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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO PARA O DESEMPENHO
EMPRESARIAL
Planejar é uma das tarefas mais importantes em nossa vida. Saber qual profissão escolher,
onde passar as férias, o que fazer no final de semana, quanto pagar por um vestido, qual
restaurante jantar... o sucesso ou fracasso de cada ação na vida é fundamentalmente baseado
em planejamento, não muito diferente, no mundo corporativo, as empresas num ambiente
extremamente competitivo onde é preciso apresentar respostas rápidas às demandas do
mercado, com preços competitivos e qualidade certificada. Num contexto tão turbulento
como o do século XXI, em que o mercado se encontra numa situação que PETERS (1987)
classificou como caótica, dado o nível de competição entre as empresas, a visão pró-ativa do
executivo que planeja os rumos de sua empresa se torna uma questão fundamental. Afinal, a
falta de direcionamento claro pode induzir a organização a trilhar caminhos obscuros e
danosos, colocando-a em grandes dificuldades, ou até mesmo lavá-la à falência, fato que
impulsionam as empresas cada dia mais a elevação de seus níveis de profissionalismo e
produtividade, colocando os gestores incansavelmente a procura de alternativas para superar
os desafios encontrados dia a dia.
O planejamento se faz necessário em todas as atividades da empresa, mas principalmente nas
atividades da área financeira, uma gestão financeira eficaz tornou-se atualmente um fator
crítico de sucesso. Inicialmente é preciso entender o que significa gestão, para permitir o seu
correto emprego no contexto do planejamento. O termo Gestão deriva do latim gestone, que
significa gerir, gerencia, administração. Para Perez Junior, Pestana e Franco (1995, p. 12):
“Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado
objetivo.
HALLORAN (1994, p. 22), sobre o planejamento financeiro, presume a sua elaboração e
resume: “embora as projeções financeiras sejam apenas uma estimativa, elas tornam-se mais
concretas à medida que você colhe um numero maior de informações”. Tal estimativa,
segundo ZDANOWICZ (1998, p. 22), leva a projeção financeira ser procedida de atitudes dentro
da empresa: Projeção para o futuro – a apresentação do orçamento determinará as novas
condições de trabalho como as estimativas: das vendas, dos custos de aquisições de matéria
prima, das contratações de mão de obra, dos demais custos indiretos de fabricação e das
despesas operacionais da empresa. Desta forma, a projeção para o devera especificar o quanto
e quando as atividades deverão concretizar-se, considerando, em parte, o presente para
projetar o futuro [...]. ROSS et al. (1995:522) afirmam: “O planejamento financeiro determina
as diretrizes de mudança numa empresa. É necessário porque (1) faz com que sejam
estabelecidas as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de referência
para a avaliação de desempenho, (2) as decisões de investimento e financiamento da empresa
não são independentes, sendo necessário identificar sua interação, e (3) num mundo incerto a
empresa deve esperar mudanças de condições, bem como surpresas.”
Nesse contexto, planejamento financeiro é o processo formal que conduz a administração da
empresa a acompanhar as diretrizes de mudanças e a rever, quando necessário, as metas já
estabelecidas. Assim, poderá a administração visualizar com antecedência as possibilidades de
investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário
manter em caixa, visando seu crescimento e sua rentabilidade. GITMAN (1987:250) afirma: “Os
planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além
disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da
empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho
contra o qual é possível avaliar os eventos reais.”
Orçamento é uma ferramenta de gestão que explicita as intenções da empresa em termos
financeiros. O orçamento é uma ferramenta adotada para o controle de suas finanças, sendo
que contempla duas das funções básicas propostas por TAYLOR (1978): o planejamento e o
controle. HORNGREN (2000, p. 125) define orçamento como “expressão quantitativa de um
plano de ação futuro da organização para um determinado período”. MEYER apud TUNG
(1975) define de forma mais detalhada, descrevendo o orçamento da seguinte forma: [...] A
gestão orçamentária se apóia em previsões, função das condições internas e externas da
empresa. A partir dessas previsões, os responsáveis pela empresa recebem atribuições –
programadas e meios – para um período limitado em valor e quantidade. Em períodos
regulares, é efetuados um confronto entre esses orçamentos e as realizações, a fim de realças
as diferenças que se verificarem. A explicação e a exploração dessas defasagens constituem o
controle. (MEYER apud TUNG 1975, p. 22). “O sucesso e a solvência de uma empresa não
podem ser garantidos meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das vendas. “A crise
de liquidez”, isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras sempre põe em perigo
uma companhia.” GROPELLI e NIKBAKHT (1998:365).
Neste contexto, o fluxo de caixa tem-se apresentado como uma das ferramentas mais eficazes
na gestão financeira das empresas, como afirma ZDANOWICZ (1998:19): “O fluxo de caixa é o
instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e
controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período.” O fluxo de
caixa possibilita ao gestor programar e acompanhar as entradas (recebimentos) e as saídas
(pagamentos) de recursos financeiros, de forma que a empresa possa operar de acordo com os
objetivos e as metas determinadas, a curto e a longo prazos. A curto prazo para gerenciar o
capital de giro e a longo prazo para fins de investimentos.
Na visão de WELSCH (1996:255-256), o planejamento e o controle de disponibilidades
normalmente devem estar relacionados a três dimensões temporais diferentes: 1)
Planejamento a longo prazo quando a ocorrência de fluxos corresponde às dimensões dos
projetos de investimento e à dimensão temporal do plano de resultados a longo prazo
(geralmente de cinco anos). 2) Planejamento a curto prazo quando a ocorrência de fluxos está
enquadrada no plano anual de resultados. 3) Planejamento operacional, em que as entradas e
saídas de caixa são projetadas para o mês, a semana ou o dia seguinte.
O planejamento financeiro a longo prazo busca conhecer antecipadamente o impacto da
implementação de ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, indicando ao
gestor se haverá excesso ou insuficiência de recursos financeiros. O planejamento financeiro a
curto prazo reflete a preocupação de estimar detalhadamente as entradas e saídas de dinheiro
geradas pela própria atividade da empresa. E o planejamento operacional destina-se ao
controle preciso das disponibilidades, a fim de minimizar os encargos financeiros dos
empréstimos e maximizar os rendimentos das aplicações dos excessos.
Sendo assim, o Planejamento Financeiro torna-se uma ferramenta importante para quantificar
em termos financeiros os anseios declarados no planejamento estratégico, nos planos táticos e
operacionais.
Nota-se que o planejamento financeiro, além de indicar caminhos que levam a alcançar os
objetivos da empresa, tanto a curto como a longo prazo, cria mecanismos de controle que
envolvem todas as suas atividades operacionais e não-operacionais. O planejamento e o
controle orçamentário, quando realizado juntamente com o controle financeiro, possibilitam
mudanças táticas rápidas para tratar de eventos estranhos ao processo administrativo, os
quais colocam em risco o alcance das metas estabelecidas. Aumentos inesperados no índice de
inadimplência no recebimento de créditos ou dificuldades na obtenção de recursos de
terceiros são rapidamente identificados. Com um controle financeiro eficaz, a empresa poderá
sempre adotar uma postura proativa em relação a tais eventos. Para WELSCH (1996, p. 41)
controle “é simplesmente a ação necessária para verificar se os objetivos, planos, políticas e
padrões estão sendo atendidos”.
A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sustentada e orientada por um planejamento
de suas disponibilidades. Para isso o gestor precisa de instrumentos confiáveis que o auxiliem a
otimizar os rendimentos dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades futuras de
financiamentos, para que possa tomar decisões certas e oportunas. A sobrevivência e o
crescimento da empresa são conseqüências de um planejamento que envolve volume de
vendas com margens de lucros que remunerem de forma satisfatória o capital investido e um
plano de recebimentos e pagamentos intercalados com boa margem de segurança do primeiro
para o segundo, garantindo assim a viabilidade e a permanência da empresa no mercado.
A gestão financeira necessariamente passa pela elaboração de seu planejamento, que muitas
vezes existe informalmente dentro da cabeça do pequeno e médio empresário, ou na intuição
da experiência.
Henrique Ronne Grodiski
h.grodiski@hotmail.com
Referências Bibliográficas
FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
HALLORAN, J. W. Porque os Empreendedores Falham. Tradução Kátia Aparecida Roque. São
Paulo: Makron Books, 1994.
ZDANOWICZ, J. E. Planejamento Financeiro e Orçamento. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto,
1998
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFRFE, J.F. Administração Financeira. Tradução por Antonio
Zorato Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1995.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1987
TAYLOR, Frederick W. Princípios de Administração Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1978
HORNGREN, Charles T. Contabilidade de Custos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
TUNG, Nguyen H. Orçamento Empresarial no Brasil: para empresas industriais e comerciais. 1.
ed. São Paulo: Edições Universidade Empresa, 1975.
GROPPELLI, A. A. e NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. Tradução de André Olimpio
Mosselman Du Chenoy Castro. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
WELSCH, Glenn Albert. Orçamento empresarial. Tradução e adaptação à terminologia contábil
brasileira de Antônio Zoratto Sanvicente. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

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  • 1. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO PARA O DESEMPENHO EMPRESARIAL Planejar é uma das tarefas mais importantes em nossa vida. Saber qual profissão escolher, onde passar as férias, o que fazer no final de semana, quanto pagar por um vestido, qual restaurante jantar... o sucesso ou fracasso de cada ação na vida é fundamentalmente baseado em planejamento, não muito diferente, no mundo corporativo, as empresas num ambiente extremamente competitivo onde é preciso apresentar respostas rápidas às demandas do mercado, com preços competitivos e qualidade certificada. Num contexto tão turbulento como o do século XXI, em que o mercado se encontra numa situação que PETERS (1987) classificou como caótica, dado o nível de competição entre as empresas, a visão pró-ativa do executivo que planeja os rumos de sua empresa se torna uma questão fundamental. Afinal, a falta de direcionamento claro pode induzir a organização a trilhar caminhos obscuros e danosos, colocando-a em grandes dificuldades, ou até mesmo lavá-la à falência, fato que impulsionam as empresas cada dia mais a elevação de seus níveis de profissionalismo e produtividade, colocando os gestores incansavelmente a procura de alternativas para superar os desafios encontrados dia a dia. O planejamento se faz necessário em todas as atividades da empresa, mas principalmente nas atividades da área financeira, uma gestão financeira eficaz tornou-se atualmente um fator crítico de sucesso. Inicialmente é preciso entender o que significa gestão, para permitir o seu correto emprego no contexto do planejamento. O termo Gestão deriva do latim gestone, que significa gerir, gerencia, administração. Para Perez Junior, Pestana e Franco (1995, p. 12): “Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo. HALLORAN (1994, p. 22), sobre o planejamento financeiro, presume a sua elaboração e resume: “embora as projeções financeiras sejam apenas uma estimativa, elas tornam-se mais concretas à medida que você colhe um numero maior de informações”. Tal estimativa, segundo ZDANOWICZ (1998, p. 22), leva a projeção financeira ser procedida de atitudes dentro da empresa: Projeção para o futuro – a apresentação do orçamento determinará as novas condições de trabalho como as estimativas: das vendas, dos custos de aquisições de matéria prima, das contratações de mão de obra, dos demais custos indiretos de fabricação e das despesas operacionais da empresa. Desta forma, a projeção para o devera especificar o quanto e quando as atividades deverão concretizar-se, considerando, em parte, o presente para projetar o futuro [...]. ROSS et al. (1995:522) afirmam: “O planejamento financeiro determina as diretrizes de mudança numa empresa. É necessário porque (1) faz com que sejam estabelecidas as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de referência para a avaliação de desempenho, (2) as decisões de investimento e financiamento da empresa não são independentes, sendo necessário identificar sua interação, e (3) num mundo incerto a empresa deve esperar mudanças de condições, bem como surpresas.” Nesse contexto, planejamento financeiro é o processo formal que conduz a administração da empresa a acompanhar as diretrizes de mudanças e a rever, quando necessário, as metas já estabelecidas. Assim, poderá a administração visualizar com antecedência as possibilidades de
  • 2. investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário manter em caixa, visando seu crescimento e sua rentabilidade. GITMAN (1987:250) afirma: “Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais.” Orçamento é uma ferramenta de gestão que explicita as intenções da empresa em termos financeiros. O orçamento é uma ferramenta adotada para o controle de suas finanças, sendo que contempla duas das funções básicas propostas por TAYLOR (1978): o planejamento e o controle. HORNGREN (2000, p. 125) define orçamento como “expressão quantitativa de um plano de ação futuro da organização para um determinado período”. MEYER apud TUNG (1975) define de forma mais detalhada, descrevendo o orçamento da seguinte forma: [...] A gestão orçamentária se apóia em previsões, função das condições internas e externas da empresa. A partir dessas previsões, os responsáveis pela empresa recebem atribuições – programadas e meios – para um período limitado em valor e quantidade. Em períodos regulares, é efetuados um confronto entre esses orçamentos e as realizações, a fim de realças as diferenças que se verificarem. A explicação e a exploração dessas defasagens constituem o controle. (MEYER apud TUNG 1975, p. 22). “O sucesso e a solvência de uma empresa não podem ser garantidos meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das vendas. “A crise de liquidez”, isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras sempre põe em perigo uma companhia.” GROPELLI e NIKBAKHT (1998:365). Neste contexto, o fluxo de caixa tem-se apresentado como uma das ferramentas mais eficazes na gestão financeira das empresas, como afirma ZDANOWICZ (1998:19): “O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período.” O fluxo de caixa possibilita ao gestor programar e acompanhar as entradas (recebimentos) e as saídas (pagamentos) de recursos financeiros, de forma que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas determinadas, a curto e a longo prazos. A curto prazo para gerenciar o capital de giro e a longo prazo para fins de investimentos. Na visão de WELSCH (1996:255-256), o planejamento e o controle de disponibilidades normalmente devem estar relacionados a três dimensões temporais diferentes: 1) Planejamento a longo prazo quando a ocorrência de fluxos corresponde às dimensões dos projetos de investimento e à dimensão temporal do plano de resultados a longo prazo (geralmente de cinco anos). 2) Planejamento a curto prazo quando a ocorrência de fluxos está enquadrada no plano anual de resultados. 3) Planejamento operacional, em que as entradas e saídas de caixa são projetadas para o mês, a semana ou o dia seguinte. O planejamento financeiro a longo prazo busca conhecer antecipadamente o impacto da implementação de ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, indicando ao gestor se haverá excesso ou insuficiência de recursos financeiros. O planejamento financeiro a curto prazo reflete a preocupação de estimar detalhadamente as entradas e saídas de dinheiro geradas pela própria atividade da empresa. E o planejamento operacional destina-se ao
  • 3. controle preciso das disponibilidades, a fim de minimizar os encargos financeiros dos empréstimos e maximizar os rendimentos das aplicações dos excessos. Sendo assim, o Planejamento Financeiro torna-se uma ferramenta importante para quantificar em termos financeiros os anseios declarados no planejamento estratégico, nos planos táticos e operacionais. Nota-se que o planejamento financeiro, além de indicar caminhos que levam a alcançar os objetivos da empresa, tanto a curto como a longo prazo, cria mecanismos de controle que envolvem todas as suas atividades operacionais e não-operacionais. O planejamento e o controle orçamentário, quando realizado juntamente com o controle financeiro, possibilitam mudanças táticas rápidas para tratar de eventos estranhos ao processo administrativo, os quais colocam em risco o alcance das metas estabelecidas. Aumentos inesperados no índice de inadimplência no recebimento de créditos ou dificuldades na obtenção de recursos de terceiros são rapidamente identificados. Com um controle financeiro eficaz, a empresa poderá sempre adotar uma postura proativa em relação a tais eventos. Para WELSCH (1996, p. 41) controle “é simplesmente a ação necessária para verificar se os objetivos, planos, políticas e padrões estão sendo atendidos”. A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sustentada e orientada por um planejamento de suas disponibilidades. Para isso o gestor precisa de instrumentos confiáveis que o auxiliem a otimizar os rendimentos dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades futuras de financiamentos, para que possa tomar decisões certas e oportunas. A sobrevivência e o crescimento da empresa são conseqüências de um planejamento que envolve volume de vendas com margens de lucros que remunerem de forma satisfatória o capital investido e um plano de recebimentos e pagamentos intercalados com boa margem de segurança do primeiro para o segundo, garantindo assim a viabilidade e a permanência da empresa no mercado. A gestão financeira necessariamente passa pela elaboração de seu planejamento, que muitas vezes existe informalmente dentro da cabeça do pequeno e médio empresário, ou na intuição da experiência. Henrique Ronne Grodiski h.grodiski@hotmail.com Referências Bibliográficas FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. HALLORAN, J. W. Porque os Empreendedores Falham. Tradução Kátia Aparecida Roque. São Paulo: Makron Books, 1994. ZDANOWICZ, J. E. Planejamento Financeiro e Orçamento. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998 ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFRFE, J.F. Administração Financeira. Tradução por Antonio
  • 4. Zorato Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1995. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1987 TAYLOR, Frederick W. Princípios de Administração Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1978 HORNGREN, Charles T. Contabilidade de Custos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. TUNG, Nguyen H. Orçamento Empresarial no Brasil: para empresas industriais e comerciais. 1. ed. São Paulo: Edições Universidade Empresa, 1975. GROPPELLI, A. A. e NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. Tradução de André Olimpio Mosselman Du Chenoy Castro. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. WELSCH, Glenn Albert. Orçamento empresarial. Tradução e adaptação à terminologia contábil brasileira de Antônio Zoratto Sanvicente. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.