2. Cada dia sem gozo não foi teu:
Foi só durares nele. Quanto vivas
Sem que o gozes, não vives.
Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Basta o reflexo do sol ido na água
De um charco, se te é grato.
Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum dia nega
A natural ventura!
3. O poema que escolhi para este trabalho é de Ricardo Reis, um dos muitos
heterónimos de Fernando Pessoa. Nos poemas de Ricardo Reis encontramos
algumas marcas epicuristas.
O epicurismo considera o prazer como o mais alto dos bens e defende que se
deve viver o dia-a-dia com felicidade.Porém não é o prazer grosseiro que
importa, mas sim aquele que provém da cultura, do espírito e da prática da
virtude.
O prazer verdadeiro consiste na ausência de dor. O epicurismo pretende
responder à questão fundamental da dor e da morte, oferecendo, como resposta,
o repouso e a ataraxia (ausência de perturbação), gozando em profundidade, o
momento presente.
4. Eu escolhi este poema porque me chamou a atenção: se na nossa vida , não se
gozassem as coisas boas ou as coisas más nunca seríamos felizes, ou seja não
conseguiríamos atingir a felicidade porque, realmente, não vivíamos e não
seríamos capazes de aproveitar cada momento.
“ Basta o reflexo do sol ido na água De um charco se te é grato”
“Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas”.
5. O poema transmite que as pequenas coisas, os pequenos momentos, os
pequenos gestos são realmente importantes e serão esses que, no fim do dia,
nos farão ver como vale a pena viver. Devemos chegar ao fim do dia e concluir
que fizemos tudo o que tínhamos para fazer e que dissemos aquilo que era
importante às pessoas que mais gostamos.
“Seu prazer posto, nenhum dia nega”
6. Cada um de nós deve saber distinguir aquilo que é
realmente importante, daquilo que pode adiar e do qual não
terá qualquer arrependimento, por não ter feito, quando
surgiu a ideia. Nunca nos devemos esquecer que são os
pequenos momentos nos nossos dias que deixaram marcas
importantes em nós e que são esses os que mais devemos
aproveitar e aguardar, porque esses momentos, em
conjunto, formam aquilo que chamamos VIDA.