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Administração(1) livro
Eduardo Carpejani 
Danielle Thaís Barros de Souza 
Administração
C294t Carpejani, Eduardo 
Administração. / Eduardo Carpejani, 
Danielle Thais Barros de Souza. Aracaju: 
UNIT, 2013. 
172. : il. 22 cm. 
Inclui bibliografia. 
1. Teoria geral da administração. 
2. Princípio administração. 3. Teoria 
burocrática. 4. Tipologia da organi-zação. 
5. Enfoque comportamental. I. 
Souza Danielle, Taís Barros de. II. Uni-versidade 
Tiradentes. III. Educação a 
Distância. IV. Título. 
Redação: 
Núcleo de Educação a Distância - Nead 
Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia 
Prédio da Reitoria - Sala 40 
CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE 
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Sumário 
Parte 01: Teorias Pré-Sistemas 
Tema 01- Enfoque Mecanicista . .11 
1.1 Introdução à Teoria Geral da Administração: Princípios 
da Administração e a influência filosófica. . 12 
1.2 Administração Científica: A escola de F.W.Taylor . .20 
1.3 Abordagem Clássica da Administração . 32 
1.4 Abordagem Humanística da Administração. .40 
Tema 02 - Enfoque Organizacional. . 51 
2.1 Teoria Burocrática. . 52 
2.2 Teoria Neoclássica. . .60 
2.3 Tipologias da Organização. . .68 
2.4 Novas Abordagens da Administração . 78 
Parte 02: Teorias Pós-Sistemas 
Tema 03 - Enfoque Comportamental. . 89 
3.1 Abordagem comportamental: Teóricos da Motivação. . .90 
3.2 Abordagem comportamental: Outros teóricos. . 101 
3.3 Processo Decisório . 110 
3.4 Teoria Estruturalista. . 120 
Tema 04 - Enfoque Sistêmico. . 133 
4.1 Teoria de Sistemas. . 134 
4.2 Teoria Contingencial. . 142 
4.3 Abordagens do Desenvolvimento Organizacional . 150 
4.4 Abordagens Emergentes. . 160 
Referências . .169
Administração(1) livro
Concepção da Disciplina 
Ementa 
Enfoque mecanicista: Introdução à Teoria Ge-ral 
da Administração: Princípios da Administração 
e a influência filosófica; Administração Científica: A 
escola de F.W.Taylor; Abordagem Clássica da Ad-ministração; 
Abordagem Humanística da Adminis-tração. 
Enfoque Organizacional: Teoria Burocrática; 
Teoria Neoclássica; Tipologia das Organizações; 
Novas Abordagens da Administração. Enfoque 
Comportamental: Abordagem comportamental e os 
teóricos da Motivação; Abordagem comportamental 
e outros teóricos; Processo Decisório; Teoria Estru-turalista. 
Enfoque Sistêmico: Teoria de Sistemas; 
Teoria Contingencial; Abordagem do Desenvolvi-mento 
Organizacional; Abordagens Emergentes. 
Objetivos 
Geral 
Situar o aluno quanto à origem e ao processo 
evolutivo do pensamento administrativo de modo 
a evidenciar a importância e a utilidade do estudo 
da teoria administrativa. 
Específicos 
• Conhecer os conceitos fundamentais de 
cada teoria, visando à compreensão dos 
fenômenos organizacionais;
• Dominar os fundamentos conceituais da 
teoria administrativa a fim de permitir o 
posterior e constante aperfeiçoamento 
profissional baseado na absorção de tec-nologias 
futuras desenvolvidas na área 
de Administração. 
Orientação para Estudo 
A disciplina propõe orientá-lo em seus pro-cedimentos 
de estudo e na produção de trabalhos 
científicos, possibilitando que você desenvolva em 
seus trabalhos pesquisas, o rigor metodológico e 
o espírito crítico necessários ao estudo. 
Tendo em vista que a experiência de estudar 
a distância é algo novo, é importante que você ob-serve 
algumas orientações: 
• Cuide do seu tempo de estudo! Defina 
um horário regular para acessar todo o 
conteúdo da sua disciplina disponível 
neste material impresso e no Ambiente Vir-tual 
de Aprendizagem (AVA). Organize-se 
de tal forma para que você possa dedicar 
tempo suficiente para leitura e reflexão; 
• Esforce-se para alcançar os objetivos pro-postos 
na disciplina;
• Utilize-se dos recursos técnicos e huma-nos 
que estão ao seu dispor para bus-car 
esclarecimentos e para aprofundar as 
suas reflexões. Estamos nos referindo ao 
contato permanente com o professor e 
com os colegas a partir dos fóruns, chats 
e encontros presenciais, além dos recur-sos 
disponíveis no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem – AVA. 
Para que sua trajetória no curso ocorra de 
forma tranquila, você deve realizar as atividades 
propostas e estar sempre em contato com o profes-sor, 
além de acessar o AVA. 
Para se estudar num curso a distância deve- 
-se ter a clareza de que a área da Educação a Dis-tância 
pauta-se na autonomia, responsabilidade, 
cooperação e colaboração por parte dos envolvi-dos, 
o que requer uma nova postura do aluno e 
uma nova forma de concepção de educação. 
Por isso, você contará com o apoio das equi-pes 
pedagógica e técnica envolvidas na operacio-nalização 
do curso, além dos recursos tecnológicos 
que contribuirão na mediação entre você e o pro-fessor.
Administração(1) livro
Teorias Pré-Sistemas 
Parte 1
Administração(1) livro
1 Enfoque Mecanicista 
As organizações são, sem discussão, o tipo de sistema social 
predominante nas sociedades industriais. No entanto, sua origem nos 
traz a ideia de que antes das organizações, a Administração era vista 
como arte e ciência. Quando usamos a expressão ciência, nos de-paramos 
com o sentido de descrever os fenômenos do mundo real, 
ou seja, referimo-nos à Administração enquanto ciência que busca a 
compreensão das formas de organização social, no tocante às suas 
estruturas e formas de gestão. 
Você, como futuro profissional da área que estuda, estará com-pletamente 
envolvido com uma ciência considerada social e aplicada, 
isto é, com todas as atividades que estão preocupadas em sistema-ticamente 
investigar e explicar aspectos da relação entre o indivíduo 
e a sociedade da qual é integrante. Nesta viagem pela ciência da 
Administração você perceberá a influência sofrida através da filosofia, 
sua origem e evolução, desde seu início na era clássica ao momento 
atual. Boa leitura!
12 Administração 
1.1 Introdução à Teoria Geral da Administração: 
Princípios da Administração e a influência 
filosófica 
A história da Administração se constrói ao lon-go 
da história por meio de indícios de diferentes 
épocas. Neste sentido, apontar onde se originou é 
complexo, pois é possível realizar uma análise desde 
a Idade Média até a Revolução Industrial. O certo 
é que em todos esses momentos históricos houve 
uma relação entre capital, trabalho e comércio. 
Podemos começar mencionando indícios his-tóricos, 
tais como a construção das pirâmides do 
Egito, por volta de 3000 a.C., onde se buscou a 
resolução de problemas relacionados à administra-ção 
de mão de obra e logística. 
Na China, em 2000 a.C. encontramos a inci-dência 
de soluções inovadoras na Administração 
Pública, através de aconselhamentos com asses-sores 
e delegação de poder para resolução de pro-blemas. 
Diante do fato de que a Administração é uma 
área que é constituída de pessoas e voltada a pes-soas, 
ainda na China, Confúcio (500 a.C.) cita que 
a importância das pessoas acontece pelo mérito/ 
conhecimento. Evidenciamos, ainda, as bases da 
burocracia e a construção de uma das maiores ma-ravilhas 
do mundo, a muralha da China. 
Já na Babilônia, 1800 a.C., evidenciamos a 
criação de políticas ou normas, através do código 
de Hamurabi, além da preocupação com a adminis-tração 
das vendas, envolvendo receitas e despesas. 
Seguindo no processo evolutivo da Adminis-tração, 
chegamos à Grécia (500 a.C.), onde consta-tou- 
se a preocupação com a democracia e a ética na
Tema 1 | Enfoque mecanicista 13 
Administração Pública, onde é importante ressaltar 
que diversos filósofos contribuíram para a Adminis-tração. 
Neste sentido, Muniz (2007) ressalta algu-mas 
evidências oriundas da filosofia, dentre elas: 
• Os estudos sobre as habilidades indivi-duais 
aprofundados por Sócrates (469- 
399 a.C.); 
• A relação entre a Administração e as 
questões políticas e sociais elucidadas 
por Platão (429-347 a.C) ao discutir a 
forma como o governo pode agir através 
da democracia, ou seja, seus estudos 
sobre a Administração Pública; 
• A definição das formas de governo ado-tadas, 
dentre elas: Monarquia (onde 
apenas uma pessoa detinha o poder 
de governar uma nação); a aristocracia 
(onde existia a influência da elite na 
Administração Pública e a democracia 
(onde os cidadãos passam a ter direito 
ao voto), foram pensadas por Aristóteles 
(384-322 a.C), servindo de grande con-tribuição 
para o desenvolvimento das 
nações; 
• A criação dos estudos sobre a lógica 
matemática, dando origem aos métodos 
indutivo e experimental elaborados por 
Francis Bacon (1561-1626), os quais con-tribuíram 
para a Administração no sen-tido 
de estudar a razão na tomada de 
decisão gerencial;
14 Administração 
• A criação da teoria do contrato social, 
a qual serviu de base para determinar 
os direitos e deveres das partes interes-sadas 
que entre si passavam a ter um 
objetivo comum, fazendo com que hou-vesse 
um maior controle por parte dos 
interessados na busca pelas eficientes 
tratativas comerciais, foi a contribuição 
de Jean-Jaques Rosseau (1712-1778); 
• A criação do discurso do método, o qual 
foi ponto de partida para os estudos 
matemáticos, os quais contribuíram para 
a Administração no sentido de subsidiar 
o gestor de critérios visando uma toma-da 
de decisão com menor incidência de 
risco. Com isso, René Descartes (1596- 
1650) passou a ser um dos grandes íco-nes 
do desenvolvimento da ciência da 
Administração, contribuindo com a defi-nição 
de alguns princípios, como o a aná-lise, 
a síntese, a enumeração e a dúvida; 
• E os estudos oriundos da economia que 
passavam a influenciar indiretamente as 
Organizações. Neste sentido, a contribui-ção 
de Karl Marx (1818-1883) trouxe a dis-cussão 
sobre as relações econômicas. 
Além das evidências apresentadas pelos di-versos 
filósofos e demais estudiosos da sociedade, 
é possivel citar a grande influência da organização 
militar na Administração. 
Através das iniciativas dos exércitos na busca 
por derrotar o inimigo, encontramos algumas ações 
que apresentavam claramente a incidência do pen-
Tema 1 | Enfoque mecanicista 15 
samento estratégico através do planejamento, da 
organização, da direção e do controle durante uma 
batalha. Assim, podemos relatar algumas evidên-cias 
como: 
• A criação da unidade de comando, dando 
ênfase à hierarquia de poder vertical (de 
cima para baixo) dentro do batalhão; 
• E a definição do princípio da direção, que 
possui a noção clara sobre sua real atri-buição; 
Além disso, podemos também encontrar evi-dências 
de ações que contribuíram para a ciência 
da Administração durante o período das revoluções 
industriais. Quanto a estas, destacamos o período 
de 1780 a 1860, chamado de 1ª Revolução Indus-trial 
ou Revolução do carvão e do ferro, o qual foi 
composto por quatro fases: 
1ª fase: a mecanização da indústria e da agri-cultura; 
2ª fase: aplicação da força motriz à indústria; 
3ª fase: desenvolvimento do sistema fabril; 
4ª fase: aceleramento dos transportes e das 
comunicações.
16 Administração 
Maquina a vapor e caldeira 
A partir do final do século XVIII, com a in-venção 
da máquina a vapor por James Watt (1736- 
1819) e sua posterior aplicação à produção, uma 
nova concepção de trabalho passou gradativamen-te 
a dominar, dando início a um novo sistema de 
produção, com a invenção e o uso de novos instru-mentos, 
processos, novas fontes de energia (o mo-tor 
a vapor e o uso do carvão) e máquinas para fa-bricação. 
Esses novos instrumentos surgiram como 
resultado direto do aumento dos conhecimentos 
durante o período de grande atividade intelectual 
na renascença. 
Neste sentido, do final do século XVIII ao iní-cio 
do século XIX, deu-se início ao período clássico 
da Administração, onde o sistema fabril levou a 
produção domiciliar para as fábricas. Os mestres 
e comerciantes se tornaram empregados do grupo 
emergente de capitalistas e as habilidades dos em-pregados 
foram transferidas para as máquinas e as 
ferramentas recém-desenvolvidas.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 17 
Em seguida, entre 1860 a 1914, surge a 2ª 
Revolução Industrial ou Revolução do aço e da ele-tricidade, 
onde foram considerados como aspectos 
relevantes: 
• O desenvolvimento de um novo processo 
de fabricação de aço; 
• A substituição do vapor pela eletricidade 
e em seguida pelo petróleo; 
• A máquina automática e a ênfase na es-pecialização 
do trabalho; 
• O crescente domínio da ciência sobre a 
indústria; 
• O aperfeiçoamento do dínamo; 
• A invenção do motor de combustão; 
• As discussões sobre o Capitalismo.
18 Administração 
Com o crescimento das empresas de forma 
cada vez mais acelerada e com a necessidade de 
obtenção de melhor aproveitamento das máquinas 
e dos equipamentos, surge o estudo da Adminis-tração 
como uma ciência capaz de proporcionar, 
efetividade, eficácia e eficiência ao setor fabril. 
Foi, portanto, nesse cenário que a Adminis-tração 
passou a melhor se desenvolver, pois se 
rompem os laços com a estrutura coorporativa e 
de poder inerentes à idade média. É nesse período 
que percebemos a transição do tipo de produção 
artesanal para o industrial. 
Indicação de Leitura Complementar 
Caro leitor, para melhor entender a relação entre a 
ciência e a teoria organizacional, leia o capítulo 4 de: 
CARAVANTES, Geraldo R. Teoria geral da adminis-tração: 
pensando e refazendo. 4. ed. Porto Alegre: 
AGE, 2003 
No referido capítulo, você terá a possibilidade de ter 
maior clareza sobre o conceito de organização, além 
do que poderá distinguir entre ciência e teoria. 
Aproveite e leia também o primeiro capítulo do Livro: 
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. VASCONCELOS, 
Isabella Gouveia de. Teoria geral da administração: 
uma introdução. 3. ed. São Paulo: Thomson Lear-ning, 
2006
Tema 1 | Enfoque mecanicista 19 
Para Refletir 
Neste tópico conhecemos os antecedentes histó-ricos 
da Administração e a influência de cada um 
nesta ciência. Além disso, fomos capazes de en-tender 
o real motivo do surgimento das indústrias. 
Neste contexto, discuta com seus colegas o fato 
da Administração ser uma atividade essencialmente 
empírica. Ao administrarmos qualquer coisa, seja 
ela uma empresa, um exército ou nosso próprio 
tempo, estamos procurando formas de interagir 
com a realidade que nos cerca, na busca de deter-minados 
objetivos. 
Para o estudo da Administração, interessa-nos 
prioritariamente a administração de organizações. 
Assim, ao ler o material complementar citado aci-ma, 
reflita sobre o conceito de organização e sua 
relação com a ciência.
20 Administração 
1.2 Administração Científica: A escola de 
F.W.Taylor 
Há vários momentos que relatam indícios da 
origem da Administração, no entanto, parece um 
consenso que os estudos elaborados por Taylor, 
entre o final do século XIX e início do século XX, 
tiveram uma relevante repercussão na sociedade 
capitalista da época. É neste contexto que você irá 
a partir de agora, conhecer todos os antecedentes 
referentes à Administração Científica, seu principal 
expoente, seus precursores e sua relação com os 
dias atuais. 
Frederick Winston Taylor (1856-1915), conheci-do 
como o pai da Administração Científica, começou 
sua carreira na Filadelphia em 1978. Enquanto lá 
trabalhava, ascendeu a diversos cargos até chegar 
a Engenheiro Chefe e responsável pelo gerencia-mento 
de grandes empresas nos Estados Unidos. 
Taylor publicou cinco livros, dentre eles: Prin-cípios 
da Administração Científica (1903) e Gerência 
de Fábrica (1911), que se tornaram muito conheci-dos; 
além de registrar cerca de 50 patentes de in-venções 
sobre máquinas, ferramentas e processos 
de trabalho, fatos que o levaram a ser eleito como 
um dos principais expoentes do pensamento admi-nistrativo 
da época. 
Em sua Teoria da Administração Científica, 
Taylor defende o emprego do método científico 
para resolver problemas da Administração, median-te 
uma abordagem sistêmica. Neste sentido, pode-mos 
apontar como elementos básicos do método 
científico de Taylor os seguintes aspectos. 
Frederick Winston 
Taylor
Tema 1 | Enfoque mecanicista 21 
Conforme Chiavenato (2001, p.65), [...] os ele-mentos 
básicos de seu método de Taylor foram: 
1. Estudo do Trabalho: para Taylor, o traba-lho 
era mais bem executado e com mais 
economia através da divisão e subdivi-são 
de todos os movimentos necessários 
à execução de cada tarefa. Observando 
com muito detalhe a execução do traba-lho 
dos operários, ele viu a possibilidade 
de decompor as tarefas e as operações 
em uma série ordenada de movimentos 
simples, compreendendo o estudo dos 
tempos e movimentos. 
2. Desenho de cargos e tarefas: onde segundo 
ele, a tarefa constitui-se na menor unidade 
possível dentro da divisão do trabalho em 
uma organização. Já o cargo é o conjunto 
de tarefas existentes de forma cíclica ou 
repetitiva. A ênfase sobre as tarefas a se-rem 
executadas levou à simplificação dos 
cargos no intuito de obter o máximo de 
especialização de cada trabalhador. 
Diante disso, a simplificação do desenho dos 
cargos apresenta algumas vantagens, tais como: 
• Quando o funcionário é admitido com a 
mínima qualificação possível, há uma di-minuição 
dos custos da empresa; 
• Possibilidade de diminuição na quantidade 
de treinamentos, consequentemente, redu-zindo 
também os custos em treinamento;
22 Administração 
• Redução de erros no processo produtivo, 
diminuindo desperdícios e refugos; 
• Facilita a supervisão, permitindo maior 
controle em relação aos empregados; 
Por fim, proporciona também um aumento da 
eficiência do trabalhador, permitindo maior produ-tividade 
(CHIAVENATO, 2001, p.65). 
3. Padronização de ferramentas e instrumen-tos: 
busca facilitar a execução do trabalho 
para os operários, com o objetivo de au-mentar 
a produtividade. 
A padronização é uma aplicação de pa-drões 
em uma organização para obter 
uniformidade e redução de custos. 
4. Seleção e treinamento de pessoal visan-do 
à especialização: com isso, pensava- 
-se em enquadrar o operário em uma 
função que ele apresente maior talento, 
podendo assim desenvolver cada vez 
mais sua capacidade, visando também o 
aumento da produtividade; 
5. Supervisão e planejamento: neste contex-to, 
Taylor acreditava que era melhor se-parar 
as pessoas que pensam a empresa 
daquelas que executam o trabalho rotinei-ramente. 
Ele criou o conceito de super-visão 
funcional, ou seja, a existência de 
diversos supervisores, cada qual especia-
Tema 1 | Enfoque mecanicista 23 
lizado em uma área específica, com auto-ridade 
sobre os mesmos operários; 
6. Motivação baseada em prêmios por pro-dução: 
o operário que obtivesse produ-ção 
acima da quantidade determinada 
receberia uma gratificação financeira 
como forma de incentivar o aumento da 
sua produtividade; 
7. Estudo dos tempos e movimentos: é um 
método científico baseado nos movimen-tos 
necessários para a execução de uma 
tarefa em determinado espaço de tempo 
ou cronometragem dos movimentos no 
tempo mínimo necessário para a correta 
execução de um trabalho industrial. 
Objetivos do estudo de tempos e movimentos 
O estudo dos tempos e movimentos possi-bilita 
a racionalização do tempo de execução de 
uma tarefa, através da fixação de padrões para sua 
realização. Dentre as vantagens deste método, po-demos 
citar: 
• Eliminação de movimentos desnecessários; 
• Racionalização do processo de seleção e 
treinamento do pessoal; 
• Melhoria do desempenho dos funcioná-rios 
através da padronização das tarefas 
e diminuição do esforço;
24 Administração 
• Padronização do trabalho; 
• Salários iguais para funções iguais e prê-mios 
por produtividade; 
• Definição de normas e procedimentos 
para execução das tarefas, reduzindo o 
tempo de nivelamento e preparação do 
funcionário. 
Dessa forma, Taylor (1970, p.35) salienta que 
[...] existe uma maneira melhor (padrão) para rea-lizar 
cada tarefa, uma ferramenta melhor (padrão) 
para executar a tarefa e um tempo ideal (padrão), 
para ser cumprida a tarefa. 
Neste sentido, Muniz (2007) acrescenta cinco 
princípios norteadores da Administração Científica 
elencados por Taylor: 
• Princípio do planejamento; 
• Princípio do preparo; 
• Princípio do controle; 
• Princípio da execução; 
• Princípio da exceção. 
Também é neste contexto que uma das ideias 
centrais do movimento da administração científica 
é a de que o homem é um ser racional e que ao 
tomar uma decisão, conhece todos os caminhos 
possíveis, bem como as consequências da escolha. 
Com isso, os resultados de sua decisão passam a
Tema 1 | Enfoque mecanicista 25 
ser aumentados e os riscos reduzidos. Esse tipo 
de entendimento nos remete ao conceito de Homo 
Economicus, ou seja, aquele que leva em consi-deração 
o lucro como um dos valores principais 
(MOTTA, 1998, p.8). 
É importante lembrar ainda que Taylor teve 
sua obra dividida em dois períodos. De acordo com 
Muniz (2007) eles são: 
PRIMEIRO PERÍODO DE TAYLOR 
Este período refere-se à publicação de seu livro Shop 
Management (Administração de Oficinas) (1903). Nesta obra 
Taylor busca demonstrar as técnicas de racionalização do 
trabalho através do Estudo dos Tempos e Movimentos. 
Segundo Taylor, o objetivo principal da Ad-ministração 
é aumentar a produtividade através da 
redução de custos de produção e do pagamento de 
salários por produtividade. Ele salienta que para 
realizar isto, a Administração deve utilizar-se de 
práticas científicas, baseadas em pesquisas e expe-riências, 
visando formular princípios e estabelecer 
processos padronizados. Neste sentido, os ope-rários 
devem ser cientificamente testados com a 
utilização de materiais e condições de trabalho de 
maneira adequada. 
A Administração passa então a necessitar de um 
ambiente voltado ao compromisso com os operários, 
visando à manutenção do bom ambiente psicológico. 
O ponto de partida do pensamento de Taylor 
foi a aplicação dos princípios de engenharia oriun-dos 
da época junto ao trabalho manual. Neste 
caso, o método criado por Descartes, baseado na 
razão, passa a fazer parte da base de seus estudos.
26 Administração 
SEGUNDO PERÍODO DE TAYLOR 
Nesta etapa dos estudos de Taylor, descritos 
em seu Livro Princípios de Administração Científica 
(1911), ele chega à conclusão de que a otimização 
da Administração da Produção depende da raciona-lização 
do trabalho. 
Diante do contexto vivenciado por Taylor, ele 
apontava que as indústrias em sua época sofriam 
de três problemas graves: 
1. Os funcionários eram considerados va-dios 
e preguiçosos; 
2. A falta de preparo do corpo gerencial em 
relação às rotinas de trabalho e o tempo 
para realização de cada tarefa; 
3. Falta de padronização dos métodos de 
trabalho. 
Segundo Taylor, a Administração Científica é 
uma evolução e não uma teoria, apresentando um 
enfoque muito mais analítico e racional do que vol-tado 
ao bom senso. 
No entanto, apesar de sua maneira pessimis-ta 
de entender a natureza humana, Taylor preocu-pava- 
se em criar uma maneira didática baseada na 
intensificação do ritmo de trabalho visando sempre 
a maior eficiência.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 27 
Apresentamos abaixo, alguns contemporâne-os 
de Taylor e de suas ideias: 
CARL GEORGE LANGE BARTH (1860-1939): 
descobriu a lei que regula o efeito da fadiga provo-cada 
pelo trabalho pesado; 
HENRY LAWRENCE GANT (1861-1919): suas 
contribuições foram: 
• Inventou o gráfico de Gantt; 
• Criou o sistema de salários; 
• Estudou sobre as formas de treinamento 
para os trabalhadores; 
• Introduziu o conceito de responsabilida-de 
industrial. 
HARRINGTON EMERSON (1853-1931): criou 
doze princípios da eficiência. 
FRANK (1868-1924) E LILIAN GILBRETH (1878- 
1972): Frank foi precursor da fisiologia do trabalho, 
iniciou a aplicação da psicologia ao estudo da ad-ministração 
e se concentrou no estudo de tempos e 
movimentos. Quanto a Lilian, além de contribuir no 
estudo da fadiga humana, foi pioneira na seleção, 
colocação e treinamento de pessoal, desenvolveu 
uma série de obras onde considera que a produti-vidade 
do indivíduo depende muito mais da atitu-de, 
das oportunidades e do ambiente físico do que 
propriamente do uso correto de métodos e equipa-mentos 
ideais.
28 Administração 
Produção em massa e linha de montagem 
Ainda no período da Administração Científi-ca, 
temos os estudos sobre produção em massa e 
linha de montagem, onde seu principal expoente 
foi o empresário do ramo automobilístico Henry 
Ford. 
HENRY FORD (1863-1947) e sua contribuição 
para a Administração Científica 
Ford, sem dúvida, foi o elemento chave na 
propulsão da linha de montagem, mesmo não ten-do 
sido ele que a criou nem a produção em massa. 
Todavia, usou esses conceitos com grande eficácia. 
Sendo um homem com enorme capacidade 
de associar uma produção altamente suficiente, com 
grandes volumes de produção usando, para tanto, 
uma produção onde há uma relação de hierarquia 
de cima para baixo verticalmente integrada, associa-da 
a altos salários e baixos preços de venda. 
Sua visão para massificar a produção era 
acompanhada pela baixa qualidade dos carros pro-duzidos, 
e que em geral, eram muito simples, sem 
nenhuma sofisticação tecnológica. 
Sua empresa combinava a manufatura e a 
montagem de todas as peças componentes de 
um carro, usando uma linha de 
montagem principal, com inú-meras 
sublinhas de menor por-te 
alimentadoras, aplicando o 
princípio de integração vertical. 
Ele fundou a Ford Motor 
Co. que passaria a ser uma das
Tema 1 | Enfoque mecanicista 29 
empresas de montagem de automóveis mais im-portante 
dos Estados Unidos. Para ele, o segredo 
da produção em massa é a simplicidade, sendo 
considerados três princípios básicos de acordo com 
o quadro 1: 
Quadro 1 - Princípios básicos de Ford: 
1 
Princípio da 
intensificação 
Diminuir o tempo de duração da produção com o 
emprego imediato dos equipamentos, matéria-prima 
e rapidez na comercialização 
2 
Princípio da 
Economicidade 
Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque 
da matéria-prima em transformação, fazendo com que 
o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o 
prazo de pagamento da matéria-prima adquirida e 
dos salários. A velocidade de produção deveria ser 
rápida. 
3 
Princípio da 
produtividade 
Aumentar a capacidade de produção do homem no 
mesmo período por meio da especialização e da linha 
de montagem 
Críticas à Administração Científica 
De acordo com Muniz (2007), apresentamos 
abaixo algumas críticas da época, relacionadas à 
Administração Científica: 
• Excessiva ênfase no Mecanismo da Admi-nistração 
Científica; 
• Superespecialização do Operário; 
• Abordagem normativa e prescritiva;
30 Administração 
• Ausência de Cientificismo; 
• Abordagem incompleta da Organização; 
• Limitação do Campo de Aplicação; 
• Visão Microscópica do operário, não 
aproveitando seus talentos; 
• Abordagem Sistêmica Fechada. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Para complemento de seu aprendizado, procure ler 
o capítulo 1 do livro: 
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. VASCONCELOS, 
Isabella Gouveia de. Teoria geral da administração: 
uma introdução. 3. ed. São Paulo: Thomson Lear-ning, 
2006. 
Nele, você poderá fazer uma reflexão muito particu-lar 
em relação à Teoria Clássica. Nele você poderá 
ter uma visão crítica sobre a abordagem da admi-nistração 
científica e poderá fazer uma comparação 
com o que foi lido, formando seu juízo de valor 
sobre o assunto. 
Na sequência, procure fazer uma leitura do capítulo 
6 de CARAVANTES, Geraldo. Administração Teorias 
e Processo. São Paulo: Prenticehall. 2005, p.55-78.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 31 
PARA REFLETIR 
A revolução industrial procurou tirar proveito da 
economia de escala com novas formas de organiza-ção 
e gerência. A eficiência passa a depender tanto 
da especialização quanto da uniformidade e padro-nização. 
O taylorismo e o fordismo constituíram-se 
em expressões fundamentais da modernidade no 
sistema produtivo da época. Previa-se o aumento 
da especialização do trabalho e da mecanização, 
as máquinas substituiriam os trabalhadores e os 
problemas humanos praticamente desapareceriam. 
No entanto, a padronização e a massificação leva-ram 
a uma maior exploração e alienação dos tra-balhadores, 
estes, sem controle de sua atividade 
produtiva. 
Neste sentido, quais as consequências da padroni-zação 
e da massificação? 
Além disso, reflita com seus colegas como seria o 
mundo organizacional e social sem a especializa-ção 
e a mecanização.
32 Administração 
1.3 Abordagem Clássica da Administração 
Henri Fayol (1841-1925) foi a contrapartida 
francesa para o Taylor norte-americano. Considera-do 
de família burguesa, nasceu em 1841, na França 
e ainda jovem começou a trabalhar na empresa mi-neradora 
S.A. Commentry-Fourchambault, onde em 
pouco tempo alcançou a posição de Diretor-Geral. 
De maneira inversa a Taylor, enfrentava os proble-mas 
organizacionais com uma visão gerencial ao in-vés 
de operacional. Seus conceitos gerenciais pas-saram 
a constituir a chamada teoria gerencial que 
fazia parte de seus estudos sobre a Administração 
industrial e geral (CARAVANTES, 2005). 
Ele foi o primeiro a salientar a necessidade 
de que o pensamento gerencial passasse a ser ob-jeto 
do sistema de ensino. 
Segundo Fayol, não existe nada que não 
pode ser modificado dentro da administração, para 
ele, tudo era voltado para a medição, com isso, en-fatiza 
que quase nunca se aplicará o mesmo princí-pio 
duas vezes em condições iguais (MUNIZ, 2007). 
As características principais de sua teoria são: 
• Ênfase na estrutura; 
• Abordagem sintética, global e universal 
da empresa; 
• Proporcionalidade das funções adminis-trativas. 
Henri Fayol
Tema 1 | Enfoque mecanicista 33 
Administração e Organização 
Para Fayol, a ênfase dada a Administração se 
baseia na divisão da empresa em áreas e/ou depar-tamentos, 
no entanto ele salienta que a organiza-ção 
é o todo e por sua vez, maior que a soma de 
suas partes. Este conceito justifica a organização 
como função administrativa. 
Segundo Chiavenato (2001), Fayol estabele-ceu 
14 princípios norteadores para a gestão em-presarial. 
Esses passaram a ser conhecidos como 
princípios gerais da Administração e são: 
1. Divisão do trabalho - especialização das 
tarefas e pessoas com o objetivo de au-mentar 
o rendimento. 
2. Autoridade e responsabilidade - direito 
de ordenar. A responsabilidade é uma 
consequência da autoridade. 
3. Disciplina – compromisso estabelecido 
entre empresa e empregado; 
4. Unidade de comando - o empregado é 
subordinado a apenas um chefe. 
5. Unidade de direção – a mesma direção 
para todos. 
6. Subordinação do interesse particular ao 
interesse geral - os interesses da empre-sa 
deve sempre estar em primeiro.
34 Administração 
7. Remuneração do pessoal – incentivo pelo 
trabalho desenvolvido. 
8. Centralização - convergência da autorida-de 
na direção da empresa. 
9. Hierarquia (ou cadeia escalar) - linha de 
autoridade. 
10. Ordem – Colocar uma regra, organização 
material e humana. 
11. Equidade – refere-se à justiça, visando a 
boa vontade e compromisso. 
12. Estabilidade - a permanência no cargo 
por longo um período de tempo. 
13. Iniciativa – possibilidade de tomar uma 
atitude, agir. 
14. União do pessoal - a harmonia e união 
são fatores importantes para o bom fun-cionamento 
da empresa. 
Chefia, no contexto de Fayol, era o termo 
empregado para os controladores, cujas 
atribuições eram de averiguação e con-ferência 
entre a descrição e o objetivo 
da tarefa e o realmente executado. Desse 
modo, o estilo de gestão a ele associado 
também é mecânico, determinístico e in-tervencionista.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 35 
Assim, a contribuição de Fayol para a ciência 
da Administração é fruto de sua vasta experiência 
vivida na gestão da empresa Commentry-Fourcham-bault 
, na qual compôs o corpo diretivo até seu fa-lecimento 
em 1925. Para ele 
A Administração não é nem privilégio ex-clusivo, 
nem encargo pessoal do chefe ou 
dos dirigentes da empresa; é uma função 
que se reparte, como as outras funções 
essenciais, entre a cabeça e os membros 
do corpo social ( FAYOL, 1981, p. 26.) 
Com isso, é importante sabermos ainda que 
para Fayol cada grupo de operação, ou função es-sencial, 
possui uma capacidade específica. Assim, 
existe a capacidade técnica, a capacidade comer-cial, 
a capacidade financeira, a capacidade adminis-trativa, 
dentre outras inerentes à empresa. 
Desta forma, podemos dizer que até Fayol 
a influência da administração estava voltada para 
as indústrias e usinas, com a preocupação maior 
na produtividade. Contudo, ele levou a administra-ção 
do nível da produção para o da gestão. Neste 
sentido, uma das principais contribuições de Fayol 
ao pensamento administrativo foi a definição de 
departamentalização. 
As seis funções da empresa, segundo Fayol são: 
• Técnica; 
• Comercial; 
• Financeira; 
• Segurança; 
• Contábeis; 
• Administrativa.
36 Administração 
Principais contemporâneos de Fayol e suas 
contribuições: 
LINDALL F. URWICK (1891-1983) enfatizou que 
os elementos da Administração são: investigação, 
previsão, planejamento, organização, coordenação, 
comando e controle. Considerando ainda como 
princípios gerais a especialização, autoridade, am-plitude 
administrativa e definição. 
LUTHER GULICK (1892-1993), define os ele-mentos 
da administração como: planejamento, or-ganização, 
administração de pessoal, direção ou 
comando, coordenação, informação e orçamento. 
Para ele, os processos da Administração interagem 
horizontal e verticalmente. 
JAMES DAVID MOONEY (1884-1957), é con-siderado 
o inovador da teoria das organizações, 
suas principais ideias são similares às de Fayol, foi 
executivo da GM, onde consolidou toda a teoria 
formulada pela escola clássica. Analisou o princípio 
escolar, o qual envolve os conceitos de liderança, 
delegação e definição funcional. Para ele, o modelo 
militar deveria ser o paradigma do comportamento 
administrativo. 
OLIVER SHELDON (1894-1951) deu ênfase à 
responsabilidade social na empresa. Para ele, todo 
negócio existe para servir à comunidade. Desenvol-veu 
um conjunto de princípios que procuravam um 
equilíbrio entre a abordagem científica da produção 
e a responsabilidade social da administração. 
Sabendo que tanto a abordagem científica de 
Taylor quanto a abordagem clássica de Fayol fazem 
parte da mesma teoria, podemos traçar inúmeras
Tema 1 | Enfoque mecanicista 37 
comparações entre eles. Aproximações e contrastes 
sempre nos auxiliam na busca de um maior e me-lhor 
entendimento da realidade com que lidamos. 
Comparação entre Fayol e Taylor: 
• Ambos tinham uma grande correlação 
com as indústrias; 
• Taylor era adepto da Administração no 
chão de fábrica, já Fayol se relacionava 
mais com a gestão; 
• Ambos foram criticados, tachados pelos 
estudiosos da Administração – Taylor em 
especial – por incentivarem uma visão me-canicista 
da organização. Fayol tinha uma 
visão da organização como corpo social. 
As regras por ele propostas pretendiam 
funcionar como elementos norteadores. 
Fonte: CARAVANTES, Geraldo. Administração: Teorias e Proces-so. 
São Paulo: Prentice Hall, 2005, p.62.
38 Administração 
Apreciações Críticas à Teoria Clássica – Fayol 
• Abordagem simplificada da organização 
formal; 
• Ausência de trabalhos experimentais; 
• Extremo racionalismo na concepção da 
administração; 
• Teoria da máquina; 
• Abordagem incompleta da organização, 
no sentido de mostrar que as conclusões 
da referida teoria eram superficiais, de-pendendo 
de um maior detalhamento. 
Por fim, é importante ressaltarmos que a im-portância 
da contribuição de Fayol não foi total-mente 
reconhecida no mundo anglo-saxônico, pois 
a tradução de sua obra para o inglês só ocorreu 
em 1947, portanto após a Segunda Guerra Mundial.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 39 
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR 
Ao longo do texto, encontram-se momentos de re-flexão 
e de análise crítica sobre a teoria clássica, no 
sentido de exercitar seu senso crítico. Assim, suge-rimos 
fazer uma leitura do livro MOTTA, Fernando 
Cláudio Prestes. VASCONCELOS, Isabella Gouveia 
de. Teoria geral da administração: uma introdução. 
3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006, entre 
as páginas 03 e 10. 
Para complementar sua reflexão, leia sobre a teoria 
clássica no livro CHIAVENATO, Idalberto. Adminis-tração 
nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2005. 
PARA REFLETIR 
Procure ler o texto elaborado por Fayol, constante 
nas páginas 63 e 64 de Geraldo Caravantes, Admi-nistração 
Teorias e Processo, Prentice Hall, 2005 e 
tente perceber o grau de atualidade tanto de sua 
concepção gerencial quanto do vocabulário por ele 
empregado, fazendo uma correlação com as em-presas 
atuais.
40 Administração 
1.4 Abordagem Humanística da Administração 
Com o crescimento das empresas e o conse-quente 
aumento do número de funcionários, tanto 
homens quanto mulheres, provenientes de outras 
culturas, hábitos e costumes, surgiram problemas 
de relacionamento tanto grupais quanto individu-ais, 
geralmente prejudicando os objetivos de pro-dução 
das organizações. 
Diante deste contexto, a nova organização se 
viu na necessidade de usar novos paradigmas vin-dos 
de outras ciências sociais como a psicologia e 
a sociologia. Nesta abordagem, você poderá notar 
a mudança do homem econômico para o homem 
social, complexo cujo comportamento não pode ser 
reduzido a um esquema simples e mecanicista. 
Abordagem de Follett 
Mary Parker Follett (1868-1944) foi a primei-ra 
precursora da abordagem de relações humanas, 
inserindo em seus postulados, variáveis e compo-nentes 
psicológicos na organização. 
Ela acreditava que uma sociedade mais justa 
poderia existir a partir do enfoque no gerenciamen-to 
e nas funções administrativas, passando a gerar 
a organização social. 
Seu princípio de organização estava focado 
em dois aspectos: interpenetração da autoridade e 
o controle sobre fatos mais do que sobre pessoas.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 41 
Os quatro princípios fundamentais da coorde-nação, 
segundo Follett citados em Muniz (2007) são: 
1. Princípio do contato direto: estreitar os 
contatos diretos entre as pessoas interes-sadas 
e responsáveis, seja na hierarquia 
horizontal, seja na hierarquia vertical; 
2. Princípio de planejamento: envolvimento 
das pessoas em um trabalho desde o mo-mento 
do planejamento e da estruturação; 
3. Princípio das relações recíprocas: todos 
os elementos de um referido grupo de-vem 
estar mutuamente relacionados; 
4. Princípio do processo contínuo de coor-denação: 
a coordenação é um processo 
continuado; 
Follett criou ainda a Lei da Situação, onde 
formulou que os funcionários não devem estar su-bordinados 
a uma pessoa e sim a um processo. 
Ela acreditava que cada decisão é um momen-to 
de um processo e somente é de fato importante 
dentro do âmbito desse processo. Nesse contexto, 
geralmente existirá o conflito, visto que pessoas são 
diferentes e divergem em determinados momentos. 
Com relação ao conflito, Follet dizia que ele é um 
fato comum onde se registram diferenças, visando o 
crescimento intelectual dos envolvidos. 
Além disso, Follet apontou três métodos de 
solução de conflitos industriais:
42 Administração 
• Método da força: a administração atinge 
seus objetivos em relação aos operários 
através da força, da ameaça de redução 
da satisfação de necessidades. 
• Método da barganha: os conflitos são re-solvidos 
através da troca de concessões, 
de um compromisso entre empregados e 
a administração, em que as necessidades 
de ambos são satisfeitas. 
• Método da integração: os conflitos são 
resolvidos através de uma terceira solu-ção, 
diferente da apresentada pelos em-pregados 
e pelos patrões, uma solução 
integradora de ambas as partes e que le-varia 
estas a reduzir seu grau de satisfa-ção 
de necessidades para que o conflito 
fosse resolvido. 
Ainda dentro dos estudos sobre a teoria de 
relações humanas, a autora discorre sobre a ques-tão 
da autoridade, a qual conceitua como um exer-cício 
do poder com vista a alcançar um objetivo 
específico. Segundo ela, o poder pode ser baseado 
na coerção, na cooperação ou diante de cada situ-ação. 
Mary Parker Follett trouxe uma nova visão 
à administração, sendo pioneira na abordagem da 
motivação. Seus estudos sobre liderança envolviam 
processo global de autoridade e decisão, trabalho 
em grupo e sua dinâmica. Sua abordagem contri-buiu 
ainda para o surgimento da teoria de relações 
humanas.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 43 
Experiência de Hawthorne 
Em diversos livros da área de Administração, 
poderemos encontrar a terceira teoria que é a de 
Relações Humanas, no entanto, ela estará sempre 
sendo correlacionada à experiência de Hawthorne e 
ao trabalho de Elton Mayo (1880-1949). 
A pesquisa foi desenvolvida por Mayo em 
um bairro dos arredores de Chicago, chamado Ha-wthorne, 
tinha como objetivo principal o estudo da 
influência da iluminação nas atividades das operá-rias 
de um setor de relés. 
Veja a seguir no texto complementar quais foram 
as fazes da experiência de Hawthorne e suas conclusões. 
TEXTO COMPLEMENTAR 
“Primeira fase: Em 1927, foram selecionados dois 
grupos de operários para a realização de uma mes-ma 
atividade: Um grupo (experimental) trabalhou 
sobre a variação da intensidade da luz e o outro 
(grupo de controle) trabalhou sobre luz de intensi-dade 
constante. Verificou-se que as pessoas rea-giam 
de acordo com as suposições pessoais. 
Conclusões: comprovou a preponderância do fator 
psicológico ao fisiológico. 
Segunda fase: Determinaram-se mudanças nas 
condições de trabalho, tais como: período de des-canso, 
lanche, redução de horário, tendo em vista 
analisar os efeitos das mesmas na produtividade, 
Foi selecionado um grupo de seis moças na seção 
de montagem de relés.
44 Administração 
Conclusões: ocorreu o desenvolvimento social, ge-rado 
pelo trabalho em equipe, o desenvolvimento 
da liderança e do exercício de liderança gerado pe-los 
objetivos comuns, além do ambiente de traba-lho 
ter passado a ser amistoso. 
Terceira fase: Buscou-se verificar as relações hu-manas 
no trabalho, através de um programa de 
entrevistas diretas e não diretas, com o objetivo 
de conhecer os sentimentos e as atitudes dos fun-cionários 
e ouvir opiniões sobre o trabalho. Entre 
1928 e 1930 foram entrevistados 21.126 emprega-dos 
do total de 40.000. 
Conclusões: verificou-se a existência de uma orga-nização 
informal de operários, em que existia leal-dade 
e liderança de certos funcionários em relação 
ao grupo. A punição não era formalizada, mas apli-cada 
pelo grupo ao membro. 
Quarta fase: Tinha por objetivo analisar a organiza-ção 
informal dos operários. 
Conclusões: igualdade de sentimentos entre os 
membros do grupo; e relação entre organização 
formal e informal.” 
MUNIZ, Adir Janeiro de Oliveira; FARIAS, Humberto 
Augusto. Teoria geral da administração: noções bá-sicas. 
São Paulo: Atlas, 2001, p. 38. 
Observação: foram selecionados nove operadores, 
nove soldadores e dois inspetores, todos da mon-tagem 
de terminais para estações telefônicas.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 45 
Os estudos de Hawthorne concluíram que: 
1. A colaboração nos grupos não ocorre aci-dentalmente, 
ela precisa ser planejada e 
desenvolvida. Se a colaboração grupal é 
alcançada, as relações no ambiente de 
trabalho podem alcançar um nível de co-esão 
capaz de resistir aos distúrbios ex-ternos 
de uma sociedade turbulenta em 
busca de adaptar-se. 
2. O trabalhador é uma pessoa cuja atitu-de 
e eficácia são condicionadas pelas 
demandas sociais tanto internas quanto 
externas à organização. 
3. Os grupos informais internos à organiza-ção 
exercem forte controle social sobre 
os hábitos de trabalho e atitudes dos tra-balhadores. 
4. A mudança de uma sociedade estabeleci-da 
e estável para uma sociedade adapta-tiva 
ou em mudança tende em base con-tinuar 
a perturbar a organização social de 
uma empresa ou indústria. 
5. O trabalho é uma atividade de grupo. 
6. O mundo social de um adulto é prima-riamente 
estruturado pela atividade do 
trabalho. 
7. A necessidade de reconhecimento, segu-rança 
e senso de pertencimento são mais
46 Administração 
importantes na determinação da moral do 
trabalhador e de sua propriedade do que 
as condições físicas que lhe são oferecidas. 
8. Uma queixa não corresponde necessaria-mente 
a uma relação objetiva de fatos, 
ela é usualmente um sintoma, manifes-tando 
uma perturbação na posição de 
status do reclamante. 
IdeiaS CENTRAIS 
Modelo de Homem 
O homem social, isto é, o operário das fábricas 
no período do desenvolvimento da teoria das rela-ções 
humanas é considerado um ser complexo, cujo 
comportamento não pode ser reduzido ao esquema 
simples e mecanicista existente na Teoria Clássica. 
Os valores que orientam o comportamento 
de cada indivíduo são, de um lado diretamente de-rivados 
das necessidades, que constituem a fonte 
de valores sociais, e de outro, dos sistemas sociais 
de que ele participa. 
O comportamento humano é alvo de enten-dimento 
por parte da Teoria de Relações Humanas, 
onde se constatou que mesmo sendo um indivíduo 
parecido com outro, em relação à personalidade 
eles serão diferentes. 
Com isso, o homem social passa a ser reco-nhecido 
como aquele onde a satisfação das suas 
necessidades parte de um contexto que envolve 
reconhecimento, compromisso, colaboração, sendo 
que o salário, apesar de necessário, não é o item 
mais importante.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 47 
Grupo Informal 
Quando a relação entre os funcionários es-tende- 
se além dos muros da organização, passa-se 
a evidenciar o surgimento dos grupos informais. A 
escola de relações humanas busca dar maior im-portância 
à existência do ser humano e com isso, 
abre-se o precedente para a organização dos gru-pos 
informais. 
Para Blau e Scott (1979 apud Caravantes, 
2005), todas as relações sociais, contatos e valores 
que não foram definidos pela organização formal, 
são pertinentes ao grupo informal. Dessa forma, 
as relações passam a ser as mais variadas, desde 
amizade a inimizade, simpatia, antipatia, conflito, 
cooperação, agressão, vaidade, inveja, liderança e 
subordinação, todas possuindo como característica, 
além do caráter oposto ao formal, um sistema de 
interações que ocorre casual e espontaneamente. 
Características dos grupos informais 
• Relação de coesão ou antagonismo; 
• Status; 
• Colaboração espontânea; 
• Possibilidade de oposição ao formal; 
• Padrões de relação e atitude; 
• Mudanças de níveis e alterações dos gru-pos 
informais;
48 Administração 
• A organização informal transcende à for-mal; 
• Padrões de desempenho nos grupos in-formais. 
Tipos de formação de grupos informais 
• Relacionamento obrigatório de pessoas 
entre si; 
• A flutuação do pessoal na empresa; 
• Períodos de lazer (tempos livres ou in-tervalos); 
• Interesses comuns; 
• Satisfação das necessidades; 
• Proximidade e atração; 
• Atividades grupais; 
• As metas do grupo; 
• Estrutura grupal.
Tema 1 | Enfoque mecanicista 49 
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR 
Procure ler o livro: CARAVANTES, Geraldo. Admi-nistração 
Teoria e Processos. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2005, p.79-87; 
E complemente com: CHIAVENATO, Idalberto. Teo-ria 
Geral da Administração. Campus, Rio de Janeiro: 
2004, cap.3. 
Com este material, você poderá aprofundar um 
pouco mais o seu entendimento sobre a referida 
teoria e entenderá o contexto seguindo outra abor-dagem 
teórica. 
PARA REFLETIR 
Caro leitor, neste momento você pode conhecer a 
origem e a evolução histórica da teoria de relações 
humanas e pode entender a grande importância 
dada aos grupos informais. 
Dessa maneira, pense em duas situações de grupo: 
uma banda de rock e um time de futebol, após faça 
uma breve descrição de como deveria ser o líder de 
cada um desses grupos, identificando também o 
que mantém cada grupo coeso.
50 Administração 
RESUMO 
Caro leitor, estamos no início da viagem pela ciên-cia 
da Administração e você teve a possibilidade 
de conhecer as primeiras influências sofridas pela 
Administração em seu processo de formação como 
ciência. 
Em seguida, você conheceu a influência histórica 
proveniente das revoluções industriais e então os 
primeiros indícios da Administração em termos de 
teoria, através da administração científica e da te-oria 
clássica, estas apresentando um enfoque ex-tremamente 
mecanicista, voltado para a tarefa e 
produtividade. 
Estas duas primeiras abordagens foram criadas por 
engenheiros. No tocante à próxima abordagem, foi 
apresentada a abordagem de relações humanas 
que passa a ser um contraponto às duas primeiras, 
no sentido de dar maior ênfase ao ser humano e 
às relações informais através do ambiente de tra-balho.
Enfoque Organizacional 2 
Caro leitor, neste momento você terá a possibilidade de conhe-cer 
um pouco mais dos autores que escreveram e criaram a ciência 
da Administração. Em especial, veremos agora abordagens mais vol-tadas 
aos profissionais da sociologia e psicologia que influenciaram 
nossa ciência. 
Neste sentido, poderemos conhecer na sequência, a teorias as 
quais tiveram um enfoque voltado ao controle e aos tipos de organi-zação 
existentes. Entraremos em seguida na abordagem neoclássica, 
esta representando a necessidade de entender a organização em ter-mos 
de planejamento, direção, organização e controle. Boa leitura !!!
52 Administração 
2.1 Teoria Burocrática 
A organização burocrática apresentou seus 
aspectos fundamentais a partir do crescimento das 
indústrias e de suas necessidades de controle de 
processos e de pessoas. Sua construção do tipo 
ideal de organização envolve a racionalidade, a 
adequação dos meios aos objetivos, a impessoa-lidade 
nas relações trabalhistas e o atendimento 
severo de normas escritas. 
A teoria da Burocracia teve sua origem nas 
mudanças religiosas verificadas após o renascimen-to. 
Embora considerada como fenômeno antigo, 
apenas na modernidade se tornou um fator social 
dominante, onde um dos motivos para tal foi a 
mudança da unidade básica de produção que deixa 
de ser a família e passa a ser a empresa burocrática 
(MOTTA, 1986). 
Neste contexto, passamos a conhecer Emil 
Maximillian Weber, mais conhecido como Max We-ber 
(1864-1920). 
Weber nasceu na Alemanha, filho de um juris-ta 
e político em ascensão em Berlim. Foi um grande 
estudioso da teoria das estruturas de autoridade e 
criador da escola cultural voltada para o estudo da 
sociologia da burocracia. Em 1904, escreveu a ética 
protestante, onde no mesmo momento, em visita a 
Chicago, nos Estados Unidos, impressionou-se pela 
agitação, pela vibração urbana, seus arranha-céus, 
pela violência e também a falta de leis na época. 
Nesse contexto, Weber define a burocracia, 
baseando-se nos conceitos de mudança organiza-cional, 
assim, esclarece sobre a passagem da auto-ridade 
tradicional para a autoridade legal e racional 
que foi a base de seus estudos, isto porque, viu 
Max Weber
Tema 2 | Enfoque organizacional 53 
os Estados Unidos como um modelo de sociedade 
em que era indispensável a máquina burocrática e 
política para garantir uma democracia de massa. 
Weber desenvolveu seus estudos baseado 
em três aspectos fundamentais. O primeiro corres-ponde 
à própria argumentação em que se funda-menta 
a legitimidade da autoridade racional-legal, 
ou seja, que encontra seu apoio nas normas legais, 
no exercício da autoridade legal que está relaciona-do 
com o cargo ocupado pelo funcionário. 
Autoridade legal é aquela constituída ofi-cialmente 
através de documentos, como 
contrato de trabalho, portarias de admis-são, 
resoluções, etc. 
O segundo aspecto trata das características 
inerentes à organização encarregada de exercer a 
autoridade racional-legal: 
• Uma estrutura de cargos, cujos conte-údos 
e limitações são definidos pelas 
normas, organizados hierarquicamente 
de cima para baixo, onde os cargos infe-riores 
estejam sob supervisão e controle 
dos superiores; 
• Especificação de áreas de competência, 
ou seja, relacionadas à divisão do traba-lho 
e à diferenciação de funções, além do 
desempenho dessas funções por alguém 
investido de autoridade que pode usar 
da coerção (imposição) dentro de condi-ções 
e limites do cargo;
54 Administração 
• Existência de um quadro administrativo, 
constituído por funcionários nomeados, 
os quais possuem comportamento norte-ado 
pelas normas técnicas; 
• Separação entre a propriedade da orga-nização, 
que é controlada dentro da esfe-ra 
do cargo, e a propriedade pessoal do 
funcionário, acessível a seu uso privado; 
• Distinção e separação dos propósitos 
pessoais dos propósitos como funcioná-rio 
visto à conduta no cargo ser impesso-al 
e orientada pelas normas; 
• Registro documental de atos administra-tivos, 
decisões, normas e ordens. 
O terceiro aspecto relaciona-se ao exercício 
da autoridade racional-legal, que tem seu suporte 
nas normas que definem as competências dos car-gos 
na hierarquia determinada pela empresa (es-tatutos, 
regimentos internos, resoluções, portarias, 
manuais de procedimentos). Instrumentos estes 
que designam, orientam, determinam os deveres, 
atribuições e responsabilidades do ocupante do 
cargo, veja quadro abaixo. 
A burocracia para Weber é uma tentativa 
de organizar as atividades humanas por 
critérios puramente racionais e seculares 
que permeiam o exercício da autoridade 
determinada sob tais atividades as quais 
se desenvolvem.
Tema 2 | Enfoque organizacional 55 
Veja abaixo, as características da burocracia 
segundo os estudos de Max Weber, segundo Muniz 
(2007, p.61-63): 
• Caráter legal de normas e regulamentos: 
A burocracia através da padronização, 
proporcionar maior controle e organiza-ção 
dos procedimentos; 
• Caráter formal das comunicações: Através 
da comunicação escrita, busca-se assegu-rar 
a clareza da interpretação dos fatos 
relatados; 
• Caráter racional e divisão do trabalho: A 
divisão do trabalho é adequada aos ob-jetivos 
a serem atingidos; 
• Impessoalidade no relacionamento: O 
caráter de impessoalidade da burocracia 
está ligado à distribuição feita em termos 
de cargos e funções e não de pessoas 
envolvidas; 
• Hierarquização da autoridade: A burocra-cia 
prevê o estabelecimento de cargos 
segundo o princípio da hierarquia. 
A autoridade é o poder de controle resul-tante 
de uma posição reconhecida, sen-do 
inerente ao cargo e não ao indivíduo 
que o ocupa.
56 Administração 
• Rotina e procedimentos: As atividades 
dos cargos são desempenhadas segundo 
padrões pré-estabelecidos; 
• Competência técnica e mérito: A escolha 
das pessoas é baseada no mérito e na 
competência técnica e não em preferên-cias 
pessoais; 
• Especialização da Administração: A burocra-cia 
separa a propriedade da administração; 
• Profissionalização dos participantes: A bu-rocracia 
considera cada funcionário como 
um profissional especialista, assalariado, 
nomeado por superior hierárquico; 
• Previsibilidade de comportamento: Weber 
parte do pressuposto de que o comporta-mento 
de cada membro é perfeitamente 
previsível. 
Segundo Weber, o controle é o caminho 
mais próximo para atingir a eficiência 
organizacional. 
Na sequência aos estudos da burocracia, en-contramos 
Robert Merton (1910-2003), também soció-logo, 
o qual teve grande contribuição na abordagem 
burocrática, quando chamou a atenção para as dis-funções 
da burocracia resultantes das pressões inter-nas 
da estrutura organizacional criada por Weber, e 
apresentou a teoria das disfunções estruturais, funda-da 
sobre o conceito de fontes estruturais de super-conformidade, 
ou seja, padronizada de acordo com 
o que é pré-definido pela empresa (MERTON, 1970).
Tema 2 | Enfoque organizacional 57 
Para Merton, tais disfunções estão ligadas ao 
comportamento do funcionário, podendo ser compre-endidas 
pela aplicação do conceito de incapacidade 
treinada, psicose ocupacional e deformação profissio-nal. 
Quanto à incapacidade treinada, a mesma refe-re- 
se ao fato de mesmo depois de treinamentos, o 
funcionário ainda não desempenhar a função como 
lhe é proposta. Já a psicose ocupacional relaciona-se 
ao sentido de traumas e frustrações no trabalho que 
acabam afetando o desempenho do funcionário. Por 
fim, a deformação profissional refere-se ao não aten-dimento 
do perfil exigido para o cargo. 
Disfunções da Burocracia segundo Merton 
• Maior internalização das regras e exage-rado 
apego aos regulamentos; 
• Excesso de formalismo e papelório; 
• Resistência a mudanças; 
• Despersonalização dos relacionamentos; 
• Categorização como base do processo 
decisorial; 
• Superconformidade às rotinas e aos pro-cedimentos; 
• Exibição de sinais de autoridade; 
• Dificuldade no atendimento ao cliente e 
conflitos com o público; 
• Imprevisibilidade de comportamento.
58 Administração 
Outro estudioso da área é Philip Selznick, so-ciólogo 
americano e discípulo de Merton, que rea-lizou 
pesquisas sobre a instituição organizacional. 
É considerado precursor da abordagem estrutural e 
comportamental. 
Segundo ele, tomando-se a organização 
como instituição, o executivo passa a exercer pa-pel 
de estadista. Ele salienta ainda que a organiza-ção 
burocrática é uma estrutura social adaptativa; 
dentro da organização formal desenvolve-se uma 
estrutura informal; a organização informal torna-se 
indispensável e paralela ao próprio sistema formal 
de delegação e controle; a burocracia deve ser ana-lisada 
sob o ponto de vista estrutural e funcional; 
a análise do comportamento organizacional interno 
e tensões e dilemas da organização são resolvidas 
através das restrições ambientais. 
Modelo de Homem segundo Weber 
O homem burocrata tem comportamento for-mal 
e previsto, pois as normas e procedimentos 
não permitem ações fora do padrão estabelecido. 
As relações existentes passam a ser basea-das 
por normas e não por visões particulares. A im-pessoalidade 
nas relações deixa transparecer a não 
participação nos processos de integração social. A 
motivação do burocrata está diretamente ligada ao 
cargo que ocupa, sendo extremamente materialista, 
no sentido de valorizar os bens e recursos mate-riais 
disponibilizados para o desempenho de seu 
trabalho (MUNIZ, 2007). Não há incentivos sociais, 
pois a impessoalidade nas relações impede a ado-ção 
de um sistema motivador.
Tema 2 | Enfoque organizacional 59 
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR 
Procure conhecer como é vista a teoria da burocra-cia 
na visão de MAXIMIANO, Antônio Cesar Amar. 
Teoria geral da Administração: da revolução urbana 
à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002. 
E CARAVANTES, Geraldo. Administração, teorias e 
processo. São Paulo: Person Prentice Hall, 2005 p.87. 
A leitura será um complemento ao que foi exposto 
neste livro e possibilitará a você, uma reflexão crí-tica 
sobre a referida abordagem. 
PARA REFLETIR 
Caro leitor, neste momento de sua leitura você pos-sivelmente 
se deparou com um conceito de buro-cracia 
o qual não é pejorativo como conhecemos. 
Realmente a intenção da burocracia não é atrapalhar, 
mas sim de controlar o crescimento organizacional 
através de normas, regulamentos, procedimentos. 
Então, reflita o motivo pelo qual o conceito de bu-rocracia 
tomou contornos tão deformados, chegan-do 
no dia de hoje a ser sinônimo de lentidão e 
atraso. Exponha sua opinião no ambiente virtual 
de aprendizagem e compartilhe com seus colegas.
60 Administração 
2.2 Teoria Neoclássica 
A Teoria Neoclássica surge em decorrência da 
atualização dos fundamentos e princípios da teoria 
clássica diante das mudanças ocorridas nas orga-nizações 
desde a primeira revolução industrial até 
os dias atuais, utilizando-se também dos conceitos 
e princípios da teoria das relações humanas, buro-crática, 
estruturalista, comportamental, de sistemas 
dentre outras, em um novo arranjo para a formação 
do administrador prático. 
Essa teoria aborda o processo administrati-vo 
voltado para as práticas administrativas a partir 
dos elementos da função administrativa definida 
por Fayol (ver livro de fundamentos da Administra-ção), 
ou seja, planejamento, organização, direção 
e controle aplicando-o de forma individualizada a 
cada tipo de organização. 
As razões principais que norteiam a ação da 
teoria neoclássica são: 
• Ênfase na prática da Administração: A uti-lização 
do pragmatismo em busca de re-sultados 
concretos e palpáveis, com base 
nos conceitos teóricos da Administração; 
• Reafirmação dos postulados clássicos: É 
o retorno de um grande estudo desen-volvido 
pela teoria clássica, só que bus-cando 
dar uma reestruturação de acordo 
com a situação atual; 
• Ênfase nos princípios gerais da Adminis-tração: 
Os princípios utilizados na teoria 
clássica são encarados como critérios
Tema 2 | Enfoque organizacional 61 
mais ou menos elásticos para a busca de 
soluções administrativas práticas; 
• Ênfase nos objetivos e nos resultados: É 
em função dos objetivos e resultados que 
a organização deve ser dimensionada, es-truturada 
e orientada; 
• Ecletismo da Teoria Neoclássica: A teoria 
absorve conceitos de várias escolas. 
Princípios da Teoria Neoclássica 
Segundo Brown (apud Muniz, 2007), os prin-cípios 
que orientam as ações administrativas po-dem 
ser explicitados como: 
• Os objetivos empresariais devem ser cla-ramente 
definidos por escrito; 
• A responsabilidade deve ter ligação di-reta 
com o desempenho de uma função; 
• As funções devem designadas para pes-soas 
em um mesmo cargo, funções iguais; 
• Definição e escalonamento de autoridade 
e responsabilidade; 
• Não pode haver centralização da autoridade; 
• Deve ser limitado o número de posições 
de um indivíduo em uma empresa; 
• A estrutura da empresa deve possuir um 
número mínimo de níveis hierárquicos;
62 Administração 
Aspectos comuns às organizações 
Levando em consideração que de acordo com 
a abordagem neoclássica, a administração recebe o 
enfoque de técnica social, ela passa a ter consis-tência 
a partir do momento em que orienta, dirige 
e controla os esforços de um grupo de indivíduos 
para um objetivo comum. 
Assim, o bom administrador irá possibilitar 
ao grupo o alcance de seus objetivos com o míni-mo 
de dispêndio de recursos e esforços com me-nos 
atritos em relação a outras atividades úteis. 
Para essa teoria, as organizações apresentam 
três aspectos comuns: 
• Quanto aos objetivos: São as prioridades 
que a organização estipula para o aten-dimento 
das necessidades da sociedade; 
• Quanto à administração: Todas as organi-zações 
têm diferenças em seus objetivos, 
em seus propósitos, mas são essencial-mente 
semelhantes na área administrati-va, 
na organização e na busca da eficácia 
e eficiência organizacionais; 
• Quanto ao desempenho individual: Está li-gado 
ao aspecto da eficácia e da eficiência. 
Centralização e descentralização 
A centralização e a descentralização refletem 
o grau de concentração de autoridade nos diversos 
níveis da organização, neste sentido, em virtude da 
teoria neoclássica ser considerada como a mudança
Tema 2 | Enfoque organizacional 63 
da organização coercitiva para a organização flexível, 
esses dois conceitos passam a fazer parte então do 
dia a dia da Administração a partir daquele momento. 
Os fatores que afetam o grau de descentrali-zação 
e centralização da autoridade são: 
• Influência da cultura e da filosofia da ad-ministração 
na empresa; 
• História do crescimento organizacional: 
a empresa que tem seu crescimento in-terno 
maior que o externo tende à cen-tralização 
da autoridade; as organizações 
que passaram por processos de fusões 
e aquisições tendem à descentralização; 
• Distribuição geográfica da organização: 
quanto maior for a distribuição e a dis-persão 
geográfica da organização, maior 
a tendência à descentralização; 
• Controles eficazes: no nível operacional 
ou de produção; 
• Capacitação e qualificação dos empregados: 
quanto maior o nível de qualificação profis-sional 
e capacitação técnica dos emprega-dos, 
maior o grau de descentralização; 
• Diversidade de produtos e serviços: 
quanto maior for a diversidade de pro-dutos 
e serviços, maior será a tendência 
à descentralização, e quanto menor for o 
grau de diversificação, mais a tendência 
será de centralização.
64 Administração 
Já a descentralização administrativa é maior 
quando: 
• Tanto maior for o número de decisões to-madas 
nas escalas baixas da hierarquia; 
• Tanto mais importantes forem estas decisões 
tomadas nas escalas baixas da hierarquia; 
• Tanto maior for o número de funções afe-tadas 
pelas decisões nas escalas baixas 
da hierarquia; 
• Tanto menor for a supervisão de decisão. 
Processo Administrativo 
O processo administrativo, o qual já foi visto 
no livro de Fundamentos da Administração produ-zido 
pela UNIT, é composto dos elementos: plane-jamento, 
organização, direção e controle ou PODC, 
os quais fazem parte também da teoria neoclássica, 
visto à mesma desenvolver conceitos que permeiam 
por todas essas etapas da função administrativa. 
Esse processo envolve as seguintes caracte-rísticas: 
• Cíclico e repetitivo, visto que se trata 
de um processo permanente e contínuo, 
além de estar sendo sempre completado 
e repetido continuamente; 
• Interativo, visto que cada elemento ou 
função interage com as demais, influen-ciando- 
as e por ela sendo influenciada;
Tema 2 | Enfoque organizacional 65 
• Interativo, quando o processo adminis-trativo 
se portar como uma sequência de 
passos que embora não sejam seguidos, 
constituam um itinerário sujeito a ajus-tes, 
avanços e recuos, durante um pro-cesso 
de implementação; 
• Sistêmico, quando o processo não pode 
ser analisado por cada uma de suas par-tes 
e sim em sua totalidade. 
Administração por Objetivos 
A Administração por objetivos é uma ação 
organizacional que possibilita aos gestores e su-bordinados 
terem o conhecimento sobre onde a 
empresa quer chegar e quando. Assim, cada um na 
sua responsabilidade saberá como agir para con-templar 
o objetivo maior da empresa. 
Segundo Drucker (1970), o desempenho es-perado 
de um gerente deve ser o reflexo do resul-tado 
da empresa. O administrador tem que saber e 
entender o que as metas da empresa esperam dele 
em termos de desempenho. 
A administração por objetivos – APO sur-giu 
na década de 50, quando empresas privadas 
norte-americanas sofriam pressões acentuadas. O 
problema econômico da época gerou dentro das 
empresas uma administração por pressão, sendo 
que esta pressão exercida sobre os gerentes não 
conduziu a melhores resultados. 
A APO surgiu como método de avaliação e con-trole 
do desempenho tanto dos funcionários quanto 
da empresa, especificamente em ambientes de merca-do 
com rápido crescimento. Inicialmente, constituiu- 
-se em um critério financeiro de avaliação e controle.
66 Administração 
Os pontos principais da APO são: 
• Análise da situação para consecução dos 
objetivos empresariais; 
• Objetivos estabelecidos por setor da or-ganização; 
• Interligação entre objetivos; 
• Participação efetiva entre chefias; 
• Definição de meios e tarefas para imple-mentação 
de medidas; 
• Adoção de sistemas de mensuração; 
• Conscientização de todos para com o ob-jetivo 
maior da organização; 
• Ação corretiva quando necessário. 
Ciclo da Administração por Objetivos 
A APO envolve um comportamento cíclico, 
permitindo que haja ajustamento no ciclo seguinte. 
Costuma corresponder ao exercício fiscal da empre-sa, 
para facilitar a execução do controle. 
Fonte: MUNIZ, A. FARIA, H. Teoria Geral da Administração. 5ª Ed. São Paulo: 
Atlas. 2007. P. 131
Tema 2 | Enfoque organizacional 67 
Indicação de Leitura Complementar 
Procure conhecer como é vista a teoria neoclássica em: 
http://bit.ly/teoria_neoclassica 
Para reforçar a leitura, conheça também: 
http://www.ead.fea.usp.br/cad-esq/arquivos/ 
v10n1art3.pdf 
As leituras serão um complemento ao que foi ex-posto 
e possibilitará a você uma reflexão crítica 
sobre a referida abordagem. 
Para Refletir 
Caro leitor, diante do fato desta teoria buscar enfo-car 
a prática na Administração, procure relacionar o 
que você vivencia na empresa que trabalha ou ou-tra 
que conheça com a teoria aqui descrita e trace 
suas próprias conclusões.
68 Administração 
2.3 Tipologias da Organização 
As tipologias das organizações apresentam 
um estudo sobre os diversos tipos de comporta-mentos 
existentes nas organizações. Assim, para 
facilitar a análise comparativa das mesmas, os es-truturalistas 
desenvolvem então tipologia de or-ganizações 
que as classifica de acordo com certas 
características distintivas (empresas pequenas, mé-dias 
e grandes). Conheça agora na visão de Muniz 
(2007, p.84-99) sobre as tipologias organizacionais. 
Tipologia de Etzioni 
As organizações passam a ser definidas con-forme 
uma escala criada por Etzione, onde dentre 
os fatores que contribuem para sua definição são: 
Divisão de trabalho e atribuição de poder e res-ponsabilidade, 
centros de poder e substituição do 
pessoal. 
Neste sentido, diferem das unidades sociais 
naturais, nas organizações o controle informal não 
é adequado. Por isso, as organizações impõem 
uma distribuição de recompensas e sanções para 
garantir obediência às suas normas. 
Para Etzioni, os meios de controle podem ser 
classificados como: físicos, materiais ou simbóli-cos. 
Sendo que o Controle Físico impõe tratamen-to 
severo, a motivação é negativa e baseia-se em 
punição; quanto ao Controle Material baseia-se no 
interesse, na vantagem desejada e nos incentivos 
econômicos e materiais; já o Controle Normativo 
traduz-se em símbolos puros ou em valores sociais, 
crenças e fé.
Tema 2 | Enfoque organizacional 69 
Sua desvantagem é dar pouca conside-ração 
à estrutura, tecnologia utilizada e 
ao ambiente externo, baseada exclusiva-mente 
nos tipos de controle. 
Este tipo de tipologia classifica as organiza-ções 
com base no uso e significado da obediência, 
ou seja, que utilizam da coerção para atingir seus 
resultados. 
Tipologia de Blau e Scott 
As organizações estão inseridas em comuni-dade 
e as relações servem para proporcionar bene-fícios 
e/ou resultados para seus membros. 
Elas são divididas em cinco categorias a se-rem 
conhecidas: 
• Organizações normativas, onde o poder 
acontece através do consenso sobre ob-jetivos; 
• Organização de benefícios mútuos; 
• Organização de interesse comercial; 
• Organizações de serviços; 
• Organizações de Estado.
70 Administração 
Objetivos Organizacionais 
Os objetivos organizacionais são muito ex-plorados 
pelos autores neoclássicos (APO) e es-truturalistas. 
As organizações são unidades sociais 
que procuram atingir resultados. Um objetivo orga-nizacional 
é uma imagem que a organização pre-tende 
para o seu futuro. 
Os objetivos são diretrizes a serem atingidas 
pela organização a fim de transformá-las em reali-dade. 
Toda a organização deve buscar condições 
para sua existência de forma sustentável, assim, os 
estudiosos da APO definiram dois modelos a serem 
seguidos pelas empresas: 
• Modelos de sobrevivência: quando a or-ganização 
desenvolve objetivos que a 
possibilitam se manter no mercado; 
• Modelos de eficiência: quando a orga-nização 
desenvolve objetivos que lhe 
permita não apenas existir, mas também 
buscar se desenvolver e ser competitiva. 
É importante sabermos ainda que a definição 
de objetivos parte de um processo de interação en-tre 
a organização e o ambiente: consiste em deter-minar 
as relações da organização com a sociedade. 
Existem cinco categorias de objetivos conhe-cidas 
pelos analistas organizacionais, que são: 
• Objetivos da sociedade; 
• Objetivos de produção; 
• Objetivos de sistemas; 
• Objetivos de produtos; 
• Objetivos derivados.
Tema 2 | Enfoque organizacional 71 
O estudo dos objetivos das organizações 
identifica as relações entre as organizações e a so-ciedade 
em geral, no entanto, a sociedade está em 
constante mudança, fazendo com que os referidos 
objetivos tenham que ser monitorados e alterados 
de acordo com o direcionamento do mercado. 
Ambiente Organizacional 
As organizações vivem em um mundo hu-mano, 
social, político e econômico. Elas existem 
em um contexto ao qual denominamos ambiente. 
Ambiente é tudo o que envolve externamente uma 
organização. Para os estruturalistas, o ambiente é 
constituído pelas outras organizações que formam 
a sociedade (MUNIZ, 2007). 
A relação entre organização e ambiente é fa-tor 
de grande importância para a compreensão do 
estruturalismo. Pelo fato da sociedade moderna ser 
manipulada pelas organizações, os estruturalistas 
criticam a grande ênfase dada sobre a relação entre 
as pessoas e a pouca importância sobre a relação 
entre ambientes e organizações. 
Neste contexto, há dois conceitos essenciais 
para a análise entre organizações: o conceito de 
interdependência das organizações e o conceito de 
conjunto organizacional. 
Interdependência das Organizações com a So-ciedade 
Toda organização, por ser um sistema com-plexo 
inserido em um ambiente, que tanto o in-fluencia 
quanto é influenciada por ele, consequen-temente 
tem sua sobrevivência relacionada com a
72 Administração 
sobrevivência de outras organizações. No entanto, 
existe ainda uma interdependência das organiza-ções 
com a sociedade em geral em virtude da pe-culiaridade 
de suas relações. 
Algumas das consequências dessa interde-pendência 
são relacionadas às constantes mudan-ças 
nos objetivos organizacionais fruto de altera-ções 
no ambiente externo e, a um certo controle 
ambiental sobre a organização, o que limita sua 
liberdade de agir, onde as organizações desen-volvem 
estratégias para lidar com o seu ambien-te, 
sendo elas consideradas de cooperação ou de 
competição. 
Conjunto Organizacional 
O conceito de conjunto organizacional é 
análogo ao de conjunto de papéis. Cada organi-zação 
ou classes de organizações tem interações 
com uma cadeia de organizações em seu ambiente, 
formado um conjunto organizacional. Desta manei-ra, 
os estruturalistas inauguram um novo ciclo na 
teoria administrativa: o gradativo desprendimento 
daquilo que ocorre dentro das organizações para 
aquilo que ocorre fora delas. 
Conflitos Organizacionais 
Conflito significa a existência de ideias, sen-timentos, 
atitudes ou interesses divergentes que 
podem entrar em choque. Sempre que se fala em 
acordo, aprovação, coordenação, resolução, unida-de, 
consentimento, consistência, harmonia, não po-demos 
esquecer que existe o lado contrário, opos-to 
destas palavras e é essa oposição que podemos 
considera como fonte geradora do conflito.
Tema 2 | Enfoque organizacional 73 
Para os estruturalistas, o conflito apresenta 
um lado muito positivo, onde pode-se proceder uma 
verificação e ajuste em relação à situação atual, des-sa 
forma, atingindo o equilíbrio na organização. 
Todavia, os conflitos não deixarão de existir, 
visto que eles geraram mudanças, as quais provo-carão 
reações e assim por diante. 
Conflito entre Autoridade pelo Conhecimento e 
a Autoridade pela Hierarquia 
Uma das situações de conflito típicas é em 
relação ao conhecimento e autoridade, isso porque 
sabemos que o conhecimento traz conflitos com a 
hierarquia. Buscando elucidar essa questão, Etzioni 
sugere três tipos de organização, do ponto de vista 
de como se organiza o conhecimento: 
• Organizações especializadas: como uni-versidades, 
escolas, organizações de pes-quisa, 
hospitais; 
• Organizações não-especializadas: como 
empresas e o exército; 
• Organizações de serviço: como empresas 
especializadas em consultoria ou asses-soria, 
centros de pesquisa e desenvolvi-mento; 
Dilemas da Organização Segundo Blau e Scott 
Para Blau e Scott (apud Muniz, 2007), há uma 
relação de dependência entre conflito e mudança, 
visto que as mudanças incentivam conflitos e estes
74 Administração 
geram inovações. Os conflitos, mesmo ocultos ou 
reprimidos pela burocracia excessiva, tornam-se a 
fonte principal da mudança organizacional. 
Os processos de mudança organizacional tra-zem 
à tona a discussão entre conflito e dilema, 
visto que a sua clara interpretação possibilita a re-solução 
dos conflitos. Assim, segundo Blau e Scott 
(apud Muniz, 2007), há três dilemas básicos na or-ganização 
formal, como segue: 
• Dilema entre coordenação e comunicação livre. 
• Dilema entre disciplina burocrática e es-pecialização 
profissional. 
• Dilema entre a necessidade de planeja-mento 
centralizado e a necessidade de 
iniciativa individual. 
Sátiras à Organização 
Os estruturalistas analisam a organização sob 
uma ótica extremamente crítica. Contudo, surgiram 
livros de cunho humorístico e irreverente, em que 
são expostos à sátira, fatos inerentes ao dia-a-dia 
em uma organização, os quais chegam à proximida-de 
do absurdo e do exagero. Demonstram o ridículo 
de certos princípios dogmáticos, utilizam afirmações 
sem coerência e demonstram uma visão irrepará-vel 
e pessimista das organizações. Apesar de não 
proporem qualquer tipo de solução, esses autores 
satíricos apontam falhas e inconsistências nos pro-cessos 
geralmente racionais da organização. A disse-minação 
das sátiras, entretanto, tende a popularizar 
visões críticas, negativas do funcionamento das or-ganizações. 
Nesse caso, tendendo ao exagero.
Tema 2 | Enfoque organizacional 75 
Lei de Parkinson 
Segundo Muniz (2007), Northcote Parkinson 
publicou um livro no qual fazia uma análise irre-verente 
e implacável da administração burocrática. 
Sua premissa principal envolvia a “lei do trabalho”, 
também conhecida como “lei de Parkinson”: assim, 
o trabalho aumenta a fim de preencher o tempo 
disponível para sua execução. 
Da “lei do trabalho” derivam dois princípios 
que ocasionam a chamada “pirâmide em ascensão”: 
* “Lei da multiplicação de subordinados”: um 
chefe de seção deseja sempre aumentar o 
número de subordinados, desde que não se-jam 
seus rivais. 
* “Lei da multiplicação do trabalho”: um che-fe 
de seção sempre inventa trabalho para ou-tros 
funcionários. 
Segundo esses dois princípios, todo chefe 
procura provocar a impressão de ter responsabi-lidade 
apenas pelo quantitativo de subordinados 
e, com isto, busca subir a posições no plano de 
carreira da organização. 
Princípio de Peter 
Peter e Hull publicaram um livro, onde procu-ravam 
provar que em toda ação executada dentro de 
uma organização, quando errada, busca-se uma justi-ficativa 
para o mal desempenho. O princípio de Peter 
ou princípio da incompetência, é assim enunciado: 
em uma hierarquia, todo empregado tende a subir até 
chegar ao seu nível de incompetência (MUNIZ, 2007).
76 Administração 
Dramaturgia Administrativa de Thompson 
Victor A. Thompson aborda a “dramaturgia 
administrativa”. Defende que nas organizações 
existe uma falta de consenso entre o direito de 
decidir e o poder de realizar. 
A organização só alcançará um caráter trans-parente 
quando o conflito entre a autoridade hie-rárquica 
e a autoridade do conhecimento for re-conhecido 
e aceito. A parceria entre a hierarquia 
e a especialização depende da aceitação da inter-dependência 
dessas duas funções na organização. 
Thompson salienta por fim que, a produção 
e a inovação possuem uma relação variável e in-versa, 
além disso, a hierarquia se fixa em uma es-trutura 
formal e inflexível e, portanto, contrária à 
criatividade e à inovação. 
Maquiavelismo nas Organizações 
A ciência da Administração, segundo Antony 
Jay, procura demonstrar que “a nova ciência da Ad-ministração 
não é, na verdade, mais do que uma 
continuação da velha arte de governar”, baseando- 
-se em Maquiavel. Nicclò Machiavelli escreveu o livro 
O Príncipe, em 1513, oferecido a Lourenço de Médici, 
como sugestões para a difícil arte de governar. No 
livro expõe a sua teoria política, conhecida como 
maquiavelismo, cujos principais aspectos são: 
• Os fins justificam os meios. 
• A ação deve ser de acordo com os inte-resses 
particulares; 
• Oportunismo;
Tema 2 | Enfoque organizacional 77 
• A ação do príncipe é necessária, mas não 
santificada: acima do ideal está a realida-de 
implacável, férrea e iníqua. 
A principal característica da obra de Maquia-vel 
está no seu desapego à moral. Para Maquiavel, 
a moral se relaciona com as circunstâncias do mo-mento. 
Por isso, a palavra maquiavelismo passou 
a ser usada, tanto na esfera pública como na par-ticular, 
para designar ações sagazes e hipócritas, 
nas quais os fins são mais importantes do que os 
meios. O livro (O Príncipe) retrata a arte de gover-nar 
pela força, malícia, intimidação e astúcia. 
Indicação de Leitura Complementar 
Leia no link, http://www.amitaietzioni.org/biogra-phy. 
html, a biografia de Etzioni e tente entender os 
motivos pelos quais ele chegou ao desenvolvimen-to 
das tipologias da organização. 
Leia também no livro digital abaixo, relatos sobre a 
questão das mudanças sociais e sua relação com as 
tipologias organizacionais. http://bit.ly/amitai_etzioni. 
A leitura será um complemento ao que foi exposto 
neste livro e possibilitará a você, uma reflexão crí-tica 
sobre a referida abordagem.
78 Administração 
Para Refletir 
Pois bem prezado leitor, a partir deste ponto nos 
estudos das organizações, você passou a notar a 
importância das diversas pesquisas sobre os tipos 
de organização. Portanto, reflita e tente enquadrar 
a empresa que trabalha ou uma que conheça em 
um dos tipos de organização apresentados nesta 
leitura. 
2.4 Novas Abordagens da Administração 
Dentre as novas abordagens da Administra-ção 
optamos por mencionar aqui a Reengenharia, 
o Downsizing, o Benchmarking, o Outplacement e 
Fundamentos de Critérios de Excelência. Todas se-rão 
detalhadas abaixo. 
Reengenharia 
A reengenharia, também chamada Reenge-nharia 
do Processo de Negócio, nada mais é do 
que o processo de reconstrução de uma determi-nada 
empresa, não física, mas na forma como esta 
trabalha.Seu objetivo é a busca melhorias signifi-cativas 
no desempenho da instituição, no entanto, 
não falamos aqui de um aperfeiçoamento, ou de 
um conjunto de ajustes, mas do retorno à esta-ca 
zero, desde seu projeto, para alcançar melhoras 
substanciais (Silva, 2007).
Tema 2 | Enfoque organizacional 79 
A importância e profundidade da reengenha-ria 
ficam claros, segundo Alcoforado (1997), pois 
este é um modelo de gestão com potencial para 
produzir transformações nos processos produtivos, 
maiores que aquelas produzida pelo Fordismo ou 
pelo Taylorismo. Mudanças estas, projetadas para 
um horizonte temporal próximo. 
Segundo os autores Hammer e Champy, “a 
reengenharia é o repensar fundamental e a rees-truturação 
radical dos processos empresariais, que 
visam alcançar drásticas melhorias em indicadores 
críticos e contemporâneos de desempenho, como 
custos, qualidade, atendimento e velocidade” (Al-coforado, 
1997). 
Quando observamos a definição de Reenge-nharia 
elaborada por Hammer e Champy, fica claro 
que trata-se de um modelo que propõe mudan-ças 
extremas. Podemos concluir que não se trata 
de um processo de reforma, ou ajustes no modus 
operandi da instituição, mas da reformulação inte-gral 
da forma como a empresa trabalha, rompendo 
completamente com as técnicas e pensamento em 
uso até o momento. Daí, podemos inferir o poten-cial 
transformador de que já falamos. 
A partir de seu conceito podemos extrair qua-tro 
termos principais que norteiam a reengenharia: 
1. Fundamental: Na aplicação da reengenha-ria, 
a empresa deve ser repensada com-pletamente, 
desde o porquê de executar 
sua atividade ao modo como a mesma 
é realizada. Assim, procura-se romper 
completamente com o atual e repensar a 
forma como a empresa funciona em sua 
totalidade.
80 Administração 
2. Radical: Desconstrução integral do modo 
de se pensar o negócio e criação de no-vos 
métodos de trabalho. 
3. Processo: A reengenharia não busca tra-balhar 
com tarefas ou serviços e pessoas, 
mas com processos, sendo o processo 
uma organização espaço-temporal do tra-balho 
com começo, fim, entradas e saí-das 
definidas e bem delimitadas. 
4. Drástica: a reengenharia não diz res-peito 
a pequenas melhorias, mas a de 
aumento expressivo do desempenho. 
A reengenharia guarda algumas semelhanças 
superficiais com a Administração da Qualidade To-tal, 
contudo, não se devem confundir. Apesar de 
ambas possuírem como objetivo final a melhoria do 
desempenho, a TQM procura aprimorar os proces-sos 
já existentes, se volta para o bom atendimento 
da necessidade do cliente, e, principalmente, busca 
pequenas graduais, diferente do rompimento radi-cal 
com as práticas e padrão de desempenho da 
reengenharia. 
Downsizing 
O Downsizing pode ser traduzido como o 
achatamento da estrutura hierárquica da empresa, 
com a redução de seus níveis. Fundamentalmente o 
downsizing ocorre em função de redução de custos 
ou da participação no mercado. 
Acredita-se que o downsizing conduza a um 
aumento do lucro, da produtividade, maior flexi-
Tema 2 | Enfoque organizacional 81 
bilidade organizacional e melhor desempenho dos 
estoques. É importante observar, contudo, seus 
pontos negativos, como os custos associados à ex-clusão 
de cargos, a capacitação dos funcionários 
que permanecerem, a redução da moral da equipe 
e a possível perda de qualidade do produto, aspec-tos 
muitas vezes desconsiderados pelas empresas. 
Benchmarking 
O benchmarking é uma ferramenta de avalia-ção 
comparativa, entre a empresa e o mercado, nos 
termos de produtos, processos e serviços. 
Precisamos lembrar que esta comparação 
é feita com empresas que se encontram em uma 
melhor condição que a analisada, com o intuito de 
esta progrida seguindo linhas de ação inspiradas 
nas concorrentes buscando ultrapassá-las. 
O Benchmarking busca observar o univer-so 
que circunda a empresa, suas concorrentes, em 
busca de respostas para o aprimoramento da pró-pria 
produção. 
Outplacement 
A fim de evitar todos os impactos negativos 
acarretados pelo processo de demissão, tanto para 
a empresa, que pode desenvolver interna e externa-mente 
uma imagem de instabilidade, quanto para 
o profissional, que se vê excluído de sua função e 
obrigado a buscar sozinho uma nova posição, as 
empresas têm buscado novas formas de conduzir 
seus processos de reestruturação. 
É então que surge o Outplacement como uma 
alternativa, menos impactante para ambos, aos
82 Administração 
processos de demissão. Podemos resumir o Outpla-cement, 
como uma nova maneira de conduzir o pro-cesso 
de transição profissional de um colaborador. 
Seu surgimento remonta aos anos 60, nos 
Estados Unidos, quando o país foi atingido por 
uma forte recessão, e hoje alcançou todos os paí-ses 
industrializados. 
É importante ressaltar que os programas de 
Outplacement, ou recolocação, como são também 
conhecidos, vêm sendo executados principalmen-te 
para funcionários de alto escalão, geralmente 
executivos, e em alguns casos, para profissionais 
altamente especializados. 
Fundamentos de Critérios de Excelência 
O termo e conceito base da excelência orga-nizacional 
foram cunhados, em 1982 por Thomas J. 
Peters e Robert H. Waterman. Para estes autores, 
trata-se de excelência, a condição ou estado em 
que os produtos de determinado processo superam 
os resultados inicialmente planejados, seja em ter-mos 
de eficácia ou resultado (SILVA, 2007). 
A excelência organizacional, segundo estes 
autores é dotada de oito atributos fundamentais: 
• Orientação para a ação - Segundo este 
princípio, o sucesso depende da capa-cidade 
de ir além do campo das ideias, 
levando à implementação daquilo que 
foi idealizado. Além disso, as equipes 
de trabalho devem ter como orientação 
a solução de problemas, ser compostas 
por poucos membros, e ter caráter tran-sitório;
Tema 2 | Enfoque organizacional 83 
• Proximidade do Cliente - O principal ob-jetivo 
é a satisfação das necessidades do 
cliente, que se incluso mesmo em todo 
o ciclo desde o projeto até o marketing, 
passando pela produção; 
• Autonomia e espírito empreendedor - 
Uma maior flexibilidade estrutural onde 
se pode trabalhar em projetos e criar, 
com certo grau de liberdade; 
• Produtividade por meio das pessoas - A 
valorização do capital humano, que pas-sa 
a ocupar lugar de destaque para a 
qualidade nos processos; 
• Ação inspirada por valores - A liderança 
deverá passar para as equipes de traba-lho 
um senso de objetivo e significado 
para suas ações. O sistema de crenças 
da organização fazendo uso de histórias, 
mitos e lendas; 
• Concentração do que é conhecido - A ad-ministração 
está focada naquilo em que 
tem maior expertise, voltando-se para o 
desenvolvimento da própria empresa, em 
lugar de buscar fusões; 
• Estrutura simples e enxuta - A centrali-zação 
da autoridade deve ser evitada, e 
junto a isso, deve ser reduzida a vertica-lização 
da hierarquia;
84 Administração 
• Propriedades simultaneamente flexíveis e 
rígidas - A rigidez devem se deter prin-cipalmente 
aos controles estratégicos e 
financeiros, ao tempo que autonomia e 
oportunidade de criação devem ser com-partilhadas 
com os empregados, que são 
livres para inovar e assumir riscos, con-sequentemente 
contemplando a possibi-lidade 
de erros. 
Estes atributos foram obtidos pela observa-ção, 
pelos pesquisadores, de empresas considera-das 
excelentes. Devemos atentar a que estes foram 
os mais recorrentes diagnosticados por Peters e 
Waterman, mas não os únicos. O próprio Peters, 
em co-autoria com Austin, estabeleceria anos de-pois 
que apenas três aspectos seriam suficientes 
para incorporar todos os atributos citados e alcan-çar 
a excelência, desde que usados em concomitân-cia 
com um estilo particular de administração, se-riam 
eles: Atenção integral aos clientes; Constante 
processo de inovação; e Pessoas. 
O trabalho de Peters e Waterman tornou- 
-se alvo de muitas críticas de outros pesquisadores 
que criticaram tanto em seu método como na forma 
minimalista como abordaram os temas propostos. 
Outros autores e instituições dedicaram-se 
ao longo do tempo à busca pelos padrões de qua-lidade 
e excelencia. No Brasil, a FNQ - Fundação 
Nacional da Qualidade - criou o PEG - Programa de 
Excelência em Gestão.
Tema 2 | Enfoque organizacional 85 
Indicação de Leitura Complementar 
Leia as páginas 277, 278 e 279 do livro: CARAVAN-TES, 
Geraldo R.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, 
Mônica C. Administração: teorias e processos. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Tente enten-der 
as transformações decorrentes do processo de 
reengenharia e discuta com seus colegas. 
Leia também no livro: MAXIMIANO, Antonio César 
Amaru. Teoria geral da administração: da revolução 
urbana à revolução digital. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. Na página 465 o texto intitulado Benchma-rking: 
copiando as melhores práticas e entenda um 
pouco mais sobre esta técnica que consiste em 
fazer comparações e em imitar organizações com 
praticas exemplares de administração. 
A leitura será um complemento ao que foi exposto 
neste livro e possibilitará a você, uma reflexão crí-tica 
sobre o referido conteúdo. 
Para Refletir 
Pois bem prezado leitor, a partir deste ponto nos 
estudos das organizações, você passou a notar a 
importância do aprimoramento de processos. Por-tanto, 
reflita e tente enquadrar a empresa que tra-balha 
ou uma que conheça em um destes proces-sos 
apresentados nesta leitura.
86 Administração 
Resumo 
Muito bem, caro aluno, chegamos ao final de mais 
um capítulo em nossa viagem pelas teorias da 
Administração. Na passagem pelo enfoque com-portamental, 
você pode conhecer a influência da 
psicologia na ciência da Administração e pode re-fletir 
sobre a motivação, a liderança, a gerência e a 
importância de se conhecer o outro e desenvolver 
uma relação ética e profissional, é essencial para o 
crescimento de uma empresa. 
Na sequência, você passou a entender que deve-se 
ter critérios para a tomada de decisão gerencial e 
que o processo decisório em uma organização está 
muito baseado no fator racional. 
Durante essa viagem, você chegou à teoria do de-senvolvimento 
organizacional e passou a entender 
que o mundo está em constantes mudanças e que 
aquela empresa ou até mesmo aquela pessoa que 
não se adaptar às novas realidades impostas pelo 
ambiente, poderá ser conduzida ao fracasso. 
Diante da grande importância deste enfoque com-portamental 
é que a Administração passou a mudar 
sua história, dando maior ênfase na relação empre-sa, 
indivíduo, ambiente.
TEORIAS PÓS-SISTEMAS 
Parte 2
Administração(1) livro
Enfoque Comportamental 3 
A abordagem comportamental da ciência administrativa propõe 
o abandono de posições normativas e descritivas e a adoção de uma 
posição humanística, mantida, portanto, a ênfase nas pessoas. 
Esta abordagem diferencia-se da apresentada por Jonh B. Wat-son, 
que trabalhou o enfoque individual através da realização de 
experimentos em laboratório, analisando: aprendizagem; estímulo e 
reações, hábitos. 
O método de Watson evoluiu para a análise comportamental de 
grupos, utilizada por Kurt Lewin na chamada Psicologia Social (Teoria 
das Relações Humanas) e a seguir para a Psicologia Organizacional 
em um sentido amplo, ainda que não desconsiderasse os pequenos 
grupos sociais. 
Desta forma, a Psicologia Organizacional contribuiu decisiva-mente 
para o surgimento de uma teoria administrativa mais democrá-tica 
e humanística, a Teoria Comportamental da Administração.
90 Administração 
3.1 Abordagem comportamental: Teóricos da 
Motivação 
Abraham Maslow – Teoria das necessidades 
humanas 
O administrador precisa conhecer os meca-nismos 
motivacionais para poder dirigir adequada-mente 
as pessoas. Nesta abordagem, procura-se 
através das ciências do comportamento, conhecer 
o processo e a dinâmica organizacional, visto que 
os estudiosos desta abordagem consideram a or-ganização 
como um sistema cooperativo e racional. 
Origens: Dentre as origens da teoria com-portamental, 
podemos citar o pensamento oposto 
entre a teoria clássica e a de relações humanas, 
onde segundo Caravantes (2005, p.95-102) estão: 
• A abordagem comportamental é um apro-fundamento 
da Teoria das Relações Hu-manas, 
sendo contra a sua visão ingênua 
e romântica, mas aproveitando e refor-mulando 
alguns dos seus princípios; 
• A Crítica à Teoria Clássica, sendo conside-rada 
por alguns autores uma abordagem 
contrária à organização formal, aos prin-cípios 
gerais da administração, e ao en-foque 
mecanístico dos autores clássicos; 
• Com a Teoria Comportamental houve a 
contribuição da Sociologia da Burocracia, 
aumentando a abrangência da teoria ad-ministrativa; 
Abraham Maslow 
(1908-1970)
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Administração(1) livro

  • 2. Eduardo Carpejani Danielle Thaís Barros de Souza Administração
  • 3. C294t Carpejani, Eduardo Administração. / Eduardo Carpejani, Danielle Thais Barros de Souza. Aracaju: UNIT, 2013. 172. : il. 22 cm. Inclui bibliografia. 1. Teoria geral da administração. 2. Princípio administração. 3. Teoria burocrática. 4. Tipologia da organi-zação. 5. Enfoque comportamental. I. Souza Danielle, Taís Barros de. II. Uni-versidade Tiradentes. III. Educação a Distância. IV. Título. Redação: Núcleo de Educação a Distância - Nead Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia Prédio da Reitoria - Sala 40 CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE Tel.: (79) 3218-2186 E-mail: infonead@unit.br Site: www.ead.unit.br Impressão: Gráfica Gutemberg Telefone: (79) 3218-2154 E-mail: grafica@unit.br Site: www.unit.br Banco de Imagens: Shutterstock CDU:658 Copyright © Grupo Tiradentes.
  • 4. Sumário Parte 01: Teorias Pré-Sistemas Tema 01- Enfoque Mecanicista . .11 1.1 Introdução à Teoria Geral da Administração: Princípios da Administração e a influência filosófica. . 12 1.2 Administração Científica: A escola de F.W.Taylor . .20 1.3 Abordagem Clássica da Administração . 32 1.4 Abordagem Humanística da Administração. .40 Tema 02 - Enfoque Organizacional. . 51 2.1 Teoria Burocrática. . 52 2.2 Teoria Neoclássica. . .60 2.3 Tipologias da Organização. . .68 2.4 Novas Abordagens da Administração . 78 Parte 02: Teorias Pós-Sistemas Tema 03 - Enfoque Comportamental. . 89 3.1 Abordagem comportamental: Teóricos da Motivação. . .90 3.2 Abordagem comportamental: Outros teóricos. . 101 3.3 Processo Decisório . 110 3.4 Teoria Estruturalista. . 120 Tema 04 - Enfoque Sistêmico. . 133 4.1 Teoria de Sistemas. . 134 4.2 Teoria Contingencial. . 142 4.3 Abordagens do Desenvolvimento Organizacional . 150 4.4 Abordagens Emergentes. . 160 Referências . .169
  • 6. Concepção da Disciplina Ementa Enfoque mecanicista: Introdução à Teoria Ge-ral da Administração: Princípios da Administração e a influência filosófica; Administração Científica: A escola de F.W.Taylor; Abordagem Clássica da Ad-ministração; Abordagem Humanística da Adminis-tração. Enfoque Organizacional: Teoria Burocrática; Teoria Neoclássica; Tipologia das Organizações; Novas Abordagens da Administração. Enfoque Comportamental: Abordagem comportamental e os teóricos da Motivação; Abordagem comportamental e outros teóricos; Processo Decisório; Teoria Estru-turalista. Enfoque Sistêmico: Teoria de Sistemas; Teoria Contingencial; Abordagem do Desenvolvi-mento Organizacional; Abordagens Emergentes. Objetivos Geral Situar o aluno quanto à origem e ao processo evolutivo do pensamento administrativo de modo a evidenciar a importância e a utilidade do estudo da teoria administrativa. Específicos • Conhecer os conceitos fundamentais de cada teoria, visando à compreensão dos fenômenos organizacionais;
  • 7. • Dominar os fundamentos conceituais da teoria administrativa a fim de permitir o posterior e constante aperfeiçoamento profissional baseado na absorção de tec-nologias futuras desenvolvidas na área de Administração. Orientação para Estudo A disciplina propõe orientá-lo em seus pro-cedimentos de estudo e na produção de trabalhos científicos, possibilitando que você desenvolva em seus trabalhos pesquisas, o rigor metodológico e o espírito crítico necessários ao estudo. Tendo em vista que a experiência de estudar a distância é algo novo, é importante que você ob-serve algumas orientações: • Cuide do seu tempo de estudo! Defina um horário regular para acessar todo o conteúdo da sua disciplina disponível neste material impresso e no Ambiente Vir-tual de Aprendizagem (AVA). Organize-se de tal forma para que você possa dedicar tempo suficiente para leitura e reflexão; • Esforce-se para alcançar os objetivos pro-postos na disciplina;
  • 8. • Utilize-se dos recursos técnicos e huma-nos que estão ao seu dispor para bus-car esclarecimentos e para aprofundar as suas reflexões. Estamos nos referindo ao contato permanente com o professor e com os colegas a partir dos fóruns, chats e encontros presenciais, além dos recur-sos disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA. Para que sua trajetória no curso ocorra de forma tranquila, você deve realizar as atividades propostas e estar sempre em contato com o profes-sor, além de acessar o AVA. Para se estudar num curso a distância deve- -se ter a clareza de que a área da Educação a Dis-tância pauta-se na autonomia, responsabilidade, cooperação e colaboração por parte dos envolvi-dos, o que requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de concepção de educação. Por isso, você contará com o apoio das equi-pes pedagógica e técnica envolvidas na operacio-nalização do curso, além dos recursos tecnológicos que contribuirão na mediação entre você e o pro-fessor.
  • 12. 1 Enfoque Mecanicista As organizações são, sem discussão, o tipo de sistema social predominante nas sociedades industriais. No entanto, sua origem nos traz a ideia de que antes das organizações, a Administração era vista como arte e ciência. Quando usamos a expressão ciência, nos de-paramos com o sentido de descrever os fenômenos do mundo real, ou seja, referimo-nos à Administração enquanto ciência que busca a compreensão das formas de organização social, no tocante às suas estruturas e formas de gestão. Você, como futuro profissional da área que estuda, estará com-pletamente envolvido com uma ciência considerada social e aplicada, isto é, com todas as atividades que estão preocupadas em sistema-ticamente investigar e explicar aspectos da relação entre o indivíduo e a sociedade da qual é integrante. Nesta viagem pela ciência da Administração você perceberá a influência sofrida através da filosofia, sua origem e evolução, desde seu início na era clássica ao momento atual. Boa leitura!
  • 13. 12 Administração 1.1 Introdução à Teoria Geral da Administração: Princípios da Administração e a influência filosófica A história da Administração se constrói ao lon-go da história por meio de indícios de diferentes épocas. Neste sentido, apontar onde se originou é complexo, pois é possível realizar uma análise desde a Idade Média até a Revolução Industrial. O certo é que em todos esses momentos históricos houve uma relação entre capital, trabalho e comércio. Podemos começar mencionando indícios his-tóricos, tais como a construção das pirâmides do Egito, por volta de 3000 a.C., onde se buscou a resolução de problemas relacionados à administra-ção de mão de obra e logística. Na China, em 2000 a.C. encontramos a inci-dência de soluções inovadoras na Administração Pública, através de aconselhamentos com asses-sores e delegação de poder para resolução de pro-blemas. Diante do fato de que a Administração é uma área que é constituída de pessoas e voltada a pes-soas, ainda na China, Confúcio (500 a.C.) cita que a importância das pessoas acontece pelo mérito/ conhecimento. Evidenciamos, ainda, as bases da burocracia e a construção de uma das maiores ma-ravilhas do mundo, a muralha da China. Já na Babilônia, 1800 a.C., evidenciamos a criação de políticas ou normas, através do código de Hamurabi, além da preocupação com a adminis-tração das vendas, envolvendo receitas e despesas. Seguindo no processo evolutivo da Adminis-tração, chegamos à Grécia (500 a.C.), onde consta-tou- se a preocupação com a democracia e a ética na
  • 14. Tema 1 | Enfoque mecanicista 13 Administração Pública, onde é importante ressaltar que diversos filósofos contribuíram para a Adminis-tração. Neste sentido, Muniz (2007) ressalta algu-mas evidências oriundas da filosofia, dentre elas: • Os estudos sobre as habilidades indivi-duais aprofundados por Sócrates (469- 399 a.C.); • A relação entre a Administração e as questões políticas e sociais elucidadas por Platão (429-347 a.C) ao discutir a forma como o governo pode agir através da democracia, ou seja, seus estudos sobre a Administração Pública; • A definição das formas de governo ado-tadas, dentre elas: Monarquia (onde apenas uma pessoa detinha o poder de governar uma nação); a aristocracia (onde existia a influência da elite na Administração Pública e a democracia (onde os cidadãos passam a ter direito ao voto), foram pensadas por Aristóteles (384-322 a.C), servindo de grande con-tribuição para o desenvolvimento das nações; • A criação dos estudos sobre a lógica matemática, dando origem aos métodos indutivo e experimental elaborados por Francis Bacon (1561-1626), os quais con-tribuíram para a Administração no sen-tido de estudar a razão na tomada de decisão gerencial;
  • 15. 14 Administração • A criação da teoria do contrato social, a qual serviu de base para determinar os direitos e deveres das partes interes-sadas que entre si passavam a ter um objetivo comum, fazendo com que hou-vesse um maior controle por parte dos interessados na busca pelas eficientes tratativas comerciais, foi a contribuição de Jean-Jaques Rosseau (1712-1778); • A criação do discurso do método, o qual foi ponto de partida para os estudos matemáticos, os quais contribuíram para a Administração no sentido de subsidiar o gestor de critérios visando uma toma-da de decisão com menor incidência de risco. Com isso, René Descartes (1596- 1650) passou a ser um dos grandes íco-nes do desenvolvimento da ciência da Administração, contribuindo com a defi-nição de alguns princípios, como o a aná-lise, a síntese, a enumeração e a dúvida; • E os estudos oriundos da economia que passavam a influenciar indiretamente as Organizações. Neste sentido, a contribui-ção de Karl Marx (1818-1883) trouxe a dis-cussão sobre as relações econômicas. Além das evidências apresentadas pelos di-versos filósofos e demais estudiosos da sociedade, é possivel citar a grande influência da organização militar na Administração. Através das iniciativas dos exércitos na busca por derrotar o inimigo, encontramos algumas ações que apresentavam claramente a incidência do pen-
  • 16. Tema 1 | Enfoque mecanicista 15 samento estratégico através do planejamento, da organização, da direção e do controle durante uma batalha. Assim, podemos relatar algumas evidên-cias como: • A criação da unidade de comando, dando ênfase à hierarquia de poder vertical (de cima para baixo) dentro do batalhão; • E a definição do princípio da direção, que possui a noção clara sobre sua real atri-buição; Além disso, podemos também encontrar evi-dências de ações que contribuíram para a ciência da Administração durante o período das revoluções industriais. Quanto a estas, destacamos o período de 1780 a 1860, chamado de 1ª Revolução Indus-trial ou Revolução do carvão e do ferro, o qual foi composto por quatro fases: 1ª fase: a mecanização da indústria e da agri-cultura; 2ª fase: aplicação da força motriz à indústria; 3ª fase: desenvolvimento do sistema fabril; 4ª fase: aceleramento dos transportes e das comunicações.
  • 17. 16 Administração Maquina a vapor e caldeira A partir do final do século XVIII, com a in-venção da máquina a vapor por James Watt (1736- 1819) e sua posterior aplicação à produção, uma nova concepção de trabalho passou gradativamen-te a dominar, dando início a um novo sistema de produção, com a invenção e o uso de novos instru-mentos, processos, novas fontes de energia (o mo-tor a vapor e o uso do carvão) e máquinas para fa-bricação. Esses novos instrumentos surgiram como resultado direto do aumento dos conhecimentos durante o período de grande atividade intelectual na renascença. Neste sentido, do final do século XVIII ao iní-cio do século XIX, deu-se início ao período clássico da Administração, onde o sistema fabril levou a produção domiciliar para as fábricas. Os mestres e comerciantes se tornaram empregados do grupo emergente de capitalistas e as habilidades dos em-pregados foram transferidas para as máquinas e as ferramentas recém-desenvolvidas.
  • 18. Tema 1 | Enfoque mecanicista 17 Em seguida, entre 1860 a 1914, surge a 2ª Revolução Industrial ou Revolução do aço e da ele-tricidade, onde foram considerados como aspectos relevantes: • O desenvolvimento de um novo processo de fabricação de aço; • A substituição do vapor pela eletricidade e em seguida pelo petróleo; • A máquina automática e a ênfase na es-pecialização do trabalho; • O crescente domínio da ciência sobre a indústria; • O aperfeiçoamento do dínamo; • A invenção do motor de combustão; • As discussões sobre o Capitalismo.
  • 19. 18 Administração Com o crescimento das empresas de forma cada vez mais acelerada e com a necessidade de obtenção de melhor aproveitamento das máquinas e dos equipamentos, surge o estudo da Adminis-tração como uma ciência capaz de proporcionar, efetividade, eficácia e eficiência ao setor fabril. Foi, portanto, nesse cenário que a Adminis-tração passou a melhor se desenvolver, pois se rompem os laços com a estrutura coorporativa e de poder inerentes à idade média. É nesse período que percebemos a transição do tipo de produção artesanal para o industrial. Indicação de Leitura Complementar Caro leitor, para melhor entender a relação entre a ciência e a teoria organizacional, leia o capítulo 4 de: CARAVANTES, Geraldo R. Teoria geral da adminis-tração: pensando e refazendo. 4. ed. Porto Alegre: AGE, 2003 No referido capítulo, você terá a possibilidade de ter maior clareza sobre o conceito de organização, além do que poderá distinguir entre ciência e teoria. Aproveite e leia também o primeiro capítulo do Livro: MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. VASCONCELOS, Isabella Gouveia de. Teoria geral da administração: uma introdução. 3. ed. São Paulo: Thomson Lear-ning, 2006
  • 20. Tema 1 | Enfoque mecanicista 19 Para Refletir Neste tópico conhecemos os antecedentes histó-ricos da Administração e a influência de cada um nesta ciência. Além disso, fomos capazes de en-tender o real motivo do surgimento das indústrias. Neste contexto, discuta com seus colegas o fato da Administração ser uma atividade essencialmente empírica. Ao administrarmos qualquer coisa, seja ela uma empresa, um exército ou nosso próprio tempo, estamos procurando formas de interagir com a realidade que nos cerca, na busca de deter-minados objetivos. Para o estudo da Administração, interessa-nos prioritariamente a administração de organizações. Assim, ao ler o material complementar citado aci-ma, reflita sobre o conceito de organização e sua relação com a ciência.
  • 21. 20 Administração 1.2 Administração Científica: A escola de F.W.Taylor Há vários momentos que relatam indícios da origem da Administração, no entanto, parece um consenso que os estudos elaborados por Taylor, entre o final do século XIX e início do século XX, tiveram uma relevante repercussão na sociedade capitalista da época. É neste contexto que você irá a partir de agora, conhecer todos os antecedentes referentes à Administração Científica, seu principal expoente, seus precursores e sua relação com os dias atuais. Frederick Winston Taylor (1856-1915), conheci-do como o pai da Administração Científica, começou sua carreira na Filadelphia em 1978. Enquanto lá trabalhava, ascendeu a diversos cargos até chegar a Engenheiro Chefe e responsável pelo gerencia-mento de grandes empresas nos Estados Unidos. Taylor publicou cinco livros, dentre eles: Prin-cípios da Administração Científica (1903) e Gerência de Fábrica (1911), que se tornaram muito conheci-dos; além de registrar cerca de 50 patentes de in-venções sobre máquinas, ferramentas e processos de trabalho, fatos que o levaram a ser eleito como um dos principais expoentes do pensamento admi-nistrativo da época. Em sua Teoria da Administração Científica, Taylor defende o emprego do método científico para resolver problemas da Administração, median-te uma abordagem sistêmica. Neste sentido, pode-mos apontar como elementos básicos do método científico de Taylor os seguintes aspectos. Frederick Winston Taylor
  • 22. Tema 1 | Enfoque mecanicista 21 Conforme Chiavenato (2001, p.65), [...] os ele-mentos básicos de seu método de Taylor foram: 1. Estudo do Trabalho: para Taylor, o traba-lho era mais bem executado e com mais economia através da divisão e subdivi-são de todos os movimentos necessários à execução de cada tarefa. Observando com muito detalhe a execução do traba-lho dos operários, ele viu a possibilidade de decompor as tarefas e as operações em uma série ordenada de movimentos simples, compreendendo o estudo dos tempos e movimentos. 2. Desenho de cargos e tarefas: onde segundo ele, a tarefa constitui-se na menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Já o cargo é o conjunto de tarefas existentes de forma cíclica ou repetitiva. A ênfase sobre as tarefas a se-rem executadas levou à simplificação dos cargos no intuito de obter o máximo de especialização de cada trabalhador. Diante disso, a simplificação do desenho dos cargos apresenta algumas vantagens, tais como: • Quando o funcionário é admitido com a mínima qualificação possível, há uma di-minuição dos custos da empresa; • Possibilidade de diminuição na quantidade de treinamentos, consequentemente, redu-zindo também os custos em treinamento;
  • 23. 22 Administração • Redução de erros no processo produtivo, diminuindo desperdícios e refugos; • Facilita a supervisão, permitindo maior controle em relação aos empregados; Por fim, proporciona também um aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior produ-tividade (CHIAVENATO, 2001, p.65). 3. Padronização de ferramentas e instrumen-tos: busca facilitar a execução do trabalho para os operários, com o objetivo de au-mentar a produtividade. A padronização é uma aplicação de pa-drões em uma organização para obter uniformidade e redução de custos. 4. Seleção e treinamento de pessoal visan-do à especialização: com isso, pensava- -se em enquadrar o operário em uma função que ele apresente maior talento, podendo assim desenvolver cada vez mais sua capacidade, visando também o aumento da produtividade; 5. Supervisão e planejamento: neste contex-to, Taylor acreditava que era melhor se-parar as pessoas que pensam a empresa daquelas que executam o trabalho rotinei-ramente. Ele criou o conceito de super-visão funcional, ou seja, a existência de diversos supervisores, cada qual especia-
  • 24. Tema 1 | Enfoque mecanicista 23 lizado em uma área específica, com auto-ridade sobre os mesmos operários; 6. Motivação baseada em prêmios por pro-dução: o operário que obtivesse produ-ção acima da quantidade determinada receberia uma gratificação financeira como forma de incentivar o aumento da sua produtividade; 7. Estudo dos tempos e movimentos: é um método científico baseado nos movimen-tos necessários para a execução de uma tarefa em determinado espaço de tempo ou cronometragem dos movimentos no tempo mínimo necessário para a correta execução de um trabalho industrial. Objetivos do estudo de tempos e movimentos O estudo dos tempos e movimentos possi-bilita a racionalização do tempo de execução de uma tarefa, através da fixação de padrões para sua realização. Dentre as vantagens deste método, po-demos citar: • Eliminação de movimentos desnecessários; • Racionalização do processo de seleção e treinamento do pessoal; • Melhoria do desempenho dos funcioná-rios através da padronização das tarefas e diminuição do esforço;
  • 25. 24 Administração • Padronização do trabalho; • Salários iguais para funções iguais e prê-mios por produtividade; • Definição de normas e procedimentos para execução das tarefas, reduzindo o tempo de nivelamento e preparação do funcionário. Dessa forma, Taylor (1970, p.35) salienta que [...] existe uma maneira melhor (padrão) para rea-lizar cada tarefa, uma ferramenta melhor (padrão) para executar a tarefa e um tempo ideal (padrão), para ser cumprida a tarefa. Neste sentido, Muniz (2007) acrescenta cinco princípios norteadores da Administração Científica elencados por Taylor: • Princípio do planejamento; • Princípio do preparo; • Princípio do controle; • Princípio da execução; • Princípio da exceção. Também é neste contexto que uma das ideias centrais do movimento da administração científica é a de que o homem é um ser racional e que ao tomar uma decisão, conhece todos os caminhos possíveis, bem como as consequências da escolha. Com isso, os resultados de sua decisão passam a
  • 26. Tema 1 | Enfoque mecanicista 25 ser aumentados e os riscos reduzidos. Esse tipo de entendimento nos remete ao conceito de Homo Economicus, ou seja, aquele que leva em consi-deração o lucro como um dos valores principais (MOTTA, 1998, p.8). É importante lembrar ainda que Taylor teve sua obra dividida em dois períodos. De acordo com Muniz (2007) eles são: PRIMEIRO PERÍODO DE TAYLOR Este período refere-se à publicação de seu livro Shop Management (Administração de Oficinas) (1903). Nesta obra Taylor busca demonstrar as técnicas de racionalização do trabalho através do Estudo dos Tempos e Movimentos. Segundo Taylor, o objetivo principal da Ad-ministração é aumentar a produtividade através da redução de custos de produção e do pagamento de salários por produtividade. Ele salienta que para realizar isto, a Administração deve utilizar-se de práticas científicas, baseadas em pesquisas e expe-riências, visando formular princípios e estabelecer processos padronizados. Neste sentido, os ope-rários devem ser cientificamente testados com a utilização de materiais e condições de trabalho de maneira adequada. A Administração passa então a necessitar de um ambiente voltado ao compromisso com os operários, visando à manutenção do bom ambiente psicológico. O ponto de partida do pensamento de Taylor foi a aplicação dos princípios de engenharia oriun-dos da época junto ao trabalho manual. Neste caso, o método criado por Descartes, baseado na razão, passa a fazer parte da base de seus estudos.
  • 27. 26 Administração SEGUNDO PERÍODO DE TAYLOR Nesta etapa dos estudos de Taylor, descritos em seu Livro Princípios de Administração Científica (1911), ele chega à conclusão de que a otimização da Administração da Produção depende da raciona-lização do trabalho. Diante do contexto vivenciado por Taylor, ele apontava que as indústrias em sua época sofriam de três problemas graves: 1. Os funcionários eram considerados va-dios e preguiçosos; 2. A falta de preparo do corpo gerencial em relação às rotinas de trabalho e o tempo para realização de cada tarefa; 3. Falta de padronização dos métodos de trabalho. Segundo Taylor, a Administração Científica é uma evolução e não uma teoria, apresentando um enfoque muito mais analítico e racional do que vol-tado ao bom senso. No entanto, apesar de sua maneira pessimis-ta de entender a natureza humana, Taylor preocu-pava- se em criar uma maneira didática baseada na intensificação do ritmo de trabalho visando sempre a maior eficiência.
  • 28. Tema 1 | Enfoque mecanicista 27 Apresentamos abaixo, alguns contemporâne-os de Taylor e de suas ideias: CARL GEORGE LANGE BARTH (1860-1939): descobriu a lei que regula o efeito da fadiga provo-cada pelo trabalho pesado; HENRY LAWRENCE GANT (1861-1919): suas contribuições foram: • Inventou o gráfico de Gantt; • Criou o sistema de salários; • Estudou sobre as formas de treinamento para os trabalhadores; • Introduziu o conceito de responsabilida-de industrial. HARRINGTON EMERSON (1853-1931): criou doze princípios da eficiência. FRANK (1868-1924) E LILIAN GILBRETH (1878- 1972): Frank foi precursor da fisiologia do trabalho, iniciou a aplicação da psicologia ao estudo da ad-ministração e se concentrou no estudo de tempos e movimentos. Quanto a Lilian, além de contribuir no estudo da fadiga humana, foi pioneira na seleção, colocação e treinamento de pessoal, desenvolveu uma série de obras onde considera que a produti-vidade do indivíduo depende muito mais da atitu-de, das oportunidades e do ambiente físico do que propriamente do uso correto de métodos e equipa-mentos ideais.
  • 29. 28 Administração Produção em massa e linha de montagem Ainda no período da Administração Científi-ca, temos os estudos sobre produção em massa e linha de montagem, onde seu principal expoente foi o empresário do ramo automobilístico Henry Ford. HENRY FORD (1863-1947) e sua contribuição para a Administração Científica Ford, sem dúvida, foi o elemento chave na propulsão da linha de montagem, mesmo não ten-do sido ele que a criou nem a produção em massa. Todavia, usou esses conceitos com grande eficácia. Sendo um homem com enorme capacidade de associar uma produção altamente suficiente, com grandes volumes de produção usando, para tanto, uma produção onde há uma relação de hierarquia de cima para baixo verticalmente integrada, associa-da a altos salários e baixos preços de venda. Sua visão para massificar a produção era acompanhada pela baixa qualidade dos carros pro-duzidos, e que em geral, eram muito simples, sem nenhuma sofisticação tecnológica. Sua empresa combinava a manufatura e a montagem de todas as peças componentes de um carro, usando uma linha de montagem principal, com inú-meras sublinhas de menor por-te alimentadoras, aplicando o princípio de integração vertical. Ele fundou a Ford Motor Co. que passaria a ser uma das
  • 30. Tema 1 | Enfoque mecanicista 29 empresas de montagem de automóveis mais im-portante dos Estados Unidos. Para ele, o segredo da produção em massa é a simplicidade, sendo considerados três princípios básicos de acordo com o quadro 1: Quadro 1 - Princípios básicos de Ford: 1 Princípio da intensificação Diminuir o tempo de duração da produção com o emprego imediato dos equipamentos, matéria-prima e rapidez na comercialização 2 Princípio da Economicidade Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida e dos salários. A velocidade de produção deveria ser rápida. 3 Princípio da produtividade Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período por meio da especialização e da linha de montagem Críticas à Administração Científica De acordo com Muniz (2007), apresentamos abaixo algumas críticas da época, relacionadas à Administração Científica: • Excessiva ênfase no Mecanismo da Admi-nistração Científica; • Superespecialização do Operário; • Abordagem normativa e prescritiva;
  • 31. 30 Administração • Ausência de Cientificismo; • Abordagem incompleta da Organização; • Limitação do Campo de Aplicação; • Visão Microscópica do operário, não aproveitando seus talentos; • Abordagem Sistêmica Fechada. LEITURA COMPLEMENTAR Para complemento de seu aprendizado, procure ler o capítulo 1 do livro: MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. VASCONCELOS, Isabella Gouveia de. Teoria geral da administração: uma introdução. 3. ed. São Paulo: Thomson Lear-ning, 2006. Nele, você poderá fazer uma reflexão muito particu-lar em relação à Teoria Clássica. Nele você poderá ter uma visão crítica sobre a abordagem da admi-nistração científica e poderá fazer uma comparação com o que foi lido, formando seu juízo de valor sobre o assunto. Na sequência, procure fazer uma leitura do capítulo 6 de CARAVANTES, Geraldo. Administração Teorias e Processo. São Paulo: Prenticehall. 2005, p.55-78.
  • 32. Tema 1 | Enfoque mecanicista 31 PARA REFLETIR A revolução industrial procurou tirar proveito da economia de escala com novas formas de organiza-ção e gerência. A eficiência passa a depender tanto da especialização quanto da uniformidade e padro-nização. O taylorismo e o fordismo constituíram-se em expressões fundamentais da modernidade no sistema produtivo da época. Previa-se o aumento da especialização do trabalho e da mecanização, as máquinas substituiriam os trabalhadores e os problemas humanos praticamente desapareceriam. No entanto, a padronização e a massificação leva-ram a uma maior exploração e alienação dos tra-balhadores, estes, sem controle de sua atividade produtiva. Neste sentido, quais as consequências da padroni-zação e da massificação? Além disso, reflita com seus colegas como seria o mundo organizacional e social sem a especializa-ção e a mecanização.
  • 33. 32 Administração 1.3 Abordagem Clássica da Administração Henri Fayol (1841-1925) foi a contrapartida francesa para o Taylor norte-americano. Considera-do de família burguesa, nasceu em 1841, na França e ainda jovem começou a trabalhar na empresa mi-neradora S.A. Commentry-Fourchambault, onde em pouco tempo alcançou a posição de Diretor-Geral. De maneira inversa a Taylor, enfrentava os proble-mas organizacionais com uma visão gerencial ao in-vés de operacional. Seus conceitos gerenciais pas-saram a constituir a chamada teoria gerencial que fazia parte de seus estudos sobre a Administração industrial e geral (CARAVANTES, 2005). Ele foi o primeiro a salientar a necessidade de que o pensamento gerencial passasse a ser ob-jeto do sistema de ensino. Segundo Fayol, não existe nada que não pode ser modificado dentro da administração, para ele, tudo era voltado para a medição, com isso, en-fatiza que quase nunca se aplicará o mesmo princí-pio duas vezes em condições iguais (MUNIZ, 2007). As características principais de sua teoria são: • Ênfase na estrutura; • Abordagem sintética, global e universal da empresa; • Proporcionalidade das funções adminis-trativas. Henri Fayol
  • 34. Tema 1 | Enfoque mecanicista 33 Administração e Organização Para Fayol, a ênfase dada a Administração se baseia na divisão da empresa em áreas e/ou depar-tamentos, no entanto ele salienta que a organiza-ção é o todo e por sua vez, maior que a soma de suas partes. Este conceito justifica a organização como função administrativa. Segundo Chiavenato (2001), Fayol estabele-ceu 14 princípios norteadores para a gestão em-presarial. Esses passaram a ser conhecidos como princípios gerais da Administração e são: 1. Divisão do trabalho - especialização das tarefas e pessoas com o objetivo de au-mentar o rendimento. 2. Autoridade e responsabilidade - direito de ordenar. A responsabilidade é uma consequência da autoridade. 3. Disciplina – compromisso estabelecido entre empresa e empregado; 4. Unidade de comando - o empregado é subordinado a apenas um chefe. 5. Unidade de direção – a mesma direção para todos. 6. Subordinação do interesse particular ao interesse geral - os interesses da empre-sa deve sempre estar em primeiro.
  • 35. 34 Administração 7. Remuneração do pessoal – incentivo pelo trabalho desenvolvido. 8. Centralização - convergência da autorida-de na direção da empresa. 9. Hierarquia (ou cadeia escalar) - linha de autoridade. 10. Ordem – Colocar uma regra, organização material e humana. 11. Equidade – refere-se à justiça, visando a boa vontade e compromisso. 12. Estabilidade - a permanência no cargo por longo um período de tempo. 13. Iniciativa – possibilidade de tomar uma atitude, agir. 14. União do pessoal - a harmonia e união são fatores importantes para o bom fun-cionamento da empresa. Chefia, no contexto de Fayol, era o termo empregado para os controladores, cujas atribuições eram de averiguação e con-ferência entre a descrição e o objetivo da tarefa e o realmente executado. Desse modo, o estilo de gestão a ele associado também é mecânico, determinístico e in-tervencionista.
  • 36. Tema 1 | Enfoque mecanicista 35 Assim, a contribuição de Fayol para a ciência da Administração é fruto de sua vasta experiência vivida na gestão da empresa Commentry-Fourcham-bault , na qual compôs o corpo diretivo até seu fa-lecimento em 1925. Para ele A Administração não é nem privilégio ex-clusivo, nem encargo pessoal do chefe ou dos dirigentes da empresa; é uma função que se reparte, como as outras funções essenciais, entre a cabeça e os membros do corpo social ( FAYOL, 1981, p. 26.) Com isso, é importante sabermos ainda que para Fayol cada grupo de operação, ou função es-sencial, possui uma capacidade específica. Assim, existe a capacidade técnica, a capacidade comer-cial, a capacidade financeira, a capacidade adminis-trativa, dentre outras inerentes à empresa. Desta forma, podemos dizer que até Fayol a influência da administração estava voltada para as indústrias e usinas, com a preocupação maior na produtividade. Contudo, ele levou a administra-ção do nível da produção para o da gestão. Neste sentido, uma das principais contribuições de Fayol ao pensamento administrativo foi a definição de departamentalização. As seis funções da empresa, segundo Fayol são: • Técnica; • Comercial; • Financeira; • Segurança; • Contábeis; • Administrativa.
  • 37. 36 Administração Principais contemporâneos de Fayol e suas contribuições: LINDALL F. URWICK (1891-1983) enfatizou que os elementos da Administração são: investigação, previsão, planejamento, organização, coordenação, comando e controle. Considerando ainda como princípios gerais a especialização, autoridade, am-plitude administrativa e definição. LUTHER GULICK (1892-1993), define os ele-mentos da administração como: planejamento, or-ganização, administração de pessoal, direção ou comando, coordenação, informação e orçamento. Para ele, os processos da Administração interagem horizontal e verticalmente. JAMES DAVID MOONEY (1884-1957), é con-siderado o inovador da teoria das organizações, suas principais ideias são similares às de Fayol, foi executivo da GM, onde consolidou toda a teoria formulada pela escola clássica. Analisou o princípio escolar, o qual envolve os conceitos de liderança, delegação e definição funcional. Para ele, o modelo militar deveria ser o paradigma do comportamento administrativo. OLIVER SHELDON (1894-1951) deu ênfase à responsabilidade social na empresa. Para ele, todo negócio existe para servir à comunidade. Desenvol-veu um conjunto de princípios que procuravam um equilíbrio entre a abordagem científica da produção e a responsabilidade social da administração. Sabendo que tanto a abordagem científica de Taylor quanto a abordagem clássica de Fayol fazem parte da mesma teoria, podemos traçar inúmeras
  • 38. Tema 1 | Enfoque mecanicista 37 comparações entre eles. Aproximações e contrastes sempre nos auxiliam na busca de um maior e me-lhor entendimento da realidade com que lidamos. Comparação entre Fayol e Taylor: • Ambos tinham uma grande correlação com as indústrias; • Taylor era adepto da Administração no chão de fábrica, já Fayol se relacionava mais com a gestão; • Ambos foram criticados, tachados pelos estudiosos da Administração – Taylor em especial – por incentivarem uma visão me-canicista da organização. Fayol tinha uma visão da organização como corpo social. As regras por ele propostas pretendiam funcionar como elementos norteadores. Fonte: CARAVANTES, Geraldo. Administração: Teorias e Proces-so. São Paulo: Prentice Hall, 2005, p.62.
  • 39. 38 Administração Apreciações Críticas à Teoria Clássica – Fayol • Abordagem simplificada da organização formal; • Ausência de trabalhos experimentais; • Extremo racionalismo na concepção da administração; • Teoria da máquina; • Abordagem incompleta da organização, no sentido de mostrar que as conclusões da referida teoria eram superficiais, de-pendendo de um maior detalhamento. Por fim, é importante ressaltarmos que a im-portância da contribuição de Fayol não foi total-mente reconhecida no mundo anglo-saxônico, pois a tradução de sua obra para o inglês só ocorreu em 1947, portanto após a Segunda Guerra Mundial.
  • 40. Tema 1 | Enfoque mecanicista 39 INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR Ao longo do texto, encontram-se momentos de re-flexão e de análise crítica sobre a teoria clássica, no sentido de exercitar seu senso crítico. Assim, suge-rimos fazer uma leitura do livro MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. VASCONCELOS, Isabella Gouveia de. Teoria geral da administração: uma introdução. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006, entre as páginas 03 e 10. Para complementar sua reflexão, leia sobre a teoria clássica no livro CHIAVENATO, Idalberto. Adminis-tração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. PARA REFLETIR Procure ler o texto elaborado por Fayol, constante nas páginas 63 e 64 de Geraldo Caravantes, Admi-nistração Teorias e Processo, Prentice Hall, 2005 e tente perceber o grau de atualidade tanto de sua concepção gerencial quanto do vocabulário por ele empregado, fazendo uma correlação com as em-presas atuais.
  • 41. 40 Administração 1.4 Abordagem Humanística da Administração Com o crescimento das empresas e o conse-quente aumento do número de funcionários, tanto homens quanto mulheres, provenientes de outras culturas, hábitos e costumes, surgiram problemas de relacionamento tanto grupais quanto individu-ais, geralmente prejudicando os objetivos de pro-dução das organizações. Diante deste contexto, a nova organização se viu na necessidade de usar novos paradigmas vin-dos de outras ciências sociais como a psicologia e a sociologia. Nesta abordagem, você poderá notar a mudança do homem econômico para o homem social, complexo cujo comportamento não pode ser reduzido a um esquema simples e mecanicista. Abordagem de Follett Mary Parker Follett (1868-1944) foi a primei-ra precursora da abordagem de relações humanas, inserindo em seus postulados, variáveis e compo-nentes psicológicos na organização. Ela acreditava que uma sociedade mais justa poderia existir a partir do enfoque no gerenciamen-to e nas funções administrativas, passando a gerar a organização social. Seu princípio de organização estava focado em dois aspectos: interpenetração da autoridade e o controle sobre fatos mais do que sobre pessoas.
  • 42. Tema 1 | Enfoque mecanicista 41 Os quatro princípios fundamentais da coorde-nação, segundo Follett citados em Muniz (2007) são: 1. Princípio do contato direto: estreitar os contatos diretos entre as pessoas interes-sadas e responsáveis, seja na hierarquia horizontal, seja na hierarquia vertical; 2. Princípio de planejamento: envolvimento das pessoas em um trabalho desde o mo-mento do planejamento e da estruturação; 3. Princípio das relações recíprocas: todos os elementos de um referido grupo de-vem estar mutuamente relacionados; 4. Princípio do processo contínuo de coor-denação: a coordenação é um processo continuado; Follett criou ainda a Lei da Situação, onde formulou que os funcionários não devem estar su-bordinados a uma pessoa e sim a um processo. Ela acreditava que cada decisão é um momen-to de um processo e somente é de fato importante dentro do âmbito desse processo. Nesse contexto, geralmente existirá o conflito, visto que pessoas são diferentes e divergem em determinados momentos. Com relação ao conflito, Follet dizia que ele é um fato comum onde se registram diferenças, visando o crescimento intelectual dos envolvidos. Além disso, Follet apontou três métodos de solução de conflitos industriais:
  • 43. 42 Administração • Método da força: a administração atinge seus objetivos em relação aos operários através da força, da ameaça de redução da satisfação de necessidades. • Método da barganha: os conflitos são re-solvidos através da troca de concessões, de um compromisso entre empregados e a administração, em que as necessidades de ambos são satisfeitas. • Método da integração: os conflitos são resolvidos através de uma terceira solu-ção, diferente da apresentada pelos em-pregados e pelos patrões, uma solução integradora de ambas as partes e que le-varia estas a reduzir seu grau de satisfa-ção de necessidades para que o conflito fosse resolvido. Ainda dentro dos estudos sobre a teoria de relações humanas, a autora discorre sobre a ques-tão da autoridade, a qual conceitua como um exer-cício do poder com vista a alcançar um objetivo específico. Segundo ela, o poder pode ser baseado na coerção, na cooperação ou diante de cada situ-ação. Mary Parker Follett trouxe uma nova visão à administração, sendo pioneira na abordagem da motivação. Seus estudos sobre liderança envolviam processo global de autoridade e decisão, trabalho em grupo e sua dinâmica. Sua abordagem contri-buiu ainda para o surgimento da teoria de relações humanas.
  • 44. Tema 1 | Enfoque mecanicista 43 Experiência de Hawthorne Em diversos livros da área de Administração, poderemos encontrar a terceira teoria que é a de Relações Humanas, no entanto, ela estará sempre sendo correlacionada à experiência de Hawthorne e ao trabalho de Elton Mayo (1880-1949). A pesquisa foi desenvolvida por Mayo em um bairro dos arredores de Chicago, chamado Ha-wthorne, tinha como objetivo principal o estudo da influência da iluminação nas atividades das operá-rias de um setor de relés. Veja a seguir no texto complementar quais foram as fazes da experiência de Hawthorne e suas conclusões. TEXTO COMPLEMENTAR “Primeira fase: Em 1927, foram selecionados dois grupos de operários para a realização de uma mes-ma atividade: Um grupo (experimental) trabalhou sobre a variação da intensidade da luz e o outro (grupo de controle) trabalhou sobre luz de intensi-dade constante. Verificou-se que as pessoas rea-giam de acordo com as suposições pessoais. Conclusões: comprovou a preponderância do fator psicológico ao fisiológico. Segunda fase: Determinaram-se mudanças nas condições de trabalho, tais como: período de des-canso, lanche, redução de horário, tendo em vista analisar os efeitos das mesmas na produtividade, Foi selecionado um grupo de seis moças na seção de montagem de relés.
  • 45. 44 Administração Conclusões: ocorreu o desenvolvimento social, ge-rado pelo trabalho em equipe, o desenvolvimento da liderança e do exercício de liderança gerado pe-los objetivos comuns, além do ambiente de traba-lho ter passado a ser amistoso. Terceira fase: Buscou-se verificar as relações hu-manas no trabalho, através de um programa de entrevistas diretas e não diretas, com o objetivo de conhecer os sentimentos e as atitudes dos fun-cionários e ouvir opiniões sobre o trabalho. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados 21.126 emprega-dos do total de 40.000. Conclusões: verificou-se a existência de uma orga-nização informal de operários, em que existia leal-dade e liderança de certos funcionários em relação ao grupo. A punição não era formalizada, mas apli-cada pelo grupo ao membro. Quarta fase: Tinha por objetivo analisar a organiza-ção informal dos operários. Conclusões: igualdade de sentimentos entre os membros do grupo; e relação entre organização formal e informal.” MUNIZ, Adir Janeiro de Oliveira; FARIAS, Humberto Augusto. Teoria geral da administração: noções bá-sicas. São Paulo: Atlas, 2001, p. 38. Observação: foram selecionados nove operadores, nove soldadores e dois inspetores, todos da mon-tagem de terminais para estações telefônicas.
  • 46. Tema 1 | Enfoque mecanicista 45 Os estudos de Hawthorne concluíram que: 1. A colaboração nos grupos não ocorre aci-dentalmente, ela precisa ser planejada e desenvolvida. Se a colaboração grupal é alcançada, as relações no ambiente de trabalho podem alcançar um nível de co-esão capaz de resistir aos distúrbios ex-ternos de uma sociedade turbulenta em busca de adaptar-se. 2. O trabalhador é uma pessoa cuja atitu-de e eficácia são condicionadas pelas demandas sociais tanto internas quanto externas à organização. 3. Os grupos informais internos à organiza-ção exercem forte controle social sobre os hábitos de trabalho e atitudes dos tra-balhadores. 4. A mudança de uma sociedade estabeleci-da e estável para uma sociedade adapta-tiva ou em mudança tende em base con-tinuar a perturbar a organização social de uma empresa ou indústria. 5. O trabalho é uma atividade de grupo. 6. O mundo social de um adulto é prima-riamente estruturado pela atividade do trabalho. 7. A necessidade de reconhecimento, segu-rança e senso de pertencimento são mais
  • 47. 46 Administração importantes na determinação da moral do trabalhador e de sua propriedade do que as condições físicas que lhe são oferecidas. 8. Uma queixa não corresponde necessaria-mente a uma relação objetiva de fatos, ela é usualmente um sintoma, manifes-tando uma perturbação na posição de status do reclamante. IdeiaS CENTRAIS Modelo de Homem O homem social, isto é, o operário das fábricas no período do desenvolvimento da teoria das rela-ções humanas é considerado um ser complexo, cujo comportamento não pode ser reduzido ao esquema simples e mecanicista existente na Teoria Clássica. Os valores que orientam o comportamento de cada indivíduo são, de um lado diretamente de-rivados das necessidades, que constituem a fonte de valores sociais, e de outro, dos sistemas sociais de que ele participa. O comportamento humano é alvo de enten-dimento por parte da Teoria de Relações Humanas, onde se constatou que mesmo sendo um indivíduo parecido com outro, em relação à personalidade eles serão diferentes. Com isso, o homem social passa a ser reco-nhecido como aquele onde a satisfação das suas necessidades parte de um contexto que envolve reconhecimento, compromisso, colaboração, sendo que o salário, apesar de necessário, não é o item mais importante.
  • 48. Tema 1 | Enfoque mecanicista 47 Grupo Informal Quando a relação entre os funcionários es-tende- se além dos muros da organização, passa-se a evidenciar o surgimento dos grupos informais. A escola de relações humanas busca dar maior im-portância à existência do ser humano e com isso, abre-se o precedente para a organização dos gru-pos informais. Para Blau e Scott (1979 apud Caravantes, 2005), todas as relações sociais, contatos e valores que não foram definidos pela organização formal, são pertinentes ao grupo informal. Dessa forma, as relações passam a ser as mais variadas, desde amizade a inimizade, simpatia, antipatia, conflito, cooperação, agressão, vaidade, inveja, liderança e subordinação, todas possuindo como característica, além do caráter oposto ao formal, um sistema de interações que ocorre casual e espontaneamente. Características dos grupos informais • Relação de coesão ou antagonismo; • Status; • Colaboração espontânea; • Possibilidade de oposição ao formal; • Padrões de relação e atitude; • Mudanças de níveis e alterações dos gru-pos informais;
  • 49. 48 Administração • A organização informal transcende à for-mal; • Padrões de desempenho nos grupos in-formais. Tipos de formação de grupos informais • Relacionamento obrigatório de pessoas entre si; • A flutuação do pessoal na empresa; • Períodos de lazer (tempos livres ou in-tervalos); • Interesses comuns; • Satisfação das necessidades; • Proximidade e atração; • Atividades grupais; • As metas do grupo; • Estrutura grupal.
  • 50. Tema 1 | Enfoque mecanicista 49 INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR Procure ler o livro: CARAVANTES, Geraldo. Admi-nistração Teoria e Processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, p.79-87; E complemente com: CHIAVENATO, Idalberto. Teo-ria Geral da Administração. Campus, Rio de Janeiro: 2004, cap.3. Com este material, você poderá aprofundar um pouco mais o seu entendimento sobre a referida teoria e entenderá o contexto seguindo outra abor-dagem teórica. PARA REFLETIR Caro leitor, neste momento você pode conhecer a origem e a evolução histórica da teoria de relações humanas e pode entender a grande importância dada aos grupos informais. Dessa maneira, pense em duas situações de grupo: uma banda de rock e um time de futebol, após faça uma breve descrição de como deveria ser o líder de cada um desses grupos, identificando também o que mantém cada grupo coeso.
  • 51. 50 Administração RESUMO Caro leitor, estamos no início da viagem pela ciên-cia da Administração e você teve a possibilidade de conhecer as primeiras influências sofridas pela Administração em seu processo de formação como ciência. Em seguida, você conheceu a influência histórica proveniente das revoluções industriais e então os primeiros indícios da Administração em termos de teoria, através da administração científica e da te-oria clássica, estas apresentando um enfoque ex-tremamente mecanicista, voltado para a tarefa e produtividade. Estas duas primeiras abordagens foram criadas por engenheiros. No tocante à próxima abordagem, foi apresentada a abordagem de relações humanas que passa a ser um contraponto às duas primeiras, no sentido de dar maior ênfase ao ser humano e às relações informais através do ambiente de tra-balho.
  • 52. Enfoque Organizacional 2 Caro leitor, neste momento você terá a possibilidade de conhe-cer um pouco mais dos autores que escreveram e criaram a ciência da Administração. Em especial, veremos agora abordagens mais vol-tadas aos profissionais da sociologia e psicologia que influenciaram nossa ciência. Neste sentido, poderemos conhecer na sequência, a teorias as quais tiveram um enfoque voltado ao controle e aos tipos de organi-zação existentes. Entraremos em seguida na abordagem neoclássica, esta representando a necessidade de entender a organização em ter-mos de planejamento, direção, organização e controle. Boa leitura !!!
  • 53. 52 Administração 2.1 Teoria Burocrática A organização burocrática apresentou seus aspectos fundamentais a partir do crescimento das indústrias e de suas necessidades de controle de processos e de pessoas. Sua construção do tipo ideal de organização envolve a racionalidade, a adequação dos meios aos objetivos, a impessoa-lidade nas relações trabalhistas e o atendimento severo de normas escritas. A teoria da Burocracia teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o renascimen-to. Embora considerada como fenômeno antigo, apenas na modernidade se tornou um fator social dominante, onde um dos motivos para tal foi a mudança da unidade básica de produção que deixa de ser a família e passa a ser a empresa burocrática (MOTTA, 1986). Neste contexto, passamos a conhecer Emil Maximillian Weber, mais conhecido como Max We-ber (1864-1920). Weber nasceu na Alemanha, filho de um juris-ta e político em ascensão em Berlim. Foi um grande estudioso da teoria das estruturas de autoridade e criador da escola cultural voltada para o estudo da sociologia da burocracia. Em 1904, escreveu a ética protestante, onde no mesmo momento, em visita a Chicago, nos Estados Unidos, impressionou-se pela agitação, pela vibração urbana, seus arranha-céus, pela violência e também a falta de leis na época. Nesse contexto, Weber define a burocracia, baseando-se nos conceitos de mudança organiza-cional, assim, esclarece sobre a passagem da auto-ridade tradicional para a autoridade legal e racional que foi a base de seus estudos, isto porque, viu Max Weber
  • 54. Tema 2 | Enfoque organizacional 53 os Estados Unidos como um modelo de sociedade em que era indispensável a máquina burocrática e política para garantir uma democracia de massa. Weber desenvolveu seus estudos baseado em três aspectos fundamentais. O primeiro corres-ponde à própria argumentação em que se funda-menta a legitimidade da autoridade racional-legal, ou seja, que encontra seu apoio nas normas legais, no exercício da autoridade legal que está relaciona-do com o cargo ocupado pelo funcionário. Autoridade legal é aquela constituída ofi-cialmente através de documentos, como contrato de trabalho, portarias de admis-são, resoluções, etc. O segundo aspecto trata das características inerentes à organização encarregada de exercer a autoridade racional-legal: • Uma estrutura de cargos, cujos conte-údos e limitações são definidos pelas normas, organizados hierarquicamente de cima para baixo, onde os cargos infe-riores estejam sob supervisão e controle dos superiores; • Especificação de áreas de competência, ou seja, relacionadas à divisão do traba-lho e à diferenciação de funções, além do desempenho dessas funções por alguém investido de autoridade que pode usar da coerção (imposição) dentro de condi-ções e limites do cargo;
  • 55. 54 Administração • Existência de um quadro administrativo, constituído por funcionários nomeados, os quais possuem comportamento norte-ado pelas normas técnicas; • Separação entre a propriedade da orga-nização, que é controlada dentro da esfe-ra do cargo, e a propriedade pessoal do funcionário, acessível a seu uso privado; • Distinção e separação dos propósitos pessoais dos propósitos como funcioná-rio visto à conduta no cargo ser impesso-al e orientada pelas normas; • Registro documental de atos administra-tivos, decisões, normas e ordens. O terceiro aspecto relaciona-se ao exercício da autoridade racional-legal, que tem seu suporte nas normas que definem as competências dos car-gos na hierarquia determinada pela empresa (es-tatutos, regimentos internos, resoluções, portarias, manuais de procedimentos). Instrumentos estes que designam, orientam, determinam os deveres, atribuições e responsabilidades do ocupante do cargo, veja quadro abaixo. A burocracia para Weber é uma tentativa de organizar as atividades humanas por critérios puramente racionais e seculares que permeiam o exercício da autoridade determinada sob tais atividades as quais se desenvolvem.
  • 56. Tema 2 | Enfoque organizacional 55 Veja abaixo, as características da burocracia segundo os estudos de Max Weber, segundo Muniz (2007, p.61-63): • Caráter legal de normas e regulamentos: A burocracia através da padronização, proporcionar maior controle e organiza-ção dos procedimentos; • Caráter formal das comunicações: Através da comunicação escrita, busca-se assegu-rar a clareza da interpretação dos fatos relatados; • Caráter racional e divisão do trabalho: A divisão do trabalho é adequada aos ob-jetivos a serem atingidos; • Impessoalidade no relacionamento: O caráter de impessoalidade da burocracia está ligado à distribuição feita em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas; • Hierarquização da autoridade: A burocra-cia prevê o estabelecimento de cargos segundo o princípio da hierarquia. A autoridade é o poder de controle resul-tante de uma posição reconhecida, sen-do inerente ao cargo e não ao indivíduo que o ocupa.
  • 57. 56 Administração • Rotina e procedimentos: As atividades dos cargos são desempenhadas segundo padrões pré-estabelecidos; • Competência técnica e mérito: A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em preferên-cias pessoais; • Especialização da Administração: A burocra-cia separa a propriedade da administração; • Profissionalização dos participantes: A bu-rocracia considera cada funcionário como um profissional especialista, assalariado, nomeado por superior hierárquico; • Previsibilidade de comportamento: Weber parte do pressuposto de que o comporta-mento de cada membro é perfeitamente previsível. Segundo Weber, o controle é o caminho mais próximo para atingir a eficiência organizacional. Na sequência aos estudos da burocracia, en-contramos Robert Merton (1910-2003), também soció-logo, o qual teve grande contribuição na abordagem burocrática, quando chamou a atenção para as dis-funções da burocracia resultantes das pressões inter-nas da estrutura organizacional criada por Weber, e apresentou a teoria das disfunções estruturais, funda-da sobre o conceito de fontes estruturais de super-conformidade, ou seja, padronizada de acordo com o que é pré-definido pela empresa (MERTON, 1970).
  • 58. Tema 2 | Enfoque organizacional 57 Para Merton, tais disfunções estão ligadas ao comportamento do funcionário, podendo ser compre-endidas pela aplicação do conceito de incapacidade treinada, psicose ocupacional e deformação profissio-nal. Quanto à incapacidade treinada, a mesma refe-re- se ao fato de mesmo depois de treinamentos, o funcionário ainda não desempenhar a função como lhe é proposta. Já a psicose ocupacional relaciona-se ao sentido de traumas e frustrações no trabalho que acabam afetando o desempenho do funcionário. Por fim, a deformação profissional refere-se ao não aten-dimento do perfil exigido para o cargo. Disfunções da Burocracia segundo Merton • Maior internalização das regras e exage-rado apego aos regulamentos; • Excesso de formalismo e papelório; • Resistência a mudanças; • Despersonalização dos relacionamentos; • Categorização como base do processo decisorial; • Superconformidade às rotinas e aos pro-cedimentos; • Exibição de sinais de autoridade; • Dificuldade no atendimento ao cliente e conflitos com o público; • Imprevisibilidade de comportamento.
  • 59. 58 Administração Outro estudioso da área é Philip Selznick, so-ciólogo americano e discípulo de Merton, que rea-lizou pesquisas sobre a instituição organizacional. É considerado precursor da abordagem estrutural e comportamental. Segundo ele, tomando-se a organização como instituição, o executivo passa a exercer pa-pel de estadista. Ele salienta ainda que a organiza-ção burocrática é uma estrutura social adaptativa; dentro da organização formal desenvolve-se uma estrutura informal; a organização informal torna-se indispensável e paralela ao próprio sistema formal de delegação e controle; a burocracia deve ser ana-lisada sob o ponto de vista estrutural e funcional; a análise do comportamento organizacional interno e tensões e dilemas da organização são resolvidas através das restrições ambientais. Modelo de Homem segundo Weber O homem burocrata tem comportamento for-mal e previsto, pois as normas e procedimentos não permitem ações fora do padrão estabelecido. As relações existentes passam a ser basea-das por normas e não por visões particulares. A im-pessoalidade nas relações deixa transparecer a não participação nos processos de integração social. A motivação do burocrata está diretamente ligada ao cargo que ocupa, sendo extremamente materialista, no sentido de valorizar os bens e recursos mate-riais disponibilizados para o desempenho de seu trabalho (MUNIZ, 2007). Não há incentivos sociais, pois a impessoalidade nas relações impede a ado-ção de um sistema motivador.
  • 60. Tema 2 | Enfoque organizacional 59 INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR Procure conhecer como é vista a teoria da burocra-cia na visão de MAXIMIANO, Antônio Cesar Amar. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002. E CARAVANTES, Geraldo. Administração, teorias e processo. São Paulo: Person Prentice Hall, 2005 p.87. A leitura será um complemento ao que foi exposto neste livro e possibilitará a você, uma reflexão crí-tica sobre a referida abordagem. PARA REFLETIR Caro leitor, neste momento de sua leitura você pos-sivelmente se deparou com um conceito de buro-cracia o qual não é pejorativo como conhecemos. Realmente a intenção da burocracia não é atrapalhar, mas sim de controlar o crescimento organizacional através de normas, regulamentos, procedimentos. Então, reflita o motivo pelo qual o conceito de bu-rocracia tomou contornos tão deformados, chegan-do no dia de hoje a ser sinônimo de lentidão e atraso. Exponha sua opinião no ambiente virtual de aprendizagem e compartilhe com seus colegas.
  • 61. 60 Administração 2.2 Teoria Neoclássica A Teoria Neoclássica surge em decorrência da atualização dos fundamentos e princípios da teoria clássica diante das mudanças ocorridas nas orga-nizações desde a primeira revolução industrial até os dias atuais, utilizando-se também dos conceitos e princípios da teoria das relações humanas, buro-crática, estruturalista, comportamental, de sistemas dentre outras, em um novo arranjo para a formação do administrador prático. Essa teoria aborda o processo administrati-vo voltado para as práticas administrativas a partir dos elementos da função administrativa definida por Fayol (ver livro de fundamentos da Administra-ção), ou seja, planejamento, organização, direção e controle aplicando-o de forma individualizada a cada tipo de organização. As razões principais que norteiam a ação da teoria neoclássica são: • Ênfase na prática da Administração: A uti-lização do pragmatismo em busca de re-sultados concretos e palpáveis, com base nos conceitos teóricos da Administração; • Reafirmação dos postulados clássicos: É o retorno de um grande estudo desen-volvido pela teoria clássica, só que bus-cando dar uma reestruturação de acordo com a situação atual; • Ênfase nos princípios gerais da Adminis-tração: Os princípios utilizados na teoria clássica são encarados como critérios
  • 62. Tema 2 | Enfoque organizacional 61 mais ou menos elásticos para a busca de soluções administrativas práticas; • Ênfase nos objetivos e nos resultados: É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, es-truturada e orientada; • Ecletismo da Teoria Neoclássica: A teoria absorve conceitos de várias escolas. Princípios da Teoria Neoclássica Segundo Brown (apud Muniz, 2007), os prin-cípios que orientam as ações administrativas po-dem ser explicitados como: • Os objetivos empresariais devem ser cla-ramente definidos por escrito; • A responsabilidade deve ter ligação di-reta com o desempenho de uma função; • As funções devem designadas para pes-soas em um mesmo cargo, funções iguais; • Definição e escalonamento de autoridade e responsabilidade; • Não pode haver centralização da autoridade; • Deve ser limitado o número de posições de um indivíduo em uma empresa; • A estrutura da empresa deve possuir um número mínimo de níveis hierárquicos;
  • 63. 62 Administração Aspectos comuns às organizações Levando em consideração que de acordo com a abordagem neoclássica, a administração recebe o enfoque de técnica social, ela passa a ter consis-tência a partir do momento em que orienta, dirige e controla os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum. Assim, o bom administrador irá possibilitar ao grupo o alcance de seus objetivos com o míni-mo de dispêndio de recursos e esforços com me-nos atritos em relação a outras atividades úteis. Para essa teoria, as organizações apresentam três aspectos comuns: • Quanto aos objetivos: São as prioridades que a organização estipula para o aten-dimento das necessidades da sociedade; • Quanto à administração: Todas as organi-zações têm diferenças em seus objetivos, em seus propósitos, mas são essencial-mente semelhantes na área administrati-va, na organização e na busca da eficácia e eficiência organizacionais; • Quanto ao desempenho individual: Está li-gado ao aspecto da eficácia e da eficiência. Centralização e descentralização A centralização e a descentralização refletem o grau de concentração de autoridade nos diversos níveis da organização, neste sentido, em virtude da teoria neoclássica ser considerada como a mudança
  • 64. Tema 2 | Enfoque organizacional 63 da organização coercitiva para a organização flexível, esses dois conceitos passam a fazer parte então do dia a dia da Administração a partir daquele momento. Os fatores que afetam o grau de descentrali-zação e centralização da autoridade são: • Influência da cultura e da filosofia da ad-ministração na empresa; • História do crescimento organizacional: a empresa que tem seu crescimento in-terno maior que o externo tende à cen-tralização da autoridade; as organizações que passaram por processos de fusões e aquisições tendem à descentralização; • Distribuição geográfica da organização: quanto maior for a distribuição e a dis-persão geográfica da organização, maior a tendência à descentralização; • Controles eficazes: no nível operacional ou de produção; • Capacitação e qualificação dos empregados: quanto maior o nível de qualificação profis-sional e capacitação técnica dos emprega-dos, maior o grau de descentralização; • Diversidade de produtos e serviços: quanto maior for a diversidade de pro-dutos e serviços, maior será a tendência à descentralização, e quanto menor for o grau de diversificação, mais a tendência será de centralização.
  • 65. 64 Administração Já a descentralização administrativa é maior quando: • Tanto maior for o número de decisões to-madas nas escalas baixas da hierarquia; • Tanto mais importantes forem estas decisões tomadas nas escalas baixas da hierarquia; • Tanto maior for o número de funções afe-tadas pelas decisões nas escalas baixas da hierarquia; • Tanto menor for a supervisão de decisão. Processo Administrativo O processo administrativo, o qual já foi visto no livro de Fundamentos da Administração produ-zido pela UNIT, é composto dos elementos: plane-jamento, organização, direção e controle ou PODC, os quais fazem parte também da teoria neoclássica, visto à mesma desenvolver conceitos que permeiam por todas essas etapas da função administrativa. Esse processo envolve as seguintes caracte-rísticas: • Cíclico e repetitivo, visto que se trata de um processo permanente e contínuo, além de estar sendo sempre completado e repetido continuamente; • Interativo, visto que cada elemento ou função interage com as demais, influen-ciando- as e por ela sendo influenciada;
  • 66. Tema 2 | Enfoque organizacional 65 • Interativo, quando o processo adminis-trativo se portar como uma sequência de passos que embora não sejam seguidos, constituam um itinerário sujeito a ajus-tes, avanços e recuos, durante um pro-cesso de implementação; • Sistêmico, quando o processo não pode ser analisado por cada uma de suas par-tes e sim em sua totalidade. Administração por Objetivos A Administração por objetivos é uma ação organizacional que possibilita aos gestores e su-bordinados terem o conhecimento sobre onde a empresa quer chegar e quando. Assim, cada um na sua responsabilidade saberá como agir para con-templar o objetivo maior da empresa. Segundo Drucker (1970), o desempenho es-perado de um gerente deve ser o reflexo do resul-tado da empresa. O administrador tem que saber e entender o que as metas da empresa esperam dele em termos de desempenho. A administração por objetivos – APO sur-giu na década de 50, quando empresas privadas norte-americanas sofriam pressões acentuadas. O problema econômico da época gerou dentro das empresas uma administração por pressão, sendo que esta pressão exercida sobre os gerentes não conduziu a melhores resultados. A APO surgiu como método de avaliação e con-trole do desempenho tanto dos funcionários quanto da empresa, especificamente em ambientes de merca-do com rápido crescimento. Inicialmente, constituiu- -se em um critério financeiro de avaliação e controle.
  • 67. 66 Administração Os pontos principais da APO são: • Análise da situação para consecução dos objetivos empresariais; • Objetivos estabelecidos por setor da or-ganização; • Interligação entre objetivos; • Participação efetiva entre chefias; • Definição de meios e tarefas para imple-mentação de medidas; • Adoção de sistemas de mensuração; • Conscientização de todos para com o ob-jetivo maior da organização; • Ação corretiva quando necessário. Ciclo da Administração por Objetivos A APO envolve um comportamento cíclico, permitindo que haja ajustamento no ciclo seguinte. Costuma corresponder ao exercício fiscal da empre-sa, para facilitar a execução do controle. Fonte: MUNIZ, A. FARIA, H. Teoria Geral da Administração. 5ª Ed. São Paulo: Atlas. 2007. P. 131
  • 68. Tema 2 | Enfoque organizacional 67 Indicação de Leitura Complementar Procure conhecer como é vista a teoria neoclássica em: http://bit.ly/teoria_neoclassica Para reforçar a leitura, conheça também: http://www.ead.fea.usp.br/cad-esq/arquivos/ v10n1art3.pdf As leituras serão um complemento ao que foi ex-posto e possibilitará a você uma reflexão crítica sobre a referida abordagem. Para Refletir Caro leitor, diante do fato desta teoria buscar enfo-car a prática na Administração, procure relacionar o que você vivencia na empresa que trabalha ou ou-tra que conheça com a teoria aqui descrita e trace suas próprias conclusões.
  • 69. 68 Administração 2.3 Tipologias da Organização As tipologias das organizações apresentam um estudo sobre os diversos tipos de comporta-mentos existentes nas organizações. Assim, para facilitar a análise comparativa das mesmas, os es-truturalistas desenvolvem então tipologia de or-ganizações que as classifica de acordo com certas características distintivas (empresas pequenas, mé-dias e grandes). Conheça agora na visão de Muniz (2007, p.84-99) sobre as tipologias organizacionais. Tipologia de Etzioni As organizações passam a ser definidas con-forme uma escala criada por Etzione, onde dentre os fatores que contribuem para sua definição são: Divisão de trabalho e atribuição de poder e res-ponsabilidade, centros de poder e substituição do pessoal. Neste sentido, diferem das unidades sociais naturais, nas organizações o controle informal não é adequado. Por isso, as organizações impõem uma distribuição de recompensas e sanções para garantir obediência às suas normas. Para Etzioni, os meios de controle podem ser classificados como: físicos, materiais ou simbóli-cos. Sendo que o Controle Físico impõe tratamen-to severo, a motivação é negativa e baseia-se em punição; quanto ao Controle Material baseia-se no interesse, na vantagem desejada e nos incentivos econômicos e materiais; já o Controle Normativo traduz-se em símbolos puros ou em valores sociais, crenças e fé.
  • 70. Tema 2 | Enfoque organizacional 69 Sua desvantagem é dar pouca conside-ração à estrutura, tecnologia utilizada e ao ambiente externo, baseada exclusiva-mente nos tipos de controle. Este tipo de tipologia classifica as organiza-ções com base no uso e significado da obediência, ou seja, que utilizam da coerção para atingir seus resultados. Tipologia de Blau e Scott As organizações estão inseridas em comuni-dade e as relações servem para proporcionar bene-fícios e/ou resultados para seus membros. Elas são divididas em cinco categorias a se-rem conhecidas: • Organizações normativas, onde o poder acontece através do consenso sobre ob-jetivos; • Organização de benefícios mútuos; • Organização de interesse comercial; • Organizações de serviços; • Organizações de Estado.
  • 71. 70 Administração Objetivos Organizacionais Os objetivos organizacionais são muito ex-plorados pelos autores neoclássicos (APO) e es-truturalistas. As organizações são unidades sociais que procuram atingir resultados. Um objetivo orga-nizacional é uma imagem que a organização pre-tende para o seu futuro. Os objetivos são diretrizes a serem atingidas pela organização a fim de transformá-las em reali-dade. Toda a organização deve buscar condições para sua existência de forma sustentável, assim, os estudiosos da APO definiram dois modelos a serem seguidos pelas empresas: • Modelos de sobrevivência: quando a or-ganização desenvolve objetivos que a possibilitam se manter no mercado; • Modelos de eficiência: quando a orga-nização desenvolve objetivos que lhe permita não apenas existir, mas também buscar se desenvolver e ser competitiva. É importante sabermos ainda que a definição de objetivos parte de um processo de interação en-tre a organização e o ambiente: consiste em deter-minar as relações da organização com a sociedade. Existem cinco categorias de objetivos conhe-cidas pelos analistas organizacionais, que são: • Objetivos da sociedade; • Objetivos de produção; • Objetivos de sistemas; • Objetivos de produtos; • Objetivos derivados.
  • 72. Tema 2 | Enfoque organizacional 71 O estudo dos objetivos das organizações identifica as relações entre as organizações e a so-ciedade em geral, no entanto, a sociedade está em constante mudança, fazendo com que os referidos objetivos tenham que ser monitorados e alterados de acordo com o direcionamento do mercado. Ambiente Organizacional As organizações vivem em um mundo hu-mano, social, político e econômico. Elas existem em um contexto ao qual denominamos ambiente. Ambiente é tudo o que envolve externamente uma organização. Para os estruturalistas, o ambiente é constituído pelas outras organizações que formam a sociedade (MUNIZ, 2007). A relação entre organização e ambiente é fa-tor de grande importância para a compreensão do estruturalismo. Pelo fato da sociedade moderna ser manipulada pelas organizações, os estruturalistas criticam a grande ênfase dada sobre a relação entre as pessoas e a pouca importância sobre a relação entre ambientes e organizações. Neste contexto, há dois conceitos essenciais para a análise entre organizações: o conceito de interdependência das organizações e o conceito de conjunto organizacional. Interdependência das Organizações com a So-ciedade Toda organização, por ser um sistema com-plexo inserido em um ambiente, que tanto o in-fluencia quanto é influenciada por ele, consequen-temente tem sua sobrevivência relacionada com a
  • 73. 72 Administração sobrevivência de outras organizações. No entanto, existe ainda uma interdependência das organiza-ções com a sociedade em geral em virtude da pe-culiaridade de suas relações. Algumas das consequências dessa interde-pendência são relacionadas às constantes mudan-ças nos objetivos organizacionais fruto de altera-ções no ambiente externo e, a um certo controle ambiental sobre a organização, o que limita sua liberdade de agir, onde as organizações desen-volvem estratégias para lidar com o seu ambien-te, sendo elas consideradas de cooperação ou de competição. Conjunto Organizacional O conceito de conjunto organizacional é análogo ao de conjunto de papéis. Cada organi-zação ou classes de organizações tem interações com uma cadeia de organizações em seu ambiente, formado um conjunto organizacional. Desta manei-ra, os estruturalistas inauguram um novo ciclo na teoria administrativa: o gradativo desprendimento daquilo que ocorre dentro das organizações para aquilo que ocorre fora delas. Conflitos Organizacionais Conflito significa a existência de ideias, sen-timentos, atitudes ou interesses divergentes que podem entrar em choque. Sempre que se fala em acordo, aprovação, coordenação, resolução, unida-de, consentimento, consistência, harmonia, não po-demos esquecer que existe o lado contrário, opos-to destas palavras e é essa oposição que podemos considera como fonte geradora do conflito.
  • 74. Tema 2 | Enfoque organizacional 73 Para os estruturalistas, o conflito apresenta um lado muito positivo, onde pode-se proceder uma verificação e ajuste em relação à situação atual, des-sa forma, atingindo o equilíbrio na organização. Todavia, os conflitos não deixarão de existir, visto que eles geraram mudanças, as quais provo-carão reações e assim por diante. Conflito entre Autoridade pelo Conhecimento e a Autoridade pela Hierarquia Uma das situações de conflito típicas é em relação ao conhecimento e autoridade, isso porque sabemos que o conhecimento traz conflitos com a hierarquia. Buscando elucidar essa questão, Etzioni sugere três tipos de organização, do ponto de vista de como se organiza o conhecimento: • Organizações especializadas: como uni-versidades, escolas, organizações de pes-quisa, hospitais; • Organizações não-especializadas: como empresas e o exército; • Organizações de serviço: como empresas especializadas em consultoria ou asses-soria, centros de pesquisa e desenvolvi-mento; Dilemas da Organização Segundo Blau e Scott Para Blau e Scott (apud Muniz, 2007), há uma relação de dependência entre conflito e mudança, visto que as mudanças incentivam conflitos e estes
  • 75. 74 Administração geram inovações. Os conflitos, mesmo ocultos ou reprimidos pela burocracia excessiva, tornam-se a fonte principal da mudança organizacional. Os processos de mudança organizacional tra-zem à tona a discussão entre conflito e dilema, visto que a sua clara interpretação possibilita a re-solução dos conflitos. Assim, segundo Blau e Scott (apud Muniz, 2007), há três dilemas básicos na or-ganização formal, como segue: • Dilema entre coordenação e comunicação livre. • Dilema entre disciplina burocrática e es-pecialização profissional. • Dilema entre a necessidade de planeja-mento centralizado e a necessidade de iniciativa individual. Sátiras à Organização Os estruturalistas analisam a organização sob uma ótica extremamente crítica. Contudo, surgiram livros de cunho humorístico e irreverente, em que são expostos à sátira, fatos inerentes ao dia-a-dia em uma organização, os quais chegam à proximida-de do absurdo e do exagero. Demonstram o ridículo de certos princípios dogmáticos, utilizam afirmações sem coerência e demonstram uma visão irrepará-vel e pessimista das organizações. Apesar de não proporem qualquer tipo de solução, esses autores satíricos apontam falhas e inconsistências nos pro-cessos geralmente racionais da organização. A disse-minação das sátiras, entretanto, tende a popularizar visões críticas, negativas do funcionamento das or-ganizações. Nesse caso, tendendo ao exagero.
  • 76. Tema 2 | Enfoque organizacional 75 Lei de Parkinson Segundo Muniz (2007), Northcote Parkinson publicou um livro no qual fazia uma análise irre-verente e implacável da administração burocrática. Sua premissa principal envolvia a “lei do trabalho”, também conhecida como “lei de Parkinson”: assim, o trabalho aumenta a fim de preencher o tempo disponível para sua execução. Da “lei do trabalho” derivam dois princípios que ocasionam a chamada “pirâmide em ascensão”: * “Lei da multiplicação de subordinados”: um chefe de seção deseja sempre aumentar o número de subordinados, desde que não se-jam seus rivais. * “Lei da multiplicação do trabalho”: um che-fe de seção sempre inventa trabalho para ou-tros funcionários. Segundo esses dois princípios, todo chefe procura provocar a impressão de ter responsabi-lidade apenas pelo quantitativo de subordinados e, com isto, busca subir a posições no plano de carreira da organização. Princípio de Peter Peter e Hull publicaram um livro, onde procu-ravam provar que em toda ação executada dentro de uma organização, quando errada, busca-se uma justi-ficativa para o mal desempenho. O princípio de Peter ou princípio da incompetência, é assim enunciado: em uma hierarquia, todo empregado tende a subir até chegar ao seu nível de incompetência (MUNIZ, 2007).
  • 77. 76 Administração Dramaturgia Administrativa de Thompson Victor A. Thompson aborda a “dramaturgia administrativa”. Defende que nas organizações existe uma falta de consenso entre o direito de decidir e o poder de realizar. A organização só alcançará um caráter trans-parente quando o conflito entre a autoridade hie-rárquica e a autoridade do conhecimento for re-conhecido e aceito. A parceria entre a hierarquia e a especialização depende da aceitação da inter-dependência dessas duas funções na organização. Thompson salienta por fim que, a produção e a inovação possuem uma relação variável e in-versa, além disso, a hierarquia se fixa em uma es-trutura formal e inflexível e, portanto, contrária à criatividade e à inovação. Maquiavelismo nas Organizações A ciência da Administração, segundo Antony Jay, procura demonstrar que “a nova ciência da Ad-ministração não é, na verdade, mais do que uma continuação da velha arte de governar”, baseando- -se em Maquiavel. Nicclò Machiavelli escreveu o livro O Príncipe, em 1513, oferecido a Lourenço de Médici, como sugestões para a difícil arte de governar. No livro expõe a sua teoria política, conhecida como maquiavelismo, cujos principais aspectos são: • Os fins justificam os meios. • A ação deve ser de acordo com os inte-resses particulares; • Oportunismo;
  • 78. Tema 2 | Enfoque organizacional 77 • A ação do príncipe é necessária, mas não santificada: acima do ideal está a realida-de implacável, férrea e iníqua. A principal característica da obra de Maquia-vel está no seu desapego à moral. Para Maquiavel, a moral se relaciona com as circunstâncias do mo-mento. Por isso, a palavra maquiavelismo passou a ser usada, tanto na esfera pública como na par-ticular, para designar ações sagazes e hipócritas, nas quais os fins são mais importantes do que os meios. O livro (O Príncipe) retrata a arte de gover-nar pela força, malícia, intimidação e astúcia. Indicação de Leitura Complementar Leia no link, http://www.amitaietzioni.org/biogra-phy. html, a biografia de Etzioni e tente entender os motivos pelos quais ele chegou ao desenvolvimen-to das tipologias da organização. Leia também no livro digital abaixo, relatos sobre a questão das mudanças sociais e sua relação com as tipologias organizacionais. http://bit.ly/amitai_etzioni. A leitura será um complemento ao que foi exposto neste livro e possibilitará a você, uma reflexão crí-tica sobre a referida abordagem.
  • 79. 78 Administração Para Refletir Pois bem prezado leitor, a partir deste ponto nos estudos das organizações, você passou a notar a importância das diversas pesquisas sobre os tipos de organização. Portanto, reflita e tente enquadrar a empresa que trabalha ou uma que conheça em um dos tipos de organização apresentados nesta leitura. 2.4 Novas Abordagens da Administração Dentre as novas abordagens da Administra-ção optamos por mencionar aqui a Reengenharia, o Downsizing, o Benchmarking, o Outplacement e Fundamentos de Critérios de Excelência. Todas se-rão detalhadas abaixo. Reengenharia A reengenharia, também chamada Reenge-nharia do Processo de Negócio, nada mais é do que o processo de reconstrução de uma determi-nada empresa, não física, mas na forma como esta trabalha.Seu objetivo é a busca melhorias signifi-cativas no desempenho da instituição, no entanto, não falamos aqui de um aperfeiçoamento, ou de um conjunto de ajustes, mas do retorno à esta-ca zero, desde seu projeto, para alcançar melhoras substanciais (Silva, 2007).
  • 80. Tema 2 | Enfoque organizacional 79 A importância e profundidade da reengenha-ria ficam claros, segundo Alcoforado (1997), pois este é um modelo de gestão com potencial para produzir transformações nos processos produtivos, maiores que aquelas produzida pelo Fordismo ou pelo Taylorismo. Mudanças estas, projetadas para um horizonte temporal próximo. Segundo os autores Hammer e Champy, “a reengenharia é o repensar fundamental e a rees-truturação radical dos processos empresariais, que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, como custos, qualidade, atendimento e velocidade” (Al-coforado, 1997). Quando observamos a definição de Reenge-nharia elaborada por Hammer e Champy, fica claro que trata-se de um modelo que propõe mudan-ças extremas. Podemos concluir que não se trata de um processo de reforma, ou ajustes no modus operandi da instituição, mas da reformulação inte-gral da forma como a empresa trabalha, rompendo completamente com as técnicas e pensamento em uso até o momento. Daí, podemos inferir o poten-cial transformador de que já falamos. A partir de seu conceito podemos extrair qua-tro termos principais que norteiam a reengenharia: 1. Fundamental: Na aplicação da reengenha-ria, a empresa deve ser repensada com-pletamente, desde o porquê de executar sua atividade ao modo como a mesma é realizada. Assim, procura-se romper completamente com o atual e repensar a forma como a empresa funciona em sua totalidade.
  • 81. 80 Administração 2. Radical: Desconstrução integral do modo de se pensar o negócio e criação de no-vos métodos de trabalho. 3. Processo: A reengenharia não busca tra-balhar com tarefas ou serviços e pessoas, mas com processos, sendo o processo uma organização espaço-temporal do tra-balho com começo, fim, entradas e saí-das definidas e bem delimitadas. 4. Drástica: a reengenharia não diz res-peito a pequenas melhorias, mas a de aumento expressivo do desempenho. A reengenharia guarda algumas semelhanças superficiais com a Administração da Qualidade To-tal, contudo, não se devem confundir. Apesar de ambas possuírem como objetivo final a melhoria do desempenho, a TQM procura aprimorar os proces-sos já existentes, se volta para o bom atendimento da necessidade do cliente, e, principalmente, busca pequenas graduais, diferente do rompimento radi-cal com as práticas e padrão de desempenho da reengenharia. Downsizing O Downsizing pode ser traduzido como o achatamento da estrutura hierárquica da empresa, com a redução de seus níveis. Fundamentalmente o downsizing ocorre em função de redução de custos ou da participação no mercado. Acredita-se que o downsizing conduza a um aumento do lucro, da produtividade, maior flexi-
  • 82. Tema 2 | Enfoque organizacional 81 bilidade organizacional e melhor desempenho dos estoques. É importante observar, contudo, seus pontos negativos, como os custos associados à ex-clusão de cargos, a capacitação dos funcionários que permanecerem, a redução da moral da equipe e a possível perda de qualidade do produto, aspec-tos muitas vezes desconsiderados pelas empresas. Benchmarking O benchmarking é uma ferramenta de avalia-ção comparativa, entre a empresa e o mercado, nos termos de produtos, processos e serviços. Precisamos lembrar que esta comparação é feita com empresas que se encontram em uma melhor condição que a analisada, com o intuito de esta progrida seguindo linhas de ação inspiradas nas concorrentes buscando ultrapassá-las. O Benchmarking busca observar o univer-so que circunda a empresa, suas concorrentes, em busca de respostas para o aprimoramento da pró-pria produção. Outplacement A fim de evitar todos os impactos negativos acarretados pelo processo de demissão, tanto para a empresa, que pode desenvolver interna e externa-mente uma imagem de instabilidade, quanto para o profissional, que se vê excluído de sua função e obrigado a buscar sozinho uma nova posição, as empresas têm buscado novas formas de conduzir seus processos de reestruturação. É então que surge o Outplacement como uma alternativa, menos impactante para ambos, aos
  • 83. 82 Administração processos de demissão. Podemos resumir o Outpla-cement, como uma nova maneira de conduzir o pro-cesso de transição profissional de um colaborador. Seu surgimento remonta aos anos 60, nos Estados Unidos, quando o país foi atingido por uma forte recessão, e hoje alcançou todos os paí-ses industrializados. É importante ressaltar que os programas de Outplacement, ou recolocação, como são também conhecidos, vêm sendo executados principalmen-te para funcionários de alto escalão, geralmente executivos, e em alguns casos, para profissionais altamente especializados. Fundamentos de Critérios de Excelência O termo e conceito base da excelência orga-nizacional foram cunhados, em 1982 por Thomas J. Peters e Robert H. Waterman. Para estes autores, trata-se de excelência, a condição ou estado em que os produtos de determinado processo superam os resultados inicialmente planejados, seja em ter-mos de eficácia ou resultado (SILVA, 2007). A excelência organizacional, segundo estes autores é dotada de oito atributos fundamentais: • Orientação para a ação - Segundo este princípio, o sucesso depende da capa-cidade de ir além do campo das ideias, levando à implementação daquilo que foi idealizado. Além disso, as equipes de trabalho devem ter como orientação a solução de problemas, ser compostas por poucos membros, e ter caráter tran-sitório;
  • 84. Tema 2 | Enfoque organizacional 83 • Proximidade do Cliente - O principal ob-jetivo é a satisfação das necessidades do cliente, que se incluso mesmo em todo o ciclo desde o projeto até o marketing, passando pela produção; • Autonomia e espírito empreendedor - Uma maior flexibilidade estrutural onde se pode trabalhar em projetos e criar, com certo grau de liberdade; • Produtividade por meio das pessoas - A valorização do capital humano, que pas-sa a ocupar lugar de destaque para a qualidade nos processos; • Ação inspirada por valores - A liderança deverá passar para as equipes de traba-lho um senso de objetivo e significado para suas ações. O sistema de crenças da organização fazendo uso de histórias, mitos e lendas; • Concentração do que é conhecido - A ad-ministração está focada naquilo em que tem maior expertise, voltando-se para o desenvolvimento da própria empresa, em lugar de buscar fusões; • Estrutura simples e enxuta - A centrali-zação da autoridade deve ser evitada, e junto a isso, deve ser reduzida a vertica-lização da hierarquia;
  • 85. 84 Administração • Propriedades simultaneamente flexíveis e rígidas - A rigidez devem se deter prin-cipalmente aos controles estratégicos e financeiros, ao tempo que autonomia e oportunidade de criação devem ser com-partilhadas com os empregados, que são livres para inovar e assumir riscos, con-sequentemente contemplando a possibi-lidade de erros. Estes atributos foram obtidos pela observa-ção, pelos pesquisadores, de empresas considera-das excelentes. Devemos atentar a que estes foram os mais recorrentes diagnosticados por Peters e Waterman, mas não os únicos. O próprio Peters, em co-autoria com Austin, estabeleceria anos de-pois que apenas três aspectos seriam suficientes para incorporar todos os atributos citados e alcan-çar a excelência, desde que usados em concomitân-cia com um estilo particular de administração, se-riam eles: Atenção integral aos clientes; Constante processo de inovação; e Pessoas. O trabalho de Peters e Waterman tornou- -se alvo de muitas críticas de outros pesquisadores que criticaram tanto em seu método como na forma minimalista como abordaram os temas propostos. Outros autores e instituições dedicaram-se ao longo do tempo à busca pelos padrões de qua-lidade e excelencia. No Brasil, a FNQ - Fundação Nacional da Qualidade - criou o PEG - Programa de Excelência em Gestão.
  • 86. Tema 2 | Enfoque organizacional 85 Indicação de Leitura Complementar Leia as páginas 277, 278 e 279 do livro: CARAVAN-TES, Geraldo R.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Tente enten-der as transformações decorrentes do processo de reengenharia e discuta com seus colegas. Leia também no livro: MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Na página 465 o texto intitulado Benchma-rking: copiando as melhores práticas e entenda um pouco mais sobre esta técnica que consiste em fazer comparações e em imitar organizações com praticas exemplares de administração. A leitura será um complemento ao que foi exposto neste livro e possibilitará a você, uma reflexão crí-tica sobre o referido conteúdo. Para Refletir Pois bem prezado leitor, a partir deste ponto nos estudos das organizações, você passou a notar a importância do aprimoramento de processos. Por-tanto, reflita e tente enquadrar a empresa que tra-balha ou uma que conheça em um destes proces-sos apresentados nesta leitura.
  • 87. 86 Administração Resumo Muito bem, caro aluno, chegamos ao final de mais um capítulo em nossa viagem pelas teorias da Administração. Na passagem pelo enfoque com-portamental, você pode conhecer a influência da psicologia na ciência da Administração e pode re-fletir sobre a motivação, a liderança, a gerência e a importância de se conhecer o outro e desenvolver uma relação ética e profissional, é essencial para o crescimento de uma empresa. Na sequência, você passou a entender que deve-se ter critérios para a tomada de decisão gerencial e que o processo decisório em uma organização está muito baseado no fator racional. Durante essa viagem, você chegou à teoria do de-senvolvimento organizacional e passou a entender que o mundo está em constantes mudanças e que aquela empresa ou até mesmo aquela pessoa que não se adaptar às novas realidades impostas pelo ambiente, poderá ser conduzida ao fracasso. Diante da grande importância deste enfoque com-portamental é que a Administração passou a mudar sua história, dando maior ênfase na relação empre-sa, indivíduo, ambiente.
  • 90. Enfoque Comportamental 3 A abordagem comportamental da ciência administrativa propõe o abandono de posições normativas e descritivas e a adoção de uma posição humanística, mantida, portanto, a ênfase nas pessoas. Esta abordagem diferencia-se da apresentada por Jonh B. Wat-son, que trabalhou o enfoque individual através da realização de experimentos em laboratório, analisando: aprendizagem; estímulo e reações, hábitos. O método de Watson evoluiu para a análise comportamental de grupos, utilizada por Kurt Lewin na chamada Psicologia Social (Teoria das Relações Humanas) e a seguir para a Psicologia Organizacional em um sentido amplo, ainda que não desconsiderasse os pequenos grupos sociais. Desta forma, a Psicologia Organizacional contribuiu decisiva-mente para o surgimento de uma teoria administrativa mais democrá-tica e humanística, a Teoria Comportamental da Administração.
  • 91. 90 Administração 3.1 Abordagem comportamental: Teóricos da Motivação Abraham Maslow – Teoria das necessidades humanas O administrador precisa conhecer os meca-nismos motivacionais para poder dirigir adequada-mente as pessoas. Nesta abordagem, procura-se através das ciências do comportamento, conhecer o processo e a dinâmica organizacional, visto que os estudiosos desta abordagem consideram a or-ganização como um sistema cooperativo e racional. Origens: Dentre as origens da teoria com-portamental, podemos citar o pensamento oposto entre a teoria clássica e a de relações humanas, onde segundo Caravantes (2005, p.95-102) estão: • A abordagem comportamental é um apro-fundamento da Teoria das Relações Hu-manas, sendo contra a sua visão ingênua e romântica, mas aproveitando e refor-mulando alguns dos seus princípios; • A Crítica à Teoria Clássica, sendo conside-rada por alguns autores uma abordagem contrária à organização formal, aos prin-cípios gerais da administração, e ao en-foque mecanístico dos autores clássicos; • Com a Teoria Comportamental houve a contribuição da Sociologia da Burocracia, aumentando a abrangência da teoria ad-ministrativa; Abraham Maslow (1908-1970)