1. Conexões PET-IFRJ
Período: 15 de dezembro, às 8h30.
Local: Auditório do campus Nilópolis.
Informações: pet.procultura@ifrj.edu.br / proculturapetifrj.blogspot.com
V Semana Acadêmica do campus Paracambi
Período: de 6 a 8 de dezembro.
Local: Rua Sebastião Lacerda, s/n, Centro - Paracambi/RJ.
Informações: (21)3693-2980 / ifrj.edu.br/paracambi
Não nos responsabilizamos por nenhum ocorrido na inscrição ou durante os eventos, nem por
quaisquer alterações nos links indicados.
2. Editorial Neo-Malthusianismo?
O Natal é uma das datas mais esperadas por crianças e adultos, em todo 7 bilhões de pessoas. E agora?
mundo. “Perdendo” apenas para o Carnaval, em número de turistas,
aqui no Brasil, as festas de fim de ano geram não apenas superávit Em pouco mais de 200 anos, a população do planeta foi multiplicada por 7. No
econômico, mas muito resíduo! início do século XIX, éramos um bilhão. Levamos 123 anos para dobrar esse
número. Daí pra frente, especialmente depois da segunda guerra mundial, o
Então, pense duas ou mais vezes antes de sair comprando, mesmo que ritmo do crescimento acelerou. Em outubro de 2011 chegamos a sete bilhões e
esteja em liquidação. Pratique a consciência de consumo. até o final do século, segundo a ONU, seremos 10 bilhões de pessoas. Mas
Lembrando que ainda temos um longo período de provas e atividades como alimentar tanta gente, se os estoques de água doce e limpa e de solo
acadêmicas para o encerramento do semestre letivo... em 2012! fértil, são limitados? Dá para apostar numa nova revolução verde?
A todos os alunos e colaboradores do IFRJ, desejamos Boas Festas.
Não somos apenas mais numerosos. Também estamos vivendo mais. Na média,
quase 70 anos. Mas como assegurar o pagamento de aposentadorias e pensões
Esteja aqui também! por mais tempo, para muito mais gente? Como preparar melhor as cidades para
Curta nossa página no Facebook! uma população mais idosa?
Em 60 anos, a taxa de urbanização do planeta praticamente dobrou. Apenas no
Brasil, 85% da população vivem em cidades. Para isso, é preciso produzir mais
energia. E a energia mais barata e farta do planeta, é também a mais suja. Cerca
de oitenta porcento da matriz energética do mundo são petróleo, carvão e gás. E
quem mais polui são os ricos. Aproximadamente 75% das emissões de gases
estufa vêm dos países desenvolvidos. De acordo com as Nações Unidas, as
mudanças climáticas poderão determinar a remoção de 200 milhões de pessoas
de seus atuais endereços nos próximos 40 anos. A maioria absoluta delas é
O Boletim do Meio Ambiente é uma publicação produzida por alunos e pobre. Neste planeta ainda tão desigual, um bilhão e meio de pessoas sequer
professores do IFRJ. Convidamos nossos leitores a realizar uma tem acesso a energia elétrica. Ao que parece, será preciso um choque de
rediscussão do conceito meio ambiente através da participação em civilização para que tenhamos esperança num mundo melhor e mais justo,
nosso blog ou enviando ideias , textos, dúvidas ou notícias interessantes embora mais populoso.
para: vocenojornal@gmail.com.
Boletim do Meio Ambiente – IFRJ Campus Rio de Janeiro.
Realização: NEDIC – Maracanã. Rua Senador Furtado, 121/125, sala 114 - Maracanã – RJ.
Redação: Ana Eliza Martinho e Laís Pinheiro, alunas do CST em Gestão Ambiental.
Edição: Roseantony Bouhid.
Tiragem: 200 cópias. Texto original: André Trigueiro
Distribuição gratuita. Fonte:http://www.mundosustentavel.com.br/
Apoio: CNPQ.
2011/10/ja-somos-7-bilhoes-de-pessoas-e-agora/
3. Liberdade de Consumo Lendas & Mitos
Sobre consumo e consumismo O mito do crescimento infinito
Somos, por natureza, seres consumidores e estamos no topo da cadeia No texto abaixo, Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey e autor do
alimentar. Consumir é natural, o problema são os excessos. Cada boca que livro Prosperity without Growth --Economics for a Finite Planet (Prosperidade
nasce demanda por mais recursos naturais, que são finitos. Mas existe um sem Crescimento: Economia para um Planeta Finito), defende o abandono do
excesso ainda pior, o da desigualdade social, que permite que uns poucos mito do crescimento infinito, em um mundo com recursos finitos:
possam se apropriar de mais recursos que a maioria. Não adiantará diminuir
o excesso de gente sem diminuir a ganância. “Toda sociedade se aferra a um mito e vive por ele. O nosso mito é o do
crescimento econômico. Nas últimas cinco décadas, a busca pelo crescimento
O problema não está só no colapso ambiental, mas no ético e moral. Em vez tem sido o mais importante dos objetivos políticos no mundo.
de nos tornarmos mais solidários e cultivarmos bons valores e a cidadania,
acabaremos valorizando muito mais o individualismo, o materialismo, a A economia global tem hoje cinco vezes o tamanho de meio século atrás. Se
competição desmedida, a insensibilidade com os menos favorecidos. continuar crescendo ao mesmo ritmo terá 80 vezes esse tamanho no ano 2100.
E tudo isso baseado numa mentira, a de que se todos alcançarem os Esse extraordinário salto da atividade econômica global não tem precedentes
mesmos padrões de consumo dos mais ricos será possível haver recursos na história. E é algo que não pode mais estar em desacordo com a base de
naturais para todos. Não é de se admirar que seja tão difícil compatibilizar recursos finitos e o frágil equilíbrio ecológico do qual dependemos para sua
“progresso e meio ambiente”. Mas não é impossível. Não só é possível como sobrevivência.
já vemos por todos os lados os sinais dessa mudança.
Na maior parte do tempo, evitamos a realidade absoluta desses números. O
Não temos que comprar tudo o que vemos nas prateleiras e nem acreditar crescimento deve continuar, insistimos. As razões para essa cegueira coletiva
em tudo o que se diz nas propagandas. Não temos que seguir a moda e são fáceis de encontrar. O capitalismo ocidental se baseia de forma estrutural
descartar um produto que ainda serve. Da mesma maneira que temos a no crescimento para sua estabilidade.
liberdade de consumir o que nosso crédito a perder de vista nos permite,
também temos a liberdade de recusar o consumo desperdiçador de A espiral da recessão é uma ameaça. Questionar o crescimento é visto como
recursos. Podemos escolher consumir criteriosamente, apenas para atender um ato de lunáticos, idealistas e revolucionários. Ainda assim, precisamos
a necessidades objetivas e realmente necessárias e preferir produtos questioná-lo. O mito do crescimento fracassou. Fracassou para as 2 bilhões de
socioambientalmente responsáveis. Podemos consumir de maneira
pessoas que vivem com menos de US$ 2 por dia. Fracassou para os frágeis
planejada em vez de agir por impulso.
sistemas ecológicos dos quais dependemos para nossa sobrevivência. Mas a
Para resolvermos a crise socioambiental em que nos metemos, teremos que crise econômica nos apresenta uma oportunidade única para investir em
admitir que somos parte importante do problema (diga-se a mais mudanças. Para varrer as crenças de curto prazo que atormentaram a
importante) – e também da solução. sociedade por décadas”.
Adaptado de: http://envolverde.com.br/sociedade/consumo/falando-francamente-sobre-
consumo-e-consumismo/
4. Lendas & Mitos Arquitetura e urbanismo
Consertar a economia é apenas parte da batalha. Também precisamos Jan Gehl: especialista em criar cidades melhores
enfrentar a intrincada lógica do consumismo. Os dias de gastar dinheiro que .
não temos em coisas das quais não precisamos para impressionar as Na seguinte entrevista, o arquiteto Jan Gehl, responsável por mudar a cara
pessoas com as quais não nos importamos chegaram ao fim. de Copenhague, nos anos 60, mostra que as cidades têm solução e dá a
receita: pensar, em primeiro lugar, nas pessoas.
Viver bem está ligado à nutrição, a moradias decentes, ao acesso a serviços
de boa qualidade, a comunidades estáveis, a empregos satisfatórios. A
O que significa criar uma cidade para as pessoas?
prosperidade, em qualquer sentido da palavra, transcende as preocupações
materiais. Ela reside em nosso amor por nossas famílias, ao apoio de nossos Você já notou que sabemos tudo sobre o habitat ideal dos gorilas, girafas,
amigos e à força de nossas comunidades, à nossa capacidade de participar leões, mas nada sobre o Homo sapiens? Qual o lugar ideal para essa espécie
totalmente na vida da sociedade, em uma sensação de sentido e razão para viver? Infelizmente, sabemos muito pouco. Boa parte dos profissionais que
nossas vidas. definem o futuro de uma cidade, os arquitetos, urbanistas e políticos, estão
preocupados em querer melhorar o trânsito, criar monumentos, pontes,
mas nenhum deles tem na agenda o item “criar uma cidade melhor para as
pessoas viverem”.
E qual seria o lugar ideal para o homem viver?
(...) Precisamos respeitar a escala humana. Em meu livro “Cities for People”
(“Cidades para pessoas”) eu falo, por exemplo, sobre a síndrome de Brasília,
uma prática repetida em várias cidades do mundo. Brasília nasceu para ser
uma cidade planejada, certo? Pois bem, quando a olhamos do céu, ela é
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/985227-temos-que-abandonar-o-
incrível, mas quando a olhamos do chão, parece que estamos em uma
mito-do-crescimento-economico-infinito.shtml
maquete fora de escala. É tudo grande demais, as distâncias são impossíveis
de serem percorridas pelo corpo humano e os monumentos são grandes
Saiba+Mais demais para apreciarmos a partir de nossa altura.
FURTADO, André. [et. al.] DESENVOLVIMENTO E NATUREZA: Estudos
A escala humana, então, é a chave para planejar cidades para pessoas?
para uma sociedade sustentável. Clóvis Cavalcanti (Org.) INPSO/FUNDAJ
- Instituto de Pesquisas Sociais, Fundacao Joaquim Nabuco, Ministerio É uma das chaves. Antes de pensar em mais ruas, ciclovias, transporte
de Educacao, Governo Federal, Recife, Brasil. Outubro, 1994. público ou mesmo na escala humana, é preciso pensar: que cidade
queremos? E aí, o que importa não são os elementos do planejamento
Disponível em: urbano, mas as coisas que nos fazem viver melhor. Quando os planejadores
<ufbaecologica.ufba.br/arquivos/livro_desenvolvimento_natureza.pdf> quiserem chegar aí, então estaremos em um caminho interessante para
melhorar as cidades.
5. Arquitetura e urbanismo O lixo nosso de cada dia
O senhor fala em trânsito, problema grave no Brasil. Quais as soluções . A Era do lixo
para essa questão?
A demanda correta não deve ser por mais transporte público ou ciclovias ou O texto abaixo é de uma matéria publicada em um jornal da Unicamp, onde
calçadas. Deve ser por mais opções, por mais liberdade de escolha de meios o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman fala sobre seu livro “Lixo:
de se locomover do ponto A ao ponto B. Só ciclovias ou só transporte Cenários e Desafios”, resultado de sua pesquisa de pós-doutorado:
público não resolvem, mas uma combinação dos dois começa a deixar a "O lixo tem sido um problema recorrente em todo o mundo, inclusive no
cidade mais interessante e a dependência do carro começa a diminuir. Brasil. Não bastasse a humanidade estar crescendo e gerando cada vez mais
resíduos, o quadro vem se agravando graças a inércia das autoridades
públicas, que pouco têm feito para reciclar ou dar destinação adequada aos
Como a população deve participar do processo da criação de cidades para
rejeitos. Ademais, a sociedade também não faz a sua parte ao aumentar
pessoas?
exageradamente o consumo de bens e produtos .
É preciso que as pessoas exijam as coisas certas. Enquanto exigirem mais
ruas para dirigirem seus carros, as cidades vão continuar crescendo do jeito De acordo com ele, o Brasil, um dos países que mais sofrem com a
errado. Quando passarem a exigir mais liberdade de locomoção, daí o problemática, é um grande gerador de lixo. Embora sua população seja
governo terá que fazer algo a respeito. equivalente a 3,06% do total mundial, os brasileiros descartam 5,5% dos
resíduos planetários.
O planejamento urbano pode fazer as pessoas mais felizes? Mas, se o problema do lixo é tão grave, por que as autoridades públicas não
se preocupam em resolvê-lo? Na opinião de Waldman, o descompromisso
Planejamento urbano não garante a felicidade. Mas mau planejamento ocorre porque, culturalmente, os resíduos sempre são considerados um
urbano definitivamente impede a felicidade.(...). Se a cidade conseguir problema do outro. “A única política adotada no país, se é que podemos
diminuir o tempo que você fica parado no trânsito e lhe oferecer áreas de classificá-la assim, é a da estética. Ou seja, o interesse primordial das
lazer para aproveitar com seus amigos e sua família, ela lhe dará mais autoridades é tirar os rejeitos da visão das pessoas e levá-los para um lixão
condições de ter uma vida melhor. ou, quando muito, para um aterro sanitário. A forma como esse lixo será
tratado ou monitorado é outra questão. O importante, na concepção dessa
corrente, é que a sujeira não fique à mostra.
Por Natália Garcia
Por último, o pesquisador avalia que o Estado também tem que dar sua
Fonte: http://www.mundosustentavel.com.br/2011/10/jan-gehl-especialista-em-criar-
cidades-melhores/
contribuição à causa do controle eficiente do lixo, formulando políticas
públicas sérias e consequentes. Deixar de dar aos resíduos tratamento e
destinação adequados, além de um desrespeito ao ambiente e à qualidade
Visite também a página do Projeto de vida das pessoas, é um desperdício de dinheiro e oportunidades."
Cidades para Pessoas: Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/blogverde/posts/2011/10/31/mundo-vive-
sob-signo-do-lixo-414221.asp
http://cidadesparapessoas.com.br
6. É um saco!? É um saco!?
Ecobags são realmente a solução? Além disso, a maioria dos sacos de papel é utilizada apenas uma vez e o estudo
levantou que sacos de algodão são usados apenas 51 vezes antes de serem
descartados, tornando-se piores que as sacolas plásticas usadas apenas uma vez.
Todo mundo sabe do estrago que uma sacola plástica provoca ao meio ambiente,
já que o plástico demora mais de 100 anos para se decompor. Entretanto, este As sacolas plásticas são 100% recicláveis e consomem menos energia no processo
estrago só é provocado pela ausência de consciência no descarte, na coleta e de fabricação, consequentemente emitem menos poluentes. Então por que não
reciclagem deste material. E quem anda falando que a ecobag é a solução dos usá-las? Simples, porque ninguém quer investir em reciclagem/logística reversa,
problemas causados pelas sacolas plásticas? É hora de rever os conceitos e sai caro. As sacolas plásticas poderiam ser produzidas com material biodegradável?
entender as verdadeiras intenções por trás disso. Sim, entretanto o custo é maior e mais áreas precisariam ser devastadas para
plantação de milho ou algodão, por exemplo. Além disso, tal mudança não
O intuito de reduzir o volume de sacolas plásticas é mantido pela premissa
estimularia a mudança de comportamento da sociedade e muito menos a
ambiental, já que muitas vão parar em lixões, em rios, lagos e até nos oceanos.
responsabilidade dos governos em investir na reciclagem.
Mas a sacola plástica não tem pernas nem barbatanas. Quem faz com que elas
terminem onde não devem são os humanos. Então se pararmos para analisar A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que está valendo desde 2010, é um
cuidadosamente, veremos que a ecobag não é nada mais que uma moda criada
passo importante do governo neste sentido, pois responsabiliza os
sob uma defesa ambiental, pois o real problema está no campo da reciclagem.
produtores pela coleta e reciclagem dos materiais. Mas infelizmente as
empresas ainda terão um prazo de 4 anos para se adaptar, até lá tudo
dependerá do nosso comportamento, o que é mais importante. A lei de
redução das sacolas plásticas, presente aqui no RJ e em alguns outros
estados, não é nada mais que uma manobra política para deixar de investir
no que realmente importa: a reciclagem. Fica muito mais barato e viável,
pois jogam a responsabilidade nos varejistas. Os varejistas pagam uma
empresa qualquer para fabricar as ecobags de diversos modelos e ainda
lucram com isso de outras formas, principalmente através da publicidade
positiva pintada de verde.
Leia mais: http://www.colunazero.com.br/2011/03/o-saco-plastico-nao-e-vilao-e-
Uma pesquisa feita pelo governo britânico entre 2005 e 2007, aponta que o PEAD ecobag.html#ixzz1di9qkLyP
(polietileno de alta densidade) utilizado nas sacolas plásticas causa menos impacto
ambiental do que as matérias-primas das ecobags, que na maioria das vezes é o
algodão. De acordo com o relatório, os sacos de polietileno são, a cada utilização, Enquete:
quase 200 vezes menos prejudiciais ao clima do que as sacolas de algodão e Você costuma usar ecobag?
emitem só um terço do CO2, em comparação às sacolas de papel oferecidas pelos
varejistas.