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Grupo elabora repelente de urucum
COMBATE ||| AO MOSQUITO
Camila Ferreira
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
camila.ferreira@rac.com.br
Substâncias extraídas do óleo
da semente de urucum prome-
tem funcionar como repelente
natural para espantar o Aedes
aegypti, mosquito transmissor
da dengue, chikungunya e do
zika vírus. As amostras estão
sendo analisadas por pesquisa-
dores da Universidade Esta-
dual de Campinas (Unicamp)
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põem um grupo de cientistas
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o Aedes. A eficiência para repe-
lir o inseto já está comprovada
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tectar a dosagem necessária e
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tado pode sair até o fim do pró-
ximo mês.
Segundo um dos envolvi-
dos no estudo, Renato Carva-
lho, do Ital, que estuda o uru-
cum há 30 anos, o fruto já é
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dicina doméstica”, principal-
mente na cultura indígena.
“Nos baseamos em dois arti-
gos científicos publicados nos
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ambos confirmam a capacida-
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tes de urucum como repelente
do Aedes. Nossa pesquisa bus-
ca separar frações do óleo, reti-
rando os pigmentos e concen-
trando-a para maior eficiência
como repelente. Estamos tra-
balhando em parceria com a
Unicamp e com a Universida-
de Federal de Grande Doura-
do (Mato Grosso do Sul) para
a avaliação desse produto.”
Ainda de acordo com Carva-
lho, a iniciativa partiu após tes-
tes com o pigmento para dei-
xar a gema de ovos com uma
cor mais acentuada. “Nós in-
cluímos algumas substâncias
do urucum na ração de gali-
nhas para que as gemas dos
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sem com uma cor mais acen-
tuada. Percebemos que próxi-
mo às fezes delas não apare-
ciam mais mosquitos, alguns
até morriam. A partir disso e
com os insumos dos artigos co-
meçamos a estudar a repelên-
cia”, contextualizou.
Para a dermatologista Lilia
Guadanhim, membro da Socie-
dade Brasileita de Dermatolo-
gia (SBD), de uma forma geral,
os repelentes naturais são volá-
teis e, por isso, têm pouca du-
ração e a associação com os
produtos sintéticos acaba sen-
do necessária. “Geralmente,
eles duram menos de 20 minu-
tos e a recomendação é de apli-
cação de hora em hora. Sabe-
mos que o urucum já era usa-
do antes de Cristo como repe-
lente e alguns artigos mostra-
ram resultados apenas prelimi-
nares. Até agora, os óleos que
têm embasamento científico é
o eucalipto-limão e a citrone-
la, mas caem na regra de pou-
ca durabilidade, pois evapo-
ram muito rápido, ainda mais
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Para a médica, não é reco-
mendado o uso isolado dos re-
pelentes naturais e no caso
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tivo acaba sendo a eficácia do
produto. “Os repelentes sintéti-
cos são seguros, basta seguir a
orientação de aplicação de ca-
da marca, sempre evitando as
regiões das mucosas, como na-
rinas e boca”, ressalta. Ainda
de acordo com Lilia, a eficácia
pode cair até 50%, nos dias em
que o termômetro ultrapassar
os 30˚C.
Cuidados
O interessante da atual pesqui-
sa, de acordo com Carvalho, é
que essas substâncias se encon-
tram em frações do óleo que
eram descartadas. O especialis-
ta ainda acredita que o produ-
to terá um preço acessível, já
que o Brasil é um grande pro-
dutor da planta. O pesquisador
reforça, ainda, que não é possí-
vel usar o óleo de urucum que
há no mercado como repelen-
te, pois, além do pigmento for-
te, que mancha a pele, apenas
uma fração dele é que promo-
ve o resultado e para agir preci-
sa estar separada.
Óleos naturais
Uma fórmula de um repelente
com óleos naturais foi aprova-
da pela Agência Nacional de Vi-
gilância Sanitária (Anvisa) e co-
meça a ser comercializado no
Estado de São Paulo a partir de
março. O produto foi criado pe-
lo casal de pesquisadores per-
nambucanos Djalma Marques
(dermatologista) e Fátima Fon-
seca (engenheira química) e,
de acordo com eles, é livre de
aditivos químicos e pode ser
usado tranquilamente por grá-
vidas e crianças. “Há em sua
composição uma mistura de
óleos de alecrim, gabiroba, la-
vanda, citronela, entre outros”,
conta Fátima.
O Biorepely começou a ser
vendido no Nordeste no final
do ano passado e chega às re-
giões Sudeste e Sul em meados
de março, mas pode ser com-
prado via internet, pelo site do
laboratório (Biologicus). “Hoje
ele está esgotado, mas acredita-
mos que nas próximas sema-
nas já tenhamos reposto. Nós
patenteamos o produto em
2009 e começamos a produção
e testes. Todas as matérias pri-
mas são naturais e o veículo é
natural, derivado do azeite de
oliva, sem conservantes quimi-
cos que sejam prejudicias à pe-
le”, destacou a pesquisadora.
Hoje, um pote com 100g do
repelente é vendido a R$ 40,00,
mas o objetivo é tentar bara-
tear o valor, aumentando a pro-
dução. Além do Aedes, o produ-
to promete espantar, também,
os mosquitos transmissores da
malária e da filariose. Segundo
a Anvisa, o produto encontra-
se registrado como repelente
de insetos. A agência não avalia
se o produto é 100% natural,
mas sim sua eficiência e segu-
rança. Para produtos cosméti-
cos não são permitidas alega-
ções de que o produto seja
100% natural. São permitidos
dizeres de rotulagem que atri-
buam propriedades naturais a
determinadas substâncias da
formulação.
A Organização Mundial da
Saúde (OMS) investiga a pos-
sibilidade de que o zika ví-
rus esteja sendo transmitido
em relações sexuais. Em
uma declaração emitida an-
teontem, em Genebra, a en-
tidade ressaltou que novas
pesquisas estão sendo feitas
para determinar a dimensão
do risco. “Zika foi isolado no
sêmen humano e há um ca-
so de possível transmissão
sexual pessoa a pessoa des-
crito”, indicou a OMS. “En-
tretanto, mais evidências
são necessárias para confir-
mar se o contato sexual é
um meio de transmissão do
vírus”, afirmou a entidade.
Outra opção que é estudada
pela OMS é a transmissão
por sangue. “Zika pode ser
transmitido por sangue,
mas esse é um mecanismo
pouco frequente.” O princi-
pal temor da OMS ainda re-
side na possível ligação en-
tre a infecção e a microcefa-
lia, disse a diretora-geral,
Margaret Chan. “Os indícios
são preocupantes”, apon-
tou. Apesar disso, a OMS in-
siste que não há indícios de
transmissão pelo leite mater-
no e apela para que as mães
continuem amamentando.
Um outro estudo desen-
volvido pelo departamento
de entomologia da Funda-
ção Oswaldo Cruz (Fiocruz)
em Pernambuco investiga
se o zika vírus e a febre chi-
kungunya também podem
ser transmitidos pelo mos-
quito Culex, conhecido po-
pularmente como muriçoca
ou pernilongo.
A pesquisa é coordenada
pela pesquisadora Constân-
cia Ayres, do projeto de veto-
res da instituição, e deve ser
concluída em um prazo esti-
mado de três semanas.
“O mosquito principal,
que é considerado vetor, é o
Aedes. O Culex a gente está
testando pela primeira vez,
ninguém nunca testou”, des-
tacou a pesquisadora. Se-
gundo ela, a primeira epide-
mia do zika surgiu na Micro-
nésia e lá não é habitat do
Aedes aegypti. Então, outras
espécies estariam atuando
como vetor. (Agência Esta-
do)
OMS informou que avalia um caso de
possível infecção por relação sexual
Saúde anuncia repelentes no Bolsa Família
Renato Carvalho, do Ital, que estuda o urucum há 30 anos: pesquisa busca separar frações de óleos do fruto e concentrá-las para criar repelente
Cientistas de Campinas comprovam eficácia da substância contra Aedes e trabalham em fórmula
Carlos Sousa Ramos/AAN
Tempo de duração
dos efeitos é um dos
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O
ministro da Saúde,
Marcelo Castro,
anunciou a
distribuição de repelentes
para aproximadamente
400 mil mulheres
grávidas que fazem parte
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Família. A medida tem
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constitui um recuo da
proposta inicial. Castro
ainda deu detalhes sobre
a campanha contra o
Aedes aegypti que o
governo pretende acelerar
depois do Carnaval. O
ministro informou teria
ontem encontro com
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distribuidores de
repelentes para verificar
quantos produtos estão
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governo compre e
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ele havia anunciado a
distribuição de repelentes
para todas as grávidas do
País — que registra 3
milhões de nascimentos/
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laboratório do Exército
fazer a fabricação. No
mesmo dia, porém, o
Exército negou que
tivesse capacidade para
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escala.
Após um mês de reuniões
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ministro veio a público
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distribuição para todas as
gestantes. (Agência
Estado)
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A12 CORREIO POPULARA12
Campinas, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
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  • 1. Grupo elabora repelente de urucum COMBATE ||| AO MOSQUITO Camila Ferreira DA AGÊNCIA ANHANGUERA camila.ferreira@rac.com.br Substâncias extraídas do óleo da semente de urucum prome- tem funcionar como repelente natural para espantar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus. As amostras estão sendo analisadas por pesquisa- dores da Universidade Esta- dual de Campinas (Unicamp) e Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), que com- põem um grupo de cientistas campineiros de diversas áreas que se uniram para combater o Aedes. A eficiência para repe- lir o inseto já está comprovada de acordo com os especialis- tas, no entanto, ainda falta de- tectar a dosagem necessária e o tempo de eficiência. O resul- tado pode sair até o fim do pró- ximo mês. Segundo um dos envolvi- dos no estudo, Renato Carva- lho, do Ital, que estuda o uru- cum há 30 anos, o fruto já é usado há muito tempo na “me- dicina doméstica”, principal- mente na cultura indígena. “Nos baseamos em dois arti- gos científicos publicados nos últimos dois anos no Exterior, ambos confirmam a capacida- de do óleo extraído das semen- tes de urucum como repelente do Aedes. Nossa pesquisa bus- ca separar frações do óleo, reti- rando os pigmentos e concen- trando-a para maior eficiência como repelente. Estamos tra- balhando em parceria com a Unicamp e com a Universida- de Federal de Grande Doura- do (Mato Grosso do Sul) para a avaliação desse produto.” Ainda de acordo com Carva- lho, a iniciativa partiu após tes- tes com o pigmento para dei- xar a gema de ovos com uma cor mais acentuada. “Nós in- cluímos algumas substâncias do urucum na ração de gali- nhas para que as gemas dos ovos produzidos por elas saís- sem com uma cor mais acen- tuada. Percebemos que próxi- mo às fezes delas não apare- ciam mais mosquitos, alguns até morriam. A partir disso e com os insumos dos artigos co- meçamos a estudar a repelên- cia”, contextualizou. Para a dermatologista Lilia Guadanhim, membro da Socie- dade Brasileita de Dermatolo- gia (SBD), de uma forma geral, os repelentes naturais são volá- teis e, por isso, têm pouca du- ração e a associação com os produtos sintéticos acaba sen- do necessária. “Geralmente, eles duram menos de 20 minu- tos e a recomendação é de apli- cação de hora em hora. Sabe- mos que o urucum já era usa- do antes de Cristo como repe- lente e alguns artigos mostra- ram resultados apenas prelimi- nares. Até agora, os óleos que têm embasamento científico é o eucalipto-limão e a citrone- la, mas caem na regra de pou- ca durabilidade, pois evapo- ram muito rápido, ainda mais no Verão”, explica. Para a médica, não é reco- mendado o uso isolado dos re- pelentes naturais e no caso das gestantes, o principal obje- tivo acaba sendo a eficácia do produto. “Os repelentes sintéti- cos são seguros, basta seguir a orientação de aplicação de ca- da marca, sempre evitando as regiões das mucosas, como na- rinas e boca”, ressalta. Ainda de acordo com Lilia, a eficácia pode cair até 50%, nos dias em que o termômetro ultrapassar os 30˚C. Cuidados O interessante da atual pesqui- sa, de acordo com Carvalho, é que essas substâncias se encon- tram em frações do óleo que eram descartadas. O especialis- ta ainda acredita que o produ- to terá um preço acessível, já que o Brasil é um grande pro- dutor da planta. O pesquisador reforça, ainda, que não é possí- vel usar o óleo de urucum que há no mercado como repelen- te, pois, além do pigmento for- te, que mancha a pele, apenas uma fração dele é que promo- ve o resultado e para agir preci- sa estar separada. Óleos naturais Uma fórmula de um repelente com óleos naturais foi aprova- da pela Agência Nacional de Vi- gilância Sanitária (Anvisa) e co- meça a ser comercializado no Estado de São Paulo a partir de março. O produto foi criado pe- lo casal de pesquisadores per- nambucanos Djalma Marques (dermatologista) e Fátima Fon- seca (engenheira química) e, de acordo com eles, é livre de aditivos químicos e pode ser usado tranquilamente por grá- vidas e crianças. “Há em sua composição uma mistura de óleos de alecrim, gabiroba, la- vanda, citronela, entre outros”, conta Fátima. O Biorepely começou a ser vendido no Nordeste no final do ano passado e chega às re- giões Sudeste e Sul em meados de março, mas pode ser com- prado via internet, pelo site do laboratório (Biologicus). “Hoje ele está esgotado, mas acredita- mos que nas próximas sema- nas já tenhamos reposto. Nós patenteamos o produto em 2009 e começamos a produção e testes. Todas as matérias pri- mas são naturais e o veículo é natural, derivado do azeite de oliva, sem conservantes quimi- cos que sejam prejudicias à pe- le”, destacou a pesquisadora. Hoje, um pote com 100g do repelente é vendido a R$ 40,00, mas o objetivo é tentar bara- tear o valor, aumentando a pro- dução. Além do Aedes, o produ- to promete espantar, também, os mosquitos transmissores da malária e da filariose. Segundo a Anvisa, o produto encontra- se registrado como repelente de insetos. A agência não avalia se o produto é 100% natural, mas sim sua eficiência e segu- rança. Para produtos cosméti- cos não são permitidas alega- ções de que o produto seja 100% natural. São permitidos dizeres de rotulagem que atri- buam propriedades naturais a determinadas substâncias da formulação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) investiga a pos- sibilidade de que o zika ví- rus esteja sendo transmitido em relações sexuais. Em uma declaração emitida an- teontem, em Genebra, a en- tidade ressaltou que novas pesquisas estão sendo feitas para determinar a dimensão do risco. “Zika foi isolado no sêmen humano e há um ca- so de possível transmissão sexual pessoa a pessoa des- crito”, indicou a OMS. “En- tretanto, mais evidências são necessárias para confir- mar se o contato sexual é um meio de transmissão do vírus”, afirmou a entidade. Outra opção que é estudada pela OMS é a transmissão por sangue. “Zika pode ser transmitido por sangue, mas esse é um mecanismo pouco frequente.” O princi- pal temor da OMS ainda re- side na possível ligação en- tre a infecção e a microcefa- lia, disse a diretora-geral, Margaret Chan. “Os indícios são preocupantes”, apon- tou. Apesar disso, a OMS in- siste que não há indícios de transmissão pelo leite mater- no e apela para que as mães continuem amamentando. Um outro estudo desen- volvido pelo departamento de entomologia da Funda- ção Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco investiga se o zika vírus e a febre chi- kungunya também podem ser transmitidos pelo mos- quito Culex, conhecido po- pularmente como muriçoca ou pernilongo. A pesquisa é coordenada pela pesquisadora Constân- cia Ayres, do projeto de veto- res da instituição, e deve ser concluída em um prazo esti- mado de três semanas. “O mosquito principal, que é considerado vetor, é o Aedes. O Culex a gente está testando pela primeira vez, ninguém nunca testou”, des- tacou a pesquisadora. Se- gundo ela, a primeira epide- mia do zika surgiu na Micro- nésia e lá não é habitat do Aedes aegypti. Então, outras espécies estariam atuando como vetor. (Agência Esta- do) OMS informou que avalia um caso de possível infecção por relação sexual Saúde anuncia repelentes no Bolsa Família Renato Carvalho, do Ital, que estuda o urucum há 30 anos: pesquisa busca separar frações de óleos do fruto e concentrá-las para criar repelente Cientistas de Campinas comprovam eficácia da substância contra Aedes e trabalham em fórmula Carlos Sousa Ramos/AAN Tempo de duração dos efeitos é um dos desafios do estudo O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou a distribuição de repelentes para aproximadamente 400 mil mulheres grávidas que fazem parte do cadastro no Bolsa Família. A medida tem como alvo o controle do surto de microcefalia no País, que já chegou a 3.893 casos. Apesar disso, constitui um recuo da proposta inicial. Castro ainda deu detalhes sobre a campanha contra o Aedes aegypti que o governo pretende acelerar depois do Carnaval. O ministro informou teria ontem encontro com representantes de distribuidores de repelentes para verificar quantos produtos estão disponíveis, para que o governo compre e distribua. Em dezembro, ele havia anunciado a distribuição de repelentes para todas as grávidas do País — que registra 3 milhões de nascimentos/ ano. Caberia ao laboratório do Exército fazer a fabricação. No mesmo dia, porém, o Exército negou que tivesse capacidade para produzir o item em larga escala. Após um mês de reuniões com vários laboratórios, na semana passada o ministro veio a público para admitir que não seria possível a distribuição para todas as gestantes. (Agência Estado) Transmissão por sexo e por pernilongo é investigada A12 CORREIO POPULARA12 Campinas, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016 CIDADES