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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE -
PPGEMA
Apostila de
Metodologia da
Pesquisa
Apostila produzida pelos alunos do Programa de Pós-Graduação
de Engenharia do Meio Ambiente – UFG – Turma de 2012, como
parte dos requisitos da disciplina Metodologia da Pesquisa.
Organizadores: Cláudia de Sousa Guedes, Diogo Appel Colvero e
Samara Monayna Alves Vasconcelos Carrilho. Orientador: prof.
Rogério de Araújo Almeida.
Junho de 2012
1
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................... 3
CAPÍTULO 1. CIÊNCIA E TECNOLOGIA ........................................................................................... 4
CAPÍTULO 2. PESQUISA................................................................................................................. 7
2.1. FINALIDADES ..........................................................................................................................7
2.2. CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................................................7
2.3. ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA ..........................................................................................9
CAPÍTULO 3. ESCOLHA DO TEMA.................................................................................................11
CAPÍTULO 4. ESCOLHA DO TÍTULO...............................................................................................12
CAPÍTULO 5. FICHAMENTO..........................................................................................................13
CAPÍTULO 6. RESUMO .................................................................................................................16
CAPÍTULO 7. PROBLEMA E HIPÓTESE...........................................................................................19
7.1. PROBLEMA...............................................................................................................................19
7.2. HIPÓTESE.................................................................................................................................20
CAPÍTULO 8. INTRODUÇÃO OU APRESENTAÇÃO .........................................................................23
(LAKATOS E MARCONI 1992) ..........................................................................................................23
CAPÍTULO 9. JUSTIFICATIVA.........................................................................................................24
CAPÍTULO 10. OBJETIVOS ............................................................................................................25
CAPÍTULO 11. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................26
11.1. RECOMENDAÇÕES...........................................................................................................27
CAPÍTULO 12. MATERIAL E MÉTODOS .........................................................................................29
12.1. MATERIAL...........................................................................................................................30
12.2. MÉTODOS...........................................................................................................................30
CAPÍTULO 13. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................32
CAPÍTULO 14. CONCLUSÃO..........................................................................................................34
CAPÍTULO 15. ORÇAMENTO ........................................................................................................35
CAPÍTULO 16. CRONOGRAMA .....................................................................................................37
CAPÍTULO 17. COMO FAZER CITAÇÃO .........................................................................................40
2
17.1. SISTEMA AUTOR-DATA...........................................................................................................41
17.2. SISTEMA NUMÉRICO..............................................................................................................42
17.3. CITAÇÕES DIRETAS ...............................................................................................................42
17.4. CITAÇÕES INDIRETAS .............................................................................................................44
17.5. CITAÇÃO DE CITAÇÃO ............................................................................................................44
17.5.1. Dois ou três autores.....................................................................................................45
17.5.2. Mais de três autores ....................................................................................................45
17.6. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE CITAÇÕES ................................................................................45
17.6.1. Quando o autor for uma instituição ............................................................................45
17.6.2. Dados obtidos em palestras, seminários, debates ......................................................46
17.6.3. No rodapé da página...................................................................................................46
17.6.4. Coincidência de sobrenomes de autores......................................................................46
17.6.5. Trabalhos do mesmo autor e mesmo ano ...................................................................46
17.6.6. Trabalhos de diversos anos e/ou diversos autores ......................................................47
17.6.7. Citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados
simultaneamente 47
17.6.8. Em obras sem indicação de autoria.............................................................................47
17.6.9. Notas ...........................................................................................................................47
CAPÍTULO 18. COMO FAZER REFERÊNCIAS ..................................................................................49
18.1. REGRAS GERAIS....................................................................................................................49
18.2. FORMAS DE ENTRADA DAS REFERÊNCIAS ...................................................................................49
CAPÍTULO 19. APRESENTAÇÕES...................................................................................................55
19.1. ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO...............................................................................................57
19.1.1. O orador.......................................................................................................................57
19.1.2. O planejamento da apresentação e dos recursos visuais ............................................60
19.1.3. A apresentação............................................................................................................62
19.1.4. Organização da sala ....................................................................................................63
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................65
3
APRESENTAÇÃO
Para produção de trabalhos técnicos ou de trabalhos de pesquisa é
necessário obter sistematização coerente das ideias, de modo a transcrever o
conhecimento produzido pela pesquisa. Para tal, existem normas que são
recomendadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - que
padronizam as maneiras de apresentar o trabalho científico para o leitor, para que
este possa ler o trabalho e ser capaz de entendê-lo e de identificar a finalidade do
estudo. Além das normas, também existem recomendações de como organizar o
estudo para facilitar o desenvolvimento da pesquisa e a elaboração de trabalhos
científicos.
Esta apostila tem como finalidade auxiliar pesquisadores de diversas áreas
na construção de trabalhos científicos e divide-se em duas partes principais: a
primeira refere-se à composição de uma pesquisa e a segunda as regras de citação
e referência retiradas das respectivas normas da ABNT.
4
CAPÍTULO 1. CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Aldrei Marucci Veiga
Édio Damásio da Silva Junior
Elisa Rodrigues Siqueira
O conceito de ciência está relacionado à capacidade desenvolvida pelos
seres humanos em investigar e produzir conhecimento mediante relações com o
meio em que vive. Geralmente, o conhecimento é produzido devido alguma
necessidade individual ou de uma população, ou mesmo devido à curiosidade em
compreender determinado fenômeno.
A busca permanente pelo conhecimento, da compreensão do mundo e dos
fenômenos que nele ocorrem, é uma das manifestações da inteligência humana.
A ciência propriamente dita constitui-se na Grécia, a partir do século VI a.C.
Aos arredores de Atenas e de algumas cidades independentes, depois de
Alexandria, que capitaliza o saber dos Egípcios e dos Babilônios, pensadores e
filósofos desenvolvem um novo modo de conhecimento centrado na procura da
prova e da demonstração. De Tales a Arquimedes, de Hipócrates a Euclides, os
gregos inventam uma nova forma de pensar o mundo, em que alguns princípios
regem todos os processos (COTARDIÈRE, 2011).
Na Idade Média, o testemunho é passado ao mundo árabe. Do século VII ao
século XV, os sábios árabes realizam as investigações mais avançadas do seu
tempo. A partir do século XII, vão transmitir à Europa um tesouro de conhecimentos,
alguns deles herdados da Antiguidade grega ou indiana, outros decorrentes do seu
próprio contributo, principalmente nas áreas da matemática, da astronomia e da
medicina (COTARDIÈRE, 2011).
De meados do século XVI ao final do século XVIII, o Ocidente assistiu a uma
revolução científica, o período da ciência clássica, caracterizada pelo fim da “Idade
das Trevas” e pelo Renascimento científico, e que marca o advento da ciência
moderna (HART-DAVIS, 2010).
No século XIX, as ciências desenvolvem-se, especializam-se, associam-se e
estendem-se a novos domínios. Assiste-se ao desenvolvimento da termodinâmica,
do eletromagnetismo, da química orgânica, das geometrias não euclidianas, da
5
astrofísica e da teoria da evolução das espécies. Este movimento amplifica-se no
século XX com o nascimento da genética, a mudança introduzida pela teoria da
relatividade, a revolução da física quântica. Posteriormente surgem grandes
mutações pelos quais certos domínios científicos sofrerão avanços consideráveis,
alargando os campos de investigação do infinitamente pequeno ao infinitamente
grande: a física das partículas, a biologia molecular, a genética, a planetologia, a
astrofísica, entre outras ciências (HART-DAVIS, 2010).
No século XX, o estatuto do investigador evoluiu, tornando a ciência uma
atividade social, coletiva e institucionalizada, cujas aplicações podem produzir
efeitos benéficos ou nefastos para o homem. Mobilizando centenas de milhares de
pessoas em todo o mundo, necessitando de equipamentos cada vez mais
dispendiosos, a investigação deixou de estar apenas nas mãos dos investigadores.
Depende agora de opções políticas, econômicas, industriais e militares
(COTARDIÈRE, 2011).
O avanço sem precedentes das ciências e das técnicas influencia mais
diretamente do que antes as escolhas sociais. Em domínios como a saúde, a
alimentação, a energia e o ambiente, reivindica-se atualmente o direito de ser
informado não somente sobre as perspectivas e esperanças que se abrem para a
solução dos problemas da atual sociedade, mas também sobre as interrogações das
consequências do conhecimento e a necessidade do mesmo (LEFF, 2010).
Associando ao avanço da ciência e a capacidade de produção de
conhecimento, a tecnologia surge como produto das atividades científicas.
A história da tecnologia é o estudo das ferramentas e técnicas úteis para se
desenvolver materiais práticos. Relaciona-se intimamente com a história da ciência,
que inclui a maneira como os seres humanos adquiriram o conhecimento básico
necessário para construir coisas úteis.
A tecnologia pode ser compreendida como o conhecimento que permite ao
homem controlar e modificar o mundo. Atualmente a tecnologia está associada
diretamente ao conhecimento científico, de forma que hoje tecnologia e ciência são
termos indissociáveis. Isso tem levado a uma confusão comum que é reduzir a
tecnologia à dimensão de ciência aplicada. A tecnologia consiste em um conjunto de
atividades humanas, associadas a sistemas de símbolos, instrumentos e máquinas,
visando à construção de obras e à fabricação de produtos por meio de
6
conhecimento sistematizado (VARGAS, 1994).
Os esforços científicos, especialmente nos tempos modernos, dependeram
em regra de tecnologias específicas que permitiram aos seres humanos sondar a
natureza do universo, de forma mais precisa do que a permitida pelos nossos
sentidos. Em geral, a tecnologia consiste na aplicação material do conhecimento
adquirido ao longo de muitos de anos, de maneira gradual e acumulativa.
A tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos
diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou serviços, está associada
a impactos socioeconômicos sobre uma comunidade (MANÃS, 2001; REIS, 2004).
Hall (1984) apud Manãs (2001) define o conceito geral de tecnologia em
três componentes:
 Tecnologia de operações: compreende as técnicas usadas nas atividades
do fluxo de trabalho da organização;
 Tecnologia de materiais: considera os materiais usados no fluxo de
trabalho e estabelece ainda que é possível que uma técnica altamente sofisticada
seja aplicada a materiais relativamente simples e;
 Tecnologia de conhecimento: em que as complexidades variáveis do
sistema de conhecimentos usados no fluxo de trabalho são os principais pontos.
A importância da ciência e tecnologia para a sociedade atual não se
restringe apenas à produção de materiais que promovam facilidades e comodidades
para os seres humanos, mas principalmente da compreensão e investigação dos
fenômenos na natureza e dos problemas da sociedade.
De acordo com Santos e Mortimer (2002), alfabetizar, portanto, os cidadãos
em ciência e tecnologia é hoje uma necessidade do mundo contemporâneo. Não se
trata de mostrar as maravilhas da ciência, como a mídia já o faz, mas de
disponibilizar as representações que permitam ao cidadão agir, tomar decisão e
compreender o que está em jogo no discurso dos especialistas.
A tecnologia social começa pela construção de seus próprios instrumentos,
suas próprias ferramentas de trabalho, em função do diálogo com a sociedade civil
organizada, numa busca conjunta de práticas de intervenção social que possam
contribuir para a melhoria das condições de vida da população (HORTA, 2007).
7
CAPÍTULO 2. PESQUISA
Aldrei Marucci Veiga
Édio Damásio da Silva Junior
Elisa Rodrigues Siqueira
A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para
problemas ainda não solucionados. É um conjunto de procedimentos sistemáticos,
denominado metodologia, baseados no raciocínio lógico, e tem por objetivo encontrar
soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos
(ANDRADE, 2001, apud MEDEIROS, 2007).
É através da pesquisa que a ciência e a tecnologia se desenvolvem, uma
vez que para a produção de conhecimento é necessário a investigação e
compreensão dos fenômenos estudados.
2.1. FINALIDADES
Segundo Rodrigues (2007), a pesquisa pode ser classificada em dois grupos
segundo sua finalidade:
 Pesquisa pura (básica): consiste na satisfação do desejo, por parte
do pesquisador, de adquirir conhecimentos, sem que haja uma aplicação prática
prevista;
 Pesquisa aplicada: consiste na busca pelos conhecimentos adquiridos
que são utilizados para aplicação prática, voltados para a solução de problemas
concretos da vida moderna.
2.2. CLASSIFICAÇÃO
Segundo Demo (1987, apud MEDEIROS, 2007), as pesquisas podem ser
classificadas como:
 Pesquisa teórica: dedicada a estudar teorias;
 Pesquisa metodológica: que se ocupa dos modos de se fazer ciência;
 Pesquisa empírica: dedicada a codificar a face mensurável da
realidade social;
8
 Pesquisa prática ou pesquisa-ação: voltada para intervir na realidade
social.
Em geral, segundo Almeida (2011), as pesquisas podem ser classificadas
segundo pontos de vista de sua natureza, forma de abordagem ao problema,
objetivos e procedimentos teóricos:
Do ponto de vista de sua natureza:
 Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos para avanço da
ciência sem aplicação prática prevista.
 Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicações
práticas dirigidos à solução de problemas específicos.
Do ponto de vista da forma de abordagem ao problema:
 Pesquisa quantitativa: considera que tudo é quantificável, o que
significa traduzir opiniões e números em informações as quais serão classificadas e
analisadas.
 Pesquisa qualitativa: considera que existe uma relação entre o
mundo e o sujeito que não pode ser traduzida em números; a pesquisa é descritiva,
o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente.
Do ponto de vista dos objetivos:
 Pesquisa exploratória: objetiva proporcionar maior familiaridade com
um problema. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos;
assume em geral a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
 Pesquisa descritiva: objetiva descrever as características de certa
população ou fenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis; envolvem técnicas
de coleta de dados padronizadas (questionário, observação); assume em geral a
forma de levantamento.
 Pesquisa explicativa: objetiva identificar os fatores que determinam
fenômenos, explica o porquê das coisas; assume em geral as formas de pesquisa
experimental e pesquisa ex‐post‐facto.
9
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos:
 Pesquisa bibliográfica: elaborada a partir de material já publicado,
como livros, artigos, periódicos, internet, etc;
 Pesquisa documental: elaborada a partir de material que não recebeu
tratamento analítico;
 Pesquisa experimental: pesquisa em que se determina um objeto de
estudo, selecionam‐se variáveis que o influenciam, definem‐se as formas de controle
e de observação dos efeitos que as variáveis produzem no objeto;
 Levantamento: pesquisa que envolve questionamento direto das
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer;
 Estudo de caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos de maneira que se permita o amplo e detalhado conhecimento;
 Pesquisa ex‐post‐facto: quando o experimento se realiza depois dos
fatos;
 Pesquisa ação: pesquisa concebida em associação com uma ação; os
pesquisadores e participantes da situação ou problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo;
 Pesquisa participante: pesquisa desenvolvida pela interação entre
pesquisadores e membros das situações investigadas.
2.3. ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
Para Medeiros (2007), a pesquisa é um processo sistematizado e exige uma
série de etapas a serem executadas, sendo elas:
 Escolha do tema;
 Revisão de literatura;
 Justificativa;
 Formulação do problema;
 Determinação de objetivos;
 Metodologia;
 Coleta de dados;
 Tabulação dos dados;
 Análise e discussão dos resultados;
10
 Conclusão da análise dos resultados e;
 Redação e apresentação do trabalho científico.
11
CAPÍTULO 3. ESCOLHA DO TEMA
Lidiane Batista de Morais
Nadyelle C.do Carmo
Rafaela Jacob de Oliveira
Nesta etapa o pesquisador deverá responder à seguinte pergunta: “O que se
pretende abordar?” O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto
que se deseja provar ou desenvolver. A definição do tema surge com base na sua
observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em
contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas
e em estudo da literatura especializada (BARROS; LEHFELD, 1999).
A escolha do tema de uma pesquisa principalmente em um curso de pós-
graduação está relacionada à linha de pesquisa a qual o pesquisador está vinculado.
Deverá levar em conta para a escolha do tema a atualidade e relevância, o
conhecimento que se tem a respeito de determinado assunto, sua preferência e sua
aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido. Após serem definidos esses
pontos, o pesquisador irá levantar e analisar a literatura já publicada sobre o tema,
com o objetivo de obter um embasamento teórico sólido sobre o tema a qual se
propôs estudar (SILVA; MENEZES, 2001).
De acordo com Santos (1998), o tema define em linhas gerais o trabalho,
para possibilitar ao leitor o conhecimento do que vai ser estudado.
12
CAPÍTULO 4. ESCOLHA DO TÍTULO
Lidiane Batista de Morais
Nadyelle C.do Carmo
Rafaela Jacob de Oliveira
Definido o tema, o pesquisador estará apto a definir seu título, lembrando
que nesta parte, deve-se responder ao leitor o que fundamenta o seu trabalho. De
acordo com Corey (2012), o título de uma dissertação não precisa ser novo,
inovador. Estudar um velho tema de uma maneira nova, com uma perspectiva
diferente, pode ser uma nova contribuição. Segue algumas sugestões:
 O título escolhido deve ser apropriado ao seu grau;
 Tenha certeza que o título escolhido aborda um problema real ou
pergunta;
 O título deve ser apropriado para os assuntos que se tem disponibilidade
para trabalhar.
 O título deve ser de interesse genuíno para o pesquisador! Caso
contrário, será difícil se motivar o tempo todo. O título deve ser de interesse para
outras pessoas também (COREY, 2012).
13
CAPÍTULO 5. FICHAMENTO
Emanoelle Pereira da Silva
Laís Simões de Moura
Samara Monayna Alves Vasconcelos Carrilho
Para o embasamento de uma ideia de projeto é necessário conhecimento do
assunto e muita leitura para se obter fundamentação teórica adequada. Esta
fundamentação pode ser obtida através da construção de um referencial teórico
embasado em outras pesquisas que abordam o assunto estudado, sobre o que já foi
realizado e as metodologias utilizadas para execução do trabalho em estudo.
Para organizar e sistematizar os documentos de estudos acessados na
pesquisa do referencial teórico pode-se usar uma ferramenta didática de fichar e
registrar as leituras realizadas. Para tal, o ‘fichamento’ é uma técnica muito utilizada.
De acordo com Rover et al. (2006), ele é utilizado para organizar os dados de uma
pesquisa em documentos, tendo como finalidade arquivar as citações relevantes das
leituras feitas, de forma a auxiliar na identificação posterior da obra.
Para a construção de um fichamento é necessário que seja realizado,
primeiramente, a leitura do documento pontuando os pontos mais importantes e
relevantes do texto. Para facilitar o pesquisador a encontrar o documento em
questão, é necessário colocar na citação o referencial bibliográfico, com todos os
dados do texto em questão. Além de fazer a citação, tais passos irão auxiliar e
embasar a produção do texto do projeto de pesquisa. Assim, tem-se que o
fichamento é um procedimento individual, pois é baseado no entendimento da obra,
ou seja, o leitor de uma obra referencia o que ele entendeu, ou seja, o que é
relevante para ele.
Para a sua elaboração não há normas específicas, pois este não entra no
texto do trabalho, mas ele apresenta uma técnica de leitura que facilitará a
sistematização do embasamento teórico da pesquisa. Apesar de não ter normas, há
uma estrutura mínima sugerida para a elaboração de um bom fichamento (ROVER
et al., 2006).
Primeiramente, ele deve possuir um cabeçalho que mostre a indicação
bibliográfica da leitura e então um resumo da obra sistematizando o conteúdo e
14
comentários. Sendo que as citações e referências devem estar segundo as normas
da ABNT que estão dispostas nas NBR n° 6023 e n°10520 (ABNT, 2002).
O fichamento pode ser classificado em vários tipos dependendo da forma
que são elaboradas as fichas de documentação, no entanto, na maioria dos
trabalhos de pesquisas segundo Chatt (2010), existem três tipos básicos: o
fichamento bibliográfico, o fichamento de resumo ou de conteúdo e o fichamento de
citações.
O primeiro é uma análise crítica ou comentário da ideia da obra, onde há a
indicação bibliográfica completa da obra acessada e também pode ser feito de
artigos e capítulos isolados (CHATT, 2010). Desta forma, as fichas bibliográficas
registram as informações da obra, com palavras chave e temática do texto. No
quadro abaixo, encontra-se registrado um exemplo de fichamento bibliográfico feito
de um artigo publicado na Revista de Engenharia Sanitária:
Outro tipo de fichamento, sugerido por Marconi e Lakatos (2002) é o
fichamento de resumo ou de conteúdo. Ele se baseia na apresentação do conteúdo
das ideias principais da obra onde o autor elabora a ficha com as próprias palavras.
Um exemplo:
Martins, C.L.; Castilhos Junior, A.B.; Costa, R.H.R.
Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado de aterro sanitário com
recirculação do efluente. Revista de Engenharia sanitária Ambiental, v. 4. nº 4, 2010, 9 p.
Pag. 2 - Material e métodos:
Os pesquisadores realizaram a construção de três lagoas de estabilização, uma
anaeróbia, outra facultativa aerada e por último, uma lagoa de maturação, além de filtro de
pedra.
Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado
Martins, C.L.; Castilhos Junior, A.B.; Costa, R.H.R. Desempenho de sistema de tratamento de
lixiviado de aterro sanitário com recirculação do efluente. Revista de Engenharia sanitária Ambiental. vol. 4.
nº 4, 2010, 9 p.
O artigo expõe sobre a eficiência de remoção de nutrientes e matéria orgânica do sistema de
tratamento de lixiviados, composto por três lagoas de estabilização com a recirculação do efluente...
15
Já o terceiro tipo, que é o fichamento de citação, é a transcrição do texto do
próprio autor. Desta forma, ele deve obedecer às normas de citação e referência da
ABNT. Nestas fichas há a reprodução fiel das frases do autor que são relevantes à
pesquisa (CHATT, 2010). Isso é exemplificado no quadro abaixo:
Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado
Martins, C.L.; Castilhos Junior, A.B.; Costa, R.H.R. Desempenho de sistema de
tratamento de lixiviado de aterro sanitário com recirculação do efluente. Revista de Engenharia
Sanitária Ambiental, v. 4. nº 4, 2010, 9 p.
“A recirculação do efluente teve participação na melhora da qualidade do efluente, embora as
concentrações médias finais de DQOT ainda tenham se mostrado elevadas (> 400 mg.L-1). Essa alta con-
centração remanescente deve-se aos compostos orgânicos recalcitrantes, geralmente presentes em grande
quantidade nos lixiviados de aterros sanitários, como descrito por Thörneby et al. (2006), e também pela
matéria algal em suspensão que foi retida apenas parcialmente..” (p. 404).
16
CAPÍTULO 6. RESUMO
Emanoelle Pereira da Silva
Laís Simões de Moura
Samara Monayna Alves Vasconcelos Carrilho
De acordo com a NBR 6028 (ABNT, 2003) o resumo é a “apresentação
concisa dos pontos relevantes de uma pesquisa”. Ainda segundo a norma, existem
três tipos de resumo:
 Resumo crítico: é geralmente elaborado por um especialista, onde é feita
uma análise crítica da obra. Quando analisa apenas uma determinada edição entre
várias, denomina-se recensão. Exemplo (NEIVA, 2011):
 Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não
apresentando dados quantitativos e qualitativos do documento. Por isso, não
dispensa o acesso da obra original. Exemplo de Neiva (2011):
 Resumo informativo: apresenta ao leitor a finalidade, metodologia,
resultados e conclusões do trabalho, de forma que a consulta ao documento original
possa ser dispensada. Exemplo apresentado por Neiva (2011):
RESUMO: É um relato minucioso das propriedades de um objeto, ou de suas partes
constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição,
narração e dissertação.
Trabalho de síntese, publicado logo após a edição de uma obra, tendo por objetivo servir
como veículo de crítica e avaliação.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação a Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Identificam-se três correntes de pensamento,
baseadas em modelos históricos, matemáticos e sociológicos. A diversidade de sociologia em geral
e sua situação no país.
17
Ele deve expor de forma breve e concisa os elementos textuais do
documento ao qual se refere e trata-se de um elemento textual obrigatório em
trabalhos científicos de pesquisa (NEIVA, 2011).
Desta forma, existem limitações quanto à extensão dos resumos, as quais a
NBR 6028 (ABNT, 2003) determina que:
 Os resumos de trabalhos acadêmicos, como teses, dissertações e outros
devem ter de 150 a 500 palavras;
 Os resumos de artigos e periódicos devem ter de 100 a 250 palavras;
 Os resumos de indicações breves devem ter de 50 a 100 palavras.
Já os resumos críticos não possuem limites de palavras, devido às suas
características especiais de se apresentar como uma resenha ou análise crítica do
documento acessado.
Na construção textual do mesmo, deve-se obedecer ao limite de palavras de
acordo com a classificação do tipo de trabalho. Os resumos devem ressaltar o
objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento, sendo que a ordem
de abordagem destes itens depende do tipo de resumo (informativo ou indicativo) que
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Constata que existe grande diversidade de
pensamento entre os sociólogos, podendo-se distinguir três tendências principais: a) a corrente
histórica, que busca na história e ciências auxiliares a explicação dos fenômenos sociais. Os
expoentes desta corrente são Tavares Basto, Aníbal Falcão, Euclides da Cunha, Alberto Torres,
Oliveira Viana e Gilberto Freyre; b) a corrente teórica, que se inspira diretamente nas ciências
naturais e que pretende conferir à sociologia um mesmo “status”, realiza suas pesquisas, sobretudo
em modelos matemáticos e epistemológicos. São autores representativos Pontes de Miranda e Mário
Luiz; c) entre 1930 e 1940, apareceu uma nova tendência que tornou a sociologia no Brasil uma
ciência realmente autônoma, com objetivos definidos sistematicamente, métodos particulares e uma
teoria sociológica própria. Esta corrente é denominada corrente sociológica, e os principais nomes a
ela associados são Fernando de Azevedo, Emílio Willems e Florestan Fernandes. A diversidade da
Sociologia brasileira é explicada pelo estado da sociologia em geral e sua situação no país; c) a
ausência de um razoável tradição científica no domínio da sociologia e as pressões. exercidas por
outros círculos não têm permitido aos sociólogos estabelecer um sistema próprio de controle social
capaz de impor um modelo comum de ação. Apesar da possibilidade de reunir uma documentação
copiosa, não há método padrões para relacionar e interpretar os dados. (Traduzido e adaptado do
Sociological Abstract v. 15, n. 5, 1967.).
18
será apresentado no trabalho. Assim, a abordagem destes itens depende do tipo de
trabalho que será elaborado pelo autor, se é para uma tese, um periódico ou para um
jornal, por exemplo.
Apesar das diferenças entre os resumos de acordo com os tipos de
trabalhos, há algumas regras gerais para a construção textual do resumo que
também são apresentadas na NBR 6028 (ABNT, 2003, p. 2):
3.2 O resumo deve ser precedido da referência do documento, com
exceção do resumo inserido no próprio documento;
3.3 O resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas,
afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de
parágrafo único;
3.3.1 A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do
documento. A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do
tratamento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.);
3.3.2 Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular;
3.3.3 As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas
da expressão Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas
também por ponto.
As palavras-chave devem ser palavras que expressem a essência do tema
abordado no estudo.
A apresentação do resumo em outra língua é obrigatória quando o trabalho é
cientifico- acadêmico.
Recomenda-se evitar na elaboração do mesmo: símbolos e contrações que
não sejam de uso corrente; fórmulas; equações; diagramas; abreviaturas; críticas,
comentários e palavras e/ou expressões tais como: “este trabalho teve como
objetivo...”, “o autor afirma...” (NEIVA, 2011).
19
CAPÍTULO 7. PROBLEMA E HIPÓTESE
Aristela Resende Ribeiro
Lívia Maria Dias
Neemias Cintra Fernandes
7.1. PROBLEMA
Toda pesquisa inicia-se com algum tipo de problema ou indagação.
Entretanto, ao afirmar-se isto, torna-se conveniente esclarecer o significado desse
termo. Na acepção científica, problema é qualquer questão não resolvida e que é
objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento (GIL, 1999, p.49).
Conforme Kerlinger (1980, p.35), problema é uma questão que mostra uma
situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução.
Simplificando, problema é uma questão que a pesquisa pretende responder.
Todo o processo de pesquisa irá girar em torno de sua solução.
Para Rudio (2000), o pesquisador, neste momento, deve fazer as seguintes
perguntas:
 O problema é original?
 O problema é relevante?
 Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?
 Tenho possibilidades reais para executar tal pesquisa?
 Existem recursos financeiros que viabilizarão a execução do projeto?
 Terei tempo suficiente para investigar tal questão?
O problema sinaliza o foco que dará à pesquisa. Geralmente considera-se
na escolha deste foco:
 a relevância do problema: o problema será relevante em termos
científicos quando propiciar conhecimentos novos à área de estudo e, em termos
práticos, a relevância refere-se aos benefícios que sua solução trará para a
humanidade, país, área de conhecimento, etc.;
 a oportunidade de pesquisa: você escolhe determinado problema
considerando a possibilidade de obter prestígio ou financiamento;
20
Do ponto de vista metodológico, um problema de pesquisa deve atender as
alguns requisitos, como sugere Gil (2002), em termos de ser:
 Claro e preciso: todos os conceitos e termos usados em sua enunciação
não podem causar ambiguidades ou dúvidas;
Forma Errada
Ex: Como funciona a mente do designer?
Forma Correta
Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de
projetar, vivido pelo designer?
 Empírico: isto é, observável na realidade, que pode ser captado pela
observação do cientista social através de técnicas e métodos apropriados;
Ex: é aceitável o casamento em homossexuais? – julgamentos morais.
 Delimitado: ação de restringir o tema.
Ex: “o que pensam os designers?”
 Passível de solução: é necessário que haja maneira de produzir uma
solução para o problema dentro de critérios metodológicos e de cientificidade.
Exemplo: “ligando-se um winchester de um computador á memória de um homem, é
possível realizar transferências de dados?”
Para melhor entendimento de como deve ser formulado um problema de
pesquisa, observe os exemplos abaixo segundo Martins (1994):
Assunto: Recursos Humanos
Tema: Perfil ocupacional
Problema: Qual é o perfil ocupacional dos trabalhadores em transporte
urbano?
7.2. HIPÓTESE
Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e
provisórias para o problema de pesquisa, porque poderão ser confirmadas ou
refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter
muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A hipótese é
sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto. As hipóteses
podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados os
21
instrumentos adotados para a coleta de dados, é possível reconhecer as hipóteses
subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 1991).
Para Luna (1997), a formulação de hipóteses é quase inevitável, para quem
é estudioso da área que pesquisa. Geralmente, com base em análises do
conhecimento disponível, o pesquisador acaba apostando naquilo que pode surgir
como resultado de sua pesquisa.
Muitos autores determinam as características ou critérios necessários para a
validade das hipóteses. Lakatos e Marconi (1991) listaram onze (11) características
já indicadas na literatura. São elas:
 consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter
contradições e deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos;
 verificabilidade: devem ser passíveis de verificação;
 simplicidade: devem ser parcimoniosas evitando enunciados complexos;
 relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo;
 apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior
probabilidade de apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico;
 especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas
devem ser expostas;
 plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e que o
enunciado possibilite o seu entendimento;
 profundidade, fertilidade e originalidade: devem especificar os
mecanismos aos quais obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade,
favorecer o maior número de deduções e expressar uma solução nova para o
problema.
O processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer
experiência na área. Na imagem 01, demonstram-se as fases do processo
metodológico.
Conforme Gil (1991) analisou a literatura referente à descoberta científica e
concluiu que na formulação de hipóteses podem-se usar as seguintes fontes:
 observação;
 resultados de outras pesquisas;
 teorias;
22
 intuição.
Exemplo:
Forma correta
“As mulheres dos bairros das vilas proletárias têm uma escolaridade maior
que os homens dessas mesmas vilas”.
As crianças que repetem a primeira série do ensino fundamental das escolas
públicas são de baixo nível sócio-econômico”.
Forma incorreta
“As pessoas que ajudam o próximo estão na graça de Deus”.
Figura 01. Fases do Processo Metodológico.
Para encerrar, abordam-se o problema e a hipótese de pesquisa, como
sendo um delineamento de uma pesquisa mostrando a definição do problema de
pesquisa e as hipóteses que nortearão o seu desenvolvimento.
23
CAPÍTULO 8. INTRODUÇÃO OU APRESENTAÇÃO
Lidiane Batista de Morais
Nadyelle C.do Carmo
Rafaela Jacob de Oliveira
Esta parte da pesquisa deve introduzir o assunto escolhido, a apresentação
da obra no geral. O tema deverá ser abordado sempre do geral para o particular,
não se esquecendo de mencionar de maneira clara o problema abordado.
A introdução deve conter a delimitação do assunto tratado, o objetivo da
pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho.
Segundo Gonçalves e Meirelles (2004, p. 78), a introdução vai permitir fazer
a contextualização do trabalho para posicionar o leitor (e a si próprio) sobre o que
pretende fazer, qual a relevância do trabalho e seu escopo. Ressalta os pontos
principais que o trabalho vai focar as fontes e fatos que estão relacionados com o
trabalho da pesquisa.
Segundo Lakatos e Marconi (1992), a introdução do trabalho devera
responder a algumas perguntas, como: O quê, para quê e para quem foi destinado
este trabalho.
(LAKATOS; MARCONI, 1992)
24
CAPÍTULO 9. JUSTIFICATIVA
Aristela Resende Ribeiro
Lívia Maria Dias
Neemias Cintra Fernandes
A Justificativa de um projeto de pesquisa ou trabalho técnico de maneira
geral é o momento em que o autor deve se perguntar: “Por que gerar, estudar ou
elaborar este projeto?”. A justificativa é a resposta a essa pergunta.
Na Justificativa, é apresentado ao leitor o “porquê” da realização da
pesquisa, explicitando sua importância acadêmica, técnica, científica ou social, a
oportunidade de sua realização, seu destaque dentre outros temas.
Ao se elaborar uma justificativa, o autor deve deixar clara a importância da
pesquisa sem, entretanto, desviar a redação para uma justificativa da hipótese, em
que, erroneamente, se tente responder ou concluir questões referentes ao problema.
O momento é de se destacar a importância do tema e as vantagens da pesquisa que
se propõe fazer. Assim, é de suma importância que o autor conheça bem o tema,
esteja convicto de sua relevância e seja convincente e objetivo em expor isto ao
leitor.
Embora não exista um modelo padrão de justificativa, é importante destacar
que não é sua complexidade nem a extensão do texto que irá sensibilizar o leitor
quanto à importância do tema. Para melhor compreensão, é prudente que a
justificativa seja concisa, de fácil leitura, que situe o tema na realidade local, nacional
ou internacional e que exponha a vivência e familiaridade do autor com o tema
escolhido.
Quando se tratar de projeto de pesquisa a ser submetido a agente
financiador, é conveniente que a justificativa demonstre o enquadramento do projeto
ao edital ou norma da instituição.
25
CAPÍTULO 10. OBJETIVOS
Aristela Resende Ribeiro
Lívia Maria Dias
Neemias Cintra Fernandes
Nesta etapa deve-se pensar a respeito do foco a ser atingido quando se
propõe a pesquisa. Os objetivos determinados devem estar coerentes com a
justificativa e o problema propostos. Os objetivos informarão para que se está
propondo a pesquisa, isto é, quais os resultados pretende-se alcançar ou qual a
contribuição determinada pesquisa irá efetivamente proporcionar.
Conforme Moresi (2003) o objetivo geral proposto deverá ser a síntese do
que se pretende alcançar, enquanto os objetivos específicos explicitarão os detalhes
envolvidos e serão um desdobramento do objetivo geral.
A especificação do objetivo de uma pesquisa responde às questões:
 Para quê?
 Para quem?
Silva e Menezes (2001) elencam partes importantes que um trabalho
científico deve conter, em relação à descrição de seus objetivos:
 Objetivo Geral: Está relacionado a uma visão global e abrangente do
tema. O objetivo geral relaciona-se com o conteúdo intrínseco à pesquisa, quer dos
fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se diretamente à própria
significação da dissertação proposta pelo projeto.
 Objetivos específicos: Apresentam caráter mais concreto. Tais objetivos
possuem função intermediária em relação ao alcance do objetivo geral e
instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este
a situações particulares.
Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e
este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração (SILVA; MENEZES,
2001).
26
CAPÍTULO 11. REVISÃO DE LITERATURA
Lidiane Batista de Morais
Nadyelle C.do Carmo
Rafaela Jacob de Oliveira
A Revisão da Literatura destaca-se como uma das etapas de maior
relevância em um projeto de pesquisa. Segundo Silva e Menezes (2001), a revisão
de literatura é caracterizada como a fundamentação teórica adotada para tratar o
tema e o problema da pesquisa a ser realizada.
As citadas autoras descrevem:
A revisão de literatura resultará do processo de levantamento e
análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema de
pesquisa escolhidos. Permitirá um mapeamento de quem já escreveu
e o que já foi escrito sobre tema e/ou problema da pesquisa (SILVA;
MENEZES, 2001, p.37).
A revisão da literatura contribui para definição dos objetivos da pesquisa,
auxilia nas construções teóricas do estudo, proporciona o planejamento da pesquisa,
comparações e validação da mesma (RIBEIRO, 2007, p.3). Conforme Silva e
Menezes (2001) permite: obter informações atuais sobre o tema ou problema
pesquisado; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já
foram abordados; verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou
de aspectos relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa.
A Revisão de Literatura, conforme Luna (1997, apud SILVA; MENEZES,
2001, p.38), ocorre para que os seguintes objetivos sejam atingidos:
 Determinação do “Estado da Arte” - procura-se mostrar através da
literatura já publicada, o que se sabe sobre o tema, quais as lacunas
existentes e os principais entraves teóricos ou metodológicos;
 Revisão Teórica - inserção do problema de pesquisa dentro de um
referencial teórico para explicá-lo;
 Revisão Empírica - procura-se explicar como o problema está
sendo descrito, observando os aspectos metodológicos. Respondem-
se questões, como:
- Quais os procedimentos normalmente empregados no estudo
desse problema?
- Que fatores vêm afetando os resultados?
- Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los?
27
- Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os
resultados?
 Revisão histórica - evolução de um conceito, tema, abordagem ou
outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de um
quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e
as implicações das mudanças.
Lakattos e Marconi (1991) sugerem alguns passos para que a revisão da
literatura aconteça com eficiência:
 Escolher do tema;
 Elaborar de um plano de trabalho;
 Identificar – obras usadas para a revisão;
 Localizar e Compilar – aquisição de obra quando indispensável,
fotocópias, impressões e banco de dados digital;
 Fazer um fichamento;
 Analisar e Interpretar;
 Redigir a redação com objetividade, clareza, linguagem impessoal
e vocabulário técnico.
Lakatos e Marconi (1999, p. 73) afirmam que a pesquisa bibliográfica
“abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita
magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador
em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado
assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por
alguma forma, quer publicadas quer gravadas”.
11.1. RECOMENDAÇÕES
Algumas recomendações são importantes para uma pesquisa bem
estruturada
 Fontes de pesquisa: artigos em periódicos nacionais e internacionais,
livros, teses, dissertações, artigos em congressos, anais de revistas, base de dados
fidedignas da internet, entre outros;
 Estrutura hierárquica – geral ao mais específico;
 Revisão da Literatura – completa e enxuta;
 Evitar “achismos” e superlativos;
28
 A redação deve ter começo, meio e fim;
 Apresentar um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de
literatura;
 O segredo de uma boa revisão da literatura é o planejamento,
observando: os tópicos que serão apresentados, como os assuntos serão abordados
e organize as ideias que serão relatadas em cada item da revisão;
 Compreender a ideia central, identificar os pontos divergentes e pontos
em comum entre os autores e escrever de forma clara e objetiva;
 Revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas;
 Criar um elo entre as citações;
 Citações conforme normas da ABNT – NBR 10.520/2001;
 Preencher as lacunas com considerações próprias, parágrafos
concatenados;
 Fazer aberturas e fechamentos para os tópicos apresentados.
29
CAPÍTULO 12. MATERIAL E MÉTODOS
Aline Souza Carvalho
Cláudia de Sousa Guedes
Luane Franco Magalhães
A apresentação do material e método constitui um exercício de síntese e de
focalização na delimitação do procedimento investigativo, utilizando verbos no
infinitivo ou no futuro para descrever como se pretende chegar aos objetivos
esperados.
Nesta etapa, é descrita, de maneira detalhada e objetiva, a forma como será
executada a pesquisa e responde as seguintes indagações, a um só tempo: Como?
Com quê? Onde fazer? Quando? Uma pesquisa deve esclarecer e não omitir.
Portanto, devem-se listar os materiais, métodos, ferramentas e técnicas utilizados.
Também deve ser apresentada a sequência de etapas de trabalho em detalhe
suficiente para permitir sua repetição por um colega competente. De acordo com
COPESQ (2009):
Uma forma interessante de organizar este tópico é a seguinte:
a) caracterizar o tipo de pesquisa utilizado (qualitativa/quantitativa ou
um mix de ambas)
b) identificar entre os principais tipos de estudo (exploratório,
descritivo ou experimental) e qual será usado para atender os
objetivos do trabalho.
c) definir o método a ser utilizado (censo/amostragem aleatória ou
não aleatória)
d) explicar a operacionalização (como será realizado o trabalho de
campo) de acordo com o método podem ser necessárias
informações sobre:
No caso de levantamento ou survey:
 instrumentos da coleta: observação/questionário/entrevista;
 pré-teste;
 população-alvo e amostra;
 procedimento de campo;
 análises estatísticas a serem feitas;
No caso de Estudo de casos:
 casos selecionados;
 critérios de escolha;
 protocolo e base de dados;
 pesquisa piloto;
 outros documentos utilizados;
 análises a serem realizadas.
No caso de pesquisa-ação:
30
 especificar participantes;
 explicar a operacionalização.
12.1. MATERIAL
Indica o instrumento que será utilizado, bem como a forma como será
aplicado na coleta de dados. Para determinar o tipo de instrumento, há a
necessidade de observar o que será estudado, a quem irá se reportar e que
objetivos a pesquisa pretende alcançar.
Para a escolha do material deve-se levar em conta o tipo de pesquisa a ser
utilizado, por exemplo, em uma pesquisa bibliográfica, o material utilizado para o
fornecimento de dados é constituído basicamente por livros e revistas impressos em
papel ou veiculados por meio eletrônico. Já o material utilizado nas pesquisas
experimentais pode aparecer sob os mais diversos formatos, tais como
equipamentos, mapas, vidrarias, software etc (GIL, 2002). Para esclarecer melhor,
verifica-se o exemplo abaixo:
Como material cartográfico e de sensoriamento remoto, foram
utilizadas bases cartográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE (1971, 1972, 1973a, 1973b, 1973c, 1973d, 1984,
1985) em escala 1:50.000; fotografias aéreas do levantamento USAF
de 1965 em escala 1:60.000; imagem de radar do Projeto
RADAMBRASIL (Brasil, 1976) em escala 1:250.000; além de mapas
geológicos preexistentes.
Para a digitalização dos mapas e tratamento digital dos dados, foram
utilizados: microcomputador Pentium com 512 Mb de memória RAM,
mesa digitalizadora e os programas computacionais AutoCAD 2000
(Autodesk, Inc.), Surfer Version 7.00 (Golden Software, Inc.),
StereoNet for Windows 3.03 (Geological Software), ArcView GIS 3.2
(Environmental Systems Research Institute, Inc.), Corel Draw 11.0
(Corel Corporation), Statistica 6.0 (StatSoft, Inc.) e Excel 2000
(Microsoft Corporation).
Também foram utilizados estereoscópios de bolso e de mesa, além
do material básico para trabalhos geológicos de campo, como
martelo, bússola, lupa etc. (Neves, 2005).
12.2. MÉTODOS
A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos” (Gil, 2002, p.26) para que seus objetivos sejam atingidos: os
métodos científicos. A palavra método se origina da palavra grega méthodus que
significa caminho (MARQUES et al., 2006). Método então, no nosso caso, é a
31
ordenação de um conjunto de etapas a serem cumpridas no estudo de uma ciência,
na busca de uma verdade ou para se chegar a um determinado conhecimento.
Segundo Cervo e Bervian (1983, p.23, apud MARQUES et al., 2006):
Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor
aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um
resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto
de processos que o espírito humano, deve empregar na investigação
e demonstração da verdade.
A explicação dos procedimentos metodológicos deve ser feita em
consonância com os objetivos da pesquisa e as questões que se pretende elucidar.
Para tanto, devem ser utilizadas obras que se reportam às formas adequadas de se
conseguir informações usando determinado método. Como se pode ver no exemplo
abaixo:
O mapa geológico da área foi feito em duas etapas. A primeira etapa
envolveu a compilação dos mapas geológicos preexistentes. Existem
levantamentos geológicos em escala 1:50.000 provenientes de um
antigo convênio entre a UNESP e o extinto Pró- Minério, feitos sobre
as bases cartográficas do IBGE: Folha Atibaia (Oliveira et al., 1985),
Folha Jundiaí (Batista et al., 1986), Folha Santana de Parnaíba
(Batista et al., 1987) e Folha Cabreúva (Hackspacher et al., 1989).
Além destes, existe ainda o mapeamento de Galembeck (1997),
também em escala 1:50.000, na área do Maciço Granítico Itu. O
mapeamento de Neves (1999) enfoca as coberturas cenozóicas da
região de Jundiaí e também foi considerado nesta compilação. Nas
áreas não abrangidas por estes levantamentos, foram efetuadas
fotoanálise e fotointerpretação, intercaladas com trabalhos de campo.
(Neves, 2005).
32
CAPÍTULO 13. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aline Souza Carvalho
Cláudia de Sousa Guedes
Luane Franco Magalhães
Para responder às indagações da pesquisa, é fundamental mais que os
dados. Como a quantidade de elementos coletados em um estudo geralmente é
grande necessita-se um exame cuidadoso. Os dados precisam ser processados e
analisados de uma forma ordenada e coerente, para obter um resultado significativo
(GIL, 1999).
Como o nome sugere, resultados é o desdobramento dos dados lançados, é
nesta etapa que os dados são tratados (por exemplo, estatisticamente se a pesquisa
for qualitativa) e tabulados, devem ser apresentados de forma objetiva, exata e
lógica, sem interpretações ou comentários pessoais.
Para a apresentação dos resultados poderão ser utilizados instrumentos
como quadros, tabelas e gráficos, que devem ser autoexplicativos, pois precisam
auxiliar na apresentação dos dados, uma vez que facilita ao leitor a compreensão e
interpretação rápida da massa de dados, apreendendo importantes detalhes e
relações.
A discussão tem como finalidade debater, interpretar e analisar os
resultados. Devem-se relacionar pesquisas já realizadas sobre o assunto, pois
destacando as contribuições de outros autores, concordando ou divergindo,
contribuirá com o enriquecimento da pesquisa.
A interpretação seria a capacidade de se voltar à síntese sobre os
dados, entendendo-os em relação a um todo maior, e em relação a
outros estudos já realizados na mesma área e tema. São processos
que se complementam e acontecem como síntese, num totalidade.”
(BARROS; LEHFELD, 2002, p.86-87).
Para melhor entendimento, outro exemplo:
Com a análise dos dados apresentados neste trabalho, pode-se tecer
as seguintes considerações: [...]este trabalho mostra que tem
ocorrido um aumento considerável da profundidade dos níveis
dinâmicos necessários para se conseguir estabilização do nível
d´água (item 6.5). Ou seja, com as mesmas grandezas de vazão, o
nível dinâmico de estabilização é cada vez mais profundo, indicando
33
uma disponibilidade em queda. Conseqüentemente, a produtividade
dos poços, medida em valores de capacidade específica, tem
também diminuído ao longo do tempo. (Neves, 2005).
34
CAPÍTULO 14. CONCLUSÃO
Aline Souza Carvalho
Cláudia de Sousa Guedes
Luane Franco Magalhães
A conclusão é uma síntese do que foi defendido na Discussão, nesta etapa
não deve ser colocados e nem discutidos fatos novos, deve somente remeter ao que
foi discutido na pesquisa. Constitui-se de uma resposta a hipóteses enunciadas na
introdução, considerando os objetivos propostos. Não deve ser citada nenhuma
bibliografia na conclusão, o que deve prevalecer é a interpretação do autor, sendo
esta breve, objetiva e exata.
Em suma, a conclusão por ser a síntese do trabalho, deve incluir uma conter
uma resposta para o problema proposto. O autor relembra sua proposta inicial,
recapitula brevemente os resultados colhidos ao longo do trabalho e manifesta a sua
opinião sobre os resultados obtidos e seu possível alcance (FONSECA, 2002).
Exemplo:
Dentre os fatores que potencialmente interferem na produtividade
dos poços em terrenos cristalinos, foi possível identificar alguns
diretamente e outros indiretamente ligados à existência de poços
produtivos na área de estudos.
A influência do litotipo só existe se houver contribuição carbonática
na constituição litológica, como ocorre em metassedimentos do
Grupo São Roque. Dentre os demais litotipos do Embasamento
Cristalino, não foi possível identificar grandes variações nos valores
de produtividade. (Neves, 2005).
35
CAPÍTULO 15. ORÇAMENTO
Lidiane Batista de Morais
Nadyelle C.do Carmo
Rafaela Jacob de Oliveira
Normalmente os trabalhos acadêmicos não precisam que estejam expressos
recursos financeiros. Ele só é incluído quando o projeto for apresentado para uma
instituição financiadora de projetos de pesquisa (FINDLAY; COSTA; GUEDES,
2006).
Oliveira (2010) afirma que o orçamento deve relacionar os recursos
financeiros a serem utilizados ao longo de todo o projeto. Esses recursos
normalmente são divididos em material permanente; material de consumo; e serviço
de terceiros.
Segundo Bello (2004), material permanente são aqueles considerados como
bens duráveis, ou seja, aqueles que não são consumidos durante a realização da
pesquisa. Esse tipo de material é considerado como de durabilidade prolongada,
como por exemplo: computadores, impressoras, ar condicionado, entre outros. É
considerado material de consumo os que não possuem durabilidade prolongada, ou
seja, são os bens que são consumidos durante a realização da pesquisa, como por
exemplo, papel, tinta para impressora, material para escritório, entre outros. E os
serviços de terceiros relacionam o pagamento dos recursos humanos – estagiários,
revisor, entre outros, incluindo impostos. A figura 1 exemplifica um modelo de
orçamento.
36
Figura 02. Modelo de orçamento.
Fonte: Adaptado de Teixeira (2011).
Portanto o orçamento tem função de mostrar a viabilidade do projeto,
justificando a aquisição de equipamentos, descrevendo todo o material necessário e
listando todos os custos necessários para a realização da pesquisa.
37
CAPÍTULO 16. CRONOGRAMA
Lidiane Batista de Morais
Nadyelle C.do Carmo
Rafaela Jacob de Oliveira
De acordo com Bello (2004) o cronograma representa a previsão de quanto
tempo será gasto na realização do trabalho considerando as atividades a serem
cumpridas. Essas atividades e períodos devem ser definidos de acordo com as
características de cada pesquisa e com os critérios estabelecidos pelo autor. A
seguir estão relacionados alguns exemplos de cronograma com sugestões de
divisão dos períodos:
 Semanas – nesse tipo de cronograma os períodos são definidos por
semanas, as quais são indicadas dentro dos meses. Neste exemplo cada semana
está indicada com um ‘X’. A figura 2 mostra um exemplo de cronograma dividido por
semanas.
Figura 03. Modelo de cronograma com períodos divididos em semanas.
Fonte: Adaptado de Teixeira (2011).
 Meses - nesse tipo de cronograma os períodos são definidos por meses,
os quais são indicados por números ou por extenso. A figura 03 mostra um exemplo
de cronograma em meses.
38
Figura 04. Modelo de cronograma com períodos divididos em meses.
Fonte: Teixeira (2011).
 Período – esse tipo de cronograma pode ser dividido em períodos que não
são padrão, ou seja, sua divisão pode ser em períodos que não são
uniformes. Como semanas, meses, bimestres, trimestres, entre outros. A
figura 4 mostra um exemplo de cronograma dividido por períodos.
Figura 05. Modelo de cronograma por períodos.
Fonte: Teixeira (2011).
39
Os períodos em um cronograma pode ser ainda em bimestres, trimestres,
semestres, etc. essa divisão depende dos critérios do autor e das especificidades do
projeto. Para isso deve-se indicar os intervalos desse período, de maneira que o
cronograma fique autoexplicativo.
Um dos principais questionamentos na montagem de um cronograma é:
“Quanto tempo tenho para realizar esse projeto?”. Considerando esse
questionamento é possível elaborar um cronograma, que é uma ferramenta que
ajudará no controle do tempo para execução do projeto.
Caso não seja feito um bom planejamento e organização dificilmente o
projeto será finalizado no tempo estabelecido. (FINDLAY; COSTA; GUEDES, 2006).
No cronograma as tarefas são associadas ao tempo. E quando bem planejado,
serve como um instrumento de acompanhamento, controle e avaliação.
40
CAPÍTULO 17. COMO FAZER CITAÇÃO
Adriano Reis
Diogo Appel Colvero
Rávila Souza
A literatura e a publicação científicas consistem as fontes fundamentais de
um estudo científico. O conhecimento prévio dos trabalhos relacionados à pesquisa
que se pretende fazer é indispensável para a sua elaboração, sem a qual o
pesquisador corre risco de não reunir os dados necessários para a busca de
soluções ao problema proposto. Com isso, o pesquisador colhe um conjunto de
informações, as organiza, relaciona e analisa. Naturalmente, em seu trabalho, o
pesquisador não poderá se furtar de apresentar ao seu leitor o material de outros
autores, sob o risco de ser susceptível à acusação de plágio ou, na melhor das
hipóteses, de não fornecer informações suficientes ao leitor para que este analise o
seu trabalho, dê-lhe continuidade ou formule qualquer crítica.
O pesquisador, portanto, deve citar de forma clara quaisquer materiais
extraídos de outros trabalhos, fornecendo todos os dados possíveis para que o leitor
possa identificá-lo. Desta forma, consiste-se a citação como a "menção de uma
informação extraída de outra fonte" (ABNT, 2002, p.1); a informação extraída de
outra publicação, utilizada para ilustrar, esclarecer, comparar ou confirmar o assunto
em questão (PUC MINAS, 2010, p. 25).
Antonio Houaiss (1967, apud SALVADOR, 1986, p. 206) discorre a respeito
de algumas características que um redator de qualidade deve ter, no que se refere à
elaboração de citações: deve citar apenas dentro da linha do desenvolvimento da
exposição, como elo para o prosseguimento da inteligibilidade do contexto; deve
evitar citações arbitrárias e assistemáticas e evitar que as citações possam
interromper ou desviar a atenção do leitor à exposição.
Outro aspecto que não poderá ser negligenciado relaciona-se à fidelidade à
fonte da citação.
A virtude fundamental do citador é a fidelidade. a probidade
intelectual e a ética profissional exigem indicar com precisão e
método todas as fontes de pesquisa, assim como todas as ideias e
41
sugestões alheias aproveitadas no decorrer do trabalho.
(SALVADOR, 1986, p. 206).
A necessidade da aplicação de um método que regulamentasse a forma
com que seriam elaboradas e apresentadas as citações deu origem à constituição
de normas técnicas. No Brasil, a NBR 10.520, de acordo com a ABNT, foi criada
especificamente para elaboração de Citações Bibliográficas e a última revisão
ocorreu em agosto de 2002. O objetivo da NBR 10.520 é fixar as condições exigíveis
para padronização e coerência da seguridade das fontes indicadas nos textos dos
tipos de documentos (ABNT, 2002).
As chamadas são feitas pelo sobrenome do autor, pela instituição
responsável ou título incluído na sentença e devem ser em letras maiúsculas e
minúsculas, e quando estiverem entre parênteses devem ser em letras maiúsculas.
Segundo Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 15.020 (ABNT,
2002) as formas possíveis de citação são:
 Citação Direta: transcrição textual de parte da obra do autor consultado;
 Citação Indireta: texto baseado na obra consultada;
 Citação de citação: quando não se teve acesso ao trabalho original
(informação indireta).
As citações podem aparecer no texto ou em notas de rodapé. As indicações
das fontes podem ser pelo sistema de chamada autor-data e sistema de chamada
numérico.
17.1. SISTEMA AUTOR-DATA
Sobrenome de cada autor ou nome de cada entidade, seguido do ano de
publicação. Ao longo do texto: sobrenome do autor ou instituição – letras maiúsculas
e minúsculas (ABNT, 2002). Se citado entre parênteses: letras maiúsculas.
Ex:
Segundo Lima (1995), os aterros sanitários possuem custos de implantação
relativamente baixos.
Os aterros sanitários possuem custos de implantação baixos (LIMA, 1995).
Se o nome do autor terminar em Filho, Neto ou Júnior.
42
Ex:
Conforme Prado Júnior (2004)...
... (REIS FILHO, 2010).
17.2. SISTEMA NUMÉRICO
Segundo NBR 10.520 (ABNT, 2002), a indicação da fonte por meio de
numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos. Esse sistema não deve ser
utilizado quando existem notas de rodapé. A numeração é inserida após a
pontuação que fecha a citação, e pode aparecer de duas formas:
 Entre parênteses e alinhada ao texto;
 Sobrescrita.
Ex:
Disse Albert Einstein: “A ciência sem a religião é paralítica - A religião sem a
ciência é cega [...]” (8)
Disse Albert Einstein: “A ciência sem a religião é paralítica - A religião sem a
ciência é cega [...]” 8
17.3. CITAÇÕES DIRETAS
Conforme NBR 10.520 (ABNT, 2002), citações diretas, no texto, de até três
linhas:
 Devem estar contidas entre aspas duplas;
 Acrescenta-se o número da página, separada por vírgulas e entre
parênteses.
Ex:
Wilmore (1988, p. 56) define-a como "a habilidade para executar níveis de
‘AF’ que variam de moderados a enérgicos sem fadiga excessiva e a capacidade de
mantê-la durante toda a vida."
43
“Um conjunto de atributos que as pessoas possuem ou conseguem
relacionar com a capacidade de realizar atividade física." (CASPERSEN et al., 1989,
p. 31).
Quando houver conteúdo entre aspas na citação, deve-se, conforme visto,
colocar o referido trecho entre aspas simples (ABNT, 2002).
Citações diretas, no texto, de mais três linhas:
 Devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda;
 Com letra menor que a do texto utilizado (fonte 11);
 Sem as aspas;
 Incluir fonte e data da citação no final do parágrafo.
Ex:
Habermas fornece uma formulação mais precisa do problema:
Para preencher a função de integração social do ordenamento
jurídico e a pretensão de legitimidade do direito, os tribunais devem
satisfazer simultaneamente duas condições – tomar decisões
consistentes e assegurar a aceitabilidade racional de suas decisões.
(HABERMAS, 1996, p. 198).
Nas citações diretas podem ser indicadas supressões, interpolações,
comentários, ênfase ou destaques, do seguinte modo:
 Supressões: [...]. Elas podem surgir no início, meio ou fim da citação.
“Alguns critérios são estabelecidos [...] esclarecendo que a avaliação deverá
ser contínua e cumulativa do desempenho do aluno [...]” (SILVA, 2002, p. 65).
 Interpolação, acréscimo ou comentário: [ ].
Ex:
A classificação da obesidade infantil, a qual está em aumento em grande
parte do mundo, apresenta uma série de dificuldade que relaciona a estatura com
peso corporal [IMC – índice de massa corporal] já que estes dois fatores são
flutuantes por processos de crescimento e desenvolvimento. (GUAJARDO, 2004, p.
44
33).
17.4. CITAÇÕES INDIRETAS
Citação Indireta é a e produção de ideias e informações sem transcrever as
palavras do autor citado. Não é necessário nenhum tipo de destaque ou aspas, mas
é imprescindível ser fiel ao autor referido e a indicação da página consultada é
facultativa.
Ex:
As crianças que aprendem a ler frequentemente identificam palavras no
contexto que não podem identificar isoladamente (PEARSON, 1975, p. 87).
Outros exemplos:
Como lembra Martins (1984, p. 43), o futuro desenvolvimento da
informação...
A produção de Lítio em Searles Lake, Califórnia, em 1928 (MUMFORD,
1949, p. 513)...
Neste sentido, Hopeman (1974) lembra que o estudo da química começou
cedo, assim como o estudo da biologia e da astronomia.
17.5. CITAÇÃO DE CITAÇÃO
É a citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao
original (ABNT, 2002, p.1). No texto deve-se citar o sobrenome do autor do
documento não consultado, seguidos das expressões: citado por, apud, conforme ou
segundo, e o sobrenome do autor do documento efetivamente consultado.
Ex:
Olson (1977, p. 23) apud Smith (1991, p. 86), afirma que nossa capacidade
para produzir e compreender tal linguagem falada é, na verdade, um subproduto do
fato de sermos alfabetizados.
“[...] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura
política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946.” (VIANNA,
45
1986, p. 172, apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).
No modelo serial de Gough (1972, apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve
um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, [...] de
forma linear.
17.5.1. Dois ou três autores
Merriam e Caffarella (1991) observaram que a localização dos recursos tem
um papel crucial no processo de aprendizagem.
ou
A localização de recursos tem um papel crucial no processo de
aprendizagem (MERRIAM; CAFFARELA, 1991).
17.5.2. Mais de três autores
Usar a expressão et al. (e colaboradores; entre outros).
Ex:
"Um conjunto de atributos que as pessoas possuem ou conseguem
relacionar com a capacidade de realizar atividade física." (CASPERSEN et al., 1989,
p. 31).
Kim et al.(2005) relatam que os princípios básicos de oclusão em implantes
são importantes, como a obtenção de uma guia anterior livre de interferência nos
movimentos laterais, tanto no lado de trabalho quanto no lado de não trabalho.
17.6. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE CITAÇÕES
17.6.1. Quando o autor for uma instituição
Nas citações de documentos de instituições não utilizar abreviaturas, o nome
da instituição deve ser grafado por extenso.
Ex:
As resoluções do Partido Comunista Brasileiro (1996) determinam a posição
dos comunistas diante dos partidos operários já constituídos.
46
De acordo com o artigo 13 da constituição brasileira, o idioma oficial do
Brasil é a língua portuguesa (BRASIL, 1988).
17.6.2. Dados obtidos em palestras, seminários, debates
 Utilizar a expressão: (informação verbal);
 Dados disponíveis em notas de rodapé.
Ex:
O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre
(informação verbal)1
.
No rodapé da página
_______________________________
1
Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética, em
Londres, em outubro de 2001.
17.6.3. No rodapé da página
Em trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato,
indicando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.
Ex:
Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia no Rio
Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração)1
.
_________________________________
1
Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS, 2002.
17.6.4. Coincidência de sobrenomes de autores
 (SILVA, A., 1976, p.23);
 (SILVA, F., 1985, p.54);
 (CUNHA, Felipe, 1976, p.23);
 (CUNHA, Fernando, 1987, p.43).
17.6.5. Trabalhos do mesmo autor e mesmo ano
 (SMITH, 1981a);
 (SMITH, 1981b).
47
17.6.6. Trabalhos de diversos anos e/ou diversos autores
 As citações indiretas de diversos documentos de mesma autoria,
publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente;
 Datas separadas por vírgulas em ordem crescente;
 Autores separados por ponto e vírgula.
Ex:
(MARTINS, 1987, 1997, 2000) ou Martins (1987, 1997, 2000).
(SILVA; TÁLAMO; GONZAGA, 1965, 1985, 1994).
17.6.7. Citações indiretas de diversos documentos de vários autores,
mencionados simultaneamente
Autores devem ser separados por ponto e vírgula em ordem alfabética, não
cronológica.
Ex:
Diversos autores salientam a importância do acontecimento desencadeador
no início de um processo de aprendizagem (CROOS, 1986; KNOX, 1984;
MEZIROW, 1991).
17.6.8. Em obras sem indicação de autoria
 Primeira palavra do título, seguido de reticências e ano;
 Em citação direta, acrescentar a página;
 Se o título começar com artigo (definido ou indefinido) deve-se incluí-lo.
Ex.:
“Entender como funciona o processo de formação da periferia urbana e os
interesses envolvidos com a especulação de terras e votos é fundamental.” (AS
ÁREAS..., 2004).
17.6.9. Notas
Há dois tipos de notas de rodapé:
48
 Notas de referência e notas explicativas;
 Notas de Referência: servem para indicar fontes consultadas ou remetem
a outras partes da obra onde o assunto foi abordado;
 Notas explicativas: usadas para comentários não inclusos no texto.
Numeração das notas: em algarismos arábicos, única e consecutiva.
Ex.: (nota de referência)1
__________________________
1
SANTOS, G. C. Manual de organização de referências e citações bibliográficas para
documentos impressos e eletrônicos. Campinas: Autores Associados, 2000.
49
CAPÍTULO 18. COMO FAZER REFERÊNCIAS
Adriano Reis
Diogo Appel Colvero
Rávila Souza
As citações devem, obrigatoriamente, serem acompanhadas dos dados que
permitem ao leitor identificar a sua fonte. A esta identificação dá-se o nome de
Referência, que se consiste, portanto, no “conjunto padronizado de elementos
descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual.”
(ABNT, 2002a, p.7).
Tal como foi visto no capítulo anterior, a necessidade de padronização
também ordenou a elaboração de respectivas normas técnicas. A norma brasileira
que especifica o conteúdo e a forma das referências é a NBR 6023, em sua versão
revisada no ano 2002.
18.1. REGRAS GERAIS
 Devem ser apresentadas em ordem alfabética;
 Alinhadas somente à esquerda;
 Em espaço simples, e;
 Com espaço duplo entre si.
Ex:
TUCCI, Carlos E. M. Modelos hidrológicos. 1. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/
UFRGS/ Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 1998. 630 p.
CARNEIRO, Orlando. Construções rurais. 12. ed. São Paulo: Nobel, 1987. 719p.
18.2. FORMAS DE ENTRADA DAS REFERÊNCIAS
 Indica a responsabilidade sobre o conteúdo do documento;
 Normalmente é descrita pelo(s) autor (es) ou responsável(eis) pela obra.
50
Ex:
ADAMS, John Crawford (sobrenome paterno inglês);
GOETHE, Johann Wolfgang von (sobrenome com prefixo alemão);
CASAS, Bartolomé de las (sobrenome com prefixo espanhol);
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (autor entidade);
Independentemente do tipo de material (livros, artigos, vídeos, textos da
internet, etc.), deve-se adotar a seguinte regra para a entrada principal da referência.
 Autor único
ECO, Umberto (sobrenome simples);
MOREIRA JÚNIOR, Sérgio (sobrenome que indica parentesco).
 Autoria múltipla (até três autores)
MOREIRA FILHO, Antônio; CARVALHO, Estela (dois autores);
SANTOS, Ângela R.; FREZA, Eloisa M.; CAUTELA, Lucinda. (três autores).
 Mais de Três Autores
SILVA, Luís Cândido Pinto da et al.
Entrada pelo Responsável Intelectual (organizadores, editores,
coordenadores)
MOORE, Wilbert (Org.)
MARCONDES, E.; LIMA, I. N. de (Coord.)
 Autor Entidade (Associações, Empresas, Instituições)
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6032: abreviação de
títulos de periódicos e publicações seriadas: procedimentos. Rio de Janeiro, 1989.
51
 Autor Entidade (Ministérios, Secretarias e outros)
BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Formação e Desenvolvimento
Profissional. Educação profissional: um projeto para o desenvolvimento
sustentado. Brasília: SEFOR, 1995.
 Autoria Desconhecida
DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro,
1993. 64p.
 Leis, Decretos, Portarias etc.
Elementos essenciais: Jurisdição ou órgão legislador. Título. Ementa. Referência da
publicação onde a jurisprudência foi publicada. Ano da publicação. Página.
 Decreto publicado em jornal
BRASIL. Decreto n.56.725, de 16 ago. 1965. Regulamenta a Lei nº 4.084, de 30 de
junho de 1962, que dispõe sobre o exercício da profissão de Bibliotecário. Diário
Oficial da União, Brasília, 19 ago. 1965. p.7.
 Resoluções
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Resolução 4, de 26 de junho de 2003.
Dispõe sobre o impedimento no artigo 23 da Lei Complementar 108, de 29 de maio
de 2001 e dá outras providências. Revista de Direito do Trabalho, São Paulo, Ano
29, n.112, p.311-312, out./dez. 2003.
 Portarias
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 1.029, de 11 de agosto de
2003. Revista de Direito do Trabalho, São Paulo, Ano 29, n.112, p.299-304,
out./dez. 2003.
 Documentos eletrônicos
52
a. Deve-se mencionar os dados das obras, sejam estas artigos de
periódicos, de jornais, livros, documentos jurídicos ou textos diversos, acrescidos
das informações relativas ao meio eletrônico.
b. Não se faz referência somente ao site. Devem-se citar os dados que
identificam o texto.
c. Deve-se mencionar o endereço completo do site até a obtenção do
referido texto.
 Livro em meio eletrônico
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade da informação no Brasil.
Brasília: MCT, 2000. Disponível em:
<http://www.socinfo.org.br/livro_verde/download.htm>. Acesso em: 02 jan. 2005.
 Dissertação em meio eletrônico
CARL, Tânia Corrêa. O processo de mudança e sua influência na transformação
da identidade da PUC Minas: Núcleo Universitário Coração Eucarístico. 2002. 142f.
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Programa de Pós-Graduação em Administração. Disponível em:
<http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/ Administracao_CarlTC_1.pdf> . Acesso
em: 02 jan. 2005.
 Artigo de periódico em meio eletrônico
LARA, Marilda Lopes Ginez de. Recensão. Ciência da Informação, Brasília, v.32,
n.2, maio/ago. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
19652003000200014&lng =pt&nrm =iso>. Acesso: em 02 jan. 2005.
 Trabalho de evento em meio eletrônico
FRANCATO, A. L.; BARBOSA, P. S. F. Fatores determinantes das propriedades
operativas ótimas de um sistema hidroelétrico. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
RECURSOS HÍDRICOS, 12, 1997, Vitória-ES. Anais ... Porto Alegre: Associação
Brasileira de Recursos Hídricos, 1997. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.
br/~sishidro/producao/gestao/anais.html> Acesso em: 02 jan. 2005.
53
 E-mail
VIANNA, Márcia Milton. Catalogação de materiais especiais. [mensagem pessoal].
Mensagem recebida por: <hrcunha@uol.com.br> em 26 out. 2004.
 Multimeios
Consideram-se "multimeios os suportes de informação diferentes do livro,
tais como fitas cassetes, slides, filmes cinematográficos, gravações de vídeo,
materiais iconográficos, materiais cartográficos, gravações de som, microformas,
música impressa" (PEROTA; CRUZ, 1997, p.45 apud GONÇALVES, 2003).
Ex:
a. Filmes, Videocassete, DVD etc.
CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martirede Clermont-
Tonnerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marilia Pera; Vinicius de
Oliveira; Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachtergaele e outros. Roteiro: Marcos
Bernstein, João Emanuel Carneiro e Walter Salles Júnior. [S.l.]: Le Studio Canal;
Riofilme; MACT Productions, 1998. 1 bobina cinematográfica (106min), son., color.,
35 mm.
b. Fotografias
MARTINS, Juca. Em busca do ouro. Serra Pelada, 1980. 1 fot.
REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo:
Edusp, 2000. 35 fot., color.
c. Mapas, Globos, Atlas
BRASIL e parte da América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, turístico e
regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa, color, 79cm x 95 cm. Escala
1:600.000.
ATLAS geográfico escolar do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: IGA, 1979 73
p. GLOBO escolar Geomapas. Santo André: Geomapas, 1997. 1 globo.
d. Gravações Sonoras
54
NASCIMENTO, Milton. Milton. Guarulhos: EMI, 1995. 1 CD.
COSTA, S.; SILVA, A. Jura secreta. Intérprete: Simone. In: SIMONE. Face a face.
Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1977. 1 CD. (40 min.). Faixa 7.
SILVA, L. I. L. da. Luiz Inácio Lula da Silva: depoimento [abr. 1991].
Entrevistadores: V. Tremel e M. Garcia. São Paulo: SENAI, 1991. 2 fitas cassete
(120 min.) 3 ¾ pps, estéreo.
 Ata de Reunião
ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. Ata da reunião da Comissão de
Coordenação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada no dia 07 de
outubro de 2004. Disponível em: <http://www.abc.org.br/arquivos/ata_cct.html>.
Acesso em: 02 jan. 2005.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Ata da reunião realizada no dia 20 de abril
de 1998. Livro 98, p.4.
 Bula de Remédio
NOVALGINA: dipirona sódica. São Paulo: Hoechst, [199?]. Bula de remédio.
TOLREST: sertralina cloridrato: comprimidos. Responsável técnico Farm. Luiz M.
Mendes. São Paulo: Biosintética, 2004. Bula de remédio.
55
CAPÍTULO 19. APRESENTAÇÕES
Diogo Coelho Crispim
Karina Pinheiro dos Santos
Luciano de Sá
Para a realização de uma boa apresentação oral é fundamental que se
tenha uma expressão clara e lógica de suas idéias e resultados científicos. Além
disso, é importante que se saiba falar em público, contudo, discursar ou até mesmo
participar duma discussão, para algumas pessoas pode ser tarefa muito difícil. No
entanto o medo de se expor, só pode ser combatido se for enfrentado. Precisamente
para auxiliar a ultrapassar esse medo e a ajudar na realização e estruturação de
uma apresentação oral de forma a adquirir-se uma metodologia eficaz, segue-se
neste capítulo um conjunto de regras e conselhos a atender. Sendo assim, tais
conselhos orientam a respeito das diferentes etapas de elaboração da apresentação
oral, incluindo dicas para sobre a postura do orador, elaboração dos recursos
visuais, apresentação de tais recursos e organização do ambiente a ser usado.
No meio acadêmico são utilizados, principalmente, dois tipos de
apresentações para exposição de trabalhos científicos:
i.Pôster
O pôster é um instrumento visual que visa levar informações pertinentes a
uma ação prática de pesquisa de forma clara e objetiva.
Deve, por meio de seu arranjo gráfico, ser auto-explicativo dispensando a
presença do autor, para ficar mais interessante para o público que interage com o
trabalho.
Para apresentações de pôster deve-se conhecer as regras da instituição a
que o trabalho foi sujeitada. Cumprir com horários de afixação e retirada, conhecer
os horários que a comissão julgadora comparecerá para avaliação do projeto. Esses
procedimentos são importantes, pois evitam contratempos que aumentam o
nervosismo no momento da apresentação.
56
O pôster serve para sintetizar informações e dados relevantes da pesquisa.
É indicado evitar o excesso de informações, O pôster deve ter a quantidade de
informações necessárias para uma boa apresentação.
Usualmente o tamanho e os tópicos obrigatórios do pôster são determinados
pelo evento, geralmente o tamanho do pôster está entre 90 x 120 cm. Contudo
geralmente a estruturação do pôster consiste em: resumo, introdução, objetivos,
materiais e métodos, resultados obtidos, considerações finais e conclusão. Dentre
tais tópicos os resultados e as conclusões devem ter destaque.
Os elementos básicos do pôster são textos, dados (tabelas, gráficos,
diagramas, estatísticas), imagens (desenhos, fotografias), o contato do autor e as
referências.
Os principais programas usados são para se elaborar um pôster são:
PowerPoint, CorelDraw, PhotoShop e Ilustrator.
Para a construção do pôster use princípios de composição: alinhamento;
simetria; ordem; hierarquia; contraste; simplicidade; equilíbrio.
Algumas dicas para a elaboração de um pôster:
 Deve ter destaque para as conclusões e para as referências;
 Distribua o texto em colunas;
 Não sobrecarregue o pôster;
 Tamanho da fonte deve ser de, no mínimo, 25;
 Caixa alta para títulos use cores diferenciadas para o titulo isso ajuda o
leitor a se localizar mais facilmente;
 Não exagera na quantidade de cores e texto;
 Evitar fontes artísticas;
 Use figuras.
Podem-se utilizar figuras também em plano de fundo, mas é necessário que
se tome cuidado para não prejudicar a leitura. Nem sempre o que se vê na tela é o
que se vê impresso.
57
ii.Oral
É uma categoria recomendada aos pesquisadores que queiram comunicar o
resultado de sua pesquisa e/ou desenvolvimento da mesma, trazendo discussões
pertinentes para otimização de seu trabalho. Assim como o pôster, devem-se
conhecer as condições que a instituição propicia para apresentação de seu trabalho.
É interessante entrar em contato com a organização para conhecer os
recursos que serão disponibilizados. Algumas vezes pode-se fazer necessário o uso
de computadores pessoais, data-show e caixas de som. Também é interessante que
se conheça o local previamente para não ter surpresas.
19.1. ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
Para transmitir informação acadêmica, científica ou técnica com sucesso,
deve-se tomar cuidado com:
a. O orador;
b. O planejamento da apresentação e dos recursos visuais;
c. A apresentação;
d. A organização da sala.
19.1.1. O orador
O orador se trata do apresentador ou o palestrante. É o recurso mais
importante em da apresentação. Qualquer pessoa, física e mentalmente capacitada
para falar, pode tornar-se orador eficiente sem que para isso, necessite de dotes de
eloquência. Basta aprender, pelo estudo e pela prática, a desenvolver suas
qualidades naturais e os recursos de saber e experiência.
O orador eficiente não é o que exibe qualidades de boa voz, facilidade de
expressão e simpatia pessoal, apenas. O orador eficiente é o que tendo em vista
determinado objetivo, seja informar, persuadir ou deleitar, plenamente o consegue
pela influência que exerce no auditório. Arte de falar em publico.
Segundo a Universidade de São Paulo (2012) uma das principais
dificuldades do orador é o medo: medo de se expor diante dos ouvintes é natural.
Mas pode ser vencido! Abaixo estão algumas dicas para vencer o medo:
 Inicialmente, é necessário identificá-lo;
58
 E treinar a apresentação! Marcando o tempo gasto;
 Tente manter o controle da situação;
 Olhe os seus ouvintes de frente;
 Mantenha uma postura ereta;
 Só comece a falar quando tiver a atenção da plateia;
 Faça pausas;
 Fale com calma;
 Seja natural;
 Movimente-se discretamente.
Outra dificuldade esta também na maneira de se expor. Conforme o site da
Universidade de São Paulo, para expor corretamente sua apresentação evite:
 Ficar de costas para a plateia;
 Ler os slides com muita frequência;
 Ficar com as mãos na cintura ou no bolso;
 Gesticular demais;
 Bocejar;
 Falar muito baixo ou em um mesmo tom;
 Ficar olhando o relógio;
 Gírias e vícios de linguagem;
 Jargões e palavras difíceis;
 Piadas ofensivas e palavrões;
 Se desculpar desnecessariamente;
 Frases feitas;
 Criar falsas expectativas;
 Ultrapassar o tempo estabelecido. Respeite o público, os coordenadores
do evento e os colegas que ainda vão apresentar;
 Apressar para terminar a apresentação;
 Falar: né, entende, hmmm ou outros maneirismos vocais excessivamente;
 Surpresas com os expectadores. Conheça bem os interessados em sua
apresentação;
 Ler textos completos;
59
 Deixar a pesquisa e a preparação para o último momento;
 Ficar olhando apenas uma pessoa ou para o professor;
 Não diminua o volume de sua voz durante a apresentação.
Dicas gerais para o orador:
 Cheque sua aparência antes de se apresentar, para que outro fator não
chame mais atenção que sua apresentação;
 Se a apresentação é em grupo, organizem-se. (Altura, roupas, postura,
etc.);
 Mude o tom de voz de vez em quando para acordar a plateia;
 Tente ser ouvido por todos. Mas não grite. Dê vida à sua fala. A maneira
de dizer as coisas faz diferença;
 Articule bem as palavras;
 Faça comunicação visual com a plateia. Não tenha medo dos olhares do
público. Não fique olhando para o chão, ou para o além ou ainda somente para a
tela. Os olhares enaltecem o orador, pois, se o público prende os olhares no
palestrante é por que o assunto e a forma de executar a apresentação estão
interessantes. Falar olhando para a plateia facilita a leitura labial e você perceberá o
interesse e a reação do público;
 Seja carismático com o seu público ao executar sua apresentação. Sorrir
não é pecado. O sorriso moderado é um ponto favorável ao palestrante, alimenta a
alma, ajuda a descontrair o ambiente e a liberar a tensão do palestrante
(INSTITUTO FALA BEM, 2012);
 Teste sua apresentação quanto à objetividade, clareza, cores, som visual
das letras e tabelas. Faça como se você fosse um integrante da plateia, sente no
fundo do auditório e teste o visual das lâminas;
 Salve sua apresentação e tenha certeza que sua apresentação está
contida na mídia (DVD, CD) salve-a também no seu pendrive e se possível anexe
sua no e-mail e a envie para você mesmo, assim você terá mais uma copia
disponível;
 Toda fala deve ter começo, meio e fim;
60
 Chegue cedo ao local do evento. Chegando 30 minutos mais cedo
possibilitará testar os equipamentos e a forma de executar a apresentação;
 Procure se interagir com as pessoas que vão chegando para assistir ao
seu evento. Isso ajuda a liberar a adrenalina e é bom para aliviar a ansiedade;
 Se for utilizar alguém para operar o equipamento, combine o sinal que
você dará para a mudança dos slides;
 Se for utilizar o apontador laser utilize-o com cuidado, não deixando que o
foco de luz desse equipamento desconcentre os ouvintes (INSTITUTO FALA BEM,
2012).
No momento da apresentação não é possível agradar a todos. Mas não
perca o entusiasmo se algumas pessoas demonstrarem desinteresse. Sinais de
alerta:
 Bocejos;
 Consultas ao relógio;
 Movimentação na cadeira e de cadeiras;
 Discussões alheias ao conteúdo.
19.1.2. O planejamento da apresentação e dos recursos visuais
 Slides
Um recurso visual muito utilizado em apresentações são os slides. Trata-se
de um recurso visual editado no computador por meio de um programa, este arquivo
se pode organizar fotos, trabalhos, gráficos, piadas, músicas, vídeos e etc. Os slides
servem para ilustrar a apresentação, ajudar na compreensão e na assimilação da
apresentação e na exposição de um conteúdo. O programa mais utilizado nas
apresentações de slides é PowerPoint da Microsoft, contudo existem outros
programas disponíveis no mercado. Abaixo se tem 20 dicas para a construção dos
slides:
1. Escolha um tema interessante e não cansativo;
2. Prepare um primeiro slide expondo o tema central o seu nome. Construa
um último slide deixando um agradecimento e seu contato;
61
3. Monte sua apresentação, desenvolvendo para cada tópico e slide, um
texto sobre o que será falado. Com esse material em mãos é possível treinar a fala
para cada slide;
4. Use tamanho adequado para as letras. Busque utilizar tamanho no
mínimo 40 para títulos e tamanho 20 para os sub-tópicos e textos;
5. Evite usar letras claras em transparências com fundo claro ou letras
escuras em fundo escuro. Cuide do visual da sua apresentação (INSTITUTO FALA
BEM, 2012);
6. Não exagere nas cores dos textos, utilize no máximo três cores e procure
utilizar uma única cor para os títulos;
7. Insira os textos sempre bem alinhados. Inserindo-os sempre na mesma
posição em cada slide;
8. Ao empregar tabelas, não exagere na quantidade de linhas e tome
cuidado com o tamanho das letras e números contidos na tabela. Se estruturar uma
tabela no Excel, amplie seu tamanho ao inseri-la no slide para facilitar a
visualização;
9. Todo slide deve ter um título;
10. Evite fornecer informação demais em um único slide; Não mais que
três temas diferentes em um slide;
11. No máximo duas figuras por slide;
12. Evite slides demais;
13. O público precisa de tempo para ver, ouvir e pensar. A média é de 2
minutos por slide. Se a apresentação tem slides demais, o orador terá que falar
rápido. Isso dificulta a compreensão por parte dos ouvintes;
14. Cada slide deve ter entre seis e sete linhas;
15. Evitar fontes muito enfeitadas no corpo do texto. Contudo não existe
apenas a Times New Roman, use fontes padrões. Evite fontes instaladas apenas em
seu computador, evitando desconfigurações de sua apresentação caso o
computador do evento não tenha as fontes que utilizou;
16. Usar caixa alta somente em títulos;
17. Use figuras e ilustre com exemplos;
62
18. Insira números em todos os slides, e busque saber quanto tempo você
terá disponível para expor sua apresentação. A partir dai relacione a quantidade de
slides com o tempo, cronometrando que será gasto em cada slide;
19. Avalie seu trabalho final quanto à objetividade, clareza, cores, som,
visualização das letras e tabelas. Se posicione como se fosse um participante da
plateia, sente-se no fundo do auditório e teste a aparência dos slides;
20. Pode-se usar figuras como plano fundo, mas deve-se tomar cuidado,
para não prejudicar a leitura do texto e da resolução da imagem. Fuja dos Cliparts!
(INSTITUTO FALA BEM, 2012).
19.1.3. A apresentação
Depois de elaborar mesmo sua apresentação e fazer um bom resumo da
mesma; criar o material visual; desenvolver a apresentação de acordo com o tempo
estipulado e treinar a apresentação é hora de apresentar o conteúdo. Inicialmente é
necessário saudar os ouvintes, se apresentar e em seguida falar o título da
apresentação.
Segundo Amorim (2012) na introdução e objetivos é necessário:
 Deixar claro qual é a questão central a ser abordada;
 Contextualizar o problema com as informações disponíveis na literatura;
 Definir quais os objetivos e hipóteses.
Com relação aos métodos e resultados é indicado, conforme Amorim (2012):
 Situar o público da localidade onde foi realizado o estudo;
 Empregar das imagens para mostrar como foi realizado o estudo,
empregando fotos, ilustrações e/ou esquemas do equipamento utilizado, do desenho
experimental e das espécies observadas isso facilita a compreensão;
 Referir as análises realizadas e como se relacionam com as hipóteses
testadas e com os objetivos;
 Apresentar os resultados que foram encontrados;
 Ilustrar este tópico com fotos, esquemas, gráficos e tabelas;
 Relacionar o resultado diretamente com os objetivos;
63
 Explicar de que forma estes resultados corroboram ou descartam a
hipótese inicial.
A seguir estão algumas dicas de como deve ser apresentado a conclusão:
 Não repetir o que já foi exposto nos resultados, mas sim discutir a
relevância dos achados em relação a outros estudos já publicados;
 Explanar sobre direções futuras do trabalho. Quais novas perspectivas
foram abertas;
 Lembrar ao ouvinte as partes essenciais do que foi exposto.
Relacionando os resultados obtidos com os objetivos iniciais da pesquisa;
 Devem-se fazer os agradecimentos pela oportunidade e atenção de
todos. Pode-se fazer um elogio ou um comentário positivo, pertinente e oportuno.
Seja objetivo, breve e despeça-se do seu público.
Segundo o site da Universidade de Passo Fundo (2012) ao responder as
perguntas:
 Os questionamentos devem ser objetivamente respondidos. Aceite as
sugestões e críticas humildemente;
 Defenda, se for o caso, a fundamentação adotada na pesquisa, porém
não imponha o posicionamento, pois a banca não é obrigada a concordar com um
determinado ponto de vista;
 Caso seja necessário, lembre-os da delimitação da pesquisa e do
problema jurídico;
 Caso não saiba a resposta, seja sincero, diga que a questão é de grande
relevância e que merece um estudo mais aprofundado;
 Tenha à disposição folhas em branco e caneta para anotar os
questionamentos, sugestões e correções para a versão definitiva.
19.1.4. Organização da sala
Ao preparar o ambiente onde será realizada a apresentação é importante:
 Chegar cedo para identificar e conhecer o local da apresentação;
64
 Organizar o layout da sala para que os ouvintes aproveitem ao máximo a
palestra;
 Fechar as cortinas parar diminuir o nível de distração da plateia, para
também controlar o grau de luminosidade no ambiente;
 Verificar todo o equipamento que vai usar, como som, computador,
microfone, além do controle da luz do ambiente.
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Metodologia da Pesquisa: Conceitos de Ciência e Tecnologia

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE - PPGEMA Apostila de Metodologia da Pesquisa Apostila produzida pelos alunos do Programa de Pós-Graduação de Engenharia do Meio Ambiente – UFG – Turma de 2012, como parte dos requisitos da disciplina Metodologia da Pesquisa. Organizadores: Cláudia de Sousa Guedes, Diogo Appel Colvero e Samara Monayna Alves Vasconcelos Carrilho. Orientador: prof. Rogério de Araújo Almeida. Junho de 2012
  • 2. 1 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO............................................................................................................................... 3 CAPÍTULO 1. CIÊNCIA E TECNOLOGIA ........................................................................................... 4 CAPÍTULO 2. PESQUISA................................................................................................................. 7 2.1. FINALIDADES ..........................................................................................................................7 2.2. CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................................................7 2.3. ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA ..........................................................................................9 CAPÍTULO 3. ESCOLHA DO TEMA.................................................................................................11 CAPÍTULO 4. ESCOLHA DO TÍTULO...............................................................................................12 CAPÍTULO 5. FICHAMENTO..........................................................................................................13 CAPÍTULO 6. RESUMO .................................................................................................................16 CAPÍTULO 7. PROBLEMA E HIPÓTESE...........................................................................................19 7.1. PROBLEMA...............................................................................................................................19 7.2. HIPÓTESE.................................................................................................................................20 CAPÍTULO 8. INTRODUÇÃO OU APRESENTAÇÃO .........................................................................23 (LAKATOS E MARCONI 1992) ..........................................................................................................23 CAPÍTULO 9. JUSTIFICATIVA.........................................................................................................24 CAPÍTULO 10. OBJETIVOS ............................................................................................................25 CAPÍTULO 11. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................26 11.1. RECOMENDAÇÕES...........................................................................................................27 CAPÍTULO 12. MATERIAL E MÉTODOS .........................................................................................29 12.1. MATERIAL...........................................................................................................................30 12.2. MÉTODOS...........................................................................................................................30 CAPÍTULO 13. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................32 CAPÍTULO 14. CONCLUSÃO..........................................................................................................34 CAPÍTULO 15. ORÇAMENTO ........................................................................................................35 CAPÍTULO 16. CRONOGRAMA .....................................................................................................37 CAPÍTULO 17. COMO FAZER CITAÇÃO .........................................................................................40
  • 3. 2 17.1. SISTEMA AUTOR-DATA...........................................................................................................41 17.2. SISTEMA NUMÉRICO..............................................................................................................42 17.3. CITAÇÕES DIRETAS ...............................................................................................................42 17.4. CITAÇÕES INDIRETAS .............................................................................................................44 17.5. CITAÇÃO DE CITAÇÃO ............................................................................................................44 17.5.1. Dois ou três autores.....................................................................................................45 17.5.2. Mais de três autores ....................................................................................................45 17.6. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE CITAÇÕES ................................................................................45 17.6.1. Quando o autor for uma instituição ............................................................................45 17.6.2. Dados obtidos em palestras, seminários, debates ......................................................46 17.6.3. No rodapé da página...................................................................................................46 17.6.4. Coincidência de sobrenomes de autores......................................................................46 17.6.5. Trabalhos do mesmo autor e mesmo ano ...................................................................46 17.6.6. Trabalhos de diversos anos e/ou diversos autores ......................................................47 17.6.7. Citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente 47 17.6.8. Em obras sem indicação de autoria.............................................................................47 17.6.9. Notas ...........................................................................................................................47 CAPÍTULO 18. COMO FAZER REFERÊNCIAS ..................................................................................49 18.1. REGRAS GERAIS....................................................................................................................49 18.2. FORMAS DE ENTRADA DAS REFERÊNCIAS ...................................................................................49 CAPÍTULO 19. APRESENTAÇÕES...................................................................................................55 19.1. ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO...............................................................................................57 19.1.1. O orador.......................................................................................................................57 19.1.2. O planejamento da apresentação e dos recursos visuais ............................................60 19.1.3. A apresentação............................................................................................................62 19.1.4. Organização da sala ....................................................................................................63 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................65
  • 4. 3 APRESENTAÇÃO Para produção de trabalhos técnicos ou de trabalhos de pesquisa é necessário obter sistematização coerente das ideias, de modo a transcrever o conhecimento produzido pela pesquisa. Para tal, existem normas que são recomendadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - que padronizam as maneiras de apresentar o trabalho científico para o leitor, para que este possa ler o trabalho e ser capaz de entendê-lo e de identificar a finalidade do estudo. Além das normas, também existem recomendações de como organizar o estudo para facilitar o desenvolvimento da pesquisa e a elaboração de trabalhos científicos. Esta apostila tem como finalidade auxiliar pesquisadores de diversas áreas na construção de trabalhos científicos e divide-se em duas partes principais: a primeira refere-se à composição de uma pesquisa e a segunda as regras de citação e referência retiradas das respectivas normas da ABNT.
  • 5. 4 CAPÍTULO 1. CIÊNCIA E TECNOLOGIA Aldrei Marucci Veiga Édio Damásio da Silva Junior Elisa Rodrigues Siqueira O conceito de ciência está relacionado à capacidade desenvolvida pelos seres humanos em investigar e produzir conhecimento mediante relações com o meio em que vive. Geralmente, o conhecimento é produzido devido alguma necessidade individual ou de uma população, ou mesmo devido à curiosidade em compreender determinado fenômeno. A busca permanente pelo conhecimento, da compreensão do mundo e dos fenômenos que nele ocorrem, é uma das manifestações da inteligência humana. A ciência propriamente dita constitui-se na Grécia, a partir do século VI a.C. Aos arredores de Atenas e de algumas cidades independentes, depois de Alexandria, que capitaliza o saber dos Egípcios e dos Babilônios, pensadores e filósofos desenvolvem um novo modo de conhecimento centrado na procura da prova e da demonstração. De Tales a Arquimedes, de Hipócrates a Euclides, os gregos inventam uma nova forma de pensar o mundo, em que alguns princípios regem todos os processos (COTARDIÈRE, 2011). Na Idade Média, o testemunho é passado ao mundo árabe. Do século VII ao século XV, os sábios árabes realizam as investigações mais avançadas do seu tempo. A partir do século XII, vão transmitir à Europa um tesouro de conhecimentos, alguns deles herdados da Antiguidade grega ou indiana, outros decorrentes do seu próprio contributo, principalmente nas áreas da matemática, da astronomia e da medicina (COTARDIÈRE, 2011). De meados do século XVI ao final do século XVIII, o Ocidente assistiu a uma revolução científica, o período da ciência clássica, caracterizada pelo fim da “Idade das Trevas” e pelo Renascimento científico, e que marca o advento da ciência moderna (HART-DAVIS, 2010). No século XIX, as ciências desenvolvem-se, especializam-se, associam-se e estendem-se a novos domínios. Assiste-se ao desenvolvimento da termodinâmica, do eletromagnetismo, da química orgânica, das geometrias não euclidianas, da
  • 6. 5 astrofísica e da teoria da evolução das espécies. Este movimento amplifica-se no século XX com o nascimento da genética, a mudança introduzida pela teoria da relatividade, a revolução da física quântica. Posteriormente surgem grandes mutações pelos quais certos domínios científicos sofrerão avanços consideráveis, alargando os campos de investigação do infinitamente pequeno ao infinitamente grande: a física das partículas, a biologia molecular, a genética, a planetologia, a astrofísica, entre outras ciências (HART-DAVIS, 2010). No século XX, o estatuto do investigador evoluiu, tornando a ciência uma atividade social, coletiva e institucionalizada, cujas aplicações podem produzir efeitos benéficos ou nefastos para o homem. Mobilizando centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, necessitando de equipamentos cada vez mais dispendiosos, a investigação deixou de estar apenas nas mãos dos investigadores. Depende agora de opções políticas, econômicas, industriais e militares (COTARDIÈRE, 2011). O avanço sem precedentes das ciências e das técnicas influencia mais diretamente do que antes as escolhas sociais. Em domínios como a saúde, a alimentação, a energia e o ambiente, reivindica-se atualmente o direito de ser informado não somente sobre as perspectivas e esperanças que se abrem para a solução dos problemas da atual sociedade, mas também sobre as interrogações das consequências do conhecimento e a necessidade do mesmo (LEFF, 2010). Associando ao avanço da ciência e a capacidade de produção de conhecimento, a tecnologia surge como produto das atividades científicas. A história da tecnologia é o estudo das ferramentas e técnicas úteis para se desenvolver materiais práticos. Relaciona-se intimamente com a história da ciência, que inclui a maneira como os seres humanos adquiriram o conhecimento básico necessário para construir coisas úteis. A tecnologia pode ser compreendida como o conhecimento que permite ao homem controlar e modificar o mundo. Atualmente a tecnologia está associada diretamente ao conhecimento científico, de forma que hoje tecnologia e ciência são termos indissociáveis. Isso tem levado a uma confusão comum que é reduzir a tecnologia à dimensão de ciência aplicada. A tecnologia consiste em um conjunto de atividades humanas, associadas a sistemas de símbolos, instrumentos e máquinas, visando à construção de obras e à fabricação de produtos por meio de
  • 7. 6 conhecimento sistematizado (VARGAS, 1994). Os esforços científicos, especialmente nos tempos modernos, dependeram em regra de tecnologias específicas que permitiram aos seres humanos sondar a natureza do universo, de forma mais precisa do que a permitida pelos nossos sentidos. Em geral, a tecnologia consiste na aplicação material do conhecimento adquirido ao longo de muitos de anos, de maneira gradual e acumulativa. A tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou serviços, está associada a impactos socioeconômicos sobre uma comunidade (MANÃS, 2001; REIS, 2004). Hall (1984) apud Manãs (2001) define o conceito geral de tecnologia em três componentes:  Tecnologia de operações: compreende as técnicas usadas nas atividades do fluxo de trabalho da organização;  Tecnologia de materiais: considera os materiais usados no fluxo de trabalho e estabelece ainda que é possível que uma técnica altamente sofisticada seja aplicada a materiais relativamente simples e;  Tecnologia de conhecimento: em que as complexidades variáveis do sistema de conhecimentos usados no fluxo de trabalho são os principais pontos. A importância da ciência e tecnologia para a sociedade atual não se restringe apenas à produção de materiais que promovam facilidades e comodidades para os seres humanos, mas principalmente da compreensão e investigação dos fenômenos na natureza e dos problemas da sociedade. De acordo com Santos e Mortimer (2002), alfabetizar, portanto, os cidadãos em ciência e tecnologia é hoje uma necessidade do mundo contemporâneo. Não se trata de mostrar as maravilhas da ciência, como a mídia já o faz, mas de disponibilizar as representações que permitam ao cidadão agir, tomar decisão e compreender o que está em jogo no discurso dos especialistas. A tecnologia social começa pela construção de seus próprios instrumentos, suas próprias ferramentas de trabalho, em função do diálogo com a sociedade civil organizada, numa busca conjunta de práticas de intervenção social que possam contribuir para a melhoria das condições de vida da população (HORTA, 2007).
  • 8. 7 CAPÍTULO 2. PESQUISA Aldrei Marucci Veiga Édio Damásio da Silva Junior Elisa Rodrigues Siqueira A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para problemas ainda não solucionados. É um conjunto de procedimentos sistemáticos, denominado metodologia, baseados no raciocínio lógico, e tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos (ANDRADE, 2001, apud MEDEIROS, 2007). É através da pesquisa que a ciência e a tecnologia se desenvolvem, uma vez que para a produção de conhecimento é necessário a investigação e compreensão dos fenômenos estudados. 2.1. FINALIDADES Segundo Rodrigues (2007), a pesquisa pode ser classificada em dois grupos segundo sua finalidade:  Pesquisa pura (básica): consiste na satisfação do desejo, por parte do pesquisador, de adquirir conhecimentos, sem que haja uma aplicação prática prevista;  Pesquisa aplicada: consiste na busca pelos conhecimentos adquiridos que são utilizados para aplicação prática, voltados para a solução de problemas concretos da vida moderna. 2.2. CLASSIFICAÇÃO Segundo Demo (1987, apud MEDEIROS, 2007), as pesquisas podem ser classificadas como:  Pesquisa teórica: dedicada a estudar teorias;  Pesquisa metodológica: que se ocupa dos modos de se fazer ciência;  Pesquisa empírica: dedicada a codificar a face mensurável da realidade social;
  • 9. 8  Pesquisa prática ou pesquisa-ação: voltada para intervir na realidade social. Em geral, segundo Almeida (2011), as pesquisas podem ser classificadas segundo pontos de vista de sua natureza, forma de abordagem ao problema, objetivos e procedimentos teóricos: Do ponto de vista de sua natureza:  Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos para avanço da ciência sem aplicação prática prevista.  Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidos à solução de problemas específicos. Do ponto de vista da forma de abordagem ao problema:  Pesquisa quantitativa: considera que tudo é quantificável, o que significa traduzir opiniões e números em informações as quais serão classificadas e analisadas.  Pesquisa qualitativa: considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito que não pode ser traduzida em números; a pesquisa é descritiva, o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente. Do ponto de vista dos objetivos:  Pesquisa exploratória: objetiva proporcionar maior familiaridade com um problema. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos; assume em geral a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.  Pesquisa descritiva: objetiva descrever as características de certa população ou fenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis; envolvem técnicas de coleta de dados padronizadas (questionário, observação); assume em geral a forma de levantamento.  Pesquisa explicativa: objetiva identificar os fatores que determinam fenômenos, explica o porquê das coisas; assume em geral as formas de pesquisa experimental e pesquisa ex‐post‐facto.
  • 10. 9 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos:  Pesquisa bibliográfica: elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos, internet, etc;  Pesquisa documental: elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico;  Pesquisa experimental: pesquisa em que se determina um objeto de estudo, selecionam‐se variáveis que o influenciam, definem‐se as formas de controle e de observação dos efeitos que as variáveis produzem no objeto;  Levantamento: pesquisa que envolve questionamento direto das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer;  Estudo de caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o amplo e detalhado conhecimento;  Pesquisa ex‐post‐facto: quando o experimento se realiza depois dos fatos;  Pesquisa ação: pesquisa concebida em associação com uma ação; os pesquisadores e participantes da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo;  Pesquisa participante: pesquisa desenvolvida pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. 2.3. ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA Para Medeiros (2007), a pesquisa é um processo sistematizado e exige uma série de etapas a serem executadas, sendo elas:  Escolha do tema;  Revisão de literatura;  Justificativa;  Formulação do problema;  Determinação de objetivos;  Metodologia;  Coleta de dados;  Tabulação dos dados;  Análise e discussão dos resultados;
  • 11. 10  Conclusão da análise dos resultados e;  Redação e apresentação do trabalho científico.
  • 12. 11 CAPÍTULO 3. ESCOLHA DO TEMA Lidiane Batista de Morais Nadyelle C.do Carmo Rafaela Jacob de Oliveira Nesta etapa o pesquisador deverá responder à seguinte pergunta: “O que se pretende abordar?” O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. A definição do tema surge com base na sua observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada (BARROS; LEHFELD, 1999). A escolha do tema de uma pesquisa principalmente em um curso de pós- graduação está relacionada à linha de pesquisa a qual o pesquisador está vinculado. Deverá levar em conta para a escolha do tema a atualidade e relevância, o conhecimento que se tem a respeito de determinado assunto, sua preferência e sua aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido. Após serem definidos esses pontos, o pesquisador irá levantar e analisar a literatura já publicada sobre o tema, com o objetivo de obter um embasamento teórico sólido sobre o tema a qual se propôs estudar (SILVA; MENEZES, 2001). De acordo com Santos (1998), o tema define em linhas gerais o trabalho, para possibilitar ao leitor o conhecimento do que vai ser estudado.
  • 13. 12 CAPÍTULO 4. ESCOLHA DO TÍTULO Lidiane Batista de Morais Nadyelle C.do Carmo Rafaela Jacob de Oliveira Definido o tema, o pesquisador estará apto a definir seu título, lembrando que nesta parte, deve-se responder ao leitor o que fundamenta o seu trabalho. De acordo com Corey (2012), o título de uma dissertação não precisa ser novo, inovador. Estudar um velho tema de uma maneira nova, com uma perspectiva diferente, pode ser uma nova contribuição. Segue algumas sugestões:  O título escolhido deve ser apropriado ao seu grau;  Tenha certeza que o título escolhido aborda um problema real ou pergunta;  O título deve ser apropriado para os assuntos que se tem disponibilidade para trabalhar.  O título deve ser de interesse genuíno para o pesquisador! Caso contrário, será difícil se motivar o tempo todo. O título deve ser de interesse para outras pessoas também (COREY, 2012).
  • 14. 13 CAPÍTULO 5. FICHAMENTO Emanoelle Pereira da Silva Laís Simões de Moura Samara Monayna Alves Vasconcelos Carrilho Para o embasamento de uma ideia de projeto é necessário conhecimento do assunto e muita leitura para se obter fundamentação teórica adequada. Esta fundamentação pode ser obtida através da construção de um referencial teórico embasado em outras pesquisas que abordam o assunto estudado, sobre o que já foi realizado e as metodologias utilizadas para execução do trabalho em estudo. Para organizar e sistematizar os documentos de estudos acessados na pesquisa do referencial teórico pode-se usar uma ferramenta didática de fichar e registrar as leituras realizadas. Para tal, o ‘fichamento’ é uma técnica muito utilizada. De acordo com Rover et al. (2006), ele é utilizado para organizar os dados de uma pesquisa em documentos, tendo como finalidade arquivar as citações relevantes das leituras feitas, de forma a auxiliar na identificação posterior da obra. Para a construção de um fichamento é necessário que seja realizado, primeiramente, a leitura do documento pontuando os pontos mais importantes e relevantes do texto. Para facilitar o pesquisador a encontrar o documento em questão, é necessário colocar na citação o referencial bibliográfico, com todos os dados do texto em questão. Além de fazer a citação, tais passos irão auxiliar e embasar a produção do texto do projeto de pesquisa. Assim, tem-se que o fichamento é um procedimento individual, pois é baseado no entendimento da obra, ou seja, o leitor de uma obra referencia o que ele entendeu, ou seja, o que é relevante para ele. Para a sua elaboração não há normas específicas, pois este não entra no texto do trabalho, mas ele apresenta uma técnica de leitura que facilitará a sistematização do embasamento teórico da pesquisa. Apesar de não ter normas, há uma estrutura mínima sugerida para a elaboração de um bom fichamento (ROVER et al., 2006). Primeiramente, ele deve possuir um cabeçalho que mostre a indicação bibliográfica da leitura e então um resumo da obra sistematizando o conteúdo e
  • 15. 14 comentários. Sendo que as citações e referências devem estar segundo as normas da ABNT que estão dispostas nas NBR n° 6023 e n°10520 (ABNT, 2002). O fichamento pode ser classificado em vários tipos dependendo da forma que são elaboradas as fichas de documentação, no entanto, na maioria dos trabalhos de pesquisas segundo Chatt (2010), existem três tipos básicos: o fichamento bibliográfico, o fichamento de resumo ou de conteúdo e o fichamento de citações. O primeiro é uma análise crítica ou comentário da ideia da obra, onde há a indicação bibliográfica completa da obra acessada e também pode ser feito de artigos e capítulos isolados (CHATT, 2010). Desta forma, as fichas bibliográficas registram as informações da obra, com palavras chave e temática do texto. No quadro abaixo, encontra-se registrado um exemplo de fichamento bibliográfico feito de um artigo publicado na Revista de Engenharia Sanitária: Outro tipo de fichamento, sugerido por Marconi e Lakatos (2002) é o fichamento de resumo ou de conteúdo. Ele se baseia na apresentação do conteúdo das ideias principais da obra onde o autor elabora a ficha com as próprias palavras. Um exemplo: Martins, C.L.; Castilhos Junior, A.B.; Costa, R.H.R. Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado de aterro sanitário com recirculação do efluente. Revista de Engenharia sanitária Ambiental, v. 4. nº 4, 2010, 9 p. Pag. 2 - Material e métodos: Os pesquisadores realizaram a construção de três lagoas de estabilização, uma anaeróbia, outra facultativa aerada e por último, uma lagoa de maturação, além de filtro de pedra. Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado Martins, C.L.; Castilhos Junior, A.B.; Costa, R.H.R. Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado de aterro sanitário com recirculação do efluente. Revista de Engenharia sanitária Ambiental. vol. 4. nº 4, 2010, 9 p. O artigo expõe sobre a eficiência de remoção de nutrientes e matéria orgânica do sistema de tratamento de lixiviados, composto por três lagoas de estabilização com a recirculação do efluente...
  • 16. 15 Já o terceiro tipo, que é o fichamento de citação, é a transcrição do texto do próprio autor. Desta forma, ele deve obedecer às normas de citação e referência da ABNT. Nestas fichas há a reprodução fiel das frases do autor que são relevantes à pesquisa (CHATT, 2010). Isso é exemplificado no quadro abaixo: Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado Martins, C.L.; Castilhos Junior, A.B.; Costa, R.H.R. Desempenho de sistema de tratamento de lixiviado de aterro sanitário com recirculação do efluente. Revista de Engenharia Sanitária Ambiental, v. 4. nº 4, 2010, 9 p. “A recirculação do efluente teve participação na melhora da qualidade do efluente, embora as concentrações médias finais de DQOT ainda tenham se mostrado elevadas (> 400 mg.L-1). Essa alta con- centração remanescente deve-se aos compostos orgânicos recalcitrantes, geralmente presentes em grande quantidade nos lixiviados de aterros sanitários, como descrito por Thörneby et al. (2006), e também pela matéria algal em suspensão que foi retida apenas parcialmente..” (p. 404).
  • 17. 16 CAPÍTULO 6. RESUMO Emanoelle Pereira da Silva Laís Simões de Moura Samara Monayna Alves Vasconcelos Carrilho De acordo com a NBR 6028 (ABNT, 2003) o resumo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes de uma pesquisa”. Ainda segundo a norma, existem três tipos de resumo:  Resumo crítico: é geralmente elaborado por um especialista, onde é feita uma análise crítica da obra. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão. Exemplo (NEIVA, 2011):  Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados quantitativos e qualitativos do documento. Por isso, não dispensa o acesso da obra original. Exemplo de Neiva (2011):  Resumo informativo: apresenta ao leitor a finalidade, metodologia, resultados e conclusões do trabalho, de forma que a consulta ao documento original possa ser dispensada. Exemplo apresentado por Neiva (2011): RESUMO: É um relato minucioso das propriedades de um objeto, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição, narração e dissertação. Trabalho de síntese, publicado logo após a edição de uma obra, tendo por objetivo servir como veículo de crítica e avaliação. TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação a Sociologia. São Paulo: Atual, 1993. Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Identificam-se três correntes de pensamento, baseadas em modelos históricos, matemáticos e sociológicos. A diversidade de sociologia em geral e sua situação no país.
  • 18. 17 Ele deve expor de forma breve e concisa os elementos textuais do documento ao qual se refere e trata-se de um elemento textual obrigatório em trabalhos científicos de pesquisa (NEIVA, 2011). Desta forma, existem limitações quanto à extensão dos resumos, as quais a NBR 6028 (ABNT, 2003) determina que:  Os resumos de trabalhos acadêmicos, como teses, dissertações e outros devem ter de 150 a 500 palavras;  Os resumos de artigos e periódicos devem ter de 100 a 250 palavras;  Os resumos de indicações breves devem ter de 50 a 100 palavras. Já os resumos críticos não possuem limites de palavras, devido às suas características especiais de se apresentar como uma resenha ou análise crítica do documento acessado. Na construção textual do mesmo, deve-se obedecer ao limite de palavras de acordo com a classificação do tipo de trabalho. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento, sendo que a ordem de abordagem destes itens depende do tipo de resumo (informativo ou indicativo) que TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993. Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Constata que existe grande diversidade de pensamento entre os sociólogos, podendo-se distinguir três tendências principais: a) a corrente histórica, que busca na história e ciências auxiliares a explicação dos fenômenos sociais. Os expoentes desta corrente são Tavares Basto, Aníbal Falcão, Euclides da Cunha, Alberto Torres, Oliveira Viana e Gilberto Freyre; b) a corrente teórica, que se inspira diretamente nas ciências naturais e que pretende conferir à sociologia um mesmo “status”, realiza suas pesquisas, sobretudo em modelos matemáticos e epistemológicos. São autores representativos Pontes de Miranda e Mário Luiz; c) entre 1930 e 1940, apareceu uma nova tendência que tornou a sociologia no Brasil uma ciência realmente autônoma, com objetivos definidos sistematicamente, métodos particulares e uma teoria sociológica própria. Esta corrente é denominada corrente sociológica, e os principais nomes a ela associados são Fernando de Azevedo, Emílio Willems e Florestan Fernandes. A diversidade da Sociologia brasileira é explicada pelo estado da sociologia em geral e sua situação no país; c) a ausência de um razoável tradição científica no domínio da sociologia e as pressões. exercidas por outros círculos não têm permitido aos sociólogos estabelecer um sistema próprio de controle social capaz de impor um modelo comum de ação. Apesar da possibilidade de reunir uma documentação copiosa, não há método padrões para relacionar e interpretar os dados. (Traduzido e adaptado do Sociological Abstract v. 15, n. 5, 1967.).
  • 19. 18 será apresentado no trabalho. Assim, a abordagem destes itens depende do tipo de trabalho que será elaborado pelo autor, se é para uma tese, um periódico ou para um jornal, por exemplo. Apesar das diferenças entre os resumos de acordo com os tipos de trabalhos, há algumas regras gerais para a construção textual do resumo que também são apresentadas na NBR 6028 (ABNT, 2003, p. 2): 3.2 O resumo deve ser precedido da referência do documento, com exceção do resumo inserido no próprio documento; 3.3 O resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único; 3.3.1 A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.); 3.3.2 Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular; 3.3.3 As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. As palavras-chave devem ser palavras que expressem a essência do tema abordado no estudo. A apresentação do resumo em outra língua é obrigatória quando o trabalho é cientifico- acadêmico. Recomenda-se evitar na elaboração do mesmo: símbolos e contrações que não sejam de uso corrente; fórmulas; equações; diagramas; abreviaturas; críticas, comentários e palavras e/ou expressões tais como: “este trabalho teve como objetivo...”, “o autor afirma...” (NEIVA, 2011).
  • 20. 19 CAPÍTULO 7. PROBLEMA E HIPÓTESE Aristela Resende Ribeiro Lívia Maria Dias Neemias Cintra Fernandes 7.1. PROBLEMA Toda pesquisa inicia-se com algum tipo de problema ou indagação. Entretanto, ao afirmar-se isto, torna-se conveniente esclarecer o significado desse termo. Na acepção científica, problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento (GIL, 1999, p.49). Conforme Kerlinger (1980, p.35), problema é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução. Simplificando, problema é uma questão que a pesquisa pretende responder. Todo o processo de pesquisa irá girar em torno de sua solução. Para Rudio (2000), o pesquisador, neste momento, deve fazer as seguintes perguntas:  O problema é original?  O problema é relevante?  Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?  Tenho possibilidades reais para executar tal pesquisa?  Existem recursos financeiros que viabilizarão a execução do projeto?  Terei tempo suficiente para investigar tal questão? O problema sinaliza o foco que dará à pesquisa. Geralmente considera-se na escolha deste foco:  a relevância do problema: o problema será relevante em termos científicos quando propiciar conhecimentos novos à área de estudo e, em termos práticos, a relevância refere-se aos benefícios que sua solução trará para a humanidade, país, área de conhecimento, etc.;  a oportunidade de pesquisa: você escolhe determinado problema considerando a possibilidade de obter prestígio ou financiamento;
  • 21. 20 Do ponto de vista metodológico, um problema de pesquisa deve atender as alguns requisitos, como sugere Gil (2002), em termos de ser:  Claro e preciso: todos os conceitos e termos usados em sua enunciação não podem causar ambiguidades ou dúvidas; Forma Errada Ex: Como funciona a mente do designer? Forma Correta Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de projetar, vivido pelo designer?  Empírico: isto é, observável na realidade, que pode ser captado pela observação do cientista social através de técnicas e métodos apropriados; Ex: é aceitável o casamento em homossexuais? – julgamentos morais.  Delimitado: ação de restringir o tema. Ex: “o que pensam os designers?”  Passível de solução: é necessário que haja maneira de produzir uma solução para o problema dentro de critérios metodológicos e de cientificidade. Exemplo: “ligando-se um winchester de um computador á memória de um homem, é possível realizar transferências de dados?” Para melhor entendimento de como deve ser formulado um problema de pesquisa, observe os exemplos abaixo segundo Martins (1994): Assunto: Recursos Humanos Tema: Perfil ocupacional Problema: Qual é o perfil ocupacional dos trabalhadores em transporte urbano? 7.2. HIPÓTESE Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa, porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A hipótese é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto. As hipóteses podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados os
  • 22. 21 instrumentos adotados para a coleta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 1991). Para Luna (1997), a formulação de hipóteses é quase inevitável, para quem é estudioso da área que pesquisa. Geralmente, com base em análises do conhecimento disponível, o pesquisador acaba apostando naquilo que pode surgir como resultado de sua pesquisa. Muitos autores determinam as características ou critérios necessários para a validade das hipóteses. Lakatos e Marconi (1991) listaram onze (11) características já indicadas na literatura. São elas:  consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos;  verificabilidade: devem ser passíveis de verificação;  simplicidade: devem ser parcimoniosas evitando enunciados complexos;  relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo;  apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico;  especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas devem ser expostas;  plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e que o enunciado possibilite o seu entendimento;  profundidade, fertilidade e originalidade: devem especificar os mecanismos aos quais obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade, favorecer o maior número de deduções e expressar uma solução nova para o problema. O processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer experiência na área. Na imagem 01, demonstram-se as fases do processo metodológico. Conforme Gil (1991) analisou a literatura referente à descoberta científica e concluiu que na formulação de hipóteses podem-se usar as seguintes fontes:  observação;  resultados de outras pesquisas;  teorias;
  • 23. 22  intuição. Exemplo: Forma correta “As mulheres dos bairros das vilas proletárias têm uma escolaridade maior que os homens dessas mesmas vilas”. As crianças que repetem a primeira série do ensino fundamental das escolas públicas são de baixo nível sócio-econômico”. Forma incorreta “As pessoas que ajudam o próximo estão na graça de Deus”. Figura 01. Fases do Processo Metodológico. Para encerrar, abordam-se o problema e a hipótese de pesquisa, como sendo um delineamento de uma pesquisa mostrando a definição do problema de pesquisa e as hipóteses que nortearão o seu desenvolvimento.
  • 24. 23 CAPÍTULO 8. INTRODUÇÃO OU APRESENTAÇÃO Lidiane Batista de Morais Nadyelle C.do Carmo Rafaela Jacob de Oliveira Esta parte da pesquisa deve introduzir o assunto escolhido, a apresentação da obra no geral. O tema deverá ser abordado sempre do geral para o particular, não se esquecendo de mencionar de maneira clara o problema abordado. A introdução deve conter a delimitação do assunto tratado, o objetivo da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. Segundo Gonçalves e Meirelles (2004, p. 78), a introdução vai permitir fazer a contextualização do trabalho para posicionar o leitor (e a si próprio) sobre o que pretende fazer, qual a relevância do trabalho e seu escopo. Ressalta os pontos principais que o trabalho vai focar as fontes e fatos que estão relacionados com o trabalho da pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (1992), a introdução do trabalho devera responder a algumas perguntas, como: O quê, para quê e para quem foi destinado este trabalho. (LAKATOS; MARCONI, 1992)
  • 25. 24 CAPÍTULO 9. JUSTIFICATIVA Aristela Resende Ribeiro Lívia Maria Dias Neemias Cintra Fernandes A Justificativa de um projeto de pesquisa ou trabalho técnico de maneira geral é o momento em que o autor deve se perguntar: “Por que gerar, estudar ou elaborar este projeto?”. A justificativa é a resposta a essa pergunta. Na Justificativa, é apresentado ao leitor o “porquê” da realização da pesquisa, explicitando sua importância acadêmica, técnica, científica ou social, a oportunidade de sua realização, seu destaque dentre outros temas. Ao se elaborar uma justificativa, o autor deve deixar clara a importância da pesquisa sem, entretanto, desviar a redação para uma justificativa da hipótese, em que, erroneamente, se tente responder ou concluir questões referentes ao problema. O momento é de se destacar a importância do tema e as vantagens da pesquisa que se propõe fazer. Assim, é de suma importância que o autor conheça bem o tema, esteja convicto de sua relevância e seja convincente e objetivo em expor isto ao leitor. Embora não exista um modelo padrão de justificativa, é importante destacar que não é sua complexidade nem a extensão do texto que irá sensibilizar o leitor quanto à importância do tema. Para melhor compreensão, é prudente que a justificativa seja concisa, de fácil leitura, que situe o tema na realidade local, nacional ou internacional e que exponha a vivência e familiaridade do autor com o tema escolhido. Quando se tratar de projeto de pesquisa a ser submetido a agente financiador, é conveniente que a justificativa demonstre o enquadramento do projeto ao edital ou norma da instituição.
  • 26. 25 CAPÍTULO 10. OBJETIVOS Aristela Resende Ribeiro Lívia Maria Dias Neemias Cintra Fernandes Nesta etapa deve-se pensar a respeito do foco a ser atingido quando se propõe a pesquisa. Os objetivos determinados devem estar coerentes com a justificativa e o problema propostos. Os objetivos informarão para que se está propondo a pesquisa, isto é, quais os resultados pretende-se alcançar ou qual a contribuição determinada pesquisa irá efetivamente proporcionar. Conforme Moresi (2003) o objetivo geral proposto deverá ser a síntese do que se pretende alcançar, enquanto os objetivos específicos explicitarão os detalhes envolvidos e serão um desdobramento do objetivo geral. A especificação do objetivo de uma pesquisa responde às questões:  Para quê?  Para quem? Silva e Menezes (2001) elencam partes importantes que um trabalho científico deve conter, em relação à descrição de seus objetivos:  Objetivo Geral: Está relacionado a uma visão global e abrangente do tema. O objetivo geral relaciona-se com o conteúdo intrínseco à pesquisa, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da dissertação proposta pelo projeto.  Objetivos específicos: Apresentam caráter mais concreto. Tais objetivos possuem função intermediária em relação ao alcance do objetivo geral e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares. Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração (SILVA; MENEZES, 2001).
  • 27. 26 CAPÍTULO 11. REVISÃO DE LITERATURA Lidiane Batista de Morais Nadyelle C.do Carmo Rafaela Jacob de Oliveira A Revisão da Literatura destaca-se como uma das etapas de maior relevância em um projeto de pesquisa. Segundo Silva e Menezes (2001), a revisão de literatura é caracterizada como a fundamentação teórica adotada para tratar o tema e o problema da pesquisa a ser realizada. As citadas autoras descrevem: A revisão de literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre tema e/ou problema da pesquisa (SILVA; MENEZES, 2001, p.37). A revisão da literatura contribui para definição dos objetivos da pesquisa, auxilia nas construções teóricas do estudo, proporciona o planejamento da pesquisa, comparações e validação da mesma (RIBEIRO, 2007, p.3). Conforme Silva e Menezes (2001) permite: obter informações atuais sobre o tema ou problema pesquisado; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados; verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa. A Revisão de Literatura, conforme Luna (1997, apud SILVA; MENEZES, 2001, p.38), ocorre para que os seguintes objetivos sejam atingidos:  Determinação do “Estado da Arte” - procura-se mostrar através da literatura já publicada, o que se sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e os principais entraves teóricos ou metodológicos;  Revisão Teórica - inserção do problema de pesquisa dentro de um referencial teórico para explicá-lo;  Revisão Empírica - procura-se explicar como o problema está sendo descrito, observando os aspectos metodológicos. Respondem- se questões, como: - Quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse problema? - Que fatores vêm afetando os resultados? - Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los?
  • 28. 27 - Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados?  Revisão histórica - evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e as implicações das mudanças. Lakattos e Marconi (1991) sugerem alguns passos para que a revisão da literatura aconteça com eficiência:  Escolher do tema;  Elaborar de um plano de trabalho;  Identificar – obras usadas para a revisão;  Localizar e Compilar – aquisição de obra quando indispensável, fotocópias, impressões e banco de dados digital;  Fazer um fichamento;  Analisar e Interpretar;  Redigir a redação com objetividade, clareza, linguagem impessoal e vocabulário técnico. Lakatos e Marconi (1999, p. 73) afirmam que a pesquisa bibliográfica “abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas quer gravadas”. 11.1. RECOMENDAÇÕES Algumas recomendações são importantes para uma pesquisa bem estruturada  Fontes de pesquisa: artigos em periódicos nacionais e internacionais, livros, teses, dissertações, artigos em congressos, anais de revistas, base de dados fidedignas da internet, entre outros;  Estrutura hierárquica – geral ao mais específico;  Revisão da Literatura – completa e enxuta;  Evitar “achismos” e superlativos;
  • 29. 28  A redação deve ter começo, meio e fim;  Apresentar um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de literatura;  O segredo de uma boa revisão da literatura é o planejamento, observando: os tópicos que serão apresentados, como os assuntos serão abordados e organize as ideias que serão relatadas em cada item da revisão;  Compreender a ideia central, identificar os pontos divergentes e pontos em comum entre os autores e escrever de forma clara e objetiva;  Revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas;  Criar um elo entre as citações;  Citações conforme normas da ABNT – NBR 10.520/2001;  Preencher as lacunas com considerações próprias, parágrafos concatenados;  Fazer aberturas e fechamentos para os tópicos apresentados.
  • 30. 29 CAPÍTULO 12. MATERIAL E MÉTODOS Aline Souza Carvalho Cláudia de Sousa Guedes Luane Franco Magalhães A apresentação do material e método constitui um exercício de síntese e de focalização na delimitação do procedimento investigativo, utilizando verbos no infinitivo ou no futuro para descrever como se pretende chegar aos objetivos esperados. Nesta etapa, é descrita, de maneira detalhada e objetiva, a forma como será executada a pesquisa e responde as seguintes indagações, a um só tempo: Como? Com quê? Onde fazer? Quando? Uma pesquisa deve esclarecer e não omitir. Portanto, devem-se listar os materiais, métodos, ferramentas e técnicas utilizados. Também deve ser apresentada a sequência de etapas de trabalho em detalhe suficiente para permitir sua repetição por um colega competente. De acordo com COPESQ (2009): Uma forma interessante de organizar este tópico é a seguinte: a) caracterizar o tipo de pesquisa utilizado (qualitativa/quantitativa ou um mix de ambas) b) identificar entre os principais tipos de estudo (exploratório, descritivo ou experimental) e qual será usado para atender os objetivos do trabalho. c) definir o método a ser utilizado (censo/amostragem aleatória ou não aleatória) d) explicar a operacionalização (como será realizado o trabalho de campo) de acordo com o método podem ser necessárias informações sobre: No caso de levantamento ou survey:  instrumentos da coleta: observação/questionário/entrevista;  pré-teste;  população-alvo e amostra;  procedimento de campo;  análises estatísticas a serem feitas; No caso de Estudo de casos:  casos selecionados;  critérios de escolha;  protocolo e base de dados;  pesquisa piloto;  outros documentos utilizados;  análises a serem realizadas. No caso de pesquisa-ação:
  • 31. 30  especificar participantes;  explicar a operacionalização. 12.1. MATERIAL Indica o instrumento que será utilizado, bem como a forma como será aplicado na coleta de dados. Para determinar o tipo de instrumento, há a necessidade de observar o que será estudado, a quem irá se reportar e que objetivos a pesquisa pretende alcançar. Para a escolha do material deve-se levar em conta o tipo de pesquisa a ser utilizado, por exemplo, em uma pesquisa bibliográfica, o material utilizado para o fornecimento de dados é constituído basicamente por livros e revistas impressos em papel ou veiculados por meio eletrônico. Já o material utilizado nas pesquisas experimentais pode aparecer sob os mais diversos formatos, tais como equipamentos, mapas, vidrarias, software etc (GIL, 2002). Para esclarecer melhor, verifica-se o exemplo abaixo: Como material cartográfico e de sensoriamento remoto, foram utilizadas bases cartográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1971, 1972, 1973a, 1973b, 1973c, 1973d, 1984, 1985) em escala 1:50.000; fotografias aéreas do levantamento USAF de 1965 em escala 1:60.000; imagem de radar do Projeto RADAMBRASIL (Brasil, 1976) em escala 1:250.000; além de mapas geológicos preexistentes. Para a digitalização dos mapas e tratamento digital dos dados, foram utilizados: microcomputador Pentium com 512 Mb de memória RAM, mesa digitalizadora e os programas computacionais AutoCAD 2000 (Autodesk, Inc.), Surfer Version 7.00 (Golden Software, Inc.), StereoNet for Windows 3.03 (Geological Software), ArcView GIS 3.2 (Environmental Systems Research Institute, Inc.), Corel Draw 11.0 (Corel Corporation), Statistica 6.0 (StatSoft, Inc.) e Excel 2000 (Microsoft Corporation). Também foram utilizados estereoscópios de bolso e de mesa, além do material básico para trabalhos geológicos de campo, como martelo, bússola, lupa etc. (Neves, 2005). 12.2. MÉTODOS A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos” (Gil, 2002, p.26) para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos científicos. A palavra método se origina da palavra grega méthodus que significa caminho (MARQUES et al., 2006). Método então, no nosso caso, é a
  • 32. 31 ordenação de um conjunto de etapas a serem cumpridas no estudo de uma ciência, na busca de uma verdade ou para se chegar a um determinado conhecimento. Segundo Cervo e Bervian (1983, p.23, apud MARQUES et al., 2006): Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano, deve empregar na investigação e demonstração da verdade. A explicação dos procedimentos metodológicos deve ser feita em consonância com os objetivos da pesquisa e as questões que se pretende elucidar. Para tanto, devem ser utilizadas obras que se reportam às formas adequadas de se conseguir informações usando determinado método. Como se pode ver no exemplo abaixo: O mapa geológico da área foi feito em duas etapas. A primeira etapa envolveu a compilação dos mapas geológicos preexistentes. Existem levantamentos geológicos em escala 1:50.000 provenientes de um antigo convênio entre a UNESP e o extinto Pró- Minério, feitos sobre as bases cartográficas do IBGE: Folha Atibaia (Oliveira et al., 1985), Folha Jundiaí (Batista et al., 1986), Folha Santana de Parnaíba (Batista et al., 1987) e Folha Cabreúva (Hackspacher et al., 1989). Além destes, existe ainda o mapeamento de Galembeck (1997), também em escala 1:50.000, na área do Maciço Granítico Itu. O mapeamento de Neves (1999) enfoca as coberturas cenozóicas da região de Jundiaí e também foi considerado nesta compilação. Nas áreas não abrangidas por estes levantamentos, foram efetuadas fotoanálise e fotointerpretação, intercaladas com trabalhos de campo. (Neves, 2005).
  • 33. 32 CAPÍTULO 13. RESULTADOS E DISCUSSÕES Aline Souza Carvalho Cláudia de Sousa Guedes Luane Franco Magalhães Para responder às indagações da pesquisa, é fundamental mais que os dados. Como a quantidade de elementos coletados em um estudo geralmente é grande necessita-se um exame cuidadoso. Os dados precisam ser processados e analisados de uma forma ordenada e coerente, para obter um resultado significativo (GIL, 1999). Como o nome sugere, resultados é o desdobramento dos dados lançados, é nesta etapa que os dados são tratados (por exemplo, estatisticamente se a pesquisa for qualitativa) e tabulados, devem ser apresentados de forma objetiva, exata e lógica, sem interpretações ou comentários pessoais. Para a apresentação dos resultados poderão ser utilizados instrumentos como quadros, tabelas e gráficos, que devem ser autoexplicativos, pois precisam auxiliar na apresentação dos dados, uma vez que facilita ao leitor a compreensão e interpretação rápida da massa de dados, apreendendo importantes detalhes e relações. A discussão tem como finalidade debater, interpretar e analisar os resultados. Devem-se relacionar pesquisas já realizadas sobre o assunto, pois destacando as contribuições de outros autores, concordando ou divergindo, contribuirá com o enriquecimento da pesquisa. A interpretação seria a capacidade de se voltar à síntese sobre os dados, entendendo-os em relação a um todo maior, e em relação a outros estudos já realizados na mesma área e tema. São processos que se complementam e acontecem como síntese, num totalidade.” (BARROS; LEHFELD, 2002, p.86-87). Para melhor entendimento, outro exemplo: Com a análise dos dados apresentados neste trabalho, pode-se tecer as seguintes considerações: [...]este trabalho mostra que tem ocorrido um aumento considerável da profundidade dos níveis dinâmicos necessários para se conseguir estabilização do nível d´água (item 6.5). Ou seja, com as mesmas grandezas de vazão, o nível dinâmico de estabilização é cada vez mais profundo, indicando
  • 34. 33 uma disponibilidade em queda. Conseqüentemente, a produtividade dos poços, medida em valores de capacidade específica, tem também diminuído ao longo do tempo. (Neves, 2005).
  • 35. 34 CAPÍTULO 14. CONCLUSÃO Aline Souza Carvalho Cláudia de Sousa Guedes Luane Franco Magalhães A conclusão é uma síntese do que foi defendido na Discussão, nesta etapa não deve ser colocados e nem discutidos fatos novos, deve somente remeter ao que foi discutido na pesquisa. Constitui-se de uma resposta a hipóteses enunciadas na introdução, considerando os objetivos propostos. Não deve ser citada nenhuma bibliografia na conclusão, o que deve prevalecer é a interpretação do autor, sendo esta breve, objetiva e exata. Em suma, a conclusão por ser a síntese do trabalho, deve incluir uma conter uma resposta para o problema proposto. O autor relembra sua proposta inicial, recapitula brevemente os resultados colhidos ao longo do trabalho e manifesta a sua opinião sobre os resultados obtidos e seu possível alcance (FONSECA, 2002). Exemplo: Dentre os fatores que potencialmente interferem na produtividade dos poços em terrenos cristalinos, foi possível identificar alguns diretamente e outros indiretamente ligados à existência de poços produtivos na área de estudos. A influência do litotipo só existe se houver contribuição carbonática na constituição litológica, como ocorre em metassedimentos do Grupo São Roque. Dentre os demais litotipos do Embasamento Cristalino, não foi possível identificar grandes variações nos valores de produtividade. (Neves, 2005).
  • 36. 35 CAPÍTULO 15. ORÇAMENTO Lidiane Batista de Morais Nadyelle C.do Carmo Rafaela Jacob de Oliveira Normalmente os trabalhos acadêmicos não precisam que estejam expressos recursos financeiros. Ele só é incluído quando o projeto for apresentado para uma instituição financiadora de projetos de pesquisa (FINDLAY; COSTA; GUEDES, 2006). Oliveira (2010) afirma que o orçamento deve relacionar os recursos financeiros a serem utilizados ao longo de todo o projeto. Esses recursos normalmente são divididos em material permanente; material de consumo; e serviço de terceiros. Segundo Bello (2004), material permanente são aqueles considerados como bens duráveis, ou seja, aqueles que não são consumidos durante a realização da pesquisa. Esse tipo de material é considerado como de durabilidade prolongada, como por exemplo: computadores, impressoras, ar condicionado, entre outros. É considerado material de consumo os que não possuem durabilidade prolongada, ou seja, são os bens que são consumidos durante a realização da pesquisa, como por exemplo, papel, tinta para impressora, material para escritório, entre outros. E os serviços de terceiros relacionam o pagamento dos recursos humanos – estagiários, revisor, entre outros, incluindo impostos. A figura 1 exemplifica um modelo de orçamento.
  • 37. 36 Figura 02. Modelo de orçamento. Fonte: Adaptado de Teixeira (2011). Portanto o orçamento tem função de mostrar a viabilidade do projeto, justificando a aquisição de equipamentos, descrevendo todo o material necessário e listando todos os custos necessários para a realização da pesquisa.
  • 38. 37 CAPÍTULO 16. CRONOGRAMA Lidiane Batista de Morais Nadyelle C.do Carmo Rafaela Jacob de Oliveira De acordo com Bello (2004) o cronograma representa a previsão de quanto tempo será gasto na realização do trabalho considerando as atividades a serem cumpridas. Essas atividades e períodos devem ser definidos de acordo com as características de cada pesquisa e com os critérios estabelecidos pelo autor. A seguir estão relacionados alguns exemplos de cronograma com sugestões de divisão dos períodos:  Semanas – nesse tipo de cronograma os períodos são definidos por semanas, as quais são indicadas dentro dos meses. Neste exemplo cada semana está indicada com um ‘X’. A figura 2 mostra um exemplo de cronograma dividido por semanas. Figura 03. Modelo de cronograma com períodos divididos em semanas. Fonte: Adaptado de Teixeira (2011).  Meses - nesse tipo de cronograma os períodos são definidos por meses, os quais são indicados por números ou por extenso. A figura 03 mostra um exemplo de cronograma em meses.
  • 39. 38 Figura 04. Modelo de cronograma com períodos divididos em meses. Fonte: Teixeira (2011).  Período – esse tipo de cronograma pode ser dividido em períodos que não são padrão, ou seja, sua divisão pode ser em períodos que não são uniformes. Como semanas, meses, bimestres, trimestres, entre outros. A figura 4 mostra um exemplo de cronograma dividido por períodos. Figura 05. Modelo de cronograma por períodos. Fonte: Teixeira (2011).
  • 40. 39 Os períodos em um cronograma pode ser ainda em bimestres, trimestres, semestres, etc. essa divisão depende dos critérios do autor e das especificidades do projeto. Para isso deve-se indicar os intervalos desse período, de maneira que o cronograma fique autoexplicativo. Um dos principais questionamentos na montagem de um cronograma é: “Quanto tempo tenho para realizar esse projeto?”. Considerando esse questionamento é possível elaborar um cronograma, que é uma ferramenta que ajudará no controle do tempo para execução do projeto. Caso não seja feito um bom planejamento e organização dificilmente o projeto será finalizado no tempo estabelecido. (FINDLAY; COSTA; GUEDES, 2006). No cronograma as tarefas são associadas ao tempo. E quando bem planejado, serve como um instrumento de acompanhamento, controle e avaliação.
  • 41. 40 CAPÍTULO 17. COMO FAZER CITAÇÃO Adriano Reis Diogo Appel Colvero Rávila Souza A literatura e a publicação científicas consistem as fontes fundamentais de um estudo científico. O conhecimento prévio dos trabalhos relacionados à pesquisa que se pretende fazer é indispensável para a sua elaboração, sem a qual o pesquisador corre risco de não reunir os dados necessários para a busca de soluções ao problema proposto. Com isso, o pesquisador colhe um conjunto de informações, as organiza, relaciona e analisa. Naturalmente, em seu trabalho, o pesquisador não poderá se furtar de apresentar ao seu leitor o material de outros autores, sob o risco de ser susceptível à acusação de plágio ou, na melhor das hipóteses, de não fornecer informações suficientes ao leitor para que este analise o seu trabalho, dê-lhe continuidade ou formule qualquer crítica. O pesquisador, portanto, deve citar de forma clara quaisquer materiais extraídos de outros trabalhos, fornecendo todos os dados possíveis para que o leitor possa identificá-lo. Desta forma, consiste-se a citação como a "menção de uma informação extraída de outra fonte" (ABNT, 2002, p.1); a informação extraída de outra publicação, utilizada para ilustrar, esclarecer, comparar ou confirmar o assunto em questão (PUC MINAS, 2010, p. 25). Antonio Houaiss (1967, apud SALVADOR, 1986, p. 206) discorre a respeito de algumas características que um redator de qualidade deve ter, no que se refere à elaboração de citações: deve citar apenas dentro da linha do desenvolvimento da exposição, como elo para o prosseguimento da inteligibilidade do contexto; deve evitar citações arbitrárias e assistemáticas e evitar que as citações possam interromper ou desviar a atenção do leitor à exposição. Outro aspecto que não poderá ser negligenciado relaciona-se à fidelidade à fonte da citação. A virtude fundamental do citador é a fidelidade. a probidade intelectual e a ética profissional exigem indicar com precisão e método todas as fontes de pesquisa, assim como todas as ideias e
  • 42. 41 sugestões alheias aproveitadas no decorrer do trabalho. (SALVADOR, 1986, p. 206). A necessidade da aplicação de um método que regulamentasse a forma com que seriam elaboradas e apresentadas as citações deu origem à constituição de normas técnicas. No Brasil, a NBR 10.520, de acordo com a ABNT, foi criada especificamente para elaboração de Citações Bibliográficas e a última revisão ocorreu em agosto de 2002. O objetivo da NBR 10.520 é fixar as condições exigíveis para padronização e coerência da seguridade das fontes indicadas nos textos dos tipos de documentos (ABNT, 2002). As chamadas são feitas pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou título incluído na sentença e devem ser em letras maiúsculas e minúsculas, e quando estiverem entre parênteses devem ser em letras maiúsculas. Segundo Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 15.020 (ABNT, 2002) as formas possíveis de citação são:  Citação Direta: transcrição textual de parte da obra do autor consultado;  Citação Indireta: texto baseado na obra consultada;  Citação de citação: quando não se teve acesso ao trabalho original (informação indireta). As citações podem aparecer no texto ou em notas de rodapé. As indicações das fontes podem ser pelo sistema de chamada autor-data e sistema de chamada numérico. 17.1. SISTEMA AUTOR-DATA Sobrenome de cada autor ou nome de cada entidade, seguido do ano de publicação. Ao longo do texto: sobrenome do autor ou instituição – letras maiúsculas e minúsculas (ABNT, 2002). Se citado entre parênteses: letras maiúsculas. Ex: Segundo Lima (1995), os aterros sanitários possuem custos de implantação relativamente baixos. Os aterros sanitários possuem custos de implantação baixos (LIMA, 1995). Se o nome do autor terminar em Filho, Neto ou Júnior.
  • 43. 42 Ex: Conforme Prado Júnior (2004)... ... (REIS FILHO, 2010). 17.2. SISTEMA NUMÉRICO Segundo NBR 10.520 (ABNT, 2002), a indicação da fonte por meio de numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos. Esse sistema não deve ser utilizado quando existem notas de rodapé. A numeração é inserida após a pontuação que fecha a citação, e pode aparecer de duas formas:  Entre parênteses e alinhada ao texto;  Sobrescrita. Ex: Disse Albert Einstein: “A ciência sem a religião é paralítica - A religião sem a ciência é cega [...]” (8) Disse Albert Einstein: “A ciência sem a religião é paralítica - A religião sem a ciência é cega [...]” 8 17.3. CITAÇÕES DIRETAS Conforme NBR 10.520 (ABNT, 2002), citações diretas, no texto, de até três linhas:  Devem estar contidas entre aspas duplas;  Acrescenta-se o número da página, separada por vírgulas e entre parênteses. Ex: Wilmore (1988, p. 56) define-a como "a habilidade para executar níveis de ‘AF’ que variam de moderados a enérgicos sem fadiga excessiva e a capacidade de mantê-la durante toda a vida."
  • 44. 43 “Um conjunto de atributos que as pessoas possuem ou conseguem relacionar com a capacidade de realizar atividade física." (CASPERSEN et al., 1989, p. 31). Quando houver conteúdo entre aspas na citação, deve-se, conforme visto, colocar o referido trecho entre aspas simples (ABNT, 2002). Citações diretas, no texto, de mais três linhas:  Devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda;  Com letra menor que a do texto utilizado (fonte 11);  Sem as aspas;  Incluir fonte e data da citação no final do parágrafo. Ex: Habermas fornece uma formulação mais precisa do problema: Para preencher a função de integração social do ordenamento jurídico e a pretensão de legitimidade do direito, os tribunais devem satisfazer simultaneamente duas condições – tomar decisões consistentes e assegurar a aceitabilidade racional de suas decisões. (HABERMAS, 1996, p. 198). Nas citações diretas podem ser indicadas supressões, interpolações, comentários, ênfase ou destaques, do seguinte modo:  Supressões: [...]. Elas podem surgir no início, meio ou fim da citação. “Alguns critérios são estabelecidos [...] esclarecendo que a avaliação deverá ser contínua e cumulativa do desempenho do aluno [...]” (SILVA, 2002, p. 65).  Interpolação, acréscimo ou comentário: [ ]. Ex: A classificação da obesidade infantil, a qual está em aumento em grande parte do mundo, apresenta uma série de dificuldade que relaciona a estatura com peso corporal [IMC – índice de massa corporal] já que estes dois fatores são flutuantes por processos de crescimento e desenvolvimento. (GUAJARDO, 2004, p.
  • 45. 44 33). 17.4. CITAÇÕES INDIRETAS Citação Indireta é a e produção de ideias e informações sem transcrever as palavras do autor citado. Não é necessário nenhum tipo de destaque ou aspas, mas é imprescindível ser fiel ao autor referido e a indicação da página consultada é facultativa. Ex: As crianças que aprendem a ler frequentemente identificam palavras no contexto que não podem identificar isoladamente (PEARSON, 1975, p. 87). Outros exemplos: Como lembra Martins (1984, p. 43), o futuro desenvolvimento da informação... A produção de Lítio em Searles Lake, Califórnia, em 1928 (MUMFORD, 1949, p. 513)... Neste sentido, Hopeman (1974) lembra que o estudo da química começou cedo, assim como o estudo da biologia e da astronomia. 17.5. CITAÇÃO DE CITAÇÃO É a citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original (ABNT, 2002, p.1). No texto deve-se citar o sobrenome do autor do documento não consultado, seguidos das expressões: citado por, apud, conforme ou segundo, e o sobrenome do autor do documento efetivamente consultado. Ex: Olson (1977, p. 23) apud Smith (1991, p. 86), afirma que nossa capacidade para produzir e compreender tal linguagem falada é, na verdade, um subproduto do fato de sermos alfabetizados. “[...] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946.” (VIANNA,
  • 46. 45 1986, p. 172, apud SEGATTO, 1995, p. 214-215). No modelo serial de Gough (1972, apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, [...] de forma linear. 17.5.1. Dois ou três autores Merriam e Caffarella (1991) observaram que a localização dos recursos tem um papel crucial no processo de aprendizagem. ou A localização de recursos tem um papel crucial no processo de aprendizagem (MERRIAM; CAFFARELA, 1991). 17.5.2. Mais de três autores Usar a expressão et al. (e colaboradores; entre outros). Ex: "Um conjunto de atributos que as pessoas possuem ou conseguem relacionar com a capacidade de realizar atividade física." (CASPERSEN et al., 1989, p. 31). Kim et al.(2005) relatam que os princípios básicos de oclusão em implantes são importantes, como a obtenção de uma guia anterior livre de interferência nos movimentos laterais, tanto no lado de trabalho quanto no lado de não trabalho. 17.6. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE CITAÇÕES 17.6.1. Quando o autor for uma instituição Nas citações de documentos de instituições não utilizar abreviaturas, o nome da instituição deve ser grafado por extenso. Ex: As resoluções do Partido Comunista Brasileiro (1996) determinam a posição dos comunistas diante dos partidos operários já constituídos.
  • 47. 46 De acordo com o artigo 13 da constituição brasileira, o idioma oficial do Brasil é a língua portuguesa (BRASIL, 1988). 17.6.2. Dados obtidos em palestras, seminários, debates  Utilizar a expressão: (informação verbal);  Dados disponíveis em notas de rodapé. Ex: O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação verbal)1 . No rodapé da página _______________________________ 1 Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001. 17.6.3. No rodapé da página Em trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato, indicando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé. Ex: Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia no Rio Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração)1 . _________________________________ 1 Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS, 2002. 17.6.4. Coincidência de sobrenomes de autores  (SILVA, A., 1976, p.23);  (SILVA, F., 1985, p.54);  (CUNHA, Felipe, 1976, p.23);  (CUNHA, Fernando, 1987, p.43). 17.6.5. Trabalhos do mesmo autor e mesmo ano  (SMITH, 1981a);  (SMITH, 1981b).
  • 48. 47 17.6.6. Trabalhos de diversos anos e/ou diversos autores  As citações indiretas de diversos documentos de mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente;  Datas separadas por vírgulas em ordem crescente;  Autores separados por ponto e vírgula. Ex: (MARTINS, 1987, 1997, 2000) ou Martins (1987, 1997, 2000). (SILVA; TÁLAMO; GONZAGA, 1965, 1985, 1994). 17.6.7. Citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente Autores devem ser separados por ponto e vírgula em ordem alfabética, não cronológica. Ex: Diversos autores salientam a importância do acontecimento desencadeador no início de um processo de aprendizagem (CROOS, 1986; KNOX, 1984; MEZIROW, 1991). 17.6.8. Em obras sem indicação de autoria  Primeira palavra do título, seguido de reticências e ano;  Em citação direta, acrescentar a página;  Se o título começar com artigo (definido ou indefinido) deve-se incluí-lo. Ex.: “Entender como funciona o processo de formação da periferia urbana e os interesses envolvidos com a especulação de terras e votos é fundamental.” (AS ÁREAS..., 2004). 17.6.9. Notas Há dois tipos de notas de rodapé:
  • 49. 48  Notas de referência e notas explicativas;  Notas de Referência: servem para indicar fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado;  Notas explicativas: usadas para comentários não inclusos no texto. Numeração das notas: em algarismos arábicos, única e consecutiva. Ex.: (nota de referência)1 __________________________ 1 SANTOS, G. C. Manual de organização de referências e citações bibliográficas para documentos impressos e eletrônicos. Campinas: Autores Associados, 2000.
  • 50. 49 CAPÍTULO 18. COMO FAZER REFERÊNCIAS Adriano Reis Diogo Appel Colvero Rávila Souza As citações devem, obrigatoriamente, serem acompanhadas dos dados que permitem ao leitor identificar a sua fonte. A esta identificação dá-se o nome de Referência, que se consiste, portanto, no “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual.” (ABNT, 2002a, p.7). Tal como foi visto no capítulo anterior, a necessidade de padronização também ordenou a elaboração de respectivas normas técnicas. A norma brasileira que especifica o conteúdo e a forma das referências é a NBR 6023, em sua versão revisada no ano 2002. 18.1. REGRAS GERAIS  Devem ser apresentadas em ordem alfabética;  Alinhadas somente à esquerda;  Em espaço simples, e;  Com espaço duplo entre si. Ex: TUCCI, Carlos E. M. Modelos hidrológicos. 1. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/ UFRGS/ Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 1998. 630 p. CARNEIRO, Orlando. Construções rurais. 12. ed. São Paulo: Nobel, 1987. 719p. 18.2. FORMAS DE ENTRADA DAS REFERÊNCIAS  Indica a responsabilidade sobre o conteúdo do documento;  Normalmente é descrita pelo(s) autor (es) ou responsável(eis) pela obra.
  • 51. 50 Ex: ADAMS, John Crawford (sobrenome paterno inglês); GOETHE, Johann Wolfgang von (sobrenome com prefixo alemão); CASAS, Bartolomé de las (sobrenome com prefixo espanhol); INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (autor entidade); Independentemente do tipo de material (livros, artigos, vídeos, textos da internet, etc.), deve-se adotar a seguinte regra para a entrada principal da referência.  Autor único ECO, Umberto (sobrenome simples); MOREIRA JÚNIOR, Sérgio (sobrenome que indica parentesco).  Autoria múltipla (até três autores) MOREIRA FILHO, Antônio; CARVALHO, Estela (dois autores); SANTOS, Ângela R.; FREZA, Eloisa M.; CAUTELA, Lucinda. (três autores).  Mais de Três Autores SILVA, Luís Cândido Pinto da et al. Entrada pelo Responsável Intelectual (organizadores, editores, coordenadores) MOORE, Wilbert (Org.) MARCONDES, E.; LIMA, I. N. de (Coord.)  Autor Entidade (Associações, Empresas, Instituições) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6032: abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas: procedimentos. Rio de Janeiro, 1989.
  • 52. 51  Autor Entidade (Ministérios, Secretarias e outros) BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional. Educação profissional: um projeto para o desenvolvimento sustentado. Brasília: SEFOR, 1995.  Autoria Desconhecida DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993. 64p.  Leis, Decretos, Portarias etc. Elementos essenciais: Jurisdição ou órgão legislador. Título. Ementa. Referência da publicação onde a jurisprudência foi publicada. Ano da publicação. Página.  Decreto publicado em jornal BRASIL. Decreto n.56.725, de 16 ago. 1965. Regulamenta a Lei nº 4.084, de 30 de junho de 1962, que dispõe sobre o exercício da profissão de Bibliotecário. Diário Oficial da União, Brasília, 19 ago. 1965. p.7.  Resoluções BRASIL. Ministério da Previdência Social. Resolução 4, de 26 de junho de 2003. Dispõe sobre o impedimento no artigo 23 da Lei Complementar 108, de 29 de maio de 2001 e dá outras providências. Revista de Direito do Trabalho, São Paulo, Ano 29, n.112, p.311-312, out./dez. 2003.  Portarias BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 1.029, de 11 de agosto de 2003. Revista de Direito do Trabalho, São Paulo, Ano 29, n.112, p.299-304, out./dez. 2003.  Documentos eletrônicos
  • 53. 52 a. Deve-se mencionar os dados das obras, sejam estas artigos de periódicos, de jornais, livros, documentos jurídicos ou textos diversos, acrescidos das informações relativas ao meio eletrônico. b. Não se faz referência somente ao site. Devem-se citar os dados que identificam o texto. c. Deve-se mencionar o endereço completo do site até a obtenção do referido texto.  Livro em meio eletrônico BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade da informação no Brasil. Brasília: MCT, 2000. Disponível em: <http://www.socinfo.org.br/livro_verde/download.htm>. Acesso em: 02 jan. 2005.  Dissertação em meio eletrônico CARL, Tânia Corrêa. O processo de mudança e sua influência na transformação da identidade da PUC Minas: Núcleo Universitário Coração Eucarístico. 2002. 142f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Administração. Disponível em: <http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/ Administracao_CarlTC_1.pdf> . Acesso em: 02 jan. 2005.  Artigo de periódico em meio eletrônico LARA, Marilda Lopes Ginez de. Recensão. Ciência da Informação, Brasília, v.32, n.2, maio/ago. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 19652003000200014&lng =pt&nrm =iso>. Acesso: em 02 jan. 2005.  Trabalho de evento em meio eletrônico FRANCATO, A. L.; BARBOSA, P. S. F. Fatores determinantes das propriedades operativas ótimas de um sistema hidroelétrico. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 12, 1997, Vitória-ES. Anais ... Porto Alegre: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 1997. Disponível em: <http://www.fec.unicamp. br/~sishidro/producao/gestao/anais.html> Acesso em: 02 jan. 2005.
  • 54. 53  E-mail VIANNA, Márcia Milton. Catalogação de materiais especiais. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: <hrcunha@uol.com.br> em 26 out. 2004.  Multimeios Consideram-se "multimeios os suportes de informação diferentes do livro, tais como fitas cassetes, slides, filmes cinematográficos, gravações de vídeo, materiais iconográficos, materiais cartográficos, gravações de som, microformas, música impressa" (PEROTA; CRUZ, 1997, p.45 apud GONÇALVES, 2003). Ex: a. Filmes, Videocassete, DVD etc. CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martirede Clermont- Tonnerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marilia Pera; Vinicius de Oliveira; Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachtergaele e outros. Roteiro: Marcos Bernstein, João Emanuel Carneiro e Walter Salles Júnior. [S.l.]: Le Studio Canal; Riofilme; MACT Productions, 1998. 1 bobina cinematográfica (106min), son., color., 35 mm. b. Fotografias MARTINS, Juca. Em busca do ouro. Serra Pelada, 1980. 1 fot. REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: Edusp, 2000. 35 fot., color. c. Mapas, Globos, Atlas BRASIL e parte da América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, turístico e regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa, color, 79cm x 95 cm. Escala 1:600.000. ATLAS geográfico escolar do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: IGA, 1979 73 p. GLOBO escolar Geomapas. Santo André: Geomapas, 1997. 1 globo. d. Gravações Sonoras
  • 55. 54 NASCIMENTO, Milton. Milton. Guarulhos: EMI, 1995. 1 CD. COSTA, S.; SILVA, A. Jura secreta. Intérprete: Simone. In: SIMONE. Face a face. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1977. 1 CD. (40 min.). Faixa 7. SILVA, L. I. L. da. Luiz Inácio Lula da Silva: depoimento [abr. 1991]. Entrevistadores: V. Tremel e M. Garcia. São Paulo: SENAI, 1991. 2 fitas cassete (120 min.) 3 ¾ pps, estéreo.  Ata de Reunião ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. Ata da reunião da Comissão de Coordenação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada no dia 07 de outubro de 2004. Disponível em: <http://www.abc.org.br/arquivos/ata_cct.html>. Acesso em: 02 jan. 2005. ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Ata da reunião realizada no dia 20 de abril de 1998. Livro 98, p.4.  Bula de Remédio NOVALGINA: dipirona sódica. São Paulo: Hoechst, [199?]. Bula de remédio. TOLREST: sertralina cloridrato: comprimidos. Responsável técnico Farm. Luiz M. Mendes. São Paulo: Biosintética, 2004. Bula de remédio.
  • 56. 55 CAPÍTULO 19. APRESENTAÇÕES Diogo Coelho Crispim Karina Pinheiro dos Santos Luciano de Sá Para a realização de uma boa apresentação oral é fundamental que se tenha uma expressão clara e lógica de suas idéias e resultados científicos. Além disso, é importante que se saiba falar em público, contudo, discursar ou até mesmo participar duma discussão, para algumas pessoas pode ser tarefa muito difícil. No entanto o medo de se expor, só pode ser combatido se for enfrentado. Precisamente para auxiliar a ultrapassar esse medo e a ajudar na realização e estruturação de uma apresentação oral de forma a adquirir-se uma metodologia eficaz, segue-se neste capítulo um conjunto de regras e conselhos a atender. Sendo assim, tais conselhos orientam a respeito das diferentes etapas de elaboração da apresentação oral, incluindo dicas para sobre a postura do orador, elaboração dos recursos visuais, apresentação de tais recursos e organização do ambiente a ser usado. No meio acadêmico são utilizados, principalmente, dois tipos de apresentações para exposição de trabalhos científicos: i.Pôster O pôster é um instrumento visual que visa levar informações pertinentes a uma ação prática de pesquisa de forma clara e objetiva. Deve, por meio de seu arranjo gráfico, ser auto-explicativo dispensando a presença do autor, para ficar mais interessante para o público que interage com o trabalho. Para apresentações de pôster deve-se conhecer as regras da instituição a que o trabalho foi sujeitada. Cumprir com horários de afixação e retirada, conhecer os horários que a comissão julgadora comparecerá para avaliação do projeto. Esses procedimentos são importantes, pois evitam contratempos que aumentam o nervosismo no momento da apresentação.
  • 57. 56 O pôster serve para sintetizar informações e dados relevantes da pesquisa. É indicado evitar o excesso de informações, O pôster deve ter a quantidade de informações necessárias para uma boa apresentação. Usualmente o tamanho e os tópicos obrigatórios do pôster são determinados pelo evento, geralmente o tamanho do pôster está entre 90 x 120 cm. Contudo geralmente a estruturação do pôster consiste em: resumo, introdução, objetivos, materiais e métodos, resultados obtidos, considerações finais e conclusão. Dentre tais tópicos os resultados e as conclusões devem ter destaque. Os elementos básicos do pôster são textos, dados (tabelas, gráficos, diagramas, estatísticas), imagens (desenhos, fotografias), o contato do autor e as referências. Os principais programas usados são para se elaborar um pôster são: PowerPoint, CorelDraw, PhotoShop e Ilustrator. Para a construção do pôster use princípios de composição: alinhamento; simetria; ordem; hierarquia; contraste; simplicidade; equilíbrio. Algumas dicas para a elaboração de um pôster:  Deve ter destaque para as conclusões e para as referências;  Distribua o texto em colunas;  Não sobrecarregue o pôster;  Tamanho da fonte deve ser de, no mínimo, 25;  Caixa alta para títulos use cores diferenciadas para o titulo isso ajuda o leitor a se localizar mais facilmente;  Não exagera na quantidade de cores e texto;  Evitar fontes artísticas;  Use figuras. Podem-se utilizar figuras também em plano de fundo, mas é necessário que se tome cuidado para não prejudicar a leitura. Nem sempre o que se vê na tela é o que se vê impresso.
  • 58. 57 ii.Oral É uma categoria recomendada aos pesquisadores que queiram comunicar o resultado de sua pesquisa e/ou desenvolvimento da mesma, trazendo discussões pertinentes para otimização de seu trabalho. Assim como o pôster, devem-se conhecer as condições que a instituição propicia para apresentação de seu trabalho. É interessante entrar em contato com a organização para conhecer os recursos que serão disponibilizados. Algumas vezes pode-se fazer necessário o uso de computadores pessoais, data-show e caixas de som. Também é interessante que se conheça o local previamente para não ter surpresas. 19.1. ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO Para transmitir informação acadêmica, científica ou técnica com sucesso, deve-se tomar cuidado com: a. O orador; b. O planejamento da apresentação e dos recursos visuais; c. A apresentação; d. A organização da sala. 19.1.1. O orador O orador se trata do apresentador ou o palestrante. É o recurso mais importante em da apresentação. Qualquer pessoa, física e mentalmente capacitada para falar, pode tornar-se orador eficiente sem que para isso, necessite de dotes de eloquência. Basta aprender, pelo estudo e pela prática, a desenvolver suas qualidades naturais e os recursos de saber e experiência. O orador eficiente não é o que exibe qualidades de boa voz, facilidade de expressão e simpatia pessoal, apenas. O orador eficiente é o que tendo em vista determinado objetivo, seja informar, persuadir ou deleitar, plenamente o consegue pela influência que exerce no auditório. Arte de falar em publico. Segundo a Universidade de São Paulo (2012) uma das principais dificuldades do orador é o medo: medo de se expor diante dos ouvintes é natural. Mas pode ser vencido! Abaixo estão algumas dicas para vencer o medo:  Inicialmente, é necessário identificá-lo;
  • 59. 58  E treinar a apresentação! Marcando o tempo gasto;  Tente manter o controle da situação;  Olhe os seus ouvintes de frente;  Mantenha uma postura ereta;  Só comece a falar quando tiver a atenção da plateia;  Faça pausas;  Fale com calma;  Seja natural;  Movimente-se discretamente. Outra dificuldade esta também na maneira de se expor. Conforme o site da Universidade de São Paulo, para expor corretamente sua apresentação evite:  Ficar de costas para a plateia;  Ler os slides com muita frequência;  Ficar com as mãos na cintura ou no bolso;  Gesticular demais;  Bocejar;  Falar muito baixo ou em um mesmo tom;  Ficar olhando o relógio;  Gírias e vícios de linguagem;  Jargões e palavras difíceis;  Piadas ofensivas e palavrões;  Se desculpar desnecessariamente;  Frases feitas;  Criar falsas expectativas;  Ultrapassar o tempo estabelecido. Respeite o público, os coordenadores do evento e os colegas que ainda vão apresentar;  Apressar para terminar a apresentação;  Falar: né, entende, hmmm ou outros maneirismos vocais excessivamente;  Surpresas com os expectadores. Conheça bem os interessados em sua apresentação;  Ler textos completos;
  • 60. 59  Deixar a pesquisa e a preparação para o último momento;  Ficar olhando apenas uma pessoa ou para o professor;  Não diminua o volume de sua voz durante a apresentação. Dicas gerais para o orador:  Cheque sua aparência antes de se apresentar, para que outro fator não chame mais atenção que sua apresentação;  Se a apresentação é em grupo, organizem-se. (Altura, roupas, postura, etc.);  Mude o tom de voz de vez em quando para acordar a plateia;  Tente ser ouvido por todos. Mas não grite. Dê vida à sua fala. A maneira de dizer as coisas faz diferença;  Articule bem as palavras;  Faça comunicação visual com a plateia. Não tenha medo dos olhares do público. Não fique olhando para o chão, ou para o além ou ainda somente para a tela. Os olhares enaltecem o orador, pois, se o público prende os olhares no palestrante é por que o assunto e a forma de executar a apresentação estão interessantes. Falar olhando para a plateia facilita a leitura labial e você perceberá o interesse e a reação do público;  Seja carismático com o seu público ao executar sua apresentação. Sorrir não é pecado. O sorriso moderado é um ponto favorável ao palestrante, alimenta a alma, ajuda a descontrair o ambiente e a liberar a tensão do palestrante (INSTITUTO FALA BEM, 2012);  Teste sua apresentação quanto à objetividade, clareza, cores, som visual das letras e tabelas. Faça como se você fosse um integrante da plateia, sente no fundo do auditório e teste o visual das lâminas;  Salve sua apresentação e tenha certeza que sua apresentação está contida na mídia (DVD, CD) salve-a também no seu pendrive e se possível anexe sua no e-mail e a envie para você mesmo, assim você terá mais uma copia disponível;  Toda fala deve ter começo, meio e fim;
  • 61. 60  Chegue cedo ao local do evento. Chegando 30 minutos mais cedo possibilitará testar os equipamentos e a forma de executar a apresentação;  Procure se interagir com as pessoas que vão chegando para assistir ao seu evento. Isso ajuda a liberar a adrenalina e é bom para aliviar a ansiedade;  Se for utilizar alguém para operar o equipamento, combine o sinal que você dará para a mudança dos slides;  Se for utilizar o apontador laser utilize-o com cuidado, não deixando que o foco de luz desse equipamento desconcentre os ouvintes (INSTITUTO FALA BEM, 2012). No momento da apresentação não é possível agradar a todos. Mas não perca o entusiasmo se algumas pessoas demonstrarem desinteresse. Sinais de alerta:  Bocejos;  Consultas ao relógio;  Movimentação na cadeira e de cadeiras;  Discussões alheias ao conteúdo. 19.1.2. O planejamento da apresentação e dos recursos visuais  Slides Um recurso visual muito utilizado em apresentações são os slides. Trata-se de um recurso visual editado no computador por meio de um programa, este arquivo se pode organizar fotos, trabalhos, gráficos, piadas, músicas, vídeos e etc. Os slides servem para ilustrar a apresentação, ajudar na compreensão e na assimilação da apresentação e na exposição de um conteúdo. O programa mais utilizado nas apresentações de slides é PowerPoint da Microsoft, contudo existem outros programas disponíveis no mercado. Abaixo se tem 20 dicas para a construção dos slides: 1. Escolha um tema interessante e não cansativo; 2. Prepare um primeiro slide expondo o tema central o seu nome. Construa um último slide deixando um agradecimento e seu contato;
  • 62. 61 3. Monte sua apresentação, desenvolvendo para cada tópico e slide, um texto sobre o que será falado. Com esse material em mãos é possível treinar a fala para cada slide; 4. Use tamanho adequado para as letras. Busque utilizar tamanho no mínimo 40 para títulos e tamanho 20 para os sub-tópicos e textos; 5. Evite usar letras claras em transparências com fundo claro ou letras escuras em fundo escuro. Cuide do visual da sua apresentação (INSTITUTO FALA BEM, 2012); 6. Não exagere nas cores dos textos, utilize no máximo três cores e procure utilizar uma única cor para os títulos; 7. Insira os textos sempre bem alinhados. Inserindo-os sempre na mesma posição em cada slide; 8. Ao empregar tabelas, não exagere na quantidade de linhas e tome cuidado com o tamanho das letras e números contidos na tabela. Se estruturar uma tabela no Excel, amplie seu tamanho ao inseri-la no slide para facilitar a visualização; 9. Todo slide deve ter um título; 10. Evite fornecer informação demais em um único slide; Não mais que três temas diferentes em um slide; 11. No máximo duas figuras por slide; 12. Evite slides demais; 13. O público precisa de tempo para ver, ouvir e pensar. A média é de 2 minutos por slide. Se a apresentação tem slides demais, o orador terá que falar rápido. Isso dificulta a compreensão por parte dos ouvintes; 14. Cada slide deve ter entre seis e sete linhas; 15. Evitar fontes muito enfeitadas no corpo do texto. Contudo não existe apenas a Times New Roman, use fontes padrões. Evite fontes instaladas apenas em seu computador, evitando desconfigurações de sua apresentação caso o computador do evento não tenha as fontes que utilizou; 16. Usar caixa alta somente em títulos; 17. Use figuras e ilustre com exemplos;
  • 63. 62 18. Insira números em todos os slides, e busque saber quanto tempo você terá disponível para expor sua apresentação. A partir dai relacione a quantidade de slides com o tempo, cronometrando que será gasto em cada slide; 19. Avalie seu trabalho final quanto à objetividade, clareza, cores, som, visualização das letras e tabelas. Se posicione como se fosse um participante da plateia, sente-se no fundo do auditório e teste a aparência dos slides; 20. Pode-se usar figuras como plano fundo, mas deve-se tomar cuidado, para não prejudicar a leitura do texto e da resolução da imagem. Fuja dos Cliparts! (INSTITUTO FALA BEM, 2012). 19.1.3. A apresentação Depois de elaborar mesmo sua apresentação e fazer um bom resumo da mesma; criar o material visual; desenvolver a apresentação de acordo com o tempo estipulado e treinar a apresentação é hora de apresentar o conteúdo. Inicialmente é necessário saudar os ouvintes, se apresentar e em seguida falar o título da apresentação. Segundo Amorim (2012) na introdução e objetivos é necessário:  Deixar claro qual é a questão central a ser abordada;  Contextualizar o problema com as informações disponíveis na literatura;  Definir quais os objetivos e hipóteses. Com relação aos métodos e resultados é indicado, conforme Amorim (2012):  Situar o público da localidade onde foi realizado o estudo;  Empregar das imagens para mostrar como foi realizado o estudo, empregando fotos, ilustrações e/ou esquemas do equipamento utilizado, do desenho experimental e das espécies observadas isso facilita a compreensão;  Referir as análises realizadas e como se relacionam com as hipóteses testadas e com os objetivos;  Apresentar os resultados que foram encontrados;  Ilustrar este tópico com fotos, esquemas, gráficos e tabelas;  Relacionar o resultado diretamente com os objetivos;
  • 64. 63  Explicar de que forma estes resultados corroboram ou descartam a hipótese inicial. A seguir estão algumas dicas de como deve ser apresentado a conclusão:  Não repetir o que já foi exposto nos resultados, mas sim discutir a relevância dos achados em relação a outros estudos já publicados;  Explanar sobre direções futuras do trabalho. Quais novas perspectivas foram abertas;  Lembrar ao ouvinte as partes essenciais do que foi exposto. Relacionando os resultados obtidos com os objetivos iniciais da pesquisa;  Devem-se fazer os agradecimentos pela oportunidade e atenção de todos. Pode-se fazer um elogio ou um comentário positivo, pertinente e oportuno. Seja objetivo, breve e despeça-se do seu público. Segundo o site da Universidade de Passo Fundo (2012) ao responder as perguntas:  Os questionamentos devem ser objetivamente respondidos. Aceite as sugestões e críticas humildemente;  Defenda, se for o caso, a fundamentação adotada na pesquisa, porém não imponha o posicionamento, pois a banca não é obrigada a concordar com um determinado ponto de vista;  Caso seja necessário, lembre-os da delimitação da pesquisa e do problema jurídico;  Caso não saiba a resposta, seja sincero, diga que a questão é de grande relevância e que merece um estudo mais aprofundado;  Tenha à disposição folhas em branco e caneta para anotar os questionamentos, sugestões e correções para a versão definitiva. 19.1.4. Organização da sala Ao preparar o ambiente onde será realizada a apresentação é importante:  Chegar cedo para identificar e conhecer o local da apresentação;
  • 65. 64  Organizar o layout da sala para que os ouvintes aproveitem ao máximo a palestra;  Fechar as cortinas parar diminuir o nível de distração da plateia, para também controlar o grau de luminosidade no ambiente;  Verificar todo o equipamento que vai usar, como som, computador, microfone, além do controle da luz do ambiente.