Por Alexandre Wollner, no livro “Textos Recentes e Escritos
Históricos“, página 91:
“Uma definição de design… É muito difícil, porque a evolução da
linguagem, dos elementos técnicos é tão rápida que se fala de uma coisa
hoje e ela é diferente amanhã. Mas a gente pode dizer que é dimensionar
uma estrutura onde estão todos os elementos visuais nos vários meios de
comunicação visual. Não é só fazer uma marquinha sem se preocupar com
o comportamento que essa marca vai ter em todo o contexto, não só da
indústria, mas também da comunicação visual. Ela precisa estar baseada
em toda uma estruturação e prever aplicações bastante coerentes. Essa é
a proposta do design, que não está preocupado com a estética, mas com a
função, com materiais, com a ergonomia visual, com aplicações planas e
não planas. Deve saber, por exemplo, como uma embalagem redonda se
comporta, como ela pode ser fragmentada e como a publicidade vai ser
usada dentro dessa estrutura. Um trabalho de design gráfico deve durar no
mínimo vinte a trinta anos. Um logotipo não perde a atualidade, e a
potencialidade está em torno desse sinal, desse elemento”.
Por Alexandre Wollner, no livro “Alexandre Wollner e a formação
do design moderno no Brasil”, segue trecho do DVD.
http://vimeo.com/13192992#at=0
Por Beat Schneider, o professor de história da cultura e do
design define design em sua obra “Design – Uma Introdução. O
design no contexto social, cultural e econômico”, página 197:
“Design é a visualização criativa e sistemática dos processos de
interação e das mensagens de diferentes atores sociais; é a
visualização criativa e sistemática das diferentes funções de
objetos de uso e sua adequação às necessidades dos usuários ou
aos efeitos sobre os receptores.”
Por Helena Katz, do capítulo Corpo, design e evolução, no
livro Disegno. Desenho. Desígnio:
“Design é a organização das partes de um todo, de um modo que os
componentes produzam o que foi planejado. Só que esse arranjo é
sempre improvável, seja o design de algo extraordinário ou não. E
isso ocorre porque o número de modos pelos quais as partes podem
ser combinadas é excessivo. Cada arranjo não passa de uma
quantidade enorme de possibilidades. Ou seja, cada arranjo
realizado é tão improvável quanto todos os outros, não realizados.”
Pelo Dicionário Michaelis:
(dizáin) sm (ingl)
1 Concepção de um projeto ou modelo; planejamento.
2 O produto deste planejamento.
Pelo Dicionário Houaiss:
1. a concepção de um produto (máquina, utensílio, mobiliário,
embalagem, publicação etc.), esp. no que se refere à sua forma
física e funcionalidade
2. Derivação: por metonímia.
o produto desta concepção
3. Derivação: por extensão de sentido (da acp. 1).
m.q. desenho industrial
4. Derivação: por extensão de sentido.
m.q. desenho-de-produto
5. Derivação: por extensão de sentido.
m.q. programação visual
6. Derivação: por extensão de sentido.
m.q. desenho (‘forma do ponto de vista estético e utilitário’ e
‘representação de objetos executada para fins científicos,
técnicos, industriais, ornamentais’)
Por Mônica Moura, no livro “Faces do design“, página 18, a
designer, artista plástica, mestre e doutora Mônica Moura define:
“Design significa ter e desenvolver um plano, um projeto, significa
designar. É trabalhar com a intenção, com o cenário futuro,
executando a concepção e o planejamento daquilo que virá a existir.
Criar, desenvolver, implantar um projeto – o design – significa pesquisar
e trabalhar com referências culturais e estéticas, com o conceito da
proposta. É lidar com a forma, com o feitio, com a configuração, a
elaboração, o desenvolvimento e o acompanhamento do projeto”
Por Vilém Flusser, em “O mundo codificado”, o autor define primeiro a
palavra design como verbo e substantivo, na página 181:
“Em inglês a palavra design funciona como substantivo e verbo (circunstância
que caracteriza muito bem o espírito da língua inglesa). Como substantivo
significa entre outras coisas: ‘propósito’, ‘plano’, ‘intenção’, ‘meta’, ‘esquema
malígno’, ‘conspiração’, ‘forma’, ‘estrutura básica’, e todos esses significados
estão relacionados a ‘astúcia’ e a ‘fraude’. Na situação de verbo – to design –
significa, entre outras coisas ‘tramar algo’, ‘simular’, ‘projetar’, ‘esquematizar’,
‘configurar’, ‘proceder de modo estratégico’. A palavra é de origem latina e
contem em si o termo signum, que significa o mesmo que a palavra alemã
Zeichen (‘signo’, ‘desenho’). (…) ”
Depois, Flusser explica o que se tornou o vocábulo design, na página 184:
“(…) design significa aproximadamente aquele lugar em que arte e técnica (e,
conseqüentemente, pensamentos, valorativo científico) caminham juntas, com
pesos equivalente, tornando possível uma nova forma de cultura”
Por Lucy Niemeyer, no livro “Design no Brasil: Origens e instalação”
da Doutora Anamaria de Moraes:
“(…) ao longo do tempo, o design tem sido entendido segundo três tipos
distintos de prática e conhecimento. No primeiro, o design é visto como
atividade artística, em que é valorizado no profissional o seu
compromisso com artífice, com a fruição do uso. No segundo, entende-se
que o design como um invento, um planejamento em que o designer tem
compromisso prioritário com a produtividade do processo de fabricação e
com a atualização tecnológica. Finalmente, no terceiro, aparece o design
como coordenação, onde o designer tem a função de integrar os aportes
de diferentes especialistas, desde a especificação de matéria-prima,
passando pela produção à utilização e ao destino final do produto. Neste
caso, a interdisciplinaridade é a tônica. (…) estes conceitos tanto se
sucederam como coexistiram, criando uma tensão entre as diferentes
tendências simultâneas.”