1. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTOS DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
CURRÍCULO EM MOVIMENTO
Eixos – organização curricular mais integrada:
Temas ou conteúdos socialmente relevantes; em geral deixados à margem do
processo educacional.
Mais reflexivo, menos normativo e prescritivo.
Conteúdos organizados em torno de eixos integradores.
(Santomé, 1998, p. 25)
Eixos Estruturantes:
Cidadania
Diversidade:
Educação das Relações Étnico-Raciais
Educação do Campo
Educação em Gênero e Sexualidade
Direitos Humanos
Sustentabilidade Humana
Aprendizagens
CIDADANIA
Sujeito de direitos: pleno membro de uma comunidade.
Civis – “todos são iguais diante da lei”: direitos à liberdade e à propriedade privada
(Estado Moderno)
Políticos – organização política e direito ao voto (burguesia)
Sociais – educação, saúde, habitação, renda mínima, lazer, cultura (Século XX –
pós guerra)
“a raiz dos direitos humanos, [...] competência humana de fazer-se sujeito, para
fazer história própria, coletivamente organizada.” Pedro Demo (1995, p.3)
Princípio e finalidade da educação:
formação de cidadãos
(CRFB e LDBEN)
Cidadania na escola:
Como garantir o exercício dos direitos, deveres e participação de todos os
sujeitos que compõem a escola?
DIVERSIDADE
Etimologia: diferença, heterogeneidade.
Diferença de padrões, saberes e culturas.
Grupos historicamente excluídos: crianças e adolescentes, mulheres, pessoas com
deficiências, negro/as, povos indígenas, homoafetivo/as, quilombolas, sujeitos do
campo, pobres, idoso/as, cigano/as e outros
Diversidade na escola
Problemas que a escola pública apresenta e precisa superar:
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Parcialidade de atendimento
Território urbano
Matriz curricular eurocêntrica
Política e economicamente específica
Modelos de sociedade preconceituosos, discriminatóriose excludentes
Educação das Relações Étnico-Raciais
Formação de atitudes, posturas e valores que levem ao sentido de
pertencimento e identidades étnicas.
Inclusão, no contexto de estudos e atividades, da participação das matrizes
culturais do povo brasileiro: indígenas, africanos, europeus, asiáticos e outros.
Educação do Campo
Escola do campo Escola rural.
Direito de acesso à Educação Básica.
Políticas públicas que garantam o direito da educação no e do campo.
Projetos Políticos Pedagógicos pensados a partir da diversidade dos sujeitos
do campo.
Campo e cidade: necessidade de articulação, completude e alimentação
mútua.
Construção da sociedade com pleno exercício da cidadania: novas relações
entre o rural e o urbano.
Educação em Gênero e Sexualidade
Gênero – construção social e histórica. Dimensão das relações sociais entre o
feminino e o masculino.
Sexualidade – Refere-se às elaborações culturais sobre os prazeres e os
intercâmbios sociais e corporais que compreendem desde o erotismo, o
desejo e o afeto até noções relativas à saúde, à reprodução, ao uso de
tecnologias e ao exercício do poder na sociedade.
Sexo – atribuído aos aspectos biológicos.
Diferenças não podem
se transformar em
desigualdades.
Educação em Direitos Humanos
A educação em direitos humanos deve abarcar questões concernentes aos
campos da educação formal, à escola, aos procedimentos pedagógicos, às agendas
e instrumentos que possibilitem uma ação pedagógica conscientizadora e
libertadora, voltada para o respeito e valorização da diversidade, aos conceitos de
sustentabilidade e de formação da cidadania ativa. (PNEDH3, 2008, p.3 ).
Princípios: dignidade humana, igualdade de direitos, reconhecimento e valorização
das diferenças e das diversidades, laicidade do Estado, democracia na educação,
transversalidade, vivência e globalidade e sustentabilidade socioambiental. (CNE)
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Existe um trabalho de identificação e intervenção no que diz respeito às questões da
diversidade na escola?
SUSTENTABILIDADE HUMANA
Nova proposta em relação ao que se conhece hoje como “desenvolvimento
sustentável”, cunhado pelo capitalismo, que aponta políticas que buscam equilibrar o
processo econômico com a conservação da natureza, na perspectiva de satisfação
das necessidades atuais e das gerações futuras, o que se mostra improvável.
O conceito de sustentabilidade humana se apoia no reconhecimento dos
limites e potenciais da natureza e da complexidade ambiental, que reclamam uma
nova compreensão de mundo e de sociedade.
Relação homem-planeta
Acabar com a velha crença na ilimitada capacidade do ser humano em
resolver os impasses do desenvolvimento pelo incremento tecnológico.
Ter a plena consciência da finitude dos recursos naturais do planeta.
Internalizar o pensamento ecológico na dimensão social e política das
populações.
Aprender a ler os sinais do planeta: mudanças climáticas, catástrofes
naturais, doenças e mutações genéticas e biológicas etc.
Adotar novos princípios e lutar pela preservação do ambiente em todas
as esferas de nossas ações, individuais e coletivas.
Ética
Nova relação na necessária reconciliação entre a razão e a moral, de
modo que os seres humanos alcancem um novo estágio de
consciência, autonomia e controle sobre seus modos de vida,
assumindo a responsabilidade por seus atos diante de si mesmos
(GALANO et al., 2003).
A lógica da sustentabilidade humana propõe o enfrentamento da
injustiça social caracterizada, sobretudo, pelas contradições entre a
opulência e a miséria, a alta tecnologia e a precariedade de recursos,
entre a crescente exploração de recursos naturais e a desesperança
dos seres humanos, a globalização dos mercados e a marginalização e
exclusão social, ou seja, má distribuição de renda, produtos, serviços e
recursos ambientais, garantidoras da existência do sistema capitalista.
Racionalidade produtiva
Eliminar as formas agressivas de intervenção sobre os recursos
naturais: mecanização, manipulação genética, extrativismo predatório e
outras.
Fundamentação nas características ecotecnológicas de cada região e
ecossistema, considerando os valores e potenciais da natureza e da
cultura, de modo a abrir novas alternativas a um modelo de
mercadounificador, hegemônico e homogêneo.
Alterglobalização
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Construção de alternativas ao paradigma dominante da globalização
econômica, financeira, tecnológica e informacional.
Visão Holística
Requer o cuidado com o bem estar “sociocósmico”, para o qual não
basta que o ser humano esteja bem atendido em seus direitos e
necessidades básicas se, para isso, os demais seres e elementos da
natureza sofrem depredação. Exige o exercício – humano – de pensar
as múltiplas dimensões do próprio ser, em uma visão holística, integral,
não centrada apenas na liberdade individual em detrimento da justiça
social e da vida em coletividade.
Reformulação de objetivos educacionais
Diferentemente das pedagogias tradicionais, ainda centradas na
competitividade, na seleção e classificação, a educação para a
sustentabilidade humana extrapola os sentidos da escolarização e
busca ter peso na luta pela sustentabilidade política, econômica e
social, por meio da formação de um cidadão ativo, cooperativo, criativo,
democrático, solidário. É uma educação que transcende o espaço
escolar, ganha as ruas, comunidades e diversos setores da sociedade
civil e promove a interação entre os saberes acadêmicos, setoriais,
tradicionais e o saber local para que possam interagir na construção do
saber ambiental.
Reorganização do trabalho pedagógico e metodologias
Sentimentos de incerteza, dúvida e insegurança devem ser convertidos
em possibilidades de construção livre de uma nova metodologia de
ação que permita, de maneira participativa e descontraída, o debate
em torno de questões relacionadas à realidade local.
Vinculação estreita dos saberes escolares com os conteúdos
socialmente relevantes, na medida adequada às necessidades,
possibilidades e conhecimentos prévios dos sujeitos da aprendizagem
que são, também, “os sujeitos da aprendizagem, igualmente agentes
no sistema, considerados sempre no contexto social e natural global”
(TESCAROLO, 2012, p. 7).
A escola deve reorganizar-se no sentido de promover um conjunto de
procedimentos diversificados e sistemáticos, organicamente
estruturados e previstos no projeto político pedagógico. Ela precisa
também considerar todos os atores da comunidade escolar em sua
totalidade humana, contribuindo para o desenvolvimento de suas
potencialidades profissionais, biofisiológicas, intelectuais, emocionais,
espirituais e sociais.
“A ciência moderna, nascida com Newton, Copérnico e Galileu Galilei, não soube
o que fazer da complexidade. A estratégia foi reduzir o complexo ao simples. Por
exemplo, ao contemplar a natureza, ao invés de analisar a teia de relações
complexas existentes, os cientistas tudo compartimentaram e isolaram. (...) Assim,
começaram a estudar só as rochas, ou só as florestas, ou só os animais, ou só os
seres humanos. E, nos seres humanos, só as células, só os tecidos, só os órgãos,
só os organismos, só os olhos, só o coração, só os ossos etc. Desse estudo
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nasceram os vários saberes particulares e as várias especialidades. Ganhou-se em
detalhes, perdeu-se a totalidade” (BOFF, 2006, p. 7).
APRENDIZAGEM
“Ninguém nasce com compreensão de texto e nem com raciocínio lógico. Isto se
constrói ao longo da vida nos vários espaços de aprendizagem (família, igreja,
escola etc).”
Aprendizagem escolar como processo da subjetividade:
O que é aprender para você?
Ensino e aprendizagem não são simétricos. Estão intimamente
relacionados, mas não são a mesma coisa e um acontece sem o outro.
O professor pensa mais no seu processo de ensinar e quase não
enxerga o processo de aprender dos estudantes.
Que tipo de aprendizagem você quer para os estudantes?
A aprendizagem escolar não é homogênea. Existem vários tipos de
aprendizagem:
Reprodutiva (mecânica): aprender a reproduzir o conceito que
foi dado.
Compreensiva: o foco não está na memorização, está na
compreensão da articulação do conceito dado, permitindo levar
para outras situações.
Criativa: o aprendiz não apenas compreende; confronta,
questiona o material (conceito) e gera novas formas de
aplicação ao conceito dado.
Múltiplas formas e dimensões da aprendizagem escolar
A aprendizagem não depende só da cognição e das capacidades
operacionais do estudante, também depende da dimensão afetivo-emocional.
Não se aprende se não existir também os processos afetivos, emocionais. É
um processo individual e social (das relações sociais); depende também da
constituição subjetiva do aprendiz – o conjunto de sentidos constitutivos de sua
história. É um processo complexo: conta com a diversidade e a singularidade dos
aprendizes. São fatos legítimos na sala de aula onde a subjetividade do outro é
essencial. A aprendizagem não é um momento, é um processo.
*Relato de experiência, em Cuba, sobre os professores de biologia e
matemática que aplicaram provas do ano anterior em grupos dos mesmos alunos, já
na série seguinte, com resultados piores que os resultados obtidos nas provas
originais.
O papel do sujeito nas formas complexas e “desejáveis” de aprendizagem
escolar
SUJEITO
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O indivíduo concreto portador da personalidade que se caracteriza por ser:
Atual
Interativo
Consciente
Intencional
Emocional
(Gonzalez Rey, F. 1991)
A medicalização da aprendizagem
DIAGNÓSTICO
apenas o argumento para processos de aprendizagem, porém se
tornou a prescrição.
CONTEXTO
Processos de globalização.
Avanços da tecnologia.
Mudanças e ritmos cada vez mais rápidos.
Altos níveis de exigência, produtividade e competição.
Ênfase no desempenho e rendimento.
Império do consumo.
Precocidade das demandas.
Crise de autoridade das instituições em geral, dos pais, dos
professores.
SITUAÇÃO
Avidez por soluções rápidas mais do por análise dos problemas.
Avidez classificatória: procurar “algo” sobre o que se possa operar
tecnicamente.
Redução de práticas sociais complexas – como criar, educar,
diagnosticar e curar – para procedimentos técnicos.
Construção de entidades biogenéticas (TPM, estresse e outras).
Dificuldades escolares como mercado da indústria farmacêutica.
Massificação dos transtornos.
REPRESENTAÇÕES DOMINANTES
A ciência como verdade: o biológico como fundamental na
compreensão da natureza.
PERIGOS
Impacto negativo do rótulo no desenvolvimento do estudante.
A justificação da não aprendizagem.
A “desresponsabilização” dos agentes educativos.
Principais desafios da aprendizagem
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Mudança de representações e concepções.
O reconhecimento da diversidade. A “turma” é um conjunto de
singularidades.
Excelência no trabalho pedagógico.
Estudo e atualização profissional.
Flexibilidade, compromisso e criatividade.
“Os saberes não funcionam senão se articulam com a subjetividade do
indivíduo e do coletivo.“
As pessoas podem se dividir em três grupos:
Aquelas que fazem com que as coisas aconteçam.
As que assistem as coisas acontecerem.
As que perguntam: O que aconteceu?
Palestra proferida pela Profª Dra. Albertina, EAPE; em 07/06/2013.