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Escola Técnica SENAI Santo Amaro



     Materiais de construção mecânica
•Instrutor Diego Santana
HISTÓRICO

 Origem

 A primeira vez que o homem viu o ferro foi sob a forma de
  meteoritos. Daí a palavra “siderurgia”, pois Sidus significa estrela,
  em Latim;
 Primeiras evidências de uso: China e Índia (a 2000 anos antes de
  Cristo);
HISTÓRICO
 Início da Industrialização: Os Hititas, em,
  aproximadamente, 1700 a.C., aqueciam uma mistura de
  minério de ferro e carvão vegetal em um buraco no solo.
  Obtinham, assim, uma massa pastosa que era, em
  seguida, batida para desprender as impurezas e
  escórias.
HISTÓRICO
• O que restava da massa de ferro era depois forjado na
  forma de punhais, espadas, utensílios e armaduras de
  malha.
Metalurgia Extrativa
Os minérios e o Brasil
• Em 1554, o Pe. Anchieta
  notificou a existência de
  depósitos de prata e minério
  de ferro no atual estado de SP.
• A produção de ferro
  (magnetita) só começou em
  1587 por Afonso Sardinha.
• Depois de Afonso Sardinha, a
  produção de ferro estagnou,
  só sendo retomada no século
  seguinte.
• Hoje, o Brasil é considerado o
  9º produtor mundial.
METAIS FERROSOS

•São materiais que tem como elemento principal o ferro (Fe).
São eles:
•Ferro fundido: é uma liga ferro – carbono com teores de
carbono entre 2,11% a 6,67%
•Aço: é uma liga ferro – carbono com teores de carbono
variando entre 0,008% a 2,11%.
•O ferro fundido e o aço são produzidos a partir da obtenção
do ferro gusa.
MATÉRIAS - PRIMAS PARA OBTENÇÃO DO
    FERRO GUSA NA SIDERURGIA

 Minério de Ferro
 Carvão
 Calcário
MINÉRIO DE FERRO
• Os minerais que contém ferro em quantidade apreciável são os
  óxidos, silicatos,carbonatos, sulfetos. O óxido é o mais
  importante do ponto de vista siderúrgico.Os principais óxidos
  são:

• Magnetita (óxido ferroso - férrico), de fórmula Fe3O4 contendo
  72,4 % Fe.

• Hematita (óxido férrico), de fórmula Fe2O3 contendo 69,9% Fe.

• Limonita (óxido Hidratado de ferro), de fórmula 2Fe2O3 3H2O
  contendo em média 48,3 % Fe
CARVÃO
O carvão coque ou de madeira é utilizado no
  alto-forno e tem as seguintes funções:
• Fornecedor de calor para combustão;
• Fornecedor do carbono para redução do
  óxido de ferro,
• Indiretamente, fornecedor do carbono como
  principal elemento de liga do ferro gusa.




   Carvão mineral          Carvão vegetal
CARVÃO
O carvão utilizado no alto-forno, pode ser obtido de duas
   formas:
1- Queima da madeira (carvão vegetal);

2- Através de um processo de aquecimento a altas
   temperaturas da Hulha (carvão mineral).
    À esse processo, dá- se o nome de coqueificação
   originando assim, o coque (carvão mineral depois do
   processo de aquecimento).

• O coque e o carvão de madeira permitem que temperaturas
  mais elevadas sejam atingidas,dentro do alto-forno. Por
  serem menos inflamáveis do que os produtos naturais que
  os originam.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CARVÃO
         VEGETAL E MINERAL
•Carvão mineral (%)




                      •Carvão vegetal
CALCÁRIO (CaCO3)
• Assume o papel de fundente que é
  combinar-se com as impurezas (gangas) do
  minério e com as cinzas do carvão.
  Formando as chamadas “escórias”.


                             •Composição média do
                             Calcário para uso em
                             alto-forno
•PRODUÇÃO DO FERRO GUSA:
                                                      ALTO - FORNO

                                              É o principal aparelho
                                              utilizado para a produção do
                                              ferro gusa.
                                              •Nele, ocorre as reações,
                                              essencialmente, de redução
                                              dos óxidos dos minérios de
                                              ferro, mediante o uso do
                                              material à base de carbono
                                              (carvão).
                                              •Da mesma forma,
                                              indiretamente, nele ocorre o
                                              suprimento de carbono para
                                              as ligas ferro – carbono que
                                              são os principais produtos do
                                              alto forno.

Seção transversal de um alto forno moderno.
CONSTRUÇÃO DO ALTO FORNO
É composto por três partes principais:
1- Cadinho: parte do alto forno onde se acumulam o metal fundido e a escória,
   resultante das reações que ocorrem no interior do alto forno. O diâmetro do
   cadinho, dependendo da capacidade do forno, pode ser mais ou menos igual ou
   maior que 10 metros. A altura do cadinho supera frequentemente 4 metros.

2- Rampa: tem formato tronco – cônico; suas dimensões variam desde o diâmetro
   do cadinho até acima de 10,5 metros. Sua altura pode superar 4 metros.
   A inclinação da rampa é da ordem de 800 a 820 em relação à horizontal.

3- Cuba : também de forma tronco – cônica tem a seção menor voltada para cima,
   no topo ou goela. Sua altura, a partir da rampa, pode chegar a 25 metros. Em
   consequência, a altura do alto forno, compreendendo o cadinho, rampa e cuba,
   supera 30 metros aos quais devem juntar – se 4,5 a 5 metros do fundo do
   cadinho ao piso do chão.
CARREGAMENTO DO ALTO FORNO




 •O sistema copo e cone tem por
 função realizar uma distribuição
 uniforme da carga para evitar a
 saída de gases para a atmosfera
CARGAS E PRODUTOS RESULTANTES DE UM ALTO FORNO
•FORNOS
PRIMITIVOS
Forja Catalã
• A forja catalã foi desenvolvida no século VI da era cristã (período
  que correspondia à Idade Média), na Europa.
• Obtinha-se um tipo grosseiro de aço pela redução direta do minério,
  sem a obtenção intermediária de ferro gusa. A liga pastosa, ao
  solidificar, tornava-se frágil e quebradiça.




     • Forja catalã. Utilizava 4 kg de carvão para 1 kg de ferro
OBTENÇÃO DO AÇO
O ferro gusa é uma liga ferro-carbono, na qual o carbono
   e impurezas normais ( Si, Mn, P, S), se encontram em
   teores elevados. A sua transformação em aço, que é
   uma liga de mais baixos teores de C, Si, Mn, P, S,
   corresponde a um processo de oxidação o qual
   consegue diminuir o percentual destes elementos até
   valores desejados. Os agentes oxidantes usados para a
   transformação do ferro gusa em aço podem ser de
   natureza gasosa, como o ar e oxigênio, ou podem ser
   de natureza sólida, como minérios na forma de óxidos.
   Assim, os processos para a produção do aço podem ser
   classificados de acordo com o agente utilizado.
1- Processos pneumáticos: onde o agente oxidante pode
   ser o ar ou o oxigênio.
2- Processos Siemens – Martin, elétrico, duplex, etc., em
   que os agentes oxidantes são substâncias sólidas
   contendo óxidos.
OBTENÇÃO DO AÇO

• Dependendo da composição do ferro gusa e do
  tipo de aço desejado, pode - se considerar
  ainda outra divisão dos processos de sua
  fabricação, qualquer que seja o tipo de forno:
3- Processos ácidos: em que podem ser
  diminuídos ou removidos facilmente os
  elementos, C, Si e Mn, não acontecendo,
  também o mesmo com os elementos P e o S.
4- Processos básicos: em que todos os elementos
  citados podem ser reduzidos aos valores
  desejados.
1- PROCESSOS PNEUMÁTICOS

• O princípio básico de
  qualquer um dos processos
  pneumáticos é introduzir ar
  ou oxigênio, pelo fundo,
  lateralmente ou pelo topo,
  por intermédio de uma
  “lança”.
•CONVERSOR BESSEMER

•É um processo pneumático tradicional que tem o nome de seu
inventor, em 1847, na Inglaterra. Na mesma época um outro
forno análogo ao de Bessemer foi desenvolvido, nos EUA, por
Kelly.

                                       •A capacidade da maioria dos
                                       conversores Bessemer variam
                                       entre 25 a 30 t.

                                        •Composição do ferro gusa
                                        no conversor, para
                                        operação nas melhores
                                        condições:
•REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS MODIFICAÇÕES DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO METAL QUE OCORREM
DURANTE A OPERAÇÃO DOS CONVERSORES.
CONVERSOR THOMAS
• Este processo,patenteado em 1879, na Inglaterra, diferencia – se
  do Bessemer por apresentar revestimento de dolomita, de natureza
  básica.
• As características físicas e o sistema de sopragem são iguais.
• O ponto final de operação de ambos os conversores é determinado
  pela inspeção visual da chama.
• Para um conversor de 40 t, o tempo de sopro varia entre 15 a 16
  minutos.
• A principal diferença entre o conversor Thomas e o Bessemer
  reside na reações químicas que permite, no primeiro, a remoção do
  fósforo, pela utilização de cal a qual é possível porque o forno é
  revestido de material refratário de natureza básica; e igualmente na
  remoção do enxofre. A oxidação ou remoção do carbono,
  manganês e silício é processada de modo idêntico ao Bessemer.
PROCESSO SIEMENS - MARTIN
PROCESSO SIEMENS - MARTIN
• O princípio deste processo consiste em aquecer uma
  determinada carga de material ferroso num “forno de sola”
  (open - hearth), mediante um combustível (geralmente
  gasoso), em mistura com ar, ambos previamente
  aquecidos em “recuperadores” ou em “regeneradores”, de
  modo a atingir – se uma temperatura de vazamento de
  aproximadamente 16500 C.
• A carga consiste em ferro gusa (sólido ou líquido) e sucata
  sólida.
• Esse processo pode superar 200 t por operação.
• Esse processo está sendo paulatinamente descontinuado
  pelas maiores vantagens dos processos pneumáticos.
PROCESSO ELÉTRICO
•FORNO DE ARCO ELÉTRICO   •Consiste numa carcaça cilíndrica de aço. A
                          parte inferior do forno,soleira, é constituída
                          de um revestimento refratário de natureza
                          básica, de natureza básica ou ácida. As
                          partes laterais e a cobertura ( abóbada) são
                          revestidas de tijolos refratários tipo silicoso.
                          •O sistema de aquecimento compreende
                          três eletrodos, igualmente espaçados, cada
                          um dos quais ligado a uma fase de um
                          suprimento trifásico de eletricidade.
                          •Os eletrodos podem ser de carbono ou de
                          grafita, sendo preferível esta última por
                          possuir maior resistência e condutividade
                          elétrica mais elevada. O efeito de
                          aquecimento é produzido por arcos que se
                          formam entre os três eletrodos.
                          •A faixa de voltagem vai de 90 a 500 volts.
                          As condições de fusão são controladas pela
                          variação de voltagem aplicada e pelo ajuste
                          automático da posição ou altura dos
                          eletrodos.
FORNO ELÉTRICO A ARCO

          •Os fornos elétricos a arco são
          dimensionados em termos de
          diâmetro de carcaça; isso determina
          a capacidade em toneladas do metal
          líquido do forno.
          •EXEMPLO: Um forno com diâmetro
          de 2,75 m tem uma capacidade de
          10 a 12 t de metal líquido.
          Um forno com diâmetro de 3,35 m
          tem uma capacidade de 22 e 26 t.
          •A produção por hora depende da
          energia disponível; em média, a
          produção de 1 t/h exige cerca de
          1000 kVA de capacidade de
          transformador.
          •Funde qualquer tipo de sucata.
PROCESSO DUPLEX
• Consiste na combinação de dois processos,
  como por exemplo conversor Bessemer ácido e
  Siemens – Martin básico.
• No Bessemer, o ferro gusa proveniente do alto
  forno, é inteiramente oxidado, de modo a reduzir
  ao mínimo os teores de silício e manganês e
  oxidar grande parte do carbono.
• A seguir, o material é transferido ao forno
  Siemens – Martin básico onde o restante do
  carbono e fósforo são oxidados. O aço é então
  acabado, recarbonetado e recebe as adições
  finais de ferros – ligas.
AÇOS –LIGAS
• Aços que sofreram adição de outros
  elementos, tais como, Al, Ni, Cr, Mo, V,
  Cu, Co, W, com o objetivo de melhorar
  suas propriedades mecânicas.
VANTAGENS DOS AÇOS LIGAS


•   Melhor usinabilidade
•   Melhor temperabilidade
•   Melhor capacidade de corte
•   Melhor resistência ao desgaste
•   Melhor resistência à corrosão
INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS
TABELA AÇOS - LIGAS
OBTENÇÃO DO FERRO FUNDIDO

• O ferro fundido é obtido diminuindo-se a porcentagem de carbono
  do ferro gusa.
• É portanto um ferro de segunda fusão.
• A fusão do ferro gusa, para a obtenção do ferro fundido, é feita em
  fornos apropriados sendo o mais comum, o forno “Cubilô”.
OBTENÇÃO DO FERRO FUNDIDO
    •FORNO CUBILÔ

• O seu diâmetro interno pode
  chegar a 1,80 m e a altura e a
  altura superar a 15 metros.
• Sua capacidade de fusão varia
  de 1 t /h até cerca de 50 t /h.
• A carga é composta de metal,
  combustível ( carvão coque) e
  uma substância fundente
  (para facilitar a separação das
  impurezas do metal e do carvão
  e formar escória)
• A composição da carga
  depende da experiência.
                                    FORNO CUBILÔ
FORNO CUBILÔ
 Para a produção de ferro fundido com a seguinte composição:



A carga total do cubilô é a seguinte:
FERROS FUNDIDOS
• São considerados os seguintes tipos de
  ferros fundidos:

•   Ferro fundido branco
•   Ferro fundido cinzento
•   Ferro maleável
•   Ferro nodular
FERRO FUNDIDO BRANCO
• Propriedades : elevadas dureza e resistência
  ao desgaste, difícil usinabilidade.
• Suas aplicações: revestimento de moinhos,
  bolas para moinhos de bola, cilindros de
  laminação para borracha, vidro, linóleo,
  plásticos e metais, rodas de vagões, peças
  empregadas em equipamento para britamento
  de minérios, moagem de cimento etc.
FERRO FUNDIDO CINZENTO
•   Propriedades :Pela sua fácil fusão e moldagem,
    excelente usinabilidade, resistência mecânica
    satisfatória, boa resistência ao desgaste e boa
    capacidade de amortecimento, é dentre os ferros
    fundidos, a mais usada.
•    Aplicações: bases de máquinas, carcaças metálicas,
    barramentos, cabeçotes, mesas de máquinas
    operatrizes, engrenagens, virabrequins, bases pesadas
    e colunas de máquinas, buchas grandes, blocos de
    motor, anéis de pistão, produtos sanitários, tampas de
    poços de inspeção, tubos, conexões, carcaças de
    compressores, rotores, pistões hidráulicos,
    engrenagens, eixos de comando de válvulas
FERRO MALEÁVEL
•   Resulta de um ferro fundido branco, o qual é sujeito a um
    tratamento térmico especial de longa duração chamado
    “maleabilização”. É considerado um material intermediário
    entre o aço e o ferro fundido cinzento.

•   Propriedades: ductilidade e tenacidade, resistência a
    tração, resistência a fadiga, resistência ao desgaste e
    usinabilidade.

•   Aplicações: conexões para tubulações hidráulicas,
    conexões em linhas de transmissão elétrica, correntes,
    suportes de molas, caixas de direção e de diferencial, cubos
    de rodas, sapatas de freios, pedais de freio e de
    embreagem, colares de tratores, caixas de engrenagens etc.
FERRO NODULAR
•   Propriedades :Também chamado de ferro fundido
    dúctil e caracteriza-se por excelente resistência
    mecânica, tenacidade e ductilidade
•   Os processos de nodulização desses materias consiste
    na adição, no metal fundido, de determinadas ligas
    contendo magnésio, cério, cálcio, lítio, sódio ou bário.
•   Aplicações: peças sujeitas a pressão, como
    compressores, lingueteiras e bielas e outros tipos de
    peças que exijam maior resistência ao choque, como
    virabrequins, matrizes, mancais, polias, rodas
    dentadas, engates, sapatas, tambores de freio etc
MICROESTRUTURA DOS FERROS FUNDIDOS
TABELA FERROS FUNDIDOS
Tipo                 C             Si            Mn             P               S



Cinzento             2,5 - 4,0 %   1,0 - 3,0 %   0,2 - 1,0 %    0,002 - 1,0 %   0,02 - 0,25 %



Grafítico compacto   2,5 - 4,0 %   1,0 - 3,0 %   0,2 - 1,0 %    0,01 - 0,1%     0,01 - 0,03 %



Dúctil               3,0 - 4,0 %   1,8 - 2,8 %   0,1 - 1,0 %    0,01 - 0,1 %    0,01 - 0,03 %



Branco               1,8 - 3,6 %   0,5 - 1,9 %   0,25 - 0,8 %   0,06 - 0,2 %    0,06 - 0,2 %



Maleável             2,2 - 2,9%    0,9 - 1,9 %   0,15 - 1,2 %   0,02 - 0,2 %    0,02 - 0,2%
METAIS NÃO FERROSOS
• Como o próprio nome já diz, são metais
  que em sua composição química, não
  existe o elemento ferro. Ou em quantidade
  desprezível. São os mais comuns:
• Cobre (Cu)
• Alumínio (Al)
• Zinco (Zn)
• Chumbo (Pb)
PROPRIEDADES
    MECÂNICAS DOS METAIS
                   POR QUE ESTUDAR?
 A determinação e/ou conhecimento das propriedades
mecânicas é muito importante para a escolha do material
para uma determinada aplicação, bem como para o
projeto e fabricação do componente.
 As propriedades mecânicas definem o comportamento
do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois
estas estão relacionadas à capacidade do material de
resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper
e sem se deformar de forma incontrolável.
PRINCIPAIS PROPRIEDADES
          MECÂNICAS

Resistência Mecânica
Dureza
Ponto de Fusão
Plasticidade
Maleabilidade
Ductilidade
Soldabilidade
Tenacidade
Resiliência
RESISTÊNCIA MECÂNICA

Resistência mecânica de uma estrutura é
 a sua capacidade de suportar as
 solicitações externas sem que estas
 venham a lhe causar deformações
 plásticas (deformações irreversíveis).
DUREZA
 Capacidade de um material resistir à penetração.
 É a resistência à deformação plástica permanente;
 É a resistência ao risco ou a capacidade de riscar;
 Dureza é a propriedade característica de um material
  sólido, que expressa sua resistência a deformações
  permanentes e está diretamente relacionada com a
  força de ligação dos átomos.
PONTO DE FUSÃO
Temperatura na qual o metal passa do
 estado sólido para o estado líquido.
PLASTICIDADE
Propriedade do material de se deformar
 de maneira irreversível, quando submetido
 à solicitações externas.
MALEABILIDADE
A maleabilidade é uma propriedade que
 junto a ductilidade apresentam os corpos
 ao serem moldados por deformação. Um
 corpo maleável,permite a formação de
 delgadas lâminas do material sem que
 este se rompa.
DUCTILIDADE
Capacidade de um material deformar
 plasticamente sem sofrer fratura.
TENACIDADE
Corresponde à capacidade do material de
 absorver energia até sua ruptura
RESILIÊNCIA
Corresponde à capacidade do material de
 absorver energia, quando este é deformado
 elasticamente.
Materiais resilientes são aqueles que têm alto
 limite de elasticidade e baixo módulo de
 elasticidade (como os materiais utilizados para
 molas)
SOLDABILIDADE
A boa soldabilidade de um aço é
 associada à pouca transformação da
 estrutura cristalina na execução da solda
COMO DETERMINAR AS PROPRIEDADES
MECÂNICAS DE UM MATERIAL?


São determinadas através de Ensaios
 Mecânicos, onde são utilizados corpos de prova
 (amostras do material do produto).
 Geralmente, usa-se normas técnicas para o
 procedimento das medidas e confecção do
 corpo de prova para garantir que os resultados
 sejam comparáveis.
As normas mais comuns são: ASTM (American
 Society for Testing and Materials),
 ABNT (Associação Brasileira de Normas
 Técnicas)
ENSAIOS DE TRAÇÃO

• Determinação das
  Propriedades Mecânicas:

1. Resistência;
2. Elasticidade;
3. Rigidez;
4. Ductilidade;
5. Resiliência;
6. Tenacidade;
•ENSAIOS DE TRAÇÃO
Corpo de prova
fixado na
máquina de tração
  Extensômetro




                     estricção
•ENSAIO DE TRAÇÃO DE UM AÇO DE BAIXO CARBONO



                   Encruamento
    LR             (Fase Plástica)                          Estricção
                                                            (instabilidade)

      LE                                                      ruptura
                                     Tenacidade               (fratura)
 Tensão (MPa)




                         Escoamento

                         Fase Elástica :   = E  (Lei de Hooke)
                         (E = módulo de elasticidade)

                        Resiliência



                       Deformação (%)                  ductilidade (alongamento)

                 E médio dos aços = 21.000 kgf/mm2 = 210.000 MPa = 210 GPa
•CÁLCULO DA DUCTILIDADE ( DEFORMAÇÃO) PELO
ALONGAMENTO “A”

A % = comprimento final (lf) – comprimento inicial (l0)
           comprimento inicial (l0)
Ensaio de Dobramento
Descrição do ensaio
• O ensaio de dobramento fornece uma indicação
  qualitativa da ductilidade do material;
• Não determina nenhum valor numérico;
• Na maioria das vezes a carga não precisa ser medida;
• A severidade do processo depende do diâmetro do
  cutelo;
• O dobramento sem cutelo é chamado de dobramento
  sobre si mesmo;
• A analise é feita a olho nu;
• O dobramento pode ser realizado em qualquer ponto ou
  qualquer direção do corpo de prova.
Ensaio de Dureza Brinell
Consiste em comprimir lentamente, por
meio de uma carga P, uma esfera de aço,
de diâmetro D, sobre uma superfície
plana, polida ou pelo menos preparada
com esmeril fino ou com lima tipo murça,
de um corpo de prova ou peça, durante
certo intervalo de tempo.
REPRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS




•HB + diâmetro da esfera + carga + tempo de aplicação da carga
•Exemplo: 85 HB 10 / 500 / 30
DURÔMETROS
•BIBLIOGRAFIA

•   Tecnologia Mecânica, Chiaverini 3.
•   Tecnologia Mecânica, Chiaverini 2.
•   Engenharia de materiais, Callister.
•   Curso básico de siderurgia Gerdau.
•   Google imagens.
Fim

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  • 1. Escola Técnica SENAI Santo Amaro Materiais de construção mecânica •Instrutor Diego Santana
  • 2. HISTÓRICO  Origem  A primeira vez que o homem viu o ferro foi sob a forma de meteoritos. Daí a palavra “siderurgia”, pois Sidus significa estrela, em Latim;  Primeiras evidências de uso: China e Índia (a 2000 anos antes de Cristo);
  • 3. HISTÓRICO  Início da Industrialização: Os Hititas, em, aproximadamente, 1700 a.C., aqueciam uma mistura de minério de ferro e carvão vegetal em um buraco no solo. Obtinham, assim, uma massa pastosa que era, em seguida, batida para desprender as impurezas e escórias.
  • 4. HISTÓRICO • O que restava da massa de ferro era depois forjado na forma de punhais, espadas, utensílios e armaduras de malha.
  • 6. Os minérios e o Brasil • Em 1554, o Pe. Anchieta notificou a existência de depósitos de prata e minério de ferro no atual estado de SP. • A produção de ferro (magnetita) só começou em 1587 por Afonso Sardinha. • Depois de Afonso Sardinha, a produção de ferro estagnou, só sendo retomada no século seguinte. • Hoje, o Brasil é considerado o 9º produtor mundial.
  • 7. METAIS FERROSOS •São materiais que tem como elemento principal o ferro (Fe). São eles: •Ferro fundido: é uma liga ferro – carbono com teores de carbono entre 2,11% a 6,67% •Aço: é uma liga ferro – carbono com teores de carbono variando entre 0,008% a 2,11%. •O ferro fundido e o aço são produzidos a partir da obtenção do ferro gusa.
  • 8. MATÉRIAS - PRIMAS PARA OBTENÇÃO DO FERRO GUSA NA SIDERURGIA Minério de Ferro Carvão Calcário
  • 9. MINÉRIO DE FERRO • Os minerais que contém ferro em quantidade apreciável são os óxidos, silicatos,carbonatos, sulfetos. O óxido é o mais importante do ponto de vista siderúrgico.Os principais óxidos são: • Magnetita (óxido ferroso - férrico), de fórmula Fe3O4 contendo 72,4 % Fe. • Hematita (óxido férrico), de fórmula Fe2O3 contendo 69,9% Fe. • Limonita (óxido Hidratado de ferro), de fórmula 2Fe2O3 3H2O contendo em média 48,3 % Fe
  • 10. CARVÃO O carvão coque ou de madeira é utilizado no alto-forno e tem as seguintes funções: • Fornecedor de calor para combustão; • Fornecedor do carbono para redução do óxido de ferro, • Indiretamente, fornecedor do carbono como principal elemento de liga do ferro gusa. Carvão mineral Carvão vegetal
  • 11. CARVÃO O carvão utilizado no alto-forno, pode ser obtido de duas formas: 1- Queima da madeira (carvão vegetal); 2- Através de um processo de aquecimento a altas temperaturas da Hulha (carvão mineral). À esse processo, dá- se o nome de coqueificação originando assim, o coque (carvão mineral depois do processo de aquecimento). • O coque e o carvão de madeira permitem que temperaturas mais elevadas sejam atingidas,dentro do alto-forno. Por serem menos inflamáveis do que os produtos naturais que os originam.
  • 12. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CARVÃO VEGETAL E MINERAL •Carvão mineral (%) •Carvão vegetal
  • 13. CALCÁRIO (CaCO3) • Assume o papel de fundente que é combinar-se com as impurezas (gangas) do minério e com as cinzas do carvão. Formando as chamadas “escórias”. •Composição média do Calcário para uso em alto-forno
  • 14. •PRODUÇÃO DO FERRO GUSA: ALTO - FORNO É o principal aparelho utilizado para a produção do ferro gusa. •Nele, ocorre as reações, essencialmente, de redução dos óxidos dos minérios de ferro, mediante o uso do material à base de carbono (carvão). •Da mesma forma, indiretamente, nele ocorre o suprimento de carbono para as ligas ferro – carbono que são os principais produtos do alto forno. Seção transversal de um alto forno moderno.
  • 15. CONSTRUÇÃO DO ALTO FORNO É composto por três partes principais: 1- Cadinho: parte do alto forno onde se acumulam o metal fundido e a escória, resultante das reações que ocorrem no interior do alto forno. O diâmetro do cadinho, dependendo da capacidade do forno, pode ser mais ou menos igual ou maior que 10 metros. A altura do cadinho supera frequentemente 4 metros. 2- Rampa: tem formato tronco – cônico; suas dimensões variam desde o diâmetro do cadinho até acima de 10,5 metros. Sua altura pode superar 4 metros. A inclinação da rampa é da ordem de 800 a 820 em relação à horizontal. 3- Cuba : também de forma tronco – cônica tem a seção menor voltada para cima, no topo ou goela. Sua altura, a partir da rampa, pode chegar a 25 metros. Em consequência, a altura do alto forno, compreendendo o cadinho, rampa e cuba, supera 30 metros aos quais devem juntar – se 4,5 a 5 metros do fundo do cadinho ao piso do chão.
  • 16. CARREGAMENTO DO ALTO FORNO •O sistema copo e cone tem por função realizar uma distribuição uniforme da carga para evitar a saída de gases para a atmosfera
  • 17.
  • 18.
  • 19. CARGAS E PRODUTOS RESULTANTES DE UM ALTO FORNO
  • 20.
  • 22. Forja Catalã • A forja catalã foi desenvolvida no século VI da era cristã (período que correspondia à Idade Média), na Europa. • Obtinha-se um tipo grosseiro de aço pela redução direta do minério, sem a obtenção intermediária de ferro gusa. A liga pastosa, ao solidificar, tornava-se frágil e quebradiça. • Forja catalã. Utilizava 4 kg de carvão para 1 kg de ferro
  • 23. OBTENÇÃO DO AÇO O ferro gusa é uma liga ferro-carbono, na qual o carbono e impurezas normais ( Si, Mn, P, S), se encontram em teores elevados. A sua transformação em aço, que é uma liga de mais baixos teores de C, Si, Mn, P, S, corresponde a um processo de oxidação o qual consegue diminuir o percentual destes elementos até valores desejados. Os agentes oxidantes usados para a transformação do ferro gusa em aço podem ser de natureza gasosa, como o ar e oxigênio, ou podem ser de natureza sólida, como minérios na forma de óxidos. Assim, os processos para a produção do aço podem ser classificados de acordo com o agente utilizado. 1- Processos pneumáticos: onde o agente oxidante pode ser o ar ou o oxigênio. 2- Processos Siemens – Martin, elétrico, duplex, etc., em que os agentes oxidantes são substâncias sólidas contendo óxidos.
  • 24. OBTENÇÃO DO AÇO • Dependendo da composição do ferro gusa e do tipo de aço desejado, pode - se considerar ainda outra divisão dos processos de sua fabricação, qualquer que seja o tipo de forno: 3- Processos ácidos: em que podem ser diminuídos ou removidos facilmente os elementos, C, Si e Mn, não acontecendo, também o mesmo com os elementos P e o S. 4- Processos básicos: em que todos os elementos citados podem ser reduzidos aos valores desejados.
  • 25. 1- PROCESSOS PNEUMÁTICOS • O princípio básico de qualquer um dos processos pneumáticos é introduzir ar ou oxigênio, pelo fundo, lateralmente ou pelo topo, por intermédio de uma “lança”.
  • 26. •CONVERSOR BESSEMER •É um processo pneumático tradicional que tem o nome de seu inventor, em 1847, na Inglaterra. Na mesma época um outro forno análogo ao de Bessemer foi desenvolvido, nos EUA, por Kelly. •A capacidade da maioria dos conversores Bessemer variam entre 25 a 30 t. •Composição do ferro gusa no conversor, para operação nas melhores condições:
  • 27. •REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS MODIFICAÇÕES DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO METAL QUE OCORREM DURANTE A OPERAÇÃO DOS CONVERSORES.
  • 28. CONVERSOR THOMAS • Este processo,patenteado em 1879, na Inglaterra, diferencia – se do Bessemer por apresentar revestimento de dolomita, de natureza básica. • As características físicas e o sistema de sopragem são iguais. • O ponto final de operação de ambos os conversores é determinado pela inspeção visual da chama. • Para um conversor de 40 t, o tempo de sopro varia entre 15 a 16 minutos. • A principal diferença entre o conversor Thomas e o Bessemer reside na reações químicas que permite, no primeiro, a remoção do fósforo, pela utilização de cal a qual é possível porque o forno é revestido de material refratário de natureza básica; e igualmente na remoção do enxofre. A oxidação ou remoção do carbono, manganês e silício é processada de modo idêntico ao Bessemer.
  • 30. PROCESSO SIEMENS - MARTIN • O princípio deste processo consiste em aquecer uma determinada carga de material ferroso num “forno de sola” (open - hearth), mediante um combustível (geralmente gasoso), em mistura com ar, ambos previamente aquecidos em “recuperadores” ou em “regeneradores”, de modo a atingir – se uma temperatura de vazamento de aproximadamente 16500 C. • A carga consiste em ferro gusa (sólido ou líquido) e sucata sólida. • Esse processo pode superar 200 t por operação. • Esse processo está sendo paulatinamente descontinuado pelas maiores vantagens dos processos pneumáticos.
  • 31. PROCESSO ELÉTRICO •FORNO DE ARCO ELÉTRICO •Consiste numa carcaça cilíndrica de aço. A parte inferior do forno,soleira, é constituída de um revestimento refratário de natureza básica, de natureza básica ou ácida. As partes laterais e a cobertura ( abóbada) são revestidas de tijolos refratários tipo silicoso. •O sistema de aquecimento compreende três eletrodos, igualmente espaçados, cada um dos quais ligado a uma fase de um suprimento trifásico de eletricidade. •Os eletrodos podem ser de carbono ou de grafita, sendo preferível esta última por possuir maior resistência e condutividade elétrica mais elevada. O efeito de aquecimento é produzido por arcos que se formam entre os três eletrodos. •A faixa de voltagem vai de 90 a 500 volts. As condições de fusão são controladas pela variação de voltagem aplicada e pelo ajuste automático da posição ou altura dos eletrodos.
  • 32. FORNO ELÉTRICO A ARCO •Os fornos elétricos a arco são dimensionados em termos de diâmetro de carcaça; isso determina a capacidade em toneladas do metal líquido do forno. •EXEMPLO: Um forno com diâmetro de 2,75 m tem uma capacidade de 10 a 12 t de metal líquido. Um forno com diâmetro de 3,35 m tem uma capacidade de 22 e 26 t. •A produção por hora depende da energia disponível; em média, a produção de 1 t/h exige cerca de 1000 kVA de capacidade de transformador. •Funde qualquer tipo de sucata.
  • 33. PROCESSO DUPLEX • Consiste na combinação de dois processos, como por exemplo conversor Bessemer ácido e Siemens – Martin básico. • No Bessemer, o ferro gusa proveniente do alto forno, é inteiramente oxidado, de modo a reduzir ao mínimo os teores de silício e manganês e oxidar grande parte do carbono. • A seguir, o material é transferido ao forno Siemens – Martin básico onde o restante do carbono e fósforo são oxidados. O aço é então acabado, recarbonetado e recebe as adições finais de ferros – ligas.
  • 34. AÇOS –LIGAS • Aços que sofreram adição de outros elementos, tais como, Al, Ni, Cr, Mo, V, Cu, Co, W, com o objetivo de melhorar suas propriedades mecânicas.
  • 35. VANTAGENS DOS AÇOS LIGAS • Melhor usinabilidade • Melhor temperabilidade • Melhor capacidade de corte • Melhor resistência ao desgaste • Melhor resistência à corrosão
  • 37. TABELA AÇOS - LIGAS
  • 38. OBTENÇÃO DO FERRO FUNDIDO • O ferro fundido é obtido diminuindo-se a porcentagem de carbono do ferro gusa. • É portanto um ferro de segunda fusão. • A fusão do ferro gusa, para a obtenção do ferro fundido, é feita em fornos apropriados sendo o mais comum, o forno “Cubilô”.
  • 39. OBTENÇÃO DO FERRO FUNDIDO •FORNO CUBILÔ • O seu diâmetro interno pode chegar a 1,80 m e a altura e a altura superar a 15 metros. • Sua capacidade de fusão varia de 1 t /h até cerca de 50 t /h. • A carga é composta de metal, combustível ( carvão coque) e uma substância fundente (para facilitar a separação das impurezas do metal e do carvão e formar escória) • A composição da carga depende da experiência. FORNO CUBILÔ
  • 40. FORNO CUBILÔ Para a produção de ferro fundido com a seguinte composição: A carga total do cubilô é a seguinte:
  • 41. FERROS FUNDIDOS • São considerados os seguintes tipos de ferros fundidos: • Ferro fundido branco • Ferro fundido cinzento • Ferro maleável • Ferro nodular
  • 42. FERRO FUNDIDO BRANCO • Propriedades : elevadas dureza e resistência ao desgaste, difícil usinabilidade. • Suas aplicações: revestimento de moinhos, bolas para moinhos de bola, cilindros de laminação para borracha, vidro, linóleo, plásticos e metais, rodas de vagões, peças empregadas em equipamento para britamento de minérios, moagem de cimento etc.
  • 43. FERRO FUNDIDO CINZENTO • Propriedades :Pela sua fácil fusão e moldagem, excelente usinabilidade, resistência mecânica satisfatória, boa resistência ao desgaste e boa capacidade de amortecimento, é dentre os ferros fundidos, a mais usada. • Aplicações: bases de máquinas, carcaças metálicas, barramentos, cabeçotes, mesas de máquinas operatrizes, engrenagens, virabrequins, bases pesadas e colunas de máquinas, buchas grandes, blocos de motor, anéis de pistão, produtos sanitários, tampas de poços de inspeção, tubos, conexões, carcaças de compressores, rotores, pistões hidráulicos, engrenagens, eixos de comando de válvulas
  • 44. FERRO MALEÁVEL • Resulta de um ferro fundido branco, o qual é sujeito a um tratamento térmico especial de longa duração chamado “maleabilização”. É considerado um material intermediário entre o aço e o ferro fundido cinzento. • Propriedades: ductilidade e tenacidade, resistência a tração, resistência a fadiga, resistência ao desgaste e usinabilidade. • Aplicações: conexões para tubulações hidráulicas, conexões em linhas de transmissão elétrica, correntes, suportes de molas, caixas de direção e de diferencial, cubos de rodas, sapatas de freios, pedais de freio e de embreagem, colares de tratores, caixas de engrenagens etc.
  • 45. FERRO NODULAR • Propriedades :Também chamado de ferro fundido dúctil e caracteriza-se por excelente resistência mecânica, tenacidade e ductilidade • Os processos de nodulização desses materias consiste na adição, no metal fundido, de determinadas ligas contendo magnésio, cério, cálcio, lítio, sódio ou bário. • Aplicações: peças sujeitas a pressão, como compressores, lingueteiras e bielas e outros tipos de peças que exijam maior resistência ao choque, como virabrequins, matrizes, mancais, polias, rodas dentadas, engates, sapatas, tambores de freio etc
  • 47. TABELA FERROS FUNDIDOS Tipo C Si Mn P S Cinzento 2,5 - 4,0 % 1,0 - 3,0 % 0,2 - 1,0 % 0,002 - 1,0 % 0,02 - 0,25 % Grafítico compacto 2,5 - 4,0 % 1,0 - 3,0 % 0,2 - 1,0 % 0,01 - 0,1% 0,01 - 0,03 % Dúctil 3,0 - 4,0 % 1,8 - 2,8 % 0,1 - 1,0 % 0,01 - 0,1 % 0,01 - 0,03 % Branco 1,8 - 3,6 % 0,5 - 1,9 % 0,25 - 0,8 % 0,06 - 0,2 % 0,06 - 0,2 % Maleável 2,2 - 2,9% 0,9 - 1,9 % 0,15 - 1,2 % 0,02 - 0,2 % 0,02 - 0,2%
  • 48. METAIS NÃO FERROSOS • Como o próprio nome já diz, são metais que em sua composição química, não existe o elemento ferro. Ou em quantidade desprezível. São os mais comuns: • Cobre (Cu) • Alumínio (Al) • Zinco (Zn) • Chumbo (Pb)
  • 49. PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS METAIS POR QUE ESTUDAR?  A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação, bem como para o projeto e fabricação do componente.  As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável.
  • 50. PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS Resistência Mecânica Dureza Ponto de Fusão Plasticidade Maleabilidade Ductilidade Soldabilidade Tenacidade Resiliência
  • 51. RESISTÊNCIA MECÂNICA Resistência mecânica de uma estrutura é a sua capacidade de suportar as solicitações externas sem que estas venham a lhe causar deformações plásticas (deformações irreversíveis).
  • 52. DUREZA  Capacidade de um material resistir à penetração.  É a resistência à deformação plástica permanente;  É a resistência ao risco ou a capacidade de riscar;  Dureza é a propriedade característica de um material sólido, que expressa sua resistência a deformações permanentes e está diretamente relacionada com a força de ligação dos átomos.
  • 53. PONTO DE FUSÃO Temperatura na qual o metal passa do estado sólido para o estado líquido.
  • 54. PLASTICIDADE Propriedade do material de se deformar de maneira irreversível, quando submetido à solicitações externas.
  • 55. MALEABILIDADE A maleabilidade é uma propriedade que junto a ductilidade apresentam os corpos ao serem moldados por deformação. Um corpo maleável,permite a formação de delgadas lâminas do material sem que este se rompa.
  • 56. DUCTILIDADE Capacidade de um material deformar plasticamente sem sofrer fratura.
  • 57. TENACIDADE Corresponde à capacidade do material de absorver energia até sua ruptura
  • 58. RESILIÊNCIA Corresponde à capacidade do material de absorver energia, quando este é deformado elasticamente. Materiais resilientes são aqueles que têm alto limite de elasticidade e baixo módulo de elasticidade (como os materiais utilizados para molas)
  • 59. SOLDABILIDADE A boa soldabilidade de um aço é associada à pouca transformação da estrutura cristalina na execução da solda
  • 60. COMO DETERMINAR AS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM MATERIAL? São determinadas através de Ensaios Mecânicos, onde são utilizados corpos de prova (amostras do material do produto).  Geralmente, usa-se normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo de prova para garantir que os resultados sejam comparáveis. As normas mais comuns são: ASTM (American Society for Testing and Materials), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
  • 61. ENSAIOS DE TRAÇÃO • Determinação das Propriedades Mecânicas: 1. Resistência; 2. Elasticidade; 3. Rigidez; 4. Ductilidade; 5. Resiliência; 6. Tenacidade;
  • 62. •ENSAIOS DE TRAÇÃO Corpo de prova fixado na máquina de tração Extensômetro estricção
  • 63. •ENSAIO DE TRAÇÃO DE UM AÇO DE BAIXO CARBONO Encruamento LR (Fase Plástica) Estricção (instabilidade) LE ruptura Tenacidade (fratura) Tensão (MPa) Escoamento Fase Elástica : = E  (Lei de Hooke) (E = módulo de elasticidade) Resiliência Deformação (%) ductilidade (alongamento) E médio dos aços = 21.000 kgf/mm2 = 210.000 MPa = 210 GPa
  • 64. •CÁLCULO DA DUCTILIDADE ( DEFORMAÇÃO) PELO ALONGAMENTO “A” A % = comprimento final (lf) – comprimento inicial (l0) comprimento inicial (l0)
  • 66. Descrição do ensaio • O ensaio de dobramento fornece uma indicação qualitativa da ductilidade do material; • Não determina nenhum valor numérico; • Na maioria das vezes a carga não precisa ser medida; • A severidade do processo depende do diâmetro do cutelo; • O dobramento sem cutelo é chamado de dobramento sobre si mesmo; • A analise é feita a olho nu; • O dobramento pode ser realizado em qualquer ponto ou qualquer direção do corpo de prova.
  • 67. Ensaio de Dureza Brinell Consiste em comprimir lentamente, por meio de uma carga P, uma esfera de aço, de diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida ou pelo menos preparada com esmeril fino ou com lima tipo murça, de um corpo de prova ou peça, durante certo intervalo de tempo.
  • 68. REPRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS •HB + diâmetro da esfera + carga + tempo de aplicação da carga •Exemplo: 85 HB 10 / 500 / 30
  • 70. •BIBLIOGRAFIA • Tecnologia Mecânica, Chiaverini 3. • Tecnologia Mecânica, Chiaverini 2. • Engenharia de materiais, Callister. • Curso básico de siderurgia Gerdau. • Google imagens.
  • 71. Fim