipulação dos mesmos. Te- mos ainda que a evolução sofrida pela informática nos trouxe a comunicação interativa e colaborativa. Na evolução desse cenário, encontramos o surgimento da WEB 2.0. Conceitualmente, a WEB 2.0 surgiu em 2004. Foi assim batizada por O´Reilly para designar as mudanças ocorridas na web após o advento de comunidades e serviços baseadas na Plataforma Internet. A WEB 2.0 não é estática, mas sim dinâmica, interati- va, proporcionando a publicação de conteúdos por especialistas ou por usuários interes- sados.4 O surgimento desse novo paradigma coloca a tecnologia não mais como um fim em si mesma, mas sim como ferramenta da construção coletiva. Ou seja, nossos estu- dantes não aprendem sobre a tecnologia, mas aprendem com ela. O conteúdo é acessado e transformado de forma colaborativa. Aliás, colaboração é a mola mestre de todas as ações no cenário na WEB 2.0. Pierre Lévy postula que nunca pensamos sós e sem ferramentas. Em sua visão, toda a nossa atividade intelectual se dá por meio das diferentes línguas e linguagens, sistemas lógicos e de signos que vieram se desenvolvendo com as comunidades que nos foram antecedentes, formando assim uma verdadeira inteligência coletiva.5 Dessa for- ma, os estudantes/colaboradores se integram a redes sociais, muitas vezes formadas espontaneamente, e passam a desenvolver conhecimento sobre seus interesses comuns, passando de consumidores a produtores da informação. A informática se faz presentes em (quase) todos os setores de nossa sociedade. Tais setores vivenciam essa transformação através de produtos e serviços ao longo do tempo. A educação também assistiu a essas mudanças. Percebemos uma quebra de pa- radigmas com a incorporação dos novos recursos à prática pedagógica6 e ao cotidiano social. Através da WEB 2.0, pode-se obter diferentes tipos de aprendizagem, como a escrita, a comunicação e interação entre corpo discente/docente, discente/discente, do- cente/docente e muitas outras formas de combinação social, ou seja, não mais uma rela- ção de um para muitos e sim uma relação de muitos para muitos. A WEB 2.0 nos proporciona várias possibilidades de trabalho educacional e de interação social, dentre as quais, destacam-se os blogs. Blog é uma ferramenta de publi- 3 SANTA´ANA, 2006:51-63. 4 REILLY, 2005. 5 LEVY, 1998: 97. 6 GUTIERREZ, 2005: 6. 2
  3. 3. 3 cação on-line que pode ser utilizada no desenvolvimento de produção textual. Os blogs foram criados no final da década de 90 por Jorn Barger com o nome de weblog.7 Os blogs podem ser de edição pessoal ou coletiva e seus conteúdos podem ser abertos a todos os internautas ou restritos para uma comunidade.8 De qualquer forma, todo texto postado passa a ser a voz do seu escritor na Web, já que passará a ser compartilhada com outros internautas. Mais do que isso, poderá receber opiniões sobre o assunto pu- blicado sem restrição temporal. No Brasil, um dos serviços mais populares é o Blogger 9 , no qual o usuário encontra uma interface tão amigável que não precisa ter conheci- mento de ferramentas especializadas para a edição na web. Segundo Barbosa & Granado, os blogs são excelentes ferramentas para troca de experiências e comunicação, configurando-se em ferramentas eficazes para fins educa- tivos (2004). A professora Cláudia Rodrigues conclui em sua dissertação que o uso de blogs no cotidiano escolar favorece a produção textual e colabora no processo de prática argumentativa dos estudantes, além de favorecer a leitura de uma variedade de textos, provocar debates e comentários mediados pela prática da escrita.10 Dessa forma, inúme- ras tarefas educacionais e sociais podem ser desenvolvidas com o apoio do blog. Veja- mos algumas delas: apresentar as várias etapas de elaboração de um projeto (na aula e em grupos, seja dentro ou fora do espaço educacional), confecção de um jornal on-line, divulgar estudos realizados, divulgar eventos, incentivar o desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento, etc. As redes sociais como Facebook 11 , Twitter12 e MySpace 13 são, na opinião da professora do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Paula Sibilia, “compatíveis com as habilidades que o mundo con- temporâneo solicita de todos nós com crescente insistência”14. Segundo ela, essas fer- ramentas servem para dois propósitos fundamentais. “Em primeiro lugar, elas ajudam a construir o próprio ‘eu’, ou seja, servem para que cada usuário se auto-construa na visi- bilidade das telas. Além disso, são instrumentos úteis para que cada um possa se rela- cionar com os outros, usando os mesmos recursos audiovisuais e interativos”,15 explica. 7 BARBOSA e GRANADO, 2004. 8 CARVALHO et al., 2006:635. 9 Blogger - https://www.blogger.com/start 10 ROMERO, 2008. 11 Facebook - http://www.facebook.com/ 12 Twiter - http://twitter.com/ 13 MySpace - http://br.myspace.com/ 14 SIBILIA, 2009. 15 Ibidem. 3
  4. 4. 4 Por sua vez, o YouTube é um site que proporciona aos seus usuários o compar- tilhamento de vídeos em formato digital. Foi fundado em fevereiro de 2005 por uma dupla de ex-funcionários da empresa eBay®, Steve Chen e Chad Hurley.16 Para repro- duzir seus vídeos, o YouTube utiliza o plug-in17 para navegadores Flash Player, desen- volvido pela Adobe Systems. O YouTube é extremamente popular no seguimento desse gênero e chega a exibir 4,2 bilhões de vídeos por ano18. Além disso, o material encon- trado no YouTube pode ser disponibilizado em blogs e sites pessoais por meio de Hiper- links. Torna-se particularmente interessante a articulação dos recursos da WEB 2.0 com os processos de mudanças no campo religioso. Isto é, o surgimento de novas pro- postas religiosas, a perda da autoridade de diversas mediações institucionais tradicionais e o deslocamento da própria experiência subjetiva da religião ocupam hoje boa parte dos esforços na construção de uma rede de conhecimentos e significações da vivência religiosa no mundo virtual. O foco do trabalho será a abordagem das religiões, imagens religiosas, a rede de conhecimentos e significações no ensino e na web, ou seja, o uso que a religião faz da mídia como forma de divulgação de conhecimento, sociabilidade e nova construção de significado da vivência religiosa. YouTube: The Vatican A recente estreia do papa Bento XVI no YouTube19 ou mesmo o lançamento do iBreviary20, sistema criado em novembro de 2008 pelo Vaticano que permite colocar o 16 FORTES apud CAETANO e FALKEMBACH, 2007:4. 17 Plug-in são programas que acrescentam funções a outros programas ou serviços on-line. 18 FUSCO, 2008. 19 Link: <http://www.youtube.com/vaticano>. 4
  5. 5. 5 breviário21 nos iPods, são apenas alguns dos exemplos de como essa absorção tecnoló- gica tem transformado o cotidiano das religiões, uma tendência que tem ganhado força no Brasil e que abrange crenças de todas as vertentes. 22 O iBreviary, por exemplo, é mais um recurso para anunciar o Evangelho através dos instrumentos que a tecnologia oferece. O Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais afirmou, em comunicado, que o iBreviary é uma aplicação criada para o suporte telefônico de última geração iPhone e que seu inventor é o sacerdote italiano Paolo Padrini. 23 O iBreviary é total- mente gratuito e pode ser descarregado no site da iTunes Store ou diretamente através do terminal iPhone.24 Esta aplicação leva diretamente quot;de forma intuitiva e velozquot; à prece do breviário da Igreja Católica, colocando nas mãos de jovens e adultos quot;não ape- nas um simples texto, mas uma ação orientada tanto para o ouvinte passivo como para o que rezaquot;.25 O Vaticano diz que, com esta aplicação, o iPhone pode ser considerado em âmbito católico não apenas um instrumento de informação religiosa através do qual se pode navegar pela internet e ler conteúdos cristãos, mas também um aparelho aberto à prece. A documentação do Vaticano listada no levantamento bibliográfico (ver referen- cias bibliográficas) demonstra que a preocupação da Igreja com os meios de comunica- ção - particularmente com a internet - é resultante de um longo processo de avaliação do uso da tecnologia no ambiente católico.26 Carta Encíclica Miranda Prorsus (1957), do Papa Pio XII. Os maravilhosos progressos técnicos, de que se gloriam os nossos tempos, sem dúvida são fruto do engenho e do trabalho humano, mas são primeiro que tudo dons de Deus, Criador do homem e inspirador de todas as obras; quot;não só produ- ziu as criaturas, mas uma vez produzidas defende-as e protege-asquot;. Alguns destes novos meios técnicos servem para multiplicar as forças e as pos- sibilidades físicas do homem, outros para lhe melhorarem as condições de vida, outros finalmente - e estes dizem mais respeito à vida do espírito - servem, dire- tamente ou mediante uma expressão artística, para a difusão das idéias, e ofere- cem a milhões de pessoas, de maneira facilmente assimilável, imagens, notícias 20 Link: <http://www.youtube.com/watch?v=z8QT6I0Wvi4> 21 Livro das leituras e orações usado pelos sacerdotes. 22 Embora não seja um fenômeno restrito ao campo religioso brasileiro, optamos por delimitar no presente trabalho o impacto da WEB2.0 no Brasil e especificamente, no âmbito religioso católico. 23 Link: <http://www.vatican.va> 24 Link: A aplicação está disponível em [phobos.apple.com]. 25 Link: <http://www.vatican.va> 26 Na década de 40, papa Pio XII usou o rádio pela primeira vez para fazer sua pregação, a partir desse episódio o uso de tecnologia se espalhou, se consolidou com a TV e atualmente é a internet que chega para potencializar tudo isso. 5
  6. 6. 6 e lições, como alimento quotidiano do espírito, mesmo nas horas de lazer e re- pouso. Instrução Pastoral sobre os meios de comunicação social Communio et pro- gressio (1971). 1. A comunhão e o progresso da convivência humana são os fins primordiais da comunicação social e dos meios que emprega, como sejam: a imprensa, o cine- ma, a rádio e a televisão. Com o desenvolvimento técnico destes meios, aumen- ta a facilidade com que maior número de pessoas e cada um em particular lhes pode ter acesso; aumenta também o grau de penetração e influência na mentali- dade e comportamento das mesmas pessoas. 2. A Igreja encara estes meios de comunicação social como quot;dons de Deusquot;27, na medida em que, segundo intenção providencial, criam laços de solidariedade entre os homens, pondo-se assim ao serviço da Sua vontade salvífica. Igreja e Internet (2002) 4. Há três décadas, a Instrução Pastoral Communio et progressio frisou que «os modernos meios de comunicação social dão ao homem de hoje novas possibili- dades de confronto com a mensagem evangélica».28 O Papa Paulo VI, por sua vez, afirmou que a Igreja “viria a sentir-se culpada diante do seu Senhor”,29 se não lançasse mão destes instrumentos de evangelização. O Papa João Paulo II definiu os mass media como «o primeiro areópago dos tempos modernos », de- clarando que “não é suficiente, portanto, usá-los para difundir a mensagem cris- tã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta “nova cultura”, criada pelas modernas comunicações”.30 Realizar isto é ainda mais im- portante nos dias de hoje, não apenas porque os meios de comunicação actuais influenciam fortemente sobre aquilo que as pessoas pensam acerca da vida mas também porque, em grande medida, “a experiência humana como tal se tornou uma experiência vivida através dos mass media”.31 Tudo isto diz respeito à Internet. E não obstante o mundo das comunicações so- ciais “possa às vezes parecer separado da mensagem cristã, ele também oferece oportunidades singulares para a proclamação da verdade salvífica de Cristo a toda a família humana. Considerem-se... as capacidades positivas da Internet de transmitir informações religiosas e ensinamentos para além de todas as barreiras e fronteiras. Um auditório tão vasto estaria além das imaginações mais ousadas daqueles que anunciaram o Evangelho antes de nós... Os católicos não deveriam ter medo de abrir as portas da comunicação social a Cristo, de tal forma que a sua Boa Nova possa ser ouvida sobre os telhados do mundo!”.32 O interesse da Igreja Católica pela internet constitui uma particular expressão do seu antigo interesse pelos meios de comunicação social como resultado do processo histórico-científico. Citando a Carta Encíclica Miranda prorsus (1957) do Papa Pio XII, a Instrução Pastoral sobre os meios de comunicação social Communio et progressio (1971) destacou estes meios de comunicação social como “dons de Deus” na medida em 27 (1) Miranda Prorsus, A.A.S., XXIV (1957), pg. 765. 28 Communio et progressio, n.128. 29 Paulo VI, Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, 45. 30 João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris missio, 37. 31 Aetatis novae, n. 2. 32 João Paulo II, Mensagem para o XXXV Dia Mundial das Comunicações, n. 3, 27 de Maio de 2001. 6
  7. 7. 7 que, segundo a intenção providencial, criam laços de solidariedade entre os homens, colocando-se dessa forma a serviço da Sua vontade salvífica. Esta questão continua sendo o ponto de vista da Igreja acerca da internet. Os modernos meios de comunicação constituem fatores sociais que tem um papel a desempenhar na história da comunicação humana e da religião: “É na vida, morte e ressurreição de Cristo, ‘é em Deus feito Ho- mem, nosso Irmão, que se encontra o fundamento e o protótipo da comunicação entre os homens’.”33 O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, por intermédio do docu- mento Igreja e Internet (2002), reconhece que os meios de comunicação social ofere- cem importantes benefícios e vantagens sob uma perspectiva religiosa, já que transmi- tem notícias e informações acerca de eventos, idéias, personalidades religiosas e, por fim, servem também como veículo para a evangelização e a catequese. No caso da in- ternet, ela oferece às pessoas um acesso direto e imediato a importantes recursos religio- sos e espirituais – livrarias, museus e lugares de culto, os documentos do ensinamento do Magistério, os escritos dos Padres e dos Doutores da Igreja etc. A internet, reconhece ainda o documento Igreja e Internet, tem a capacidade de ultrapassar a distância e o isolamento, levando os indivíduos a entrarem em contato com as pessoas de boa vonta- de que nutrem os mesmos interesses e que participam das comunidades virtuais de fé para se encorajarem e auxiliarem umas às outras.34 A Igreja reconhece que um número cada vez maior de pessoas adquire familiari- dade com a internet em outros setores da sua vida, e com isso é provável que recorram também a ela para aquilo que diz respeito à religião e à Igreja.35 Igreja e Internet (2002) 7. A educação e a formação constituem outra área de oportunidade e de necessi- dade. “Hoje, todos precisam de algumas formas de educação mediática perma- nente, mediante o estudo pessoal ou a participação num programa organizado, ou ambos. Mais do que meramente ensinar técnicas, a formação mediática ajuda as pessoas a formarem padrões de bom gosto e de verdadeiro juízo moral, um aspecto da formação da consciência. Através das suas escolas e programas de formação, a Igreja deve oferecer uma educação mediática deste gênero”.36 9. (...) A realidade virtual não substitui a Presença Real de Cristo na Eucaristia, a realidade ritual dos outros sacramentos e o culto compartilhado no seio de uma comunidade humana feita de carne e de sangue. Na Internet não existem sacramentos; e até mesmo as experiências religiosas nela possíveis pela graça de Deus, são insuficientes, dado que se encontram separadadas da interacção do mundo real com outras pessoas na fé. Este é outro aspecto da Internet que exige 33 Communio et progressio, n.10. 34 Igreja e Internet, n.5. 35 Igreja e Internet, n.6. 36 Ética nos meios de comunicação social, n. 25. 7
  8. 8. 8 o estudo e a reflexão. Ao mesmo tempo, os projectos pastorais deveriam pensar em como orientar as pessoas no espaço cibernético para a verdadeira comunida- de e como, através do ensino e da catequese, a Internet pode vir a ser utilizada em ordem a apoiá-las e a enriquecê-las no seu compromisso cristão. Podemos observar abaixo que o conteúdo da programação dos sites selecionados pode ser compreendido como uma forma simbólica de interação social e religiosa. Na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo, há uma equipe especia- lizada em WEB 2.0, cujo objetivo é transformar o site em um quot;portal colaborativoquot;. O site, que já permite que as pessoas rezem usando um terço virtual e baixem imagens sacras para o celular, vai ganhar ferramentas para que os católicos troquem informações e criem comunidades de interesse. Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida http://www.santuarionacional.com/v2/index.php Reze o terço online http://www.acnsf.org.br/terco-online/terco.html 8
  9. 9. 9 Rezem por mim (exemplo de grupo de rezas) http://www.franciscanos.org.br/vilaclementino/oracao/mensagem.php A internet apresenta à Igreja também alguns problemas singulares abordados no documento Ética na Internet (2002), associado ao documento Igreja e Internet (2002). Entre os problemas específicos apresentados encontra-se a presença de sites que insti- gam ao ódio, destinados a difamar e a atacar os grupos religiosos e étnicos assim como a pornografia e a violência nos meios de comunicação social.37 Considerações finais As considerações apresentadas devem ser entendidas como resultado de um es- tudo ainda em curso, e que se espera, possa futuramente ser lida num conjunto mais amplo. À primeira vista, pode parecer inusitado que as religiões – particularmente a Ca- tólica - estejam cada vez mais próximas das novidades do ciberespaço. Uma análise mais minuciosa, porém, mostra que isso faz todo sentido. Lideranças das mais diversas crenças perceberam que os recursos tecnológicos - em especial os recursos oferecidos pela internet - são uma ferramenta poderosa para disseminar suas religiões, estreitar laços com os fiéis e atrair novos adeptos. O fenômeno deve ser compreendido junto ao avanço da globalização a partir da década de 90, que imprimiu uma nova ordem mun- 37 Pornografia e violência nas comunicações sociais: uma resposta pastoral, n. 6. 9
  10. 10. 10 dial na qual o investimento tecnológico é uma estratégia determinante. No contexto das transformações sociopolíticas e religiosas, a informação e os meios de comunicação passam a ter um espaço privilegiado. Não é de hoje que as religiões de um modo geral passaram a investir em meios de comunicação como o rádio e a TV para ampliar seu alcance. Também não é de hoje que diversos credos passaram a investir no seguimento web para ampliar seu alcance. Já transcorreram algumas décadas que o templo deixou de ser o único local onde se pode ouvir a palavra transmitida por padres, pastores ou rabinos - o que não significa que as mídias tenham substituído os cultos presenciais. Os recursos oferecidos pela WEB 2.0, em geral mais interativos que os da mídia tradicional, têm corroborado no intuito de aproximar as religiões de seus seguidores, ampliando o espaço de exercício da fé. Referências bibliográficas ASSMANN, Hugo. A igreja eletrônica e seu impacto na América Latina. Petrópo- lis:Vozes, 1986. Porto Alegre: Sulina, 2006. BARBOSA, E. e GRANADO, A. Weblogs, Diário de Bordo. Porto: Porto Editora. 2004. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A crise das instituições tradicionais produtoras de sen- tido. IN: MOREIRA, A. e ZICMAN, R. (orgs.) Misticismo e novas religiões. Pe- trópolis: Vozes, 1994. p.23-41. COSTA, Rogério da. Cultura Digital. São Paulo: Publifolha, 2002. FERNANDES, Sílvia Regina Alves. (org.). Mudança de religião no Brasil. Desvendan- do sentidos e motivações. São Paulo: Palavra e prece; Rio de Janeiro: CERIS, /s.d./. GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, lingüística e cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2001. KLEIN, Alberto. Imagens de culto e imagens da mídia. Interferências midiáticas no cenário religioso. Porto Alegre: Sulina, 2006. LÉVY, Pierre. O que é o virtual?. São Paulo: Editora 34, 1996. LORO, Tarcisio Justino. Espaço virtual, um desafio para a Igreja. IN: Revista de Cultu- ra Teológica. São Paulo; IESP/PFTNSA. V. 17. Número 66. jan/mar 2009. p.133- 148. MOREIRA, Alberto da Silva e OLIVEIRA, Irene Dias de. (org.). O futuro da religião na sociedade global. Uma perspectiva multicultural. São Paulo: Paulinas, 2008. 10
  11. 11. 11 NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. PARENTE, André (org.). Imagem-máquina: a era das tecnologias do virtual. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. PONTIFÍCIO Conselho para as Comunicações Sociais. Ética na internet. São Paulo: Paulinas, 2002. Referências eletrônicas BAPTISTA, Paulo Agostinho Nogueira. Globalização e as teologias da Libertação e do Pluralismo Religioso. IN: Horizonte: Belo Horizonte, v. 5, n. 9, p. 54-79, dez. 2006. Disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI200705151 05704.pdf?PHPSESSID=03d6e295411b9440d7a56a655f5df287> Acesso: março de 2009. BORGES, André e MOREIRA, Talita. Do púlpito à web, religiões avançam no mundo digital. IN. IHU Notícias. São Leopoldo/RS: Instituto Humanitas Unisinos, em 02/03/2009. Disponível em: <http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalh e&id=20325> Acesso: março de 2009. CAETANO, Saulo Vicente Nunes e FALKEMBACH, Gilse A. Morgental. YOU TUBE: uma opção para uso do vídeo na EAD. CINTES - Centro Interdisciplinar de Novas Tec- nologias na Educação. 2007. Disponível em: <http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo9/artigos/3aSaulo.pdf> Acesso: março de 2009. CARVALHO, A. A.; MOURA, A.; PEREIRA, L. & CRUZ, S. Blogue - uma ferramen- ta com potencialidades pedagógicas. IN: A. Moreira, J. Pacheco, S. Cardoso & A, Silva (orgs). Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso- Brasileiro) - Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. Braga: CIED, Universidade do Minho, 2006: 635-652. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5915/1/3018.pdf>. Acesso: março 2009. DEUTSCHE Welle. Do uso da imagem pelas religiões. Em 25/02/2007. Disponível em: <http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2362359,00.html>. Acesso: março de 2009. FUSCO, Camila. A verdadeira TV digital. Exame. São Paulo, ano 42, nº 21, 05 nov. 2008. Disponível em: <http://info.abril.com.br/professional/redes-sociais/a-verdadeira- tv-digital.shtml> Acesso em: março 2009. GEERTZ, Clifford. O futuro das religiões. Folha de São Paulo, São Paulo: Folha, 14 de maio de 2006. Caderno Mais!, p.10. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs1405200615.htm>. Acesso: março de 2009. 11
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