O documento descreve a posse de Michel Temer como presidente interino do Brasil após o impeachment de Dilma Rousseff, analisando as críticas à composição conservadora e masculina de seu primeiro gabinete ministerial, que não incluiu nenhuma mulher.
1. Aula de Sociologia no Ensino Médio
Narrativas sobre o Impeachment de Dilma III: os primeiros dias do governo Temer.
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Introdução: A votação que deu prosseguimento ao processo de impeachment de Dilma no Senado só terminou nas
primeiras horas da manhã do dia 11/05/2016, a presidente foi notificada por volta das 11 horas neste mesmo dia no
Palácio do Planalto de que seu mandato estava suspenso pelo prazo máximo de 180 dias, período em que o Senado
julgaria seus supostos crimes de responsabilidade. Neste dia, Dilma reafirmou, em discurso em frente à rampa do
Palácio, para um público de cerca de três mil apoiadores, sua inocência, além de repetir que sofria um processo injusto,
político e que por não haver crime de responsabilidade seria um “Golpe de Estado”, afirmando ainda que resistiria em
nome da democracia. A presidente reforçou sua biografia de presa e torturada pelo regime militar e de ser a primeira
mulher a ter chegado à presidência da república. Na tarde deste mesmo dia, Michel Temer foi empossado presidente
interino do Brasil e discursou prometendo, principalmente, restabelecer as condições de confiabilidade no país para a
volta do crescimento econômico e uma maior eficiência nos gastos governamentais. Dilma em sua saída também
relembrou o legado de políticas sociais implantadas nos 13 anos de poder de seu Partido dos Trabalhadores (PT),
afirmando que tais conquistas estavam em risco com o governo Temer. Em resposta, o presidente interino reafirmou que
tais políticas seriam mantidas em seu governo, porém passariam por “ajustes”. Naquela data, a expectativa da imprensa
internacional e nacional era a de que Dilma fosse condenada ao final do processo no Senado e que o governo Temer
permaneceria no poder até o final de 2018. A imprensa norte-americana fez uma ampla cobertura da troca de poder no
Brasil, principalmente pelo fato de que um governo de esquerda estava sendo substituído no maior país da América
Latina por outro que estava comprometido com políticas liberais que envolviam a diminuição dos gastos públicos,
privatizações e menor interferência estatal no mercado, além de posturas mais conservadoras. Nesta atividade,
analisaremos duas reportagens: a primeira do The New York Times discute os aspectos mais conservadores do governo
Temer; a segunda do The Washington Post apresenta o novo presidente brasileiro ao público norte-americano ressaltado
seus principais desafios e dificuldades a serem superados em seu governo. Nesse período, o término do governo Temer
parecia depender principalmente dos encaminhamentos das investigações da operação Lava Jato que poderiam atingir
seu governo. Começaremos com uma charge do cartunista norte-americano Chapatte publicada em 13/05/2016 no The
New York Times.
1) A televisão na charge diz: “Impeachment de Dilma Rousseff! Escândalo na Petrobras”. Enquanto um
desanimado telespectador pergunta: “O mosquito também transmite corrupção?” O desenho do cartunista
norte-americano Chappatte relaciona quatro elementos presentes na conjuntura brasileira de meados do ano
2016: o afastamento da presidente Dilma; a continuidade das investigações e das condenações da operação
Lava Jato que apurava desvios na Petrobras; as epidemias de zika, dengue e febre chikungunya causadas pelo
mosquito Aedes Aegypti; a pobreza no Brasil que se agravava com a recessão econômica. Neste sentido,
assinale a alterativa que melhor relaciona os elementos presentes na charge, conforme sua interpretação:
(A) Embora exista problemas no Brasil, a população mais pobre ainda consegue se divertir assistindo TV,
reunindo a família ou jogando futebol;
(B) O noticiário da televisão deveria se concentrar no combate ao mosquito Aedes Aegypti e não na
corrupção ou no impeachment de Dilma, que não interessam aos mais pobres;
(C) O impeachment de Dilma ajudaria no combate ao mosquito Aedes Aegypti, porém não ao da pobreza;
(D) A corrupção é tão presente na política brasileira que se assemelha a uma epidemia que afeta
principalmente os mais pobres, assim como os problemas na saúde;
2. (E) Enquanto o Aedes Aegypti afeta os mais pobres, os políticos estão preocupados em escaparem da prisão.
Novo Presidente do Brasil, Michel Temer, indica mudanças conservadoras
por: Silvio Romero, The New York Times, 12/05/2016
Tradução: Rodrigo Belinaso Guimarães
BRASÍLIA – A primeira escolha do novo presidente brasileiro para ocupar o Ministério da Ciência e
Tecnologia era um criacionista. Ele também nomeou um magnata da soja que desmatou uma grande extensão
da Amazônia como seu ministro da agricultura. Além disso, ele é o primeiro presidente em décadas a não ter
nenhuma mulher em todo o seu ministério.
O governo do presidente Michel Temer – advogado de 75 anos de idade que assumiu o leme do
Brasil na quinta (11/05/2016) depois de Dilma Rousseff ter sido suspensa pelo Senado em razão de um
processo de impeachment – poderá causar uma mudança política significativa ao direcionar a direita o maior
país da América Latina. “O governo de Temer está começando bem,” escreveu no twitter, Silas Malafaia, um
pastor televisivo e autor de best-sellers tais como “Como Derrotar as Estratégias de Satanás.” “Ele será capaz
de varrer do mapa a ideologia patológica dos esquerdistas,” acrescentou Malafaia em relação ao advogado
conservador que foi escolhido para Ministro da Educação por Michel Temer.
Por mais de uma década, o Brasil tem sido uma âncora para as políticas de esquerda na região,
embora menos radicais do que nos governos de países como Venezuela e Cuba, mas apoiando-os
abertamente e se comprometendo com sua própria plataforma de redução das desigualdades. Porém, regiões
da América Latina estão agora afastando-se da esquerda após eleições em países vizinhos como Argentina e
Paraguai. Michel Temer também parece apresentar uma disposição mais conservadora para seu governo, com
o setor empresarial do país pressionando-o para privatizar companhias estatais e cortar gastos públicos.
Conforme muitos dos críticos de Michel Temer, a mudança de ênfase talvez fique mais evidente nas
diferenças do papel de gênero na sua administração em comparação à de Dilma Rousseff. O contraste não
poderia ser mais evidente. Dilma Rousseff, 68 anos, era uma ex-militante de um grupo de guerrilha urbana.
Ela foi torturada durante a ditadura militar e, ao fim, chegou a presidir o conselho da companhia petrolífera
nacional antes de se tornar a primeira mulher a presidir o Brasil.
Até recentemente, relativamente poucos brasileiros tinham ouvido falar em Michel Temer. Aqueles
que o conheciam, muitas vezes, era porque sabiam de sua esposa, Marcela Temer, 32 anos, uma ex-miss que
é 43 anos mais nova do que ele. Eles se conheceram quando ela tinha apenas 18 anos. Um perfil de Marcela
na revista Veja causou um alvoroço (nas redes sociais) ao apresentá-la como “bela, recatada e do lar.” A
revista ainda afirmou que Temer era um “homem de sorte” por ter uma esposa tão devotada e modesta,
especialmente uma que veste saias na altura dos joelhos. A revista não mencionou a tatuagem na nuca de
Marcela com o nome de seu marido, mas a mensagem era clara: Michel Temer, um professor de direito e
político, incorpora uma abordagem mais conservadora do que Dilma Rousseff nos corredores do poder e em
sua própria casa.
Além do gênero, há a questão étnica. Depois de um longo período em que o Brasil lançou políticas
de ações afirmativas, os críticos de Temer apontam a falta de afrodescendentes em seu ministério,
especialmente quando aproximadamente 51 por cento dos brasileiros se definem como pretos ou pardos,
conforme o censo de 2010. “É constrangedor que a maioria das escolhas para o ministério de Temer é de
homens velhos e brancos,” disse Sérgio Praça, um cientista político da Fundação Getúlio Vargas, uma
universidade de elite no Brasil. O professor apresentou um contraste com Justin Trudeau, o primeiro-ministro
canadense que formou um ministério em que metade de seus 30 ministros são mulheres.
Em seu discurso para a nação na quinta-feira (11/05/2016), Temer disse que ele procuraria acalmar
as tensões no Brasil, uma nação polarizada pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ela é acusada
de manipular o orçamento federal para esconder déficits profundos nas contas públicas, um truque
orçamentário que seus críticos afirmam ter sido decisivo em sua reeleição em 2014. “É urgente buscarmos
unificar o Brasil,” disse Temer durante uma cerimônia para apresentar seus ministros. “Nós urgentemente
precisamos de um governo de salvação nacional.”
Os apoiadores do novo governo afirmam que ele considerou algumas mulheres para assumirem
postos em seu ministério, incluindo Renata Abreu, 34 anos, uma deputada, para supervisionar políticas de
direitos humanos. Contudo, este esforço, junto com outros balões de ensaio anunciados como ministeriáveis,
não prosperaram. Primeiramente, foi bastante divulgado que Renata votou a favor da legislação que tornou
mais difícil o acesso ao aborto para uma mulher estuprada. Após, Temer optou por incorporar o ministério
dos direitos humanos na pasta da justiça, fazendo dele um cargo de segundo escalão.
Temer ofereceu o Ministério da Ciência e Tecnologia para Marcos Pereira, um pastor evangélico que
3. não acredita na evolução, mas tal escolha não prosperou. Assim, ele nomeou Marcos Pereira para o
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Depois disso, para a consternação da comunidade
científica do Brasil, Temer fundiu a pasta da ciência com a das comunicações. Como muitos dos líderes
políticos brasileiros, Temer tem os seus próprios problemas com a justiça. Ele foi recentemente condenado
por violar os limites de financiamento eleitoral, uma sentença que poderá fazê-lo inelegível para qualquer
cargo por oito anos, paira no ar uma nuvem de escândalo que aumenta as preocupações sobre sua capacidade
de governar com medidas fortes.
“Temer está inserido num problema fundamental de legitimidade,” disse Michael Shifter, o
presidente da Inter-American Dialogue, um grupo político de Washington. “Ele não se tornou presidente com
o resultado do voto popular, mas por causa de um processo de impeachment controverso.” Conforme a
argumentação de algumas pessoas em favor de Michel Temer, seu ministério inclui políticos que tiveram
cargos importantes quando o esquerdista, Partido dos Trabalhadores, de Dilma Rousseff esteve no poder.
Henrique Meirelles, ligado ao setor bancário, é o novo ministro da economia. Ele foi presidente do banco
central por oito anos, entre 2003 e 2010, durante o governo do mentor e predecessor de Dilma, Luiz Inácio
Lula da Silva. Durante aquele tempo, o governo brasileiro conquistou o respeito dos investidores que
aumentaram seus lucros durante o boom das commodities. Figuras importantes do mercado financeiro no
Brasil esperam que Henrique Meirelles possa reconquistar aquela credibilidade.
Alguns ativistas ambientais estão reclamando da escolha de Temer para ministro da agricultura,
Blairo Maggi, um grande produtor de soja e político que pressiona para incorporar maiores áreas da
Amazônia para o desenvolvimento agrícola. Porém outros apontam que Blairo estaria aberto ao diálogo,
recebendo elogios por reduzir as taxas de desmatamento enquanto ele foi governador do Estado de Mato
Grosso. Além disso, Maggi, junto a uma série de outros membros do ministério de Temer, tem se defendido
de inquéritos de corrupção. Por três anos, investigadores examinaram alegações que vinculavam Maggi a um
esquema de lavagem de dinheiro. Apenas nessa semana, a Suprema Corte arquivou o caso. Outros ministros
escolhidos por Temer permanecem sobre investigação em outros processos, incluindo Geddel Vieira Lima,
um ex-executivo de um dos maiores bancos estatais do Brasil, que é secretário da presidência agora. Além de
Henrique Alves, o ministro do turismo de Dilma Rousseff que ocupará o mesmo posto com Temer.
O ressentimento em torno do afastamento de Dilma Rousseff, que será processada pelo Senado,
ficou evidente na quinta-feira (11/05/2016) nas ruas de Brasília, a capital. Dezenas de mulheres
acorrentaram-se aos cavaletes que cercavam o palácio presidencial, gritando slogans em apoio de Dilma e
expressando preocupação com os apoiadores mais próximos de Temer. Maria Hermínia Tavares de Almeida,
uma cientista política da Universidade de São Paulo, disse que a última vez que um ministério no Brasil não
tinha nenhuma mulher foi no início da década de 1980, durante a ditadura militar que governou o país de
1964 até 1985. Até a chegada ao poder de Temer na quinta-feira (11/05/2016), ela afirmou: “todos os
governos democráticos tiveram mulheres.”
2) Em certo sentido, o jornal New York Times repercutiu negativamente o processo de impeachment
brasileiro, por não acreditar no embasamento legal do processo. O modo como a imprensa internacional
divulgava os acontecimentos do poder impactava nos agentes políticos e na imprensa nacional. Em entrevista
ao jornal O Estado de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o NYT não
entendeu o impeachment de Dilma: “porque a constituição dos EUA é diferente da brasileira. Nos EUA o
perjúrio dá impeachment e ela não cometeu perjúrio, mas cometeu crime de responsabilidade.” Assim sendo,
nesta reportagem o jornal critica a chegada de Temer ao poder, por seu governo representar:
(A) valores morais conservadores; (B) valores morais bíblicos; (C) valores morais criacionistas;
(D) valores morais progressistas; (E) valores morais liberais.
3) O presidente interino Michel Temer fez seu primeiro pronunciamento oficial em cerimônia no Palácio do
Planalto no dia 11/05/2016. A reportagem do New York Times fez algumas críticas aos ministros escolhidos
por Temer. Abaixo, há uma imagem do discurso de posse do presidente interino.
Foto publicada pela Agência Brasil/Valter Campanato
4. Escreva abaixo três aspectos presentes ou ausentes nessa imagem que foram criticados pelo jornal:
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4) Sublinhe na reportagem três críticas que o jornal The New York Times fez à formação do ministério do
governo Temer, relacionadas às pastas da agricultura, da ciência e dos direitos humanos
5) A reportagem aborda aspectos da vida privada de Michel Temer que foram divulgados através de uma
reportagem da revista Veja. Como foi caracterizada a esposa de Michel Temer na reportagem do NYT? Qual
sua opinião sobre o comportamento da esposa de Temer apresentado na reportagem? Justifique.
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O Novo Presidente do Brasil já é profundamente impopular
por: Nick Miroff e Dom Phillips, The Washington Post, 12/05/2016.
tradução: Rodrigo Belinaso Guimarães
BRASÍLIA – O homem que assumiu o poder no maior país da América Latina, o vice-presidente Michel
Temer, é um político de carreira com uma reputação de ser um negociador habilidoso e um eficiente
operador de bastidores. Seus apoiadores dizem que ele é o tipo de estadista experiente que o país necessita
neste momento de crise, enquanto a presidente Dilma Rousseff foi suspensa de seu cargo na quinta-feira
(11/05/2016) pelo Senado e reponde a um processo sobre crimes fiscais.
Como estamos no Brasil, Temer não parece ser um indigesto tecnocrata assumindo o poder. Temer,
um professor de direito e de vez em quando um poeta, é famoso por seus ternos alinhados, seus cabelos
prateados penteados para trás e por sua esposa, que fará 33 anos na segunda-feira (16/05/2016), que era
somente uma criança pequena quando do alvorecer da nova democracia brasileira em 1985, depois de duas
décadas de governo militar. Ele é autor de “Anônima Intimidade,” um livro de versos sensuais inspirados em
sua esposa, Marcela, que era uma aspirante à rainha da beleza que tinha 20 anos de idade quando se tornou a
terceira esposa de Temer em 2003.
Temer assumiu a presidência interina do Brasil, mas dada a acachapante margem em que Dilma
Rousseff perdeu na votação de quinta-feira (11/05/2016), parece haver uma crescente probabilidade dele
assumir o restante do mandato de Dilma que termina somente em 2018. Filho de imigrantes libaneses
cristãos, Temer tem apontado que levará o Brasil e sua debilitada economia na direção de um fortalecimento
do livre mercado. Seus índices de popularidade registrados em recentes pesquisas são até mesmo mais baixos
do que os de Dilma Rousseff, embora ele, também, tenha sido citado em investigações de corrupção no
Brasil. Aqueles que o conhecem bem dizem que ele possui habilidades políticas para rapidamente dobrar um
público bastante céptico.
“Eu nunca vi alguém tão preparado emocionalmente para assumir o poder quanto Michel Temer,”
disse Jacob Goldberg, um dos mais importante psicanalista do Brasil, cujos clientes incluem muitos políticos,
artistas e atletas de ponta. Ele chamou Temer de “um homem cordial, um homem de diálogo” e “não um
homem da confrontação.” “Ele é alguém preparado para a crise. Ele é um homem preparado para o stress,”
afirmou Goldberg em uma entrevista. “Como um psicanalista, eu vi poucas pessoas tão preparadas quanto
ele está,” ele disse, embora decline em confirmar se Temer tem sido seu paciente, alegando
confidencialidade. Mas eles se conhecem por décadas e mantêm uma relação próxima. Goldeberg também
acrescentou: “o Brasil descobrirá um político muito carismático.”
Esta não foi sempre a reputação de Temer. Ele é algumas vezes chamado pejorativamente de “O
Mordomo” porque dizem que se parece com um personagem de filme de horror e é o tipo de pessoa restrita
que parece conhecer muito, mas falar pouco em público. Analistas dizem que ele terá que superar
rapidamente a desconfiança e a dúvida pública sobre sua escalada até a presidência. Ele é demonizado pelos
esquerdistas brasileiros que o veem como uma figura asquerosa e sombria. Dezenas de milhares de usuários
do facebook deformaram a página de Temer na quinta (11/05/2016) com pequenos emoticons de vômito.
Temer concorreu junto com Dilma Rousseff em 2010 e novamente em 2014 quando seu partido
centrista PMDB foi aliado dela, porém os dois nunca foram próximos. Em uma carta amplamente divulgada
5. lançada no ano passado (2015), ele reclamou para Dilma que ela não confiava nele e o tinha relegado a um
papel figurativo. O relacionamento de ambos azedou ainda mais no mês passado (abril de 2016) quando uma
gravação de áudio de Temer foi divulgada, nela ele ensaiava um discurso para o país como se ele já tivesse
assumido a presidência. Dilma Rousseff o chamou de “traidor” que estava conspirando para roubar seu
cargo. Enquanto isso, com Dilma lutando pela sobrevivência, ele começou abertamente a montar seu
ministério, construindo apoio entre os vários partidos políticos do Brasil, acenando com cargos ministeriais
no palácio presidencial.
A principal bolsa de valores do Brasil subiu ligeiramente quando Temer assumiu o poder, com a
moeda brasileira, o real, se fortalecendo contra o dólar. Temer prometeu revisar a carga tributária do Brasil,
levar a diante a tão necessária reforma da previdência e implementar outras políticas pró-mercado para tentar
estimular o crescimento e estabilizar uma economia cuja projeção é de encolher 3,8% neste ano (2016). Com
milhares sem emprego, Temer não está planejando cortar o principal programa de bem-estar chamado de
“bolsa-família,” que providencia pagamentos em dinheiro para manter muitos dos pobres brasileiros fora das
flutuações do mercado.
João Pedro Ribeiro, um economista especializado em Brasil da Nomura Securities em Nova York,
disse que Temer se concentrará na economia do país devido ao seu interesse de construir um consenso que
ele precisará para aprovar reformas no Congresso Nacional. “Para promover o crescimento, as coisas são
lentas e não há muito que ele possa fazer imediatamente,” disse Ribeiro. “Mas há coisas que podem ser feitas
que possuem um benefício de longo prazo para a economia e os mercados responderão a isto.” Além de
dúvidas sobre a legitimidade de sua chegada ao poder, Temer também conviverá com o risco de que
acusações de corrupção possam forçar a sua saída.
Temer tem sido acusado por um delator na ampla investigação de corrupção na gigante petrolífera
estatal Petrobras, o escândalo que varreu uma dúzia de deputados e angariou o ódio do governo Dilma e de
toda a classe política brasileira. O nome de Temer não foi incluído em uma lista de poderosos políticos que o
procurador da república enviou para a Supremo Tribunal Federal na semana passada (03/05/2016) para ser
acrescentada a lista daqueles que estão sendo investigados. Porém o procurador disse que o partido de Temer,
o PMDB, estava profundamente envolvido na corrupção durante o período em que Temer foi o seu
presidente. Temer foi multado este ano (2016) depois que uma investigação pelo Tribunal Regional Eleitoral
encontrou violações da lei de financiamento eleitoral, o que pode acarretar sua inelegibilidade por oito anos.
Ele já prometeu que não será candidato em 2018.
6) Você considera que a reportagem do The Washington Post foi mais simpática ao governo Temer do que a
do New York Times? (__) SIM; (__) NÃO. Transcreva uma citação com até 3 linhas do The Washington Post
que ilustre sua resposta:
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7) Geralmente um governo popular é aquele que alcança índices maiores de 50% de respostas ótimo e bom
na avaliação de eleitores em pesquisas de opinião. Outras respostas possíveis são regular, ruim ou péssimo.
Sublinhe no texto a forma como a reportagem considera a popularidade de Temer no início do seu mandato.
Depois avalie os governos municipal, estadual e federal. Escreva algo que justifique sua resposta.
7a) Você considera o atual governo do(a) presidente da República como:
(__) Ótimo; (__) Bom; (__) Regular; (__) Ruim; (__) Péssimo.
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7b) Você considera o atual governo do(a) governador(a) estadual como:
(__) Ótimo; (__) Bom; (__) Regular; (__) Ruim; (__) Péssimo.
___________________________________________________________.
7c) Você considera o atual governo do(a) prefeito(a) municipal como:
(__) Ótimo; (__) Bom; (__) Regular; (__) Ruim; (__) Péssimo.
___________________________________________________________.
6. 8) Circule no texto uma referência ao ativismo digital, ou seja, a utilização de redes sociais, blogs ou
comentários em páginas oficiais para expressar posicionamentos políticos, sendo que, quando feitos em
grande quantidade em um mesmo sentido, assumem a feição de manifestações de massa. Assim, a internet
ganha os contornos de um espaço público de debate entre diferentes ideias e ideologias, onde se pode
vivenciar as prerrogativas democráticas da liberdade de expressão, desde que se respeite os direitos
humanos. Você já praticou algum tipo de ativismo digital? (__) SIM; (__) NÃO. Descreva e justifique uma
ideia que você julga que seria importante difundir nas redes sociais.
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___________________________________________________________.
9) A reportagem do The Washington Post aponta problemas no partido do presidente interino Michel Temer,
o PMDB, por estar citado nos mesmos escândalos que o governo de Dilma Rousseff esteve envolvido.
Assinale a alternativa que melhor retire do texto uma citação que explicite esta crítica.
(A) O vice-presidente Michel Temer, é um político de carreira com uma reputação de ser um negociador
habilidoso e um eficiente operador de bastidores;
(B) Filho de imigrantes libaneses cristãos, Temer tem apontado que levará o Brasil e sua debilitada economia
na direção de um fortalecimento do livre mercado;
(C) Analistas dizem que ele (Temer) terá que superar rapidamente a desconfiança e a dúvida pública sobre
sua escalada até a presidência;
(D) Temer concorreu junto com Dilma Rousseff em 2010 e novamente em 2014 quando seu partido centrista
PMDB foi aliado dela;
(E) O partido de Temer, o PMDB, estava profundamente envolvido na corrupção durante o período em que
Temer foi o seu presidente.
10) Marque (V) verdadeiro ou (F) falso para as sentenças abaixo conforme as informações da reportagem do
The Washington Post.
(__) Havia uma grande probabilidade de Temer terminar o mandato de Dilma Rousseff até o fim de 2018;
(__) Temer pretendia fortalecer a presença e a intervenção do Estado na economia brasileira;
(__) Temer indicava que não cortaria o principal programa, na época, contra a miséria do governo federal;
(__) Nunca tinha havido nenhum processo contra Temer até ele ter assumido a presidência interina;
(__) Temer afirmava que não seria candidato à reeleição em 2018.
Referências
CHAPPATTE, Patrick. Scandals in Brazil. 2016. Disponível em: <http://www.globecartoon.com/>. Acesso em: 17
maio 2016.
ROMERO, Simon. New President of Brazil, Michel Temer, Signals More Conservative Shift. The New York Times.
Nova York. 13 maio 2016. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2016/05/13/world/americas/michel-temer-brazils-
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VENCESLAU, Pedro; MACHADO, Tania. "Se o governo for para o lado errado, PSDB sai", diz FHC. O Estado de
São Paulo. São Paulo, p. 8-8. 21 maio 2016.
DINIZ, Maiana. Temer diz que não é hora de falar em crise, mas em trabalhar. 2016. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/temer-diz-que-nao-e-hora-de-falar-em-crise-mas-em-
trabalhar>. Acesso em: 12 maio 2016.
MIROFF, Nick; PHILLIPS, Dom. Brazil’s new president is already deeply unpopular. The Washington Post.
Washington, p. 0-0. 12 maio 2016. Disponível em:
<https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2016/05/12/brazils-gets-a-new-leader-amid-crisis-but-dont-
think-bland-bureaucrat/>. Acesso em: 12 maio 2016.