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                               APRESENTAÇÃO



      Alfabetização e letramento tem sido um tema bastante discutido na
atualidade, devido às muitas questões no campo da aprendizagem. No âmbito
educacional é prioridade dos espaços formais promover uma educação que
contribua de forma efetiva para a formação dos indivíduos. Além desse espaço
outros espaços se configuram na promoção do conhecimento. Daí o objetivo desse
trabalho, conhecer melhor esses espaços e identificar as contribuições para o
processo educativo.



      Esta pesquisa apresenta-se dividida em quatro capítulos descritos a seguir:



      O primeiro capítulo vem trazendo a problematização, onde apresentamos
pontos e contrapontos do tema abordado. Neste capítulo falamos acerca da
alfabetização e letramento no processo educativo seus desafios e possibilidades nos
espaços não-formais.



      O segundo capítulo é dedicado à fundamentação teórica, onde passaremos a
conceituar as palavras-chave que norteiam o tema em estudo, buscando
fundamentá-las a partir de teóricos como Tfouni, Soares, Freire, Cagliari e outros,
que abordam o assunto de modo aprofundado, para melhor compreendermos os
processos envolvidos na construção do conhecimento das crianças nos espaços
não-formais de educação.



      O terceiro capítulo traz os caminhos percorridos para a obtenção dos dados
necessários a realização dessa pesquisa. Apresentamos aqui à metodologia e os
instrumentos de coleta de dados: a observação direta, o questionário fechado e a
entrevista semi-estruturada, utilizados para levantamento dos dados.



      No quarto e último capítulo, apresentamos as análises e os resultados obtidos
11



do tema pesquisado a partir do questionário fechado realizado com os quinze alunos
e uma professora do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica e a entrevista realizada
com a professora



      Por último, as considerações finais que vem trazendo uma síntese dos
elementos que se destacaram na presente pesquisa, assim como os resultados das
análises feitas sobre o tema abordado neste trabalho.
12



                                   CAPÍTULO I


                                PROBLEMATIZAÇÃO




      O interesse pelo tema partiu da vontade de conhecer como se dá o processo
de alfabetização e letramento em espaços não-formais de educação, e identificar as
contribuições do Coral Anjo de Deus na alfabetização e letramento das crianças
envolvidas   nesse   espaço.    Nesta   perspectiva,   consideramos    ser   relevante
realizarmos a presente pesquisa, pois através dos resultados poderemos ter uma
melhor compreensão sobre como se processa a construção do conhecimento nos
espaços extra-escolares.



      A educação é um dos principais instrumentos na construção de uma
sociedade democrática. Ao longo dos anos tem se buscado de diversas formas
alcançar um padrão de ensino que venha corroborar para uma aprendizagem
significativa. O domínio da língua por sua vez é fundamental para a vida do indivíduo
e da sociedade em geral. A escrita, um ato histórico na vida humana teve um
processo de propagação e aceitação lento e sujeita a fatores político-econômicos.
Assim ressalta Tfouni (2006, p. 10) “Historicamente, a escrita data de cerca de 5.000
anos antes de Cristo. O processo de difusão e adoção dos sistemas escritos pelas
sociedades antigas, no entanto, foi lento e sujeito, é óbvio, a fatores político-
econômicos”.



      Os espaços formais de educação: os espaços escolares, as instituições
destinadas ao processo educativo, que está relacionada às Instituições Escolares da
Educação Básica e do Ensino Superior, definidas na Lei 9394/96 de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, no início se preocupou somente em alfabetizar. Por
muitas décadas, alfabetizar significou ensinar o aluno a identificar letras e escrever,
não sendo oferecido ao aluno, meios pelos quais ele pudesse por si mesmo
descobrir, criar e apropriar-se do conhecimento de forma interativa e participativa.
13



Aprender a ler e escrever vai muito além de decodificar e copiar. Assim, afirma Paulo
Freire (2001, p. 32) “Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada,
aprender a ler o mundo”.



      É importante ressaltar que, tanto nos espaços formais como nos informais de
educação é necessário entender o que é um ser letrado, conhecer as letras e
escrever é necessário, mas não é o suficiente para ser competente no uso da língua
escrita. A língua não se constitui um mero código, a linguagem é um instrumento
social estruturado de modo coletivo e dinâmico dessa forma a escrita deve ser vista
como um elemento cultural e social. Assim diz Soares (1998, p. 22) “Alfabetizado é
aquele indivíduo que sabe ler e escrever, já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive
em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que
usa socialmente a leitura e a escrita”.



      Nesta perspectiva, é significativo para o processo de alfabetização utilizar-se
dos conhecimentos que o aluno traz consigo e promover uma interatividade e
socialização do conhecimento. Assim, poderá contribuir para formar cidadãos
participativos capazes de ter uma leitura de mundo. Daí surge à necessidade tanto
dos espaços formais como os não-formais repensarem o seu papel na sociedade, de
não somente alfabetizar, ou manter o indivíduo no espaço por mais tempo, mas
tornando este tempo de permanência mais produtivo, buscando melhorar a
qualidade do ensino, através do letramento dos sujeitos que estão inseridos no
processo de alfabetização.



      A escola tem um papel importante no processo de alfabetização, mas não é
só dela o ato de alfabetizar, a criança antes de chegar à escola vivencia práticas
sociais que contribuem para o seu desenvolvimento físico, psíquico e social. As
primeiras palavras que elas pronunciam são aprendizagens que vão construindo um
conhecimento que será aprimorado na convivência e relações do dia-a-dia e que são
ampliadas quando ela é inserida na escola. A criança não chega à escola vazia, ela
traz uma bagagem adquirida da sua vivência social e cultural na qual está inserida.
14



      Descobrir a escrita, usar a escrita e aprender à escrita, constitui-se nas várias
dimensões de integração do aprender a ler e escrever para alfabetizar letrando. As
novas demandas da sociedade vêm impondo mudanças de paradigmas e novos
modelos de ensino, daí surgem os novos termos como, por exemplo, “letramento”
que vem trazendo uma nova visão dentro do contexto educacional. Sobre o
letramento Tfouni (2006) diz que,



                     O letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da
                     aquisição da escrita. Entre outros casos, procura estudar e descrever o que
                     ocorre nas sociedades quando adotam um sistema de escritura de maneira
                     restrita ou generalizada; procura ainda saber quais práticas psicossociais
                     substituem as práticas “letradas” em sociedades ágrafas (p. 10).




      Quanto à alfabetização Tfouni (2006, p. 11) faz a seguinte afirmação “este
termo refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para
leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem”



      Alfabetização e letramento são processos importantes para a construção do
conhecimento e devem andar juntas. Na atualidade, no âmbito educacional, o
grande desafio é o de “Como alfabetizar letrando”. Os educadores devem promover
um ensino que contemple não apenas a alfabetização, mas também o letramento.
Portanto, são grandes os desafios para propiciar a construção do conhecimento
das crianças do ensino fundamental, e cabe ao              professor se conscientizar da
necessidade de uma capacitação consistente, para que possa atuar no espaço
escolar de forma significativa. O professor deve ser modelo para seus alunos e
dessa forma deve ser um atuante nas práticas sociais de leitura e escrita em
qualquer espaço que atue seja formal ou informal.



      A educação vem sendo proclamada como uma das principais bases no
processo de desenvolvimento social, para enfrentar os desafios gerados pela
globalização. A educação formal representada pelas escolas e universidades tem
objetivos claros e específicos, sempre representada pelas estruturas hierárquicas e
burocráticas em nível nacional. Dentro dos novos conceitos, a educação não se
15



restringe aos espaços escolares, ela se faz presente em outros espaços, os
chamados espaços não-formais de ensino. Sobre a educação não-formal Gohn
(2005, p. 7) diz “Com isto um novo campo da educação se estrutura: o da educação
não-formal. Ela aborda processos educativos que ocorrem fora das escolas, em
processos organizativos da sociedade civil”. Sobre os vários espaços de educação
não-formal ainda segundo Gohn (1999),



                    A educação não-formal designa um processo de formação para a cidadania,
                    de capacitação para o trabalho, de organização comunitária e de
                    aprendizagem dos conteúdos escolares em ambientes diferenciados. Por
                    isso ela também é muitas vezes associada à educação popular e à
                    educação comunitária. A educação não-formal estendeu-se de forma
                    impressionante nas últimas décadas em todo o mundo como “educação ao
                    longo de toda a vida” (p. 98-99).




      Tanto a educação formal como a informal tem seu valor e sua
intencionalidade, sendo diferenciadas pelos espaços em que acontece o processo
educativo. Por isso, lancemos um olhar especial para a educação que acontece fora
dos muros das escolas, buscando valorizar cada vez mais esses espaços, para que
venha juntamente com os espaços formais de educação, consolidar uma educação
voltada para a formação plena dos indivíduos que compõem a sociedade em geral.



      Com as atuais demandas da sociedade, em que os mais qualificados são os
que estão mais bem preparados para ocupar cargos elevados na área profissional,
se faz necessário uma educação pautada na construção do conhecimento voltada
para a realidade do indivíduo. Assim, é importante atentarmos para o grande desafio
do ensino que é de propiciar uma educação direcionada a alfabetizar letrando. Este
processo deve acontecer em todos os espaços educativos formais e não formais
para que venham contribuir no desenvolvimento das habilidades linguísticas das
crianças e de construção do conhecimento, ampliando sua visão de mundo e
compreensão da realidade.



      Diante disso, é importante ressaltarmos que tanto os espaços formais como
os não-formais de educação tem um papel relevante na sociedade, pois
16



independente dos espaços em que elas acontecem, a sua contribuição para a
sociedade é significativa. Pois, a aquisição do conhecimento pelos indivíduos
contribui significativamente no desenvolvimento da sociedade do Brasil, do Nordeste
e do nosso município.



      Diante do exposto, acreditamos ser pertinente elegermos a seguinte questão:
Qual a contribuição dos encontros no Coral Anjos de Deus da Igreja Católica de
Senhor do Bonfim no processo de alfabetização e       letramento das crianças que
frequentam.



      Diante dessa questão, emerge o objetivo geral desta pesquisa, Identificar as
contribuições dos encontros no Coral Anjos de Deus, no processo de alfabetização e
letramento das crianças que frequentam.
17



                                   CAPÍTULO II



                         FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



         As discussões estabelecidas no primeiro capítulo nos levam aos seguintes
conceitos-chave: Alfabetização e Letramento, Educação Formal e Educação não-
formal



2.1 Alfabetização e letramento no processo de aprendizagem



         Partindo do pressuposto de que a alfabetização se ocupa da aquisição da
escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, é importante entendermos o seu
significado em seu sentido real. Soares (2003, p. 15) diz que alfabetização é “em
seu sentido próprio, específico: processo de aquisição do código escrito, das
habilidades de leitura e escrita”. Além disso, afirma que “a alfabetização é um
processo de representação de fonemas em grafemas, e vice-versa, mas é também
um processo de compreensão/expressão de significados por meio do código escrito”
(SOARES, 2003, p. 16). Dessa forma, precisamos reconhecer a alfabetização como
necessária, como processo sistemático de ensino e não só, de aprendizagem da
escrita alfabética.



         Percebe-se que, algumas vezes as práticas de alfabetização são confundidas
por uma mera habilidade abstrata para produzir e decodificar símbolos (letras e
palavras). As crianças quando são alfabetizadas usam a leitura e escrita para
exercerem o seu papel de forma significativa no ambiente no qual estão inseridas,
agindo de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa. Para Ferreiro
(1987, p. 12) “Este objeto (a escrita) não deve ser tomada como “um código de
transcrição gráfica das unidades sonoras”, mas sim como um sistema de
representação que evoluiu historicamente”.
18



      A alfabetização ao longo dos anos tem sido um tema bastante discutido nos
espaços educativos, pela sua importância no contexto social, pois, ler e escrever é
uma necessidade de todo indivíduo para se comunicar em sua língua materna e em
todas as línguas presentes em nossa cultura, isto é, a musical, a gestual, a pictórica,
a cinematográfica, a teatral e tantas outras linguagens que nos possibilitam ler e
escrever o mundo em que vivemos. É o contato com a língua oral e escrita que vai
despertando na criança o desejo de aprender.



                      O ato de aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma
                      compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres
                      humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo historicamente, os
                      seres humanos primeiro mudaram o mundo, depois revelaram o mundo e a
                      seguir escreveram as palavras. Esses são momentos da história. Os seres
                      humanos não começam por nomear A! F! N! Começam por libertar a mão e
                      apossar-se do mundo (FREIRE & MACÊDO, 1990; p.32).



      Por isso, a alfabetização tem seu primeiro contato com a linguagem oral.
Significa que a leitura é primordial para o processo de alfabetização e que a leitura
na escola deve ultrapassar o mero domínio da técnica, porque ler não é só traduzir,
mas compreender e interpretar. O segundo contato se dá através da linguagem
escrita, que por muito tempo a preocupação era apenas com a aprendizagem das
letras soltas, da formação de sílabas, para finalmente juntá-las e formar palavras,
textos. Passado algum tempo, surgiu à importância e a preocupação de saber
interpretá-los. Nessa perspectiva, Cagliari (2006) enfatiza que,



                      Não tratando adequadamente a escrita e a fala na alfabetização, a escola
                      encontrará dificuldades sérias para lidar com a leitura. Afinal, a leitura na
                      sua função mais básica, nada mais é do que a realização do objetivo de
                      quem escreve. O fato de a escola em geral não saber fazer de seu aluno
                      bons leitores traz conseqüências graves para o futuro destes, que terão
                      dificuldades enormes em continuar na escola, onde a leitura se faz
                      necessária a todo instante, e serão fortes candidatos à evasão escolar (p.8-
                      9).



      Diante disso, tratar da leitura das pessoas no mundo letrado vai além de
treiná-las para ler palavras. A formação de leitores é processo longo e cuidadoso
que carece figurar com vigor o quanto antes, na pauta das políticas públicas. Os
19



investimentos não dizem respeito apenas àqueles que mal dominam a escrita. Falar
de formação de leitores implica falar de acesso aos bens culturais e sociais:
bibliotecas, centros culturais e comunitários, livrarias, escolas de qualidade, enfim a
ambientes que possam incentivar a ler para a vida.



      Assim, podemos entender que o processo da alfabetização começa antes
mesmo de ler e escrever. O contato está na literatura infantil, isto é, nos livros de
estória lidos para as crianças, pelos pais e professores, sendo que estes estarão
semeando interesse dos pequenos pelo gosto da leitura; já percebendo que um
texto possui pontuação (pausas, exclamação, interrogações). Assim, professores
têm papel fundamental no processo de alfabetização da criança. Portanto, é preciso
que o professor esteja ciente de como se dá o processo de aquisição do
conhecimento e de como lidar com as dificuldades das crianças no momento da
aprendizagem. Como nos diz Cagliari (2006),



                      O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente
                      estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de
                      conhecimento, de como a criança se situa em termos de desenvolvimento
                      emocional, de como vem evoluindo o seu processo de interação social, da
                      natureza da realidade linguistica envolvida no momento em que está
                      acontecendo à alfabetização, mais condições terá esse professor de
                      encaminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem,
                      sem os sofrimentos habituais (p. 9).



      Daí a importância de começar a trabalhar a leitura com a criança desde cedo,
buscando apresentar textos interessantes, que venham trazendo temas que estejam
relacionados com a sua realidade, para que ela se familiarize com as palavras,
levando-as a uma reflexão sobre o assunto abordado, despertando o interesse da
criança pela leitura. Assim nos diz Alves (2001),



                      O interesse da criança pela leitura começa quando esta fascinada com as
                      coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as
                      sílabas e as palavras que fascinam. É a estória. A aprendizagem da leitura
                      começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança
                      escuta com prazer (p. 2).
20



      Portanto, despertar o gosto pela leitura e pela escrita na criança é uma forma
de contribuir para uma aprendizagem efetiva na formação do indivíduo e esta
aprendizagem se dá a partir do interesse do indivíduo pela leitura, associada a uma
metodologia desenvolvida pelo professor em sala de aula contribuindo assim para
uma alfabetização significativa.



      A aproximação efetiva e afetiva das pessoas com jornais, revistas, livros,
cartas, decretos, códigos, conduz a apropriação de conhecimentos socialmente
construídos, e isso é uma das formas de participar das instâncias de poder. Diante
disso, ainda que sejam louváveis algumas iniciativas de alfabetização, tal movimento
torna-se inócuo se descolado da promoção e do convívio mais estreito com as
práticas cotidianas de leitura e de escrita. Numa sociedade como a nossa, na qual o
acesso à cultura é ao mesmo tempo tão valorizado e tão restrito à grande parte da
população, a disseminação da leitura e da escrita torna-se fundamental para a busca
do exercício da cidadania.



      Letramento, por ser uma palavra recente traz algumas dúvidas sobre o seu
uso correto dentro do processo educativo, levando muitos professores e alunos a
confundir com alfabetização. Desta forma, nos leva a conceituá-la para melhor
entendermos o seu papel no contexto educacional. Assim, letramento antes de
qualquer coisa, não é alfabetizar simplesmente, mas uma ação conjunta entre
alfabetizar e letrar. Soares (2001) apresenta definições claras de alfabetizar,
alfabetização e letramento,



                     Alfabetizar é “ensinar a ler e escrever, é tornar o indivíduo capaz de ler e
                     escrever”. Alfabetização é “a ação de alfabetizar”. Letramento é “o estado
                     ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como
                     consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais” (p.
                     31-39).



      Nessa perspectiva, alfabetizar é empreender esforços para que o indivíduo
domine a leitura e a escrita, tornando-o capaz de aventurar-se no mundo dos livros.
Já o indivíduo letrado é aquele que se apropriou da escrita e faz uso da mesma na
sua prática social. Para melhor entendermos este termo “Letramento” vamos
21



conhecer um pouco de sua história. O vocábulo (Letramento) surgiu entre os
lingüistas e estudiosos da língua portuguesa, e então passou a ser usado no setor
educacional. Segundo Soares (2003, p.15) o termo se originou de uma versão feita
da palavra da língua inglesa “literacy”, com a representação etimológica de estado,
condição, ou qualidade de ser literate, e literate é definido como educado,
especialmente, para ler e escrever”.



      Nos dicionários da língua portuguesa o termo alfabetizado diz respeito ao
indivíduo que somente aprendeu a ler e escrever, não se diz que é o que adquiriu o
estado ou condição de quem se apossou da leitura e da escrita, e que respondem
de maneira satisfatória as demandas das práticas sociais.              Para melhor
compreendermos o que é um ser letrado lançamos mão do que diz Tfouni (1995, p.
20) “Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou
grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição
de uma sociedade”. Assim, um ser letrado é definido por aquele que tem a
capacidade de usar o código escrito para interagir em sua comunidade, quando
nesta existem demandas de letramento.



      Os problemas com a falta do saber ler e escrever se arrastam ao longo dos
tempos, com isso gerou uma crescente preocupação e tem-se buscado através de
muitos estudos e ações resolver este problema. Desta forma, foi criado o termo
“analfabetismo”. Diante disso, o estado ou condição daquele que sabe ler e
escrever, e, que respondem de maneira ampla e satisfatória as demandas sociais
fazendo uso de alguma maneira da leitura e escrita, ainda não tinha uma
denominação. Sobre isso Tfouni (2006, p.11) ressalta que “Devido à constatação de
uma nova situação de que não basta apenas o saber ler e escrever, necessário é
saber fazer uso do ler e escrever, saber responder às exigências de leitura e de
escrita que a sociedade faz. Então o nome letramento surgiu desta nova
constatação”. Assim, letramento é um fenômeno social, que faz sobressair as
características sócio-históricas de uma sociedade ao adquirir um sistema de escrita.



2.2 A educação formal e sua contribuição no processo educativo
22



      A educação, entendida como um serviço ou uma tarefa social, ganha
conotações de transmissão de saberes, fórmulas, padrões de escrita, técnicas. E
neste viés, têm-se a impressão de que educação se restringe ao que se ensina nas
escolas: ler, escrever, fazer contas, as ciências, as técnicas, a memória social, o
entendimento do mundo natural e do mundo mental.



      A educação, contudo, leva em si um conceito mais amplo e profundo, cujos
instrumentos de percepção e medida não são contemplados nas provas, nas notas,
nos gráficos desenhados em estatísticas oficiais. Isto é, vai muito além do que a
formalidade institucional consegue mensurar. Para Drucker (1995),



                     Educação básica significa tradicionalmente, por exemplo, a capacidade de
                     efetuar multiplicações ou algum conhecimento da história dos EUA. Mas a
                     sociedade do conhecimento necessita também do conhecimento de
                     processos - algo que as escolas raramente tentaram ensinar. Na sociedade
                     do conhecimento, as pessoas precisam aprender como aprender. Na
                     verdade, na sociedade do conhecimento as matérias podem ser menos
                     importantes que a capacidade dos estudantes para continuar aprendendo.
                     A sociedade pós-capitalista exige aprendizado vitalício. Para isso,
                     precisamos de disciplina. Mas o aprendizado vitalício exige também que ele
                     seja atraente, que traga em si uma satisfação (p. 156).




       A educação é um dos requisitos necessário para que os indivíduos tenham
acesso aos bens e serviços disponíveis na sociedade. A educação é um direito
garantido por lei a todos os indivíduos. Ao nascer a criança começa a ser educada
na família e posteriormente na escola.



      A socialização dos indivíduos através da escola começou no Egito, Grécia e
Roma na Antiguidade. Na idade média a socialização era feita através da educação
familiar, não havia sequer a idéia de educação, ela começa a se desenvolver no
Século XV com a burguesia, surge às instituições voltadas para o ensino de
crianças e do jovem, bem parecidos como os de hoje. Sendo que, começa aí as
desigualdades sociais, onde a educação é privilégio de poucos, estando voltada aos
interesses da burguesia. O surgimento da escola está relacionado com os
processos históricos sociais. Assim diz Saviani (1997),
23



                     O direito de todos a educação decorria do tipo de sociedade
                     correspondente aos interesses da nova classe que se consolidara no
                     poder: a burguesia... Para superar a situação de opressão, própria do
                     “Antigo Regime”, e ascender a um tipo de sociedade fundada no contrato
                     social celebrado “livremente” entre os indivíduos, era necessário vencer a
                     barreira da ignorância... A escola é erigida, pois no grande instrumento
                     para converter os súditos em cidadãos (p. 17-18).



      Deste modo, o papel da educação formal é a de formar cidadãos para
atuarem na sociedade. A escola como instituição de ensino foi o espaço criado para
instruir e formar cidadãos preparando-os para atuar na sociedade em que vivem.
Mas os interesses políticos acabaram por impedirem seu sucesso. Muitas críticas
foram lançadas na escola tradicional que longe da sua principal função, contribui
para a desigualdade social, comprometendo assim a formação dos indivíduos
levando-os a situações de marginalização. Conforme ressalta Saviani (1997, p. 16)
“Nesse contexto a educação é entendida como inteiramente dependente da
estrutura social geradora de marginalidade cumprindo aí sua função de reforçar a
dominação e legitimar a marginalização”.



      A escola tradicional dentro do contexto educacional vem se mantendo até os
dias de hoje. As críticas a esse modo de ensino tem sido cada vez mais frequentes.
Diante disso, vem surgindo movimentos para a criação de uma nova escola que
esteja direcionada aos anseios da população. Novas abordagens de ensino vêm
surgindo partindo da própria abordagem tradicional como referencial teórico e
prático de ensino.



      A educação hoje se depara com problemas que exigem cada vez mais
atenção das autoridades e dos envolvidos neste processo. O profissional da área
muitas vezes não se encontra capacitado para lidar com as novas demandas
culturais, tecnológicas e sociais. Promovendo desencontro de informações na sua
prática pedagógica, levando os alunos ao desinteresse pela sala de aula.



      Daí a necessidade da escola atual rever seus conceitos de como educar,
promovendo mudanças que venham incorrer em uma educação voltada para as
24



atuais necessidades do mundo globalizado e que o seu campo de atuação não se
restrinja somente aos espaços das salas de aula, mas que seja diversificada,
criativa e transformadora. Só assim a educação poderá cumprir o seu papel dentro
da sociedade de maneira significativa.



2.3 A educação não-formal e as novas formas de socialização do
conhecimento



      A educação não-formal até a década de 80 não era valorizada nem nos
meios públicos nem tão pouco pelos educadores. Todas as atenções eram voltadas
para a educação formal. Diante disso, pouco avanço foi contemplado nesse período
pelo ensino informal, pois era vista como uma extensão da educação formal.
Conforme afirma Gohn (2005),



                     Todas as atenções sempre estiveram concentradas na educação formal.
                     Em alguns momentos, algumas luzes foram lançadas sobre a educação
                     não-formal, mas ela era vista como uma extensão da educação formal,
                     desenvolvida em espaços exteriores às unidades escolares (p. 91).



      Assim, para termos uma compreensão de como era vista a educação não-
formal nesse período buscamos ainda em Gohn (2005) a definição para a mesma,



                     Genericamente, a educação não-formal era vista como o conjunto de
                     processos delineados para alcançar a participação de indivíduos e de
                     grupos em áreas denominadas extensão rural, animação comunitária
                     treinamento vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar
                     etc.(p. 92).



      Diante disso, podemos perceber que o processo de desenvolvimento da
educação não-formal foi lento e que levou muito tempo para ser reconhecida como
um instrumento importante no processo de construção do conhecimento de um
indivíduo ou grupo de indivíduos pertencentes a uma sociedade. Entendemos
assim, que os espaços informais de educação, comunidade, associações
filantrópicas, família, trabalho e outros corroboram significativamente na formação
do indivíduo inserido nesse contexto.
25



      Com a globalização tem aumentado a procura por uma educação de
qualidade, uma educação libertadora, criativa que fuja dos padrões tradicionais, que
abra um leque de possibilidades, e que ofereça diversas opções para o indivíduo
escolherem o caminho que deseja trilhar na construção do seu conhecimento.
Assim, devido às grandes mudanças ocorridas na sociedade e as novas exigências
das demandas sociais, a educação não-formal passou a ser valorizada conforme
ressalta Gohn (2005),



                     O grande destaque que a educação não formal passou a ter nos anos 90
                     decorre das mudanças na economia, na sociedade e no mundo do
                     trabalho. Passou-se a valorizar os processos de aprendizagem em grupos
                     e a dar-se grande importância aos valores culturais que articulam as ações
                     dos indivíduos. Passou-se ainda a falar de uma nova cultura organizacional
                     que, em geral, exige a aprendizagem de habilidades extra-escolares (p.
                     92).



      Atualmente, podemos ver que além dos espaços já citados existem muitos
outros espaços de educação não-formal. É importante ressaltar também as
contribuições das Agências e organismos internacionais, como a ONU, UNESCO e
alguns estudiosos, para a educação. A educação não-formal tem presença efetiva
em vários espaços priorizando uma educação coletiva, participativa, inclusiva sendo
esta proclamada em conferências como a da Tailândia citada por Gohn (2005),



                     Assim, a conferência realizada em 1990, na Tailândia, elaborou dois
                     documentos denominados “Declaração mundial sobre educação para todos”
                     e “Plano de ação para satisfazer necessidades básicas da aprendizagem”
                     onde, à luz das condições particulares da América Latina e das exigências
                     de ONGs em programas de educação na região, um quadro de novas
                     possibilidades de trabalho foi delineado a área da educação (p. 92-93).



      A partir daí, a educação não-formal passa a ter maior importância no contexto
social, oferecendo uma aprendizagem diferenciada, diversificada e ampla, pois,
propicia a uma grande maioria da população a oportunidade de vivenciar uma
educação que abrange além dos conteúdos teóricos e práticos, valores e atitudes
para viver e sobreviver e desenvolver a capacidade humana, formando o indivíduo
para atuar em diversos segmentos da sociedade. Sobre a importância da educação
não-formal Gohn (2005) diz,
26



                     A maior importância da educação não-formal está na possibilidade de
                     criação de novos conhecimentos, ou seja, a criatividade humana passa pela
                     educação não-formal. O agir comunicativo dos indivíduos, voltado para o
                     entendimento dos fatos e fenômenos sociais cotidianos, baseia-se em
                     convicções práticas muitas delas advindas da moral, elaborada a partir das
                     experiências anteriores, segundo as tradições culturais e as condições
                     histórico-sociais de determinado tempo e lugar (p. 104)



      Nessa perspectiva, a educação não-formal constitui-se num instrumento
importante de educação, que vem juntamente com os espaços formais de educação
promover a formação dos indivíduos, preparando-os para atuar de forma crítica e
participativa do processo político, social e econômico do país.
27



                                    CAPÍTULO III


                      CAMINHOS DA METODOLOGIA



      Com o propósito de estudar os desafios e possibilidades de alfabetização e
letramento em espaços não-formais, percorreu-se um longo caminho de ordem
metodológica para se chegar ao presente resultado.



3.1 – Tipo de pesquisa



      O tipo de pesquisa utilizada foi a pesquisa qualitativa já que esta tem o
ambiente natural como uma fonte direta de dados e o pesquisador como o seu
principal instrumento. (BOGDAN e BIKLEN, 1982). Segundo os dois autores a
pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o
ambiente e a situação que está sendo investigada através do trabalho intensivo de
campo. Sobre a pesquisa qualitativa Minayo (1993) fala que,



                     A pesquisa qualitativa se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de
                     realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o
                     universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o
                     que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos
                     e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
                     variáveis (p. 21-22).



      A pesquisa qualitativa responde ainda às questões muito particulares. Ela se
preocupa, nas ciências sociais, com o nível de realidade que não pode ser
quantitativo, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, crenças,
valores e atitudes. Para Michaliszyn & Tomasini (2005),



                     A pesquisa qualitativa caracteriza-se pela interação entre           os
                     pesquisadores e o grupo social pesquisado, ocorrendo entre eles um certo
                     envolvimento de modo cooperativo ou participativo e supõe o
                     desenvolvimento de ações planejadas de caráter social (p. 32).
28



      Segundo Lüdke e André (1986), é cada vez mais evidente o interesse que os
pesquisadores da área       de educação vêm       demonstrando   pelo   uso   das
metodologias qualitativas. Como já foi citada a abordagem qualitativa envolve a
obtenção de dados descritivos, por meio do contato do pesquisador com a situação
estudada.



      Falamos da pesquisa qualitativa, mostrando a sua importância para a
pesquisa. A seguir falaremos sobre o lócus escolhido para aplicação desse tipo de
pesquisa.



3.2 – Lócus de pesquisa:



      O lócus escolhido para o desenvolvimento da presente pesquisa é a Paróquia
de Senhor do Bonfim que faz parte da Igreja Catedral Diocesana, situada na Praça
Austricliano de Carvalho, nº 130 – Centro. Neste espaço funciona o Coral Anjo de
Deus composto por 15 alunos e uma professora, os encontros acontecem uma vez
por semana e são desenvolvidas atividades como teatro, dança, musica e leituras.
Depois de apresentar o lócus de pesquisa, falaremos a seguir sobre os sujeitos da
pesquisa.



3.3 – Sujeitos da pesquisa:



      Os sujeitos da pesquisa são crianças de classe média e baixa, que estudam
em escolas particulares e públicas sendo que dez estudam em escola particular e
cinco em escola pública. A maioria está cursando de 1ª a 4ª série, grande parte
dessas crianças já sabem ler e escrever. Residem nos bairros próximos à Paróquia.
Participaram da pesquisa o total de quinze alunos e uma professora do Coral Anjo
de Deus da Igreja Católica em Senhor do Bonfim-Bahia. Agora apresentaremos os
instrumentos utilizados para a coleta de dados.



3.4 – Instrumentos de coleta de dados:
29



      Utilizamos como instrumentos de coleta de dados a observação direta, a
entrevista semi-estruturada e o questionário fechado, por se tratar de técnicas e
componentes relevantes para a realização de uma pesquisa qualitativa.



      3.4.1 Observação direta


      A observação foi utilizada, porque cada um de nós vê de maneira diferente os
vários fatos que acontecem no meio social. Sendo assim a observação nos dá
condição de obter as informações necessárias ao desenvolvimento do projeto de
pesquisa, por permitir essa aproximação com o objeto estudado. Sobre a
observação Lüdke e André (1986) dizem que,


                     Ela ocupa um lugar privilegiado, nas novas abordagens de pesquisa
                     educacional, usada como principal método de investigação ou associada à
                     outra técnica de coleta, a observação possibilita um contato pessoal e
                     estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado, o que apresenta uma
                     série de vantagens (p.26).



      Segundo Gressler (1989, p. 79) “a observação elimina a influência de
terceiros: entretanto, a observação é limitada àquilo que se dá na presença do
observador”. Sendo assim o observador deve ter uma visão clara daquilo que está
observando, tendo conhecimento da sua limitação no momento da observação.


      É também através das observações que o pesquisador tem a oportunidade de
participar das práticas desenvolvidas pelos sujeitos, o que o auxilia no processo de
compreensão e interpretação do fenômeno estudado. Para Lüdke (1986),


                     Na medida em que o observador acompanha in loco as experiências diárias
                     dos sujeitos, pode tentar apreender a sua visão de mundo, isto é, o
                     significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias
                     ações (p. 26).



      Portanto, é através da observação direta que o pesquisador entrará em
contato com a realidade a qual ele deseja obter informações e dados necessários ao
desenvolvimento da sua pesquisa.
30



      3.4.2 Entrevista semi-estruturada



      A importância da entrevista é incontestável, pois, através dela é possível a
obtenção de informações dos sujeitos envolvidos na pesquisa, com objetivos
definidos. Tanto que Ludke e André (1986) elegem a entrevista como estando em
grande vantagem sobre outras técnicas, pois a mesma permite a captação imediata
e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e
sobre os mais variados tópicos.



      Entre alguns tipos de entrevista, é importante a escolha daquela que seja a
mais adequada para o trabalho de pesquisa que se faz em educação. Por este fator
usou-se a entrevista semi-estruturada que segundo Ludke e André (1986, p. 34) “...
a entrevista semi-estruturada que se desenrola a partir de um esquema básico,
porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias
adaptações”.



      Vale destacar a importância desse modelo de entrevista por ser muito
eficiente e por proporcionar uma reflexão ampla mediante a fala dos entrevistados
segundo o objetivo que o pesquisador deseja alcançar.



      3.4.3 Questionário fechado


      Outro instrumento utilizado foi o questionário-fechado, por enriquecer as
informações, traçando o perfil dos sujeitos da pesquisa, permitindo conhecer a
realidade dos mesmos.



      Marconi e Lakatos (1996, p. 88) definem o questionário como “... um
instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença de entrevistados”.
Portanto, o questionário nos fornece as informações necessárias para o
esclarecimento das questões apresentadas no tema abordado.
31



      Assim, apresentamos os passos para a obtenção dos dados necessários a
realização dessa pesquisa. Passaremos agora ao próximo capítulo onde serão
apresentadas as análises e a interpretação dos dados, parte fundamental da
pesquisa onde apresentaremos os resultados encontrados a partir da aplicação dos
instrumentos escolhidos.
32



                                CAPÍTULO IV



                 ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS



       No presente capítulo apresentaremos os dados coletados que foram obtidos
através dos instrumentos descritos no capítulo anterior. A análise e interpretação
dos dados são de fundamental importância numa pesquisa científica, é através dela
que se tem uma posição sobre o tema estudado.



4.1 Análise do questionário – Perfil socioeconômico das crianças




4.1.1 Gênero - Grafico - 1




                                              0%




                                       100%                Sexo Feminino


                                                           Sexo Masculino




       Na amostragem podemos perceber que 100% dos alunos do Coral são do
sexo feminino. Observamos que a participação feminina no grupo é bastante
significativa.
33



4.1.2 Faixa Etária - Gráfico 2


         33%                                                34%




                                                    7 a 9 anos
                                 33%                10 a 13 anos
                                                    14 a 16 anos



      Quanto à faixa etária, observamos a partir do gráfico acima que 34% tem
entre sete a nove anos, os alunos que estão nessa faixa estão em processo de
alfabetização, 33% corresponde aos alunos que tem de dez a treze anos, já
dominam a leitura e escrita e 33% tem de 14 a 16 anos, já estão cursando séries
finais do Ensino Fundamental. É importante ressaltar que a maioria tem idade entre
sete e nove anos, numa fase onde a curiosidade e o desejo de aprender coisas
novas estão aflorados, sendo este um dos pontos a ser considerados para explicar a
participação significativa por alunos dessa faixa etária nas atividades realizadas nos
espaços não-formais.



4.1.3 Escolaridade - Gráfico 3



                                   7%

                                                                   40%




               53%
                                                              5ª à 8ª série
                                                              1ª à 4ª série
                                                              3º ano Ensino Médio
34



      Observando o gráfico, podemos constatar que 40% dos alunos estão
cursando de 5ª a 8ª série, 53% estão cursando de 1ª a 4ª série e apenas 7% cursam
o nível médio, correspondendo assim com a faixa etária apresentada no gráfico
anterior. Percebe-se que a maioria (53%) dos participantes está cursando o Ensino
Fundamental I (1ª a 4ª série). Isto é, estão na fase mais importante da formação,
onde precisam apropriar-se do conhecimento de forma sólida para alcançar outros
níveis de aprendizagem. Nesta fase as crianças precisam de mais atenção e
diversificação do modo de ensino para apropriação do conhecimento.

4.1.4 Instituição - Gráfico 4



                                                           40%




            60%                                           Pública

                                                          Particular


      A partir da amostragem, percebemos que 40% dos alunos estudam em escola
pública e 60%, portanto a maioria, estudam em escola particular. Este resultado
aponta para uma constatação de que a procura por espaços não-formais não
depende de classe econômica nem nível cultural. Assim, os espaços não-formais
são ocupados por aqueles que estão em busca de adquirir novos conhecimentos e
de participar das atividades desenvolvidas na comunidade onde vivem.



       4.1.5 Tempo de participação no Coral - Gráfico 5
                           20%


                                                                 67%
                   13%

         Mais de 1ano
         1 ano
         Menos de 1 ano
35



      A partir do gráfico acima, podemos observar que a maioria representando
67% dos participantes fazem parte do Coral há mais de um ano, demonstrando uma
permanência    significativa   dos    participantes   nesse    espaço,      mostrando    um
envolvimento efetivo nas atividades realizadas no coral. Sendo esse um dos pontos
positivos para a aprendizagem, pois a permanência freqüente a um espaço de
educação formal ou não-formal traz um aprendizado significativo para os que estão
buscando adquirir novos conhecimentos de forma consistente e proveitosa.

         4.1.6 Contribuição do Coral - Grafico 6




                                                 0%




                                                100%                  Sim     Não




      Quando questionados sobre a contribuição do Coral na aquisição de
conhecimentos, 100% das crianças responderam que eles aprendem através da
participação ativa nas atividades realizadas nesse espaço. Diante dessa afirmativa,
entendemos que todo meio onde os indivíduos trocam experiências e estão
envolvidos nas atividades oferecidas e que de alguma forma desperta para a
aprendizagem devem ser levadas em conta, pois produzem um resultado positivo,
que contribui de forma efetiva na alfabetização e letramento do indivíduo
participante. Para Ferreiro (1987),



                     A questão do conteúdo, central em todo processo de alfabetização, não
                     deve ser ignorada: enquanto discutem coisas consideradas “essenciais”,
                     tais como: “prontidão”, correspondência som-grafema etc. algumas pessoas
                     se esquecem da “natureza do objeto de conhecimento envolvendo essa
                     aprendizagem” (p. 9).
36



      É importante ressaltar que o processo de alfabetização é complexo e que
passa por estágios que não devem ser ignorados. É importante observarmos que os
espaços não-formais de educação apesar de ser uma educação que não está
formalmente estruturada, dispõem também de regras e condutas para serem
cumpridas pelos participantes. Com isso leva os participantes a aprenderem a
respeitar o espaço, o dirigente do grupo e aos colegas do grupo.

       4.1.7 Habilidades de leitura e escrita - Gráfico 7


                                        7%
                      6%




                      87%                                 Sim
                                                          Um pouco de cada
                                                          Não



      Quanto à pergunta se já sabem ler e escrever, observamos no gráfico que
87% dos interrogados sabem ler e escrever, 6% sabe um pouco de cada e 7% não
sabem ler nem escrever, a partir deste resultado observamos que a maioria está
alfabetizada, isto é, detém o domínio da leitura e da escrita e uma minoria ainda
apresenta dificuldades de leitura e escrita e apenas um não domina a leitura nem a
escrita. Essa amostragem nos apresenta um resultado significativo em relação à
alfabetização dos sujeitos pesquisados, pois a maioria domina a leitura e escrita.
Isso nos mostra que os espaços informais têm sua parcela de contribuição no
processo de alfabetização dos envolvidos.

        4.1.8 Participação no Coral -         Gráfico 8
                                                    7%
                                   6%




          O desejo de aprender coisas novas                          87%
          Aprender a cantar
          Para preencher o tempo ocioso
37



      A amostragem acima nos mostra que 87% dos questionados ao serem
interrogados sobre o que os levaram a participar do Coral, respondeu o desejo de
aprender coisas novas, isto nos leva a entender que os espaços não formais se
tornam atrativos devido à diversificação de atividades oferecidas, diferenciada da
educação formal, dando assim a entender que muitos buscam nos espaços
informais aumentar o seu conhecimento com atividades diversificadas que dão
prazer e liberdade de escolha. Apenas 6% responderam que deseja aprender a
cantar e 7% para preencher o tempo ocioso. Nessa perspectiva, é importante
ressaltar que o interesse dos indivíduos por esses espaços se deve pelo fato de
serem diferente das atividades habituais dos espaços formais, dando a entender que
eles têm interesse por essas atividades.



       4.1.9 Contribuições da professora para o Coral -
                          Gráfico 9


                                           0%




                                                        Muito
                                            100%        Um pouco
                                                        Não contribuem




      A partir do questionamento sobre a contribuição das atividades realizadas
pela professora para a formação dos mesmos, apresentados no gráfico acima, nos
mostra que todos foram unânimes em afirmar que contribuem muito. A resposta a
esse questionamento dada pelos alunos do Coral vem confirmar que é importante e
fundamental a participação e o envolvimento do educador no processo educativo. É
imprescindível que o professor esteja comprometido com a sua prática tanto nos
espaços formais como nos espaços não-formais para que a educação aconteça de
forma significativa. Entendemos que todo e qualquer envolvimento e participação em
38



grupos para realização de uma atividade cultural, social e relacional corroboram para
uma efetiva aprendizagem, pois as trocas que se dão de forma espontânea e por
escolha própria vem somar para o crescimento e maturidade dos indivíduos e reflete
de forma positiva na sociedade.



       4.1.10 Dificuldades nas atividades do Coral -
                        Gráfico 10

                                           0%
                     13%




                                                                   Às vezes
                                                           87%
                                                                   Pouca dificuldade

                                                                   Muita dificuldade




      A partir da amostragem observamos que 87% dos alunos do Coral disseram
que às vezes tem dificuldade para realizar as atividades e apenas 13% tem pouca
dificuldade. O posicionamento dos mesmos vem demonstrar que eles possuem
capacidade para realizar as atividades, mas ainda tem alguma dificuldade. Diante
disso, fica claro que o pouco nível escolar que alguns têm traz essa dificuldade.
Podemos perceber que, apesar da maioria estudar em escola particular, conforme o
gráfico de número quatro, o resultado aqui apresentado mostra que a maioria tem
algum tipo de dificuldade. Entendemos que essa dificuldade é em função da pouca
escolaridade dos mesmos.



4.2 Análise da entrevista




      Com o intuito de obter respostas ao nosso questionamento apresentamos o
discurso da professora do Coral Anjo de Deus, onde faremos as análises da
39



entrevista realizada com a mesma sobre as contribuições dos encontros do Coral no
processo de alfabetização e letramento das crianças que frequentam esse espaço.
Para identificar a fala do sujeito da entrevista utilizaremos as letras “Pc” para
professora do coral.



4.2.1 – As possibilidades de alfabetização e letramento nos espaços não-
formais.

      Ler e escrever sempre foram elementos importantes que o indivíduo deveria
dominar conforme o princípio regido pela escola tradicional e um dos problemas
sempre presente na sociedade. Muitas medidas foram tomadas pelos governos para
erradicar o número de analfabetos. Mas apesar de todo empenho ainda podemos
ver o mesmo problema em pleno século XXI, apesar das mudanças e
transformações ocorridas em todo o mundo, ainda buscamos mudanças para a
educação. Muitos movimentos tem se levantado e outros tipos de educação tem
surgido, com o propósito de elevar o nível de escolaridade dos indivíduos e um dos
modelos de educação que temos é a educação não-formal. Esses espaços criados a
partir de associações, instituições religiosas, instituições empresariais tem
promovido uma educação que não segue uma estrutura formal. A educação não-
formal é importante por promover uma educação diferenciada tendo a criatividade
como elemento essencial, sendo oferecida a todos os que desejam adquirir novos
conhecimentos.



      Com o desejo de conhecer melhor o trabalho do Coral Anjo de Deus
perguntamos inicialmente a professora qual o objetivo do Coral, ela nos respondeu:



                       “Evangelizar e transformar os corações daqueles que procuram
                       Jesus, através da música e da oração”. (Pc)



      Diante dessa resposta, podemos perceber que o objetivo desse espaço não-
não está direcionado a alfabetização. As atividades realizadas no Coral como leitura,
oralidade, teatro e dança são elementos importantes que contribuem para aquisição
40



do conhecimento. Dessa forma, entendemos ser um ponto positivo no processo de
aprendizagem dos alunos do Coral.



4.2.2 Alfabetização e letramento - contribuições dos espaços não-formais.



      A educação não-formal passa a ter maior importância no contexto social,
oferecendo uma aprendizagem diferenciada, diversificada e ampla, pois, propicia a
uma grande maioria da população a oportunidade de vivenciar uma educação que
abrange além dos conteúdos teóricos e práticos, valores e atitudes para viver e
desenvolver a capacidade humana, formando o indivíduo para atuar em diversos
segmentos da sociedade.



      Nessa perspectiva, perguntamos a professora entrevistada se o Coral
contribui na formação dos alunos participantes e na comunidade local. Eis a fala:



                     “Sim contribui, pois a maioria dos que já passaram pelo Coral,
                     hoje participam das atividades paroquiais como: catequese,
                     liturgia, grupos e movimentos pastorais.” (Pc)



      Analisando    a     fala   da    professora,   podemos     perceber    que    há    um
desenvolvimento dos alunos na medida em que participam ativamente das
atividades propostas e aprendem a realizar as tarefas nesse espaço, sendo
aproveitados para atuar nas atividades religiosas da paróquia. Nessa perspectiva,
entendemos    que    há     uma       aprendizagem    que   de    certa   forma     contribui
significativamente para o desenvolvimento dos participantes refletindo de forma
positiva na comunidade onde estão inseridos. Assim a educação não-formal tem sua
importância no processo de aquisição de novos conhecimentos. Sobre a importância
da educação não-formal Gohn (2005) diz,



                     A maior importância da educação não-formal está na possibilidade de
                     criação de novos conhecimentos, ou seja, a criatividade humana passa pela
41



                     educação não-formal. O agir comunicativo dos indivíduos, voltado para o
                     entendimento dos fatos e fenômenos sociais cotidianos, baseia-se em
                     convicções práticas muitas delas advindas da moral, elaborada a partir das
                     experiências anteriores, segundo as tradições culturais e as condições
                     histórico-sociais de determinado tempo e lugar (p. 104).



      A aprendizagem de novos conhecimentos possibilita aos indivíduos um
crescimento e um desenvolvimento que contribuirá de forma efetiva para sua visão e
compreensão de mundo. Sendo o letramento



4.2.3 Habilidades de leitura e escrita



      A apropriação da leitura e escrita é enriquecida a partir do momento que o
indivíduo a utiliza para aplicá-la no cotidiano. Nesse sentido, interrogamos a
professora em relação à alfabetização e letramento como ela avalia seus alunos. Eis
a fala da mesma:



                     “Estão alfabetizados, mas tem dificuldades em interpretação.”
                     (Pc)



      A resposta dada pela entrevistada, quanto à alfabetização observa-se que
está de acordo a estatística do questionário fechado respondido pelos alunos, a
maioria está alfabetizada, mas apresentam dificuldade de interpretação segundo a
professora. Este problema é um velho conhecido dos espaços formais de educação
e que se repetem nos demais espaços. Quanto ao letramento dos mesmos podemos
notar na resposta da professora que não há nenhuma citação por parte da mesma
sobre o termo demonstrando assim um desconhecimento ou ainda entende
letramento e alfabetização como sendo a mesma coisa. Muitos educadores ainda
têm essa mesma concepção de letramento e alfabetização. Tfouni (1995, p. 20) vem
mostrar a diferença entre os dois termos quando diz “Enquanto a alfabetização se
ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento
focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade”. Assim, um ser
letrado é definido por aquele que tem a capacidade de usar o código escrito para
interagir em sua comunidade, quando nesta existem demandas de letramento.
42



      É necessário que o professor saiba diferenciar esses dois termos para melhor
compreender e trabalhar com seus alunos conteúdos que contemplem a
alfabetização e o letramento para uma maior apropriação do conhecimento e assim
prepará-los para atuar na sociedade de forma ativa e participativa de todos os
processos políticos, sociais e econômicos do país quanto mais o professor estiver
ciente disso mais preparado estará para atuar nos espaços educativos. A
participação ativa e participativa nas atividades do aluno tem um peso fundamental
para o seu pleno êxito, pois segundo o que nos fala Cagliari (2006),



                      O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais
                      ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de
                      conhecimento, de como a criança se situa em termos de
                      desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o seu processo
                      de interação social, da natureza da realidade linguistica envolvida no
                      momento em que está acontecendo à alfabetização, mais condições
                      terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o
                      processo de aprendizagem, sem os sofrimentos habituais (p. 9).



      Diante das dificuldades de leitura e escrita apresentadas pelas crianças de
um modo em geral, perguntamos a professora se ela se preocupa em trabalhar as
deficiências de leitura e escrita dos seus alunos eis o seu discurso:



                     “O cântico em si já é um incentivo para todos, pois são
                     desenvolvidas as técnicas necessárias para suprir estas
                     deficiências.” (Pc)



      Entendemos que o trabalho do coral é voltado para as atividades religiosas
por isso toda as atividades estão voltadas para a música e a leitura. Analisando a
fala da professora podemos perceber que não há um trabalho diretamente
direcionado para corrigir a deficiência de leitura e escrita ela só trabalha com
atividades que serão utilizadas nos trabalhos da Igreja. No entanto, é importante
ressaltar que essas atividades ajudam de certa forma a melhorar o desempenho das
crianças com relação à leitura e escrita, pois estão sempre realizando atividades que
43



envolvem leitura e escrita, sendo um ponto positivo para a aprendizagem dos
mesmos. Sobre a leitura Cagliari (2002, p. 148) fala que: “A leitura é a extensão da
escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser
conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que
qualquer diploma.” Portanto, ler é fundamental para a formação dos alunos e deve
ser desenvolvida desde cedo em todos os espaços educativos. Através da
observação pudemos perceber que o letramento dessas crianças se apresenta na
troca das experiências e histórias vividas ao longo das atividades desenvolvidas na
participação e atuação no coral.



4.2.4 Dificuldades e facilidades no processo educativo


      Em todo processo educativo existem dificuldades e facilidades para colocá-las
em prática, diante disso perguntamos a professora quais as facilidades e quais as
dificuldades que ela encontra para trabalhar com os alunos do Coral. Eis o discurso
da mesma:



                     “A dificuldade que encontro é em relação à freqüência e a
                     facilidade é o desenvolvimento das técnicas e o incentivo dos
                     pais.” (Pc)



      Na fala da professora observamos que nos espaços não-formais também
existem dificuldades assim como nos espaços formais de educação a frequência é
uma delas. Um ponto positivo apresentado pela entrevistada é o incentivo dos pais,
isto vem demonstrar o interesse dos pais por atividades desenvolvidas fora dos
espaços formais de educação. Todo e qualquer trabalho desenvolvido com o apoio
dos pais é importante e necessário para o bom andamento das atividades e
aprendizagem dos envolvidos neste processo.
44



                           CONSIDERAÇÕES FINAIS



      Através deste estudo buscamos adentrar no mundo do saber construído fora
dos muros da escola, a chamada educação informal, procurando conhecer como se
dá a alfabetização e letramento nestes espaços. As reflexões construídas neste
trabalho possibilitaram visualizar mais detidamente o quanto à educação em
espaços não-formais tem contribuído na construção do conhecimento das crianças.



      A problemática do saber ler e escrever se arrasta ao longo dos anos, levando
professores e autoridades da área educativa a uma crescente preocupação. A partir
dessa constatação muitas são as ações desenvolvidas para corrigir este problema.
Saber ler e escrever é importante para todo o indivíduo que quer desenvolver-se,
participar do processo político, econômico e social do seu país, não basta apenas
saber ler e escrever, é necessário que ele saiba fazer uso do ler e escrever para
responder as exigências da sociedade atual. Para distinguir o que sabe ler e
escrever do que faz uso da leitura e escrita é que surgiu a palavra letramento.



      Quanto à alfabetização e letramento em espaços não-formais, vale ressaltar
que a educação em espaços não formais não substitui a educação formal, mas é
uma parceira no processo de construção do conhecimento acessível à sociedade.
Essa modalidade de ensino tem uma flexibilidade e diversidade que atrai muitas
crianças. Isto é, não segue os padrões regulares de ensino e apresenta uma forma
diferenciada de ensinar.



      É importante ressaltar também que os que freqüentam estes espaços buscam
construir novos conhecimentos e obter promoção social, conforme pudemos
observar no questionário fechado respondido pelos alunos do Coral. Diante disso,
entendemos que os espaços não-formais de certa forma contribuem na
alfabetização e letramento dos indivíduos ainda que de forma indireta.



      Portanto, a sociedade e os envolvidos no processo educativo devem lançar
45



um olhar diferenciado para esses espaços e contribuírem de forma efetiva para que
esses espaços sejam ocupados por todos os indivíduos da sociedade local para que
obtenham um crescimento e desenvolvimento cultural e social.



      Dessa forma, entendemos que o processo educativo tanto o que ocorre
dentro da sala de aula regular como a que acontece em espaços não-formais, tem
sua parcela de contribuição na aprendizagem dos seus alunos. Sendo que, para que
essa aprendizagem ocorra de forma significativa é necessário que os que estão à
frente dessa tarefa a de “educar”, tenham comprometimento e responsabilidade para
que os objetivos sejam alcançados com êxito.



      Este trabalho foi importante por nos permitir conhecer e compreender melhor
os processos educativos construídos nos espaços não-formais de educação e
identificar as contribuições do mesmo no processo de aprendizagem de crianças e
adolescente que frequentam esses espaços. Através das análises do questionário
respondido pelos alunos e a entrevista pela professora, conseguimos alcançar os
objetivos propostos na presente pesquisa. Os alunos do Coral foram unânimes em
dizer que a sua participação no mesmo contribui de forma efetiva para sua
formação, sendo isto também confirmado pela professora entrevistada. Diante disso,
fica clara a contribuição dos espaços não-formais para formação das crianças.



      A realização dessa pesquisa foi importante e significativa para o nosso
crescimento profissional e pessoal, pois nos permitiu conhecer outras realidades
educativas e aprender coisas novas com elas. É imprescindível para todo
profissional em educação conhecer e atuar em outros espaços de educação, pois
todo tipo de conhecimento nos enriquece e ajuda a crescer tanto como profissional
quanto como pessoa.
46



                                  BIBLIOGRAFIA



ALVES, Rubem. O Prazer da leitura. Correio Popular, Caderno C, 19 julho 2001.

BOGDAN, R. e Biklen S. K. Qualitative Research for educationa. Boston, Aellyn
and Bacon, inc; 1982.

CAGLIARI, M. G. Aquisição da escrita: questões de categorização gráfica. São
Paulo, 1999

CAGLIARI (orgs.), Diante das letras. Campinas, Mercado de Letras/Associação de
Leitura do Brasil (ALB); São Paulo, 2006, FAPESP.

CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização e Linguística. 10 ed. São Paulo, 2002. Editora
Scipione.

DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. São Paulo, Pioneira, 1995.

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1987

FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. 3
ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41 ed. Cortez. 2001.

GONH, Maria da Glória. Educação Não-formal e Cultura Política. São Paulo, Cortez 1999.

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre
o associativismo do terceiro setor. 3 ed. São Paulo, Cortez, 2005.
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional: importância, modelos, validade
variáveis, hipóteses, amostragem, instrumentos. 3ª ed. Edições Loyola, São Paulo;
Brasil, 1989.

LÜDKE, M. E.D.A. MENGA, A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São
Paulo: EPU, 1986.

MARCONI, Marina de A &. LAKATOS Eva Marina. Técnicas de pesquisa: planejamento e
educação de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e
interpretação de dados. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento científico: pesquisa
qualitativa. 2 ed. São Paulo – 1993..

MICHALISZYN, Mario Sergio e TOMASINI Ricardo. Pesquisa: Orientações e normas para
elaboração de projetos, monografias e artigos científicos. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: Teorias da educação. 31 ed.
Campinas: São Paulo 1997.
47



SOARES, M. B. Letramento, um tema em três gêneros, Belo Horizonte, Ed.
Autêntica, 1998.

______________.Letramento. Um tema em três gêneros. 2 ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2001.

_______________. Letramento. Um tema em três gêneros. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003.

TEBEROSKY, A. & TOLCHINSKY L. (Org.). Além da Alfabetização: a
aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. 4 ed. São Paulo:
Ática, 2003.

TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.

___________________. Letramento e Alfabetização. 8 ed. São Paulo: Cortez,
2006.
48




APÊNDICES
49



                                            Apêndice 1



UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII



Questionário fechado aplicado aos alunos do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica no
município de Senhor do Bonfim, Bahia.



      Os dados obtidos através deste questionamento, serão utilizados apenas para o
      estudo em questão, não sendo revelados os nomes dos pesquisados.



Perfil sócio-econômico das crianças



1. Sexo

[   ] Masculino                         [   ] Feminino



2. Idade

[   ] 7 a 9 anos               [    ] 10 a 13 anos       [   ] 14 a 16 anos



3. Escolaridade

[   ] 1ª a 4ª série            [    ] 5 ª a 8ª série



4. A Instituição que estuda é:

[   ] Particular           [       ] Pública



5. Há quanto tempo participa do Coral Anjo de Deus?
50



[   ] Um ano      [   ] Mais de um ano                  [   ] Menos de um ano



6. A sua participação no Coral tem contribuído para adquirir mais conhecimentos?

[   ] Sim                     [     ] Não



7, Você sabe ler e escrever?

[   ] Um pouco de cada                       [   ] Sim                [   ] Não

[   ] Sei escrever mas não sei ler           [   ] Sei ler mas não sei escrever



8.O que lhe levou a participar do Coral Anjo de Deus?

[   ] O desejo de aprender coisas novas

[   ] Aprender a cantar

[   ] Para preencher o tempo ocioso



9. As atividades realizadas pela sua professora contribuem para a sua formação?

[   ] muito               [       ] um pouco                  [   ] não contribuem



10. Você tem dificuldade em realizar as atividades desenvolvidas pelo Coral?

[   ] Às vezes        [           ] pouca dificuldade             [   ] muita dificuldade
51



                                      Apêndice 2



UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII



Entrevista realizada com a professora do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica de
Senhor do Bonfim, Bahia.




 Os dados obtidos através desta entrevista serão utilizados apenas para o estudo em
questão, não sendo revelados os nomes dos pesquisados.



O discurso da professora




1. Qual o objetivo do Coral Anjo de Deus?



2. Há quanto tempo você desenvolve este trabalho?



3. Quais as dificuldades que você encontra para trabalhar com as crianças?



4. Seus alunos participam frequentemente das atividades realizadas?



5. Em sua opinião o Coral contribui na formação dos alunos participantes? Justifique.



6. Qual a contribuição do Coral para a sociedade local?



7. Em relação à alfabetização e letramento como você avalia seus alunos?
52



8. Você se preocupa em trabalhar as deficiências de leitura e escrita dos alunos?



9. Para você as atividades realizadas no Coral contribuem na formação dos alunos?



10. Qual a dificuldade que você encontra para realizar as atividades com os alunos?



11. Quais as facilidades que você encontra para trabalhar com as crianças?

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Alfabetização em espaços não-formais

  • 1. 10 APRESENTAÇÃO Alfabetização e letramento tem sido um tema bastante discutido na atualidade, devido às muitas questões no campo da aprendizagem. No âmbito educacional é prioridade dos espaços formais promover uma educação que contribua de forma efetiva para a formação dos indivíduos. Além desse espaço outros espaços se configuram na promoção do conhecimento. Daí o objetivo desse trabalho, conhecer melhor esses espaços e identificar as contribuições para o processo educativo. Esta pesquisa apresenta-se dividida em quatro capítulos descritos a seguir: O primeiro capítulo vem trazendo a problematização, onde apresentamos pontos e contrapontos do tema abordado. Neste capítulo falamos acerca da alfabetização e letramento no processo educativo seus desafios e possibilidades nos espaços não-formais. O segundo capítulo é dedicado à fundamentação teórica, onde passaremos a conceituar as palavras-chave que norteiam o tema em estudo, buscando fundamentá-las a partir de teóricos como Tfouni, Soares, Freire, Cagliari e outros, que abordam o assunto de modo aprofundado, para melhor compreendermos os processos envolvidos na construção do conhecimento das crianças nos espaços não-formais de educação. O terceiro capítulo traz os caminhos percorridos para a obtenção dos dados necessários a realização dessa pesquisa. Apresentamos aqui à metodologia e os instrumentos de coleta de dados: a observação direta, o questionário fechado e a entrevista semi-estruturada, utilizados para levantamento dos dados. No quarto e último capítulo, apresentamos as análises e os resultados obtidos
  • 2. 11 do tema pesquisado a partir do questionário fechado realizado com os quinze alunos e uma professora do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica e a entrevista realizada com a professora Por último, as considerações finais que vem trazendo uma síntese dos elementos que se destacaram na presente pesquisa, assim como os resultados das análises feitas sobre o tema abordado neste trabalho.
  • 3. 12 CAPÍTULO I PROBLEMATIZAÇÃO O interesse pelo tema partiu da vontade de conhecer como se dá o processo de alfabetização e letramento em espaços não-formais de educação, e identificar as contribuições do Coral Anjo de Deus na alfabetização e letramento das crianças envolvidas nesse espaço. Nesta perspectiva, consideramos ser relevante realizarmos a presente pesquisa, pois através dos resultados poderemos ter uma melhor compreensão sobre como se processa a construção do conhecimento nos espaços extra-escolares. A educação é um dos principais instrumentos na construção de uma sociedade democrática. Ao longo dos anos tem se buscado de diversas formas alcançar um padrão de ensino que venha corroborar para uma aprendizagem significativa. O domínio da língua por sua vez é fundamental para a vida do indivíduo e da sociedade em geral. A escrita, um ato histórico na vida humana teve um processo de propagação e aceitação lento e sujeita a fatores político-econômicos. Assim ressalta Tfouni (2006, p. 10) “Historicamente, a escrita data de cerca de 5.000 anos antes de Cristo. O processo de difusão e adoção dos sistemas escritos pelas sociedades antigas, no entanto, foi lento e sujeito, é óbvio, a fatores político- econômicos”. Os espaços formais de educação: os espaços escolares, as instituições destinadas ao processo educativo, que está relacionada às Instituições Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior, definidas na Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no início se preocupou somente em alfabetizar. Por muitas décadas, alfabetizar significou ensinar o aluno a identificar letras e escrever, não sendo oferecido ao aluno, meios pelos quais ele pudesse por si mesmo descobrir, criar e apropriar-se do conhecimento de forma interativa e participativa.
  • 4. 13 Aprender a ler e escrever vai muito além de decodificar e copiar. Assim, afirma Paulo Freire (2001, p. 32) “Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo”. É importante ressaltar que, tanto nos espaços formais como nos informais de educação é necessário entender o que é um ser letrado, conhecer as letras e escrever é necessário, mas não é o suficiente para ser competente no uso da língua escrita. A língua não se constitui um mero código, a linguagem é um instrumento social estruturado de modo coletivo e dinâmico dessa forma a escrita deve ser vista como um elemento cultural e social. Assim diz Soares (1998, p. 22) “Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever, já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita”. Nesta perspectiva, é significativo para o processo de alfabetização utilizar-se dos conhecimentos que o aluno traz consigo e promover uma interatividade e socialização do conhecimento. Assim, poderá contribuir para formar cidadãos participativos capazes de ter uma leitura de mundo. Daí surge à necessidade tanto dos espaços formais como os não-formais repensarem o seu papel na sociedade, de não somente alfabetizar, ou manter o indivíduo no espaço por mais tempo, mas tornando este tempo de permanência mais produtivo, buscando melhorar a qualidade do ensino, através do letramento dos sujeitos que estão inseridos no processo de alfabetização. A escola tem um papel importante no processo de alfabetização, mas não é só dela o ato de alfabetizar, a criança antes de chegar à escola vivencia práticas sociais que contribuem para o seu desenvolvimento físico, psíquico e social. As primeiras palavras que elas pronunciam são aprendizagens que vão construindo um conhecimento que será aprimorado na convivência e relações do dia-a-dia e que são ampliadas quando ela é inserida na escola. A criança não chega à escola vazia, ela traz uma bagagem adquirida da sua vivência social e cultural na qual está inserida.
  • 5. 14 Descobrir a escrita, usar a escrita e aprender à escrita, constitui-se nas várias dimensões de integração do aprender a ler e escrever para alfabetizar letrando. As novas demandas da sociedade vêm impondo mudanças de paradigmas e novos modelos de ensino, daí surgem os novos termos como, por exemplo, “letramento” que vem trazendo uma nova visão dentro do contexto educacional. Sobre o letramento Tfouni (2006) diz que, O letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita. Entre outros casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas sociedades quando adotam um sistema de escritura de maneira restrita ou generalizada; procura ainda saber quais práticas psicossociais substituem as práticas “letradas” em sociedades ágrafas (p. 10). Quanto à alfabetização Tfouni (2006, p. 11) faz a seguinte afirmação “este termo refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem” Alfabetização e letramento são processos importantes para a construção do conhecimento e devem andar juntas. Na atualidade, no âmbito educacional, o grande desafio é o de “Como alfabetizar letrando”. Os educadores devem promover um ensino que contemple não apenas a alfabetização, mas também o letramento. Portanto, são grandes os desafios para propiciar a construção do conhecimento das crianças do ensino fundamental, e cabe ao professor se conscientizar da necessidade de uma capacitação consistente, para que possa atuar no espaço escolar de forma significativa. O professor deve ser modelo para seus alunos e dessa forma deve ser um atuante nas práticas sociais de leitura e escrita em qualquer espaço que atue seja formal ou informal. A educação vem sendo proclamada como uma das principais bases no processo de desenvolvimento social, para enfrentar os desafios gerados pela globalização. A educação formal representada pelas escolas e universidades tem objetivos claros e específicos, sempre representada pelas estruturas hierárquicas e burocráticas em nível nacional. Dentro dos novos conceitos, a educação não se
  • 6. 15 restringe aos espaços escolares, ela se faz presente em outros espaços, os chamados espaços não-formais de ensino. Sobre a educação não-formal Gohn (2005, p. 7) diz “Com isto um novo campo da educação se estrutura: o da educação não-formal. Ela aborda processos educativos que ocorrem fora das escolas, em processos organizativos da sociedade civil”. Sobre os vários espaços de educação não-formal ainda segundo Gohn (1999), A educação não-formal designa um processo de formação para a cidadania, de capacitação para o trabalho, de organização comunitária e de aprendizagem dos conteúdos escolares em ambientes diferenciados. Por isso ela também é muitas vezes associada à educação popular e à educação comunitária. A educação não-formal estendeu-se de forma impressionante nas últimas décadas em todo o mundo como “educação ao longo de toda a vida” (p. 98-99). Tanto a educação formal como a informal tem seu valor e sua intencionalidade, sendo diferenciadas pelos espaços em que acontece o processo educativo. Por isso, lancemos um olhar especial para a educação que acontece fora dos muros das escolas, buscando valorizar cada vez mais esses espaços, para que venha juntamente com os espaços formais de educação, consolidar uma educação voltada para a formação plena dos indivíduos que compõem a sociedade em geral. Com as atuais demandas da sociedade, em que os mais qualificados são os que estão mais bem preparados para ocupar cargos elevados na área profissional, se faz necessário uma educação pautada na construção do conhecimento voltada para a realidade do indivíduo. Assim, é importante atentarmos para o grande desafio do ensino que é de propiciar uma educação direcionada a alfabetizar letrando. Este processo deve acontecer em todos os espaços educativos formais e não formais para que venham contribuir no desenvolvimento das habilidades linguísticas das crianças e de construção do conhecimento, ampliando sua visão de mundo e compreensão da realidade. Diante disso, é importante ressaltarmos que tanto os espaços formais como os não-formais de educação tem um papel relevante na sociedade, pois
  • 7. 16 independente dos espaços em que elas acontecem, a sua contribuição para a sociedade é significativa. Pois, a aquisição do conhecimento pelos indivíduos contribui significativamente no desenvolvimento da sociedade do Brasil, do Nordeste e do nosso município. Diante do exposto, acreditamos ser pertinente elegermos a seguinte questão: Qual a contribuição dos encontros no Coral Anjos de Deus da Igreja Católica de Senhor do Bonfim no processo de alfabetização e letramento das crianças que frequentam. Diante dessa questão, emerge o objetivo geral desta pesquisa, Identificar as contribuições dos encontros no Coral Anjos de Deus, no processo de alfabetização e letramento das crianças que frequentam.
  • 8. 17 CAPÍTULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As discussões estabelecidas no primeiro capítulo nos levam aos seguintes conceitos-chave: Alfabetização e Letramento, Educação Formal e Educação não- formal 2.1 Alfabetização e letramento no processo de aprendizagem Partindo do pressuposto de que a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, é importante entendermos o seu significado em seu sentido real. Soares (2003, p. 15) diz que alfabetização é “em seu sentido próprio, específico: processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita”. Além disso, afirma que “a alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, e vice-versa, mas é também um processo de compreensão/expressão de significados por meio do código escrito” (SOARES, 2003, p. 16). Dessa forma, precisamos reconhecer a alfabetização como necessária, como processo sistemático de ensino e não só, de aprendizagem da escrita alfabética. Percebe-se que, algumas vezes as práticas de alfabetização são confundidas por uma mera habilidade abstrata para produzir e decodificar símbolos (letras e palavras). As crianças quando são alfabetizadas usam a leitura e escrita para exercerem o seu papel de forma significativa no ambiente no qual estão inseridas, agindo de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa. Para Ferreiro (1987, p. 12) “Este objeto (a escrita) não deve ser tomada como “um código de transcrição gráfica das unidades sonoras”, mas sim como um sistema de representação que evoluiu historicamente”.
  • 9. 18 A alfabetização ao longo dos anos tem sido um tema bastante discutido nos espaços educativos, pela sua importância no contexto social, pois, ler e escrever é uma necessidade de todo indivíduo para se comunicar em sua língua materna e em todas as línguas presentes em nossa cultura, isto é, a musical, a gestual, a pictórica, a cinematográfica, a teatral e tantas outras linguagens que nos possibilitam ler e escrever o mundo em que vivemos. É o contato com a língua oral e escrita que vai despertando na criança o desejo de aprender. O ato de aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo historicamente, os seres humanos primeiro mudaram o mundo, depois revelaram o mundo e a seguir escreveram as palavras. Esses são momentos da história. Os seres humanos não começam por nomear A! F! N! Começam por libertar a mão e apossar-se do mundo (FREIRE & MACÊDO, 1990; p.32). Por isso, a alfabetização tem seu primeiro contato com a linguagem oral. Significa que a leitura é primordial para o processo de alfabetização e que a leitura na escola deve ultrapassar o mero domínio da técnica, porque ler não é só traduzir, mas compreender e interpretar. O segundo contato se dá através da linguagem escrita, que por muito tempo a preocupação era apenas com a aprendizagem das letras soltas, da formação de sílabas, para finalmente juntá-las e formar palavras, textos. Passado algum tempo, surgiu à importância e a preocupação de saber interpretá-los. Nessa perspectiva, Cagliari (2006) enfatiza que, Não tratando adequadamente a escrita e a fala na alfabetização, a escola encontrará dificuldades sérias para lidar com a leitura. Afinal, a leitura na sua função mais básica, nada mais é do que a realização do objetivo de quem escreve. O fato de a escola em geral não saber fazer de seu aluno bons leitores traz conseqüências graves para o futuro destes, que terão dificuldades enormes em continuar na escola, onde a leitura se faz necessária a todo instante, e serão fortes candidatos à evasão escolar (p.8- 9). Diante disso, tratar da leitura das pessoas no mundo letrado vai além de treiná-las para ler palavras. A formação de leitores é processo longo e cuidadoso que carece figurar com vigor o quanto antes, na pauta das políticas públicas. Os
  • 10. 19 investimentos não dizem respeito apenas àqueles que mal dominam a escrita. Falar de formação de leitores implica falar de acesso aos bens culturais e sociais: bibliotecas, centros culturais e comunitários, livrarias, escolas de qualidade, enfim a ambientes que possam incentivar a ler para a vida. Assim, podemos entender que o processo da alfabetização começa antes mesmo de ler e escrever. O contato está na literatura infantil, isto é, nos livros de estória lidos para as crianças, pelos pais e professores, sendo que estes estarão semeando interesse dos pequenos pelo gosto da leitura; já percebendo que um texto possui pontuação (pausas, exclamação, interrogações). Assim, professores têm papel fundamental no processo de alfabetização da criança. Portanto, é preciso que o professor esteja ciente de como se dá o processo de aquisição do conhecimento e de como lidar com as dificuldades das crianças no momento da aprendizagem. Como nos diz Cagliari (2006), O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de conhecimento, de como a criança se situa em termos de desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o seu processo de interação social, da natureza da realidade linguistica envolvida no momento em que está acontecendo à alfabetização, mais condições terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem, sem os sofrimentos habituais (p. 9). Daí a importância de começar a trabalhar a leitura com a criança desde cedo, buscando apresentar textos interessantes, que venham trazendo temas que estejam relacionados com a sua realidade, para que ela se familiarize com as palavras, levando-as a uma reflexão sobre o assunto abordado, despertando o interesse da criança pela leitura. Assim nos diz Alves (2001), O interesse da criança pela leitura começa quando esta fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a estória. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer (p. 2).
  • 11. 20 Portanto, despertar o gosto pela leitura e pela escrita na criança é uma forma de contribuir para uma aprendizagem efetiva na formação do indivíduo e esta aprendizagem se dá a partir do interesse do indivíduo pela leitura, associada a uma metodologia desenvolvida pelo professor em sala de aula contribuindo assim para uma alfabetização significativa. A aproximação efetiva e afetiva das pessoas com jornais, revistas, livros, cartas, decretos, códigos, conduz a apropriação de conhecimentos socialmente construídos, e isso é uma das formas de participar das instâncias de poder. Diante disso, ainda que sejam louváveis algumas iniciativas de alfabetização, tal movimento torna-se inócuo se descolado da promoção e do convívio mais estreito com as práticas cotidianas de leitura e de escrita. Numa sociedade como a nossa, na qual o acesso à cultura é ao mesmo tempo tão valorizado e tão restrito à grande parte da população, a disseminação da leitura e da escrita torna-se fundamental para a busca do exercício da cidadania. Letramento, por ser uma palavra recente traz algumas dúvidas sobre o seu uso correto dentro do processo educativo, levando muitos professores e alunos a confundir com alfabetização. Desta forma, nos leva a conceituá-la para melhor entendermos o seu papel no contexto educacional. Assim, letramento antes de qualquer coisa, não é alfabetizar simplesmente, mas uma ação conjunta entre alfabetizar e letrar. Soares (2001) apresenta definições claras de alfabetizar, alfabetização e letramento, Alfabetizar é “ensinar a ler e escrever, é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever”. Alfabetização é “a ação de alfabetizar”. Letramento é “o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais” (p. 31-39). Nessa perspectiva, alfabetizar é empreender esforços para que o indivíduo domine a leitura e a escrita, tornando-o capaz de aventurar-se no mundo dos livros. Já o indivíduo letrado é aquele que se apropriou da escrita e faz uso da mesma na sua prática social. Para melhor entendermos este termo “Letramento” vamos
  • 12. 21 conhecer um pouco de sua história. O vocábulo (Letramento) surgiu entre os lingüistas e estudiosos da língua portuguesa, e então passou a ser usado no setor educacional. Segundo Soares (2003, p.15) o termo se originou de uma versão feita da palavra da língua inglesa “literacy”, com a representação etimológica de estado, condição, ou qualidade de ser literate, e literate é definido como educado, especialmente, para ler e escrever”. Nos dicionários da língua portuguesa o termo alfabetizado diz respeito ao indivíduo que somente aprendeu a ler e escrever, não se diz que é o que adquiriu o estado ou condição de quem se apossou da leitura e da escrita, e que respondem de maneira satisfatória as demandas das práticas sociais. Para melhor compreendermos o que é um ser letrado lançamos mão do que diz Tfouni (1995, p. 20) “Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade”. Assim, um ser letrado é definido por aquele que tem a capacidade de usar o código escrito para interagir em sua comunidade, quando nesta existem demandas de letramento. Os problemas com a falta do saber ler e escrever se arrastam ao longo dos tempos, com isso gerou uma crescente preocupação e tem-se buscado através de muitos estudos e ações resolver este problema. Desta forma, foi criado o termo “analfabetismo”. Diante disso, o estado ou condição daquele que sabe ler e escrever, e, que respondem de maneira ampla e satisfatória as demandas sociais fazendo uso de alguma maneira da leitura e escrita, ainda não tinha uma denominação. Sobre isso Tfouni (2006, p.11) ressalta que “Devido à constatação de uma nova situação de que não basta apenas o saber ler e escrever, necessário é saber fazer uso do ler e escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz. Então o nome letramento surgiu desta nova constatação”. Assim, letramento é um fenômeno social, que faz sobressair as características sócio-históricas de uma sociedade ao adquirir um sistema de escrita. 2.2 A educação formal e sua contribuição no processo educativo
  • 13. 22 A educação, entendida como um serviço ou uma tarefa social, ganha conotações de transmissão de saberes, fórmulas, padrões de escrita, técnicas. E neste viés, têm-se a impressão de que educação se restringe ao que se ensina nas escolas: ler, escrever, fazer contas, as ciências, as técnicas, a memória social, o entendimento do mundo natural e do mundo mental. A educação, contudo, leva em si um conceito mais amplo e profundo, cujos instrumentos de percepção e medida não são contemplados nas provas, nas notas, nos gráficos desenhados em estatísticas oficiais. Isto é, vai muito além do que a formalidade institucional consegue mensurar. Para Drucker (1995), Educação básica significa tradicionalmente, por exemplo, a capacidade de efetuar multiplicações ou algum conhecimento da história dos EUA. Mas a sociedade do conhecimento necessita também do conhecimento de processos - algo que as escolas raramente tentaram ensinar. Na sociedade do conhecimento, as pessoas precisam aprender como aprender. Na verdade, na sociedade do conhecimento as matérias podem ser menos importantes que a capacidade dos estudantes para continuar aprendendo. A sociedade pós-capitalista exige aprendizado vitalício. Para isso, precisamos de disciplina. Mas o aprendizado vitalício exige também que ele seja atraente, que traga em si uma satisfação (p. 156). A educação é um dos requisitos necessário para que os indivíduos tenham acesso aos bens e serviços disponíveis na sociedade. A educação é um direito garantido por lei a todos os indivíduos. Ao nascer a criança começa a ser educada na família e posteriormente na escola. A socialização dos indivíduos através da escola começou no Egito, Grécia e Roma na Antiguidade. Na idade média a socialização era feita através da educação familiar, não havia sequer a idéia de educação, ela começa a se desenvolver no Século XV com a burguesia, surge às instituições voltadas para o ensino de crianças e do jovem, bem parecidos como os de hoje. Sendo que, começa aí as desigualdades sociais, onde a educação é privilégio de poucos, estando voltada aos interesses da burguesia. O surgimento da escola está relacionado com os processos históricos sociais. Assim diz Saviani (1997),
  • 14. 23 O direito de todos a educação decorria do tipo de sociedade correspondente aos interesses da nova classe que se consolidara no poder: a burguesia... Para superar a situação de opressão, própria do “Antigo Regime”, e ascender a um tipo de sociedade fundada no contrato social celebrado “livremente” entre os indivíduos, era necessário vencer a barreira da ignorância... A escola é erigida, pois no grande instrumento para converter os súditos em cidadãos (p. 17-18). Deste modo, o papel da educação formal é a de formar cidadãos para atuarem na sociedade. A escola como instituição de ensino foi o espaço criado para instruir e formar cidadãos preparando-os para atuar na sociedade em que vivem. Mas os interesses políticos acabaram por impedirem seu sucesso. Muitas críticas foram lançadas na escola tradicional que longe da sua principal função, contribui para a desigualdade social, comprometendo assim a formação dos indivíduos levando-os a situações de marginalização. Conforme ressalta Saviani (1997, p. 16) “Nesse contexto a educação é entendida como inteiramente dependente da estrutura social geradora de marginalidade cumprindo aí sua função de reforçar a dominação e legitimar a marginalização”. A escola tradicional dentro do contexto educacional vem se mantendo até os dias de hoje. As críticas a esse modo de ensino tem sido cada vez mais frequentes. Diante disso, vem surgindo movimentos para a criação de uma nova escola que esteja direcionada aos anseios da população. Novas abordagens de ensino vêm surgindo partindo da própria abordagem tradicional como referencial teórico e prático de ensino. A educação hoje se depara com problemas que exigem cada vez mais atenção das autoridades e dos envolvidos neste processo. O profissional da área muitas vezes não se encontra capacitado para lidar com as novas demandas culturais, tecnológicas e sociais. Promovendo desencontro de informações na sua prática pedagógica, levando os alunos ao desinteresse pela sala de aula. Daí a necessidade da escola atual rever seus conceitos de como educar, promovendo mudanças que venham incorrer em uma educação voltada para as
  • 15. 24 atuais necessidades do mundo globalizado e que o seu campo de atuação não se restrinja somente aos espaços das salas de aula, mas que seja diversificada, criativa e transformadora. Só assim a educação poderá cumprir o seu papel dentro da sociedade de maneira significativa. 2.3 A educação não-formal e as novas formas de socialização do conhecimento A educação não-formal até a década de 80 não era valorizada nem nos meios públicos nem tão pouco pelos educadores. Todas as atenções eram voltadas para a educação formal. Diante disso, pouco avanço foi contemplado nesse período pelo ensino informal, pois era vista como uma extensão da educação formal. Conforme afirma Gohn (2005), Todas as atenções sempre estiveram concentradas na educação formal. Em alguns momentos, algumas luzes foram lançadas sobre a educação não-formal, mas ela era vista como uma extensão da educação formal, desenvolvida em espaços exteriores às unidades escolares (p. 91). Assim, para termos uma compreensão de como era vista a educação não- formal nesse período buscamos ainda em Gohn (2005) a definição para a mesma, Genericamente, a educação não-formal era vista como o conjunto de processos delineados para alcançar a participação de indivíduos e de grupos em áreas denominadas extensão rural, animação comunitária treinamento vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar etc.(p. 92). Diante disso, podemos perceber que o processo de desenvolvimento da educação não-formal foi lento e que levou muito tempo para ser reconhecida como um instrumento importante no processo de construção do conhecimento de um indivíduo ou grupo de indivíduos pertencentes a uma sociedade. Entendemos assim, que os espaços informais de educação, comunidade, associações filantrópicas, família, trabalho e outros corroboram significativamente na formação do indivíduo inserido nesse contexto.
  • 16. 25 Com a globalização tem aumentado a procura por uma educação de qualidade, uma educação libertadora, criativa que fuja dos padrões tradicionais, que abra um leque de possibilidades, e que ofereça diversas opções para o indivíduo escolherem o caminho que deseja trilhar na construção do seu conhecimento. Assim, devido às grandes mudanças ocorridas na sociedade e as novas exigências das demandas sociais, a educação não-formal passou a ser valorizada conforme ressalta Gohn (2005), O grande destaque que a educação não formal passou a ter nos anos 90 decorre das mudanças na economia, na sociedade e no mundo do trabalho. Passou-se a valorizar os processos de aprendizagem em grupos e a dar-se grande importância aos valores culturais que articulam as ações dos indivíduos. Passou-se ainda a falar de uma nova cultura organizacional que, em geral, exige a aprendizagem de habilidades extra-escolares (p. 92). Atualmente, podemos ver que além dos espaços já citados existem muitos outros espaços de educação não-formal. É importante ressaltar também as contribuições das Agências e organismos internacionais, como a ONU, UNESCO e alguns estudiosos, para a educação. A educação não-formal tem presença efetiva em vários espaços priorizando uma educação coletiva, participativa, inclusiva sendo esta proclamada em conferências como a da Tailândia citada por Gohn (2005), Assim, a conferência realizada em 1990, na Tailândia, elaborou dois documentos denominados “Declaração mundial sobre educação para todos” e “Plano de ação para satisfazer necessidades básicas da aprendizagem” onde, à luz das condições particulares da América Latina e das exigências de ONGs em programas de educação na região, um quadro de novas possibilidades de trabalho foi delineado a área da educação (p. 92-93). A partir daí, a educação não-formal passa a ter maior importância no contexto social, oferecendo uma aprendizagem diferenciada, diversificada e ampla, pois, propicia a uma grande maioria da população a oportunidade de vivenciar uma educação que abrange além dos conteúdos teóricos e práticos, valores e atitudes para viver e sobreviver e desenvolver a capacidade humana, formando o indivíduo para atuar em diversos segmentos da sociedade. Sobre a importância da educação não-formal Gohn (2005) diz,
  • 17. 26 A maior importância da educação não-formal está na possibilidade de criação de novos conhecimentos, ou seja, a criatividade humana passa pela educação não-formal. O agir comunicativo dos indivíduos, voltado para o entendimento dos fatos e fenômenos sociais cotidianos, baseia-se em convicções práticas muitas delas advindas da moral, elaborada a partir das experiências anteriores, segundo as tradições culturais e as condições histórico-sociais de determinado tempo e lugar (p. 104) Nessa perspectiva, a educação não-formal constitui-se num instrumento importante de educação, que vem juntamente com os espaços formais de educação promover a formação dos indivíduos, preparando-os para atuar de forma crítica e participativa do processo político, social e econômico do país.
  • 18. 27 CAPÍTULO III CAMINHOS DA METODOLOGIA Com o propósito de estudar os desafios e possibilidades de alfabetização e letramento em espaços não-formais, percorreu-se um longo caminho de ordem metodológica para se chegar ao presente resultado. 3.1 – Tipo de pesquisa O tipo de pesquisa utilizada foi a pesquisa qualitativa já que esta tem o ambiente natural como uma fonte direta de dados e o pesquisador como o seu principal instrumento. (BOGDAN e BIKLEN, 1982). Segundo os dois autores a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada através do trabalho intensivo de campo. Sobre a pesquisa qualitativa Minayo (1993) fala que, A pesquisa qualitativa se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (p. 21-22). A pesquisa qualitativa responde ainda às questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com o nível de realidade que não pode ser quantitativo, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, crenças, valores e atitudes. Para Michaliszyn & Tomasini (2005), A pesquisa qualitativa caracteriza-se pela interação entre os pesquisadores e o grupo social pesquisado, ocorrendo entre eles um certo envolvimento de modo cooperativo ou participativo e supõe o desenvolvimento de ações planejadas de caráter social (p. 32).
  • 19. 28 Segundo Lüdke e André (1986), é cada vez mais evidente o interesse que os pesquisadores da área de educação vêm demonstrando pelo uso das metodologias qualitativas. Como já foi citada a abordagem qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, por meio do contato do pesquisador com a situação estudada. Falamos da pesquisa qualitativa, mostrando a sua importância para a pesquisa. A seguir falaremos sobre o lócus escolhido para aplicação desse tipo de pesquisa. 3.2 – Lócus de pesquisa: O lócus escolhido para o desenvolvimento da presente pesquisa é a Paróquia de Senhor do Bonfim que faz parte da Igreja Catedral Diocesana, situada na Praça Austricliano de Carvalho, nº 130 – Centro. Neste espaço funciona o Coral Anjo de Deus composto por 15 alunos e uma professora, os encontros acontecem uma vez por semana e são desenvolvidas atividades como teatro, dança, musica e leituras. Depois de apresentar o lócus de pesquisa, falaremos a seguir sobre os sujeitos da pesquisa. 3.3 – Sujeitos da pesquisa: Os sujeitos da pesquisa são crianças de classe média e baixa, que estudam em escolas particulares e públicas sendo que dez estudam em escola particular e cinco em escola pública. A maioria está cursando de 1ª a 4ª série, grande parte dessas crianças já sabem ler e escrever. Residem nos bairros próximos à Paróquia. Participaram da pesquisa o total de quinze alunos e uma professora do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica em Senhor do Bonfim-Bahia. Agora apresentaremos os instrumentos utilizados para a coleta de dados. 3.4 – Instrumentos de coleta de dados:
  • 20. 29 Utilizamos como instrumentos de coleta de dados a observação direta, a entrevista semi-estruturada e o questionário fechado, por se tratar de técnicas e componentes relevantes para a realização de uma pesquisa qualitativa. 3.4.1 Observação direta A observação foi utilizada, porque cada um de nós vê de maneira diferente os vários fatos que acontecem no meio social. Sendo assim a observação nos dá condição de obter as informações necessárias ao desenvolvimento do projeto de pesquisa, por permitir essa aproximação com o objeto estudado. Sobre a observação Lüdke e André (1986) dizem que, Ela ocupa um lugar privilegiado, nas novas abordagens de pesquisa educacional, usada como principal método de investigação ou associada à outra técnica de coleta, a observação possibilita um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado, o que apresenta uma série de vantagens (p.26). Segundo Gressler (1989, p. 79) “a observação elimina a influência de terceiros: entretanto, a observação é limitada àquilo que se dá na presença do observador”. Sendo assim o observador deve ter uma visão clara daquilo que está observando, tendo conhecimento da sua limitação no momento da observação. É também através das observações que o pesquisador tem a oportunidade de participar das práticas desenvolvidas pelos sujeitos, o que o auxilia no processo de compreensão e interpretação do fenômeno estudado. Para Lüdke (1986), Na medida em que o observador acompanha in loco as experiências diárias dos sujeitos, pode tentar apreender a sua visão de mundo, isto é, o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações (p. 26). Portanto, é através da observação direta que o pesquisador entrará em contato com a realidade a qual ele deseja obter informações e dados necessários ao desenvolvimento da sua pesquisa.
  • 21. 30 3.4.2 Entrevista semi-estruturada A importância da entrevista é incontestável, pois, através dela é possível a obtenção de informações dos sujeitos envolvidos na pesquisa, com objetivos definidos. Tanto que Ludke e André (1986) elegem a entrevista como estando em grande vantagem sobre outras técnicas, pois a mesma permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Entre alguns tipos de entrevista, é importante a escolha daquela que seja a mais adequada para o trabalho de pesquisa que se faz em educação. Por este fator usou-se a entrevista semi-estruturada que segundo Ludke e André (1986, p. 34) “... a entrevista semi-estruturada que se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações”. Vale destacar a importância desse modelo de entrevista por ser muito eficiente e por proporcionar uma reflexão ampla mediante a fala dos entrevistados segundo o objetivo que o pesquisador deseja alcançar. 3.4.3 Questionário fechado Outro instrumento utilizado foi o questionário-fechado, por enriquecer as informações, traçando o perfil dos sujeitos da pesquisa, permitindo conhecer a realidade dos mesmos. Marconi e Lakatos (1996, p. 88) definem o questionário como “... um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença de entrevistados”. Portanto, o questionário nos fornece as informações necessárias para o esclarecimento das questões apresentadas no tema abordado.
  • 22. 31 Assim, apresentamos os passos para a obtenção dos dados necessários a realização dessa pesquisa. Passaremos agora ao próximo capítulo onde serão apresentadas as análises e a interpretação dos dados, parte fundamental da pesquisa onde apresentaremos os resultados encontrados a partir da aplicação dos instrumentos escolhidos.
  • 23. 32 CAPÍTULO IV ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS No presente capítulo apresentaremos os dados coletados que foram obtidos através dos instrumentos descritos no capítulo anterior. A análise e interpretação dos dados são de fundamental importância numa pesquisa científica, é através dela que se tem uma posição sobre o tema estudado. 4.1 Análise do questionário – Perfil socioeconômico das crianças 4.1.1 Gênero - Grafico - 1 0% 100% Sexo Feminino Sexo Masculino Na amostragem podemos perceber que 100% dos alunos do Coral são do sexo feminino. Observamos que a participação feminina no grupo é bastante significativa.
  • 24. 33 4.1.2 Faixa Etária - Gráfico 2 33% 34% 7 a 9 anos 33% 10 a 13 anos 14 a 16 anos Quanto à faixa etária, observamos a partir do gráfico acima que 34% tem entre sete a nove anos, os alunos que estão nessa faixa estão em processo de alfabetização, 33% corresponde aos alunos que tem de dez a treze anos, já dominam a leitura e escrita e 33% tem de 14 a 16 anos, já estão cursando séries finais do Ensino Fundamental. É importante ressaltar que a maioria tem idade entre sete e nove anos, numa fase onde a curiosidade e o desejo de aprender coisas novas estão aflorados, sendo este um dos pontos a ser considerados para explicar a participação significativa por alunos dessa faixa etária nas atividades realizadas nos espaços não-formais. 4.1.3 Escolaridade - Gráfico 3 7% 40% 53% 5ª à 8ª série 1ª à 4ª série 3º ano Ensino Médio
  • 25. 34 Observando o gráfico, podemos constatar que 40% dos alunos estão cursando de 5ª a 8ª série, 53% estão cursando de 1ª a 4ª série e apenas 7% cursam o nível médio, correspondendo assim com a faixa etária apresentada no gráfico anterior. Percebe-se que a maioria (53%) dos participantes está cursando o Ensino Fundamental I (1ª a 4ª série). Isto é, estão na fase mais importante da formação, onde precisam apropriar-se do conhecimento de forma sólida para alcançar outros níveis de aprendizagem. Nesta fase as crianças precisam de mais atenção e diversificação do modo de ensino para apropriação do conhecimento. 4.1.4 Instituição - Gráfico 4 40% 60% Pública Particular A partir da amostragem, percebemos que 40% dos alunos estudam em escola pública e 60%, portanto a maioria, estudam em escola particular. Este resultado aponta para uma constatação de que a procura por espaços não-formais não depende de classe econômica nem nível cultural. Assim, os espaços não-formais são ocupados por aqueles que estão em busca de adquirir novos conhecimentos e de participar das atividades desenvolvidas na comunidade onde vivem. 4.1.5 Tempo de participação no Coral - Gráfico 5 20% 67% 13% Mais de 1ano 1 ano Menos de 1 ano
  • 26. 35 A partir do gráfico acima, podemos observar que a maioria representando 67% dos participantes fazem parte do Coral há mais de um ano, demonstrando uma permanência significativa dos participantes nesse espaço, mostrando um envolvimento efetivo nas atividades realizadas no coral. Sendo esse um dos pontos positivos para a aprendizagem, pois a permanência freqüente a um espaço de educação formal ou não-formal traz um aprendizado significativo para os que estão buscando adquirir novos conhecimentos de forma consistente e proveitosa. 4.1.6 Contribuição do Coral - Grafico 6 0% 100% Sim Não Quando questionados sobre a contribuição do Coral na aquisição de conhecimentos, 100% das crianças responderam que eles aprendem através da participação ativa nas atividades realizadas nesse espaço. Diante dessa afirmativa, entendemos que todo meio onde os indivíduos trocam experiências e estão envolvidos nas atividades oferecidas e que de alguma forma desperta para a aprendizagem devem ser levadas em conta, pois produzem um resultado positivo, que contribui de forma efetiva na alfabetização e letramento do indivíduo participante. Para Ferreiro (1987), A questão do conteúdo, central em todo processo de alfabetização, não deve ser ignorada: enquanto discutem coisas consideradas “essenciais”, tais como: “prontidão”, correspondência som-grafema etc. algumas pessoas se esquecem da “natureza do objeto de conhecimento envolvendo essa aprendizagem” (p. 9).
  • 27. 36 É importante ressaltar que o processo de alfabetização é complexo e que passa por estágios que não devem ser ignorados. É importante observarmos que os espaços não-formais de educação apesar de ser uma educação que não está formalmente estruturada, dispõem também de regras e condutas para serem cumpridas pelos participantes. Com isso leva os participantes a aprenderem a respeitar o espaço, o dirigente do grupo e aos colegas do grupo. 4.1.7 Habilidades de leitura e escrita - Gráfico 7 7% 6% 87% Sim Um pouco de cada Não Quanto à pergunta se já sabem ler e escrever, observamos no gráfico que 87% dos interrogados sabem ler e escrever, 6% sabe um pouco de cada e 7% não sabem ler nem escrever, a partir deste resultado observamos que a maioria está alfabetizada, isto é, detém o domínio da leitura e da escrita e uma minoria ainda apresenta dificuldades de leitura e escrita e apenas um não domina a leitura nem a escrita. Essa amostragem nos apresenta um resultado significativo em relação à alfabetização dos sujeitos pesquisados, pois a maioria domina a leitura e escrita. Isso nos mostra que os espaços informais têm sua parcela de contribuição no processo de alfabetização dos envolvidos. 4.1.8 Participação no Coral - Gráfico 8 7% 6% O desejo de aprender coisas novas 87% Aprender a cantar Para preencher o tempo ocioso
  • 28. 37 A amostragem acima nos mostra que 87% dos questionados ao serem interrogados sobre o que os levaram a participar do Coral, respondeu o desejo de aprender coisas novas, isto nos leva a entender que os espaços não formais se tornam atrativos devido à diversificação de atividades oferecidas, diferenciada da educação formal, dando assim a entender que muitos buscam nos espaços informais aumentar o seu conhecimento com atividades diversificadas que dão prazer e liberdade de escolha. Apenas 6% responderam que deseja aprender a cantar e 7% para preencher o tempo ocioso. Nessa perspectiva, é importante ressaltar que o interesse dos indivíduos por esses espaços se deve pelo fato de serem diferente das atividades habituais dos espaços formais, dando a entender que eles têm interesse por essas atividades. 4.1.9 Contribuições da professora para o Coral - Gráfico 9 0% Muito 100% Um pouco Não contribuem A partir do questionamento sobre a contribuição das atividades realizadas pela professora para a formação dos mesmos, apresentados no gráfico acima, nos mostra que todos foram unânimes em afirmar que contribuem muito. A resposta a esse questionamento dada pelos alunos do Coral vem confirmar que é importante e fundamental a participação e o envolvimento do educador no processo educativo. É imprescindível que o professor esteja comprometido com a sua prática tanto nos espaços formais como nos espaços não-formais para que a educação aconteça de forma significativa. Entendemos que todo e qualquer envolvimento e participação em
  • 29. 38 grupos para realização de uma atividade cultural, social e relacional corroboram para uma efetiva aprendizagem, pois as trocas que se dão de forma espontânea e por escolha própria vem somar para o crescimento e maturidade dos indivíduos e reflete de forma positiva na sociedade. 4.1.10 Dificuldades nas atividades do Coral - Gráfico 10 0% 13% Às vezes 87% Pouca dificuldade Muita dificuldade A partir da amostragem observamos que 87% dos alunos do Coral disseram que às vezes tem dificuldade para realizar as atividades e apenas 13% tem pouca dificuldade. O posicionamento dos mesmos vem demonstrar que eles possuem capacidade para realizar as atividades, mas ainda tem alguma dificuldade. Diante disso, fica claro que o pouco nível escolar que alguns têm traz essa dificuldade. Podemos perceber que, apesar da maioria estudar em escola particular, conforme o gráfico de número quatro, o resultado aqui apresentado mostra que a maioria tem algum tipo de dificuldade. Entendemos que essa dificuldade é em função da pouca escolaridade dos mesmos. 4.2 Análise da entrevista Com o intuito de obter respostas ao nosso questionamento apresentamos o discurso da professora do Coral Anjo de Deus, onde faremos as análises da
  • 30. 39 entrevista realizada com a mesma sobre as contribuições dos encontros do Coral no processo de alfabetização e letramento das crianças que frequentam esse espaço. Para identificar a fala do sujeito da entrevista utilizaremos as letras “Pc” para professora do coral. 4.2.1 – As possibilidades de alfabetização e letramento nos espaços não- formais. Ler e escrever sempre foram elementos importantes que o indivíduo deveria dominar conforme o princípio regido pela escola tradicional e um dos problemas sempre presente na sociedade. Muitas medidas foram tomadas pelos governos para erradicar o número de analfabetos. Mas apesar de todo empenho ainda podemos ver o mesmo problema em pleno século XXI, apesar das mudanças e transformações ocorridas em todo o mundo, ainda buscamos mudanças para a educação. Muitos movimentos tem se levantado e outros tipos de educação tem surgido, com o propósito de elevar o nível de escolaridade dos indivíduos e um dos modelos de educação que temos é a educação não-formal. Esses espaços criados a partir de associações, instituições religiosas, instituições empresariais tem promovido uma educação que não segue uma estrutura formal. A educação não- formal é importante por promover uma educação diferenciada tendo a criatividade como elemento essencial, sendo oferecida a todos os que desejam adquirir novos conhecimentos. Com o desejo de conhecer melhor o trabalho do Coral Anjo de Deus perguntamos inicialmente a professora qual o objetivo do Coral, ela nos respondeu: “Evangelizar e transformar os corações daqueles que procuram Jesus, através da música e da oração”. (Pc) Diante dessa resposta, podemos perceber que o objetivo desse espaço não- não está direcionado a alfabetização. As atividades realizadas no Coral como leitura, oralidade, teatro e dança são elementos importantes que contribuem para aquisição
  • 31. 40 do conhecimento. Dessa forma, entendemos ser um ponto positivo no processo de aprendizagem dos alunos do Coral. 4.2.2 Alfabetização e letramento - contribuições dos espaços não-formais. A educação não-formal passa a ter maior importância no contexto social, oferecendo uma aprendizagem diferenciada, diversificada e ampla, pois, propicia a uma grande maioria da população a oportunidade de vivenciar uma educação que abrange além dos conteúdos teóricos e práticos, valores e atitudes para viver e desenvolver a capacidade humana, formando o indivíduo para atuar em diversos segmentos da sociedade. Nessa perspectiva, perguntamos a professora entrevistada se o Coral contribui na formação dos alunos participantes e na comunidade local. Eis a fala: “Sim contribui, pois a maioria dos que já passaram pelo Coral, hoje participam das atividades paroquiais como: catequese, liturgia, grupos e movimentos pastorais.” (Pc) Analisando a fala da professora, podemos perceber que há um desenvolvimento dos alunos na medida em que participam ativamente das atividades propostas e aprendem a realizar as tarefas nesse espaço, sendo aproveitados para atuar nas atividades religiosas da paróquia. Nessa perspectiva, entendemos que há uma aprendizagem que de certa forma contribui significativamente para o desenvolvimento dos participantes refletindo de forma positiva na comunidade onde estão inseridos. Assim a educação não-formal tem sua importância no processo de aquisição de novos conhecimentos. Sobre a importância da educação não-formal Gohn (2005) diz, A maior importância da educação não-formal está na possibilidade de criação de novos conhecimentos, ou seja, a criatividade humana passa pela
  • 32. 41 educação não-formal. O agir comunicativo dos indivíduos, voltado para o entendimento dos fatos e fenômenos sociais cotidianos, baseia-se em convicções práticas muitas delas advindas da moral, elaborada a partir das experiências anteriores, segundo as tradições culturais e as condições histórico-sociais de determinado tempo e lugar (p. 104). A aprendizagem de novos conhecimentos possibilita aos indivíduos um crescimento e um desenvolvimento que contribuirá de forma efetiva para sua visão e compreensão de mundo. Sendo o letramento 4.2.3 Habilidades de leitura e escrita A apropriação da leitura e escrita é enriquecida a partir do momento que o indivíduo a utiliza para aplicá-la no cotidiano. Nesse sentido, interrogamos a professora em relação à alfabetização e letramento como ela avalia seus alunos. Eis a fala da mesma: “Estão alfabetizados, mas tem dificuldades em interpretação.” (Pc) A resposta dada pela entrevistada, quanto à alfabetização observa-se que está de acordo a estatística do questionário fechado respondido pelos alunos, a maioria está alfabetizada, mas apresentam dificuldade de interpretação segundo a professora. Este problema é um velho conhecido dos espaços formais de educação e que se repetem nos demais espaços. Quanto ao letramento dos mesmos podemos notar na resposta da professora que não há nenhuma citação por parte da mesma sobre o termo demonstrando assim um desconhecimento ou ainda entende letramento e alfabetização como sendo a mesma coisa. Muitos educadores ainda têm essa mesma concepção de letramento e alfabetização. Tfouni (1995, p. 20) vem mostrar a diferença entre os dois termos quando diz “Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade”. Assim, um ser letrado é definido por aquele que tem a capacidade de usar o código escrito para interagir em sua comunidade, quando nesta existem demandas de letramento.
  • 33. 42 É necessário que o professor saiba diferenciar esses dois termos para melhor compreender e trabalhar com seus alunos conteúdos que contemplem a alfabetização e o letramento para uma maior apropriação do conhecimento e assim prepará-los para atuar na sociedade de forma ativa e participativa de todos os processos políticos, sociais e econômicos do país quanto mais o professor estiver ciente disso mais preparado estará para atuar nos espaços educativos. A participação ativa e participativa nas atividades do aluno tem um peso fundamental para o seu pleno êxito, pois segundo o que nos fala Cagliari (2006), O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de conhecimento, de como a criança se situa em termos de desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o seu processo de interação social, da natureza da realidade linguistica envolvida no momento em que está acontecendo à alfabetização, mais condições terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem, sem os sofrimentos habituais (p. 9). Diante das dificuldades de leitura e escrita apresentadas pelas crianças de um modo em geral, perguntamos a professora se ela se preocupa em trabalhar as deficiências de leitura e escrita dos seus alunos eis o seu discurso: “O cântico em si já é um incentivo para todos, pois são desenvolvidas as técnicas necessárias para suprir estas deficiências.” (Pc) Entendemos que o trabalho do coral é voltado para as atividades religiosas por isso toda as atividades estão voltadas para a música e a leitura. Analisando a fala da professora podemos perceber que não há um trabalho diretamente direcionado para corrigir a deficiência de leitura e escrita ela só trabalha com atividades que serão utilizadas nos trabalhos da Igreja. No entanto, é importante ressaltar que essas atividades ajudam de certa forma a melhorar o desempenho das crianças com relação à leitura e escrita, pois estão sempre realizando atividades que
  • 34. 43 envolvem leitura e escrita, sendo um ponto positivo para a aprendizagem dos mesmos. Sobre a leitura Cagliari (2002, p. 148) fala que: “A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma.” Portanto, ler é fundamental para a formação dos alunos e deve ser desenvolvida desde cedo em todos os espaços educativos. Através da observação pudemos perceber que o letramento dessas crianças se apresenta na troca das experiências e histórias vividas ao longo das atividades desenvolvidas na participação e atuação no coral. 4.2.4 Dificuldades e facilidades no processo educativo Em todo processo educativo existem dificuldades e facilidades para colocá-las em prática, diante disso perguntamos a professora quais as facilidades e quais as dificuldades que ela encontra para trabalhar com os alunos do Coral. Eis o discurso da mesma: “A dificuldade que encontro é em relação à freqüência e a facilidade é o desenvolvimento das técnicas e o incentivo dos pais.” (Pc) Na fala da professora observamos que nos espaços não-formais também existem dificuldades assim como nos espaços formais de educação a frequência é uma delas. Um ponto positivo apresentado pela entrevistada é o incentivo dos pais, isto vem demonstrar o interesse dos pais por atividades desenvolvidas fora dos espaços formais de educação. Todo e qualquer trabalho desenvolvido com o apoio dos pais é importante e necessário para o bom andamento das atividades e aprendizagem dos envolvidos neste processo.
  • 35. 44 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste estudo buscamos adentrar no mundo do saber construído fora dos muros da escola, a chamada educação informal, procurando conhecer como se dá a alfabetização e letramento nestes espaços. As reflexões construídas neste trabalho possibilitaram visualizar mais detidamente o quanto à educação em espaços não-formais tem contribuído na construção do conhecimento das crianças. A problemática do saber ler e escrever se arrasta ao longo dos anos, levando professores e autoridades da área educativa a uma crescente preocupação. A partir dessa constatação muitas são as ações desenvolvidas para corrigir este problema. Saber ler e escrever é importante para todo o indivíduo que quer desenvolver-se, participar do processo político, econômico e social do seu país, não basta apenas saber ler e escrever, é necessário que ele saiba fazer uso do ler e escrever para responder as exigências da sociedade atual. Para distinguir o que sabe ler e escrever do que faz uso da leitura e escrita é que surgiu a palavra letramento. Quanto à alfabetização e letramento em espaços não-formais, vale ressaltar que a educação em espaços não formais não substitui a educação formal, mas é uma parceira no processo de construção do conhecimento acessível à sociedade. Essa modalidade de ensino tem uma flexibilidade e diversidade que atrai muitas crianças. Isto é, não segue os padrões regulares de ensino e apresenta uma forma diferenciada de ensinar. É importante ressaltar também que os que freqüentam estes espaços buscam construir novos conhecimentos e obter promoção social, conforme pudemos observar no questionário fechado respondido pelos alunos do Coral. Diante disso, entendemos que os espaços não-formais de certa forma contribuem na alfabetização e letramento dos indivíduos ainda que de forma indireta. Portanto, a sociedade e os envolvidos no processo educativo devem lançar
  • 36. 45 um olhar diferenciado para esses espaços e contribuírem de forma efetiva para que esses espaços sejam ocupados por todos os indivíduos da sociedade local para que obtenham um crescimento e desenvolvimento cultural e social. Dessa forma, entendemos que o processo educativo tanto o que ocorre dentro da sala de aula regular como a que acontece em espaços não-formais, tem sua parcela de contribuição na aprendizagem dos seus alunos. Sendo que, para que essa aprendizagem ocorra de forma significativa é necessário que os que estão à frente dessa tarefa a de “educar”, tenham comprometimento e responsabilidade para que os objetivos sejam alcançados com êxito. Este trabalho foi importante por nos permitir conhecer e compreender melhor os processos educativos construídos nos espaços não-formais de educação e identificar as contribuições do mesmo no processo de aprendizagem de crianças e adolescente que frequentam esses espaços. Através das análises do questionário respondido pelos alunos e a entrevista pela professora, conseguimos alcançar os objetivos propostos na presente pesquisa. Os alunos do Coral foram unânimes em dizer que a sua participação no mesmo contribui de forma efetiva para sua formação, sendo isto também confirmado pela professora entrevistada. Diante disso, fica clara a contribuição dos espaços não-formais para formação das crianças. A realização dessa pesquisa foi importante e significativa para o nosso crescimento profissional e pessoal, pois nos permitiu conhecer outras realidades educativas e aprender coisas novas com elas. É imprescindível para todo profissional em educação conhecer e atuar em outros espaços de educação, pois todo tipo de conhecimento nos enriquece e ajuda a crescer tanto como profissional quanto como pessoa.
  • 37. 46 BIBLIOGRAFIA ALVES, Rubem. O Prazer da leitura. Correio Popular, Caderno C, 19 julho 2001. BOGDAN, R. e Biklen S. K. Qualitative Research for educationa. Boston, Aellyn and Bacon, inc; 1982. CAGLIARI, M. G. Aquisição da escrita: questões de categorização gráfica. São Paulo, 1999 CAGLIARI (orgs.), Diante das letras. Campinas, Mercado de Letras/Associação de Leitura do Brasil (ALB); São Paulo, 2006, FAPESP. CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização e Linguística. 10 ed. São Paulo, 2002. Editora Scipione. DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. São Paulo, Pioneira, 1995. FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1987 FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990 FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41 ed. Cortez. 2001. GONH, Maria da Glória. Educação Não-formal e Cultura Política. São Paulo, Cortez 1999. GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativismo do terceiro setor. 3 ed. São Paulo, Cortez, 2005. GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional: importância, modelos, validade variáveis, hipóteses, amostragem, instrumentos. 3ª ed. Edições Loyola, São Paulo; Brasil, 1989. LÜDKE, M. E.D.A. MENGA, A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MARCONI, Marina de A &. LAKATOS Eva Marina. Técnicas de pesquisa: planejamento e educação de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento científico: pesquisa qualitativa. 2 ed. São Paulo – 1993.. MICHALISZYN, Mario Sergio e TOMASINI Ricardo. Pesquisa: Orientações e normas para elaboração de projetos, monografias e artigos científicos. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: Teorias da educação. 31 ed. Campinas: São Paulo 1997.
  • 38. 47 SOARES, M. B. Letramento, um tema em três gêneros, Belo Horizonte, Ed. Autêntica, 1998. ______________.Letramento. Um tema em três gêneros. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. _______________. Letramento. Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. TEBEROSKY, A. & TOLCHINSKY L. (Org.). Além da Alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. 4 ed. São Paulo: Ática, 2003. TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995. ___________________. Letramento e Alfabetização. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
  • 40. 49 Apêndice 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII Questionário fechado aplicado aos alunos do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica no município de Senhor do Bonfim, Bahia. Os dados obtidos através deste questionamento, serão utilizados apenas para o estudo em questão, não sendo revelados os nomes dos pesquisados. Perfil sócio-econômico das crianças 1. Sexo [ ] Masculino [ ] Feminino 2. Idade [ ] 7 a 9 anos [ ] 10 a 13 anos [ ] 14 a 16 anos 3. Escolaridade [ ] 1ª a 4ª série [ ] 5 ª a 8ª série 4. A Instituição que estuda é: [ ] Particular [ ] Pública 5. Há quanto tempo participa do Coral Anjo de Deus?
  • 41. 50 [ ] Um ano [ ] Mais de um ano [ ] Menos de um ano 6. A sua participação no Coral tem contribuído para adquirir mais conhecimentos? [ ] Sim [ ] Não 7, Você sabe ler e escrever? [ ] Um pouco de cada [ ] Sim [ ] Não [ ] Sei escrever mas não sei ler [ ] Sei ler mas não sei escrever 8.O que lhe levou a participar do Coral Anjo de Deus? [ ] O desejo de aprender coisas novas [ ] Aprender a cantar [ ] Para preencher o tempo ocioso 9. As atividades realizadas pela sua professora contribuem para a sua formação? [ ] muito [ ] um pouco [ ] não contribuem 10. Você tem dificuldade em realizar as atividades desenvolvidas pelo Coral? [ ] Às vezes [ ] pouca dificuldade [ ] muita dificuldade
  • 42. 51 Apêndice 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII Entrevista realizada com a professora do Coral Anjo de Deus da Igreja Católica de Senhor do Bonfim, Bahia. Os dados obtidos através desta entrevista serão utilizados apenas para o estudo em questão, não sendo revelados os nomes dos pesquisados. O discurso da professora 1. Qual o objetivo do Coral Anjo de Deus? 2. Há quanto tempo você desenvolve este trabalho? 3. Quais as dificuldades que você encontra para trabalhar com as crianças? 4. Seus alunos participam frequentemente das atividades realizadas? 5. Em sua opinião o Coral contribui na formação dos alunos participantes? Justifique. 6. Qual a contribuição do Coral para a sociedade local? 7. Em relação à alfabetização e letramento como você avalia seus alunos?
  • 43. 52 8. Você se preocupa em trabalhar as deficiências de leitura e escrita dos alunos? 9. Para você as atividades realizadas no Coral contribuem na formação dos alunos? 10. Qual a dificuldade que você encontra para realizar as atividades com os alunos? 11. Quais as facilidades que você encontra para trabalhar com as crianças?