1) O Dr. João Batista de Figueiredo Costa iniciou a seleção de gado zebuíno Gir Leiteiro na fazenda Campo Alegre na década de 1930 visando aumentar a produção de leite.
2) Ele importou touros reprodutores da Índia que melhoraram significativamente a capacidade leiteira do rebanho, como o touro Naidu em 1964.
3) Sob a liderança de Dr. João e posteriormente seu filho Lúcio, a fazenda Campo Alegre se tornou referência na seleção de
3.
Gaiolao Paulista
Topázio x Zé Araújo
Estes dois touros, Paulista e Topázio chamararam atenção pela alta capacidade de
produção leiteira que imprimiram em suas filhas, este fato chamou atenção do Dr. João, que
rapidamente iniciou o trabalho de pesagem de leite semanal e anotação(controle particular).
No ano de 1948 já se fazia o controle leiteiro oficial, a seleção foi feita com base na
escrituração zootécnica eficiente que era feita na fazenda Campo Alegre.
Barcelona Ficha individual Barcelona
Em 1950, o Dr. João Batista adquiriu em Franca o touro Astuto, filho de Camélia e neto
paterno de Maxixe II, acasalado com as filhas de Topázio e Paulista, deixou um bom número de
vacas com boa produção de leite.
5.
C.A Toscana C.A Surpresa
C.A Luminosa C.A Iara
C.A Cachoeira C.A Juta
Em 1950 Dr. João Batista não mediu esforços para continuar melhorando seu
plantel, sabedor da existência de um antigo núcleo de gado gir na cidade de Curvelo, teve a
8.
Vijaya imprtado Ficha individual (C.A Bailarina)
Em maio de 1964 o controle leiteiro passou a ser realizado pelo serviço de controle leiteiro
da Associação Paulista de Criadores de Bovinos.
Neste mesmo ano, foi adquirido o touro considerado o reprodutor Gir de melhor
ascendência leiteira até hoje saído daquele país, presente nas maiores linhagens produtoras
de leite até esta data, Naidu RG 5131 era filho da melhor vaca gir leiteiro da Índia, a vaca 55 da
Granja Hossur, que em sua terceira lactação produziu 4698,9 kg de leite em 342 dias de
lactação, e neto da vaca 31 de Hossur que em 366 dias produziu 4767 kg.
Sua progênie possuía úberes com ótimos ligamentos, largos e muito produtivos, tetos
pequenos e costelas muito arqueadas.
Naidu e Fernando Martinatti (tratador)
Naidu foi um touro que modernizou o rebanho C.A, observando as filhas de Naidu,
qualquer criador notava a semelhança de sua prole, em suas filhas se via o formato ideal
desejado para um animal produtor de leite. Corpo em forma de cunha, anguloso,costelas bem
arqueadas, úberes volumosos e muito bem ligados, veias mamárias grossas e salientes.
Produziu filhas que se revelaram as melhores produtoras, com várias lactações
superiores a 4500 kg de leite, como, C.A Dulce, C.A Benzina e C.A Dulcora (a primeira a
produzir mais de 6000 kg), nas décadas de 60 e 70.
9.
C.A DULCORA (6007 Kg) Ficha individual (C.A Dulcora)
Vale a pena lembrar que na fazenda Campo Alegre as vacas em lactação eram
submetidas ao regime de duas ordenhas diárias, e recebiam, quando no estábulo, uma ração
de capim verde picado, milho triturado, farelo de algodão e sal mineralizado, sua criação era a
campo em pastagens de Jaraguá e capim pangola e gordura. O manejo simples submetia as
vacas a condições muito próximas de produção, dessa forma o controle leiteiro semanal
revelava quem eram as melhores vacas, notou‐se que muitas delas eram filhas de Naidu.
C.A Dulce (5179 kg) C.A Benzina (5224 Kg)
10.
C.A Cashemira (5032 Kg) C.A Colina (4857 Kg)
A Perda
Em março de 1965, a Revista dos criadores anunciava em reportagem:
“Perde a pecuária nacional uma de suas figuras mais expressivas, doublé de médico
humanitário e evoluído selecionador”
Dr. João Batista de Figueiredo Costa x C.A Paulista
O pioneirismo do Dr. Joào Batista tem em seu filho Antônio José Lúcio, um continuador
firme e eficiente que soube e sabe se dedicar com amor, e essa foi a condição indispensável
para evoluirmos até os dias de hoje.
Lúcio se dedicava ao trabalho da fazenda desde antes da morte do seu pai, estava
sentado na cadeira de mestre desde o começo, onde permanece até hoje, apenas na vigília de
seus sobrinhos, já na década de 60 já imaginava que o trabalho de seleção deveria ser feito
11.
com seriedade, como era feito na Fazenda Campo Alegre, junto com seus companheiros saiu a
luta para fundar o Serviço de Controle Leiteiro para Zebuínos.
1‐ Francisco Barretto ‐ Gir Leiteiro FB ‐ Mococa‐SP; 2‐ Allýrio Jordão de Abreu ‐
selecionador de Guzerá ‐ Cantagalo‐RJ; 3‐ Jair ‐ Fazenda Calciolândia; 4‐ José Maria do
Couto Sampaio ‐ Chefe da Fazenda Experimental do Ministério da Agricultura em Cruz
das Almas‐BA. 5‐ Antônio José Lúcio de Oliveira Costa ‐ Gir Leiteiro CAMPO ALEGRE ‐
Casa Branca‐SP. 6‐ Gabriel Donato de Andrade ‐ Fazenda Calciolândia; 7‐ Hugo Prata ‐
técnico da APCB ‐ Assoc. Paulista dos Selecionadores de Bovinos ; 8‐ João Carlos
Pedreira de Freitas ‐ selecionador de Sindi em Arceburgo‐MG; 9‐ Roberto Andrade ‐
Fazenda Calciolândia.
No início da década de 70 Lúcio adquiriu 15 vacas na liquidação de um famoso criatório
de Franca‐SP, algumas delas se tornaram importantes matrizes.
12.
A associação
No fim da década de 70 Antonio José Lucio estava preocupado com os rumos que o
gir leiteiro estava tomando, os criadores eram poucos e estavam dispersos, em conversa com
o companheiro José João, resolveu fundar uma associação, a qual reunisse todos os poucos
criadores em prol do fortalecimeto da raça Gir Leiteiro e elaboração de um teste de progênie,
pois queria achar no rebanho nacional as famílias mais leiteiras. Os amigos acreditaram na
idéia, pois também eram apaixonados pela raça, e desta forma, atravéz de um esforço enorme
dos pioneiros em favor a raça Gir, surge no dia 17 de setembro de 1980 a ABCGIL.
A divisão
No ano de 1979 iniciou‐se o processo de sucessão na família do Dr. João Batista, por
iniciativa de D. Gabriela Oliveira Costa (Beloca), no processo da partilha a fazenda Campo
Alegre juntamente com o rebanho Gir Leiteiro foi dividida entre cinco herdeiros (os filhos de
Dr. João e D. Beloca).
O rebanho Gir Leiteiro foi então dividido em quatro lotes, e depois sorteado, sendo
que das quatro partes, em três das partes os herdeiros continuaram a seleção, Sendo eles
Antonio José Lúcio, e os filhos de suas imãs Angelina e Umbelina, a parte que coube a Maria
Genoveva foi cedida à Antonio José Lúcio.
Coube então aos netos de Dr. João, José Eduardo Costa Mancini (filho de Angelina), José
Afonso Costa Noronha, João Gabriel da Costa Noronha e Joaquim José da Costa Noronha,
(filhos de Umbelina) a sequência dos processos de melhoramento e seleção, 5 dos 13
fundadores da hoje entidade máxima do Gir Leiteiro, a ABCGIL, seguiram seus caminhos e se
dedicaram continuadamente ao melhoramento do rebanho.
Dr. João Batista, D. Beloca, filhos e netos, se tornariam os continuadores da marca C.A
13.
Antônio José Lúcio levou o gado para a fazenda Tabarana, de sua propriedade, no
município de Casa Branca‐SP, sua série única é a marca TCA (Tabarana/Campo Alegre)
1º leilão nacional do Gir Leiteiro
Continuou a seleção com a mesma seriedade que vinha trazendo o gado de seu pai,
produzindo então algumas das melhores vacas do prefixo C.A.
Afastou‐se das pistas de julgamento e resignou‐se ao trabalho de seleção dentro da
fazenda, onde obtém grande sucesso no melhoramento das matrizes e produção de touros
melhoradores. Seu sobrinho Joaquim José da Costa Noronha durante anos ficou com a tarefa
de “mostrar” o gado de seu tio.
C.A Quiosque (touro provado da seleção TCA)
15.
Os filhos de Maria Umbelina O. Costa Noronha, João Gabriel, José Afonso, Joaquim
José Costa Noronha, continuaram a seleção, onde o proprietário atual é Joaquim José da
Costa Noronha (Kinkão).
Primeiro leilão ainda na fazenda Campo Alegre
Kinkão transferiu seu gado para sua propriedade, fazenda Terra Vermelha, em Vargem
Grande do Sul‐SP . Sua série única, a KCA (Kinkão/Campo Alegre), se tornou famosa por
produzir grandes campeões de pista e torneios leiteiros, além de possuir vários touros
provados nos testes de progenie, entre eles está o líder do ranking o C.A Sansão.
C.A Sansão
17.
O surgimento da Marca C.A.C.C
No final da década de 1990, os netos de Dr. João Batista e D. Beloca, Cristiano Lúcio Costa
Censoni, Marcelo Costa Censoni e Marta Costa Censoni, pela grande admiração à raça Gir
Leiteiro, e com intuito de recomeçar o processo terminado em 1979, fizeram uma parceria
com José Eduardo Costa Mancini (C.A.J.E).
Deram sequência nos registros da série C.A.J.E e fundaram a marca C.A.C.C, e hoje
registram nas duas séries.
Também participam da formação do rebanho C.A.C.C matrizes K.C.A e T.C.A de ponta
gentilmente cedidas por seu primo Joaquim José da Costa Noronha, o Kinkão, e por seu tio
Antônio José Lúcio O. Costa, o querido Tio Lúcio.
Levaram o rebanho para suas propriedades no município de Paracatu‐MG (faz. São José) e
Leme‐SP (faz. Amazonas) , e assim iniciou‐se um processo de retomada genética em cima das
matrizes C.A.J.E, ultilizando dos mais avançados processos de reprodução existentes no
mercado, trabalham no intuito de aumentar e melhorar o rebanho, sem nunca perder de vista
os critérios e diretrizes da seleção, a produção de leite, com funcionalidade e longevidade.
Continuam com o mesmo processo simples herdado de seu avô, a lida diária nos currais,
os processos de pesagem e anotação, ou seja, o controle leiteiro semanal de todas as matrizes
em lactação.
“LEITE NO BALDE, BALDE NA BALANÇA”
C.A.J.E C.A.C.C