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Resumo de Macroeconomia
Aula 1
- Quatro variáveis agregadas da macroeconomia, que se relacionam de forma que um afete aos
outros: o nível de preços, o nível de emprego, a taxa de câmbio e a taxa de juros.
- Essas variáveis afetam o crescimento econômico, a inflação, o comércio exterior, e a
distribuição de renda.
- O preço é a soma de todos os preços de todas as empresas que operam em um mesmo sistema
econômico (encontra-se a variável agregada nível de preço, ou preço)
- Um dos efeitos que altera o preço é a inflação.
- Inflação é um aumento do nível geral de preços. Aumento da moeda circulante no país.
- Deflação é a diminuição do nível geral de preços.
- Emprego refere-se a mão-de-obra como fator de produção dentro de um sistema econômico. O
nível de emprego depende das expectativas dos empresários em torno do que vão produzir.
- Períodos de alto desempenho para a produção beneficiam a todos e geram o crescimento
econômico.
- Crescimento econômico: aumento das atividades econômicas de um país durante um período de
tempo. Geralmente é medido pelo PIB.
- Quando o país apresenta níveis de produção e emprego menores, produz menos, chamamos
recessão (contrário de crescimento econômico).
- Taxa de câmbio é o preço da moeda nacional em relação à moeda estrangeira.
- Desvalorização da taxa de câmbio: moeda estrangeira encareceu.
- Valorização do câmbio: moeda estrangeira está mais barata.
- Se há muitos dólares circulando no país, o preço do dólar cai. Se o Banco Central deseja elevar
o preço do dólar, tornando o real mais barato, ele compra dólares no mercado e os soma á sua
reserva. O oposto acontece quando há poucos dólares circulando no mercado (quando o dólar está
caro em relação ao real), aí o BC vende dólares de sua reserva por valores mais baixos do que o
praticado pelo mercado.
- Balança de pagamentos: determina a atratividade de um país para o comércio exterior, e
controla o fluxo de entrada e saída de capitais. É o registro de todas as transações econômicas que
envolvem o país e o resto do mundo, como exemplo, as exportações, importações e pagamento de
juros das dívidas externas.
- Taxa de juros: é quando o mercado embute no preço de produtos e serviços quando se compra a
crédito. É uma forma que o mercado encontra para compensar perdas diante da inflação.
- Se há aumento da taxa de juros, os empresários ficam desestimulados a investir. A elevação da
taxa de juros desestimula os investimentos na produção e estimula a poupança. Se os
empresários investem menos, a produção cresce menos, o que implica em menos emprego – A
taxa de juros pode afetar o nível de emprego.
- Salário: fonte de renda para quem trabalha, e custo para a empresa. Reajuste estimula o
consumo e eleva os custos da empresa, o que pode ser repassado para os preços. Se isso se repetir
de forma generalizada, inicia-se um momento de inflação. Se você ganha mais e o reajuste é
repassado para o preço das mercadorias, tudo fica mais caro, e o dinheiro passa a valer menos.
- Taxa de câmbio afta o nível de preços e as exportações. A desvalorização do câmbio é um dos
fatores que pode afetar a inflação.
- Se o poder de compra das pessoas diminui, o nível de compra também é reduzido, assim como a
procura pelos itens.
- Os quatro macro problemas econômicos nacionais: inflação; crescimento econômico baixo;
dívida externa alta; e má distribuição de renda.
Aula 2
- PIB: estimativa do valor de tudo que foi produzido por um país em determinado período. É
calculado com base nos preços de mercado, e leva em conta apenas os bens e serviços finais (não leva
em conta os que já estão incluídos no produto, como matéria prima, senão seriam contabilizados de
forma duplicada). É a soma de tudo que foi produzido no país, e também a renda total grada no
processo da produção. ---(o valor da renda é exatamente igual ao valor do produto)
- A elevação dos preços afeta o valor do PIB, mesmo que a quantidade produzida permaneça a mesma
de um ano para o outro.
- PIB Nominal: representa o PIB a preços correntes, baseado nos preços praticados pelo mercado
(quantidade atual X preço atual). Capta tanto o crescimento do volume da produção quanto a variação
de seus preços.
- PIB Real: representa o PIB em termos de preços constantes, a partir de um ano considerado como
referência (quantidade atual X preço ano referência). Calcula o crescimento econômico, a partir do
aumento ou da diminuição do nível real de produção de um país.
- Se o PIB aumentou de um ano para o outro, ou a quantidade produzida aumentou, ou os produtos
sofreram aumento de preços.
- Deflator do PIB: índice que diz que parte do aumento do PIB nominal cabe ao crescimento dos
preços, para calcular a elevação média do nível de preço final de um ano para o outro. Faz referência
ao crescimento médio dos preços da economia. É a razão entre o PIB nominal e o PIB real, que avalia
o crescimento médio de preços de um período.
- Deflator do PIB = (PIB Nominal / PIB real ) X 100
- PNB; é a soma de tudo que é produzido aqui e que fica aqui.
- A diferença entre PIB e PNB é a renda líquida enviada ao exterior.
- PIB negativo: PIB real de um ano é menor que a do ano anterior, houve recessão, a atividade
econômica diminuiu entre um ano e outro.
- O que o PIB não mede: a economia informal.
- Renda per Capita (PIB per capita): é a quantia em reais que cada habitante receberia caso o PIB
fosse dividido entre toda a população.
- O PIB pode ser medido de duas formas: somando as rendas pagas pelas empresas dentro da
produção ou pelo total dos gastos dos consumidores no mercado de bens e serviços.

Aula 3
PIB = C + I + G + (X – M)
Consumo (despesa das famílias com compra de bens) + Investimento (despesa das empresas com
máquinas, equipamentos, etc, excluindo somente as despesas de pessoal e impostos) + Gastos do
governo (despesas do Estado com compras de bens e serviços) + (exportações, valores de vendas para
outros países – importações, compras de outros países)
- Componentes do cálculo do PIB: consumo, investimento, gastos do governo, exportações,
diminuindo o valor das importações.
- PIB é igual a soma do consumo das pessoas, investimento das empresas e gastos do governo com o
total das exportações, diminuído do valor das importações.
- A renda pode ter três destinos: o consumo (C), a poupança (S) ou pagamento de impostos (T).
- PIB = C + S + T
- Demanda agregada: desejo dos indivíduos de adquirir os bens produzidos em um país dentro de um
determinado período de tempo
- DA = C + I + G
- Se o PIB é igual a demanda agregada (PIB = DA = C + I + G) dizemos que o PIB está em
equilíbrio.
- Se a demanda agregada for menos que a quantidade produzida, haverá acúmulo de estoque, se a
demanda agregada for maior que a quantidade produzida, haverá falta de estoque. A posição de
equilíbrio se dá quando a produção agregada iguala ao produto.
Aula 4
- Modelo Keynesiano: diz que a demanda por produtos tem papel fundamental na
determinação do nível de produção e de renda de uma economia. Se a demanda
agregada aumenta, as empresas procuram atender essa elevação por meio de mais
produção e mais empregos, o que faz aumentar a renda, e possibilita o aumento da
produção até alcançar novo ponto de equilíbrio.
- Função de consumo: diz que a quantidade de gastos de uma pessoa depende de sua
renda, e conforme essa renda aumenta, também aumenta o consumo.
- Propensão Marginal a Consumir: é a fração de renda adicional que uma pessoa
gasta
- PMC = (mudança no consumo) / (mudança na renda)
- Consumo autônomo: sempre ocorrerá, mesmo que a renda de uma pessoa seja
equivalente a zero. É o consumo de itens de subsistência, que não conseguimos viver
sem ele.
Consumo = Consumo autônomo + Renda esperada
C = Co + cY
C = Co + cYd (Consumo + consumo autônomo + renda disponível, renda
apropriada pelas famílias, descontados os impostos diretos pagos ao governo)
- A propensão marginal a poupar é a fração da renda adicional que uma pessoa
destina à poupança.
- A soma da PMc e da PMp deve ser igual a l. (consumo + poupança = 1)
- Renda = consumo + poupança + impostos --- (Y = C + S + T)
- Função poupança: (S = – Co + (1 – c)Yd
- Se a renda disponível for zero, a poupança será de –Co. O consumo autônomo se
refere aos gastos essenciais. Um indivíduo que não tem renda não pode gastar com
nada que não se encaixe nesse tipo de despesa.
- Renda em equilíbrio: (T + C + Sexp = C + I + G) impostos + consumo + poupança
esperada = consumo + investimentos + gastos governo
- Poupaça em equilíbrio: (Sexp + T = I + G) poupança esperada + impostos =
investimentos + gastos governo
- Dentro do modelo keynesiano, o consumo autônomo, os gastos do governo e as
exportações são considerados gastos autônomos.
Ye = ( 1 / 1 – c ) X ( Co – cT + I + G )
- C é variação consumo/renda; Co consume autônomo; cT variação dos impostos; I
investimento e G gastos governo
- O primeiro termo é o multiplicador de gastos – o valor da renda de equilíbrio será m
vezes o valor da equação de gastos autônomos (segundo termo).
- (Yd = Y – T = Y – tY) Renda disponível = renda – impostos = renda – tributos sobre
renda
- (C = Co + cYd = Co + c (Y – tY) consumo = consumo autônomo + variação consumo
renda x renda disponível = consumo autônomo + variação consumo/renda X (renda –
tributos sobre renda)
- Balanço de Transações Correntes = Exportação – Impostação
BTC: saldo de movimento da balança comercial (exportações menos importações) e de
serviços como pagamento de juros da dívida externa.
Aula 5
- Investimentos: são elementos importantes da demanda agregada e podem aumentar a capacidade
produtiva, aumentando os recursos disponíveis destinados à produção de bens e serviços (estoque de
capital).
- Fases do investimento: a 1ª quando há despesas com a compra de capital, o que impulsiona a
demanda agregada. A 2ª após a maturação dos investimentos, o que resulta em aumento da produção e
da capacidade produtiva da economia.
- Investimento é a ação que eleva a oferta agregada e o estoque de capital no sistema econômico.
- Investimento líquido: é a diferença entre investimento bruto e depreciação (montante de
investimento destinado a cobrir o que se desgasta ao longo do tempo).
- Estoque de capital desejado = relação entre capital e produto multiplicado pelo nível de
produto (PIB).
- Quando há um gasto com investimentos, a renda e o produto deverão aumentar por conta do
multiplicador dos gastos. Quando o produto aumenta, os investimentos também aumentam. Ao elevar
o estoque de capital, a oferta do produto aumenta também.
- Acelerador dos investimentos: diz que uma taxa de crescimento do produto (PIB) causa uma
elevação nos investimentos, o que aumenta os níveis do produto, o que acelera os investimentos mais
uma vez.
- Investir requer um desembolso financeiro, que pode ser com recursos próprios ou de terceiros. Se for
de terceiros, deve pagar juros. Outra forma de fazer investimentos é quando a empresa dispõe de
lucros do período anterior retidos em nível suficiente para bancar seus gastos com investimentos.
Neste caso, ela deve avaliar a possibilidade de aplicar esses lucros retidos em títulos que rendam em
ritmo igual ao das taxas de juros.
- Seja com recursos próprios (lucros retidos) ou de terceiros (empréstimos), a taxa de juros representa
o custo de investir.
- O conceito de taxa de juros recai sobre duas taxas: taxa nominal e taxa real.
- Taxa nominal: expressa em termos de quantas unidades monetárias são pagas como juros – são os
juros pagos.
- Taxa real: expressa em termos de poder aquisitivo ou poder de compra; mede o quanto realmente se
paga, levando em conta o poder aquisitivo do dinheiro antes e depois de pago o empréstimo – são os
juros pagos menos a inflação.
- Taxa real = taxa nominal dividida pelo índice de preços.
- O que importa para os empresários são as taxas de juros reais, pois ela mede o valor real dos
juros que precisaram ser pagos. Os preços dos produtos que os empresários vendem devem estar
acompanhando o ritmo inflacionário.
- Os determinantes do investimento: o investimentos depende das variáveis nível de produto, taxa de
juros nominal, inflação e estoque de capital no período anterior.
Relação entre as variáveis importantes e o nível de investimento: um aumento no nível de produto
estimula os investimentos (a elevação do produto causa mais vendas, e assim, um estoque maior de
capital é desejável); Se a taxa de inflação se mantiver fixa, quanto maior a taxa de juros, maior será o
custo de investir e menor será a motivação para investir., e quanto menor a taxa de juros, menor será o
custo de investir e maior será a motivação para investir; Se a taxa nominal de juros se mantiver fixa, se
a taxa de inflação aumentar, o valor real do que se pagará com os empréstimos para investir diminuirá,
e por estar mais barato para investir, o nível desejado de investimentos deve aumentar, assim como a
redução da taxa de inflação aumenta o valor real do que se pagará com os empréstimos para investir,
tendendo a diminuir o nível de investimentos; Quanto menor o estoque de capital do período anterior,
maior será a necessidade de investir para cada nível de produção desejada.
- efeito multiplicador de gastos (o aumento de investimento eleva a renda); efeito acelerador (o
aumento da renda devido ao multiplicador leva a novo aumento de investimentos)
- Os investimentos são importantes para o sistema econômico porque são um componente de demanda
agregada (estimulam o crescimento do PIB pelo lado da demanda) e porque aumentam a capacidade
produtiva da economia devido à elevação do seu estoque de capital.
- Os mais importantes fatores que influenciam o nível de investimentos são a taxa real de juros , que
depende da taxa nominal e da inflação, e o crescimento do produto.
Aula 6
- A moeda representa o dinheiro e todas as outras formas de pagamento ou recebimento que dispomos.
- Funções da moeda: intermediário de troca, unidade de conta, e reserva de valor.
- Moeda como intermediário de troca: A moeda transforma as transações em trocas indiretas.
- Moeda como unidade de conta: expressa os valores das mercadorias e de todos os ativos em geral pela sua
própria unidade. Uma atribuição da moeda é cotar os valores (unidades de conta) em unidades monetárias.
- Moeda como reserva de valor: pode ser utilizada em vários períodos de tempo. A pessoa com posse da
moeda pode utilizá-la no futuro.
- O valor da moeda (poder aquisitivo) é inversamente proporcional ao nível de preço. Toda vez que o nível de
preço sobe, o valor da moeda é reduzido, e se os preços diminuem, o valor da moeda aumenta.
- Características que a moeda deve ter para que exerça suas funções de forma plena: precisa ter
durabilidade (para que possa ser usada ao longo do tempo, se não fosse assim comprometeria as funções de
meio de troca e reserva de valor); deve ter aceitação universal (precisa ser aceita por todos, ter baixo custo de
estocagem, para que possa ser utilizada em pequenas e altas transações) e ser de difícil falsificação
( fundamental para a estabilidade do valor da moeda, porque um volume muito grande de moeda em relação ao
produto diminui seu valor e coloca sua existência à prova) .
- Moeda estrutural, ou depósitos à vista: cheques como forma de pagamento. Representa o saldo em conta
corrente bancária que pode ser utilizado por meio de cheque para pagamento ou recebimento. É o contrário do
depósito a prazo.
- Banco comercial: todo estabelecimento bancário autorizado a receber depósitos à vista. - Atividade
principal de um banco comercial: realizar empréstimos. Eles recebem os depósitos à vista e à prazo, deixam
parte destes guardados sob forma de reservas para utilizar no caso dos clientes resgatarem esses valores, e a
outra parcela é emprestada a terceiros, que pagam juros (que representam os ganhos brutos dessas instituições).
- Principais funções do Bacen: é o banco dos bancos (empresta aos bancos); é responsável pela guarda de
todos os valores que o país recebe de moeda estrangeira; é o banco do governo (é depositado nele todos os
recursos referentes a impostos e taxas, e também realiza empréstimos ao governo, mantém e opera títulos do
governo); é emissor de moeda.
- Meios de pagamento: é a moeda, é o total de papel moeda em poder público (PMPP) mais os depósitos a
vista nos bancos comerciais (DVBC).
- Base monetária: é o total de papel moeda em poder público (PMPP) mais o total de reservas mantidas pelos
bancos comerciais.
- Papel moeda em poder público (PMPP): é o volume de papel moeda emitido menos as reservas dos bancos.
- Multiplicador bancário ou dos meios de pagamentos: os bancos criam meios de pagamentos adicionais,
deixam uma parte como reserva e emprestam outras, que acabam se transformando em novos depósitos que,
pela regra do banco, mantêm somente uma parte como reserva e gerando novos empréstimos com o restante, e
assim por diante.
- Tipos de reservas (ou encaixes) dos bancos comerciais: encaixes em caixa (são os caixas das agências
bancárias, que atendem quem vai sacar ou trocar cheques por papel moeda); reservas voluntárias (mantidas no
Banco Central para fins de compensação de cheques); e reservas compulsórias (o Banco Central estipula
obrigatoriamente a retenção de uma percentagem dos depósitos à vista como encaixes compulsórios, que devem
ser recolhidos no Baco Central).
- A soma dos depósitos a vista é o resultado da criação de meios de pagamentos por intermédio dos bancos.
- O multiplicador dos depósitos será tanto maior quanto menor for a parcela dos depósitos retidos sob a forma
de reservas bancárias. Quanto maiores as reservas, menos recursos o banco terá para emprestar.
- Quanto maior a razão entre depósitos a vista e meios de pagamento, maior será o multiplicador; e quanto
maior a fração das reservas bancárias sobre o que se recebe de depósito a vista, menor será o multiplicador.
- Controle da oferta de moeda pelo Banco central: é feito de três modos: Mercado aberto ou operações de
open market (O Bacen compra ou vende títulos do governo no mercado de títulos. Quando o governo vende um
título, recebe o valor da venda do título em dinheiro, o que retira tal montante de moeda de circulação, havendo
uma diminuição dos meios de pagamento, e quando compra os títulos do público, está colocando moeda na
economia, aumentando a oferta monetária); Reservas compulsórias (todo banco precisa reservar uma parte dos
depósitos que recebe, essa parte é definida de acordo com os interesses da política monetária do país, e por
afetar a disponibilidade dos recursos para empréstimos, o valor dessas reservas influencia o multiplicador
bancário; Se o Bacen pretender contrair a oferta monetária, pode elevar o recolhimento compulsório das
reservas bancárias, se quiser ampliá-la, pode diminuir essa taxa); e taxa de redesconto (é a taxa de juros que os
bancos têm que pagar ao Bacen quando estão sem moeda suficiente para atender aos clientes. Um aumento na
taxa de redesconto tende a elevar as reservas bancárias, e assim, diminuir o multiplicador e os meios de
pagamento).
- Multiplicador dos meios de pagamento = meios de pagamento dividido pela base monetária
Aula 7
- Demanda por moeda significa quanto de sua riqueza ou renda as pessoas desejam manter sobre
a forma de moeda.
- A demanda por moeda se dá por motivos de transação, precaução e especulação.
- Demanda por moeda por motivo de transação: é a demanda por moeda pela facilidade que ela
proporciona para efetuar transações econômicas. É o montante de moeda suposto como o
suficiente para efetuar os gastos planejados por um certo período de tempo.
- Demanda por moeda por motivo de precaução: se dá pela ciência de que fatos imprevistos
podem ocorrer. Quanto mais rica for a pessoa, maior será o encaixe por motivo de precaução.
- Demanda por moeda pro motivo de especulação ou portfólio: é reter moeda para aproveitar
uma oportunidade de ganhar dinheiro a partir das circunstâncias do momento ou do futuro. É a
parcela da demanda por moeda que o indivíduo guarda com objetivo de ser beneficiado por algum
ganho futuro.
- As pessoas retêm moeda não pelo seu valor nominal. O que importa é a demanda real, ou seja, o
poder de compra da quantidade de moeda de que se precisa para fazer frente aos gastos. Levando
em conta o valor nominal, pode-se cair na famosa ilusão monetária.
- A teoria quantitativa da moeda estabelece uma relação entre a quantidade de moeda e os
valores que terão as transações (ou os produtos) que são trocados por elas em uma economia.
Estabelece também que a velocidade de circulação da moeda é constante.
- Equação: Md = 0,6Y – 2i informa que a demanda por moeda depende da renda e da taxa de
juros.
- O número de vezes que uma moeda passa de mão em mão nos negócios em que é utilizada
recebe o nome de Velocidade de circulação ou velocidade-renda da moeda.
- Cálculo da circulação da moeda: dividir o PIB nominal pela quantidade de moeda (meios de
pagamento).
- Quando a moeda está com alta velocidade de circulação (quando todos tentam se livrar da
moeda) é porque as pessoas estão retendo pouca quantidade de moeda em razão da renda. Quando
a inflação está muito elevada, ninguém quer ficar com dinheiro nas mãos, já que a perda de seu
poder aquisitivo é grande.
- Teoria monetária da inflação: emissão de moeda causa tão somente mais inflação.
- Pela Teoria quantitativa da moeda, a economia (pessoas, empresas, governo) com mais
dinheiro na mão desejará comprar mais, e como já se está no nível máximo de produção, a pressão
da demanda apenas elevaria os preços.
- A taxa de juros tem relação inversa com a demanda por moeda.
- O rendimento real de uma aplicação é o que se ganha em termos de poder de compra com o
resultado da aplicação. Então a taxa real de juros não é a componente que afeta a demanda por
moeda, e sim a taxa nominal, ou seja, o custo de reter moeda é dado pela taxa nominal de juros..
- A perda que representa o ato de manter moeda é composta pro duas parcelas: a taxa real de juros
(o que se deixou de ganhar por não ter aplicado) e a desvalorização da moeda no período (a taxa
de inflação).
- Custo de demandar moeda: C=r+II onde C é o custo de manter moeda, r é a taxa real de juros,
e II é a taxa de inflação.
- A taxa real de juros é a taxa nominal descontada a inflação.
- Na taxa nominal de juros, quanto maior a taxa de juros menor deverá ser a demanda por
moeda, e quanto menor a taxa de juros, maior a demanda por moeda.
- A taxa nominal de juros e a taxa de inflação são importantes elementos na determinação de
quanto da riqueza de um indivíduo será mantido em moeda.
Aula 8
- As funções da moeda: meio de troca, unidade de conta e reserva de valor.
- As instituições que oferecem empréstimos são incluídas no sistema financeiro.
- Relação financeira: é o processo de transferência de renda de um agente para outro. Ocorre toda vez que um
agente econômico transfere poder de compra para outro agente econômico, tendo em contrapartida a promessa
de pagamento futuro.
- Agentes financeiros existentes dentro da economia: agente superavitário e agente deficitário. Eles podem
realizar relações financeira, que podem ser ou não intermediadas por uma instituição financeira.
- Agente deficitário: é todo agente econômico que gasta comprando bens e serviços mais do que recebe como
renda.
- Agente superavitário: é todo agente econômico que gasta menos do que recebe como renda.
- Poupança de um agente econômico: é toda a renda disponível que este recebeu subtraindo-se o que ele
gastou comprando bens e serviços de consumo no mesmo período.
- Intermediação financeira: é o ato de captar recursos do agente superavitário e transferir para o agente
deficitário.
- Instituição financeira: empresa que fazem as intermediações entre agente superavitário e agente deficitário.
- Juro: é a vantagem financeira oferecida nas relações financeiras.
- Títulos: são as obrigações geradas na realização de contratos financeiros.
- Títulos de dívida: são títulos que representam a obrigação de quitar todo o valor expresso no contrato, como
exemplo as notas promissórias, duplicatas e letras de câmbio.
- O título negociado pode, em vez de exigir um valor monetário em troca, representar uma inclusão de
propriedade. O agente superavitário se torna um dos donos do bem do agente deficitário.
- A entidade bolsa de valores não é uma intermediária financeira, pois apenas fornece o espaço para o agente
superavitário e o agente deficitário negociarem.
- As instituições financeiras são instituições que realizam o papel de intermediário financeiro (captam recursos
de agentes superavitários e emprestam para agentes deficitários). Nessa operação, é a instituição financeira que
obtém lucro.
- O que diferencia as instituições financeiras bancárias e as instituições financeiras não-bancárias são as
formas de captação de recursos: as instituições financeiras bancárias estão autorizadas a captar parte de seus
recursos através de depósitos, enquanto as instituições financeiras não-bancárias captam recursos apenas através
da colocação de títulos ou recursos próprios.
- Tipos de depósitos realizados nas instituições financeiras bancárias: Depósito à vista (depósitos feitos em
conta corrente e que possuem liquidez imediata – podem ser trocados por moeda a qualquer momento) ;
depósito à prazo (depósitos feitos no banco mas não resgatáveis a qualquer momento, são obrigações que o
banco tem com os clientes que só podem ser resgatados em prazo pré-determinado entre os dois, e caso haja
necessidade de resgatá-lo o cliente poderá perder rendimentos) e depósito em poupança (obrigação que os
bancos criam quando o cliente deposita uma determinada quantia com o objetivo de obter algum rendimento,
eles podem ser resgatados a qualquer momento, mas somente com um pedido direto aos bancos, isto é, não
podem ser transferidos por emissão de cheque.
- Tipos de bancos: Banco comercial, Banco de investimento e Banco de poupança
- Banco comercial: autorizado a captar seus recursos via depósito à vista. Esses recursos são aplicados no
mercado de crédito, isto é, são transferidos para agentes deficitários que querem comprar determinado bem ou
serviço. Exemplo, o crédito pessoal. Como emprestam dinheiro, correm o risco de não receber esses valores de
volta (o chamado risco de crédito). Outro risco que os bancos comerciais correm é o cliente querer sacar mais
do que eles tem em reserva (risco de liquidez). Para não correr riscos de liquidez, os bancos obrigam-se a
aplicar recursos captados em créditos de curto prazo.
- Banco de Investimento: autorizado a captar seus recursos via depósito a prazo. A maior parte desses
recursos é aplicada no mercado de capitais, isto é, são transferidos para agente deficitários que querem realizar
investimentos. Esse tipo de instituição é super importante para o crescimento e desenvolvimento econômico do
país. O banco de investimento corre Risco de capital (o título pode passar a valer menos do que o esperado),
mas da mesma forma, pode ter um ganho de capital, no caso do título valorizar mais do que o esperado.
- Banco de poupança: autorizado a captar seus recursos via depósito em poupança. A maior parte desses
recursos é aplicada no mercado de crédito, mas voltados para o crédito imobiliário. Essas instituições também
correm o risco dos clientes não pagarem (risco de crédito), mas esse risco é reduzido, pois os próprios imóveis
são dados como garantia de não-pagamento. Esse tipo de contrato é chamado hipoteca.
- Os sistemas financeiros nacionais são compostos de: bancos, caixas de poupança, bolsas de valores, fundos
de pensões, seguradoras, bem como do banco central e a autoridade pertinente de cada país.
Aula 09
- Juscelino Kubitscheck buscou a industrialização através de forte participação do setor público.
Fernando Collor, Fernando Henrique e Lula buscaram a continuidade do desenvolvimento através de
participação mínima do Estado, acreditando que o setor privado seria capaz, por si só, proporcionar
esse desenvolvimento.
- Até a crise de 1929 a teoria dominante era a teoria neoclássica, onde era recomendada uma
participação mínima do Estado. Com a crise econômica da época e conseqüentes taxas de desemprego
elevadas, foi desenvolvida uma política econômica que afirmava contrário. E a partir daí, as políticas
econômicas passaram a ser adotadas no sentido e haver uma maior intervenção do Estado. Com as
crises inflacionárias a partir de 1970, retornou-se a visão neoclássica e a recomendação da participação
mínima do Estado voltou às pautas políticas, e ganharam mais efeito a partir de 1990.
- Setor público engloba todos os órgãos empresas (industrias ou de serviços) pertencentes ao Estado.
- Na economia brasileira, o setor público pode ser analisado como sendo o setor público não-
financeiro mais o Banco Central.
- O setor público não-financeiro leva em conta: todas as administrações diretas (Executivo)
exercidas pelos governos, nas esferas federal, estadual e municipal; as administrações indiretas (como
o Legislativo), também o federal, municipal e estadual; o INSS – sistema público de previdência
social; e as empresas estatais não-financeiras também nos níveis federal, estadual e municipal.
- Setor público brasileiro – instituições não financeiras, como INSS, e prefeitura
- Instituições financeiras: exemplo: Bancos, exceto Bacen, CEF...
- Bens públicos: são os bens e serviços que o mecanismo de mercado não consegue prover; são bens e
serviços que o mecanismo de mercado, por si só, é incapaz de fornecer, pois não consegue excluir o
não pagador).
- Uma das funções do governo é a função alocativa: é responsável por fornecer bens públicos,
exemplo a justiça, a segurança pública, a educação pública, etc.
- Quanto mais produtos o país estiver produzindo, mais fatores de produção esse país contratará e mais
renda terá a população desse país. Daí a importância de buscar sempre o crescimento da produção do
país, ou seja, o crescimento econômico desse país.
- Entre as décadas de 1950 a 1970 as taxas de crescimento do PIB foram em média bem expressivas,
mas a miséria da população não diminuiu. Isso se deu porque o país cresceu, a renda total aumentou,
mas essa renda não foi dividida de forma igual, houve concentração de renda. - Em relação a isso é
que o governo tem a função distributiva, pois ele pode fazer a redistribuição de renda.
- O governo pode fazer a redistribuição de renda utilizando as transferências, os tributos e os
subsídios, ele pode realizar essa função sim.
- Na função distributiva, quanto maior a produção do país, maior a renda agregada da população. Se
a produção aumenta, a necessidade de contratar mais fatores de produção (trabalho, capital e recursos
naturais) também aumenta, ou seja, diminui o desemprego.
- Outra função do governo é a função estabilizadora. Em caso do país apresentar elevadas taxas de
desemprego, o governo deve intervir na economia com o objetivo de diminuir o desemprego.
- Todas essas funções do governo dependem da teoria econômica que está por trás da ação política
adotada, que diz se o Estado precisa intervir na economia, ou se essa intervenção deve ser a mínima
possível...
- A busca por uma menor participação do Estado na economia também tem o objetivo de satisfazer a
função estabilizadora.
- O preço dos produtos fabricados no país também têm uma importância muito grande para o Estado.
Se ocorrer um aumento geral dos preços desses produtos, o poder de compra da moeda emitida pelo
governo é diminuído. Toda vez que há inflação, parte da população perde poder de compra (fica mais
pobre). Isso refere-se a mais uma função estabilizadora do governo: manter estável o nível de
preços.
- Algumas recomendações que devem ser seguidas para que a estrutura tributária não se torne
injusta ou ineficiente: é recomendável tributar em parcela maior o agente que ganha mais. Essa
forma de tentar tornar mais justo a estrutura tributária é chamada de princípio da capacidade de
pagamento;; cobrar impostos em conformidade com quem está sendo mais beneficiado ou de quem
poderia se beneficiar mais. Essa forma de tributação é chamada de princípio do benefício;; a estrutura
tributária deve ser organizada de forma a não atrapalhar a alocação de recursos da economia. Essa
forma de tributar é chamada de princípio da neutralidade;; os tributos que o governo impõe à
sociedade devem ser de fácil arrecadação. Essa forma de tributar é chamada de princípio da
simplicidade.
- Tipos de impostos: impostos diretos (são cobrados diretamente de quem está pagando, é cobrado na
finte emissora do tributo, como IRRF) e impostos indiretos (incidem sobre bens e serviços e não são
cobrados diretamente da fonte pagadora, mas sim sobre um produto consumido, como ICMS e IPI).
Além dos impostos, existem as contribuições e outras formas de arrecadação, como as taxas (taxa de
incêndio, por exemplo).
- O governo realiza seus gastos comprando bens e serviços produzidos na sociedade e/ou pagando seus
funcionários, e/ou transferindo renda e/ou dando subsídios.
- Os bens e serviços podem ser divididos em bens e serviços de consumo, bens e serviços
intermediários e bens de capital. Quando o governo compra a merenda da escola, os remédios do
hospital, o material do escritório para o Executivo, ele compra bens de consumo. Quando a Petrobrás
compra algum insumo para ajudar na produção do petróleo, está comprando um bem intermediário
(matéria-prima). Quando o governo constrói um hospital, uma estrada, uma escola, uma plataforma de
petróleo, ele está comprando bem de capital, isto é, está criando estruturas de funcionamento a
sociedade para períodos seguintes.
- Os gastos realizados nas compras de bens e serviços de consumo e intermediários são chamados
gastos correntes ou de custeios. Os gastos realizados na compra de bens de capital são chamados
gastos de capital.
- As transferências de renda que o governo realiza são as transferências de renda para quem no
momento não está recebendo uma renda qualquer. Como exemplo, paga a aposentadoria de quem já
não tem idade para trabalhar mais, outros exemplos temos o seguro desemprego, o bolsa família, o
bolsa escola...
- Se os gastos totais do governo são maiores que o total de arrecadação, o país apresenta déficit nas
contas do governo, e haverá a necessidade de financiamento do setor público (NFSP). O governo,
nessa situação, precisa arrumar formas para cobrir o déficit, como lançar títulos da dívida, ou pegar
empréstimos. Como ele é o único fabricante de moeda que circula no país, ele pode emitir moeda para
fechar suas contas (o que necessariamente, não geraria inflação).
- NFSP nominal (necessidade de financiamento do setor público nominal): é a NFSP levando em
conta o pagamento com juros nominais, ou seja, inclui o ganho real mais a parte referente à inflação.
- NFSP nominal: as contas do governo serão as receitas com os tributos e taxas, os gastos com
despesas não-financeiras mais os gastos com despesas financeiras (pagamento dos juros). A parte
referente à emissão de moeda não paga juros.
- Quase sempre a taxa de juros oferecida pelo governo é superior à inflação. A taxa de juros total, isto
é, levando em conta a inflação, é chamada taxa de juros nominal. A taxa de juros, excluindo-se a
inflação, chama-se taxa de juros real. → i = r + Π onde taxa nominal de juros é igual a taxa de juros
real mais inflação.
- Quando o governo contabiliza o seu resultado considerando os juros pagos calculados com a taxa de
juros nominal temos a NFSP nominal. Quando contabiliza seu resultado considerando o pagamento
de juros reais, temos a NFSP operacional.
- NFSP primária, conhecida também como superávit primário do governo: É quando as contas
públicas são contabilizadas excluindo as despesas financeiras, isto é, não leva em conta o pagamento
de juros (nem reais nem nominais).
- NFSP nominal = Receitas – Gastos – Juros Nominais
- NFSP operacional = Receitas – Gastos – Juros Reais
- NFSP primária = Receitas – Gastos
- Ultimamente o Brasil tem feito uma redistribuição de renda do trabalhador para o sistema financeiro.
Ele está realizando uma função distributiva, mas no sentido contrário, tirando do pobre e transferindo
para o rico.
- Funções econômicas do governo: função alocativa (prover os chamados bens públicos); função
distributiva (distribuir a renda de forma que a sociedade considere justa); e função estabilizadora
(buscar baixo nível de desemprego e nível de preços controlado).
Aula 10
- Se houver um aumento da quantidade produzida de bens e serviços haverá um
aumento da renda agregada do país, e assim, a sociedade estará mais rica.
- Objetivo do governo, ao utilizar uma política econômica: afetara renda agregada do
país.
- Principais políticas econômicas existentes: política fiscal; política monetária,
política cambial e política comercial.
- Os gastos realizados pelo governo também entram para atingir a renda agregada do
país.
- Todas as variáveis que são contabilizadas no orçamento público podem ser utilizadas
como instrumento da política fiscal.
- A política fiscal é a forma que o governo tem de intervir na economia utilizando o
orçamento público.
- Quando o governo utiliza os tributos, ele está fazendo uma política tributária.
Exemplo, quando diminui a taxa do imposto de renda cobrado da população brasileira.
- Quando o governo atua sobre os gastos, está fazendo uma política de gastos.
Exemplo, quando resolve construir uma estrada.
- Como essas políticas fiscais afetam a renda agregada? Tanto reduzindo ou
aumentando a alíquota do imposto de renda, o governo consegue afetar a renda
agregada. O governo pode afetar a renda agregada do país por meio da utilização dos
componentes de seu orçamento (arrecadação de tributos e gastos). Se aumentar a
alíquota, adota uma política fiscal expansionista, e se diminui a alíquota adota uma
política fiscal contracionista.
- Quando o governo deve agir de forma expansionista: Como Keynes sugeriu, a
economia atua com desemprego involuntário dos fatores de produção, principalmente
da força de trabalho. Como a economia nunca chegaria ao pleno emprego se deixar por
conta do mercado, o governo deveria agir de forma a reduzir o desemprego utilizando
as políticas econômicas (principalmente a fiscal), e para isso deveria utilizar uma
política fiscal que aumentasse a renda agregada (isto é, uma política fiscal
expansionista).
- Quando o governo deve agir de forma contracionista: se a economia apresentasse
uma economia de pleno emprego da produção, qualquer pressão da demanda (aumento
na procura por bens e serviços) levaria a um aumento de preços, e para resolver essa
situação, o governo deveria aumentar o preço desses produtos, fazendo com que o
mercado passasse a buscar novos produtos em lugar destes. Isso é chamado inflação de
demanda. Essa atitude do governo consiste em diminuir a renda agregada (isto é, uma
política fiscal contracionista).
- A condição de equilíbrio da renda agregada ocorre quando a demanda agregada por
bens e serviços é igual à oferta agregada por bens e serviços. → EqRA – DA = OA
- A oferta agregada (AO) é a soma de todos os bens produzidos no país (Y) mais os
bens disponíveis para importação (M) → AO = Y + M
- A demanda agregada (DA), isto é, quem está comprando os bens e serviços
ofertados, é realizada por quatro grandes agentes: famílias (que consomem os bens de
consumo (C); empresas (que consomem bens de capital – investimentos (I); governo
(que realiza gastos, comprando bens e serviços de consumo e bens de capital (G); e
setor externo (que compra produtos produzidos no nosso país, ou seja, as exportações
(X). → DA = C + I + G + X
- Keynes supôs que o consumo das famílias (C) depende da renda agregada disponível
que elas têm para gastar.
- A renda agregada disponível (YD) é toda renda recebida pela sociedade (gerada no
processo produtivo), isto é, é a renda agregada (Y) menos os tributos cobrados pelo
governo (T) .
- Tanto a aposentadoria como as bolsas são rendas que podem ser utilizadas para
comprar bens e serviços. A inclusão dessas rendas aumenta a renda agregada
disponível para comprar bens e serviços. → renda agregada disponível = (toda renda
gerada no processo produtivo e recebida pela sociedade) – (tributos cobrados pelo
governo mais a transferência de renda que o governo faz à sociedade como
aposentadoria, seguro desemprego, bolsa família, bolsa escola, etc) → YD = Y – T
- Quanto maior a renda disponível, maior o consumo das famílias. Quanto menor a
renda disponível, menos o consumo delas.
- Nem toda renda agregada gerada na economia será utilizada para comprar bens e
serviços, parte dela será poupada. → C = cYD = c(Y – T) onde c é a propensão
marginal a consumir. (quanto do consumo irá variar quando a renda disponível variar)
- Diferença entre déficit público e dívida pública: quando o governo fica com suas
receitas inferiores aos seus gastos, ocorre um déficit. Se o governo adota constantes
políticas fiscais expansionistas que incorram constantes déficits, ele aumentará sua
dívida, de forma que não poderá mais gastar mais do que arrecada, pois terá que pagar
os acúmulos de déficits de períodos anteriores. O déficit público é o que ocorre no
período, um fluxo, e a dívida pública é um acúmulo de déficits, um estoque.
- Se o governo apresenta o NFSP primário superavitário (com lucros), parece que
tomou medidas de contração da renda agregada. Mas se o NFSP nominal for
deficitário, não podemos dizer que o governo tomou medidas expansionistas. Quem
empresta a maior parte do dinheiro para o governo são os banqueiros, que já possuem
grande quantidade de bens e baixa propensão a consumir. Assim, a maior parte das
transferências que o governo realiza para esses agentes vira poupança e não consumo.
E assim, não aumenta a demanda agregada nem o produto, pouco afetando com isso a
renda agregada.
- Política fiscal expansionista: adotadas pelo governo quando adota medidas buscando
aumentar a renda agregada. Feita quando o país apresenta desemprego involuntário dos
fatores de produção. Com o desemprego involuntário, o governo age afetando a oferta
de bens e serviços, gerando uma renda maior. Essa pressão sobre a oferta não afetará o
nível dos preços, já que o país pode aumentar sua oferta agregada utilizando fatores de
produção desempregados.
- Política fiscal contracionista: adotadas pelo governo quando adota medidas
buscando diminuir a demanda agregada. Feita quando o país apresenta características
de uma economia que está em pleno emprego. Com a economia em pleno emprego, a
qualquer pressão sobre a oferta agregada os agentes responderão aumentando o nível
geral de preços, causando inflação de demanda.
Aula 11
- Oferta de moeda: objetos capazes de comprar bens e serviços ou de quitar uma dívida de forma
imediata, isto é, objetos que apresentem liquidez total. O papel moeda que está em poder público
(PMPP) faz parte dos meios de pagamento da sociedade.
- São considerados oferta de moeda: o papel moeda em poder público (PMPP), o cartão de débito, o
depósito que está em sua conta (depósito à vista) → OM = PMPP + DV
- Política monetária: é o conjunto de medidas que o governo adota para controlar a oferta de moeda
(meios de pagamento) conforme os interesses econômicos do país. Quase sempre essas medidas são
implementadas pelo Banco Central. É quando o governo resolve variar a oferta de moeda do país.
- Diferença entre política monetária expansionsita e política monetária contracionista: Quando o
governo adota medidas visando aumentar a oferta de moeda, está adotando uma política monetária
expansionista, e quando o governo toma medidas visando diminuir a oferta de moeda, adota uma
política monetária contracionista.
- OM = PMPP + DV
- Aqueles economistas que acreditam que a emissão de moeda causa inflação e por isso afeta a
distribuição de renda no país, recomendam uma política monetária que tem como objetivo um forte
controle sobre a oferta de moeda, restringi-a ao máximo possível para evitar que ocorra aumento
generalizado de preços. Aqueles economistas que acreditam que o governo pode emitir moeda ao
realizar seus gastos sem necessidade de contrabalançar com tributos/aumento da dívida e que isso não
causa inflação. Se a economia apresenta desemprego de seus fatores de produção (trabalho, máquinas,
equipamentos, etc), o governo pode e deve realizar gastos aumentando a oferta de moeda do país.
Esse aumento de gastos fará aumentar a quantidade produzida de bens e serviços, e com isso, a renda
agregada também aumentará e o desemprego tenderá a diminuir.
- O governo consegue afetar diretamente a demanda agregada, aumentando ou diminuindo seus gastos
(política fiscal). O governo age diretamente sobre a demanda agregada quando utiliza a política fiscal.
- Objetivos do governo ao utilizar a política monetária: também dependem da teoria econômica
adotada. De modo geral, os objetivos da política monetária são estabilizar o nível de preços, aumentar
o nível de emprego, buscar maior crescimento econômico, estabilizar a taxa de câmbio, etc...
- Objetivos principais do governo ao utilizar a política monetária: o objetivo principal é afetar a
base monetária da sociedade, que é controlada diretamente por ele. Assim, ele pretende afetar os
meios de pagamento (meta secundária), e assim ele poderá chegar aos objetivos finais (que é aumentar
o nível de emprego, crescimento do produto, estabilidade de preços, etc...)
- É o governo que determina a quantidade de moeda ofertada, por meio da política monetária, e a taxa
de juros se adapta a essa quantidade.
- Existe a hipótese em que o governo determina a taxa de juros, e com base nessa taxa de juros os
bancos determinam a a taxa de juros que acreditam ser atraente. Neste caso, o governo determina a
taxa de juros, e os meios de pagamento é que se adaptam a essa taxa.
- Para chegar aos seus objetivos pela política monetária, o governo precisa elaborar metas, que
podem ser sobre a base monetária da economia ou sobre a taxa de juros, dependendo da teoria
econômica utilizada.
- Como o governo consegue realizar a política monetária: demora um pouco para os efeitos da
política monetária atingirem os objetivos desejados,não é de forma direta.
- Para realizar a política monetária, o governo utiliza instrumentos de política monetária: reservas
compulsórias, redesconto e operações de mercado aberto.
- O governo só tem controle sobre o PMPP que ele emite. Os depósitos a vista são criados pelos
bancos comerciais por meio da liberação de empréstimos. O Bacen controla o PMPP mais as reservas
bancárias, já que é ele quem emite as reservas que os bancos comerciais guardam (reservas voluntárias
e reservas compulsórias).
- Multiplicador monetário: é a razão entre os meios de pagamento e a base monetária, isto é, quanto
em proporção, os meios de pagamento são superiores às reservas bancárias. Com o dinheiro colocado
em contas em bancos comerciais, o banco multiplica os valores de aplicação e de reservas...
- Reservas compulsórias: utilizada quando tenta atingir a oferta de moeda na economia, isto é,
quando busca alterar as reservas compulsórias (parte dos depósitos a vista que os bancos comerciais
são obrigados a reservar e guardar no Bacen). O governo pode adotar medida contracionista
aumentando o percentual de reserva compulsória do banco comerciais, por exemplo.
- Logo após a implantação do plano real, foi visto que o aumento da demanda pudesse fazer com que a
inflação aumentasse. Para evitar isso, o governo adotou medidas contracionista aumentando o valor
das reservas compulsórias para 100%, isto é, os bancos não poderiam usar nenhum valor dos depósitos
a vista para fornecer empréstimos, fazendo com que isso diminuísse o consumo de bens e serviços,
diminuindo a demanda e evitando o aumento da inflação.
- Os bancos não são obrigados a guardar parte dos valores depositados em reservas quando estes são
realizados em poupança. Com isso, os bancos procuram fugir dessas taxas do Bacen.
- Redesconto: é quando um banco, na compensação diária, pagam mais do que recebe papel-moeda.
Neste caso, deve recorrer a reserva, e se esta não for suficiente, deverá pedir empréstimo aos outros
bancos comerciais. Supondo que estes bancos não possuem reservas disponíveis para emprestar o
dinheiro, o Banco Central socorre este banco. É aí que ocorre o empréstimo de redesconto, e é nesta
operação que o governo faz valer uma política monetária.
- Taxa de redesconto: é a taxa cobrada pelo Bacen ao emprestar dinheiro para os bancos. Essa taxa
de redesconto é bem maior que a taxa cobrada no mercado de reservas, como forma de punição e para
não acontecer constantemente.
- Como o governo controla a oferta de meios de pagamento pelo redesconto: se o governo resolve
aumentar a taxa de redesconto, os bancos tendem a emprestar menos, criando uma quantidade menor
de depósito a vista. Se ele quer adotar uma política monetária contracionista, ele aumenta a taxa de
redesconto, e se quiser adotar uma política monetária expansionista, ele diminui a taxa de redesconto.
- Operações de mercado aberto (open market): É um dos instrumentos mais eficazes para afetar os
meios de pagamento da sociedade, já que atinge diretamente a oferta de moeda.
- Operações de mercado aberto: são operações de compra e venda de títulos públicos realizadas pelo
governo (via Bacen). O título público é uma obrigação do governo. Toda vez que ele emite um título
está trocando uma obrigação por papel-moeda, e toda vez que ele resgata um título, está trocando
papel moeda por obrigação.
- Quando você compra um título público, está emprestando dinheiro ao governo. Como é ele quem
emite o papel moeda, quando ele vende um título e uma pessoa compra, a base monetária da economia
está diminuindo.
- Quando você vende um título público, quando o governo compra um título público emitido por ele,
está ocorrendo um aumento da base monetária da economia, visto que o Bacen recolhe o título e lhe dá
o papel moeda. Isso aumenta os meios de pagamento da sociedade.
- Se o governo compra títulos, ele aumenta a base monetária da economia e aumenta os meios de
pagamento. Se o governo vende títulos, ele está reduzindo a base monetária e diminuindo os meios de
pagamento.
- Funcionamento do compulsório sobre a política monetária: se o governo aumenta a
obrigatoriedade dos bancos comerciais guardar parte dos depósitos a vista como reserva, os bancos
comerciais terão menos dinheiro para emprestar e com isso, menos possibilidade de criar novos
depósitos a vista, e assim eles ficariam mais cautelosos para fornecer empréstimos (política
contracionista). Se o governo resolve diminuir essa taxa, o custo para os bancos recorrerem ao Bacen
será menor, e eles ficariam menos cautelosos para emprestar (política expansionista).
- Funcionamento do redesconto sobre a política monetária: Se o governo resolve aumentar a taxa de
redesconto, será maior o custo dos bancos comerciais ao recorrer ao Bacen (medida contracionista).
Se o governo diminuir essa taxa, será menor o custo para os bancos recorrerem ao Bacen, e eles
ficariam menos cautelosos para emprestar (medida expansionista)
- Funcionamento das operações de mercado aberto sobre a política monetária: Se o governo vende um
título público, ele está recebendo papel moeda e oferecendo o título, diminuindo a base monetária da
economia e diminuindo os meios de pagamento da sociedade (política contracionista). Se o governo
compra um título que está em poder de algum outro agente econômico, ele está retirando desse agente
o título e entregando ao agente papel moeda, e assim, aumentando a base monetária da economia e
aumentando os meios de pagamento (política expansionista)
Aula 12
- Cálculo das transações comerciais e transações financeiras realizadas entre o país e o
stor externo (balançod e pagamento)
Contas utilizadas para compensar o resultado obtido da soma dos 2 tipos de transação
- As transações comerciais e financeiras realizadas entre residentes e não-residentes de um país
são realizadas com uma moeda de aceitação internacional (dólar), e para isso, esses países
precisam captar essa moeda.
- Caso o país não tenha dólar para satisfazer os importadores, o crescimento pode parar. É
necessário que o país apresente métodos capazes de mensurar as suas transações comerciais e
financeiras com o resto do mundo.
- Existe a necessidade de contabilizar as transações internacionais de um país. Essa
contabilização é feita através do balanço de pagamento do país.
- Balanço de pagamento é o método de contabilização das transações financeiras e comerciais
realizadas por residentes e não-residentes de um país em um determinado período de tempo.
- Dois tipos de transações que um país realiza com o restante do mundo: transações
realizadas de forma autônoma pelos residentes e não-residentes do país, e transações realizadas
para compensar o saldo obtido nas transações autônomas (transações compensatórias).
- Tipos de transações entre residentes e não-residentes de um país: transações autônomas e
transações compensatórias.
- Tipos de transações autônomas realizadas entre residente e não-residentes de um país:
transações comerciais ou transações financeiras
- Tipo de transações autônomas realizadas que são contabilizadas no balanço de
pagamento: transações comerciais (transações com bens e serviços) e transações financeiras
(transações com direitos e obrigações).
- Transações Comerciais ou Transações de bens e serviços: Contabilizadas na conta
“transações Correntes”.
- Transações Financeiras ou Transações de obrigações e direitos: Contabilizadas na conta
“Movimento de Capitais Autônomos”.
- Conta “Transações Correntes”: Conta do balanço de pagamentos que contabiliza todas as
transações de bens e serviços realizadas entre residentes e não-residentes de um país.
- Conta Transações Correntes: Subdividida em Balança Comercial; Balança de Serviços e
Transferências Unilaterais
- Balança comercial: Conta usada para transações que envolvem a compra e venda de bens,
ou seja, importação (-) ou exportação (+) de bens. Esses valores são contabilizados
líquidos, ou seja, sem valor de frete, seguro, etc...
- Total da Balança Comercial: Se o total de entrada de dólares (exportação) for maior que o
de saída de dólares (importação), o país está com superávit na balança comercial, Se o total
de entrada de dólares (exportação) for menor que o total de saída de dólares (importação), o
país está com déficit na balança comercial.
- Balança de Serviços: Conta usada para contabilizar transações de serviços. É dividida em:
Transportes: fretes, seguros, etc; Turismo e viagens Internacionais; Renda de Capital: lucros e
juros; Serviços governamentais; e Outros Serviços.
- Transferências Unilaterais: Conta usada para transações que não têm nenhuma
contrapartida de bens ou serviços nem são trocas de obrigações e direitos, mas representam
entrada e saída de moeda estrangeira. Exemplo: transferência de dinheiro ou doações.
- Saldo da Conta “Transações Correntes”: é a soma do saldo dos grupos Balança
Comercial, Balança de Serviços e Transferências Unilaterais. Se o resultado for negativo
(déficit nas transações correntes), significa que o país envia mais dólar para o exterior do que
recebe. E se o sinal for positivo (superávit nas transações correntes), significa que o país
recebe mais dólar do que envia para o exterior.
- Conta Movimento de Capitais Autônomos: usada para contabilizar o movimento de
capitais entre os países. Exemplo: empréstimos e financiamentos, amortizações,
investimento, reinvestimento e capitais de curto prazo.
- Conta erros e omissões: usada para contabilizar operações que, por algum motivo, deixou-
se de contabilizar anteriormente, mas que há certeza de que foram realizadas.
- Saldo do Balanço de pagamento: Soma do saldo dos grupos Transações Correntes (Balança
comercial, balança de serviços e transferências unilaterais); Movimento de capitais autônomos;
e Erros e omissões.
- Saldo do balanço de pagamento: pode ser superavitário (quando está entrando mais dólar
no país do que saindo), ou deficitário (quando está saindo mais dólar do país do que entrando).
- Mesmo o saldo do balanço de pagamento sendo superavitário, nada impede que as transações
correntes estejam negativa e que o saldo positivo de dólar seja referente, por exemplo, ao
capital de curto prazo. E isso é ruim para o país, pois a conta transações correntes mostra o
que de fato o país precisa para satisfazer as necessidades materiais dos seus residentes, e para
financiar esses déficits, muitas vezes o governo prefere aumentar a taxa de juros. A alta taxa
de juros atrai capitais de curto prazo (geralmente especulativos) que faz obter superávit no
saldo do balanço de pagamento, mas qualquer ameaça internacional pode fazer com que esse
capital saia do país imediatamente, o que provoca déficits no saldo do balanço de pagamento
novamente, e caso o país não tenha reservas suficientes, terá que tomar medidas, como a
desvalorização da taxa de câmbio.
- Após o cálculo do fechamento do balanço de pagamento, o saldo deve ser lançado em uma
conta de contrapartida, com sinal inverso, para que fique zerada. Esse saldo é lançado na
conta Movimento de Capitais Compensatórios.
- A conta Movimento de Capitais Compensatórios é dividida em: Variações de reservas
(onde se lança o saldo do balanço de pagamento, com sinal negativo); Operações de
regularização (usada quando o saldo da conta variações de reserva não der para cobrir a
dívida, situação em que se deve pedir dinheiro emprestado ao FMI. Esse tipo de empréstimo é
lançado nessa conta) e atrasados comerciais (usada no caso do FMI não emprestar dinheiro
para cobrir a divida, e o país decretar moratória).
- O Balanço de pagamento é dividido em transações autônomas e transações compensatórias.
As transações autônomas se dividem em transações correntes e o movimento de capitais
autônomos. As transações correntes se dividem em balança comercial (contabiliza as
transações de mercadorias), balança de serviços (contabiliza as transações de serviços) e
transações unilaterais. A conta Movimento de Capitais Autônomos contabiliza as transações
de obrigações e direitos realizadas entre residentes e não-residentes.
- O resultado da soma das transações correntes com o movimento de capitais autônomos é o
saldo do balanço de pagamento. Se esse saldo for positivo, o país está arrecadando mais
dólar do que está enviando para o exterior, e se o saldo for negativo, o país está arrecadando
menos dólar do que está enviando para o exterior. Esses resultados são compensados na conta
Movimento de Capitais Compensatórios.
A conta Movimento de Capitais Compensatórios registra os saldos obtidos no saldo do
balanço de pagamento, para que este fique zerado. Se o saldo for positivo, registra-se como
Variações de Reservas Internacionais. Se o saldo for negativo, registra-se nas Variações
de Reservas e/ou Operações de Regularização (se pegar emprestado com o FMI) e/ou
Atrasados Comerciais (se o FMI não emprestar o dinheiro e o país não conseguir cumprir
seus compromissos, tendo que declarar moratória.)
Aula 13
- Taxa de cambio mostra o quanto da moeda nacional é preciso para comprar uma
unidade da moeda estrangeira.
- Quando ocorre a desvalorização da taxa de câmbio (ou aumento da taxa de
câmbio), significa que a moeda nacional se desvalorizou frente à moeda estrangeira, e
que será necessário mais moeda nacional para comprar uma unidade de moeda
estrangeira. Com a desvalorização da taxa de câmbio, a taxa de câmbio aumenta.
- Quando ocorre a valorização da taxa de câmbio (ou a taxa de câmbio diminui),
significa que a moeda nacional se valorizou frente à moeda estrangeira, e que será
menos moeda nacional para comprar uma unidade de moeda estrangeira. Com a
valorização da taxa de câmbio, a taxa de câmbio diminui.
- A valorização ou desvalorização da taxa nominal de câmbio de uma economia afeta as
transações comerciais e financeiras realizadas entre residentes e não residentes de um
país, principalmente as transações comerciais.
- Se a taxa de câmbio desvalorizar, o país gastará mais moeda na importação. Se
houver um produto semelhante no mercado produzido no país e que o preço não tenha
aumentado, as pessoas vão preferir comprar este produto do que importar este mesmo
produto. Assim, verificamos que com a desvalorização da taxa de câmbio, as
importações tendem a diminuir.
- Da mesma forma, se a taxa de câmbio desvalorizar, os outros países preferirão
comprar os produtos nesse outro país, pois comprará mais produtos do que antes.
Assim, verificamos também que com a desvalorização da taxa de câmbio pode
acontecer um aumento das exportações.
- Se a taxa de câmbio valorizar, o país gastará menos moeda na importação, e comprará
mais produtos do que antes. Assim, verificamos que com a valorização da taxa de
câmbio, as importações tendem a aumentar.
- Da mesma forma, se a taxa de câmbio valorizar, para os outros países ficará mais caro
comprar os produtos do outro país, e comprará menos produtos do que antes. Isso faz
com que a valorização da taxa de câmbio incentive a queda das importações.
- Quando a taxa de câmbio de um país é desvalorizada, as exportações de bens e
serviços desse país tendem a aumentar e as importações de bens e serviços tendem a
diminuir. E quando a taxa de câmbio do país se valoriza, as exportações de bens e
serviços tendem a diminuir e as importações tendem a aumentar.
- Se a taxa de câmbio se desvalorizar, o país vende mais, mas isso nem sempre é um
bom sinal. Se na fabricação do produto for necessário utilizar insumos produzidos em
outros países, esses produtos estarão mais caros, e esse aumento repassado para o preço
da mercadoria, e isso pode gerar inflação.
- O governo pode controlar a taxa de câmbio de acordo com os interesses do país:
Quando um país está em crescimento, ele produz mais. Isso faz as empresas investirem
mais. Como alguns produtos não são produzidos no país, devem ser importados, o que
requer envio de dólar para fora do país. Caso as reservas do desse país sejam baixas, o
país terá que agir para conseguir mais dólar ou reduzirá seu crescimento. Para isso, o
governo utiliza as políticas cambiais (forma como o governo prefere agir em relação à
taxa de câmbio).
- Tipos de regimes cambiais existentes: regime de câmbio flutuante, regime de
câmbio fixo e regime de câmbio misto.
- Regime de câmbio flutuante: a taxa de câmbio e determinada de acordo com a força
do mercado, ou seja, é depende da quantidade procurada e da quantidade ofertada da
moeda estrangeira. Se tiver mais pessoas procurando do que ofertando, a taxa do
câmbio se elevará e a moeda nacional se desvalorizará, assim como se a oferta for
maior que a procura, a taxa de câmbio diminuirá e a moeda nacional se valorizará.
- Problema do regime de câmbio flutuante: a taxa de câmbio pode variar muito de
um dia para o outro, e isso prejudica as transações.
- Regime de câmbio fixo: é o contrário do regime de câmbio flutuante. O governo
determina uma taxa de câmbio de acordo com o interesse do país e todas as transações
deverão ser realizadas utilizando essa taxa.
- Problema do regime de câmbio fixo: se ocorrer grande procura pela moeda
estrangeira, o Banco Central do país que adota esse regime, terá que oferecer a
quantidade de moeda desejada por essa taxa pré-determinada. Se essa procura
continuar aumentando, ele terá que satisfazer essa procura com as reservas feitas
anteriormente, já que este país não produz essa moeda estrangeira. Se essa reserva
diminuir muito, o país terá problemas no seu balanço de pagamentos e terá que recorrer
ao FMI ou decretar moratória.
- Regime de câmbio misto: O governo determina uma taxa de câmbio com limite
máximo e limite mínimo, e deixa a taxa de câmbio efetiva flutuar nesse intervalo de
valores. Se a taxa efetiva querer passar da taxa máxima, o governo interferirá no
mercado oferecendo essa moeda, o que fará a taxa de câmbio cair. Se a taxa de câmbio
efetiva está se aproximando da taxa mínima, o governo entra no mercado e compra a
moeda estrangeira, fazendo a taxa de câmbio subir. É uma mistura entre o regime de
câmbio flutuante e o regime de câmbio fixo: o governo determina duas taxas de
câmbio (câmbio fixo) e deixa a taxa flutuar nesse intervalo (câmbio flutuante).
- Diferença entre os regimes de câmbio: No regime de câmbio flutuante a taxa de
câmbio é determinada pela oferta e procura de moeda no mercado, no regime de câmbio
fixo, a taxa é determinada pelo governo; e no regime de câmbio misto ocorre uma
mistura dos dois regimes, sendo que se diferencia do regime flutuante por este não ter
um intervalo de valores, podendo variar além desse intervalo, e se diferencia do regime
fixo por este não ter um intervalo para variar e ser fixo em um único valor.
- Outra maneira como o governo pode controlar a entrada e saída de moedas
estrangeiras do país: Se o país tenha uma política voltada para o desenvolvimento
industrial do país, o governo pode incentivar a importação somente de bens de capital
(máquinas e equipamentos) e proibir as importações de bens supérfluos e que não
ajudem no desenvolvimento industrial. Ele pode fazer isso aumentando as tarifas
alfandegárias desses produtos, fazendo com que eles fiquem mais caros do que os
produzidos no país. Da mesma forma, ele pode agir proibindo a exportação, criando
tarifas alfandegárias para esse tipo de transação.
Aula 14
- Inflação: quando ocorre um aumento geral no nível de preços.
- Hiperinflação: quando uma economia atinge patamares elevadíssimos de aumento generalizado de
preços. É o processo onde a inflação ultrapassa 50% por mês, e faz com que a moeda perca suas
funções.
- Índice de inflação: é a porcentagem de aumento nos preços dos bens e serviços em determinado
período de tempo.
- Conseqüências de uma inflação alta: Principalmente sobre a distribuição de renda, pois os
trabalhadores perdem poder de compra. Influencia também nas transações entre residentes e não-
residentes do país, principalmente nas transações de bens e serviços contabilizadas nas transações
correntes, pois os preços dos produtos internos tendem a ficar mais caros, incentivando as importações
e, consequentemente, diminuindo as exportações, e isso produz um déficit em transações correntes.
Influencia também nas funções da moeda, principalmente em caso de hiperinflação, pois faz com que
ela perca suas funções (meio de troca, reserva de valor e unidade de conta): ela perde valor,
incentivando as pessoas a não guardar dinheiro (perde reserva de valor), as pessoas utilizam outro
indicador para dar valor as coisas, ao invés da moeda (perde unidade de valor) e as pessoas preferem
receber outra coisa mais valiosa em suas negociações de compra e venda do que a moeda (perdendo a
função de meio de troca).
- Inflação de demanda: Ocorre quando há excesso de procura por bens e serviços sobre uma dada
oferta, o que provoca aumento dos preços desses bens e serviços
- O excesso de oferta de moeda causa inflação: Se o governo aumenta a oferta de moeda, dá a
sociedade uma maior possibilidade de comprar bens e serviços (aumentar a demanda agregada por
bens e serviços). Como a oferta agregada não pode aumentar, esse aumento na procura provoca
aumento geral do nível de preços, causando inflação.
- Porque a oferta agregada de bens e serviços não pode crescer: a quantidade produzida de bens e
serviços está em pleno emprego (os bens e serviços que estão sendo ofertados na economia são
produzidos ao máximo possível). Assim, qualquer aumento na procura pressiona os produtores a
aumentar a oferta, e como já estão trabalhando em plena capacidade de produção, não conseguem
aumentar a produção e respondem à essa procura aumentando os preços. Se isso acontecer, pode gerar
inflação. Nesse caso, o governo pode agir: pode restringir o crédito para empréstimos e
financiamentos ou aumentar os impostos e diminuir a renda pessoal e reduzir os gastos públicos.
- Inflação de custos: a inflação tem origem na elevação dos custos de produção, que são repassados
para os preços das mercadorias (esses insumos podem aumentar por monopolização do mercado, pela
desvalorização da taxa de cambio aumentando o preço dos produtos importados, pelo aumento do
preço do trabalho/salário, etc)
- Política econômica mais recomendada para o combate da inflação de custos: controle dos
preços. O governo controla preços estratégicos da economia (como o petróleo, energia elétrica) e
acompanha a evolução dos custos de produção das empresas e autoriza aumentos de preços apenas
quando fica demonstrado que realmente houve um substancial aumento nos custos de produção.
- Inflação inercial: agentes econômicos tendem a reajustar seus contratos prevendo a possibilidade de
uma inflação e acabam repetindo a inflação passada, e ela acaba baseada, no mínimo, na mesma taxa
do período anterior.
- Quando o governo afirma que a inflação está crescendo devido ao aumento do consumo, ele está
afirmando que a inflação é de demanda, e pode tomar medidas para restringir a renda da sociedade.

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  • 1. Resumo de Macroeconomia Aula 1 - Quatro variáveis agregadas da macroeconomia, que se relacionam de forma que um afete aos outros: o nível de preços, o nível de emprego, a taxa de câmbio e a taxa de juros. - Essas variáveis afetam o crescimento econômico, a inflação, o comércio exterior, e a distribuição de renda. - O preço é a soma de todos os preços de todas as empresas que operam em um mesmo sistema econômico (encontra-se a variável agregada nível de preço, ou preço) - Um dos efeitos que altera o preço é a inflação. - Inflação é um aumento do nível geral de preços. Aumento da moeda circulante no país. - Deflação é a diminuição do nível geral de preços. - Emprego refere-se a mão-de-obra como fator de produção dentro de um sistema econômico. O nível de emprego depende das expectativas dos empresários em torno do que vão produzir. - Períodos de alto desempenho para a produção beneficiam a todos e geram o crescimento econômico. - Crescimento econômico: aumento das atividades econômicas de um país durante um período de tempo. Geralmente é medido pelo PIB. - Quando o país apresenta níveis de produção e emprego menores, produz menos, chamamos recessão (contrário de crescimento econômico). - Taxa de câmbio é o preço da moeda nacional em relação à moeda estrangeira. - Desvalorização da taxa de câmbio: moeda estrangeira encareceu. - Valorização do câmbio: moeda estrangeira está mais barata. - Se há muitos dólares circulando no país, o preço do dólar cai. Se o Banco Central deseja elevar o preço do dólar, tornando o real mais barato, ele compra dólares no mercado e os soma á sua reserva. O oposto acontece quando há poucos dólares circulando no mercado (quando o dólar está caro em relação ao real), aí o BC vende dólares de sua reserva por valores mais baixos do que o praticado pelo mercado. - Balança de pagamentos: determina a atratividade de um país para o comércio exterior, e controla o fluxo de entrada e saída de capitais. É o registro de todas as transações econômicas que envolvem o país e o resto do mundo, como exemplo, as exportações, importações e pagamento de juros das dívidas externas. - Taxa de juros: é quando o mercado embute no preço de produtos e serviços quando se compra a crédito. É uma forma que o mercado encontra para compensar perdas diante da inflação. - Se há aumento da taxa de juros, os empresários ficam desestimulados a investir. A elevação da taxa de juros desestimula os investimentos na produção e estimula a poupança. Se os empresários investem menos, a produção cresce menos, o que implica em menos emprego – A taxa de juros pode afetar o nível de emprego. - Salário: fonte de renda para quem trabalha, e custo para a empresa. Reajuste estimula o consumo e eleva os custos da empresa, o que pode ser repassado para os preços. Se isso se repetir de forma generalizada, inicia-se um momento de inflação. Se você ganha mais e o reajuste é repassado para o preço das mercadorias, tudo fica mais caro, e o dinheiro passa a valer menos. - Taxa de câmbio afta o nível de preços e as exportações. A desvalorização do câmbio é um dos fatores que pode afetar a inflação. - Se o poder de compra das pessoas diminui, o nível de compra também é reduzido, assim como a procura pelos itens. - Os quatro macro problemas econômicos nacionais: inflação; crescimento econômico baixo; dívida externa alta; e má distribuição de renda.
  • 2. Aula 2 - PIB: estimativa do valor de tudo que foi produzido por um país em determinado período. É calculado com base nos preços de mercado, e leva em conta apenas os bens e serviços finais (não leva em conta os que já estão incluídos no produto, como matéria prima, senão seriam contabilizados de forma duplicada). É a soma de tudo que foi produzido no país, e também a renda total grada no processo da produção. ---(o valor da renda é exatamente igual ao valor do produto) - A elevação dos preços afeta o valor do PIB, mesmo que a quantidade produzida permaneça a mesma de um ano para o outro. - PIB Nominal: representa o PIB a preços correntes, baseado nos preços praticados pelo mercado (quantidade atual X preço atual). Capta tanto o crescimento do volume da produção quanto a variação de seus preços. - PIB Real: representa o PIB em termos de preços constantes, a partir de um ano considerado como referência (quantidade atual X preço ano referência). Calcula o crescimento econômico, a partir do aumento ou da diminuição do nível real de produção de um país. - Se o PIB aumentou de um ano para o outro, ou a quantidade produzida aumentou, ou os produtos sofreram aumento de preços. - Deflator do PIB: índice que diz que parte do aumento do PIB nominal cabe ao crescimento dos preços, para calcular a elevação média do nível de preço final de um ano para o outro. Faz referência ao crescimento médio dos preços da economia. É a razão entre o PIB nominal e o PIB real, que avalia o crescimento médio de preços de um período. - Deflator do PIB = (PIB Nominal / PIB real ) X 100 - PNB; é a soma de tudo que é produzido aqui e que fica aqui. - A diferença entre PIB e PNB é a renda líquida enviada ao exterior. - PIB negativo: PIB real de um ano é menor que a do ano anterior, houve recessão, a atividade econômica diminuiu entre um ano e outro. - O que o PIB não mede: a economia informal. - Renda per Capita (PIB per capita): é a quantia em reais que cada habitante receberia caso o PIB fosse dividido entre toda a população. - O PIB pode ser medido de duas formas: somando as rendas pagas pelas empresas dentro da produção ou pelo total dos gastos dos consumidores no mercado de bens e serviços. Aula 3 PIB = C + I + G + (X – M) Consumo (despesa das famílias com compra de bens) + Investimento (despesa das empresas com máquinas, equipamentos, etc, excluindo somente as despesas de pessoal e impostos) + Gastos do governo (despesas do Estado com compras de bens e serviços) + (exportações, valores de vendas para outros países – importações, compras de outros países) - Componentes do cálculo do PIB: consumo, investimento, gastos do governo, exportações, diminuindo o valor das importações. - PIB é igual a soma do consumo das pessoas, investimento das empresas e gastos do governo com o total das exportações, diminuído do valor das importações. - A renda pode ter três destinos: o consumo (C), a poupança (S) ou pagamento de impostos (T). - PIB = C + S + T - Demanda agregada: desejo dos indivíduos de adquirir os bens produzidos em um país dentro de um determinado período de tempo - DA = C + I + G - Se o PIB é igual a demanda agregada (PIB = DA = C + I + G) dizemos que o PIB está em equilíbrio. - Se a demanda agregada for menos que a quantidade produzida, haverá acúmulo de estoque, se a demanda agregada for maior que a quantidade produzida, haverá falta de estoque. A posição de equilíbrio se dá quando a produção agregada iguala ao produto.
  • 3. Aula 4 - Modelo Keynesiano: diz que a demanda por produtos tem papel fundamental na determinação do nível de produção e de renda de uma economia. Se a demanda agregada aumenta, as empresas procuram atender essa elevação por meio de mais produção e mais empregos, o que faz aumentar a renda, e possibilita o aumento da produção até alcançar novo ponto de equilíbrio. - Função de consumo: diz que a quantidade de gastos de uma pessoa depende de sua renda, e conforme essa renda aumenta, também aumenta o consumo. - Propensão Marginal a Consumir: é a fração de renda adicional que uma pessoa gasta - PMC = (mudança no consumo) / (mudança na renda) - Consumo autônomo: sempre ocorrerá, mesmo que a renda de uma pessoa seja equivalente a zero. É o consumo de itens de subsistência, que não conseguimos viver sem ele. Consumo = Consumo autônomo + Renda esperada C = Co + cY C = Co + cYd (Consumo + consumo autônomo + renda disponível, renda apropriada pelas famílias, descontados os impostos diretos pagos ao governo) - A propensão marginal a poupar é a fração da renda adicional que uma pessoa destina à poupança. - A soma da PMc e da PMp deve ser igual a l. (consumo + poupança = 1) - Renda = consumo + poupança + impostos --- (Y = C + S + T) - Função poupança: (S = – Co + (1 – c)Yd - Se a renda disponível for zero, a poupança será de –Co. O consumo autônomo se refere aos gastos essenciais. Um indivíduo que não tem renda não pode gastar com nada que não se encaixe nesse tipo de despesa. - Renda em equilíbrio: (T + C + Sexp = C + I + G) impostos + consumo + poupança esperada = consumo + investimentos + gastos governo - Poupaça em equilíbrio: (Sexp + T = I + G) poupança esperada + impostos = investimentos + gastos governo - Dentro do modelo keynesiano, o consumo autônomo, os gastos do governo e as exportações são considerados gastos autônomos. Ye = ( 1 / 1 – c ) X ( Co – cT + I + G ) - C é variação consumo/renda; Co consume autônomo; cT variação dos impostos; I investimento e G gastos governo - O primeiro termo é o multiplicador de gastos – o valor da renda de equilíbrio será m vezes o valor da equação de gastos autônomos (segundo termo). - (Yd = Y – T = Y – tY) Renda disponível = renda – impostos = renda – tributos sobre renda - (C = Co + cYd = Co + c (Y – tY) consumo = consumo autônomo + variação consumo renda x renda disponível = consumo autônomo + variação consumo/renda X (renda – tributos sobre renda) - Balanço de Transações Correntes = Exportação – Impostação BTC: saldo de movimento da balança comercial (exportações menos importações) e de serviços como pagamento de juros da dívida externa.
  • 4. Aula 5 - Investimentos: são elementos importantes da demanda agregada e podem aumentar a capacidade produtiva, aumentando os recursos disponíveis destinados à produção de bens e serviços (estoque de capital). - Fases do investimento: a 1ª quando há despesas com a compra de capital, o que impulsiona a demanda agregada. A 2ª após a maturação dos investimentos, o que resulta em aumento da produção e da capacidade produtiva da economia. - Investimento é a ação que eleva a oferta agregada e o estoque de capital no sistema econômico. - Investimento líquido: é a diferença entre investimento bruto e depreciação (montante de investimento destinado a cobrir o que se desgasta ao longo do tempo). - Estoque de capital desejado = relação entre capital e produto multiplicado pelo nível de produto (PIB). - Quando há um gasto com investimentos, a renda e o produto deverão aumentar por conta do multiplicador dos gastos. Quando o produto aumenta, os investimentos também aumentam. Ao elevar o estoque de capital, a oferta do produto aumenta também. - Acelerador dos investimentos: diz que uma taxa de crescimento do produto (PIB) causa uma elevação nos investimentos, o que aumenta os níveis do produto, o que acelera os investimentos mais uma vez. - Investir requer um desembolso financeiro, que pode ser com recursos próprios ou de terceiros. Se for de terceiros, deve pagar juros. Outra forma de fazer investimentos é quando a empresa dispõe de lucros do período anterior retidos em nível suficiente para bancar seus gastos com investimentos. Neste caso, ela deve avaliar a possibilidade de aplicar esses lucros retidos em títulos que rendam em ritmo igual ao das taxas de juros. - Seja com recursos próprios (lucros retidos) ou de terceiros (empréstimos), a taxa de juros representa o custo de investir. - O conceito de taxa de juros recai sobre duas taxas: taxa nominal e taxa real. - Taxa nominal: expressa em termos de quantas unidades monetárias são pagas como juros – são os juros pagos. - Taxa real: expressa em termos de poder aquisitivo ou poder de compra; mede o quanto realmente se paga, levando em conta o poder aquisitivo do dinheiro antes e depois de pago o empréstimo – são os juros pagos menos a inflação. - Taxa real = taxa nominal dividida pelo índice de preços. - O que importa para os empresários são as taxas de juros reais, pois ela mede o valor real dos juros que precisaram ser pagos. Os preços dos produtos que os empresários vendem devem estar acompanhando o ritmo inflacionário. - Os determinantes do investimento: o investimentos depende das variáveis nível de produto, taxa de juros nominal, inflação e estoque de capital no período anterior. Relação entre as variáveis importantes e o nível de investimento: um aumento no nível de produto estimula os investimentos (a elevação do produto causa mais vendas, e assim, um estoque maior de capital é desejável); Se a taxa de inflação se mantiver fixa, quanto maior a taxa de juros, maior será o custo de investir e menor será a motivação para investir., e quanto menor a taxa de juros, menor será o custo de investir e maior será a motivação para investir; Se a taxa nominal de juros se mantiver fixa, se a taxa de inflação aumentar, o valor real do que se pagará com os empréstimos para investir diminuirá, e por estar mais barato para investir, o nível desejado de investimentos deve aumentar, assim como a redução da taxa de inflação aumenta o valor real do que se pagará com os empréstimos para investir, tendendo a diminuir o nível de investimentos; Quanto menor o estoque de capital do período anterior, maior será a necessidade de investir para cada nível de produção desejada. - efeito multiplicador de gastos (o aumento de investimento eleva a renda); efeito acelerador (o aumento da renda devido ao multiplicador leva a novo aumento de investimentos) - Os investimentos são importantes para o sistema econômico porque são um componente de demanda agregada (estimulam o crescimento do PIB pelo lado da demanda) e porque aumentam a capacidade produtiva da economia devido à elevação do seu estoque de capital. - Os mais importantes fatores que influenciam o nível de investimentos são a taxa real de juros , que depende da taxa nominal e da inflação, e o crescimento do produto.
  • 5. Aula 6 - A moeda representa o dinheiro e todas as outras formas de pagamento ou recebimento que dispomos. - Funções da moeda: intermediário de troca, unidade de conta, e reserva de valor. - Moeda como intermediário de troca: A moeda transforma as transações em trocas indiretas. - Moeda como unidade de conta: expressa os valores das mercadorias e de todos os ativos em geral pela sua própria unidade. Uma atribuição da moeda é cotar os valores (unidades de conta) em unidades monetárias. - Moeda como reserva de valor: pode ser utilizada em vários períodos de tempo. A pessoa com posse da moeda pode utilizá-la no futuro. - O valor da moeda (poder aquisitivo) é inversamente proporcional ao nível de preço. Toda vez que o nível de preço sobe, o valor da moeda é reduzido, e se os preços diminuem, o valor da moeda aumenta. - Características que a moeda deve ter para que exerça suas funções de forma plena: precisa ter durabilidade (para que possa ser usada ao longo do tempo, se não fosse assim comprometeria as funções de meio de troca e reserva de valor); deve ter aceitação universal (precisa ser aceita por todos, ter baixo custo de estocagem, para que possa ser utilizada em pequenas e altas transações) e ser de difícil falsificação ( fundamental para a estabilidade do valor da moeda, porque um volume muito grande de moeda em relação ao produto diminui seu valor e coloca sua existência à prova) . - Moeda estrutural, ou depósitos à vista: cheques como forma de pagamento. Representa o saldo em conta corrente bancária que pode ser utilizado por meio de cheque para pagamento ou recebimento. É o contrário do depósito a prazo. - Banco comercial: todo estabelecimento bancário autorizado a receber depósitos à vista. - Atividade principal de um banco comercial: realizar empréstimos. Eles recebem os depósitos à vista e à prazo, deixam parte destes guardados sob forma de reservas para utilizar no caso dos clientes resgatarem esses valores, e a outra parcela é emprestada a terceiros, que pagam juros (que representam os ganhos brutos dessas instituições). - Principais funções do Bacen: é o banco dos bancos (empresta aos bancos); é responsável pela guarda de todos os valores que o país recebe de moeda estrangeira; é o banco do governo (é depositado nele todos os recursos referentes a impostos e taxas, e também realiza empréstimos ao governo, mantém e opera títulos do governo); é emissor de moeda. - Meios de pagamento: é a moeda, é o total de papel moeda em poder público (PMPP) mais os depósitos a vista nos bancos comerciais (DVBC). - Base monetária: é o total de papel moeda em poder público (PMPP) mais o total de reservas mantidas pelos bancos comerciais. - Papel moeda em poder público (PMPP): é o volume de papel moeda emitido menos as reservas dos bancos. - Multiplicador bancário ou dos meios de pagamentos: os bancos criam meios de pagamentos adicionais, deixam uma parte como reserva e emprestam outras, que acabam se transformando em novos depósitos que, pela regra do banco, mantêm somente uma parte como reserva e gerando novos empréstimos com o restante, e assim por diante. - Tipos de reservas (ou encaixes) dos bancos comerciais: encaixes em caixa (são os caixas das agências bancárias, que atendem quem vai sacar ou trocar cheques por papel moeda); reservas voluntárias (mantidas no Banco Central para fins de compensação de cheques); e reservas compulsórias (o Banco Central estipula obrigatoriamente a retenção de uma percentagem dos depósitos à vista como encaixes compulsórios, que devem ser recolhidos no Baco Central). - A soma dos depósitos a vista é o resultado da criação de meios de pagamentos por intermédio dos bancos. - O multiplicador dos depósitos será tanto maior quanto menor for a parcela dos depósitos retidos sob a forma de reservas bancárias. Quanto maiores as reservas, menos recursos o banco terá para emprestar. - Quanto maior a razão entre depósitos a vista e meios de pagamento, maior será o multiplicador; e quanto maior a fração das reservas bancárias sobre o que se recebe de depósito a vista, menor será o multiplicador. - Controle da oferta de moeda pelo Banco central: é feito de três modos: Mercado aberto ou operações de open market (O Bacen compra ou vende títulos do governo no mercado de títulos. Quando o governo vende um título, recebe o valor da venda do título em dinheiro, o que retira tal montante de moeda de circulação, havendo uma diminuição dos meios de pagamento, e quando compra os títulos do público, está colocando moeda na economia, aumentando a oferta monetária); Reservas compulsórias (todo banco precisa reservar uma parte dos depósitos que recebe, essa parte é definida de acordo com os interesses da política monetária do país, e por afetar a disponibilidade dos recursos para empréstimos, o valor dessas reservas influencia o multiplicador bancário; Se o Bacen pretender contrair a oferta monetária, pode elevar o recolhimento compulsório das reservas bancárias, se quiser ampliá-la, pode diminuir essa taxa); e taxa de redesconto (é a taxa de juros que os bancos têm que pagar ao Bacen quando estão sem moeda suficiente para atender aos clientes. Um aumento na taxa de redesconto tende a elevar as reservas bancárias, e assim, diminuir o multiplicador e os meios de pagamento). - Multiplicador dos meios de pagamento = meios de pagamento dividido pela base monetária
  • 6. Aula 7 - Demanda por moeda significa quanto de sua riqueza ou renda as pessoas desejam manter sobre a forma de moeda. - A demanda por moeda se dá por motivos de transação, precaução e especulação. - Demanda por moeda por motivo de transação: é a demanda por moeda pela facilidade que ela proporciona para efetuar transações econômicas. É o montante de moeda suposto como o suficiente para efetuar os gastos planejados por um certo período de tempo. - Demanda por moeda por motivo de precaução: se dá pela ciência de que fatos imprevistos podem ocorrer. Quanto mais rica for a pessoa, maior será o encaixe por motivo de precaução. - Demanda por moeda pro motivo de especulação ou portfólio: é reter moeda para aproveitar uma oportunidade de ganhar dinheiro a partir das circunstâncias do momento ou do futuro. É a parcela da demanda por moeda que o indivíduo guarda com objetivo de ser beneficiado por algum ganho futuro. - As pessoas retêm moeda não pelo seu valor nominal. O que importa é a demanda real, ou seja, o poder de compra da quantidade de moeda de que se precisa para fazer frente aos gastos. Levando em conta o valor nominal, pode-se cair na famosa ilusão monetária. - A teoria quantitativa da moeda estabelece uma relação entre a quantidade de moeda e os valores que terão as transações (ou os produtos) que são trocados por elas em uma economia. Estabelece também que a velocidade de circulação da moeda é constante. - Equação: Md = 0,6Y – 2i informa que a demanda por moeda depende da renda e da taxa de juros. - O número de vezes que uma moeda passa de mão em mão nos negócios em que é utilizada recebe o nome de Velocidade de circulação ou velocidade-renda da moeda. - Cálculo da circulação da moeda: dividir o PIB nominal pela quantidade de moeda (meios de pagamento). - Quando a moeda está com alta velocidade de circulação (quando todos tentam se livrar da moeda) é porque as pessoas estão retendo pouca quantidade de moeda em razão da renda. Quando a inflação está muito elevada, ninguém quer ficar com dinheiro nas mãos, já que a perda de seu poder aquisitivo é grande. - Teoria monetária da inflação: emissão de moeda causa tão somente mais inflação. - Pela Teoria quantitativa da moeda, a economia (pessoas, empresas, governo) com mais dinheiro na mão desejará comprar mais, e como já se está no nível máximo de produção, a pressão da demanda apenas elevaria os preços. - A taxa de juros tem relação inversa com a demanda por moeda. - O rendimento real de uma aplicação é o que se ganha em termos de poder de compra com o resultado da aplicação. Então a taxa real de juros não é a componente que afeta a demanda por moeda, e sim a taxa nominal, ou seja, o custo de reter moeda é dado pela taxa nominal de juros.. - A perda que representa o ato de manter moeda é composta pro duas parcelas: a taxa real de juros (o que se deixou de ganhar por não ter aplicado) e a desvalorização da moeda no período (a taxa de inflação). - Custo de demandar moeda: C=r+II onde C é o custo de manter moeda, r é a taxa real de juros, e II é a taxa de inflação. - A taxa real de juros é a taxa nominal descontada a inflação. - Na taxa nominal de juros, quanto maior a taxa de juros menor deverá ser a demanda por moeda, e quanto menor a taxa de juros, maior a demanda por moeda. - A taxa nominal de juros e a taxa de inflação são importantes elementos na determinação de quanto da riqueza de um indivíduo será mantido em moeda.
  • 7. Aula 8 - As funções da moeda: meio de troca, unidade de conta e reserva de valor. - As instituições que oferecem empréstimos são incluídas no sistema financeiro. - Relação financeira: é o processo de transferência de renda de um agente para outro. Ocorre toda vez que um agente econômico transfere poder de compra para outro agente econômico, tendo em contrapartida a promessa de pagamento futuro. - Agentes financeiros existentes dentro da economia: agente superavitário e agente deficitário. Eles podem realizar relações financeira, que podem ser ou não intermediadas por uma instituição financeira. - Agente deficitário: é todo agente econômico que gasta comprando bens e serviços mais do que recebe como renda. - Agente superavitário: é todo agente econômico que gasta menos do que recebe como renda. - Poupança de um agente econômico: é toda a renda disponível que este recebeu subtraindo-se o que ele gastou comprando bens e serviços de consumo no mesmo período. - Intermediação financeira: é o ato de captar recursos do agente superavitário e transferir para o agente deficitário. - Instituição financeira: empresa que fazem as intermediações entre agente superavitário e agente deficitário. - Juro: é a vantagem financeira oferecida nas relações financeiras. - Títulos: são as obrigações geradas na realização de contratos financeiros. - Títulos de dívida: são títulos que representam a obrigação de quitar todo o valor expresso no contrato, como exemplo as notas promissórias, duplicatas e letras de câmbio. - O título negociado pode, em vez de exigir um valor monetário em troca, representar uma inclusão de propriedade. O agente superavitário se torna um dos donos do bem do agente deficitário. - A entidade bolsa de valores não é uma intermediária financeira, pois apenas fornece o espaço para o agente superavitário e o agente deficitário negociarem. - As instituições financeiras são instituições que realizam o papel de intermediário financeiro (captam recursos de agentes superavitários e emprestam para agentes deficitários). Nessa operação, é a instituição financeira que obtém lucro. - O que diferencia as instituições financeiras bancárias e as instituições financeiras não-bancárias são as formas de captação de recursos: as instituições financeiras bancárias estão autorizadas a captar parte de seus recursos através de depósitos, enquanto as instituições financeiras não-bancárias captam recursos apenas através da colocação de títulos ou recursos próprios. - Tipos de depósitos realizados nas instituições financeiras bancárias: Depósito à vista (depósitos feitos em conta corrente e que possuem liquidez imediata – podem ser trocados por moeda a qualquer momento) ; depósito à prazo (depósitos feitos no banco mas não resgatáveis a qualquer momento, são obrigações que o banco tem com os clientes que só podem ser resgatados em prazo pré-determinado entre os dois, e caso haja necessidade de resgatá-lo o cliente poderá perder rendimentos) e depósito em poupança (obrigação que os bancos criam quando o cliente deposita uma determinada quantia com o objetivo de obter algum rendimento, eles podem ser resgatados a qualquer momento, mas somente com um pedido direto aos bancos, isto é, não podem ser transferidos por emissão de cheque. - Tipos de bancos: Banco comercial, Banco de investimento e Banco de poupança - Banco comercial: autorizado a captar seus recursos via depósito à vista. Esses recursos são aplicados no mercado de crédito, isto é, são transferidos para agentes deficitários que querem comprar determinado bem ou serviço. Exemplo, o crédito pessoal. Como emprestam dinheiro, correm o risco de não receber esses valores de volta (o chamado risco de crédito). Outro risco que os bancos comerciais correm é o cliente querer sacar mais do que eles tem em reserva (risco de liquidez). Para não correr riscos de liquidez, os bancos obrigam-se a aplicar recursos captados em créditos de curto prazo. - Banco de Investimento: autorizado a captar seus recursos via depósito a prazo. A maior parte desses recursos é aplicada no mercado de capitais, isto é, são transferidos para agente deficitários que querem realizar investimentos. Esse tipo de instituição é super importante para o crescimento e desenvolvimento econômico do país. O banco de investimento corre Risco de capital (o título pode passar a valer menos do que o esperado), mas da mesma forma, pode ter um ganho de capital, no caso do título valorizar mais do que o esperado. - Banco de poupança: autorizado a captar seus recursos via depósito em poupança. A maior parte desses recursos é aplicada no mercado de crédito, mas voltados para o crédito imobiliário. Essas instituições também correm o risco dos clientes não pagarem (risco de crédito), mas esse risco é reduzido, pois os próprios imóveis são dados como garantia de não-pagamento. Esse tipo de contrato é chamado hipoteca. - Os sistemas financeiros nacionais são compostos de: bancos, caixas de poupança, bolsas de valores, fundos de pensões, seguradoras, bem como do banco central e a autoridade pertinente de cada país.
  • 8. Aula 09 - Juscelino Kubitscheck buscou a industrialização através de forte participação do setor público. Fernando Collor, Fernando Henrique e Lula buscaram a continuidade do desenvolvimento através de participação mínima do Estado, acreditando que o setor privado seria capaz, por si só, proporcionar esse desenvolvimento. - Até a crise de 1929 a teoria dominante era a teoria neoclássica, onde era recomendada uma participação mínima do Estado. Com a crise econômica da época e conseqüentes taxas de desemprego elevadas, foi desenvolvida uma política econômica que afirmava contrário. E a partir daí, as políticas econômicas passaram a ser adotadas no sentido e haver uma maior intervenção do Estado. Com as crises inflacionárias a partir de 1970, retornou-se a visão neoclássica e a recomendação da participação mínima do Estado voltou às pautas políticas, e ganharam mais efeito a partir de 1990. - Setor público engloba todos os órgãos empresas (industrias ou de serviços) pertencentes ao Estado. - Na economia brasileira, o setor público pode ser analisado como sendo o setor público não- financeiro mais o Banco Central. - O setor público não-financeiro leva em conta: todas as administrações diretas (Executivo) exercidas pelos governos, nas esferas federal, estadual e municipal; as administrações indiretas (como o Legislativo), também o federal, municipal e estadual; o INSS – sistema público de previdência social; e as empresas estatais não-financeiras também nos níveis federal, estadual e municipal. - Setor público brasileiro – instituições não financeiras, como INSS, e prefeitura - Instituições financeiras: exemplo: Bancos, exceto Bacen, CEF... - Bens públicos: são os bens e serviços que o mecanismo de mercado não consegue prover; são bens e serviços que o mecanismo de mercado, por si só, é incapaz de fornecer, pois não consegue excluir o não pagador). - Uma das funções do governo é a função alocativa: é responsável por fornecer bens públicos, exemplo a justiça, a segurança pública, a educação pública, etc. - Quanto mais produtos o país estiver produzindo, mais fatores de produção esse país contratará e mais renda terá a população desse país. Daí a importância de buscar sempre o crescimento da produção do país, ou seja, o crescimento econômico desse país. - Entre as décadas de 1950 a 1970 as taxas de crescimento do PIB foram em média bem expressivas, mas a miséria da população não diminuiu. Isso se deu porque o país cresceu, a renda total aumentou, mas essa renda não foi dividida de forma igual, houve concentração de renda. - Em relação a isso é que o governo tem a função distributiva, pois ele pode fazer a redistribuição de renda. - O governo pode fazer a redistribuição de renda utilizando as transferências, os tributos e os subsídios, ele pode realizar essa função sim. - Na função distributiva, quanto maior a produção do país, maior a renda agregada da população. Se a produção aumenta, a necessidade de contratar mais fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais) também aumenta, ou seja, diminui o desemprego. - Outra função do governo é a função estabilizadora. Em caso do país apresentar elevadas taxas de desemprego, o governo deve intervir na economia com o objetivo de diminuir o desemprego. - Todas essas funções do governo dependem da teoria econômica que está por trás da ação política adotada, que diz se o Estado precisa intervir na economia, ou se essa intervenção deve ser a mínima possível... - A busca por uma menor participação do Estado na economia também tem o objetivo de satisfazer a função estabilizadora. - O preço dos produtos fabricados no país também têm uma importância muito grande para o Estado. Se ocorrer um aumento geral dos preços desses produtos, o poder de compra da moeda emitida pelo governo é diminuído. Toda vez que há inflação, parte da população perde poder de compra (fica mais pobre). Isso refere-se a mais uma função estabilizadora do governo: manter estável o nível de preços. - Algumas recomendações que devem ser seguidas para que a estrutura tributária não se torne injusta ou ineficiente: é recomendável tributar em parcela maior o agente que ganha mais. Essa forma de tentar tornar mais justo a estrutura tributária é chamada de princípio da capacidade de pagamento;; cobrar impostos em conformidade com quem está sendo mais beneficiado ou de quem poderia se beneficiar mais. Essa forma de tributação é chamada de princípio do benefício;; a estrutura
  • 9. tributária deve ser organizada de forma a não atrapalhar a alocação de recursos da economia. Essa forma de tributar é chamada de princípio da neutralidade;; os tributos que o governo impõe à sociedade devem ser de fácil arrecadação. Essa forma de tributar é chamada de princípio da simplicidade. - Tipos de impostos: impostos diretos (são cobrados diretamente de quem está pagando, é cobrado na finte emissora do tributo, como IRRF) e impostos indiretos (incidem sobre bens e serviços e não são cobrados diretamente da fonte pagadora, mas sim sobre um produto consumido, como ICMS e IPI). Além dos impostos, existem as contribuições e outras formas de arrecadação, como as taxas (taxa de incêndio, por exemplo). - O governo realiza seus gastos comprando bens e serviços produzidos na sociedade e/ou pagando seus funcionários, e/ou transferindo renda e/ou dando subsídios. - Os bens e serviços podem ser divididos em bens e serviços de consumo, bens e serviços intermediários e bens de capital. Quando o governo compra a merenda da escola, os remédios do hospital, o material do escritório para o Executivo, ele compra bens de consumo. Quando a Petrobrás compra algum insumo para ajudar na produção do petróleo, está comprando um bem intermediário (matéria-prima). Quando o governo constrói um hospital, uma estrada, uma escola, uma plataforma de petróleo, ele está comprando bem de capital, isto é, está criando estruturas de funcionamento a sociedade para períodos seguintes. - Os gastos realizados nas compras de bens e serviços de consumo e intermediários são chamados gastos correntes ou de custeios. Os gastos realizados na compra de bens de capital são chamados gastos de capital. - As transferências de renda que o governo realiza são as transferências de renda para quem no momento não está recebendo uma renda qualquer. Como exemplo, paga a aposentadoria de quem já não tem idade para trabalhar mais, outros exemplos temos o seguro desemprego, o bolsa família, o bolsa escola... - Se os gastos totais do governo são maiores que o total de arrecadação, o país apresenta déficit nas contas do governo, e haverá a necessidade de financiamento do setor público (NFSP). O governo, nessa situação, precisa arrumar formas para cobrir o déficit, como lançar títulos da dívida, ou pegar empréstimos. Como ele é o único fabricante de moeda que circula no país, ele pode emitir moeda para fechar suas contas (o que necessariamente, não geraria inflação). - NFSP nominal (necessidade de financiamento do setor público nominal): é a NFSP levando em conta o pagamento com juros nominais, ou seja, inclui o ganho real mais a parte referente à inflação. - NFSP nominal: as contas do governo serão as receitas com os tributos e taxas, os gastos com despesas não-financeiras mais os gastos com despesas financeiras (pagamento dos juros). A parte referente à emissão de moeda não paga juros. - Quase sempre a taxa de juros oferecida pelo governo é superior à inflação. A taxa de juros total, isto é, levando em conta a inflação, é chamada taxa de juros nominal. A taxa de juros, excluindo-se a inflação, chama-se taxa de juros real. → i = r + Π onde taxa nominal de juros é igual a taxa de juros real mais inflação. - Quando o governo contabiliza o seu resultado considerando os juros pagos calculados com a taxa de juros nominal temos a NFSP nominal. Quando contabiliza seu resultado considerando o pagamento de juros reais, temos a NFSP operacional. - NFSP primária, conhecida também como superávit primário do governo: É quando as contas públicas são contabilizadas excluindo as despesas financeiras, isto é, não leva em conta o pagamento de juros (nem reais nem nominais). - NFSP nominal = Receitas – Gastos – Juros Nominais - NFSP operacional = Receitas – Gastos – Juros Reais - NFSP primária = Receitas – Gastos - Ultimamente o Brasil tem feito uma redistribuição de renda do trabalhador para o sistema financeiro. Ele está realizando uma função distributiva, mas no sentido contrário, tirando do pobre e transferindo para o rico. - Funções econômicas do governo: função alocativa (prover os chamados bens públicos); função distributiva (distribuir a renda de forma que a sociedade considere justa); e função estabilizadora (buscar baixo nível de desemprego e nível de preços controlado).
  • 10. Aula 10 - Se houver um aumento da quantidade produzida de bens e serviços haverá um aumento da renda agregada do país, e assim, a sociedade estará mais rica. - Objetivo do governo, ao utilizar uma política econômica: afetara renda agregada do país. - Principais políticas econômicas existentes: política fiscal; política monetária, política cambial e política comercial. - Os gastos realizados pelo governo também entram para atingir a renda agregada do país. - Todas as variáveis que são contabilizadas no orçamento público podem ser utilizadas como instrumento da política fiscal. - A política fiscal é a forma que o governo tem de intervir na economia utilizando o orçamento público. - Quando o governo utiliza os tributos, ele está fazendo uma política tributária. Exemplo, quando diminui a taxa do imposto de renda cobrado da população brasileira. - Quando o governo atua sobre os gastos, está fazendo uma política de gastos. Exemplo, quando resolve construir uma estrada. - Como essas políticas fiscais afetam a renda agregada? Tanto reduzindo ou aumentando a alíquota do imposto de renda, o governo consegue afetar a renda agregada. O governo pode afetar a renda agregada do país por meio da utilização dos componentes de seu orçamento (arrecadação de tributos e gastos). Se aumentar a alíquota, adota uma política fiscal expansionista, e se diminui a alíquota adota uma política fiscal contracionista. - Quando o governo deve agir de forma expansionista: Como Keynes sugeriu, a economia atua com desemprego involuntário dos fatores de produção, principalmente da força de trabalho. Como a economia nunca chegaria ao pleno emprego se deixar por conta do mercado, o governo deveria agir de forma a reduzir o desemprego utilizando as políticas econômicas (principalmente a fiscal), e para isso deveria utilizar uma política fiscal que aumentasse a renda agregada (isto é, uma política fiscal expansionista). - Quando o governo deve agir de forma contracionista: se a economia apresentasse uma economia de pleno emprego da produção, qualquer pressão da demanda (aumento na procura por bens e serviços) levaria a um aumento de preços, e para resolver essa situação, o governo deveria aumentar o preço desses produtos, fazendo com que o mercado passasse a buscar novos produtos em lugar destes. Isso é chamado inflação de demanda. Essa atitude do governo consiste em diminuir a renda agregada (isto é, uma política fiscal contracionista). - A condição de equilíbrio da renda agregada ocorre quando a demanda agregada por bens e serviços é igual à oferta agregada por bens e serviços. → EqRA – DA = OA - A oferta agregada (AO) é a soma de todos os bens produzidos no país (Y) mais os bens disponíveis para importação (M) → AO = Y + M - A demanda agregada (DA), isto é, quem está comprando os bens e serviços ofertados, é realizada por quatro grandes agentes: famílias (que consomem os bens de consumo (C); empresas (que consomem bens de capital – investimentos (I); governo (que realiza gastos, comprando bens e serviços de consumo e bens de capital (G); e
  • 11. setor externo (que compra produtos produzidos no nosso país, ou seja, as exportações (X). → DA = C + I + G + X - Keynes supôs que o consumo das famílias (C) depende da renda agregada disponível que elas têm para gastar. - A renda agregada disponível (YD) é toda renda recebida pela sociedade (gerada no processo produtivo), isto é, é a renda agregada (Y) menos os tributos cobrados pelo governo (T) . - Tanto a aposentadoria como as bolsas são rendas que podem ser utilizadas para comprar bens e serviços. A inclusão dessas rendas aumenta a renda agregada disponível para comprar bens e serviços. → renda agregada disponível = (toda renda gerada no processo produtivo e recebida pela sociedade) – (tributos cobrados pelo governo mais a transferência de renda que o governo faz à sociedade como aposentadoria, seguro desemprego, bolsa família, bolsa escola, etc) → YD = Y – T - Quanto maior a renda disponível, maior o consumo das famílias. Quanto menor a renda disponível, menos o consumo delas. - Nem toda renda agregada gerada na economia será utilizada para comprar bens e serviços, parte dela será poupada. → C = cYD = c(Y – T) onde c é a propensão marginal a consumir. (quanto do consumo irá variar quando a renda disponível variar) - Diferença entre déficit público e dívida pública: quando o governo fica com suas receitas inferiores aos seus gastos, ocorre um déficit. Se o governo adota constantes políticas fiscais expansionistas que incorram constantes déficits, ele aumentará sua dívida, de forma que não poderá mais gastar mais do que arrecada, pois terá que pagar os acúmulos de déficits de períodos anteriores. O déficit público é o que ocorre no período, um fluxo, e a dívida pública é um acúmulo de déficits, um estoque. - Se o governo apresenta o NFSP primário superavitário (com lucros), parece que tomou medidas de contração da renda agregada. Mas se o NFSP nominal for deficitário, não podemos dizer que o governo tomou medidas expansionistas. Quem empresta a maior parte do dinheiro para o governo são os banqueiros, que já possuem grande quantidade de bens e baixa propensão a consumir. Assim, a maior parte das transferências que o governo realiza para esses agentes vira poupança e não consumo. E assim, não aumenta a demanda agregada nem o produto, pouco afetando com isso a renda agregada. - Política fiscal expansionista: adotadas pelo governo quando adota medidas buscando aumentar a renda agregada. Feita quando o país apresenta desemprego involuntário dos fatores de produção. Com o desemprego involuntário, o governo age afetando a oferta de bens e serviços, gerando uma renda maior. Essa pressão sobre a oferta não afetará o nível dos preços, já que o país pode aumentar sua oferta agregada utilizando fatores de produção desempregados. - Política fiscal contracionista: adotadas pelo governo quando adota medidas buscando diminuir a demanda agregada. Feita quando o país apresenta características de uma economia que está em pleno emprego. Com a economia em pleno emprego, a qualquer pressão sobre a oferta agregada os agentes responderão aumentando o nível geral de preços, causando inflação de demanda.
  • 12. Aula 11 - Oferta de moeda: objetos capazes de comprar bens e serviços ou de quitar uma dívida de forma imediata, isto é, objetos que apresentem liquidez total. O papel moeda que está em poder público (PMPP) faz parte dos meios de pagamento da sociedade. - São considerados oferta de moeda: o papel moeda em poder público (PMPP), o cartão de débito, o depósito que está em sua conta (depósito à vista) → OM = PMPP + DV - Política monetária: é o conjunto de medidas que o governo adota para controlar a oferta de moeda (meios de pagamento) conforme os interesses econômicos do país. Quase sempre essas medidas são implementadas pelo Banco Central. É quando o governo resolve variar a oferta de moeda do país. - Diferença entre política monetária expansionsita e política monetária contracionista: Quando o governo adota medidas visando aumentar a oferta de moeda, está adotando uma política monetária expansionista, e quando o governo toma medidas visando diminuir a oferta de moeda, adota uma política monetária contracionista. - OM = PMPP + DV - Aqueles economistas que acreditam que a emissão de moeda causa inflação e por isso afeta a distribuição de renda no país, recomendam uma política monetária que tem como objetivo um forte controle sobre a oferta de moeda, restringi-a ao máximo possível para evitar que ocorra aumento generalizado de preços. Aqueles economistas que acreditam que o governo pode emitir moeda ao realizar seus gastos sem necessidade de contrabalançar com tributos/aumento da dívida e que isso não causa inflação. Se a economia apresenta desemprego de seus fatores de produção (trabalho, máquinas, equipamentos, etc), o governo pode e deve realizar gastos aumentando a oferta de moeda do país. Esse aumento de gastos fará aumentar a quantidade produzida de bens e serviços, e com isso, a renda agregada também aumentará e o desemprego tenderá a diminuir. - O governo consegue afetar diretamente a demanda agregada, aumentando ou diminuindo seus gastos (política fiscal). O governo age diretamente sobre a demanda agregada quando utiliza a política fiscal. - Objetivos do governo ao utilizar a política monetária: também dependem da teoria econômica adotada. De modo geral, os objetivos da política monetária são estabilizar o nível de preços, aumentar o nível de emprego, buscar maior crescimento econômico, estabilizar a taxa de câmbio, etc... - Objetivos principais do governo ao utilizar a política monetária: o objetivo principal é afetar a base monetária da sociedade, que é controlada diretamente por ele. Assim, ele pretende afetar os meios de pagamento (meta secundária), e assim ele poderá chegar aos objetivos finais (que é aumentar o nível de emprego, crescimento do produto, estabilidade de preços, etc...) - É o governo que determina a quantidade de moeda ofertada, por meio da política monetária, e a taxa de juros se adapta a essa quantidade. - Existe a hipótese em que o governo determina a taxa de juros, e com base nessa taxa de juros os bancos determinam a a taxa de juros que acreditam ser atraente. Neste caso, o governo determina a taxa de juros, e os meios de pagamento é que se adaptam a essa taxa. - Para chegar aos seus objetivos pela política monetária, o governo precisa elaborar metas, que podem ser sobre a base monetária da economia ou sobre a taxa de juros, dependendo da teoria econômica utilizada. - Como o governo consegue realizar a política monetária: demora um pouco para os efeitos da política monetária atingirem os objetivos desejados,não é de forma direta. - Para realizar a política monetária, o governo utiliza instrumentos de política monetária: reservas compulsórias, redesconto e operações de mercado aberto. - O governo só tem controle sobre o PMPP que ele emite. Os depósitos a vista são criados pelos bancos comerciais por meio da liberação de empréstimos. O Bacen controla o PMPP mais as reservas bancárias, já que é ele quem emite as reservas que os bancos comerciais guardam (reservas voluntárias e reservas compulsórias). - Multiplicador monetário: é a razão entre os meios de pagamento e a base monetária, isto é, quanto em proporção, os meios de pagamento são superiores às reservas bancárias. Com o dinheiro colocado em contas em bancos comerciais, o banco multiplica os valores de aplicação e de reservas... - Reservas compulsórias: utilizada quando tenta atingir a oferta de moeda na economia, isto é, quando busca alterar as reservas compulsórias (parte dos depósitos a vista que os bancos comerciais
  • 13. são obrigados a reservar e guardar no Bacen). O governo pode adotar medida contracionista aumentando o percentual de reserva compulsória do banco comerciais, por exemplo. - Logo após a implantação do plano real, foi visto que o aumento da demanda pudesse fazer com que a inflação aumentasse. Para evitar isso, o governo adotou medidas contracionista aumentando o valor das reservas compulsórias para 100%, isto é, os bancos não poderiam usar nenhum valor dos depósitos a vista para fornecer empréstimos, fazendo com que isso diminuísse o consumo de bens e serviços, diminuindo a demanda e evitando o aumento da inflação. - Os bancos não são obrigados a guardar parte dos valores depositados em reservas quando estes são realizados em poupança. Com isso, os bancos procuram fugir dessas taxas do Bacen. - Redesconto: é quando um banco, na compensação diária, pagam mais do que recebe papel-moeda. Neste caso, deve recorrer a reserva, e se esta não for suficiente, deverá pedir empréstimo aos outros bancos comerciais. Supondo que estes bancos não possuem reservas disponíveis para emprestar o dinheiro, o Banco Central socorre este banco. É aí que ocorre o empréstimo de redesconto, e é nesta operação que o governo faz valer uma política monetária. - Taxa de redesconto: é a taxa cobrada pelo Bacen ao emprestar dinheiro para os bancos. Essa taxa de redesconto é bem maior que a taxa cobrada no mercado de reservas, como forma de punição e para não acontecer constantemente. - Como o governo controla a oferta de meios de pagamento pelo redesconto: se o governo resolve aumentar a taxa de redesconto, os bancos tendem a emprestar menos, criando uma quantidade menor de depósito a vista. Se ele quer adotar uma política monetária contracionista, ele aumenta a taxa de redesconto, e se quiser adotar uma política monetária expansionista, ele diminui a taxa de redesconto. - Operações de mercado aberto (open market): É um dos instrumentos mais eficazes para afetar os meios de pagamento da sociedade, já que atinge diretamente a oferta de moeda. - Operações de mercado aberto: são operações de compra e venda de títulos públicos realizadas pelo governo (via Bacen). O título público é uma obrigação do governo. Toda vez que ele emite um título está trocando uma obrigação por papel-moeda, e toda vez que ele resgata um título, está trocando papel moeda por obrigação. - Quando você compra um título público, está emprestando dinheiro ao governo. Como é ele quem emite o papel moeda, quando ele vende um título e uma pessoa compra, a base monetária da economia está diminuindo. - Quando você vende um título público, quando o governo compra um título público emitido por ele, está ocorrendo um aumento da base monetária da economia, visto que o Bacen recolhe o título e lhe dá o papel moeda. Isso aumenta os meios de pagamento da sociedade. - Se o governo compra títulos, ele aumenta a base monetária da economia e aumenta os meios de pagamento. Se o governo vende títulos, ele está reduzindo a base monetária e diminuindo os meios de pagamento. - Funcionamento do compulsório sobre a política monetária: se o governo aumenta a obrigatoriedade dos bancos comerciais guardar parte dos depósitos a vista como reserva, os bancos comerciais terão menos dinheiro para emprestar e com isso, menos possibilidade de criar novos depósitos a vista, e assim eles ficariam mais cautelosos para fornecer empréstimos (política contracionista). Se o governo resolve diminuir essa taxa, o custo para os bancos recorrerem ao Bacen será menor, e eles ficariam menos cautelosos para emprestar (política expansionista). - Funcionamento do redesconto sobre a política monetária: Se o governo resolve aumentar a taxa de redesconto, será maior o custo dos bancos comerciais ao recorrer ao Bacen (medida contracionista). Se o governo diminuir essa taxa, será menor o custo para os bancos recorrerem ao Bacen, e eles ficariam menos cautelosos para emprestar (medida expansionista) - Funcionamento das operações de mercado aberto sobre a política monetária: Se o governo vende um título público, ele está recebendo papel moeda e oferecendo o título, diminuindo a base monetária da economia e diminuindo os meios de pagamento da sociedade (política contracionista). Se o governo compra um título que está em poder de algum outro agente econômico, ele está retirando desse agente o título e entregando ao agente papel moeda, e assim, aumentando a base monetária da economia e aumentando os meios de pagamento (política expansionista)
  • 14. Aula 12 - Cálculo das transações comerciais e transações financeiras realizadas entre o país e o stor externo (balançod e pagamento) Contas utilizadas para compensar o resultado obtido da soma dos 2 tipos de transação - As transações comerciais e financeiras realizadas entre residentes e não-residentes de um país são realizadas com uma moeda de aceitação internacional (dólar), e para isso, esses países precisam captar essa moeda. - Caso o país não tenha dólar para satisfazer os importadores, o crescimento pode parar. É necessário que o país apresente métodos capazes de mensurar as suas transações comerciais e financeiras com o resto do mundo. - Existe a necessidade de contabilizar as transações internacionais de um país. Essa contabilização é feita através do balanço de pagamento do país. - Balanço de pagamento é o método de contabilização das transações financeiras e comerciais realizadas por residentes e não-residentes de um país em um determinado período de tempo. - Dois tipos de transações que um país realiza com o restante do mundo: transações realizadas de forma autônoma pelos residentes e não-residentes do país, e transações realizadas para compensar o saldo obtido nas transações autônomas (transações compensatórias). - Tipos de transações entre residentes e não-residentes de um país: transações autônomas e transações compensatórias. - Tipos de transações autônomas realizadas entre residente e não-residentes de um país: transações comerciais ou transações financeiras - Tipo de transações autônomas realizadas que são contabilizadas no balanço de pagamento: transações comerciais (transações com bens e serviços) e transações financeiras (transações com direitos e obrigações). - Transações Comerciais ou Transações de bens e serviços: Contabilizadas na conta “transações Correntes”. - Transações Financeiras ou Transações de obrigações e direitos: Contabilizadas na conta “Movimento de Capitais Autônomos”. - Conta “Transações Correntes”: Conta do balanço de pagamentos que contabiliza todas as transações de bens e serviços realizadas entre residentes e não-residentes de um país. - Conta Transações Correntes: Subdividida em Balança Comercial; Balança de Serviços e Transferências Unilaterais - Balança comercial: Conta usada para transações que envolvem a compra e venda de bens, ou seja, importação (-) ou exportação (+) de bens. Esses valores são contabilizados líquidos, ou seja, sem valor de frete, seguro, etc... - Total da Balança Comercial: Se o total de entrada de dólares (exportação) for maior que o de saída de dólares (importação), o país está com superávit na balança comercial, Se o total de entrada de dólares (exportação) for menor que o total de saída de dólares (importação), o país está com déficit na balança comercial. - Balança de Serviços: Conta usada para contabilizar transações de serviços. É dividida em: Transportes: fretes, seguros, etc; Turismo e viagens Internacionais; Renda de Capital: lucros e juros; Serviços governamentais; e Outros Serviços. - Transferências Unilaterais: Conta usada para transações que não têm nenhuma contrapartida de bens ou serviços nem são trocas de obrigações e direitos, mas representam entrada e saída de moeda estrangeira. Exemplo: transferência de dinheiro ou doações. - Saldo da Conta “Transações Correntes”: é a soma do saldo dos grupos Balança Comercial, Balança de Serviços e Transferências Unilaterais. Se o resultado for negativo (déficit nas transações correntes), significa que o país envia mais dólar para o exterior do que
  • 15. recebe. E se o sinal for positivo (superávit nas transações correntes), significa que o país recebe mais dólar do que envia para o exterior. - Conta Movimento de Capitais Autônomos: usada para contabilizar o movimento de capitais entre os países. Exemplo: empréstimos e financiamentos, amortizações, investimento, reinvestimento e capitais de curto prazo. - Conta erros e omissões: usada para contabilizar operações que, por algum motivo, deixou- se de contabilizar anteriormente, mas que há certeza de que foram realizadas. - Saldo do Balanço de pagamento: Soma do saldo dos grupos Transações Correntes (Balança comercial, balança de serviços e transferências unilaterais); Movimento de capitais autônomos; e Erros e omissões. - Saldo do balanço de pagamento: pode ser superavitário (quando está entrando mais dólar no país do que saindo), ou deficitário (quando está saindo mais dólar do país do que entrando). - Mesmo o saldo do balanço de pagamento sendo superavitário, nada impede que as transações correntes estejam negativa e que o saldo positivo de dólar seja referente, por exemplo, ao capital de curto prazo. E isso é ruim para o país, pois a conta transações correntes mostra o que de fato o país precisa para satisfazer as necessidades materiais dos seus residentes, e para financiar esses déficits, muitas vezes o governo prefere aumentar a taxa de juros. A alta taxa de juros atrai capitais de curto prazo (geralmente especulativos) que faz obter superávit no saldo do balanço de pagamento, mas qualquer ameaça internacional pode fazer com que esse capital saia do país imediatamente, o que provoca déficits no saldo do balanço de pagamento novamente, e caso o país não tenha reservas suficientes, terá que tomar medidas, como a desvalorização da taxa de câmbio. - Após o cálculo do fechamento do balanço de pagamento, o saldo deve ser lançado em uma conta de contrapartida, com sinal inverso, para que fique zerada. Esse saldo é lançado na conta Movimento de Capitais Compensatórios. - A conta Movimento de Capitais Compensatórios é dividida em: Variações de reservas (onde se lança o saldo do balanço de pagamento, com sinal negativo); Operações de regularização (usada quando o saldo da conta variações de reserva não der para cobrir a dívida, situação em que se deve pedir dinheiro emprestado ao FMI. Esse tipo de empréstimo é lançado nessa conta) e atrasados comerciais (usada no caso do FMI não emprestar dinheiro para cobrir a divida, e o país decretar moratória). - O Balanço de pagamento é dividido em transações autônomas e transações compensatórias. As transações autônomas se dividem em transações correntes e o movimento de capitais autônomos. As transações correntes se dividem em balança comercial (contabiliza as transações de mercadorias), balança de serviços (contabiliza as transações de serviços) e transações unilaterais. A conta Movimento de Capitais Autônomos contabiliza as transações de obrigações e direitos realizadas entre residentes e não-residentes. - O resultado da soma das transações correntes com o movimento de capitais autônomos é o saldo do balanço de pagamento. Se esse saldo for positivo, o país está arrecadando mais dólar do que está enviando para o exterior, e se o saldo for negativo, o país está arrecadando menos dólar do que está enviando para o exterior. Esses resultados são compensados na conta Movimento de Capitais Compensatórios. A conta Movimento de Capitais Compensatórios registra os saldos obtidos no saldo do balanço de pagamento, para que este fique zerado. Se o saldo for positivo, registra-se como Variações de Reservas Internacionais. Se o saldo for negativo, registra-se nas Variações de Reservas e/ou Operações de Regularização (se pegar emprestado com o FMI) e/ou Atrasados Comerciais (se o FMI não emprestar o dinheiro e o país não conseguir cumprir seus compromissos, tendo que declarar moratória.)
  • 16. Aula 13 - Taxa de cambio mostra o quanto da moeda nacional é preciso para comprar uma unidade da moeda estrangeira. - Quando ocorre a desvalorização da taxa de câmbio (ou aumento da taxa de câmbio), significa que a moeda nacional se desvalorizou frente à moeda estrangeira, e que será necessário mais moeda nacional para comprar uma unidade de moeda estrangeira. Com a desvalorização da taxa de câmbio, a taxa de câmbio aumenta. - Quando ocorre a valorização da taxa de câmbio (ou a taxa de câmbio diminui), significa que a moeda nacional se valorizou frente à moeda estrangeira, e que será menos moeda nacional para comprar uma unidade de moeda estrangeira. Com a valorização da taxa de câmbio, a taxa de câmbio diminui. - A valorização ou desvalorização da taxa nominal de câmbio de uma economia afeta as transações comerciais e financeiras realizadas entre residentes e não residentes de um país, principalmente as transações comerciais. - Se a taxa de câmbio desvalorizar, o país gastará mais moeda na importação. Se houver um produto semelhante no mercado produzido no país e que o preço não tenha aumentado, as pessoas vão preferir comprar este produto do que importar este mesmo produto. Assim, verificamos que com a desvalorização da taxa de câmbio, as importações tendem a diminuir. - Da mesma forma, se a taxa de câmbio desvalorizar, os outros países preferirão comprar os produtos nesse outro país, pois comprará mais produtos do que antes. Assim, verificamos também que com a desvalorização da taxa de câmbio pode acontecer um aumento das exportações. - Se a taxa de câmbio valorizar, o país gastará menos moeda na importação, e comprará mais produtos do que antes. Assim, verificamos que com a valorização da taxa de câmbio, as importações tendem a aumentar. - Da mesma forma, se a taxa de câmbio valorizar, para os outros países ficará mais caro comprar os produtos do outro país, e comprará menos produtos do que antes. Isso faz com que a valorização da taxa de câmbio incentive a queda das importações. - Quando a taxa de câmbio de um país é desvalorizada, as exportações de bens e serviços desse país tendem a aumentar e as importações de bens e serviços tendem a diminuir. E quando a taxa de câmbio do país se valoriza, as exportações de bens e serviços tendem a diminuir e as importações tendem a aumentar. - Se a taxa de câmbio se desvalorizar, o país vende mais, mas isso nem sempre é um bom sinal. Se na fabricação do produto for necessário utilizar insumos produzidos em outros países, esses produtos estarão mais caros, e esse aumento repassado para o preço da mercadoria, e isso pode gerar inflação. - O governo pode controlar a taxa de câmbio de acordo com os interesses do país: Quando um país está em crescimento, ele produz mais. Isso faz as empresas investirem mais. Como alguns produtos não são produzidos no país, devem ser importados, o que requer envio de dólar para fora do país. Caso as reservas do desse país sejam baixas, o país terá que agir para conseguir mais dólar ou reduzirá seu crescimento. Para isso, o governo utiliza as políticas cambiais (forma como o governo prefere agir em relação à taxa de câmbio). - Tipos de regimes cambiais existentes: regime de câmbio flutuante, regime de câmbio fixo e regime de câmbio misto.
  • 17. - Regime de câmbio flutuante: a taxa de câmbio e determinada de acordo com a força do mercado, ou seja, é depende da quantidade procurada e da quantidade ofertada da moeda estrangeira. Se tiver mais pessoas procurando do que ofertando, a taxa do câmbio se elevará e a moeda nacional se desvalorizará, assim como se a oferta for maior que a procura, a taxa de câmbio diminuirá e a moeda nacional se valorizará. - Problema do regime de câmbio flutuante: a taxa de câmbio pode variar muito de um dia para o outro, e isso prejudica as transações. - Regime de câmbio fixo: é o contrário do regime de câmbio flutuante. O governo determina uma taxa de câmbio de acordo com o interesse do país e todas as transações deverão ser realizadas utilizando essa taxa. - Problema do regime de câmbio fixo: se ocorrer grande procura pela moeda estrangeira, o Banco Central do país que adota esse regime, terá que oferecer a quantidade de moeda desejada por essa taxa pré-determinada. Se essa procura continuar aumentando, ele terá que satisfazer essa procura com as reservas feitas anteriormente, já que este país não produz essa moeda estrangeira. Se essa reserva diminuir muito, o país terá problemas no seu balanço de pagamentos e terá que recorrer ao FMI ou decretar moratória. - Regime de câmbio misto: O governo determina uma taxa de câmbio com limite máximo e limite mínimo, e deixa a taxa de câmbio efetiva flutuar nesse intervalo de valores. Se a taxa efetiva querer passar da taxa máxima, o governo interferirá no mercado oferecendo essa moeda, o que fará a taxa de câmbio cair. Se a taxa de câmbio efetiva está se aproximando da taxa mínima, o governo entra no mercado e compra a moeda estrangeira, fazendo a taxa de câmbio subir. É uma mistura entre o regime de câmbio flutuante e o regime de câmbio fixo: o governo determina duas taxas de câmbio (câmbio fixo) e deixa a taxa flutuar nesse intervalo (câmbio flutuante). - Diferença entre os regimes de câmbio: No regime de câmbio flutuante a taxa de câmbio é determinada pela oferta e procura de moeda no mercado, no regime de câmbio fixo, a taxa é determinada pelo governo; e no regime de câmbio misto ocorre uma mistura dos dois regimes, sendo que se diferencia do regime flutuante por este não ter um intervalo de valores, podendo variar além desse intervalo, e se diferencia do regime fixo por este não ter um intervalo para variar e ser fixo em um único valor. - Outra maneira como o governo pode controlar a entrada e saída de moedas estrangeiras do país: Se o país tenha uma política voltada para o desenvolvimento industrial do país, o governo pode incentivar a importação somente de bens de capital (máquinas e equipamentos) e proibir as importações de bens supérfluos e que não ajudem no desenvolvimento industrial. Ele pode fazer isso aumentando as tarifas alfandegárias desses produtos, fazendo com que eles fiquem mais caros do que os produzidos no país. Da mesma forma, ele pode agir proibindo a exportação, criando tarifas alfandegárias para esse tipo de transação.
  • 18. Aula 14 - Inflação: quando ocorre um aumento geral no nível de preços. - Hiperinflação: quando uma economia atinge patamares elevadíssimos de aumento generalizado de preços. É o processo onde a inflação ultrapassa 50% por mês, e faz com que a moeda perca suas funções. - Índice de inflação: é a porcentagem de aumento nos preços dos bens e serviços em determinado período de tempo. - Conseqüências de uma inflação alta: Principalmente sobre a distribuição de renda, pois os trabalhadores perdem poder de compra. Influencia também nas transações entre residentes e não- residentes do país, principalmente nas transações de bens e serviços contabilizadas nas transações correntes, pois os preços dos produtos internos tendem a ficar mais caros, incentivando as importações e, consequentemente, diminuindo as exportações, e isso produz um déficit em transações correntes. Influencia também nas funções da moeda, principalmente em caso de hiperinflação, pois faz com que ela perca suas funções (meio de troca, reserva de valor e unidade de conta): ela perde valor, incentivando as pessoas a não guardar dinheiro (perde reserva de valor), as pessoas utilizam outro indicador para dar valor as coisas, ao invés da moeda (perde unidade de valor) e as pessoas preferem receber outra coisa mais valiosa em suas negociações de compra e venda do que a moeda (perdendo a função de meio de troca). - Inflação de demanda: Ocorre quando há excesso de procura por bens e serviços sobre uma dada oferta, o que provoca aumento dos preços desses bens e serviços - O excesso de oferta de moeda causa inflação: Se o governo aumenta a oferta de moeda, dá a sociedade uma maior possibilidade de comprar bens e serviços (aumentar a demanda agregada por bens e serviços). Como a oferta agregada não pode aumentar, esse aumento na procura provoca aumento geral do nível de preços, causando inflação. - Porque a oferta agregada de bens e serviços não pode crescer: a quantidade produzida de bens e serviços está em pleno emprego (os bens e serviços que estão sendo ofertados na economia são produzidos ao máximo possível). Assim, qualquer aumento na procura pressiona os produtores a aumentar a oferta, e como já estão trabalhando em plena capacidade de produção, não conseguem aumentar a produção e respondem à essa procura aumentando os preços. Se isso acontecer, pode gerar inflação. Nesse caso, o governo pode agir: pode restringir o crédito para empréstimos e financiamentos ou aumentar os impostos e diminuir a renda pessoal e reduzir os gastos públicos. - Inflação de custos: a inflação tem origem na elevação dos custos de produção, que são repassados para os preços das mercadorias (esses insumos podem aumentar por monopolização do mercado, pela desvalorização da taxa de cambio aumentando o preço dos produtos importados, pelo aumento do preço do trabalho/salário, etc) - Política econômica mais recomendada para o combate da inflação de custos: controle dos preços. O governo controla preços estratégicos da economia (como o petróleo, energia elétrica) e acompanha a evolução dos custos de produção das empresas e autoriza aumentos de preços apenas quando fica demonstrado que realmente houve um substancial aumento nos custos de produção. - Inflação inercial: agentes econômicos tendem a reajustar seus contratos prevendo a possibilidade de uma inflação e acabam repetindo a inflação passada, e ela acaba baseada, no mínimo, na mesma taxa do período anterior. - Quando o governo afirma que a inflação está crescendo devido ao aumento do consumo, ele está afirmando que a inflação é de demanda, e pode tomar medidas para restringir a renda da sociedade.