1. Texto original de: João Rocha 6ºC Nº 10
Uma Aventura Fantástica
Era um dia como os outros, uma quinta-feira como as outras. Eu e o Afonso
tínhamos ido à biblioteca passar o tempo antes do Clube de Piano. Digitamos o número de
identificação nos registos da biblioteca, sentamo-nos no sofá. De repente, as almofadas
engolem-nos! Demos connosco num labirinto de carris e tubos,
uma enorme montanha russa que parecia estar viva e nos
engolia com toda a rapidez. Passamos então para um lugar
totalmente diferente do nosso.
Tudo era estranho, a tecnologia era muito mais
avançada, os habitantes eram objetos dos mais estranhos que
possamos imaginar. Ficamos abismados ao perceber que
estávamos numa escola da dimensão paralela. As agendas e os livros vestiam
saia e calções, para não falar da maquilhagem! Supusemos que fossem os professores.
As alunas eram bastante elegantes e usavam chapéu, vestindo um uniforme de diferentes
cores, ao passo que os alunos se pareciam com esses artistas de rua, desenhando riscos
e rabiscos por todo o lado. Todos traziam mochilas bastante especiais que, graças à nova
tecnologia, pensavam e organizavam-se por si próprias. Eram de tal ordem sensíveis que,
quando se irritavam, lhes saltava a tampa!
Tomamos coragem e lá nos dirigimos a um dos alunos, mas a linguagem era
estranha, talvez fosse porque o bico não estava afiado. Decididamente o “lapês” não era a
nossa língua. Assim, não tivemos outra solução a não ser aventurarmo-nos por aqueles
longos corredores em busca de algo que nos indicasse uma possível fuga. Sorte a nossa
ao encontrarmos uma folha, escurecida pelo tempo, junto a um canto na sala de escrita
multicolor. Para nossa surpresa, tratava-se de uma adivinha matemática:
Se daqui querem sair,
Pela Matemática têm de ir:
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Tem três bicos mas não pica,
Vive num velho telhado.
Mas já o vi num chapéu,
De um palhaço engraçado.
Mas já o vi numa vela,
De barco no mar salgado.
Que forma é esta, que vem a ser?
Quem adivinha pode dizer.
- É o triângulo. É o triângulo!-respondemos em conjunto.
Arriscamos a nossa sorte e, com a ajuda de um aluno, desenhamos essa forma.
O destino estava traçado. Diante de nós surgiu uma luz brilhante que nos levou até
ao nosso mundo. Suspiramos de alívio, já que tudo nos era familiar.
Tudo tinha voltado ao normal.
Inesperadamente, ouço uma voz:
-João, João!-era o Afonso.
Já eram horas do Clube de Piano. A professora aguardava-nos e eu finalmente
acordara!