O documento discute a avaliação funcional de idosos, abordando:
1) A importância de avaliar a funcionalidade, mobilidade e independência de idosos para identificar riscos e mensurar progresso;
2) Os principais domínios a serem avaliados como atividades diárias, instrumentais e mobilidade, utilizando testes padronizados;
3) Exemplos de testes como Katz, Lawton, Timed Get Up and Go para avaliar diferentes aspectos da funcionalidade.
3. Fisiologia do Envelhecimento
Infância Vida Adulta Terceira Idade
Crescimento e Manter o maior nível Manter independência e
desenvolvimento funcional possível prevenir incapacidade
Mudança de
condicionamento
Limiar de incapacidade
Suporte
ambiental
Reabilitar e garantir
qualidade de vida
Idade
Buchner DM, Wagner. Preventing Frail Health. Clinics in Geriatric Medicine. 8:1. 1992
4. PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA QUE TEM DIFICULDADE
PARA ALIMENTAR-SE, TOMAR BANHO OU IR AO BANHEIRO POR SEXO E IDADE
BRASIL
30
25
20
15
10
5
0
60-64 65-69 70+
1998 Homens 1998 Mulheres
Fonte: IBGE/PNAD de 1998 e 2003.
2003 Homens 2003 Mulheres
5. PROPORÇÃO DE IDOSOS DO SEXO MASCULINO QUE REPORTARAM ALGUM TIPO DE
DEFICIÊNCIA
BRASIL, 2000
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Problema Mental Enxergar Ouvir Caminhar/subir escadas
Fonte: IBGE/Censo Demográfico de 2000. Institucionalizados Total
6. PROPORÇÃO DE IDOSAS DO SEXO FEMININO QUE REPORTARAM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA
BRASIL, 2000
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Problema Mental Enxergar Ouvir Caminhar/subir escadas
Institucionalinadas Total
Fonte: IBGE/Censo Demográfico de 2000.
7.
8. Avaliação Funcional
Avaliar:
“Refere ao processo de obtenção e interpretação de
dados para o tratamento.”
Maurer et al, 1984
9. Avaliação Funcional
Porque Avaliar?
Obtenção de informação acurada em dada situação
Linha de base para comparações futuras
Mensurar progressos
Identificar e mensurar desvios de comportamento
Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13
10. Avaliação Funcional
O quê Avaliar Quando Avaliar?
Identificar fatores de Rastreamento
risco! Eventos precipitantes
Lachs 1992 Monitorar efeitos do
tratamento
Pesquisas
Acompanhamento
clínico
Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13
11. Avaliação Funcional
Quem deve avaliar?
Conhecimento do teste
(manual)
Uniformização do teste
Treinamento
sistematizado do
profissional ou equipe
Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13
12. Avaliação Funcional
Testes padronizados
Objetivo: Estabelecer confiabilidade e validade no
mais alto nível possível
Confiabilidade: Habilidade de medir o fenômeno
consistentemente. Um teste/instrumento é
confiável se ele mede consistentemente sobre
condições que poderiam causar erros.
Validade: É a propriedade da medida que responde a
seguinte questão: “Em qual grau este teste mede
aquilo que pretende medir?
Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13
13. Avaliação Funcional
“Uma tentativa sistematizada de mensurar
objetivamente os níveis nos quais uma pessoa está
funcionando numa variedade de áreas tais quais
integridade física, qualidade da auto-manutenção,
qualidade no desempenho dos papéis, estado
intelectual, atividades sociais, atitude em relação
a si mesmo, e o estado emocional”
Lawton, 1971
16. O Modelo da World Health
Organization, 1980
Impairment Disability Handicap
Deficiência Incapacidade Limitação
17. Atividades Básicas de Vida Diária
- vestir-se
- tomar banho
- alimentar-se
- uso do banheiro
- Continência
Atividades Instrumentais de Vida Diária
- tarefas domésticas básicas
- compras
- cozinhar
- Manejo financeiro
- uso de meios de transporte
- uso do telefone
- administração de medicações
Mobilidade
- caminhar
- habilidade de subir um lance de escadas
- equilíbrio e marcha
- transferências
18. Avaliação Funcional
“...Avaliação funcional é o processo sistemático
de identificar ou diagnosticar as capacidades e
deficiências dos indivíduos em risco,
diferenciando o que faz parte do
envelhecimento normal e patológico...”
Bernstein - 1992
19. Avaliação Funcional
“...refere-se á habilidade da pessoa em realizar
atividades do dia a dia necessárias para a
sobrevivência na sociedade moderna...e inclui 3
grandes domínios: atividades de vida diária,
atividades intermediárias de vida diária e
mobilidade...”
Spector - 1990
20. AUTONOMIA
É a capacidade individual de decisão e comando sobre as ações,
estabelecendo e seguindo as próprias regras. O conceito inclui os seguintes
elementos: privacidade, livre escolha, autogoverno e regulação, independência
moral e liberdade individual para satisfazer nossas necessidades e sentimentos.
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL
Refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios. Está ligada à
mobilidade e à capacidade funcional, permitindo que o indivíduo viva sem
requerer ajuda para a execução das atividades básicas e instrumentais de vida
diária.
21. FUNCIONALIDADE
É um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e
participação.
INCAPACIDADE
É um termo que abrange disfunções, limitação de atividades
(incapacidade) ou restrição na participação (deficiência).
Prof. Edgar Nunes de Moraes
22. DISFUNÇÃO / DOENÇA
Qualquer anormalidade da estrutura e da aparência do
corpo e da função de um órgão ou sistema, resultante de
qualquer causa. Distúrbio no âmbito do órgão.
INCAPACIDADE
Conseqüência de uma limitação para o desempenho de atividades
DEFICIÊNCIA:
É a experiência que o indivíduo tem das suas desvantagens, resultantes das
disfunções e incapacidades.Interação do indivíduo com o meio, isto é, a sua
adaptação em função das oporturnidades e restrições de que dispõe.
Prof. Edgar Nunes de Moraes
24. Instrumentos de Avaliação
Funcional
Paixão Jr. CM, Reichenheim ME. Uma revisão sobre instrumentos de avaliação do estado funcional do idoso. Caderno de Saúde
Pública, Rio de Janeiro, 21(1):7-19. 2005
25.
26.
27. Instrumentos de Avaliação
Funcional
Katz
Lawton
Barthel
MIF
Tinetti / POMA
Timed Get up and Go
Kane RA, Kane RL. Assessing the elderly: a practical guide to measurement. Lexington,
Mass.:Lexington Books, 1981.
28.
29. Atividades de Vida Diária
Katz –
A. Independente em todas as funções
B. Dependente em uma das funções.
C. Dependente no banho e mais uma
função.
D. Dependente no banho, no vestir-se, e
em mais uma função.
E. Dependente no banho, no vestir-se, na
ida ao vaso sanitário, em mais uma
função.
F. Dependente no banho, no vestir-se, na
ida ao vaso sanitário, na transferência, e
em mais uma função.
G. Dependente em todas as funções.
Outros: dependente em duas funções,
mas não classificávelcom C, D, ou E.
30. Atividades Básicas de Vida diária
Banho
Vestir-se
Ida ao Vaso Sanitário
Transferência
Continência
Alimentação
Katz S, Downs TD, Cash HR. Gerontologist. 1970;10:20-30 - Adaptação
31.
32. Floriano PJ. O perfil de idosos assistidos por uma equipe de saúde da família do centro de saúde de Souzas, no município de
Campinas SP. 2004. Dissertação de mestrado. Unicamp. 05-158.BFE.
33.
34. Atividades Instrumentais de
Vida Diária
Usar o telefone
Fazer compras
Preparo de alimentos
Arrumação da casa
Lavar roupas
Meio de transporte
Controle de medicações
Controle das próprias finanças
Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist 1969;9:179-86.
35. Freitas & Py. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006. Guanabara Koogan. Apêndice - 1535.
36. Atividades Avançadas de Vida
Diária
Trabalhar
Participar de atividades voluntárias na
comunidade
Viajar longas distâncias sozinho
Praticar esportes
39. Health assessment Questionnaire
Ferraz MB, Oliveira LM.Cross Cultural Reliability of the physical ability dimention of the health assessemnt questionnaire. 1990. 17 – 813-17
40. Avaliação de Mobilidade
Timeg Get up and Go
Alcance
POMA
Kane RA, Kane RL. Assessing the elderly: a practical guide to measurement. Lexington, Mass.:Lexington Books, 1981.
41. Avaliação da Mobilidade
Solicitar ao paciente a levantar-se de uma
cadeira, caminhar por 3 metros, retornar e
sentar-se novamente.
Cronometrar o Tempo gasto
MATHIAS, S; NAYAK , USL; ISAACS, B. Balance in Elderly Patients:The Get Up and Go Test.Arch. Phys.Med.Rehabil.
1986; 67:387-389.
PODSIADLO D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am
Geriatr Soc 1991;39:142-8
42. Paula JAM. Avaliação do idoso: capacidade funcional, independência e sua relação com outros indicadores de saúde.
Unicamp. 2007. Tese de Doutorado. 07-008.BFN.
43. Paula JAM. Avaliação do idoso: capacidade funcional, independência e sua relação com outros indicadores de saúde.
Unicamp. 2007. Tese de Doutorado. 07-008.BFN.
44. Paula JAM. Avaliação do idoso: capacidade funcional, independência e sua relação com outros indicadores de saúde.
Unicamp. 2007. Tese de Doutorado. 07-008.BFN.
45. Avaliação da Mobilidade
O indivíduo é instruído que tome a seguinte
posição: em pé, descalço, perpendicular a
parede, próximo ao início da fita métrica, com
os pés paralelos numa posição confortável,
sem tocá-la, com o ombro fletido em 90° e o
cotovelo estendido. O punho permanece em
posição neutra e os dedos fletidos.
A fita métrica é presa à parede, paralela ao
chão, posiciona-se na altura do acrômio do
voluntário. A medida inicial corresponde à
posição em que o terceiro metacarpo se
encontrava nesta fita.
O idoso é instruído a inclinar-se para frente, o
máximo possível, sem perder o equilíbrio ou
dar um passo. Deve ser verificado o
deslocamento sobre a fita métrica.
Deve-se observar cuidadosamente se o idoso
não retira os seus calcanhares do apoio no
chão. Caso isto ocorra, deve ser
desconsiderada a medida e nova tentativa
realizada.
São feitas três tentativas de alcance funcional
e a média destas é registrada
Duncan PW,Weiner DK, Chandler J,Studenski S. Functinal reach: A New Clinical Measure of Balance. Journal of Gerontology 1990;45(6):M192-197
46. Ishizuka MA. Avaliação e comparação dos fatores intrínsecos dos riscos de queda em idosos com diferentes estatus funcionais.
Unicamp.2003. Tese de Mestrado.03-068. BFE
47. Ishizuka MA. Avaliação e comparação dos fatores intrínsecos dos riscos de queda em idosos com diferentes estatus funcionais.
Unicamp.2003. Tese de Mestrado.03-068. BFE
48. Avaliação Funcional
Atividades de Vida
Diária
Atividades
Instrumentais de Vida
Diária
Avaliação da
Mobilidade
Kane RA, Kane RL. Assessing the elderly: a practical guide to measurement. Lexington, Mass.:Lexington Books, 1981.
50. Dr. Virgílio Garcia Moreira
Residência em Clínica Médica HMP
Especialista em Geriatria e Gerontologia Unati/UERJ
Médico do Serviço de Geriatria do CIPI/UnATI/UERJ
Mestrando da FCM/UnATI/UERJ
Pesquisador rede FIBRA – Fragilidade em Idosos Brasileiros – CNPQ / FAPERJ
Pesquisador GeronLab – Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano – UERJ
Professor de Clínica Médica do MEDGRUPO - MEDCURSO
Membro do Grupo de Cuidados Paliativos da SBGG-RJ
Obrigado!!!
virgilio.garcia@terra.com.br