O documento discute a psicologia organizacional e do trabalho. Apresenta a história da psicologia organizacional, suas principais áreas e aplicações no ambiente de trabalho, além de abordar conceitos como revolução industrial, sistema capitalista e teoria marxista sobre trabalho e exploração do proletariado.
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Psicologia Organizacional
1. Psicologia Organizacional
e do Trabalho
PSICÓLOGA: ALESSANDRA GONÇALVES
ESPECIALISTA EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
PSICÓLOGA ESCOLAR E ORGANIZACIONAL
2. Psicologia Organizacional
A psicologia organizacional foi solidificada no século XX com raízes no fim do século XIX, e
existe praticamente desde o início do campo da psicologia. Os primeiros psicólogos a se
envolverem na psicologia organizacional foram psicólogos experimentais interessados na
aplicação dos novos princípios da psicologia a problemas nas organizações. Os primeiros
trabalhos nos Estados Unidos se concentraram em questões de desempenho no trabalho e
eficiência organizacional e, no Reino Unido, em questões relativas à fadiga e à saúde do
funcionário (Kreis, 1995). À medida que o campo se desenvolveu, na primeira metade do
século, ele se expandiu para as áreas atuais.
3. A psicologia organizacional é uma empolgante nova área que vem crescendo
sem parar nos Estados Unidos e em todo o mundo industrializado ao longo de
seus quase cem anos de história. Com efeito, em 2010, o Departamento do
Trabalho dos Estados Unidos incluiu a psicologia organizacional na lista das 25
ocupações de crescimento mais rápido. O que começou como uma minúscula
sub especialidade da psicologia, que só alguns psicólogos e professores
conheciam, cresceu para se tornar uma das mais importantes especialidades da
psicologia ao redor do mundo. Toda essa atenção se deve a dois fatores.
4. A psicologia organizacional se volta ao ambiente de trabalho, de forma que seus
conceitos e princípios são relevantes a qualquer pessoa que tenha um trabalho.
Em segundo lugar, a psicologia organizacional desenvolveu métodos
comprovados e valorizados pelas organizações. Estas muitas vezes recorrem
aos psicólogos organizacionais para ajudar a desenvolver uma força de trabalho
mais eficiente e saudável.
5. O campo da psicologia organizacional tem uma natureza ambígua. Em primeiro
lugar, trata-se da ciência das pessoas no trabalho, um aspecto que vincula à
psicologia organizacional outras áreas da psicologia, como a cognitiva e a social.
Em segundo lugar, a psicologia organizacional é a aplicação de princípios
psicológicos dos ambientes organizacionais e de trabalho. Não existe outra área
da psicologia na qual seja possível encontrar uma maior correspondência entre
aplicação e ciência, fazendo da psicologia organizacional um bom exemplo de
como a sociedade pode se beneficiar do estudo da psicologia.
6. O que é a Psicologia Organizacional?
A psicologia é a ciência do comportamento humano (e não humano), da
cognição, da emoção e da motivação e pode ser subdividida em muitas
diferentes especializações, algumas das quais se ocupam principalmente da
ciência psicológica (psicologia experimental) e outras se concentram tanto na
ciência psicológica quanto na aplicação dessa ciência a problemas do mundo
real fora do âmbito da pesquisa. A psicologia organizacional (juntamente com a
psicologia clínica) se enquadra na segunda categoria, por se ocupar tanto da
ciência psicológica quanto de sua aplicação. (ZANELLI, ANDRADE E BASTOS,
2014)
7. O campo da psicologia organizacional contém duas principais divisões: o lado
industrial (ou do pessoal) e o lado organizacional. Apesar de os conteúdos
das duas principais divisões se sobreporem e não poderem ser facilmente
separados, cada uma delas é proveniente de tradições diferentes na história
dessa área de conhecimento.
8. O lado industrial:
originalmente o campo era
chamado de psicologia
industrial – constitui sua
ramificação mais antiga e
tende a assumir uma
perspectiva administrativa da
eficiência organizacional por
meio da utilização
apropriada dos recursos
humanos, ou pessoas.
Ele se ocupa a questões relativa à
eficiência no planejamento do
trabalho, seleção, treinamento e
avaliação de desempenho dos
colaboradores.
9. Já o lado organizacional dessa área de conhecimento se desenvolveu a partir do
movimento de relações humanas nas organizações, voltando-se à compreensão
do comportamento dos funcionários e à melhoria de seu bem-estar no ambiente
de trabalho. Os tópicos organizacionais incluem atitudes e comportamento do
funcionário, estresse no trabalho e práticas de supervisão.
10. Os principais tópicos dessa área de conhecimento, contudo, não podem ser
facilmente caracterizados como estritamente industriais ou organizacionais.
A motivação, por exemplo, é relevante tanto para o lado industrial, que inclui a
eficiência e o desempenho do funcionário, quanto para o lado organizacional, que se
ocupa da felicidade e do bem-estar dos funcionários, além da compreensão do
comportamento humano nos ambientes organizacionais.
Apesar de as áreas industrial e organizacional nem sempre serem claramente
distinguíveis, juntas elas sugerem a ampla natureza da psicologia organizacional.
11. Os psicólogos organizacionais têm diferentes funções em uma ampla variedade
de áreas de atuação. Costumamos dividir a atuação da psicologia organizacional
em profissionais voltados à prática e profissionais voltados à pesquisa científica.
As atividades práticas envolvem a utilização de princípios psicológicos para
solucionar problemas do mundo real, como estresse excessivo no trabalho ou
desempenho insatisfatório.
12. A pesquisa proporciona princípios que podem ser aplicados na prática. Tanto a
prática quanto a pesquisa são igualmente importantes no campo da psicologia
organizacional. Um importante objetivo dessa área é ajudar a melhorar a eficácia
das organizações. Para tanto, os psicólogos devem realizar pesquisas para
fundamentar a prática.
Alguns psicólogos estudam o comportamento no trabalho só para descobrir por
que as pessoas fazem o que fazem no trabalho. Como ocorre com todas as
formas de pesquisa básica, muitas vezes os resultados dessas atividades podem
ser aplicados a importantes problemas humanos.
Ex: como a procrastinação pode ser produtiva no ambiente de trabalho?
13. Psicologia na Organização
O principal foco da atuação na prática, contudo, é a aplicação das descobertas e
princípios do campo da psicologia organizacional. A lista a seguir relaciona as
atividades dos psicólogos organizacionais de atuação prática.
14. Analisar a natureza do trabalho (análise do trabalho);
Conduzir análises para encontrar a solução para um problema organizacional;
Conduzir levantamentos para se informar sobre os sentimentos opiniões dos funcionários;
Projetar um sistema de avaliação do desempenho de funcionários;
Projetar um sistema de seleção de funcionários;
Projetar um programa de treinamento;
Desenvolver testes psicológicos;
Avaliar a eficácia de uma atividade ou prática, como um programa de treinamento;
Implementar uma mudança organizacional, como um novo sistema de remuneração para funcionários
de bom desempenho.
15. Grande parte dos esforços dos psicólogos organizacionais se direciona à
melhoria da eficácia e do funcionamento das organizações. Isso é feito se
concentrando em diversos aspectos, inclusive a seleção de pessoas mais
capazes, o treinamento de pessoas para realizar melhor o trabalho, o design de
funções de trabalho que podem ser realizadas com mais eficácia e o
desenvolvimento das organizações para melhorar seu funcionamento.
Desenvolvimento de competências Socioemocionais
16. Psicologia Organizacional como
profissão
A psicologia organizacional é uma profissão que, em muitos aspectos, se
assemelha à Contabilidade ou ao Direito, por exemplo. Em alguns países, exige-
se que os psicólogos organizacionais sejam credenciados, mas, na maioria,
só os psicólogos clínicos precisam ser credenciados. Muitos psicólogos
organizacionais trabalham para empresas de consultoria que prestam serviços a
organizações-clientes e esses serviços são prestados de maneira similar a uma
empresa de contabilidade ou de advocacia.
17. Os psicólogos organizacionais pertencem a várias sociedades
profissionais/científicas. Nos Estados Unidos, há várias especializações com
sociedades nacionais e regionais, como a Society for Industrial and
Organizational Psychology (SIOP), uma divisão da American Psychological
Association (APA) e que constitui a maior organização nos Estados Unidos
composta exclusivamente de psicólogos organizacionais. Ela possui mais de
8.200 membros, com cerca de 48% compostos de estudantes. Apesar de a
SIOP ser uma associação americana, ela está se internacionalizando
rapidamente, com aproximadamente 12% de seus membros provenientes de
outros países, o que representa o dobro em relação ao número de associados
internacionais nos quatro últimos anos.
18. A Psicologia Organizacional como
ciência
A pesquisa é uma das principais atividades dos psicólogos organizacionais,
podendo desenvolver novos métodos e procedimentos para atividades como
seleção e treinamento de funcionários. Muitas vezes esse tipo de pesquisa é
conduzido para uma organização específica para resolver um problema em
particular – por exemplo, para uma empresa que tem um alto índice de
rotatividade (abandono) de funcionários. Outras pesquisas se concentram em
compreender algum fenômeno organizacional, como a causa de furtos por parte
dos funcionários ou o efeito das atitudes no trabalho. As conclusões desses tipos
de pesquisa são apresentadas em conferências dos profissionais da área e
publicados em periódicos científicos.
19. Os pesquisadores da psicologia organizacional, cuja maioria também leciona em
universidades, submetem artigos para a possível publicação nesses periódicos,
que são enviados a especialistas para uma análise crítica. Os artigos são
revisados pelos autores com base nas críticas recebidas e muitas vezes
passam por várias rodadas de revisões e novas submissões são necessárias
antes de o artigo ser aceito para publicação. Apenas 10% a 20% dos artigos
submetidos que sobrevivem ao rigoroso processo de avaliação por especialistas
são aceitos nas melhores publicações. A avaliação por especialistas ajuda a
manter os altos padrões dos artigos publicados, de forma que só as melhores
pesquisas são divulgadas.
20. Trabalho X Emprego
O que é trabalho?
O que é emprego?
São Sinônimos?
Trabalho é o objeto de múltipla e ambígua atribuição de sentido e/ou
significado
Emprego em suma significa o esforço em troca de moeda
21. Revolução Industrial
Conjunto de transformações técnicas, econômicas e sociais
caracterizada pela substituição da força física pela mecânica, da
ferramenta pela máquina e da manufatura pela fábrica;
Início século XVIII;
Evolução tecnológica;
impacto social;
22. Para tornar as produções mais rápidas e lucrativas os burgueses reuniam
os artesões em galpões com ferramentas necessárias e um salário fixo;
Surgimento das primeiras manufaturas- as primeiras unidades de
produção capitalista, antecessoras à fabrica moderna;
Muitos trabalhavam mais de 12h diárias, preferencialmente mulheres e
crianças;
23.
24.
25. Condições de trabalhos precárias, não podiam sentar;
As horas de trabalho eram quase ininterruptas;
Exploração do trabalho infantil;
26. Sistema Capitalista
Mito de Sísifo em comparação ao trabalho dos operários (Trabalho inútil);
O Capitalismo mudou a forma de trabalho (grandes fábricas);
Dois lado: O dono do capital e os detentores da força de trabalho;
O empregado como mercadoria para o capital (contrato de trabalho)
27. Marx e o Capitalismo
O lado industrial (capital) que tem os meios de produção
e o proletariado que não possuem meios de produção
De acordo com a teoria marxista, por não deter os meios de produção, o
proletário é levado a vender sua força de trabalho ao capitalista, para
poder garantir sua subsistência. Dessa maneira, a própria força de
trabalho/mão de obra torna-se uma mercadoria, à medida que será
vendida em troca de dinheiro (salário)
28. Se antes do sistema capitalista cada pessoa produzia para suprir suas
próprias necessidades, com a implementação desse sistema a produção
passa a ser voltada para a lógica do lucro
Esse processo é descrito por Marx por meio da equação D – M –
D’ (Dinheiro [D] é utilizado para produzir uma mercadoria [M], que será
vendida em troca de mais dinheiro [D’]). Essa equação representa a
lógica capitalista de produção para acumulação de capital
29. Outro aspecto importante do sistema capitalista, de acordo com a teoria
marxista, é a alienação. Por alienação, Marx refere-se ao afastamento
do trabalhador do produto final de seu trabalho. Antes do sistema
capitalista, as pessoas produziam para si mesmas, não para um patrão, e
eram responsáveis pela produção integral do bem (um artesão, por
exemplo, era responsável pela produção de um móvel inteiro). No
sistema capitalista, no entanto, o trabalho é dividido ao longo de uma
cadeia de produção e os proletários participam apenas de uma parte
da construção ou montagem, sem ter conhecimento do produto
completo. Esse afastamento do trabalhador do produto final é essencial
para a exploração de mais-valia, como veremos a seguir.
30. Marx e o Capitalismo
Karl Marx x foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista,
e revolucionário socialista alemão. Nascido em Tréveris, Prússia, Marx estudou direito e
filosofia nas universidades de Bona e Berlim.
A teoria Marxista consiste em uma interpretação política, econômica e social do sistema
capitalista;
A mais valia é o conceito central da teoria Marxista consiste na interpretação marxista
de lucro, e é a base de como essa corrente entende o funcionamento do sistema
capitalista. É a partir da ideia de mais-valia que surge o argumento da luta de classes,
que está na raiz dos ideais socialistas
31. Aumento da Jornada de trabalho
Inserção de maquinas pesadas para a massificação de mercadorias
Aumento da manufatura industrial
Adaptação de um novo modelo de trabalho
Inicio dos prejuízos a saúde mental e relações interpessoais (mudança
nas organizações)
32. Divisão e linha de trabalho (modelos
de produção industrial)
Os capitalistas perceberam que a produtividade seria maior se cada
artesão fosse responsável por uma linha de produção ao invés do bem
como um todo;
A partir do processo de disputa capitalista entre as empresas foi dado
início a várias formas de produção do trabalho, visando somente a
maximização dos lucros capitalistas e redução de custos de produção;
33. Modelos produtivos
Taylorismo: divisão de trabalho e especialização do operário em única
tarefa
Fordismo: junção do modelo Taylorista e facilidade das maquinas;
Toyotismo: modelo just in time, ou seja, a produção estava em sintonia
com a entrada da matéria-prima e o consumo do mercado
34. Taylorismo (Frederick Winslow Taylor)
Especialização em uma só área, ex: uma fabrica de sapatos;
Modelo mecanizado de trabalho;
O conhecimento de todo processo de produção era somente do
gerente, para fins de fiscalização dos outros operários;
Ao passo que o modelo Taylorista aumentava a produção, barateava o
preço dos produtos industrializados e especializava um operário a um
serviço também criava uma alienação mental do empregado, já que
não somente o meio de produção era sistematizado, mas todos os
processos dentro da fábrica, como os horários de trabalho e a cobrança
para produzir mais e mais.
35. Fordismo (Hery Ford)
Criação da esteira rolante como forma de agilizar a linha de produção;
Cada trabalhador ficava restrito a sua linha de produção;
Caracterização do trabalho mecanizado e distanciamento final do
produto;
O fordismo aumentou a fabricação e por sua vez aumentou a suas
vendas : Maior produtividade Maiores salários Maior
consumo.
36. Toyotismo (Taiichi Ohno)
Implementado pela primeira vez na fábrica da Toyota;
Produção do necessário devido a baixa economia da China na década
de 40;
A produção estava em confluência com a movimentação do mercado;
Diminuição do espaço em estoque;
37.
38.
39. “Gestão com pessoas está para além de faze-las alcançar os melhores
resultados... Trata-se, sobretudo, de auxilia-las a reencontrar as razões que as
fazem sorrir”.
Carol Dweck