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A Construção Histórica das Ciências Sociais, do século
XVIII até 1945
 Empreendimento do mundo moderno
 Tentativa: desenvolver um saber sistemático; regular a
realidade; e ser empiricamente válido
 Scientia = conhecimento empírico
 Parte de duas Premissas:
 1) modelo newtoniano - prevê uma simetria entre
passado e o futuro
 2) dualismo cartesiano - prevê a existência de uma
dicotomia natureza/seres humanos; matéria/mente;
mundo físico/mundo social-espiritual
 Divisão entre Exatas e Humanas
 Exatas – entendida como o “conhecimento das coisas
naturais, e de todas as Artes úteis, Manufaturas,
práticas Mecânicas, Máquinas e Invenções pela via da
Experimentação”
 Humanas - envolve “o Divino, a Metafísica, a
Política, a Gramática, a Retórica, ou a Lógica
 Ciência: leis da natureza universais e verdadeiras sob
qualquer circunstância.
 Progresso: dotado do sentido de infinitude, da
tecnologia e de suas conquistas materiais.
 Mudança na percepção a respeito do globo terrestre –
dotado de finitude
 Conseqüência: encurtamento das distâncias sociais e
temporais em decorrência das viagens dos
descobrimentos e da divisão do trabalho;
 Infinidade do tempo e do espaço - alimentava a idéia
de um progresso ilimitado;
 Até o séc. XX a finitude da terra propiciou a
exploração ocidental pelo progresso
 Finitude da terra e encurtamento das distâncias:
incentivaram novas explorações; alargamento da dominação
 Humanos – senhores de uma unidade cada vez mais
cósmica; prepotência do homem (e da ciência).
 Desprendimento da ciência com relação à filosofia –
metafísico em oposição ao termo ciência (leis da natureza)
 Vista como fonte de um conhecimento certo
 Variabilidade da chamada Filosofia – falta coesão
interna; incapacidade de resultados “práticas”
 Luta epistemológica pelo controle do conhecimento
relativo ao mundo humano (controle do conhecimento
relativo à natureza já se encontrava encabeçado pelos
próprios cientistas naturais).
 Marcado pela criação de estruturas institucionais
permanentes;
 São voltadas para a produção de um novo conhecimento e
reprodução dos seus produtores
 Marca determinante da história intelectual desse período
 Grande processo de disciplinarização e profissionalização
do conhecimento.
 Passam por processo de revitalização e transformação
 Intuito: disponibilizar um lugar institucional para a criação de
conhecimento, visto que se notou a existência de múltiplas
espécies de sistemas sociais com variedades a espera de
explicações
 Faculdades de Filosofia: edificação da autonomia de múltiplas
estruturas disciplinares pelos praticantes tanto das artes como das
c. naturais.
 Ciências Naturais: atuavam fora da academia devido ao
apoio social e político angariado graças à promessa de
resultados práticos e de aplicação imediata
 Demais estudiosos: foram os que mais se manifestaram
pela revitalização das universidades durante o séc. XIX
 Estes atraem as C.N para o interior da academia graças ao
seu perfil positivo com vistas a obter apoio estatal para as
investigações “filosóficas”
 Conseqüência: estabelece-se um espaço permanente
de tensão entre as artes e as ciências.
 Revolução Francesa – lançou novas luzes à discussão
sobre este antagonismo, graças ao surto cultural que
trouxe consigo.
 Houve necessidade de entendê-las e estudá-las para poder
organizá-las e racionalizá-las posteriormente, como se
desejava
 O que se reivindicava: um espaço próprio do que seriam as
Ciências Sociais de fato, visto que já se demonstrava uma
necessidade social pelo seu surgimento.
 Com a necessidade de organizá-las segundo critérios
estáveis, requereu-se um caráter exato ou “positivo” a esta
ciência, utilizando como modelo a física newtoniana
 Preocupação em recompor a unidade nacional dos
Estados: favoreceu a criação de narrativas históricas
nacionais baseadas na investigação empírica de arquivos a
fim de poder assim escorar as novas ou potenciais
soberanias
 Houve uma associação das narrativas históricas nacionais
com as c. sociais e naturais no sentido de rejeitar a
“especulação” e a “dedução”, características da Filosofia.
 Porém, este tipo de história não via com bons olhos o
surgimento desta nova “ciência social” com intenções de
estabelecer leis universais para a sociedade, ou seja, o que
se acreditava ser uma mera generalização.
 C. sociais- situada entre as humanidades e as c. naturais,
encontrando-se mais próxima desta última
 História – mais próxima às faculdades de artes / letras
 Entretanto, como cada uma destas esferas possuía sua ênfase
epistemológica própria, seus estudiosos viram-se divididos e
encurralados pelas respectivas questões.
 Triunfo deste sobre a filosofia especulativa – prestígio
social no mundo do conhecimento; meritocracia
 Implicações políticas: conceito de leis deterministas era
conveniente às tentativas de controle tecnocrático dos
movimentos de mudanças; tanto àqueles que se opunham as
mudanças tecnocráticas em defesa das instituições e tradições
quanto àqueles que almejavam uma interferência mais
espontânea e radical no terreno sociopolítico, interessava a
defesa do particular, do não determinado e do imaginativo.
 Em todas as partes em detrimento da Filosofia
 O que restou a Filosofia?
 Redefinir, de maneira mais equivalente com o próprio ethos
científico, suas respectivas atividades, principalmente por
ser conhecida pela sua faculdade de cogitar e escrever a
respeito das próprias cogitações.
 Estabelecem regras que prescindem às análises do mundo
social.
 Física social comtiana: preocupações políticas relativas ao
partido da ordem e partido do movimento decorrentes de
uma “anarquia intelectual” datada desde a Revolução
Francesa
 Física Social: reconciliação da ordem e do progresso graças
a um “número reduzido de inteligências de elite” dotadas de
um nível de instrução adequado aptos a resolver os
problemas sociais. Instalação de um novo poder espiritual
que findaria a Revolução finalmente. “A base tecnocrática e
a função social da nova física social tornavam-se, assim,
evidentes”
 Enquanto a ciência positiva visava pela libertação total no
concernente a teologia e a metafísica assim como a todos os
demais modos de “explicação” da realidade, os filósofos se
tornariam “especialistas em generalidades” nesta nova
estrutura do conhecimento.
 Mill: correspondente de Comte no contexto inglês; defesa
não de uma ciência positiva mas de uma ciência exata.
 História
 Economia
 Sociologia
 Ciência Política
 Antropologia
 Garantir e avançar conhecimento ‘objetivo’ sobre a
realidade na base de descobertas empíricas
 Descobertas empíricas: oposto ao trabalho de
‘especulação’; aprender a verdade em vez de intuí-la
 Institucionalização: não linear, nem simples
 Questão: deveria ser singular, ou dividida em
disciplinas diversas? Que tipo de epistemologia
empregar?
 1) Onde essa institucionalização teve lugar?
 Séc. XIX: a Grã-Bretanha, a França, as Alemanhas, as
Itálias e os Estados Unidos.
 Por que essa institucionalização não ocorreu no restante do
mundo?
 Universidades: não possuíam o peso / prestígio
internacional dos cinco países citados; maioria dos
estudiosos e universidades encontrava-se num destes
espaços
 2) De nomes de ‘assunto’ e de ‘disciplinas’ avançados
no decurso do século passado
 I Guerra Mundial: consenso em torno de um punhado
de nomes específicos, principalmente em torno das
cinco apontadas
 Mas por que a geografia, a psicologia e o direito não
estão inclusos nesta lista?
 Nomotéticas: visam à investigação das leis da
natureza; buscam enquadrar os fatos dentro de leis
gerais da espécie a que pertencem (psicologia)
 Idiográficas: ou culturais, que visam as formas
particulares (história, arte, direito)
 Primeira disciplina a adquirir uma existência
institucional autônoma; muitos historiadores rejeitaram
o rótulo de ciência social;
 Por que isso ocorre?
 Divergências internas dentro das ciências sociais –
resulta disputa entre historiadores e demais disciplinas
das primeiras
 Prática antiga
 relatos alusivos ao passado, e em particular ao passado
dos povos e dos Estados, constituíram uma prática
muito conhecida no mundo do conhecimento
 O que distinguia a ‘nova disciplina’ da história tal
como esta veio a se desenvolver no século XIX?
 Ênfase: rigorosa na descoberta de ‘o que efetivamente
aconteceu’,
 Oposição: a histórias imaginadas ou exageradas, fossem estas
por lisonjearem os leitores ou para servirem aos fins imediatos
dos governantes
 Conclusão: passou a ser mais exata, menos fictícia e alegórica.
Passou então a ter como máxima a busca da verdade acima de
tudo.
 ciência utilizou de temas como: ênfase na existência de um
mundo real e tido por objetivo e cognoscível, ênfase na
prova empírica e ênfase na neutralidade do estudioso
 O historiador: ex. C.N não deve buscar informações nem
nos escritos já existentes (a biblioteca, lugar da leitura) nem
nos processos do seu próprio pensamento (o estúdio ou
estudo, lugar por excelência da reflexão)
 Onde ele deve buscar então as informações de que precisa?
 Num espaço onde é possível reunir, armazenar, controlar e
manipular uma informação objetiva e exterior (o laboratório
ou o arquivo, lugar da investigação)
 Aproximou história e ciência, entendidos como modos de
conhecimento ‘modernos’
 Moderno = a não medieval
 Rejeição por parte dos historiadores: busca de esquemas
gerais capazes de explicar os dados empíricos, pq qualquer
busca de eventuais ‘leis’ cientificas do mundo social os
reconduziria necessariamente à via do erro
 “Explica o porquê de terem sido capazes, no âmbito do seu
trabalho, não só de espelharem o novo primado da ciência
no pensamento europeu, mas também de surgirem como
arautos e defensores de uma posição idiográfica e
antiteórica.” Daí a insistência dos historiadores de
pertencerem às faculdades de letras e de mostrarem
resistência em identificar-se com as CSO.
 Válida – historiadores enfatizaram uso dos arquivos;
 Arquivos: baseado num conhecimento contextual e
aprofundado da cultura;
 Resultado: fez com que a investigação histórica fosse
validada quando “o historiador a levava a cabo no seu
próprio quintal.”
 Conseqüência: os historiadores que se haviam negado a
continuar a alinhar na justificação dos reis, se acharam na
posição de justificar ‘nações’ e com freqüência os seus
novos soberanos – ‘os povos’
 Isso se tornou útil aos Estados uma vez que contribuiria
para lhes reforçar a coesão social, contudo, não os ajudou a
tomar decisões quanto às políticas mais avisadas a
empreender no presente.
 Grande procura por especialistas(funcionários públicos
x), por parte dos Estados
 Por que essa procura?
 Ajuda na formulação de políticas, sobretudo nos
momentos marcadamente mercantilistas dos
respectivos percursos históricos.
 Jurisprudência (termo antigo) e o direito das nações
(termo novo). A primeira já era ofertada nas faculdades
de Direito da universidades;
 A economia política (termo igualmente novo que
designava a macroeconomia ao nível das sociedades
politicamente organizadas);
 A estatística (outro termo novo, que designava os
dados quantitativos relativos aos Estados)
 E as Kameralwissenschaften (ciências da
administração) – que passou a ser matéria de estudo das
universidades alemãs no século XVIII
 Séc.XIX: passa a fazer parte das faculdades de
Direito;
 Encontrada antes no interior das faculdades de
Filosofia
 Economia Política: expressão corrente sec. XVIII
desaparece – teorias econômicas liberais XIX- na
metade de oitocentos em favor da expressão
‘economia’
 Deu condições aos economistas de defenderem “que o
comportamento econômico era reflexo de uma
psicologia individualista universal e não de instituições
socialmente construídas, argumento que pôde então ser
utilizado para afirmar o caráter natural dos princípios
do laissez-faire.”
 Estudo voltado para o presente;
 Conseqüência: história econômica ficou relegada a
lugares inferiores nos currículos de economia, e quando
surge como subdisciplina essa evolução dá-se a partir
da historia (da qual irá parcialmente separar) do que da
economia
 Economia ganha solidez; surge disciplina nova: a
sociologia
 Comte: a sociologia seria a rainha das ciências, na qual
seria uma ciência social integrada e unificada e
caracterizada pelo ‘positivismo’
 Só ocorre na segunda metade sec. XIX
 institucionalização e transformação, nos limites das
universidades, do trabalho realizado pelas associações
para a reforma da sociedade
 Programa de ação: o mal-estar e os desequilíbrios vividos
pelo número incontável da população operária urbana.
 Trabalho no ambiente universitário: ao fazerem isso
acabaram por abdicar da sua militância ativa em prol de
medidas legislativas imediatas
 Ao consumar o corte com suas origens nas organizações
para a reforma social, “os sociólogos começaram a cultivar
o impulso positivista que, juntamente com a sua disposição
para o estudo do presente, os empurrou, também a eles, para
o campo nomotético.”
 Surge ainda mais tarde em relação as disciplinas
mencionadas
 Por que isso ocorreu?
 Não porque seu respectivo conteúdo – o Estado
contemporâneo e a sua componente política – se prestasse
menos à análise nomotética, mas sim porque as faculdades
de Direito não queriam abrir mão do monopólio que
detinham sobre esta área;
 reflete a importância atribuída pelos cientistas políticos
ao estudo da filosofia política – que ora assumia a
designação de teoria política – pelo menos até a
revolução behaviorista do período posterior a 1945
 Permitiu que a ciência política reivindicasse como sua
uma herança que já vinha dos gregos, detendo-se na
leitura de autores desde há muito com lugar firmado
nos currículos universitários;
 C.P cumpre outro objetivo: o de legitimar a economia
como disciplina autônoma
 Rejeitada como matéria – o Estado e o mercado
funcionavam, e deviam funcionar, através de lógicas
distintas;
 Esse argumento exigia como garantia o
estabelecimento a longo prazo de um estudo científico
autônomo da esfera política
 “ao se tornarem disciplinas universitárias no século XIX (e
de fato até 1945), esse quarteto não só se limitou a ser
praticado nos cinco países em que elas tiveram
coletivamente origem, como se dedicou em grande medida,
a descrever a realidade social desses mesmos países. Não se
pode dizer que as universidades dos cinco países
ignorassem o resto do mundo. O que sucedia é que nelas
esse estudo era segregado para disciplinas diferentes”
 Moderno sistema-mundo: implicou encontro – e a
conquista – de europeus com povos de diferentes
regiões do mundo;
 O encontro: deu-se com dois tipos muito diferentes de
povos e de estruturas sociais
 Grupos pequenos, sem nenhum sistema de registro escritos,
desinseridos de qualquer sistema religioso geograficamente
amplo e militarmente frágeis em relação à tecnologia
européia;
 Civilizações ‘avançadas’ (orientais) possuíam: escrita,
sistemas religiosos que cobriam um vasto espaço geográfico;
uma estrutura política relativamente organizada, sob forma
imp.burócratico; uma capacidade militar significativa
 Criou a necessidade de uma nova disciplina, que tivesse por
domínio esse objeto
 = a soc. a antrop. teve início fora da universidade; praticada
por: exploradores,viajantes e funcionários dos serviços
coloniais das potências européias
 Mais tarde fora institucionalizada como a soc. embora
segregada das demais ciências sociais dedicadas ao estudo
do mundo ocidental
 Atraídos pela idéia de uma “história natural da
humanidade de contornos universais
 pressões exercidas pelo mundo exterior levam os
antropólogos a tornarem-se etnógrafos deste ou daquele
povo;
 objeto de estudo: os povos que encontravam nas
colônias internas ou externas dos respectivos países.
 Conseqüência: adoção metodologia muito especifica,
construída em torno do trabalho de campo (resp.exigência
ethos científico investigação empírica) e da observação
participante (exigência de se atingir um conhecimento
mais profundo em torno da cultura em estudo)
 Observação participante: desde sempre ameaçou violar o
ideal da neutralidade científica.
 Ser mediador entre o povo que estudava e o mundo dos
conquistadores europeus, principalmente por cidadão
da potência colonizadora do povo estudado;
 ex: antropólogos ingleses na África Ocidental;
antropólogos italianos na Líbia; antropólogos dos EUA
que se dedicaram ao estudo da ilha Guam e dos índios
americanos)
 fato preponderante para que mantivessem a prática da
etnografia dentro das premissas normativas da ciência
 Assumem, talvez, uma posição nomotética e
debruçada sobre o presente, semelhante ao dos
economistas, e em verdade após 1945 a antropologia
estrutural viria a conhecer uma evolução desse tipo
 prioridade à necessidade de justificar o estudo da
diferença, bem como o de defender a legitimidade
moral de não se ser europeu. “Por isso, seguindo a
lógica dos primeiros historiadores, os antropólogos
resistiram à exigência de formular leis, dedicando-se,
na sua maioria, à prática de uma epistemologia
idiográfica.”
 mundo árabe-islâmico e a China
 civilizações "avançadas“(ñ consid. Tribos)
 organização política, sistemas religiosos, vasto
território, grandes impérios burocráticos capacidade
militar opunha resistência às tentativas de conquista
 com os progressos tecnológicos europeus essas
civilizações também se tornaram colônias ou
semicolônias
 institucionalização estudos orientais
 caráter mais secular -participação no quadro das
estruturas disciplinares das universidades
 Precederam a institucionalização dos estudos orientais
 Antiguidade, "cultura clássica" povos antepassados da
Europa moderna
 saga única – antiguidade - conquistas dos bárbaros -
continuidade assegurada pela Igreja - Renascimento -
reincorporação da herança greco-romana - criação do
mundo moderno
 Preocupação em serem distintos da filosofia e da
teologia tinham caráter essencialmente literário, apesar
de serem uma mistura de literatura, artes e história
abriram terreno para os estudos orientais, que davam
entrada nas universidades
 prática própria, sem interesse na reconstrução
diacrônica interesse: compreensão e avaliação correta
do conjunto de valores e práticas de civilizações vistas
como estáticas exigiam capacidades lingüísticas e
filológicas resistência à modernidade, ao ethos
científico consideravam-se integrados nas
"humanidades", mas contribuíram para as CSO por
serem os únicos que se dedicavam a tais estudos (os
comparativistas não tinham interesse nas civilizações
orientais em si mesmas)
 Geografia
 Psicologia
 Direito
 prática antiga, que procedeu à sua própria reconstrução
como disciplina nova no século XIX
 mesmas grandes preocupações CSO, mas resistiu à
categorização
 ponte com as ciências naturais (geografia física)
 ponte com as humanidades (geografia humana), com ênfase
nas influências do meio
 preocupação em ser uma prática mundial em relação ao objeto
de estudo
 mas, com a compartimentação em disciplinas no final do séc.
XIX, tornou-se anacrônica, devido ao seu caráter
generalizante
 menos prestígio, "acólito da história"
 Vs. ciências sociais, com sua ênfase temporal (negligenciando
o tratamento do espaço)
 espaço, nas CSO
 na abordagem universalista, determinista, era considerado
como "plataforma" em que ocorriam os acontecimentos,
 na abordagem com ênfase no específico, era considerado um
contexto, com certa influência sobre os acontecimentos, mas
tido como residual, não essencial para análise
 visão específica da espacialidade = territórios
soberanos (Estados)
 fronteiras políticas como parâmetro das interações e
dos processos (sociais, políticos, econômicos),
 fatores cruciais de confinamento social
 Também cindiu da Filosofia, partilhando do ethos
científico
 considerada como parte do terreno médico,
aproximação das ciências naturais
 legitimidade = natureza fisiológica e química
 dando entrada nas faculdades de ciências naturais
 psicologia social – modalidades com ênfase no
indivíduo visto em sociedade, permanecendo no campo
das ciências sociais
 mas não conseguiram autonomia institucional completa
 marginalização por parte da psicologia
 subdisciplina da sociologia
 forte e influente teorização da psicologia, com maior
potencial de se definir como ciência social
 não aconteceu, porque saiu da prática da medicina,
 o ambiente de escândalo do início a tornou uma
atividade pária, levando à criação de estruturas
institucionais fora do sistema universitário
 (o que preservou a psicanálise enquanto prática e
escola do pensamento, mas afastou os conceitos
freudianos dos departamentos de psicologia)
 já existiam faculdades de Direito - formar advogados
 ceticismo por parte dos cientistas sociais de vocação
nomotética, considerados muito normativos,idiográficos, sem
base na pesquisa empírica, leis que não eram científicas
 a ciência política, em vez de analisá-las, dedicava-se à análise
das regras abstratas dos comportamentos políticos, dos quais
se extrairiam os sistemas jurídicos racionais
 contexto: domínio Europa sobre o resto do mundo
 Questão: “Por que razão é que esta pequena porção do mundo
foi capaz de derrotar todos os rivais e de impor a sua vontade
às Américas, à África e à Ásia?“
 resposta ao nível da comparação de "civilizações" (nao ao dos
Estados soberanos)
 poderio militar mais forte e eficaz interpretações livres
 preocupação com o modo da expansão e dominação
coincindiu com a teoria evolucionista de Darwin
 o paradigma da física newtoniana dominava a metodologia das
ciências sociais, mas a biologia darwinista influenciou as
teorias do social com a idéia de evolução enquanto
sobrevivência do mais apto
 conceito que sofreu interpretações livres
 justificação da superioridade da sociedade européia
 ponto final do progresso – civilização
 esses primeiros estudos comparativos ainda não se centravam
no Estado
 acabaram vítimas do impacto das guerras mundiais, minando o
otimismo liberal das teorias progressistas industrial
 história, antropologia e geografia marginalizam as
tradições universalizantes
 sociologia, economia e ciência política, com ênfase no
Estado, consolidam-se como cerne (nomotético) das
ciências sociais
 1840 - 1945 - campo ciências sociais definido
 institucionalização da formação acompanhada pela
institucionalização da investigação (revistas especializadas,
associações de investigadores)
 esforço das disciplinas em se distinguirem das demais,
também em relação às voltadas para a realidade social
distinção entre disciplinas quanto ao conteúdo e às
metodologias
 História - afirmavam ter relação privilegiada com os materias, e
se propunham a reconstruir a realidade do passado, relacionando-
a com as necessidades culturais do presente pela via
interpretativa e hermenêutica
 antropologia - modos de organização social de povos não
ocidentais, considerados não irracionais
 Orientalistas - civilizações não ocidentais "avançadas"
("religiões mundiais" vs. perspectiva cristocêntrica)
 ciências nomotéticas - ênfase no que as distinguia da
história: interesse por leis gerais, fenômenos enquanto casos
(não entidades individualizadas), segmentação da realidade
para análise, métodos estritamente científicos, provas
produzidas de forma sistemática, observação controlada
 Separados da história idiográfica, demarcaram as diferenças
em relação às demais disciplinas, tanto quanto ao conteúdo
quanto às metodologias:
 economistas: operações do mercado
 cientistas políticos: estruturas governamentais formais
 sociólogos: problemática social emergente (alheia aos
economistas e as c. políticos)
 o sucesso do estabelecimento de estruturas disciplinares de
investigação gerou estruturas de investigação, análise e
formação produtivas (resultanto em grande legado
bibliográfico)
 institucionalização na maioria das universidades de todo o
mundo
 Com o fim da II Guerra Mundial até instituições alemãs e
italianas se alinharam ao padrão de classificação (bloco
soviético só nos finais da década de 50)
 distinção clara em relação às ciências naturais (sistemas não
humanos) e às humanidades (produção cultural, mental e
espiritual das sociedades humanas 'civilizadas')
 Mas mesmo com as estruturas institucionais já montadas, após
a II Guerra Mundial, começa a cisão entre as práticas e
posições intelectuais e a organização formal das ciências
sociais
 WALLERSTEIN, I. Para abrir as Ciências Sociais.
São Paulo: Cortez, 2206

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Para abrir as ciências sociais

  • 1. A Construção Histórica das Ciências Sociais, do século XVIII até 1945
  • 2.  Empreendimento do mundo moderno  Tentativa: desenvolver um saber sistemático; regular a realidade; e ser empiricamente válido  Scientia = conhecimento empírico
  • 3.  Parte de duas Premissas:  1) modelo newtoniano - prevê uma simetria entre passado e o futuro  2) dualismo cartesiano - prevê a existência de uma dicotomia natureza/seres humanos; matéria/mente; mundo físico/mundo social-espiritual
  • 4.  Divisão entre Exatas e Humanas  Exatas – entendida como o “conhecimento das coisas naturais, e de todas as Artes úteis, Manufaturas, práticas Mecânicas, Máquinas e Invenções pela via da Experimentação”  Humanas - envolve “o Divino, a Metafísica, a Política, a Gramática, a Retórica, ou a Lógica
  • 5.  Ciência: leis da natureza universais e verdadeiras sob qualquer circunstância.  Progresso: dotado do sentido de infinitude, da tecnologia e de suas conquistas materiais.  Mudança na percepção a respeito do globo terrestre – dotado de finitude
  • 6.  Conseqüência: encurtamento das distâncias sociais e temporais em decorrência das viagens dos descobrimentos e da divisão do trabalho;  Infinidade do tempo e do espaço - alimentava a idéia de um progresso ilimitado;  Até o séc. XX a finitude da terra propiciou a exploração ocidental pelo progresso
  • 7.  Finitude da terra e encurtamento das distâncias: incentivaram novas explorações; alargamento da dominação  Humanos – senhores de uma unidade cada vez mais cósmica; prepotência do homem (e da ciência).  Desprendimento da ciência com relação à filosofia – metafísico em oposição ao termo ciência (leis da natureza)
  • 8.  Vista como fonte de um conhecimento certo  Variabilidade da chamada Filosofia – falta coesão interna; incapacidade de resultados “práticas”  Luta epistemológica pelo controle do conhecimento relativo ao mundo humano (controle do conhecimento relativo à natureza já se encontrava encabeçado pelos próprios cientistas naturais).
  • 9.  Marcado pela criação de estruturas institucionais permanentes;  São voltadas para a produção de um novo conhecimento e reprodução dos seus produtores  Marca determinante da história intelectual desse período  Grande processo de disciplinarização e profissionalização do conhecimento.
  • 10.  Passam por processo de revitalização e transformação  Intuito: disponibilizar um lugar institucional para a criação de conhecimento, visto que se notou a existência de múltiplas espécies de sistemas sociais com variedades a espera de explicações  Faculdades de Filosofia: edificação da autonomia de múltiplas estruturas disciplinares pelos praticantes tanto das artes como das c. naturais.
  • 11.  Ciências Naturais: atuavam fora da academia devido ao apoio social e político angariado graças à promessa de resultados práticos e de aplicação imediata  Demais estudiosos: foram os que mais se manifestaram pela revitalização das universidades durante o séc. XIX  Estes atraem as C.N para o interior da academia graças ao seu perfil positivo com vistas a obter apoio estatal para as investigações “filosóficas”
  • 12.  Conseqüência: estabelece-se um espaço permanente de tensão entre as artes e as ciências.  Revolução Francesa – lançou novas luzes à discussão sobre este antagonismo, graças ao surto cultural que trouxe consigo.
  • 13.  Houve necessidade de entendê-las e estudá-las para poder organizá-las e racionalizá-las posteriormente, como se desejava  O que se reivindicava: um espaço próprio do que seriam as Ciências Sociais de fato, visto que já se demonstrava uma necessidade social pelo seu surgimento.
  • 14.  Com a necessidade de organizá-las segundo critérios estáveis, requereu-se um caráter exato ou “positivo” a esta ciência, utilizando como modelo a física newtoniana  Preocupação em recompor a unidade nacional dos Estados: favoreceu a criação de narrativas históricas nacionais baseadas na investigação empírica de arquivos a fim de poder assim escorar as novas ou potenciais soberanias
  • 15.  Houve uma associação das narrativas históricas nacionais com as c. sociais e naturais no sentido de rejeitar a “especulação” e a “dedução”, características da Filosofia.  Porém, este tipo de história não via com bons olhos o surgimento desta nova “ciência social” com intenções de estabelecer leis universais para a sociedade, ou seja, o que se acreditava ser uma mera generalização.
  • 16.  C. sociais- situada entre as humanidades e as c. naturais, encontrando-se mais próxima desta última  História – mais próxima às faculdades de artes / letras  Entretanto, como cada uma destas esferas possuía sua ênfase epistemológica própria, seus estudiosos viram-se divididos e encurralados pelas respectivas questões.
  • 17.  Triunfo deste sobre a filosofia especulativa – prestígio social no mundo do conhecimento; meritocracia  Implicações políticas: conceito de leis deterministas era conveniente às tentativas de controle tecnocrático dos movimentos de mudanças; tanto àqueles que se opunham as mudanças tecnocráticas em defesa das instituições e tradições quanto àqueles que almejavam uma interferência mais espontânea e radical no terreno sociopolítico, interessava a defesa do particular, do não determinado e do imaginativo.
  • 18.  Em todas as partes em detrimento da Filosofia  O que restou a Filosofia?  Redefinir, de maneira mais equivalente com o próprio ethos científico, suas respectivas atividades, principalmente por ser conhecida pela sua faculdade de cogitar e escrever a respeito das próprias cogitações.
  • 19.  Estabelecem regras que prescindem às análises do mundo social.  Física social comtiana: preocupações políticas relativas ao partido da ordem e partido do movimento decorrentes de uma “anarquia intelectual” datada desde a Revolução Francesa
  • 20.  Física Social: reconciliação da ordem e do progresso graças a um “número reduzido de inteligências de elite” dotadas de um nível de instrução adequado aptos a resolver os problemas sociais. Instalação de um novo poder espiritual que findaria a Revolução finalmente. “A base tecnocrática e a função social da nova física social tornavam-se, assim, evidentes”
  • 21.  Enquanto a ciência positiva visava pela libertação total no concernente a teologia e a metafísica assim como a todos os demais modos de “explicação” da realidade, os filósofos se tornariam “especialistas em generalidades” nesta nova estrutura do conhecimento.  Mill: correspondente de Comte no contexto inglês; defesa não de uma ciência positiva mas de uma ciência exata.
  • 22.  História  Economia  Sociologia  Ciência Política  Antropologia
  • 23.  Garantir e avançar conhecimento ‘objetivo’ sobre a realidade na base de descobertas empíricas  Descobertas empíricas: oposto ao trabalho de ‘especulação’; aprender a verdade em vez de intuí-la  Institucionalização: não linear, nem simples
  • 24.  Questão: deveria ser singular, ou dividida em disciplinas diversas? Que tipo de epistemologia empregar?  1) Onde essa institucionalização teve lugar?  Séc. XIX: a Grã-Bretanha, a França, as Alemanhas, as Itálias e os Estados Unidos.
  • 25.  Por que essa institucionalização não ocorreu no restante do mundo?  Universidades: não possuíam o peso / prestígio internacional dos cinco países citados; maioria dos estudiosos e universidades encontrava-se num destes espaços
  • 26.  2) De nomes de ‘assunto’ e de ‘disciplinas’ avançados no decurso do século passado  I Guerra Mundial: consenso em torno de um punhado de nomes específicos, principalmente em torno das cinco apontadas  Mas por que a geografia, a psicologia e o direito não estão inclusos nesta lista?
  • 27.  Nomotéticas: visam à investigação das leis da natureza; buscam enquadrar os fatos dentro de leis gerais da espécie a que pertencem (psicologia)  Idiográficas: ou culturais, que visam as formas particulares (história, arte, direito)
  • 28.  Primeira disciplina a adquirir uma existência institucional autônoma; muitos historiadores rejeitaram o rótulo de ciência social;  Por que isso ocorre?  Divergências internas dentro das ciências sociais – resulta disputa entre historiadores e demais disciplinas das primeiras
  • 29.  Prática antiga  relatos alusivos ao passado, e em particular ao passado dos povos e dos Estados, constituíram uma prática muito conhecida no mundo do conhecimento  O que distinguia a ‘nova disciplina’ da história tal como esta veio a se desenvolver no século XIX?
  • 30.  Ênfase: rigorosa na descoberta de ‘o que efetivamente aconteceu’,  Oposição: a histórias imaginadas ou exageradas, fossem estas por lisonjearem os leitores ou para servirem aos fins imediatos dos governantes  Conclusão: passou a ser mais exata, menos fictícia e alegórica. Passou então a ter como máxima a busca da verdade acima de tudo.
  • 31.  ciência utilizou de temas como: ênfase na existência de um mundo real e tido por objetivo e cognoscível, ênfase na prova empírica e ênfase na neutralidade do estudioso  O historiador: ex. C.N não deve buscar informações nem nos escritos já existentes (a biblioteca, lugar da leitura) nem nos processos do seu próprio pensamento (o estúdio ou estudo, lugar por excelência da reflexão)
  • 32.  Onde ele deve buscar então as informações de que precisa?  Num espaço onde é possível reunir, armazenar, controlar e manipular uma informação objetiva e exterior (o laboratório ou o arquivo, lugar da investigação)
  • 33.  Aproximou história e ciência, entendidos como modos de conhecimento ‘modernos’  Moderno = a não medieval  Rejeição por parte dos historiadores: busca de esquemas gerais capazes de explicar os dados empíricos, pq qualquer busca de eventuais ‘leis’ cientificas do mundo social os reconduziria necessariamente à via do erro
  • 34.  “Explica o porquê de terem sido capazes, no âmbito do seu trabalho, não só de espelharem o novo primado da ciência no pensamento europeu, mas também de surgirem como arautos e defensores de uma posição idiográfica e antiteórica.” Daí a insistência dos historiadores de pertencerem às faculdades de letras e de mostrarem resistência em identificar-se com as CSO.
  • 35.  Válida – historiadores enfatizaram uso dos arquivos;  Arquivos: baseado num conhecimento contextual e aprofundado da cultura;  Resultado: fez com que a investigação histórica fosse validada quando “o historiador a levava a cabo no seu próprio quintal.”
  • 36.  Conseqüência: os historiadores que se haviam negado a continuar a alinhar na justificação dos reis, se acharam na posição de justificar ‘nações’ e com freqüência os seus novos soberanos – ‘os povos’  Isso se tornou útil aos Estados uma vez que contribuiria para lhes reforçar a coesão social, contudo, não os ajudou a tomar decisões quanto às políticas mais avisadas a empreender no presente.
  • 37.  Grande procura por especialistas(funcionários públicos x), por parte dos Estados  Por que essa procura?  Ajuda na formulação de políticas, sobretudo nos momentos marcadamente mercantilistas dos respectivos percursos históricos.
  • 38.  Jurisprudência (termo antigo) e o direito das nações (termo novo). A primeira já era ofertada nas faculdades de Direito da universidades;  A economia política (termo igualmente novo que designava a macroeconomia ao nível das sociedades politicamente organizadas);
  • 39.  A estatística (outro termo novo, que designava os dados quantitativos relativos aos Estados)  E as Kameralwissenschaften (ciências da administração) – que passou a ser matéria de estudo das universidades alemãs no século XVIII
  • 40.  Séc.XIX: passa a fazer parte das faculdades de Direito;  Encontrada antes no interior das faculdades de Filosofia  Economia Política: expressão corrente sec. XVIII desaparece – teorias econômicas liberais XIX- na metade de oitocentos em favor da expressão ‘economia’
  • 41.  Deu condições aos economistas de defenderem “que o comportamento econômico era reflexo de uma psicologia individualista universal e não de instituições socialmente construídas, argumento que pôde então ser utilizado para afirmar o caráter natural dos princípios do laissez-faire.”
  • 42.  Estudo voltado para o presente;  Conseqüência: história econômica ficou relegada a lugares inferiores nos currículos de economia, e quando surge como subdisciplina essa evolução dá-se a partir da historia (da qual irá parcialmente separar) do que da economia
  • 43.  Economia ganha solidez; surge disciplina nova: a sociologia  Comte: a sociologia seria a rainha das ciências, na qual seria uma ciência social integrada e unificada e caracterizada pelo ‘positivismo’
  • 44.  Só ocorre na segunda metade sec. XIX  institucionalização e transformação, nos limites das universidades, do trabalho realizado pelas associações para a reforma da sociedade
  • 45.  Programa de ação: o mal-estar e os desequilíbrios vividos pelo número incontável da população operária urbana.  Trabalho no ambiente universitário: ao fazerem isso acabaram por abdicar da sua militância ativa em prol de medidas legislativas imediatas
  • 46.  Ao consumar o corte com suas origens nas organizações para a reforma social, “os sociólogos começaram a cultivar o impulso positivista que, juntamente com a sua disposição para o estudo do presente, os empurrou, também a eles, para o campo nomotético.”
  • 47.  Surge ainda mais tarde em relação as disciplinas mencionadas  Por que isso ocorreu?  Não porque seu respectivo conteúdo – o Estado contemporâneo e a sua componente política – se prestasse menos à análise nomotética, mas sim porque as faculdades de Direito não queriam abrir mão do monopólio que detinham sobre esta área;
  • 48.  reflete a importância atribuída pelos cientistas políticos ao estudo da filosofia política – que ora assumia a designação de teoria política – pelo menos até a revolução behaviorista do período posterior a 1945
  • 49.  Permitiu que a ciência política reivindicasse como sua uma herança que já vinha dos gregos, detendo-se na leitura de autores desde há muito com lugar firmado nos currículos universitários;  C.P cumpre outro objetivo: o de legitimar a economia como disciplina autônoma
  • 50.  Rejeitada como matéria – o Estado e o mercado funcionavam, e deviam funcionar, através de lógicas distintas;  Esse argumento exigia como garantia o estabelecimento a longo prazo de um estudo científico autônomo da esfera política
  • 51.  “ao se tornarem disciplinas universitárias no século XIX (e de fato até 1945), esse quarteto não só se limitou a ser praticado nos cinco países em que elas tiveram coletivamente origem, como se dedicou em grande medida, a descrever a realidade social desses mesmos países. Não se pode dizer que as universidades dos cinco países ignorassem o resto do mundo. O que sucedia é que nelas esse estudo era segregado para disciplinas diferentes”
  • 52.  Moderno sistema-mundo: implicou encontro – e a conquista – de europeus com povos de diferentes regiões do mundo;  O encontro: deu-se com dois tipos muito diferentes de povos e de estruturas sociais
  • 53.  Grupos pequenos, sem nenhum sistema de registro escritos, desinseridos de qualquer sistema religioso geograficamente amplo e militarmente frágeis em relação à tecnologia européia;  Civilizações ‘avançadas’ (orientais) possuíam: escrita, sistemas religiosos que cobriam um vasto espaço geográfico; uma estrutura política relativamente organizada, sob forma imp.burócratico; uma capacidade militar significativa
  • 54.  Criou a necessidade de uma nova disciplina, que tivesse por domínio esse objeto  = a soc. a antrop. teve início fora da universidade; praticada por: exploradores,viajantes e funcionários dos serviços coloniais das potências européias  Mais tarde fora institucionalizada como a soc. embora segregada das demais ciências sociais dedicadas ao estudo do mundo ocidental
  • 55.  Atraídos pela idéia de uma “história natural da humanidade de contornos universais  pressões exercidas pelo mundo exterior levam os antropólogos a tornarem-se etnógrafos deste ou daquele povo;  objeto de estudo: os povos que encontravam nas colônias internas ou externas dos respectivos países.
  • 56.  Conseqüência: adoção metodologia muito especifica, construída em torno do trabalho de campo (resp.exigência ethos científico investigação empírica) e da observação participante (exigência de se atingir um conhecimento mais profundo em torno da cultura em estudo)  Observação participante: desde sempre ameaçou violar o ideal da neutralidade científica.
  • 57.  Ser mediador entre o povo que estudava e o mundo dos conquistadores europeus, principalmente por cidadão da potência colonizadora do povo estudado;  ex: antropólogos ingleses na África Ocidental; antropólogos italianos na Líbia; antropólogos dos EUA que se dedicaram ao estudo da ilha Guam e dos índios americanos)
  • 58.  fato preponderante para que mantivessem a prática da etnografia dentro das premissas normativas da ciência  Assumem, talvez, uma posição nomotética e debruçada sobre o presente, semelhante ao dos economistas, e em verdade após 1945 a antropologia estrutural viria a conhecer uma evolução desse tipo
  • 59.  prioridade à necessidade de justificar o estudo da diferença, bem como o de defender a legitimidade moral de não se ser europeu. “Por isso, seguindo a lógica dos primeiros historiadores, os antropólogos resistiram à exigência de formular leis, dedicando-se, na sua maioria, à prática de uma epistemologia idiográfica.”
  • 60.  mundo árabe-islâmico e a China  civilizações "avançadas“(ñ consid. Tribos)  organização política, sistemas religiosos, vasto território, grandes impérios burocráticos capacidade militar opunha resistência às tentativas de conquista
  • 61.  com os progressos tecnológicos europeus essas civilizações também se tornaram colônias ou semicolônias  institucionalização estudos orientais  caráter mais secular -participação no quadro das estruturas disciplinares das universidades
  • 62.  Precederam a institucionalização dos estudos orientais  Antiguidade, "cultura clássica" povos antepassados da Europa moderna  saga única – antiguidade - conquistas dos bárbaros - continuidade assegurada pela Igreja - Renascimento - reincorporação da herança greco-romana - criação do mundo moderno
  • 63.  Preocupação em serem distintos da filosofia e da teologia tinham caráter essencialmente literário, apesar de serem uma mistura de literatura, artes e história abriram terreno para os estudos orientais, que davam entrada nas universidades
  • 64.  prática própria, sem interesse na reconstrução diacrônica interesse: compreensão e avaliação correta do conjunto de valores e práticas de civilizações vistas como estáticas exigiam capacidades lingüísticas e filológicas resistência à modernidade, ao ethos científico consideravam-se integrados nas "humanidades", mas contribuíram para as CSO por serem os únicos que se dedicavam a tais estudos (os comparativistas não tinham interesse nas civilizações orientais em si mesmas)
  • 66.  prática antiga, que procedeu à sua própria reconstrução como disciplina nova no século XIX  mesmas grandes preocupações CSO, mas resistiu à categorização  ponte com as ciências naturais (geografia física)
  • 67.  ponte com as humanidades (geografia humana), com ênfase nas influências do meio  preocupação em ser uma prática mundial em relação ao objeto de estudo  mas, com a compartimentação em disciplinas no final do séc. XIX, tornou-se anacrônica, devido ao seu caráter generalizante  menos prestígio, "acólito da história"
  • 68.  Vs. ciências sociais, com sua ênfase temporal (negligenciando o tratamento do espaço)  espaço, nas CSO  na abordagem universalista, determinista, era considerado como "plataforma" em que ocorriam os acontecimentos,  na abordagem com ênfase no específico, era considerado um contexto, com certa influência sobre os acontecimentos, mas tido como residual, não essencial para análise
  • 69.  visão específica da espacialidade = territórios soberanos (Estados)  fronteiras políticas como parâmetro das interações e dos processos (sociais, políticos, econômicos),  fatores cruciais de confinamento social
  • 70.  Também cindiu da Filosofia, partilhando do ethos científico  considerada como parte do terreno médico, aproximação das ciências naturais  legitimidade = natureza fisiológica e química  dando entrada nas faculdades de ciências naturais
  • 71.  psicologia social – modalidades com ênfase no indivíduo visto em sociedade, permanecendo no campo das ciências sociais  mas não conseguiram autonomia institucional completa  marginalização por parte da psicologia  subdisciplina da sociologia
  • 72.  forte e influente teorização da psicologia, com maior potencial de se definir como ciência social  não aconteceu, porque saiu da prática da medicina,  o ambiente de escândalo do início a tornou uma atividade pária, levando à criação de estruturas institucionais fora do sistema universitário  (o que preservou a psicanálise enquanto prática e escola do pensamento, mas afastou os conceitos freudianos dos departamentos de psicologia)
  • 73.  já existiam faculdades de Direito - formar advogados  ceticismo por parte dos cientistas sociais de vocação nomotética, considerados muito normativos,idiográficos, sem base na pesquisa empírica, leis que não eram científicas  a ciência política, em vez de analisá-las, dedicava-se à análise das regras abstratas dos comportamentos políticos, dos quais se extrairiam os sistemas jurídicos racionais
  • 74.  contexto: domínio Europa sobre o resto do mundo  Questão: “Por que razão é que esta pequena porção do mundo foi capaz de derrotar todos os rivais e de impor a sua vontade às Américas, à África e à Ásia?“  resposta ao nível da comparação de "civilizações" (nao ao dos Estados soberanos)
  • 75.  poderio militar mais forte e eficaz interpretações livres  preocupação com o modo da expansão e dominação coincindiu com a teoria evolucionista de Darwin  o paradigma da física newtoniana dominava a metodologia das ciências sociais, mas a biologia darwinista influenciou as teorias do social com a idéia de evolução enquanto sobrevivência do mais apto
  • 76.  conceito que sofreu interpretações livres  justificação da superioridade da sociedade européia  ponto final do progresso – civilização  esses primeiros estudos comparativos ainda não se centravam no Estado  acabaram vítimas do impacto das guerras mundiais, minando o otimismo liberal das teorias progressistas industrial
  • 77.  história, antropologia e geografia marginalizam as tradições universalizantes  sociologia, economia e ciência política, com ênfase no Estado, consolidam-se como cerne (nomotético) das ciências sociais
  • 78.  1840 - 1945 - campo ciências sociais definido  institucionalização da formação acompanhada pela institucionalização da investigação (revistas especializadas, associações de investigadores)  esforço das disciplinas em se distinguirem das demais, também em relação às voltadas para a realidade social distinção entre disciplinas quanto ao conteúdo e às metodologias
  • 79.  História - afirmavam ter relação privilegiada com os materias, e se propunham a reconstruir a realidade do passado, relacionando- a com as necessidades culturais do presente pela via interpretativa e hermenêutica  antropologia - modos de organização social de povos não ocidentais, considerados não irracionais  Orientalistas - civilizações não ocidentais "avançadas" ("religiões mundiais" vs. perspectiva cristocêntrica)
  • 80.  ciências nomotéticas - ênfase no que as distinguia da história: interesse por leis gerais, fenômenos enquanto casos (não entidades individualizadas), segmentação da realidade para análise, métodos estritamente científicos, provas produzidas de forma sistemática, observação controlada  Separados da história idiográfica, demarcaram as diferenças em relação às demais disciplinas, tanto quanto ao conteúdo quanto às metodologias:
  • 81.  economistas: operações do mercado  cientistas políticos: estruturas governamentais formais  sociólogos: problemática social emergente (alheia aos economistas e as c. políticos)  o sucesso do estabelecimento de estruturas disciplinares de investigação gerou estruturas de investigação, análise e formação produtivas (resultanto em grande legado bibliográfico)
  • 82.  institucionalização na maioria das universidades de todo o mundo  Com o fim da II Guerra Mundial até instituições alemãs e italianas se alinharam ao padrão de classificação (bloco soviético só nos finais da década de 50)  distinção clara em relação às ciências naturais (sistemas não humanos) e às humanidades (produção cultural, mental e espiritual das sociedades humanas 'civilizadas')
  • 83.  Mas mesmo com as estruturas institucionais já montadas, após a II Guerra Mundial, começa a cisão entre as práticas e posições intelectuais e a organização formal das ciências sociais
  • 84.  WALLERSTEIN, I. Para abrir as Ciências Sociais. São Paulo: Cortez, 2206