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currículo e
práticas pedagógicas
Desk research +
entrevistas +
grupo de trabalho
Agosto / 2015
FUNDAMENTAL2.0
P R O J E T O
VERSÃOBETA
EQUIPETELLUS
Nobre colega de leitura,
este relatório está em construção, esta é uma
versão preliminar. Se você o recebeu, é porque
seus comentários e sugestões são muito bem-
vindos para aprimorarmos o conteúdo.
Pedimos apenas que não compartilhe
este material com outras pessoas até que
enviemos a versão final.
Gratos,
2
ÍNDICE
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 4CAPÍTULO 3CAPÍTULO 2CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 6CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 7
Pedagogiae
práticaspedagógicas
RealidadelocalPromovercidadaniaQuestõesda
contemporaneidade
Cenário
ABase
NacionalComum
LeiseDiretrizes EducaçãoIntegral
P. 128
P. 51P. 46P. 28P. 5
P. 92P. 56 P. 124
índice
CLIQUE PARA ACESSAR O CAPÍTULO DESEJADO DIRETAMENTE
3
LIVROS
ENTREVISTAS
GRUPODEESTUDOS
ESPECIALISTAS,
EDUCADORESEENTUSIASTAS
INTRODUÇÃO
Referências
2 8 12
1
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
21stCenturySkills
Bernie Trilling&CharlesFadel
Uma questãodeCaráter
Paul Tough
4
Pesquisa,ConteúdoeRedação
Revisão
DesignGráfico
Ilustrações
INTRODUÇÃO
créditos
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Alexandre Oyamada
Laura Lemos
Lívia Macedo
Camila Sanches Zorlini
Adriano Valadão
iStock
Shutterstock
The Noun Project
5Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Cenário
CAPÍTULO 1
Capítulo 1 → CENÁRIO
pag5
<< VOLTAR PARA O ÍNDICE
6Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
Parece ser um
consenso que as
escolas de todo o
mundo precisam
se reinventar….
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
PARADIGMA
UM NOVO
HIERARQUIA conhecimento
acessível para
todos
ERA INDUSTRIAL ERA DA
INFORMAÇÃO
Vivemosuma
nova era,um
novocontexto...
7
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
NOVO CONTEXTO
AEradoConhecimentonos
impõenovosdesafiosea
tecnologia digital,disruptiva,
aponta para oquetemvalor.
Estamosglobalmente
conectadoseainformação
estádisponívelparagrande
parte dapopulaçãoglobal,
bemcomoparaboapartedos
adolescentesbrasileiros.
Aomesmotempo,temosdesafios severos que
demandampensamentocomplexo, como:
super consumo
mudanças
climáticas
desigualdades
sociais
$
8
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
ADOLESCENTES
Eosadolescentes,
sabemos,nãosão
maisosmesmos.
Emboraaspectos
biológicos que
digamrespeitoao
desenvolvimento
corporal,sexual
eneurológico,
tendama ser
universais e
atemporais;outros
aspectosserão
semprefluidos.
Sociedade,cultura
eeconomiasão
relativosao
momentonoqual
aquelageração
sedesenvolve,
podendoafetar
mesmoosaspectos
biológicos,e
dirãosobreas
crenças,valorese
atitudesdaqueles
adolescentes.
Estenovomodelomental,aomesmo tempo
produtoeinsumoparaosdesafios do nosso
tempo,propõenovassubjetividades eirá
estabelecernovasdisposiçõeserelações
comoaprendizado.
9
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
DESAFIOS
DA ESCOLA
Nossaeducação,entretanto,segueparâmetrosgerais,etambém
pedagógicosecurriculares,associadosedesenvolvidosemoutros
momentoshistóricos,emqueasnecessidadeseramoutras.
Carregamos resquícios de um
calendário escolar agrário, que
permitia aos estudantes estarem livres
no verão para trabalharem nos campos;
O currículo que determina as principais
áreas de conhecimento foi desenvolvido
na idade média, estabelecendo linguagem,
matemática, ciências e artes como as
grandes disciplinas (que seguem sendo as
grandes áreas de conhecimento obrigató-
rias no ensino brasileiro);
As relações entre professor e aluno, a ges-
tão, a arquitetura e as práticas pedagógicas
dizem ainda sobre a lógica da racionali-
zação econômica estabelecida no período
industrial. A padronização da produção
e o consumo massificado, a divisão hie-
rárquica entre gerência e trabalhadores, a
alienação ao processo de produção como
um todo e a passividade dos trabalhadores
fabris, operando feito máquinas, encon-
tram equivalência nas salas de aula orde-
nadas por carteiras alinhadas, na gestão e
relacionamento verticais, nos professores
como detentores do saber e nos alunos
como mero repetidores de conhecimento.
CALENDÁRIO AGRÁRIO CURRÍCULO ANTIQUADO MODELO DESATUALIZADO
10
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
Essa desconexão da escola com o mundo atual
e com a realidade do aluno gera desinteresse!
Pesquisascomprofessores e
alunosapontamrecorrentemente
a indisciplinacomoum dos
principaisoumesmo o principal
problemaasersuperado nas escolas
públicas.Fazendoumrecorte
para o EnsinoFundamental II,o
diagnósticosemantém.
O alto níveldeindisciplinaé o
sintomadeumagrande desconexão
entre osadolescentes e aeducação
que lheséoferecida.
FATORES QUE PRECISAM
SER ENFRENTADOS COM
MAIOR URGÊNCIA
DESAFIOS DO PROFESSOR
FALTA DE ACOMPANHA-
MENTO PSICOLÓGICO
PARA OS ALUNOS QUE
PRECISAM
INDISCIPLINA
DOS ALUNOS
Fonte: Pesquisa Conselho de Classe (Fundação Lemann) Fonte: Resultado Escuta MEL (São Miguel dos Campos / AL)
INDISCIPLINA
DOS ALUNOS
DESPERTAR
O INTERESSE
21% 14%
68 62/100 /100
11
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
ESCOLA + ADOLESCENTES = DESCONEXÃO
12
---
Estudante do EF2, São Paulo
---
Estudante do EF2, São Paulo
---
Estudante do EF2, São Paulo---
Estudante do EF2, São Paulo
---
Estudante do EF2, São Paulo
---
Estudante do EF2, São Paulo
“Nada de interessante,
não tá acontecendo
nada de interessante
na escola.”
“O governo faz de tudo pra você
não gostar de estudar. Te dá pra
ler Brás Cubas, algo magnífico.
Primeiro, pô, precisa dar uma
leitura que te agrade pra você
começar a gostar.”
“O objetivo da escola é fazer ter uma
ideia de como as coisas são, coisas
mais profissionais, de emprego. Mas
não faz muito isso não.”
“Sei tudo, não preciso disso,
nunca vou usar a metade das
coisas pra nada. Meu pai diz
que é verdade, que metade das
coisas ele nunca usou até hoje.”
“Coisas que seriam legal ter na escola:
aumentar horário de educação física, aula
de cinema, ter um parque na escola, piscina
na escola, faxineira pra limpar a janela.”
“A gente podia ter espanhol,
química, álgebra, sociologia. A
gente parece que só vai estudar
na faculdade. Todo o ano a gente
aprende as mesmas coisas, todo
o ano é português, matemática,
geografia, a gente queria aprender
novas coisas, mas infelizmente a
gente só vai ter na faculdade.”
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
ESCOLA + ADOLESCENTES = DESCONEXÃO
13
Adesconexãodoadolescente com aescolase manifestanalacunaexistente entre acompreensão
sobrequemsãoecomo aprendem estes jovense ascrençase práticasdo ensino tradicional:
X
ADOLESCENTES APRENDEM VIVENCIANDO O ESPAÇO PÚBLICO A ESCOLA NÃO ESTABELECE DIÁLOGO COM O TERRITÓRIO
ADOLESCENTES ESTÃO DESCOBRINDO O PRÓPRIO CORPO SEXUALIDADE É UM TABU
ADOLESCENTES QUEREM POR A MÃO NA MASSA O ENSINO É POUCO PRÁTICO
ADOLESCENTES TEM MEDO DE SEREM JULGADOS A ESCOLA PUNE O ERRO
ADOLESCENTES TEM AFÃ DE QUESTIONAR A ESCOLA NÃO OS OUVE
ADOLESCENTES GOSTAM DE MÚSICA, DE VIDEOGAME SUA CULTURA NÃO É QUESTIONADA E VALORIZADA
ADOLESCENTES APRENDEM CONDUZIDOS POR AFETO A ESCOLA REPRODUZ AS VIOLÊNCIA DA SOCIEDADE
ADOLESCENTES VIVEM AS NOVAS MÍDIAS A ESCOLA LUTA PARA SE ATUALIZAR
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
ESCOLA + ADOLESCENTES = DESCONEXÃO
14
A pesquisa‘Oquepensamos
jovensdebaixarenda sobre a
escola’,realizadapela Fundação
VictorCivita,foiacampo
perguntar aosjovenscomrenda
familiardeatéR$2.500 sua
opiniãosobreaescola. Um
dosresultadosé“aelevada a
proporçãodealunos que não
gostamenãoveemutilidadeem
muitasdasdisciplinasoferecidas.
Para amaioriadosentrevistados,
apenasPortuguêseMatemática
têm utilidade,eésignificativaa
proporçãodaquelesquedeclaram
que a principalrazãopara
frequentaremiremàescolaé
conseguirumdiploma(20%).”
Outraconstataçãoimportante
éa“significativadificuldade
daescolapúblicaemlidarcom
asdiversasculturasjuvenise,
particularmente,ematribuir
sentidoaosconteúdosoferecidos
aosjovensoriundosdecontextos
sociaisdebaixarenda.”
Fontes: http://porvir.org/porpensar/7-caminhos-para-dar-sentido-ao-ensino-medio/20130701 | http://www.fvc.org.br/estudos-e-pesquisas/2012/pdf/relatorio_jovens_pensam_escola.pdf
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
“O estudochamadoProjeto
deVida, realizadopela
FundaçãoLemann,com
apoiotécnicodoMovimento
Todos pela Educação,
mostra que existe uma
desconexãopreocupante
entreo que é ensinadona
escolaatualmente eoqueos
jovensprecisam saberpara
concretizarosseusdiferentes
projetos de vida. (...)Em
comum entre os diferentes
grupos de entrevistadosestá
apercepçãode que aescola
temfalhadona preparação
deseusalunosparaavida
adulta.Sãomuitasasqueixas
emrelaçãoaproblemas
relativosacomunicação,
raciocíniológico,
conhecimentosbásicos
matemáticosepostura
profissional.“Sãoospróprios
jovensqueestãoafirmando
quenãoconseguemaplicar
seusaprendizadosquando
confrontadoscomdiversas
situaçõesdocotidiano”,
afirmaopesquisador
HaroldoTorres,responsável
peloestudo.”
15
http://www.ivanpuig.net/crecimientos.html
http://porvir.org/porpensar/escola-precisa-se-conectar-demandas-dos-jovens/20150616
Capítulo 1 → CENÁRIO
conclusÃO
16
É maisdoquenítido,portanto,quea
educaçãoqueestamosaofertareconstruir
encontraenormeDESCONEXÃOtanto
comocontextodoséculo21,quanto
COMOSADOLESCENTES,que
devemser,paraoséculo21osgrandes
PROTAGONISTASdesteaprendizado.
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 1 → CENÁRIO
17Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Como podemos
disponibilizar,
criar e estimular
uma educação
mais adequada aos
adolescentes do
nosso tempo? ---
Jacques Delors
relatório Unesco
“No final de um século marcado pelo
tumulto e pela violência, assim como
pelo progresso econômico e científico
– aliás, desigualmente distribuído
– e no alvorecer de um novo século,
cuja perspectiva é alimentada
por um misto de angústia e de
esperança, é imperativo que todos
aqueles que estejam investidos de
responsabilidade prestem atenção
aos fins e aos meios da educação.”
Capítulo 1 → CENÁRIO
18Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
SER VIBRANTE!
As iniciativas que visam a
construção de um Ensino
Fundamental II que realmente
se conecte com os adolescentes
apontam para uma questão central:
A ESCOLA PRECISA
Capítulo 1 → CENÁRIO
19Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
“A escola precisa
ser mais atraente
do que a Globo e do
que o Neymar.”
“Pretendemos transformar as escolas
em centros de criatividade em que se
ensine e se aprende com alegria. Não
quero dizer que não haja hoje escolas da
rede municipal onde as crianças não se
sintam bem. O que é preciso, porém, é
generalizar esse clima.”
“A gente quer construir
uma escola tão boa para
o aluno que ele tenha
vontade de ficar lá depois
que aula termina, uma
escola onde o aluno goste
de estar.”
“Precisamos
que as crianças
estejam viciadas
em aprender.
Educação é
acender uma
fagulha”
“A escola
precisa despertar
encantamento,
surpresa e
curiosidade!”
---
EDUARDO LYRA
fundador DO INSTITUTO ‘GERANDO Falcões’
e Global Shaper
---
PAULO FREIRE
revista Nova Escola, maio de 1989
---
PEDAGOGA
diretora de colégio público
dO ENSINO fundamental II
---
dAVE PECK
Curriculum Foundation
---
pesquisador
Pesquisador Associado JoyStreet
e Professor Adjunto UFPE. Ph.D. em
Educação Matemática.
Capítulo 1 → CENÁRIO
20Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
A proposta de construção
de uma escola vibrante
impacta diretamente nas
questões de currículo e
práticas pedagógicas.
Como eles devem ser
moldados para produzir
uma escola vibrante?
foco desse relatório
currículo
professores
tecnologia
AVALIAÇÃO
gestÃO
ARQUITETURA
práticas
pedagógicas
FAMÍLIA
& COMUNIDADE
escola mais
vibrante!
Capítulo 1 → CENÁRIO
21Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
responder
às questões
inerentes à
adolescência
responder às
questões da
contempora-
neidade
promover
cidadania
respeitar
a realidade
local
1
2
3
4
currículo
escola mais
vibrante!
Dar aos adolescentes o
necessário para viverem
as particularidades da
adolescência de forma
enriquecedora e estar
conectada ao universo
particular dessa geração.
Parte flexível do currículo para
abraçar as particularidades e a
cultura local.
Oferecer as bases
para os adolescentes
construírem melhores
relações humanas e
com o planeta.
Preparar os adolescentes
para viverem as
oportunidades e
superarem os desafios do
mundo atual.
A união dessas peças
é a base do conceito de
educação integral.
22Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
responder
às questões
inerentes à
adolescência
1
sexualidade
e puberdade
construção
de identidade
conhecer
potencia-
lidades
relações
afetivas e
amorosas
questões
de gênero
expressar
opiniões
consumo educação
financeira
trabalho
música
games
experi-
mentação descobertas
violência drogas preconceito
sociabili-
zação
questiona-
mento
criatividade
autonomia
projeto
de vida
saúde física alimentação
e nutrição
atividades
físicas
Capítulo 1 → CENÁRIO
23Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
qualidade
de vida
respostas
para questões
complexas
competên-
cias para o
século 21
competên-
cias cogni-
tivas
dialogar,
agir em
grupo
empreen-
dedorismo
fluência
digital tolerância
ao erro
movimento
maker
capacidade
de ação
liderança
tolerância à
diversidade inovação
empodera-
mento
progra-
mação
Capítulo 1 → CENÁRIO
responder às
questões da
contempora-
neidade
2
24Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
sustenta-
bilidade
negócios
sociais
ética educação
política
público x
privado
direitos e
deveres
cultura
de paz
viver em
comunidade
mudar posi-
tivamente a
sociedade
pensamento
crítico tolerância
relações
sistêmicas
ler contexto,
não só texto
Capítulo 1 → CENÁRIO
promover
cidadania
3
25Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
cultura
local
particula-
ridades
regionais
considera
importante
desenvolver
realidade
socioeco-
nômica
valorização
do entorno
promover
a economia
local
produzir
cultura
explorar o
território
ser agente
de trans-
formação
local
competên-
cias para a
comunidade
Capítulo 1 → CENÁRIO
respeitar
a realidade
local
4
Capítulo 1 → CENÁRIO
26Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Ao invés de estanques,
um currículo oxigenado
e práticas pedagógicas
revitalizadas, atualizados
constantemente de forma
colaborativa pelos atores
da educação.
Capítulo 1 → CENÁRIO
27Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
práticas
pedagógicas
escola mais
vibrante!
personalização ensino por projeto
experimentação
uso do território
ensino híbrido
aprender a
aprender
educomunicação
aluno no centro
e professor
mediador
1 2
8 4
5
3
7
6
28Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Questõesda
contemporaneidade
CAPÍTULO 2
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
responder às
questões da
contempora-
neidade
2
Preparar os adolescentes para viverem as oportunidades
e superarem os desafios do mundo atual.
pag28
<< VOLTAR PARA O ÍNDICE
29Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
De acordo com o livro 21st Century Skills*
,
a educação sempre exerceu, ao longo da
história, 4 importantes papéis na sociedade:
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
Fazê-los cumprir
com suas obrigações
e responsabilidades
cívicas
Empoderar os cida-
dãos para contribuir
para o mundo social
e do trabalho
Estes papéis determinam as expectativas sobre as quais esperamos retorno sobre nossos esforços.
Exercitar e
desenvolver seus
talentos pessoais
Levar adiante os
valores e tradições
da sociedade
* (TRILLING, BERNIE. 2009)
30Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
O mercado de trabalho, por exemplo, numa lógica
atual de flexibilização, já vem exigindo dos jovens
uma formação diferenciada, que devem:
“Learning is earning”
CRIATIVOS
COLABORATIVOS
ADAPTÁVEIS
RESPONSÁVEIS
ÉTICOS
AUTO INICIATIVA
LIDERANÇA
PENSAMENTO CRÍTICO
FOCO
TER SABERSER
MOBILIZAR, CRUZAR E
APLICAR COM AGILIDADE
E PRECISÃO DIVERSOS
CONHECIMENTOS
De acordo com Miller, 2007, um ano a mais de escolaridade pode ter impacto de 10%
na renda de um adulto ao longo da sua vida.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
31Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Como o mundo
tem respondido a estes desafios?
Haja visto estas necessidades, em relação
a mudanças nos currículos e práticas
pedagógicas e ao ensino em geral, Governos,
Organizações Internacionais e atores da
sociedade civil têm se organizado para refletir
sobre o tema e desenhar novas diretrizes e
práticas que transformem o ensino para que
este esteja mais conectado às demandas dos
adolescentes e da contemporaneidade.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
32Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Afinal, como diria Einstein:
“Insanidade é continuar fazendo
sempre a mesma coisa e esperar
resultados diferentes.”
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
33Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Assim, o esforço é
para termos a chance
de preparar nossos
adolescentes para
tecnologias, trabalhos
e desafios que ainda
não existem.
Aptos para viverem a adolescência
e o século 21 de forma integral.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
34Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
A partir destas urgências começa-se a pensar nas chamadas competências para o Século 21, que
dão especial atenção às necessidades sociais e econômicas dos tempos em que vivemos e buscam
contemplar as competências cognitivas e também as chamadas socioemocionais.
Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e opera-
ções que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e
pessoas que desejamos conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e
referem-se ao plano imediato do ‘saber fazer’. Por meio das ações e operações, as habilida-
des aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências .
(INEP, 1999, p.7).
O Instituto Inspirare define competências como um conjunto de conhecimentos, habi-
lidades, valores e atitudes articulados e mobilizados para o enfrentamento de situações
problema. A capacidade de mobilizar estas competências pode se referir aos aspectos
cognitivos, aos emocionais ou na articulação de ambos. Este conceito difere da conceitu-
ação tradicional que remete competência a um recurso restrito a mobilização de compe-
tências cognitivas.
As competências cognitivas não apenas refletem a amplitude do conhecimento
adquirido ou a rapidez da aprendizagem, mas também representam a capacidade de
“dar sentido” a uma situação e descobrir o que fazer diante de um novo problema.
(IAS)
“Há evidências científicas de que dois tipos de
habilidade têm enorme influência sobre o sucesso
de uma pessoa na vida. No primeiro grupo, situam-
se as capacidades cognitivas - aquelas relacionadas
ao QI. Por capacidades cognitivas entenda-se algo
abrangente, como conseguir enxergar o mundo de
forma mais abstrata e lógica. Num outro grupo,
igualmente relevante, coloco as habilidades
não cognitivas, relacionadas ao autocontrole,
à motivação e ao comportamento social. Essas
também devem ser estimuladas no começo da vida.
Embora sejam cientificamente menosprezadas
por muitos, descobri que elas estão diretamente
relacionadas ao sucesso na escola - e, mais tarde,
no próprio mercado de trabalho.”
---
James Heckman
entrevista à revista VejA
Competências X Habilidades
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
35Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Alguns documentos da década de 1990 contribuíram para o movimento de estudos e ações de
reorientação do ensino e aprendizagem para o Século 21 que não mais compartimentam vida e
escola e consideram os seres humanos em sua integralidade
Em 1999, Jacques Delors no relatório “Educação: um Tesouro a Descobrir” dá pistas e recomendações para que haja uma
mudança efetiva na educação mundial para o século 21. Dentre diversas contribuições, a que recebe maior destaque são
os 4 pilares sobre os quais a educação deve se desenvolver:
Aprender a conhecer Aprender a conviverAprender a fazer
UNESCO - Relatório Jacques Delors
Aprender a ser
Combinando uma cultura geral, sufi-
cientemente ampla, com a possibilidade
de estudar, em profundidade, um núme-
ro reduzido de assuntos, ou seja: apren-
der a aprender, para beneficiar-se das
oportunidades oferecidas pela educação
ao longo da vida.
Desenvolvendo a compreensão do outro
e a percepção das interdependências –
realizar projetos comuns e preparar-se
para gerenciar conflitos – no respeito
pelos valores do pluralismo, da compre-
ensão mútua e da paz.
A fim de adquirir não só uma qualifica-
ção profissional, mas, de uma maneira
mais abrangente, a competência que
torna a pessoa apta a enfrentar nume-
rosas situações e a trabalhar em equipe.
Além disso, aprender a fazer no âmbito
das diversas experiências sociais ou de
trabalho, oferecidas aos jovens e adoles-
centes, seja espontaneamente na sequ-
ência do contexto local ou nacional, seja
formalmente, graças ao desenvolvimen-
to do ensino alternado com o trabalho.
Para desenvolver, o melhor possível,
a personalidade e estar em condições
de agir com uma capacidade cada vez
maior de autonomia, discernimento
e responsabilidade pessoal. Com essa
finalidade, a educação deve levar em
consideração todas as potencialidades
de cada indivíduo: memória, raciocínio,
sentido estético, capacidades físicas,
aptidão para comunicar-se.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
36Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
O primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH) do Penud, reconhecido pelas Nações Unidas como importante
ferramenta para aumentar a conscientização sobre o desenvolvimento humano em todo o mundo, lançado em 1990 teve como
objetivo colocar as pessoas no centro do processo de desenvolvimento em termos de debate econômico, social, político e jurídico.
O relatório é apontado como primeiro passo a inspirar o conceito de Educação para o Século 21, uma vez que aponta a educação
como oportunidade central, mesmo em países subdesenvolvidos, para todos tipo de desenvolvimento.
Mais recentemente a mobilização da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem influenciado
diversos cenários. A Organização, que desenvolve a mais abrangente avaliação de educação entre países (o PISA) e que conta
com a participação de 34 nações para promover políticas públicas que visem o desenvolvimento econômico e social em termos
globais, lançou uma estratégia para estudar as habilidades necessárias para o Século 21.
Os esforços da OCDE convergem com os padrões adotados nos Estados Unidos (com envolvimento do grupo Partnership for
21st Century Skills), que sugere que as habilidades e competências para o 21 sigam o seguinte arco-íris, que conecta em sua
proposição a forma como as novas gerações aprendem e os apontamentos científicos em relação a aprendizagem e as forças que
se impõem devido a tecnologia e aos novos modos de produção capitalistas.
PNUD - Paradigma do Desenvolvimento Humano
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
37Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Competências para o Século 21
Habilidades para
aprender e inovar
Competências para
Vida e CarreiraFluência Digital
Informação
Meios de Comunicação
Tecnologias de Informação
e Comunicação
Pensamento Crítico
Resolução de Problemas
(Comunicação e
Colaboração)
Criatividade
Inovação
Flexibilidade
Adaptabilidade
Sociabilidade
Interação com a
diversidade cultural
Liderança
Responsabilidade
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
38Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
A pesquisa realizada informalmente no livro 21st Century Skills sobre o que as pessoas recordavam
ser o que fez seus aprendizados mais marcantes se concretizarem remonta os seguintes aspectos, que
convergem igualmente com os apontamentos de campo verificados pelo Tellus.
Estes aspectos, junto aos demais que compõem as
chamadas competências para o século 21, apontam para
a realidade futura. Estamos olhando para nosso passado
e projetando nosso futuro, mas esquecendo do presente,
que é a fase pela qual os adolescentes, centro do processo
de aprendizagem, estão passando e nela enfrentando
seus desafios. Além disso, não podemos desconsiderar
que o Brasil ainda precisa dar conta de enormes desafios:
a chamada era do conhecimento não chegou para todos,
temos dificuldades na equidade do ensino, conclusão
do ciclo básico, apreensão de competências mínimas,
entre outros.
Desafio e paixão Um professor
exigente
Permissão
para errar
pelo conhecimento
aprendizado  assunto
específico
porém afetuoso, que se
importe e seja inspirador
com segurança e
encorajamento para
tentar novamente
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
39Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
No Brasil a OCDE, por meio do seu Centro para Pesquisa e Inovação Educacional (CERI), realiza uma
parceria com o Instituto Ayrton Senna para desenvolver um projeto piloto de medição de competências
não cognitivas em alunos da rede pública brasileira (vide case Ensino Médio das Escolas Estaduais do
Rio de Janeiro). O Instituto, por meio de estudos com diversos outros parceiros definiu quais seriam as
competências para século 21 no Brasil:
É importante que o próprio IAS chama atenção para o ponto que as competências devem ser desenvolvidas
de acordo com as necessidades identificadas em cada escola ou território, bem como pelo seu impacto no
aprendizado das competências cognitivas.
Autoconhe-
cimento
ComunicaçãoAbertura
ao novo
Resolução de
problemas
Colaboração Pensamento
crítico
Responsa-
bilidade
criatividade
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
40Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
As competências
ou habilidades
socioemocionais
As competências socioemocionais
dizem respeito as habilidades
emocionais do indivíduo no que
se refere ao controle das emoções,
foco, empatia, relacionamentos
sociais positivas, dentre outros.
Fonte: Especial Porvir Socioemocionais - http://www.porvir.org/especiais/socioemocionais
“Os aspectos socioemocionais envolvem
aprender a se relacionar com os outros e
consigo mesmo, compreender e gerir emoções,
estabelecer e atingir objetivos, tomar decisões
autônomas e responsáveis e enfrentar situações
adversas de maneira criativa e construtiva.”
“Uma das saídas para reconectar o indivíduo ao mundo
onde vive passa pelo desenvolvimento de competências
socioemocionais. Nesse processo, tanto crianças como
adultos aprendem a colocar em prática as melhores atitudes
e habilidades para controlar emoções, alcançar objetivos,
demonstrar empatia, manter relações sociais positivas e
tomar decisões de maneira responsável, entre outros. Uma
abordagem como essa pode ajudar, por exemplo, na elaboração
de práticas pedagógicas mais justas e eficazes, além de explicar
por que crianças de um mesmo meio social vão trilhar um
caminho mais positivo na vida, enquanto outras, não.”
---
(Diretrizes para a Política de Educação Integral: Solução
Educacional para o Ensino Médio. IAS e SEERJ)
---
Especial Porvir Socioemocionais
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
41Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Existem inúmeros estudos sobre quais são as habilidades socioemocionais que podem ter mais impacto positivo no desenvolvimento
dos indivíduos, mas uma teoria que vem se desenvolvendo desde a década de 1940* nos Estados Unidos por diversos cientistas,
especialmente da área de psicologia, ajuda a balizar todas as demais quando define os 5 grandes domínios de personalidade:
Abertura a Novas
experiências
O Instituto Inspirare
define as competências
para o século 21 como as
Big 5 + Lócus de controle
Consciência Extroversão Amabilidade Estabilidade
Emocional
Tendência a ser aberto a novas
experiências estéticas, cultu-
rais e intelectuais. O indivíduo
aberto a novas experiências
caracteriza-se como imaginati-
vo, artístico, excitável, curioso,
não convencional e com amplos
interesses.
Inclinação a ser organizado,
esforçado e responsável. O indi-
víduo consciente é caracterizado
como eficiente, organizado,
autônomo, disciplinado, não
impulsivo e orientado para seus
objetivos (batalhador).
Orientação de interesses e
energia em direção ao mundo
externo e pessoas e coisas (ao
invés do mundo interno da
experiência subjetiva). O indi-
víduo extrovertido é caracteri-
zado como amigável, sociável,
autoconfiante, energético,
aventureiro e entusiasmado.
Tendência a agir de modo
cooperativo e não egoísta. O in-
divíduo amável ou cooperativo
se caracteriza como tolerante,
altruísta, modesto, simpático,
não teimoso e objetivo (direto
quando se dirige a alguém).
Previsibilidade e consistência de
reações emocionais, sem mudan-
ças bruscas de humor. Em sua
carga inversa, o indivíduo emocio-
nalmente instável é caracterizado
como preocupado, irritadiço,
introspectivo, impulsivo, e
não-autoconfiante.
Fonte: Especial Porvir Socioemocionais
*Com os estudos realizados a partir da década de 1960 são considerados os “pais” do Big Five: Lewis Goldberg, Robert R. McCrae
e Paul T. Costa, Jerry Wiggins e Oliver John. Hoje Oliver John segue sendo bastante referenciado, especialmente pelo recente pelo
estudo The Big Five Personality Test.
Os Big Five foram desenhados a partir de uma Análise Fatorial que reduziu, a partir do uso de um questionário, uma quantidade
grande de informações e traços de personalidade a somente 5, que seriam os mais representativos. O questionário dos Big Five tem
hoje sido amplamente aplicado na psicologia em processos para identificação de traços de personalidade. Sua validade se deu a partir
de testes em pessoas de diferentes culturas e em diferentes momentos do tempo.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
42Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Impacto das competências
socioemocionais
James Heckman
“A educação é crucial para o
avanço de um país - e, quanto
antes chegar às pessoas, maior
será o seu efeito e mais barato ela
custará. Basta dizer que tentar
sedimentar num adolescente
o tipo de conhecimento que
deveria ter sido apresentado a
ele dez anos antes sai algo como
60% mais caro. Pior ainda: nem
sempre o aprendizado tardio é
tão eficiente. Não me refiro aqui
apenas às habilidades cognitivas
convencionais, mas a um conjunto
de capacidades que deveriam ser
lapidadas em todas as crianças
desde os 3, 4 anos de vida.”
---
James Heckman
entrevista à revista Veja
10/06/2009
O economista James Heckman,
ganhador do Prêmio Nobel de
Economia em 2000, desenvolveu
teorias e métodos de avaliação
que comprovam a pertinên-
cia da aquisição de habilidades
socioemocionais e de algumas
características de personalidade,
maleáveis, para o sucesso na vida
escolar e social dos indivíduos e,
consequentemente, na economia
dos países.
De acordo com suas pesquisas
a ausência de incentivos têm
impacto não somente na aquisi-
ção de capacidades cognitivas,
associadas ao QI, como na evasão
escolar, gravidez na adolescência,
taxas de emprego, criminalidade
e índices de tabagismo.
Dentro do ambiente escolar,
Heckman aponta para a impor-
tância destas habilidades: serem
desenvolvidas intencionalmente
por meio do um método estrutu-
rado; serem trabalhadas em aula
ou em projetos com orientação
dos professores; demandarem o
desenvolvimento das mesmas
competências também nos facili-
tadores do ensino; participarem
do currículo; serem levadas em
conta nas tomadas de decisão da
gestão escolar.
Hoje o estudioso se dedica a estu-
dar especificamente os impactos
da aquisição destas habilidades,
que aproxima do conceito de
competências sociais na primei-
ra infância e admite que o seu
domínio na adolescência pode já
ser tardio. Além disso, enfatiza o
envolvimento da família para o
sucesso deste desenvolvimento.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
43Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Impactos do desenvolvimento
das competências socioemocionais
Sucesso em diferentes contextos, como família, escola, sociedade
Melhor apreensão das competências cognitivas
Maior permanência na escola
Maior sucesso profissional e felicidade
Bem estar ao longo da vida
Diminuição das desigualdades dentro dos sistemas
Diminuição dos índices de gravidez precoce, desemprego, tabagismo
Maior entrada e sucesso na faculdade
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
44Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
No Brasil
IMPACTO POSITIVO NAS
COMPETÊNCIAS COGNITIVAS
No Brasil as iniciativas de pesquisar os impactos das
socioemocionais na economia e na educação também estão se
multiplicando. O professor Daniel D. Santos da da FEA-USP em
seu artigo “A importância socioeconômica das características
da personalidade”, fala que o diferencial de um indivíduo com
estas competências bem desenvolvidas é sentido no mercado
de trabalho com efeitos na forma de maiores salários e menores
períodos de desemprego.
Desenvolvimento de Conscienciosidade = 3 meses em matemática
Desenvolvimento de abertura para o novo = 4 meses em português
O Instituto Ayrton Senna por sua vez, com ajuda do órgão do
órgão de inovação da OCDE, têm realizado no Rio de Janeiro
pesquisas para avaliar os impactos do desenvolvimento de
competências socioemocionais e tem verificado que podem
alavancar o aprendizado em competências cognitivas, assim
a apreensão de uma habilidade socioemocional implica num
ganho temporal no estudo de disciplinas cognitivas.
Embora cresçam pesquisas realizadas por instituições privadas sobre a efe-
tividade do desenvolvimento de habilidades e competências socioemocio-
nais, há críticas da comunidade científica especializada, representada por
Associações Nacionais como ANPEd, ANFOPE, FORUMDIR, ABdC e ANPAE
que ponderam a fragilidade dos métodos científicos utilizados para medir sua
capacidade de impacto, bem como os elos que estes estudos sugerem entre
habilidade socioemocional adquirida e impacto alcançado. Também é aponta-
do o risco de tais estudos obscurecerem o impacto de fatores socias como cor,
gênero, raça, ambiente familiar no desenvolvimento escolar dos estudantes.
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
45Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
“A gente está falando de
uma mudança de cultura,
de compreensão de vida,
do que a gente acredita
que é o ser humano,
o conhecimento, a
aprendizagem e de qual
é o papel da escola. O
conhecimento em si
deve ser amplamente
significativo e prazeroso,
algo da ordem
socioemocional.”
---
Anita Abed
consultora da Unesco para Especial
Porvir Socioemocionais
Embora haja tantas evidencias da
eficácia do desenvolvimento das
competências socioemocionais tanto
na educação, como nos campos das
ciências econômicas e sociais, nossos
currículos insistem em enfatizar as
competências cognitivas, e o acúmulo
de saberes.
Deixam de propor intencionalmente
que os alunos mobilizem além dos co-
nhecimentos clássicos e das competên-
cias já consolidadas como fundamen-
tais para o desenvolvimento escolar,
outras habilidades, podendo, assim,
pensar, sentir e agir no mundo; bem
como lidar melhor com as próprias
limitações e sentimentos para que se-
jam mais satisfeitos, felizes e lancem
mão de seu potencial.
Ao mesmo tempo, as práticas pedagó-
gicas não conduzem satisfatoriamente
mesmo os aprendizados já consolida-
dos no currículo tradicionalmente, não
mobilizando o interesse e consequente
aprendizado dos adolescentes da forma
mais eficaz possível.
Fonte: Especial Porvir Socioemocionais
Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
46Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Promovercidadania
CAPÍTULO 3
Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA
Oferecer as bases para os adolescentes construírem
melhores relações humanas e com o planeta.
promover
cidadania
3
pag46
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Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Além de uma formação capaz de
oferecer aos adolescentes o essencial
para viverem as particularidades
da adolescência e estarem aptos
a lidar com as oportunidades e
desafios da contemporaneidade, uma
importante área do desenvolvimento
está na qualidade das relações que
o adolescente é capaz de estabelecer
com o outro e o mundo ao seu redor.
Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA
47
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Nesse sentido, abre-se uma
área repleta de temas ligados
à vida em sociedade e à
sustentabilidade do planeta,
revelando a complexidade das
relações dos seres humanos
entre si e dos seres humanos
com a natureza.
Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA
48
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA
49
ÉTICA
EDUCAÇÃO POLÍTICA
DIREITOS E DEVERES
CULTURA DE PAZ
VIVER EM COMUNIDADE
TRANSFORMAR A SOCIEDADE (+)
PENSAMENTO CRÍTICO
LER CONTEXTO, NÃO SÓ TEXTO
TOLERÂNCIA
DIVERSIDADE
PÚBLICO X PRIVADO
SOCIEDADE
NATUREZA
RELAÇÕES SISTÊMICAS
ENERGIAS RENOVÁVEIS
SUSTENTABILIDADE
PRESERVAÇÃO
EXTINÇÃO
CICLOS AMBIENTAIS
ESGOTAMENTO DOS
RECURSOS NATURAIS
PRODUÇÃO ALIMENTAR
NEGÓCIOS SOCIAIS
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Contemplar essa área no
desenvolvimento dos adoles-
centes implica em garantir
que os adolescentes recebam
junto com a capacidade de
agir no mundo a capacidade
de refletir sobre essa ação de
forma positiva.
Uma formação que ofereça aos
adolescentes o necessário para que
sejam capazes de orientar sua força
de ação no mundo para além do
individualismo:
Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA
50
SUPERAR AS
INJUSTIÇAS SOCIAIS
E BUSCAR RELAÇÕES
MAIS HARMÔNICAS
ENTRE AS PESSOAS;
SUPERAR A
EXPLORAÇÃO
DESCONTROLADA
DA NATUREZA E
BUSCAR RELAÇÕES
MAISSUSTENTÁVEIS
COM O PLANETA
51Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Realidadelocal
CAPÍTULO 4
Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
respeitar
a realidade
local
4
Parte flexível do currículo para abraçar as
particularidades e a cultura local.
pag51
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Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Fundamental para a construção
de um currículo é a garantia de
uma parte flexível para abarcar as
realidades locais. Além de oferecer
uma base comum a todos, o currículo
deve respeitar e promover as
diferentes identidades e culturas dos
inúmeros grupos sociais em que os
adolescentes estão inseridos.
Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
52
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Tal perspectiva faz-se ainda mais
necessária num país repleto de
culturas regionais tão ricas de
elementos próprios, num país onde
a diversidade socioeconômica gera
distintas realidades na população
atendida pela rede pública, além
das próprias particularidades
de cada comunidade que está no
entorno de uma escola.
53
COMUNIDADE
CULTURA
LOCAL
REALIDADE
SOCIOECONÔMICA
Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Mais do que um espaço para fomentar competências e habilidades dos alunos,
a escola deve ser um espaço para conectá-los com a sua cultura local para
valorizar a riqueza contida nas pessoas e elementos materiais e imateriais
que compõem a realidade da qual fazem parte. E também para repensar os
aspectos desafiadores e problemáticos dessa realidade a fim de superá-los.
54
Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Ao promover a conexão e as trocas
positivas entre estudantes, atores da
educação, comunidade, realidade do
entorno e cultura local, ao virar o ponto
de encontro de todos eles, a escola pode se
transformar na própria fonte de produção
cultural local.
Além de valorizar, ela pode contribuir
para que efetivamente sejam criadas
novas manifestações culturais, novas
formas de viver a comunidade, novas
produções locais materiais e imateriais,
gerando identidade e autoestima.
55
ESCOLA COMO PONTO
DE CONEXÃO COM A
CULTURA LOCAL
ESCOLA COMO PONTO DE
PRODUÇÃO DE CULTURA
A PARTIR DA CONEXÃO
Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
56Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Leise
Diretrizes
CAPÍTULO 5
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
pag56
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57Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
No Brasil o Currículo e as Práticas Pedagógicas
do Ensino Fundamental II são orientados
oficialmente por diretrizes vindas de:
diferentes atores
do poder público
importantes documentos
oficiais que norteiam a
educação no país
58Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Principais atores do poder público que se
relacionam com o Ensino Fundamental II
esfera federal esfera estadual esfera municipal
Secretarias de
Educação de
cada Município
Secretarias
de Educação
de cada Estado
da Federação
MEC: Ministério
da Educação
SEB: Secretaria de
Educação Básica
CNE: Conselho
Nacional de Educação
CEB: Câmara de
Educação Básica
Têm autonomia para
deliberar sobre decisões
relacionadas à educação
que se deseja desenvolver
no Município desde que
respeitem as orientações
de nível estadual e federal.
Têm autonomia para
deliberar sobre decisões
relacionadas à educação
que se deseja desenvolver
no Estado desde que
respeitem as orientações
de nível federal.
Art. 6º O Ministério da Educação e
do Desporto exerce as atribuições do
poder público federal em matéria de
educação, cabendo-lhe formular e
avaliar a política nacional de educação,
zelar pela qualidade do ensino e zelar
pelo cumprimento das leis que o regem.
A Secretaria de Educação Básica zela
pela educação infantil, pelo ensino
fundamental e pelo ensino médio. Ela
cuida de diversos programas e ações
federais desenvolvidas para melhoria da
qualidade da educação básica no país.
§ 1º No desempenho de suas funções, o
Ministério da Educação e do Desporto
contará com a colaboração do Conselho
Nacional de Educação e das Câmaras que
o compõem.
Art. 7º O Conselho Nacional de Educação,
composto pelas Câmaras de Educação
Básica e de Educação Superior, terá
atribuições normativas, deliberativas e
de assessoramento ao Ministro de Estado
da Educação e do Desporto, de forma a
assegurar a participação da sociedade no
aperfeiçoamento da educação nacional.
LEI Nº 9.131, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1995.
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
59Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Todas as instâncias devem respeitar os documentos oficiais de nível federal
que regem a educação no país, o que os torna fundamentais para compreender
os elementos que regem a educação brasileira e que determinam direta ou
indiretamente o Ensino Fundamental II.
DOCUMENTOS
FEDERAIS
QUE REGEM A
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
EM GERAL
EDUCAÇÃO BÁSICA
educação infantil
ensino fundamental
ensino médio
fundamental I
fundamental iI
anos iniciais
1º ao 5º ano
ANOS FINAIS
6º ao 9º ANO
60Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Principais
documentos
federais
que regem
a educação
básica no
Brasil
Constituição
da República
Federativa
do Brasil
Diretrizes
Curriculares
Nacionais
Para a Educa-
ção Básica
Plano Nacional
de Educação
Estatuto da
Criança e do
Adolescente
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
Lei de Diretrizes
e Bases da Edu-
cação Nacional
(Lei nº 9.394)
LBD
PNE
ECA
61Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Principais
documentos
federais
que regem
a educação
básica no
Brasil
Constituição
da República
Federativa
do Brasil
Diretrizes
Curriculares
Nacionais
Para a Educa-
ção Básica
Plano Nacional
de Educação
Estatuto da
Criança e do
Adolescente
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
Lei de Diretrizes
e Bases da Edu-
cação Nacional
(Lei nº 9.394)
LBD
PNE
ECA
BASE
NACIONAL
COMUM*
* EM DESENVOLVIMENTO
62Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Constituição da República
Federativa do Brasil
A Constituição do Brasil está acima de qualquer outro documento oficial do
país e reflete o projeto de nação que a sociedade deseja para si. Suas diretrizes
em relação à educação brasileira são fundamentais para compreender os
conceitos que a norteiam.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
63Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Constituição da República
Federativa do Brasil
PRINCIPAIS PONTOS
IGUALDADE DIVERSIDADE
Boa parte dos artigos da Constituição
reforça a preocupação do Estado em con-
duzir a Educação rumo à igualdade social,
ressaltando o dever do Estado em oferecer
Educação de qualidade para todos de for-
ma gratuita e garantir o necessário para
que todos tenham acesso a ela.
Reforça também a garantia de liber-
dade na condução da Educação pelos
seus atores, indicando respeito ao
pluralismo, à diversidade, abraçando
a gestão democrática.
Fica clara a orientação para
uma Educação voltada à vida
em sociedade (cidadania), ao
mercado de trabalho e ao pleno
desenvolvimento do indivíduo.
Sem especificar as qualidades
dessa plenitude, essa terceira
esfera indica a existência de
elementos além da cidadania e
do trabalho que merecem des-
taque no ensino.
CIDADANIA
PLENO
DESENVOL-
VIMENTO
TRABALHO
64Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
PNE: Plano Nacional de Educação
Tanto a Constituição do Brasil, quanto a LDB citam em seus próprios
documentos a implementação do Plano Nacional de Educação, que vale por
10 anos. O atual PNE vigora de 2014 a 2024 e estabelece 20 metas a serem
alcançadas para a educação neste decênio. Algumas delas se relacionam
diretamente com a Educação Básica.
http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf
65Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
PNE: Plano Nacional de Educação
As metas do PNE relacionadas à Educação Básica ressaltam a importância de três grandes temas:
PRINCIPAIS PONTOS
a universalização
da Educação
Básica
a implementação
da educação em
tempo integral
a melhoria de sua
qualidade
66Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394)
Depois da Constituição do Brasil, a LDB é o principal documento oficial sobre
a educação no país. Ela trata exclusivamente do tema da educação, definindo
suas diretrizes e bases. A LDB é recorrentemente citada em diversos outros
documentos oficiais e não oficiais sobre educação no Brasil.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
67Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394)
IGUALDADE +
DIVERSIDADE
HABILIDADES
BÁSICAS
ENSINO
FUNDAMENTAL
EM 9 ANOS
A LDB reafirma o princípio de igualdade de acesso a uma educação de qua-
lidade para todos. Reafirma também o respeito à diversidade, ampliando
ainda o espectro da diversidade: “parte diversificada” no currículo para
atender aos regionalismos, respeito à diversidade étnica, inclusão do en-
sino das culturas indígena e afro-brasileira, liberdade de organização dos
ciclos escolares.
Surge a delimitação de um grupo de habilidades básicas que devem ser
apreendidas ao longo do Ensino Fundamental: pleno domínio da leitura,
escrita e cálculo, ler contextos e desenvolver a capacidade de aprender.
A partir de 2006, o artigo 32 da LDB foi alterado para instituir o Ensino
Fundamental em 9 anos.
Diversos elementos da LDB refor-
çam a orientação para uma Edu-
cação voltada à formação para a
cidadania (solidariedade, tolerân-
cia, respeito, formação de valores,
compreensão do sistema político)
e ao mercado de trabalho.
CIDADANIA TRABALHO
PRINCIPAIS
PONTOS
68Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394)
GRUPO BASE DE
CONTEÚDOS
COGNIÇÃO +
SENSIBILIDADE + CORPO
INTEGRAÇÃO GLOBAL E
RAIZ NACIONALCIDADANIA
Sem entrar em detalhes, a LDB indica de maneira geral um grupo base de conteúdos a
serem seguidos na Educação Básica, sem deixar de respeitar a diversidade local.
As disciplinas selecionadas indicam uma
busca pelo desenvolvimento cognitivo (ma-
temática, língua portuguesa, ciências), da
sensibilidade (artes e música) e do corpo
(educação física).
Apontam para uma formação ci-
dadã: conhecimento da realidade
social e política, dos direitos hu-
manos, da diversidade religiosa,
educação ambiental.
Indicam uma busca pela integra-
ção global (língua estrangeira) e
pela conexão com raízes nacio-
nais (história do Brasil, da cultu-
ra indígena e afro-brasileira).
PRINCIPAIS
PONTOS
69Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
As Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica constituem
um amplo documento que discorre sobre todas as etapas da Educação Básica,
sendo um dos capítulos exclusivo às Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=15548&Itemid=
70Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
PRINCIPAIS
PONTOS
IGUALDADE +
DIVERSIDADE
Os princípios de igualdade e diversidade são reiterados. Igualdade de todos terem
acesso à educação de qualidade e diversidade de se atender às diferenças de ordens
distintas, desde as regionais às pessoais de cada aluno.
As DCNs indicam uma Educa-
ção orientada para a cidadania
(respeito ao bem comum, valo-
rização da democracia, comba-
te às desigualdades sociais…), e
para o pleno desenvolvimento
do indivíduo.
As DCNs ressaltam o desenvol-
vimento de aspectos cognitivos
(racionalidade, habilidades in-
telectuais), desenvolvimento da
sensibilidade (formas de expres-
são, criar cultura, criatividade) e
desenvolvimento da autonomia
do educando para viver o mundo
e atuar sobre ele.
CIDADANIA
PLENO
DESENVOL-
VIMENTO
autonomia
SENSIBI-
LIDADE
cognição
71Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
DO DOCUMENTO
ORIGINAL
A educação de qualidade, como um direito fundamental, deve ser antes de
tudo relevante, pertinente e equitativa.
A relevância reporta-se à promoção
de aprendizagens significativas do
ponto de vista das exigências so-
ciais e de desenvolvimento pessoal.
A pertinência refere-se à possibili-
dade de atender às necessidades e
às características dos estudantes
de diversos contextos sociais e cul-
turais e com diferentes capacida-
des e interesses.
E a equidade, à necessidade de tra-
tar de forma diferenciada o que se
apresenta como desigual no pon-
to de partida, com vistas a obter
aprendizagens e desenvolvimento
equiparáveis, assegurando a todos a
igualdade de direito à educação.
72Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
DO DOCUMENTO
ORIGINAL
éticos
Os sistemas de ensino e as escolas adotarão como norteadores das políticas educativas
e das ações pedagógicas os seguintes princípios:
De justiça, solidariedade, liberdade e auto-
nomia; de respeito à dignidade da pessoa
humana e de compromisso com a promo-
ção do bem de todos, contribuindo para
combater e eliminar quaisquer manifesta-
ções de preconceito e discriminação.
De reconhecimento dos direitos e deveres
de cidadania, de respeito ao bem comum e
à preservação do regime democrático e dos
recursos ambientais; de busca da equidade
no acesso à educação, à saúde, ao trabalho,
aos bens culturais e outros benefícios; de
exigência de diversidade de tratamen-
to para assegurar a igualdade de direitos
entre os alunos que apresentam diferentes
necessidades; de redução da pobreza e das
desigualdades sociais e regionais.
De cultivo da sensibilidade juntamente
com o da racionalidade; de enriquecimento
das formas de expressão e do exercício da
criatividade; de valorização das diferentes
manifestações culturais, especialmente
as da cultura brasileira; de construção de
identidades plurais e solidárias.
políticos Estéticos
73Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
DO DOCUMENTO
ORIGINAL
O acesso ao conhecimento escolar
tem, portanto, dupla função:
1.
Desenvolver
habilidades
intelectuais
2.
Criar atitudes e comporta-
mentos necessários para a
vida em sociedade
Garantir as aprendizagens propostas no currículo para que o aluno desenvolva interesses e sensibilidades que lhe
permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que
lhe possibilitem, ainda, sentir-se como produtor valorizado desses bens. Ao lado disso, a escola é, por excelência, o
lugar em que é possível ensinar e cultivar as regras do espaço público que conduzem ao convívio democrático com
as diferenças, orientado pelo respeito mútuo e pelo diálogo. É nesse espaço que os alunos têm condições de exerci-
tar a crítica e de aprender a assumir responsabilidades em relação ao que é de todos.
74Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
principais
pontos
ATENÇÃO À EDUCAÇÃO
DAS VIVÊNCIAS: O
CURRÍCULO OCULTO
As DCNs abrem o espectro da educação
para além do currículo formal e ressaltam
o caráter educativo das relações sociais e
vivências que ocorrem no âmbito escolar,
bem como o potencial educativo do conhe-
cimento que cada aluno carrega dentro de
si pela sua história de vida.
75Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
principais
pontos
CONEXÃO COM O
UNIVERSO JUVENIL
As DCNs levantam a necessidade de a Educação
atender às especificidades do universo juvenil,
destacando alguns aspectos próprios dessa faixa
etária: começo dos raciocínios abstratos, lingua-
gens próprias das culturas juvenis, relação entre
imagem e texto, necessidade de pensamento crí-
tico contra o apelo ao consumo...
76Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Diretrizes Curriculares
Nacionais Para a Educação Básica
principais pontos
DO DOCUMENTO
ORIGINAL
GRUPO BASE DE
CONHECIMENTO
Os componentes
curriculares obri-
gatórios do Ensino
Fundamental serão
assim organizados
em relação às áreas
de conhecimento:
Sem entrar em detalhes de conteúdos, as PCNs também
instituem um currículo básico contendo disciplinas
divididas por áreas de conhecimento.
I – Linguagens:
a) Língua Portuguesa
b) Língua materna, para populações indígenas
c) Língua Estrangeira moderna
d) Arte
e) Educação Física
II – Matemática
III – Ciências da Natureza
IV – Ciências Humanas:
a) História
b) Geografia
V – Ensino Religioso
77Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Parâmetros Curriculares Nacionais
Os Parâmetros Curriculares Nacionais
constituem uma série de documentos que
buscam definir com maior detalhamento
diversos aspectos de como a Educação deve
ser ministrada no Brasil: quais conteúdos
devem ser abordados em que séries, de
que modo devem ser trabalhados, a que
objetivos devem almejar.
Elaborados antes da mudança do Ensino
Fundamental para 9 anos e ainda não
atualizados a essa nova realidade, os
PCNs estão estruturados de acordo com
a antiga divisão de 8 séries no Ensino
Fundamental. Desse modo, o atual
Fundamental II se relaciona com os
Parâmetros Curriculares Nacionais de
5ª a 8ª Séries.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12657:parametros-curriculares-nacionais-5o-a-8o-series&catid=195&Itemid=164
78Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Parâmetros Curriculares Nacionais
Os PCNs de 5ª a 8ª Séries
propõem um currículo di-
vidido em 8 áreas: Língua
Portuguesa, Matemática,
Ciências Naturais, História,
Geografia, Arte, Educação
Física e Língua Estrangeira.
Cada área tem conteúdos e
objetivos específicos para o
ciclo de 5ª e 6ª séries e para o
ciclo de 7ª e 8ª séries. Os do-
cumentos indicam ainda cri-
térios de avaliação e orienta-
ções didáticas das áreas para
cada ciclo.
Além das áreas, os PCNs
estabelecem 6 temas trans-
versais a serem trabalhados
de maneira interdisciplinar:
Ética, Saúde, Meio Ambiente,
Orientação Sexual, Plura-
lidade Cultural, Trabalho e
Consumo.
principais pontos
79Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Parâmetros Curriculares Nacionais
principais pontos
AFETIVIDADE
Os objetivos para o Ensino
Fundamental apontados
pelos PCNs indicam uma
educação preocupada com
o desenvolvimento que
envolve diferentes partes.
COGNIÇÃOfísica
ÉTICA
e
CIDADA
NIA
ESTÉTICA
(habilidades
intelect
uais,
raciocínios)
(construção de
relações positivas
entre pessoas)
(participação
socialepolítica,
solidariedade,repúdio
àsinjustiças…)
(sensibilidadepara
criar,expressar-se)
(cuidar do corpo,
da saúde)
AUTONOMIA NA BUSCA
POR CONHECIMENTO +
PENSAMENTO CRÍTICO
CULTURA BRASILEIRA
objetivos
para o Ensino
Fundamental
Ressaltam a importância de formar
cidadãos capazes de persistir na
busca por conhecimento e pensar
de forma crítica sobre a realidade de
forma autônoma.
Os objetivos apontados pelos PCNs
remontam também uma busca pela
conexão com a cultura brasileira.
80Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
ECA: Estatuto da Criança e do
Adolescente
O Estatuto (Lei nº 8.069) delibera sobre diversos assuntos referentes ao tema da
Criança e do Adolescente. Entre eles, delibera também sobre as características da
educação que deve ministrada a eles.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
81Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
ECA: Estatuto da Criança e do
Adolescente
IGUALDADE
O Estatuto reafirma o princí-
pio de igualdade, o direito de
todos terem acesso à educação
de qualidade.
Ressalta a importância de abrir
espaços aos alunos para pode-
rem participar da vida escolar:
criarem suas entidades estu-
dantis, defender seus direitos,
poder inclusive contestar crité-
rios avaliativos.
Abole a concepção de castigos
físicos ou tratamento degradan-
te como práticas toleráveis de
educação, levando os agentes
educativos a buscarem melho-
res caminhos para lidar com
conflitos.
PROPORCIONAR A
PARTICIPAÇÃO DO ALUNO RESPEITAR O ALUNO
principais
pontos
82Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Constituição
da República
Federativa
do Brasil
Diretrizes
Curriculares
Nacionais
Para a Educa-
ção Básica
Plano Nacional
de Educação
Estatuto da
Criança e do
Adolescente
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
Lei de Diretrizes
e Bases da Edu-
cação Nacional
(Lei nº 9.394)
LBD
PNE
ECA
Analisando as relações entre os documentos
oficiais, fica clara a existência de algumas di-
retrizes que recorrentemente aparecem entre
os nortes que devem reger a Educação Básica.
83Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Uma educação preocupada
em dar possibilidades iguais
a todos e respeitar as diversi-
dades existentes.
Uma educação voltada à for-
mação para a cidadania, à
qualificação para o mercado
de trabalho e ao desenvol-
vimento do que é essencial
para se viver de forma plena.
Uma educação capaz de trans-
formar seus educandos em
pessoas com autonomia, pen-
samento crítico e habilidades
que vão além das cognitivas.
IGUALDADE DIVERSIDADE trabalho AUTONOMIA
PLENO
DESENVOL-
VIMENTo
DESENVOLVI-
MENTO ALÉM
DO COGNITIVO
cidadania PENSAMENTO
CRÍTICO
84Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Cumprimento do
currículo da rede
municipal ou
estadual
Preparação para
as avaliações
somativas
Utilização dos
livros didáticos
As ambições dos documentos para a Educação Básica
revelam consonâncias com o que é valorizado nas
discussões sobre uma educação para o século 21.
Apesar dos grandes objetivos dos documentos oficiais
de nível federal, a realidade do cotidiano das escolas
se revela orientada por elementos mais específicos e
pragmáticos ao corpo docente:
85Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
AVALIAÇÕES
SOMATIVAS
DOCUMENTOS
FEDERAIS SOBRE
EDUCAÇÃO
BÁSICA
LIVROS
DIDÁTICOSCURRÍCULO
DA REDE
O resultado da escola
nas provas somativas
determina a posição
dela nos índices e
rankings oficiais. Des-
sa forma, aumenta na
escola o peso dos con-
teúdos relacionados às
avaliações.
Algumas redes ainda contam
com diretorias regionais que
fiscalizam periodicamente o
corpo docente para verificar
o cumprimento do currículo.
86Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
O professor em geral se declara sob a cons-
tante pressão de “dar conta do currículo”
dentro do ano letivo, devido aos currículos
extensos e a indisciplina em sala de aula.
Desse modo, não costuma conseguir ir
além da simples transmissão de conteúdos,
produzindo uma educação conteudista com
pouca relação com a vida do adolescente,
com os desafios do século 21.
87Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
o jogo da vida
(do professor)
CURRÍCULO
EXTENSO
MENOS TEMPO PARA
PLANEJAR A RELAÇÃO
DOS CONTEÚDOS
COM A VIDA
FALTA DE
RELAÇÃO DOS
CONTEÚDOS
COM A VIDA
MAIS TEMPO
PARA ACALMAR
A SALA
INSATIS-
FAÇÃO
DOS
ALUNOS
E INDIS-
CIPLINA
MENOS
TEMPO
PARA
DAR OS
CONTEÚ-
DOS
volta para
o início do
ciclo1
2 5
3 4
67
Ciclo que reforça uma
educação conteudista
vamos
nessa!!!
88Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Quanto menos contextualiza-
das são as avaliações forma-
tivas e somativas, mais elas
contribuem para o caráter
conteudista da educação, re-
montando à educação “teach
to test” (ou ensinar para as
provas, em tradução livre)
que vigorava como tendência
educacional nos anos 2000.
89Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
O currículo deve também refletir a busca daquela
nação por superar seus desafios. No Brasil, hoje, os
grandes desafios podem ser atribuídos a:
Equidade
Adaptar as regras às especificidades dos casos para deixá-la mais justa
Qualidade
Apreensão e mobilização prática mínima dos conteúdos de português e
matemática
Contemporaneidade
Conexão com adolescente e aderência aos paradoxos atuais
Conclusão Escolar
Redução da evasão e diminuição do desvio de série
Aprendizagem Integral
Ter uma visão holística do aluno, propondo uma educação não só em
tempo integral, mas considerando a integralidade dos estudantes
“Temos o direito de
reivindicar a igualdade
sempre que a diferença
nos inferioriza. Temos
o direito de reivindicar
a diferença sempre
que a igualdade nos
descaracteriza.”
---
Boaventura Souza Santos
sociólogo português
90Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Mas afinal,
o que todos
os alunos
brasileiros
precisam e
têm o direito
de aprender?
Embora haja tantos
documentos apontan-
do para o que deveria
ser ensinado no en-
sino básico, não há
uma orientação direta
sobre o que o profes-
sor deva ensinar ou o
aluno aprender.
Há um reconheci-
mento de que o país
deu bons passos em
relação a políticas
mais uniformizado-
ras, mas, enquanto os
PCN se consolidam
mais como sugestões,
as diretrizes falham
em não encontrar nas
redes de ensino gru-
pos aptos a adaptá-los
às realidades locais.
91Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES
Uma pesquisa realizada pela pelo Cenpec
analisou como cada estado brasileiro estru-
tura o que irá ensinar aos alunos nos anos
finais do ensino fundamental e verificou que
há uma enorme heterogeneidade na compo-
sição dos documentos (dos que detalham os
conteúdos aos que falam sobre formação e
avaliação), além de uma polissemia nos ter-
mos* que nomeiam os documentos.
Outro ponto ressaltado pela pesquisa do
Cenpec é que a grande maioria dos Estados
têm documentos curriculares desenhados
há menos de 5 anos** ou em processo de ela-
boração e que nesta onda de renovação há
uma tendência à especificação dos conteú-
dos em matrizes.
Surge aí um apontamento de que a natureza
destas estruturações revela desigualdades
técnicas entre as Secretarias Estaduais de
Educação e que o tamanho das redes e a par-
ticipação dos professores possuem relevante
influência na elaboração e adoção das
orientações.
* De acordo com Alice Ribeiro, diretora executiva do Movimento
Pela Base Nacional, o grupo já está articulando junto a Unesco
um glossário de terminologias.
** A pesquisa realizou além do levantamento dos documentos em
cada estado entrevistas com as autoridades responsáveis pelas
elaborações e confirmou que as mudanças não foram realizadas
visando adequação às regionalidades dos territórios - contra-
riando a hipótese inicial.
92Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
ABaseNacional
Comum
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
CAPÍTULO 6
pag92
<< VOLTAR PARA O ÍNDICE
93Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Neste contexto surge a Base Nacional
Comum, que é o esforço governamental
(que conta com apoio de instituições
privadas como Fundação Lemann e Todos
Pela Educação) para definir um currículo
comum a todas as escolas do Brasil e
pautar os direitos de aprendizagem dos
estudantes, assim sendo uma medida que
visa sobretudo a igualdade no ensino.
A Base Nacional Comum colabora para a meta 7
do Plano Nacional de Educação (PNE): fomentar a
qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e
da aprendizagem. A lei determina que até junho de
2016 ela seja encaminhada ao Conselho Nacional de
Educação (CNE). Durante o Seminário Internacional
Base Nacional Comum em Brasília no mês de julho
de 2015 o Ministro da Educação Renato Janine
Ribeiro sinalizou o desejo de concluir a tarefa nos
próximos 10 meses.
Etimologia da palavra base:
Basis, do grego, significa andar
pra frente com pés no chão de
maneira sólida.
94Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Dentro do governo, o Ministério da Educação (MEC) convocou
pesquisadores, formadores de professores e representantes de
associações como a União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação (Undime) e a Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) para conceber
esta Base Nacional Comum dos currículos.
Hoje a equipe conta com 166 pessoas, divididas em comissões.
Desta comissão fazem parte também representantes dos 27
Estados e de muitas universidades, garantindo pluralidade na
composição das equipes. O MEC deixa claro que está aberto
ao diálogo e a propostas de Institutos, família, escolas, redes
e sociedade civil como um todo e há uma previsão para que o
documento vá a consulta pública.
Estamos em uma etapa inicial do processo.
De acordo a Pesquisa
Conselho de Classe (Ibope
e Fundação Lemann, 2014),
a Pesquisa Consensos
e Dissensos (Cenpec e
Fundação Lemann, 2014)
e consulta a gestores
do Fórum Nacional da
Undime, 2014, professores
e gestores acreditam que
uma base facilitará seu
trabalho.
95Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
A decisão de fazer uma Base Nacional Comum pressu-
põe um alinhamento em todo o sistema educacional
no qual o currículo será a espinha dorsal.
Tal oportunidade trará incentivo para criação de outras políticas públicas como formação e
carreira docentes, condições de trabalho e de aprendizagem e infraestrutura; bem como a
obrigatoriedade de reestruturação de avaliação e elaboração de material didático.
Sabendo-se o que se vai ensinar, torna-se mais fácil definir o que se necessita para fazê-lo.
“Se há uma base comum, é possível determinar
seja no sertão ou na cidade, a estrutura para
garantir que os alunos aprendam”
---
Maria do Pilar Lacerda
diretora da Fundação SM
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014
96Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
De modo geral, as reflexões da Base se orientam pe-
las tendências mundiais de ensino e de composição de
currículo, assim outros desafios comuns são:
carga horária ênfase em
determinadas
disciplinas
políticas
de monitora-
mento
(geralmente
português e
matemática)
possibilidade
de ensinar o
conteúdo em
determinado
tempo
promoção
do uso do
currículo nas
escolas pelos
gestores
97Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Algumas premissas que foram consolidadas ao
longo dos debates para a BNC.
currículo: “Um bom currículo tem uma linguagem clara e objetiva, fala
diretamente com o professor e respeita a experiência que ele traz”
“Quando os professores dão contribuição, as chances de
implementação aumentam. Afinal, o documento não está acabado
quando é entregue pela secretaria pela secretaria e o educador não
vai implementar sem realizar nenhuma modificação. Ele reconstrói
o currículo de acordo com sua formação, suas convicções e as
condições oferecidas pela escola.”
“Queremos uma Base Comum que seja base e espaço de abertura:
como fazer isso de forma que incentive a indagação dos jovens?
Como se reintroduzir o prazer do conhecer e introduzir a duvida?
Quando a escola passa a ser um espaço de tédio, alguma coisa
muito errada está acontecendo na educação. Se não insistirmos na
provisoriedade do conhecimento vamos fazer grandes erros.“
---
Paula Louzano
pesquisadora
Respeitará os PCNs recém aprovados
Dialogará com a educação infantil
Deverá levar em conta as iniciativas recentes dos Estados em construir
documentos curriculares
Não determinará toda a grade escolar, deixando espaço para Estados e Municípios
contemplarem suas peculiaridades e, por fim, para que as escolas possam
determinar seus PPP (60% de conteúdos obrigatórios, 40% de conteúdos livres)
Deverá ter linguagem clara e acessível
Será validado pelos professores
Não deverá intervir na metodologia de ensino nem em projetos, atividades e
sequências didáticas desenvolvidos em sala (seguirão a cargo dos educadores)
---
Elba Siqueira de Sá Barreto
professora da USP
---
Renato Janine Ribeiro
Ministro da Educação
98Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Desta forma, alguns
dos inúmeros desafios
para esta nova etapa da
educação básica são...
99Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
1. Articulação de conteúdos
Sem perder o foco
nas particularidades
das disciplinas;
Concretizando a intenção já expressa em 50% das
Redes Estaduais de interdisciplinarização das
disciplinas no Ensino Fundamental 2.
Via planejamento
nas escolas, utili-
zando o horário de
trabalho pedagógico
coletivo (htpc);
Superando no ensi-
no docente a cultura
da fragmentação do
conhecimento;
desafios para esta nova etapa da educação básica
Fonte: Pesquisa Cenpec
100Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
2. Autonomia Docente e Formação
Dispondo
de formação
continuada
orientada para
o currículo;
Considerando o Currículo
Real que se dá em sala de
aula por meio da prática de
cada professor e que vai além
de aspectos técnicos;
desafios para esta nova etapa da educação básica
Considerando a formação para o domínio da matéria
e para a prática pedagógica (uma vez que grande parte
dos professores do anos finais do Ensino Fundamental
2 possuem formação específica na área de ensino e
licenciatura, contrapondo-se à formação dos professores
do primeiro ciclo, frequentemente pedagogos).
“Não adianta dizer o que e
como ensinar nas escolas se
os professores não estiverem
adequadamente preparados. Por
isso, faremos a formação deles
articulada com a base”
“A discussão sobre documentos ofi-
ciais, a análise de materiais curricula-
res e o planejamento de sequências de
atividades com base nos objetivos de
aprendizagem são tarefas essenciais
na formação docente”
“Não basta elaborar um bom
currículo. É preciso torná-lo vivo. E
o primeiro passo para isso é dar ao
professor o sentimento de coautoria”
---
Maria Beatriz
mec
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275,
SETEMBRO 2014.
---
célia carolino
docente da PUC-SP
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014.
---
Ana Selva
secretária executiva de Desenvolvimento de
Educação da Secretaria de Educação do Estado
e Pernambuco
101Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
3. Avaliação
Atentar para as avaliações externas como determinantes
do ensino em sala de aula, colocando em segundo plano a
importância do que é medido de forma mais subjetiva e que
tende a ser muito desenvolvido no Currículo Oculto (e que
vai muito além dos conhecimentos somente em português e
matemática, hoje avaliados nacionalmente);
Não secundarizar a relevância
dos Projetos Políticos Pedagógi-
cos, que representam a autono-
mia e iniciativa do grupo gestor
em cada escola e garantem um
processo curricular pleno;
Empoderar os grupos
escolares para que não se
restrinjam a esta visão/
determinação.
desafios para esta nova etapa da educação básica
“As avaliações externas surgiram antes de um
currículo robusto e, como possuem indicadores sobre
o que esperam que os alunos apresentem nas provas,
viraram um norteador para a prática docente”
“Em muitas redes, principalmente naquelas
em piores condições, o material didático
pauta o currículo, e não o inverso”
---
Denis Mizne
diretor executivo da Fundação Lemann
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014.
---
Paula Louzano
pesquisadora
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014.
Em pesquisa realizada pelo Cenpec sobre os documentos que regem os currículos estaduais, somente 2
Estados não citam as avaliações externas como instrumentos para melhora e balizar o ensino.
102Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
4. Diversidade
Considerar a diferença como
algo a ser problematizado
e debatido para que haja
transformações;
desafios para esta nova etapa da educação básica
De acordo com os estudos do Cenpec hoje a questão está contemplada nos documentos curriculares dos
Estado de formas diversas (tema transversal, conteúdo alocado em uma disciplina, disciplina única), é
de responsabilidade das Escolas (não sendo abraçada de forma universal e enfática por todo o sistema)
e é prevalente em comunidades indígenas e quilombolas.
Não aglutinar a diversidade
em um grupo único, apagan-
do as subjetividades;
Considerar a diversidade
e a diferença como temas
pertinentes a todos os grupos.
“Para o negro e o índio serem respeitados e melhor conhecidos, sua cultura
deve ser trabalhada em todas as escolas. Temas como homofobia e defesa
dos direitos das mulheres também precisam ser debatidos por todos.”
---
Elba Siqueira de Sá Barreto
professora da USP e consultora
Fonte: Pesquisa Cenpec
103Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
5. Regionalidades X Centralização
Atentar para a
prevalência da base
sobre os conteúdos de
pertinência local, que
hoje já ocorre por:
desafios para esta nova etapa da educação básica
1. Termos materiais didáticos de abrangência nacional;
2. Ser uma tendência nos anos finais do Ensino Fundamental que os
Estados sigam os documentos que pautam políticas centrais como os PCN
e as Diretrizes Curriculares Nacionais em detrimento ao aprofundamento
da parte diversificada do currículo.
“Para o negro e o índio serem respeitados e melhor conhecidos, sua cultura
deve ser trabalhada em todas as escolas. Temas como homofobia e defesa
dos direitos das mulheres também precisam ser debatidos por todos.”
---
Elba Siqueira de Sá Barreto
professora da USP e consultora
Fonte: Pesquisa Cenpec
104Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Estes desafios (Diversidade
e Regionalidades X Centralização)
têm impacto na disposição para o
desenvolvimento da parte flexível
do currículo, onde há maior
liberdade para o desenvolvimento
de habilidades e competências
pertinentes aos grupos específicos
(turma, escola, comunidade, rede,
município, estado) e a cada um
dos sujeitos.
“Conhecimentos básicos
são comuns: ler e escrever,
saber interpretar textos
diferenciados, tomar ciência
dos espaços de vida, dos
hábitos, por exemplo. Mas
currículos precisam ter
espaços de flexibilidade”
---
Bernadete Gatti
Professora Dra. da USP e PUC-SP.
105Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
6. Conexão geracional: um currículo vibrante
Embora pouco apontado
e discutido, talvez pelo
momento no qual o debate
esteja, o quanto o currículo
despertará o interesse
dos estudantes se faz
imprescindível. O próprio
excesso de conteúdos e
disciplinas, que não se
conectam, podem ser
algo que consolidem o
desinteresse dos jovens.
Enquanto o debate
está focado em pensar
qual o essencial e qual
a relevância de cada
conteúdo e disciplina,
estamos secundarizando a
importância das habilidades
e dos valores implicados
e desejados em cada
aprendizagem.
Ao refletirmos sobre o
interesse geracional, nos
voltamos a considerar o
contemporâneo, que é o que
tem possibilidade de realizar
conexão com qualquer
estudante, independente de
qual disciplina lhe interesse
mais; afinal, a atualidade
dirá sobre algo vivencial,
pertinente ao adolescente.
Dentro da estrutura
curricular, a parte flexível
é a que mais pode dar
conta de cumprir com esse
desafio, dando espaço para
o jovem. Logo voltamos
a enfatizar a relevância
da parte diversificada
e flexível do currículo,
onde talvez haja especial
possibilidade de serem
trabalhadas as habilidades
socioemocionais, que serão
sem dúvida mobilizadas
pelos alunos ao longo da
sua vida.
desafios para esta nova etapa da educação básica
A provocação é: como escutar os alunos? Como dar espaço para o
adolescente em todo o currículo e não somente na parte flexível?
“A parte diversificada é o que falará sobre
o que o jovem pode aprender. Aqui está o
espaço do jovem! Eu pergunto: como dar
espaço pro jovem em todo o currículo?”
“Queremos uma Base Comum que seja base e es-
paço de abertura: como fazer isso de forma que
incentive a indagação dos jovens? Como se rein-
troduzir o prazer do conhecer e introduzir a duvida?
Quando a escola passa a ser um espaço de tédio,
alguma coisa muito errada está acontecendo na
educação. Se não insistirmos na provisoriedade do
conhecimento vamos fazer grandes erros.“
---
Gisela Tartuce
Fundação Carlos Chagas no Seminário
Internacional Base Nacional Comum
---
Renato Janine Ribeiro
Ministro da Educação
em evento da Base Nacional Comum, Julho de 2015
106Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
qual o grande
propósito do
documento?
Por fim, um
questionamento:
Os Estados Unidos definem o objetivo da
sua Base Nacional Comum como formar
jovens para seu percurso após a escola - na
Universidade ou no mercado de trabalho.
O Reino Unido quer que seus cidadãos
sejam democráticos.
Este consenso é essencial, pois dará o tom
de todas as decisões realizadas.
E o Brasil, o que deseja para o futuro?
E o que cada Rede deseja para seus alunos?
Mais informações sobre a Base Nacional Comum, acesse: http://basenacionalcomum.org.br
107Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Existem três tipos principais de currículo: Currículo Formal,
Currículo Real e Currículo Oculto. E eles estão ocorrendo
concomitantemente em todas as escolas, sem segmentação.
Estabelecido pelos sistemas de
ensino, expresso em diretrizes
curriculares, objetivos e conteúdos
das áreas ou disciplina de
estudo; encontrado nas leis,
nos parâmetros e diretrizes
curriculares.
Acontece dentro da sala de aula
com professores e alunos a cada
dia em decorrência de um projeto
pedagógico e dos planos de ensino;
sendo um conjunto de experiências,
de tarefas, de atividades, que geram
ou que se supõe aprendizagem.
Usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem
dos alunos e o trabalho dos professores, representando tudo o
que os alunos aprendem diariamente em meio às várias práticas,
atitudes, comportamentos, gestos, percepções, que vigoram
no meio social e escolar; sendo oculto por que não aparece no
planejamento do professor. O currículo oculto está oculto das
praticas escolares e tem uma dimensão sócio-política inegável que
se relaciona com as funções de socialização que a escola tem dentro
da sociedade, porem, quando todos esses valores fazem parte do
currículo explícito da educação social e moral, não mais caberá
dizer que são propriamente componentes de sua dimensão oculta.
As obrigações que o currículo oculto impõe aos alunos são tão
importantes, ou mais para eles, para sua sobrevivência e sucesso
na escola, do que as do programa oficial ou explicito.
Currículo Formal currículo Real Currículo Oculto
108Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Currículo não é apenas conteúdo, mas todas as ações que se realizam na escola. Tem a ver
com postura, ações, intenções. Um exemplo: hoje a sociedade fala muito em ética, então
como fica a escola em relação a isso?, Se pensarmos que currículo é conteúdo, jogaríamos
mais um conteúdo, a disciplina de ética, mas se pensarmos que currículo também é
postura, é a escola tendo uma postura ética que ela vai ensinar ética a seus alunos.
Do latim, curriculum, significa caminho, trajeto, percurso, pista ou circui-
to atlético. Segundo Goodson (1995:7), o termo curriculum é derivado da
palavra latina currere, que significa correr, curso ou carro de corrida. Pode
também estar se referindo à “ordem como sequência” e à “ordem como es-
trutura”. Nesta última acepção, remonta ao conjunto de práticas educativas
difundidas no século XVI, em universidades, colégios e escolas, a partir do
Modus et Ordo Parisienses. Modus designava a combinação e a subdivisão
das escolas em classes, com a retenção da instrução individualizada, isto é,
aluno – por – aluno e Ordo (ordem) com dois significados: sequência (ordem
de eventos) e coerência (sociedade ‘ordenada’).
“Não existe ‘o’ currículo certo,
‘o’ currículo melhor, o que exis-
te é um currículo que atende
melhor a um determinado fim,
não dá pra pensar em currículo
sem ter claro a que objetivos
ele serve. Currículo é um meio,
não é o fim.”
(HAMILTON, 1992)
---
professor Paulo Dias
no vídeo Planejamento: Currículo e
Organização da prática pedagógica
109Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
Os últimos 10 anos têm sido
marcados mundialmente por
esta repactuação de direitos e
deveres: o que cada indivíduo deve
ter a oportunidade de saber para
que possa ter qualidade de vida e
contribuir para a economia.
110Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
tendências anos 2000
Currículo = O que os alunos deveriam saber
Muitas normas/tópicos/conteúdos
Normas excessivamente detalhadas/aprofundadas
Muito tempo para o ensino de todo o proposto
Foco dos professores em “cobrir” o conteúdo
Avaliação de poucos conteúdos (randômico)
Questões de múltipla escolha
“Teach to test”
Ausência de tempo para exploração colaborativa
A metodologia Understanding by Design, aplicada nas Innova Schools
no Peru, conta com a seleção do que chamam de “Power Standards”,
que são aqueles conteúdos e disciplinas indispensáveis e prioritários
(não negociáveis).
Os critérios para seleção destes “Power Stantads” devem ser:
Definidos por série (avaliação por bimestre)
Transdisciplinares: servem para outras aprendizagens
Duradores: ao longo da trajetória escolar serão mobilizados (ler um texto, por exemplo)
Base ou estrutura para estudos mais avançados/outros estudos
FONTE: https://www.innovaschools.edu.pe
111Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
tendências anos 2010
Currículo = O que os alunos deveriam ser capazes de
fazer com o conteúdo aprendido
Lista curta de conteúdos essenciais por área
“Power Standards”
Normas focadas em conteúdos de “real world
relevance”
Normas devem promover a interdisciplinaridade
Incorporar ao currículo áreas de estudo
transdisciplinares (projetos) para mobilizar e
desenvolver habilidades cognitivas e socioemocionais
também desenvolvidas e apreendidas nas disciplinas
tradicionais (currículo integrado e flexível)
“Teach to learn more”
Seja norteador do percurso de aprendizado do aluno
Seja estruturado por blocos temáticos e direcionado por
competências
Direcione os professores
Tenha tempo e espaço para a personalização da trajetória
escolar do aluno
Tenha espaço para o protagonismo do aluno (Projeto de Vida)
Não retire a autonomia do professor
Não tenha a pretensão de encerrar o aprendizado (“o
aprendizado não termina”)
Não seja de todo conteudista, dê ênfase para a formação de
valores e atitudes
Mescla de avaliações somativas e formativas
112Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
tendências anos 2010
A pesquisa “Desenhos curriculares internacionais: cinco experiências para reflexões sobre o sistema educacional brasileiro”, do
pesquisador Maximiliano Moder (consultor de assuntos educacionais da Unesco) é baseada no estudo dos currículos da Coreia
do Sul, Austrália, Chile, Colômbia e África do Sul (países que possuem bom desempenho em avaliações internacionais ou
possuem similaridades com o Brasil) e aponta convergência com as tendências atuais. Em relação a quais são as competências
que ajudam a desenhar o currículo, e que podem servir como referência para o Brasil, o apontamento é que boa parte preza por:
comunicação
linguística
alfabetização
numérica
tecnologia da
informação e
competência
digital
habilidades
pessoais e
sociais
compreensão
intercultural
capacidade
de aprender a
aprender
pensamento
crítico
“A ideia dos currículos focados nas competências é, de um lado, adaptá-los às
demandas da sociedade e, de outro, responder às ne- cessidades dos alunos, que
estão em pleno desenvolvimento. Nesse tipo de currículo, os ordenamentos e as
orientações para a aquisição e aplicação de conhecimentos, habilidades e atitudes
são pautados por situações cotidianas”
---
Maximiliano Moder
consultor de assuntos educacionais
da Unesco
113Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM
COMO OUTROS
PAÍSES estão DISCU-
TInDO CURRÍCULO,
EXPERIÊNCIAS e
APRENDIZADOS?
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Relatório de pesquisa - Práticas pedagógicas

  • 1. currículo e práticas pedagógicas Desk research + entrevistas + grupo de trabalho Agosto / 2015 FUNDAMENTAL2.0 P R O J E T O VERSÃOBETA EQUIPETELLUS Nobre colega de leitura, este relatório está em construção, esta é uma versão preliminar. Se você o recebeu, é porque seus comentários e sugestões são muito bem- vindos para aprimorarmos o conteúdo. Pedimos apenas que não compartilhe este material com outras pessoas até que enviemos a versão final. Gratos,
  • 2. 2 ÍNDICE Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 CAPÍTULO 8 CAPÍTULO 4CAPÍTULO 3CAPÍTULO 2CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 6CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 7 Pedagogiae práticaspedagógicas RealidadelocalPromovercidadaniaQuestõesda contemporaneidade Cenário ABase NacionalComum LeiseDiretrizes EducaçãoIntegral P. 128 P. 51P. 46P. 28P. 5 P. 92P. 56 P. 124 índice CLIQUE PARA ACESSAR O CAPÍTULO DESEJADO DIRETAMENTE
  • 3. 3 LIVROS ENTREVISTAS GRUPODEESTUDOS ESPECIALISTAS, EDUCADORESEENTUSIASTAS INTRODUÇÃO Referências 2 8 12 1 Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 21stCenturySkills Bernie Trilling&CharlesFadel Uma questãodeCaráter Paul Tough
  • 4. 4 Pesquisa,ConteúdoeRedação Revisão DesignGráfico Ilustrações INTRODUÇÃO créditos Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Alexandre Oyamada Laura Lemos Lívia Macedo Camila Sanches Zorlini Adriano Valadão iStock Shutterstock The Noun Project
  • 5. 5Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Cenário CAPÍTULO 1 Capítulo 1 → CENÁRIO pag5 << VOLTAR PARA O ÍNDICE
  • 6. 6Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO Parece ser um consenso que as escolas de todo o mundo precisam se reinventar….
  • 7. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO PARADIGMA UM NOVO HIERARQUIA conhecimento acessível para todos ERA INDUSTRIAL ERA DA INFORMAÇÃO Vivemosuma nova era,um novocontexto... 7
  • 8. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO NOVO CONTEXTO AEradoConhecimentonos impõenovosdesafiosea tecnologia digital,disruptiva, aponta para oquetemvalor. Estamosglobalmente conectadoseainformação estádisponívelparagrande parte dapopulaçãoglobal, bemcomoparaboapartedos adolescentesbrasileiros. Aomesmotempo,temosdesafios severos que demandampensamentocomplexo, como: super consumo mudanças climáticas desigualdades sociais $ 8
  • 9. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO ADOLESCENTES Eosadolescentes, sabemos,nãosão maisosmesmos. Emboraaspectos biológicos que digamrespeitoao desenvolvimento corporal,sexual eneurológico, tendama ser universais e atemporais;outros aspectosserão semprefluidos. Sociedade,cultura eeconomiasão relativosao momentonoqual aquelageração sedesenvolve, podendoafetar mesmoosaspectos biológicos,e dirãosobreas crenças,valorese atitudesdaqueles adolescentes. Estenovomodelomental,aomesmo tempo produtoeinsumoparaosdesafios do nosso tempo,propõenovassubjetividades eirá estabelecernovasdisposiçõeserelações comoaprendizado. 9
  • 10. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO DESAFIOS DA ESCOLA Nossaeducação,entretanto,segueparâmetrosgerais,etambém pedagógicosecurriculares,associadosedesenvolvidosemoutros momentoshistóricos,emqueasnecessidadeseramoutras. Carregamos resquícios de um calendário escolar agrário, que permitia aos estudantes estarem livres no verão para trabalharem nos campos; O currículo que determina as principais áreas de conhecimento foi desenvolvido na idade média, estabelecendo linguagem, matemática, ciências e artes como as grandes disciplinas (que seguem sendo as grandes áreas de conhecimento obrigató- rias no ensino brasileiro); As relações entre professor e aluno, a ges- tão, a arquitetura e as práticas pedagógicas dizem ainda sobre a lógica da racionali- zação econômica estabelecida no período industrial. A padronização da produção e o consumo massificado, a divisão hie- rárquica entre gerência e trabalhadores, a alienação ao processo de produção como um todo e a passividade dos trabalhadores fabris, operando feito máquinas, encon- tram equivalência nas salas de aula orde- nadas por carteiras alinhadas, na gestão e relacionamento verticais, nos professores como detentores do saber e nos alunos como mero repetidores de conhecimento. CALENDÁRIO AGRÁRIO CURRÍCULO ANTIQUADO MODELO DESATUALIZADO 10
  • 11. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO Essa desconexão da escola com o mundo atual e com a realidade do aluno gera desinteresse! Pesquisascomprofessores e alunosapontamrecorrentemente a indisciplinacomoum dos principaisoumesmo o principal problemaasersuperado nas escolas públicas.Fazendoumrecorte para o EnsinoFundamental II,o diagnósticosemantém. O alto níveldeindisciplinaé o sintomadeumagrande desconexão entre osadolescentes e aeducação que lheséoferecida. FATORES QUE PRECISAM SER ENFRENTADOS COM MAIOR URGÊNCIA DESAFIOS DO PROFESSOR FALTA DE ACOMPANHA- MENTO PSICOLÓGICO PARA OS ALUNOS QUE PRECISAM INDISCIPLINA DOS ALUNOS Fonte: Pesquisa Conselho de Classe (Fundação Lemann) Fonte: Resultado Escuta MEL (São Miguel dos Campos / AL) INDISCIPLINA DOS ALUNOS DESPERTAR O INTERESSE 21% 14% 68 62/100 /100 11
  • 12. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO ESCOLA + ADOLESCENTES = DESCONEXÃO 12 --- Estudante do EF2, São Paulo --- Estudante do EF2, São Paulo --- Estudante do EF2, São Paulo--- Estudante do EF2, São Paulo --- Estudante do EF2, São Paulo --- Estudante do EF2, São Paulo “Nada de interessante, não tá acontecendo nada de interessante na escola.” “O governo faz de tudo pra você não gostar de estudar. Te dá pra ler Brás Cubas, algo magnífico. Primeiro, pô, precisa dar uma leitura que te agrade pra você começar a gostar.” “O objetivo da escola é fazer ter uma ideia de como as coisas são, coisas mais profissionais, de emprego. Mas não faz muito isso não.” “Sei tudo, não preciso disso, nunca vou usar a metade das coisas pra nada. Meu pai diz que é verdade, que metade das coisas ele nunca usou até hoje.” “Coisas que seriam legal ter na escola: aumentar horário de educação física, aula de cinema, ter um parque na escola, piscina na escola, faxineira pra limpar a janela.” “A gente podia ter espanhol, química, álgebra, sociologia. A gente parece que só vai estudar na faculdade. Todo o ano a gente aprende as mesmas coisas, todo o ano é português, matemática, geografia, a gente queria aprender novas coisas, mas infelizmente a gente só vai ter na faculdade.”
  • 13. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO ESCOLA + ADOLESCENTES = DESCONEXÃO 13 Adesconexãodoadolescente com aescolase manifestanalacunaexistente entre acompreensão sobrequemsãoecomo aprendem estes jovense ascrençase práticasdo ensino tradicional: X ADOLESCENTES APRENDEM VIVENCIANDO O ESPAÇO PÚBLICO A ESCOLA NÃO ESTABELECE DIÁLOGO COM O TERRITÓRIO ADOLESCENTES ESTÃO DESCOBRINDO O PRÓPRIO CORPO SEXUALIDADE É UM TABU ADOLESCENTES QUEREM POR A MÃO NA MASSA O ENSINO É POUCO PRÁTICO ADOLESCENTES TEM MEDO DE SEREM JULGADOS A ESCOLA PUNE O ERRO ADOLESCENTES TEM AFÃ DE QUESTIONAR A ESCOLA NÃO OS OUVE ADOLESCENTES GOSTAM DE MÚSICA, DE VIDEOGAME SUA CULTURA NÃO É QUESTIONADA E VALORIZADA ADOLESCENTES APRENDEM CONDUZIDOS POR AFETO A ESCOLA REPRODUZ AS VIOLÊNCIA DA SOCIEDADE ADOLESCENTES VIVEM AS NOVAS MÍDIAS A ESCOLA LUTA PARA SE ATUALIZAR
  • 14. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO ESCOLA + ADOLESCENTES = DESCONEXÃO 14 A pesquisa‘Oquepensamos jovensdebaixarenda sobre a escola’,realizadapela Fundação VictorCivita,foiacampo perguntar aosjovenscomrenda familiardeatéR$2.500 sua opiniãosobreaescola. Um dosresultadosé“aelevada a proporçãodealunos que não gostamenãoveemutilidadeem muitasdasdisciplinasoferecidas. Para amaioriadosentrevistados, apenasPortuguêseMatemática têm utilidade,eésignificativaa proporçãodaquelesquedeclaram que a principalrazãopara frequentaremiremàescolaé conseguirumdiploma(20%).” Outraconstataçãoimportante éa“significativadificuldade daescolapúblicaemlidarcom asdiversasculturasjuvenise, particularmente,ematribuir sentidoaosconteúdosoferecidos aosjovensoriundosdecontextos sociaisdebaixarenda.” Fontes: http://porvir.org/porpensar/7-caminhos-para-dar-sentido-ao-ensino-medio/20130701 | http://www.fvc.org.br/estudos-e-pesquisas/2012/pdf/relatorio_jovens_pensam_escola.pdf
  • 15. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 1 → CENÁRIO “O estudochamadoProjeto deVida, realizadopela FundaçãoLemann,com apoiotécnicodoMovimento Todos pela Educação, mostra que existe uma desconexãopreocupante entreo que é ensinadona escolaatualmente eoqueos jovensprecisam saberpara concretizarosseusdiferentes projetos de vida. (...)Em comum entre os diferentes grupos de entrevistadosestá apercepçãode que aescola temfalhadona preparação deseusalunosparaavida adulta.Sãomuitasasqueixas emrelaçãoaproblemas relativosacomunicação, raciocíniológico, conhecimentosbásicos matemáticosepostura profissional.“Sãoospróprios jovensqueestãoafirmando quenãoconseguemaplicar seusaprendizadosquando confrontadoscomdiversas situaçõesdocotidiano”, afirmaopesquisador HaroldoTorres,responsável peloestudo.” 15 http://www.ivanpuig.net/crecimientos.html http://porvir.org/porpensar/escola-precisa-se-conectar-demandas-dos-jovens/20150616
  • 16. Capítulo 1 → CENÁRIO conclusÃO 16 É maisdoquenítido,portanto,quea educaçãoqueestamosaofertareconstruir encontraenormeDESCONEXÃOtanto comocontextodoséculo21,quanto COMOSADOLESCENTES,que devemser,paraoséculo21osgrandes PROTAGONISTASdesteaprendizado. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015
  • 17. Capítulo 1 → CENÁRIO 17Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Como podemos disponibilizar, criar e estimular uma educação mais adequada aos adolescentes do nosso tempo? --- Jacques Delors relatório Unesco “No final de um século marcado pelo tumulto e pela violência, assim como pelo progresso econômico e científico – aliás, desigualmente distribuído – e no alvorecer de um novo século, cuja perspectiva é alimentada por um misto de angústia e de esperança, é imperativo que todos aqueles que estejam investidos de responsabilidade prestem atenção aos fins e aos meios da educação.”
  • 18. Capítulo 1 → CENÁRIO 18Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 SER VIBRANTE! As iniciativas que visam a construção de um Ensino Fundamental II que realmente se conecte com os adolescentes apontam para uma questão central: A ESCOLA PRECISA
  • 19. Capítulo 1 → CENÁRIO 19Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 “A escola precisa ser mais atraente do que a Globo e do que o Neymar.” “Pretendemos transformar as escolas em centros de criatividade em que se ensine e se aprende com alegria. Não quero dizer que não haja hoje escolas da rede municipal onde as crianças não se sintam bem. O que é preciso, porém, é generalizar esse clima.” “A gente quer construir uma escola tão boa para o aluno que ele tenha vontade de ficar lá depois que aula termina, uma escola onde o aluno goste de estar.” “Precisamos que as crianças estejam viciadas em aprender. Educação é acender uma fagulha” “A escola precisa despertar encantamento, surpresa e curiosidade!” --- EDUARDO LYRA fundador DO INSTITUTO ‘GERANDO Falcões’ e Global Shaper --- PAULO FREIRE revista Nova Escola, maio de 1989 --- PEDAGOGA diretora de colégio público dO ENSINO fundamental II --- dAVE PECK Curriculum Foundation --- pesquisador Pesquisador Associado JoyStreet e Professor Adjunto UFPE. Ph.D. em Educação Matemática.
  • 20. Capítulo 1 → CENÁRIO 20Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 A proposta de construção de uma escola vibrante impacta diretamente nas questões de currículo e práticas pedagógicas. Como eles devem ser moldados para produzir uma escola vibrante? foco desse relatório currículo professores tecnologia AVALIAÇÃO gestÃO ARQUITETURA práticas pedagógicas FAMÍLIA & COMUNIDADE escola mais vibrante!
  • 21. Capítulo 1 → CENÁRIO 21Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 responder às questões inerentes à adolescência responder às questões da contempora- neidade promover cidadania respeitar a realidade local 1 2 3 4 currículo escola mais vibrante! Dar aos adolescentes o necessário para viverem as particularidades da adolescência de forma enriquecedora e estar conectada ao universo particular dessa geração. Parte flexível do currículo para abraçar as particularidades e a cultura local. Oferecer as bases para os adolescentes construírem melhores relações humanas e com o planeta. Preparar os adolescentes para viverem as oportunidades e superarem os desafios do mundo atual. A união dessas peças é a base do conceito de educação integral.
  • 22. 22Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 responder às questões inerentes à adolescência 1 sexualidade e puberdade construção de identidade conhecer potencia- lidades relações afetivas e amorosas questões de gênero expressar opiniões consumo educação financeira trabalho música games experi- mentação descobertas violência drogas preconceito sociabili- zação questiona- mento criatividade autonomia projeto de vida saúde física alimentação e nutrição atividades físicas Capítulo 1 → CENÁRIO
  • 23. 23Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 qualidade de vida respostas para questões complexas competên- cias para o século 21 competên- cias cogni- tivas dialogar, agir em grupo empreen- dedorismo fluência digital tolerância ao erro movimento maker capacidade de ação liderança tolerância à diversidade inovação empodera- mento progra- mação Capítulo 1 → CENÁRIO responder às questões da contempora- neidade 2
  • 24. 24Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 sustenta- bilidade negócios sociais ética educação política público x privado direitos e deveres cultura de paz viver em comunidade mudar posi- tivamente a sociedade pensamento crítico tolerância relações sistêmicas ler contexto, não só texto Capítulo 1 → CENÁRIO promover cidadania 3
  • 25. 25Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 cultura local particula- ridades regionais considera importante desenvolver realidade socioeco- nômica valorização do entorno promover a economia local produzir cultura explorar o território ser agente de trans- formação local competên- cias para a comunidade Capítulo 1 → CENÁRIO respeitar a realidade local 4
  • 26. Capítulo 1 → CENÁRIO 26Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Ao invés de estanques, um currículo oxigenado e práticas pedagógicas revitalizadas, atualizados constantemente de forma colaborativa pelos atores da educação.
  • 27. Capítulo 1 → CENÁRIO 27Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 práticas pedagógicas escola mais vibrante! personalização ensino por projeto experimentação uso do território ensino híbrido aprender a aprender educomunicação aluno no centro e professor mediador 1 2 8 4 5 3 7 6
  • 28. 28Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Questõesda contemporaneidade CAPÍTULO 2 Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE responder às questões da contempora- neidade 2 Preparar os adolescentes para viverem as oportunidades e superarem os desafios do mundo atual. pag28 << VOLTAR PARA O ÍNDICE
  • 29. 29Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 De acordo com o livro 21st Century Skills* , a educação sempre exerceu, ao longo da história, 4 importantes papéis na sociedade: Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE Fazê-los cumprir com suas obrigações e responsabilidades cívicas Empoderar os cida- dãos para contribuir para o mundo social e do trabalho Estes papéis determinam as expectativas sobre as quais esperamos retorno sobre nossos esforços. Exercitar e desenvolver seus talentos pessoais Levar adiante os valores e tradições da sociedade * (TRILLING, BERNIE. 2009)
  • 30. 30Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 O mercado de trabalho, por exemplo, numa lógica atual de flexibilização, já vem exigindo dos jovens uma formação diferenciada, que devem: “Learning is earning” CRIATIVOS COLABORATIVOS ADAPTÁVEIS RESPONSÁVEIS ÉTICOS AUTO INICIATIVA LIDERANÇA PENSAMENTO CRÍTICO FOCO TER SABERSER MOBILIZAR, CRUZAR E APLICAR COM AGILIDADE E PRECISÃO DIVERSOS CONHECIMENTOS De acordo com Miller, 2007, um ano a mais de escolaridade pode ter impacto de 10% na renda de um adulto ao longo da sua vida. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 31. 31Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Como o mundo tem respondido a estes desafios? Haja visto estas necessidades, em relação a mudanças nos currículos e práticas pedagógicas e ao ensino em geral, Governos, Organizações Internacionais e atores da sociedade civil têm se organizado para refletir sobre o tema e desenhar novas diretrizes e práticas que transformem o ensino para que este esteja mais conectado às demandas dos adolescentes e da contemporaneidade. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 32. 32Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Afinal, como diria Einstein: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 33. 33Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Assim, o esforço é para termos a chance de preparar nossos adolescentes para tecnologias, trabalhos e desafios que ainda não existem. Aptos para viverem a adolescência e o século 21 de forma integral. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 34. 34Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 A partir destas urgências começa-se a pensar nas chamadas competências para o Século 21, que dão especial atenção às necessidades sociais e econômicas dos tempos em que vivemos e buscam contemplar as competências cognitivas e também as chamadas socioemocionais. Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e opera- ções que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do ‘saber fazer’. Por meio das ações e operações, as habilida- des aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências . (INEP, 1999, p.7). O Instituto Inspirare define competências como um conjunto de conhecimentos, habi- lidades, valores e atitudes articulados e mobilizados para o enfrentamento de situações problema. A capacidade de mobilizar estas competências pode se referir aos aspectos cognitivos, aos emocionais ou na articulação de ambos. Este conceito difere da conceitu- ação tradicional que remete competência a um recurso restrito a mobilização de compe- tências cognitivas. As competências cognitivas não apenas refletem a amplitude do conhecimento adquirido ou a rapidez da aprendizagem, mas também representam a capacidade de “dar sentido” a uma situação e descobrir o que fazer diante de um novo problema. (IAS) “Há evidências científicas de que dois tipos de habilidade têm enorme influência sobre o sucesso de uma pessoa na vida. No primeiro grupo, situam- se as capacidades cognitivas - aquelas relacionadas ao QI. Por capacidades cognitivas entenda-se algo abrangente, como conseguir enxergar o mundo de forma mais abstrata e lógica. Num outro grupo, igualmente relevante, coloco as habilidades não cognitivas, relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social. Essas também devem ser estimuladas no começo da vida. Embora sejam cientificamente menosprezadas por muitos, descobri que elas estão diretamente relacionadas ao sucesso na escola - e, mais tarde, no próprio mercado de trabalho.” --- James Heckman entrevista à revista VejA Competências X Habilidades Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 35. 35Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Alguns documentos da década de 1990 contribuíram para o movimento de estudos e ações de reorientação do ensino e aprendizagem para o Século 21 que não mais compartimentam vida e escola e consideram os seres humanos em sua integralidade Em 1999, Jacques Delors no relatório “Educação: um Tesouro a Descobrir” dá pistas e recomendações para que haja uma mudança efetiva na educação mundial para o século 21. Dentre diversas contribuições, a que recebe maior destaque são os 4 pilares sobre os quais a educação deve se desenvolver: Aprender a conhecer Aprender a conviverAprender a fazer UNESCO - Relatório Jacques Delors Aprender a ser Combinando uma cultura geral, sufi- cientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um núme- ro reduzido de assuntos, ou seja: apren- der a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida. Desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compre- ensão mútua e da paz. A fim de adquirir não só uma qualifica- ção profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competência que torna a pessoa apta a enfrentar nume- rosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adoles- centes, seja espontaneamente na sequ- ência do contexto local ou nacional, seja formalmente, graças ao desenvolvimen- to do ensino alternado com o trabalho. Para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Com essa finalidade, a educação deve levar em consideração todas as potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 36. 36Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 O primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH) do Penud, reconhecido pelas Nações Unidas como importante ferramenta para aumentar a conscientização sobre o desenvolvimento humano em todo o mundo, lançado em 1990 teve como objetivo colocar as pessoas no centro do processo de desenvolvimento em termos de debate econômico, social, político e jurídico. O relatório é apontado como primeiro passo a inspirar o conceito de Educação para o Século 21, uma vez que aponta a educação como oportunidade central, mesmo em países subdesenvolvidos, para todos tipo de desenvolvimento. Mais recentemente a mobilização da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem influenciado diversos cenários. A Organização, que desenvolve a mais abrangente avaliação de educação entre países (o PISA) e que conta com a participação de 34 nações para promover políticas públicas que visem o desenvolvimento econômico e social em termos globais, lançou uma estratégia para estudar as habilidades necessárias para o Século 21. Os esforços da OCDE convergem com os padrões adotados nos Estados Unidos (com envolvimento do grupo Partnership for 21st Century Skills), que sugere que as habilidades e competências para o 21 sigam o seguinte arco-íris, que conecta em sua proposição a forma como as novas gerações aprendem e os apontamentos científicos em relação a aprendizagem e as forças que se impõem devido a tecnologia e aos novos modos de produção capitalistas. PNUD - Paradigma do Desenvolvimento Humano Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 37. 37Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Competências para o Século 21 Habilidades para aprender e inovar Competências para Vida e CarreiraFluência Digital Informação Meios de Comunicação Tecnologias de Informação e Comunicação Pensamento Crítico Resolução de Problemas (Comunicação e Colaboração) Criatividade Inovação Flexibilidade Adaptabilidade Sociabilidade Interação com a diversidade cultural Liderança Responsabilidade Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 38. 38Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 A pesquisa realizada informalmente no livro 21st Century Skills sobre o que as pessoas recordavam ser o que fez seus aprendizados mais marcantes se concretizarem remonta os seguintes aspectos, que convergem igualmente com os apontamentos de campo verificados pelo Tellus. Estes aspectos, junto aos demais que compõem as chamadas competências para o século 21, apontam para a realidade futura. Estamos olhando para nosso passado e projetando nosso futuro, mas esquecendo do presente, que é a fase pela qual os adolescentes, centro do processo de aprendizagem, estão passando e nela enfrentando seus desafios. Além disso, não podemos desconsiderar que o Brasil ainda precisa dar conta de enormes desafios: a chamada era do conhecimento não chegou para todos, temos dificuldades na equidade do ensino, conclusão do ciclo básico, apreensão de competências mínimas, entre outros. Desafio e paixão Um professor exigente Permissão para errar pelo conhecimento aprendizado assunto específico porém afetuoso, que se importe e seja inspirador com segurança e encorajamento para tentar novamente Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 39. 39Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 No Brasil a OCDE, por meio do seu Centro para Pesquisa e Inovação Educacional (CERI), realiza uma parceria com o Instituto Ayrton Senna para desenvolver um projeto piloto de medição de competências não cognitivas em alunos da rede pública brasileira (vide case Ensino Médio das Escolas Estaduais do Rio de Janeiro). O Instituto, por meio de estudos com diversos outros parceiros definiu quais seriam as competências para século 21 no Brasil: É importante que o próprio IAS chama atenção para o ponto que as competências devem ser desenvolvidas de acordo com as necessidades identificadas em cada escola ou território, bem como pelo seu impacto no aprendizado das competências cognitivas. Autoconhe- cimento ComunicaçãoAbertura ao novo Resolução de problemas Colaboração Pensamento crítico Responsa- bilidade criatividade Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 40. 40Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 As competências ou habilidades socioemocionais As competências socioemocionais dizem respeito as habilidades emocionais do indivíduo no que se refere ao controle das emoções, foco, empatia, relacionamentos sociais positivas, dentre outros. Fonte: Especial Porvir Socioemocionais - http://www.porvir.org/especiais/socioemocionais “Os aspectos socioemocionais envolvem aprender a se relacionar com os outros e consigo mesmo, compreender e gerir emoções, estabelecer e atingir objetivos, tomar decisões autônomas e responsáveis e enfrentar situações adversas de maneira criativa e construtiva.” “Uma das saídas para reconectar o indivíduo ao mundo onde vive passa pelo desenvolvimento de competências socioemocionais. Nesse processo, tanto crianças como adultos aprendem a colocar em prática as melhores atitudes e habilidades para controlar emoções, alcançar objetivos, demonstrar empatia, manter relações sociais positivas e tomar decisões de maneira responsável, entre outros. Uma abordagem como essa pode ajudar, por exemplo, na elaboração de práticas pedagógicas mais justas e eficazes, além de explicar por que crianças de um mesmo meio social vão trilhar um caminho mais positivo na vida, enquanto outras, não.” --- (Diretrizes para a Política de Educação Integral: Solução Educacional para o Ensino Médio. IAS e SEERJ) --- Especial Porvir Socioemocionais Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 41. 41Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Existem inúmeros estudos sobre quais são as habilidades socioemocionais que podem ter mais impacto positivo no desenvolvimento dos indivíduos, mas uma teoria que vem se desenvolvendo desde a década de 1940* nos Estados Unidos por diversos cientistas, especialmente da área de psicologia, ajuda a balizar todas as demais quando define os 5 grandes domínios de personalidade: Abertura a Novas experiências O Instituto Inspirare define as competências para o século 21 como as Big 5 + Lócus de controle Consciência Extroversão Amabilidade Estabilidade Emocional Tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, cultu- rais e intelectuais. O indivíduo aberto a novas experiências caracteriza-se como imaginati- vo, artístico, excitável, curioso, não convencional e com amplos interesses. Inclinação a ser organizado, esforçado e responsável. O indi- víduo consciente é caracterizado como eficiente, organizado, autônomo, disciplinado, não impulsivo e orientado para seus objetivos (batalhador). Orientação de interesses e energia em direção ao mundo externo e pessoas e coisas (ao invés do mundo interno da experiência subjetiva). O indi- víduo extrovertido é caracteri- zado como amigável, sociável, autoconfiante, energético, aventureiro e entusiasmado. Tendência a agir de modo cooperativo e não egoísta. O in- divíduo amável ou cooperativo se caracteriza como tolerante, altruísta, modesto, simpático, não teimoso e objetivo (direto quando se dirige a alguém). Previsibilidade e consistência de reações emocionais, sem mudan- ças bruscas de humor. Em sua carga inversa, o indivíduo emocio- nalmente instável é caracterizado como preocupado, irritadiço, introspectivo, impulsivo, e não-autoconfiante. Fonte: Especial Porvir Socioemocionais *Com os estudos realizados a partir da década de 1960 são considerados os “pais” do Big Five: Lewis Goldberg, Robert R. McCrae e Paul T. Costa, Jerry Wiggins e Oliver John. Hoje Oliver John segue sendo bastante referenciado, especialmente pelo recente pelo estudo The Big Five Personality Test. Os Big Five foram desenhados a partir de uma Análise Fatorial que reduziu, a partir do uso de um questionário, uma quantidade grande de informações e traços de personalidade a somente 5, que seriam os mais representativos. O questionário dos Big Five tem hoje sido amplamente aplicado na psicologia em processos para identificação de traços de personalidade. Sua validade se deu a partir de testes em pessoas de diferentes culturas e em diferentes momentos do tempo. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 42. 42Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Impacto das competências socioemocionais James Heckman “A educação é crucial para o avanço de um país - e, quanto antes chegar às pessoas, maior será o seu efeito e mais barato ela custará. Basta dizer que tentar sedimentar num adolescente o tipo de conhecimento que deveria ter sido apresentado a ele dez anos antes sai algo como 60% mais caro. Pior ainda: nem sempre o aprendizado tardio é tão eficiente. Não me refiro aqui apenas às habilidades cognitivas convencionais, mas a um conjunto de capacidades que deveriam ser lapidadas em todas as crianças desde os 3, 4 anos de vida.” --- James Heckman entrevista à revista Veja 10/06/2009 O economista James Heckman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2000, desenvolveu teorias e métodos de avaliação que comprovam a pertinên- cia da aquisição de habilidades socioemocionais e de algumas características de personalidade, maleáveis, para o sucesso na vida escolar e social dos indivíduos e, consequentemente, na economia dos países. De acordo com suas pesquisas a ausência de incentivos têm impacto não somente na aquisi- ção de capacidades cognitivas, associadas ao QI, como na evasão escolar, gravidez na adolescência, taxas de emprego, criminalidade e índices de tabagismo. Dentro do ambiente escolar, Heckman aponta para a impor- tância destas habilidades: serem desenvolvidas intencionalmente por meio do um método estrutu- rado; serem trabalhadas em aula ou em projetos com orientação dos professores; demandarem o desenvolvimento das mesmas competências também nos facili- tadores do ensino; participarem do currículo; serem levadas em conta nas tomadas de decisão da gestão escolar. Hoje o estudioso se dedica a estu- dar especificamente os impactos da aquisição destas habilidades, que aproxima do conceito de competências sociais na primei- ra infância e admite que o seu domínio na adolescência pode já ser tardio. Além disso, enfatiza o envolvimento da família para o sucesso deste desenvolvimento. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 43. 43Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Impactos do desenvolvimento das competências socioemocionais Sucesso em diferentes contextos, como família, escola, sociedade Melhor apreensão das competências cognitivas Maior permanência na escola Maior sucesso profissional e felicidade Bem estar ao longo da vida Diminuição das desigualdades dentro dos sistemas Diminuição dos índices de gravidez precoce, desemprego, tabagismo Maior entrada e sucesso na faculdade Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 44. 44Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 No Brasil IMPACTO POSITIVO NAS COMPETÊNCIAS COGNITIVAS No Brasil as iniciativas de pesquisar os impactos das socioemocionais na economia e na educação também estão se multiplicando. O professor Daniel D. Santos da da FEA-USP em seu artigo “A importância socioeconômica das características da personalidade”, fala que o diferencial de um indivíduo com estas competências bem desenvolvidas é sentido no mercado de trabalho com efeitos na forma de maiores salários e menores períodos de desemprego. Desenvolvimento de Conscienciosidade = 3 meses em matemática Desenvolvimento de abertura para o novo = 4 meses em português O Instituto Ayrton Senna por sua vez, com ajuda do órgão do órgão de inovação da OCDE, têm realizado no Rio de Janeiro pesquisas para avaliar os impactos do desenvolvimento de competências socioemocionais e tem verificado que podem alavancar o aprendizado em competências cognitivas, assim a apreensão de uma habilidade socioemocional implica num ganho temporal no estudo de disciplinas cognitivas. Embora cresçam pesquisas realizadas por instituições privadas sobre a efe- tividade do desenvolvimento de habilidades e competências socioemocio- nais, há críticas da comunidade científica especializada, representada por Associações Nacionais como ANPEd, ANFOPE, FORUMDIR, ABdC e ANPAE que ponderam a fragilidade dos métodos científicos utilizados para medir sua capacidade de impacto, bem como os elos que estes estudos sugerem entre habilidade socioemocional adquirida e impacto alcançado. Também é aponta- do o risco de tais estudos obscurecerem o impacto de fatores socias como cor, gênero, raça, ambiente familiar no desenvolvimento escolar dos estudantes. Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 45. 45Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 “A gente está falando de uma mudança de cultura, de compreensão de vida, do que a gente acredita que é o ser humano, o conhecimento, a aprendizagem e de qual é o papel da escola. O conhecimento em si deve ser amplamente significativo e prazeroso, algo da ordem socioemocional.” --- Anita Abed consultora da Unesco para Especial Porvir Socioemocionais Embora haja tantas evidencias da eficácia do desenvolvimento das competências socioemocionais tanto na educação, como nos campos das ciências econômicas e sociais, nossos currículos insistem em enfatizar as competências cognitivas, e o acúmulo de saberes. Deixam de propor intencionalmente que os alunos mobilizem além dos co- nhecimentos clássicos e das competên- cias já consolidadas como fundamen- tais para o desenvolvimento escolar, outras habilidades, podendo, assim, pensar, sentir e agir no mundo; bem como lidar melhor com as próprias limitações e sentimentos para que se- jam mais satisfeitos, felizes e lancem mão de seu potencial. Ao mesmo tempo, as práticas pedagó- gicas não conduzem satisfatoriamente mesmo os aprendizados já consolida- dos no currículo tradicionalmente, não mobilizando o interesse e consequente aprendizado dos adolescentes da forma mais eficaz possível. Fonte: Especial Porvir Socioemocionais Capítulo 2 → QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
  • 46. 46Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Promovercidadania CAPÍTULO 3 Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA Oferecer as bases para os adolescentes construírem melhores relações humanas e com o planeta. promover cidadania 3 pag46 << VOLTAR PARA O ÍNDICE
  • 47. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Além de uma formação capaz de oferecer aos adolescentes o essencial para viverem as particularidades da adolescência e estarem aptos a lidar com as oportunidades e desafios da contemporaneidade, uma importante área do desenvolvimento está na qualidade das relações que o adolescente é capaz de estabelecer com o outro e o mundo ao seu redor. Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA 47
  • 48. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Nesse sentido, abre-se uma área repleta de temas ligados à vida em sociedade e à sustentabilidade do planeta, revelando a complexidade das relações dos seres humanos entre si e dos seres humanos com a natureza. Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA 48
  • 49. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA 49 ÉTICA EDUCAÇÃO POLÍTICA DIREITOS E DEVERES CULTURA DE PAZ VIVER EM COMUNIDADE TRANSFORMAR A SOCIEDADE (+) PENSAMENTO CRÍTICO LER CONTEXTO, NÃO SÓ TEXTO TOLERÂNCIA DIVERSIDADE PÚBLICO X PRIVADO SOCIEDADE NATUREZA RELAÇÕES SISTÊMICAS ENERGIAS RENOVÁVEIS SUSTENTABILIDADE PRESERVAÇÃO EXTINÇÃO CICLOS AMBIENTAIS ESGOTAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS PRODUÇÃO ALIMENTAR NEGÓCIOS SOCIAIS
  • 50. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Contemplar essa área no desenvolvimento dos adoles- centes implica em garantir que os adolescentes recebam junto com a capacidade de agir no mundo a capacidade de refletir sobre essa ação de forma positiva. Uma formação que ofereça aos adolescentes o necessário para que sejam capazes de orientar sua força de ação no mundo para além do individualismo: Capítulo 3 → PROMOVER CIDADANIA 50 SUPERAR AS INJUSTIÇAS SOCIAIS E BUSCAR RELAÇÕES MAIS HARMÔNICAS ENTRE AS PESSOAS; SUPERAR A EXPLORAÇÃO DESCONTROLADA DA NATUREZA E BUSCAR RELAÇÕES MAISSUSTENTÁVEIS COM O PLANETA
  • 51. 51Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Realidadelocal CAPÍTULO 4 Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL respeitar a realidade local 4 Parte flexível do currículo para abraçar as particularidades e a cultura local. pag51 << VOLTAR PARA O ÍNDICE
  • 52. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Fundamental para a construção de um currículo é a garantia de uma parte flexível para abarcar as realidades locais. Além de oferecer uma base comum a todos, o currículo deve respeitar e promover as diferentes identidades e culturas dos inúmeros grupos sociais em que os adolescentes estão inseridos. Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL 52
  • 53. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Tal perspectiva faz-se ainda mais necessária num país repleto de culturas regionais tão ricas de elementos próprios, num país onde a diversidade socioeconômica gera distintas realidades na população atendida pela rede pública, além das próprias particularidades de cada comunidade que está no entorno de uma escola. 53 COMUNIDADE CULTURA LOCAL REALIDADE SOCIOECONÔMICA Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
  • 54. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Mais do que um espaço para fomentar competências e habilidades dos alunos, a escola deve ser um espaço para conectá-los com a sua cultura local para valorizar a riqueza contida nas pessoas e elementos materiais e imateriais que compõem a realidade da qual fazem parte. E também para repensar os aspectos desafiadores e problemáticos dessa realidade a fim de superá-los. 54 Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
  • 55. Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Ao promover a conexão e as trocas positivas entre estudantes, atores da educação, comunidade, realidade do entorno e cultura local, ao virar o ponto de encontro de todos eles, a escola pode se transformar na própria fonte de produção cultural local. Além de valorizar, ela pode contribuir para que efetivamente sejam criadas novas manifestações culturais, novas formas de viver a comunidade, novas produções locais materiais e imateriais, gerando identidade e autoestima. 55 ESCOLA COMO PONTO DE CONEXÃO COM A CULTURA LOCAL ESCOLA COMO PONTO DE PRODUÇÃO DE CULTURA A PARTIR DA CONEXÃO Capítulo 4 → REALIDADE LOCAL
  • 56. 56Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Leise Diretrizes CAPÍTULO 5 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES pag56 << VOLTAR PARA O ÍNDICE
  • 57. 57Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES No Brasil o Currículo e as Práticas Pedagógicas do Ensino Fundamental II são orientados oficialmente por diretrizes vindas de: diferentes atores do poder público importantes documentos oficiais que norteiam a educação no país
  • 58. 58Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Principais atores do poder público que se relacionam com o Ensino Fundamental II esfera federal esfera estadual esfera municipal Secretarias de Educação de cada Município Secretarias de Educação de cada Estado da Federação MEC: Ministério da Educação SEB: Secretaria de Educação Básica CNE: Conselho Nacional de Educação CEB: Câmara de Educação Básica Têm autonomia para deliberar sobre decisões relacionadas à educação que se deseja desenvolver no Município desde que respeitem as orientações de nível estadual e federal. Têm autonomia para deliberar sobre decisões relacionadas à educação que se deseja desenvolver no Estado desde que respeitem as orientações de nível federal. Art. 6º O Ministério da Educação e do Desporto exerce as atribuições do poder público federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino e zelar pelo cumprimento das leis que o regem. A Secretaria de Educação Básica zela pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio. Ela cuida de diversos programas e ações federais desenvolvidas para melhoria da qualidade da educação básica no país. § 1º No desempenho de suas funções, o Ministério da Educação e do Desporto contará com a colaboração do Conselho Nacional de Educação e das Câmaras que o compõem. Art. 7º O Conselho Nacional de Educação, composto pelas Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, terá atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação e do Desporto, de forma a assegurar a participação da sociedade no aperfeiçoamento da educação nacional. LEI Nº 9.131, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1995.
  • 59. Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES 59Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Todas as instâncias devem respeitar os documentos oficiais de nível federal que regem a educação no país, o que os torna fundamentais para compreender os elementos que regem a educação brasileira e que determinam direta ou indiretamente o Ensino Fundamental II. DOCUMENTOS FEDERAIS QUE REGEM A EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO EM GERAL EDUCAÇÃO BÁSICA educação infantil ensino fundamental ensino médio fundamental I fundamental iI anos iniciais 1º ao 5º ano ANOS FINAIS 6º ao 9º ANO
  • 60. 60Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Principais documentos federais que regem a educação básica no Brasil Constituição da República Federativa do Brasil Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educa- ção Básica Plano Nacional de Educação Estatuto da Criança e do Adolescente Parâmetros Curriculares Nacionais Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional (Lei nº 9.394) LBD PNE ECA
  • 61. 61Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Principais documentos federais que regem a educação básica no Brasil Constituição da República Federativa do Brasil Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educa- ção Básica Plano Nacional de Educação Estatuto da Criança e do Adolescente Parâmetros Curriculares Nacionais Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional (Lei nº 9.394) LBD PNE ECA BASE NACIONAL COMUM* * EM DESENVOLVIMENTO
  • 62. 62Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Constituição da República Federativa do Brasil A Constituição do Brasil está acima de qualquer outro documento oficial do país e reflete o projeto de nação que a sociedade deseja para si. Suas diretrizes em relação à educação brasileira são fundamentais para compreender os conceitos que a norteiam. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
  • 63. 63Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Constituição da República Federativa do Brasil PRINCIPAIS PONTOS IGUALDADE DIVERSIDADE Boa parte dos artigos da Constituição reforça a preocupação do Estado em con- duzir a Educação rumo à igualdade social, ressaltando o dever do Estado em oferecer Educação de qualidade para todos de for- ma gratuita e garantir o necessário para que todos tenham acesso a ela. Reforça também a garantia de liber- dade na condução da Educação pelos seus atores, indicando respeito ao pluralismo, à diversidade, abraçando a gestão democrática. Fica clara a orientação para uma Educação voltada à vida em sociedade (cidadania), ao mercado de trabalho e ao pleno desenvolvimento do indivíduo. Sem especificar as qualidades dessa plenitude, essa terceira esfera indica a existência de elementos além da cidadania e do trabalho que merecem des- taque no ensino. CIDADANIA PLENO DESENVOL- VIMENTO TRABALHO
  • 64. 64Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES PNE: Plano Nacional de Educação Tanto a Constituição do Brasil, quanto a LDB citam em seus próprios documentos a implementação do Plano Nacional de Educação, que vale por 10 anos. O atual PNE vigora de 2014 a 2024 e estabelece 20 metas a serem alcançadas para a educação neste decênio. Algumas delas se relacionam diretamente com a Educação Básica. http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf
  • 65. 65Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES PNE: Plano Nacional de Educação As metas do PNE relacionadas à Educação Básica ressaltam a importância de três grandes temas: PRINCIPAIS PONTOS a universalização da Educação Básica a implementação da educação em tempo integral a melhoria de sua qualidade
  • 66. 66Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394) Depois da Constituição do Brasil, a LDB é o principal documento oficial sobre a educação no país. Ela trata exclusivamente do tema da educação, definindo suas diretrizes e bases. A LDB é recorrentemente citada em diversos outros documentos oficiais e não oficiais sobre educação no Brasil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
  • 67. 67Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394) IGUALDADE + DIVERSIDADE HABILIDADES BÁSICAS ENSINO FUNDAMENTAL EM 9 ANOS A LDB reafirma o princípio de igualdade de acesso a uma educação de qua- lidade para todos. Reafirma também o respeito à diversidade, ampliando ainda o espectro da diversidade: “parte diversificada” no currículo para atender aos regionalismos, respeito à diversidade étnica, inclusão do en- sino das culturas indígena e afro-brasileira, liberdade de organização dos ciclos escolares. Surge a delimitação de um grupo de habilidades básicas que devem ser apreendidas ao longo do Ensino Fundamental: pleno domínio da leitura, escrita e cálculo, ler contextos e desenvolver a capacidade de aprender. A partir de 2006, o artigo 32 da LDB foi alterado para instituir o Ensino Fundamental em 9 anos. Diversos elementos da LDB refor- çam a orientação para uma Edu- cação voltada à formação para a cidadania (solidariedade, tolerân- cia, respeito, formação de valores, compreensão do sistema político) e ao mercado de trabalho. CIDADANIA TRABALHO PRINCIPAIS PONTOS
  • 68. 68Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394) GRUPO BASE DE CONTEÚDOS COGNIÇÃO + SENSIBILIDADE + CORPO INTEGRAÇÃO GLOBAL E RAIZ NACIONALCIDADANIA Sem entrar em detalhes, a LDB indica de maneira geral um grupo base de conteúdos a serem seguidos na Educação Básica, sem deixar de respeitar a diversidade local. As disciplinas selecionadas indicam uma busca pelo desenvolvimento cognitivo (ma- temática, língua portuguesa, ciências), da sensibilidade (artes e música) e do corpo (educação física). Apontam para uma formação ci- dadã: conhecimento da realidade social e política, dos direitos hu- manos, da diversidade religiosa, educação ambiental. Indicam uma busca pela integra- ção global (língua estrangeira) e pela conexão com raízes nacio- nais (história do Brasil, da cultu- ra indígena e afro-brasileira). PRINCIPAIS PONTOS
  • 69. 69Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica As Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica constituem um amplo documento que discorre sobre todas as etapas da Educação Básica, sendo um dos capítulos exclusivo às Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=15548&Itemid=
  • 70. 70Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica PRINCIPAIS PONTOS IGUALDADE + DIVERSIDADE Os princípios de igualdade e diversidade são reiterados. Igualdade de todos terem acesso à educação de qualidade e diversidade de se atender às diferenças de ordens distintas, desde as regionais às pessoais de cada aluno. As DCNs indicam uma Educa- ção orientada para a cidadania (respeito ao bem comum, valo- rização da democracia, comba- te às desigualdades sociais…), e para o pleno desenvolvimento do indivíduo. As DCNs ressaltam o desenvol- vimento de aspectos cognitivos (racionalidade, habilidades in- telectuais), desenvolvimento da sensibilidade (formas de expres- são, criar cultura, criatividade) e desenvolvimento da autonomia do educando para viver o mundo e atuar sobre ele. CIDADANIA PLENO DESENVOL- VIMENTO autonomia SENSIBI- LIDADE cognição
  • 71. 71Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica DO DOCUMENTO ORIGINAL A educação de qualidade, como um direito fundamental, deve ser antes de tudo relevante, pertinente e equitativa. A relevância reporta-se à promoção de aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências so- ciais e de desenvolvimento pessoal. A pertinência refere-se à possibili- dade de atender às necessidades e às características dos estudantes de diversos contextos sociais e cul- turais e com diferentes capacida- des e interesses. E a equidade, à necessidade de tra- tar de forma diferenciada o que se apresenta como desigual no pon- to de partida, com vistas a obter aprendizagens e desenvolvimento equiparáveis, assegurando a todos a igualdade de direito à educação.
  • 72. 72Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica DO DOCUMENTO ORIGINAL éticos Os sistemas de ensino e as escolas adotarão como norteadores das políticas educativas e das ações pedagógicas os seguintes princípios: De justiça, solidariedade, liberdade e auto- nomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promo- ção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifesta- ções de preconceito e discriminação. De reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; de busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de diversidade de tratamen- to para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes necessidades; de redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. De cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; de enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; de valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente as da cultura brasileira; de construção de identidades plurais e solidárias. políticos Estéticos
  • 73. 73Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica DO DOCUMENTO ORIGINAL O acesso ao conhecimento escolar tem, portanto, dupla função: 1. Desenvolver habilidades intelectuais 2. Criar atitudes e comporta- mentos necessários para a vida em sociedade Garantir as aprendizagens propostas no currículo para que o aluno desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem, ainda, sentir-se como produtor valorizado desses bens. Ao lado disso, a escola é, por excelência, o lugar em que é possível ensinar e cultivar as regras do espaço público que conduzem ao convívio democrático com as diferenças, orientado pelo respeito mútuo e pelo diálogo. É nesse espaço que os alunos têm condições de exerci- tar a crítica e de aprender a assumir responsabilidades em relação ao que é de todos.
  • 74. 74Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica principais pontos ATENÇÃO À EDUCAÇÃO DAS VIVÊNCIAS: O CURRÍCULO OCULTO As DCNs abrem o espectro da educação para além do currículo formal e ressaltam o caráter educativo das relações sociais e vivências que ocorrem no âmbito escolar, bem como o potencial educativo do conhe- cimento que cada aluno carrega dentro de si pela sua história de vida.
  • 75. 75Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica principais pontos CONEXÃO COM O UNIVERSO JUVENIL As DCNs levantam a necessidade de a Educação atender às especificidades do universo juvenil, destacando alguns aspectos próprios dessa faixa etária: começo dos raciocínios abstratos, lingua- gens próprias das culturas juvenis, relação entre imagem e texto, necessidade de pensamento crí- tico contra o apelo ao consumo...
  • 76. 76Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Básica principais pontos DO DOCUMENTO ORIGINAL GRUPO BASE DE CONHECIMENTO Os componentes curriculares obri- gatórios do Ensino Fundamental serão assim organizados em relação às áreas de conhecimento: Sem entrar em detalhes de conteúdos, as PCNs também instituem um currículo básico contendo disciplinas divididas por áreas de conhecimento. I – Linguagens: a) Língua Portuguesa b) Língua materna, para populações indígenas c) Língua Estrangeira moderna d) Arte e) Educação Física II – Matemática III – Ciências da Natureza IV – Ciências Humanas: a) História b) Geografia V – Ensino Religioso
  • 77. 77Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Parâmetros Curriculares Nacionais Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem uma série de documentos que buscam definir com maior detalhamento diversos aspectos de como a Educação deve ser ministrada no Brasil: quais conteúdos devem ser abordados em que séries, de que modo devem ser trabalhados, a que objetivos devem almejar. Elaborados antes da mudança do Ensino Fundamental para 9 anos e ainda não atualizados a essa nova realidade, os PCNs estão estruturados de acordo com a antiga divisão de 8 séries no Ensino Fundamental. Desse modo, o atual Fundamental II se relaciona com os Parâmetros Curriculares Nacionais de 5ª a 8ª Séries. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12657:parametros-curriculares-nacionais-5o-a-8o-series&catid=195&Itemid=164
  • 78. 78Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Parâmetros Curriculares Nacionais Os PCNs de 5ª a 8ª Séries propõem um currículo di- vidido em 8 áreas: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Arte, Educação Física e Língua Estrangeira. Cada área tem conteúdos e objetivos específicos para o ciclo de 5ª e 6ª séries e para o ciclo de 7ª e 8ª séries. Os do- cumentos indicam ainda cri- térios de avaliação e orienta- ções didáticas das áreas para cada ciclo. Além das áreas, os PCNs estabelecem 6 temas trans- versais a serem trabalhados de maneira interdisciplinar: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Plura- lidade Cultural, Trabalho e Consumo. principais pontos
  • 79. 79Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Parâmetros Curriculares Nacionais principais pontos AFETIVIDADE Os objetivos para o Ensino Fundamental apontados pelos PCNs indicam uma educação preocupada com o desenvolvimento que envolve diferentes partes. COGNIÇÃOfísica ÉTICA e CIDADA NIA ESTÉTICA (habilidades intelect uais, raciocínios) (construção de relações positivas entre pessoas) (participação socialepolítica, solidariedade,repúdio àsinjustiças…) (sensibilidadepara criar,expressar-se) (cuidar do corpo, da saúde) AUTONOMIA NA BUSCA POR CONHECIMENTO + PENSAMENTO CRÍTICO CULTURA BRASILEIRA objetivos para o Ensino Fundamental Ressaltam a importância de formar cidadãos capazes de persistir na busca por conhecimento e pensar de forma crítica sobre a realidade de forma autônoma. Os objetivos apontados pelos PCNs remontam também uma busca pela conexão com a cultura brasileira.
  • 80. 80Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente O Estatuto (Lei nº 8.069) delibera sobre diversos assuntos referentes ao tema da Criança e do Adolescente. Entre eles, delibera também sobre as características da educação que deve ministrada a eles. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
  • 81. 81Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente IGUALDADE O Estatuto reafirma o princí- pio de igualdade, o direito de todos terem acesso à educação de qualidade. Ressalta a importância de abrir espaços aos alunos para pode- rem participar da vida escolar: criarem suas entidades estu- dantis, defender seus direitos, poder inclusive contestar crité- rios avaliativos. Abole a concepção de castigos físicos ou tratamento degradan- te como práticas toleráveis de educação, levando os agentes educativos a buscarem melho- res caminhos para lidar com conflitos. PROPORCIONAR A PARTICIPAÇÃO DO ALUNO RESPEITAR O ALUNO principais pontos
  • 82. 82Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Constituição da República Federativa do Brasil Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educa- ção Básica Plano Nacional de Educação Estatuto da Criança e do Adolescente Parâmetros Curriculares Nacionais Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional (Lei nº 9.394) LBD PNE ECA Analisando as relações entre os documentos oficiais, fica clara a existência de algumas di- retrizes que recorrentemente aparecem entre os nortes que devem reger a Educação Básica.
  • 83. 83Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Uma educação preocupada em dar possibilidades iguais a todos e respeitar as diversi- dades existentes. Uma educação voltada à for- mação para a cidadania, à qualificação para o mercado de trabalho e ao desenvol- vimento do que é essencial para se viver de forma plena. Uma educação capaz de trans- formar seus educandos em pessoas com autonomia, pen- samento crítico e habilidades que vão além das cognitivas. IGUALDADE DIVERSIDADE trabalho AUTONOMIA PLENO DESENVOL- VIMENTo DESENVOLVI- MENTO ALÉM DO COGNITIVO cidadania PENSAMENTO CRÍTICO
  • 84. 84Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Cumprimento do currículo da rede municipal ou estadual Preparação para as avaliações somativas Utilização dos livros didáticos As ambições dos documentos para a Educação Básica revelam consonâncias com o que é valorizado nas discussões sobre uma educação para o século 21. Apesar dos grandes objetivos dos documentos oficiais de nível federal, a realidade do cotidiano das escolas se revela orientada por elementos mais específicos e pragmáticos ao corpo docente:
  • 85. 85Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES AVALIAÇÕES SOMATIVAS DOCUMENTOS FEDERAIS SOBRE EDUCAÇÃO BÁSICA LIVROS DIDÁTICOSCURRÍCULO DA REDE O resultado da escola nas provas somativas determina a posição dela nos índices e rankings oficiais. Des- sa forma, aumenta na escola o peso dos con- teúdos relacionados às avaliações. Algumas redes ainda contam com diretorias regionais que fiscalizam periodicamente o corpo docente para verificar o cumprimento do currículo.
  • 86. 86Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES O professor em geral se declara sob a cons- tante pressão de “dar conta do currículo” dentro do ano letivo, devido aos currículos extensos e a indisciplina em sala de aula. Desse modo, não costuma conseguir ir além da simples transmissão de conteúdos, produzindo uma educação conteudista com pouca relação com a vida do adolescente, com os desafios do século 21.
  • 87. 87Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES o jogo da vida (do professor) CURRÍCULO EXTENSO MENOS TEMPO PARA PLANEJAR A RELAÇÃO DOS CONTEÚDOS COM A VIDA FALTA DE RELAÇÃO DOS CONTEÚDOS COM A VIDA MAIS TEMPO PARA ACALMAR A SALA INSATIS- FAÇÃO DOS ALUNOS E INDIS- CIPLINA MENOS TEMPO PARA DAR OS CONTEÚ- DOS volta para o início do ciclo1 2 5 3 4 67 Ciclo que reforça uma educação conteudista vamos nessa!!!
  • 88. 88Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Quanto menos contextualiza- das são as avaliações forma- tivas e somativas, mais elas contribuem para o caráter conteudista da educação, re- montando à educação “teach to test” (ou ensinar para as provas, em tradução livre) que vigorava como tendência educacional nos anos 2000.
  • 89. 89Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES O currículo deve também refletir a busca daquela nação por superar seus desafios. No Brasil, hoje, os grandes desafios podem ser atribuídos a: Equidade Adaptar as regras às especificidades dos casos para deixá-la mais justa Qualidade Apreensão e mobilização prática mínima dos conteúdos de português e matemática Contemporaneidade Conexão com adolescente e aderência aos paradoxos atuais Conclusão Escolar Redução da evasão e diminuição do desvio de série Aprendizagem Integral Ter uma visão holística do aluno, propondo uma educação não só em tempo integral, mas considerando a integralidade dos estudantes “Temos o direito de reivindicar a igualdade sempre que a diferença nos inferioriza. Temos o direito de reivindicar a diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza.” --- Boaventura Souza Santos sociólogo português
  • 90. 90Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Mas afinal, o que todos os alunos brasileiros precisam e têm o direito de aprender? Embora haja tantos documentos apontan- do para o que deveria ser ensinado no en- sino básico, não há uma orientação direta sobre o que o profes- sor deva ensinar ou o aluno aprender. Há um reconheci- mento de que o país deu bons passos em relação a políticas mais uniformizado- ras, mas, enquanto os PCN se consolidam mais como sugestões, as diretrizes falham em não encontrar nas redes de ensino gru- pos aptos a adaptá-los às realidades locais.
  • 91. 91Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 5 → LEIS E DIRETRIZES Uma pesquisa realizada pela pelo Cenpec analisou como cada estado brasileiro estru- tura o que irá ensinar aos alunos nos anos finais do ensino fundamental e verificou que há uma enorme heterogeneidade na compo- sição dos documentos (dos que detalham os conteúdos aos que falam sobre formação e avaliação), além de uma polissemia nos ter- mos* que nomeiam os documentos. Outro ponto ressaltado pela pesquisa do Cenpec é que a grande maioria dos Estados têm documentos curriculares desenhados há menos de 5 anos** ou em processo de ela- boração e que nesta onda de renovação há uma tendência à especificação dos conteú- dos em matrizes. Surge aí um apontamento de que a natureza destas estruturações revela desigualdades técnicas entre as Secretarias Estaduais de Educação e que o tamanho das redes e a par- ticipação dos professores possuem relevante influência na elaboração e adoção das orientações. * De acordo com Alice Ribeiro, diretora executiva do Movimento Pela Base Nacional, o grupo já está articulando junto a Unesco um glossário de terminologias. ** A pesquisa realizou além do levantamento dos documentos em cada estado entrevistas com as autoridades responsáveis pelas elaborações e confirmou que as mudanças não foram realizadas visando adequação às regionalidades dos territórios - contra- riando a hipótese inicial.
  • 92. 92Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 ABaseNacional Comum Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM CAPÍTULO 6 pag92 << VOLTAR PARA O ÍNDICE
  • 93. 93Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Neste contexto surge a Base Nacional Comum, que é o esforço governamental (que conta com apoio de instituições privadas como Fundação Lemann e Todos Pela Educação) para definir um currículo comum a todas as escolas do Brasil e pautar os direitos de aprendizagem dos estudantes, assim sendo uma medida que visa sobretudo a igualdade no ensino. A Base Nacional Comum colabora para a meta 7 do Plano Nacional de Educação (PNE): fomentar a qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e da aprendizagem. A lei determina que até junho de 2016 ela seja encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Durante o Seminário Internacional Base Nacional Comum em Brasília no mês de julho de 2015 o Ministro da Educação Renato Janine Ribeiro sinalizou o desejo de concluir a tarefa nos próximos 10 meses. Etimologia da palavra base: Basis, do grego, significa andar pra frente com pés no chão de maneira sólida.
  • 94. 94Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Dentro do governo, o Ministério da Educação (MEC) convocou pesquisadores, formadores de professores e representantes de associações como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e a Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) para conceber esta Base Nacional Comum dos currículos. Hoje a equipe conta com 166 pessoas, divididas em comissões. Desta comissão fazem parte também representantes dos 27 Estados e de muitas universidades, garantindo pluralidade na composição das equipes. O MEC deixa claro que está aberto ao diálogo e a propostas de Institutos, família, escolas, redes e sociedade civil como um todo e há uma previsão para que o documento vá a consulta pública. Estamos em uma etapa inicial do processo. De acordo a Pesquisa Conselho de Classe (Ibope e Fundação Lemann, 2014), a Pesquisa Consensos e Dissensos (Cenpec e Fundação Lemann, 2014) e consulta a gestores do Fórum Nacional da Undime, 2014, professores e gestores acreditam que uma base facilitará seu trabalho.
  • 95. 95Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM A decisão de fazer uma Base Nacional Comum pressu- põe um alinhamento em todo o sistema educacional no qual o currículo será a espinha dorsal. Tal oportunidade trará incentivo para criação de outras políticas públicas como formação e carreira docentes, condições de trabalho e de aprendizagem e infraestrutura; bem como a obrigatoriedade de reestruturação de avaliação e elaboração de material didático. Sabendo-se o que se vai ensinar, torna-se mais fácil definir o que se necessita para fazê-lo. “Se há uma base comum, é possível determinar seja no sertão ou na cidade, a estrutura para garantir que os alunos aprendam” --- Maria do Pilar Lacerda diretora da Fundação SM Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014
  • 96. 96Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM De modo geral, as reflexões da Base se orientam pe- las tendências mundiais de ensino e de composição de currículo, assim outros desafios comuns são: carga horária ênfase em determinadas disciplinas políticas de monitora- mento (geralmente português e matemática) possibilidade de ensinar o conteúdo em determinado tempo promoção do uso do currículo nas escolas pelos gestores
  • 97. 97Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Algumas premissas que foram consolidadas ao longo dos debates para a BNC. currículo: “Um bom currículo tem uma linguagem clara e objetiva, fala diretamente com o professor e respeita a experiência que ele traz” “Quando os professores dão contribuição, as chances de implementação aumentam. Afinal, o documento não está acabado quando é entregue pela secretaria pela secretaria e o educador não vai implementar sem realizar nenhuma modificação. Ele reconstrói o currículo de acordo com sua formação, suas convicções e as condições oferecidas pela escola.” “Queremos uma Base Comum que seja base e espaço de abertura: como fazer isso de forma que incentive a indagação dos jovens? Como se reintroduzir o prazer do conhecer e introduzir a duvida? Quando a escola passa a ser um espaço de tédio, alguma coisa muito errada está acontecendo na educação. Se não insistirmos na provisoriedade do conhecimento vamos fazer grandes erros.“ --- Paula Louzano pesquisadora Respeitará os PCNs recém aprovados Dialogará com a educação infantil Deverá levar em conta as iniciativas recentes dos Estados em construir documentos curriculares Não determinará toda a grade escolar, deixando espaço para Estados e Municípios contemplarem suas peculiaridades e, por fim, para que as escolas possam determinar seus PPP (60% de conteúdos obrigatórios, 40% de conteúdos livres) Deverá ter linguagem clara e acessível Será validado pelos professores Não deverá intervir na metodologia de ensino nem em projetos, atividades e sequências didáticas desenvolvidos em sala (seguirão a cargo dos educadores) --- Elba Siqueira de Sá Barreto professora da USP --- Renato Janine Ribeiro Ministro da Educação
  • 98. 98Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Desta forma, alguns dos inúmeros desafios para esta nova etapa da educação básica são...
  • 99. 99Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM 1. Articulação de conteúdos Sem perder o foco nas particularidades das disciplinas; Concretizando a intenção já expressa em 50% das Redes Estaduais de interdisciplinarização das disciplinas no Ensino Fundamental 2. Via planejamento nas escolas, utili- zando o horário de trabalho pedagógico coletivo (htpc); Superando no ensi- no docente a cultura da fragmentação do conhecimento; desafios para esta nova etapa da educação básica Fonte: Pesquisa Cenpec
  • 100. 100Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM 2. Autonomia Docente e Formação Dispondo de formação continuada orientada para o currículo; Considerando o Currículo Real que se dá em sala de aula por meio da prática de cada professor e que vai além de aspectos técnicos; desafios para esta nova etapa da educação básica Considerando a formação para o domínio da matéria e para a prática pedagógica (uma vez que grande parte dos professores do anos finais do Ensino Fundamental 2 possuem formação específica na área de ensino e licenciatura, contrapondo-se à formação dos professores do primeiro ciclo, frequentemente pedagogos). “Não adianta dizer o que e como ensinar nas escolas se os professores não estiverem adequadamente preparados. Por isso, faremos a formação deles articulada com a base” “A discussão sobre documentos ofi- ciais, a análise de materiais curricula- res e o planejamento de sequências de atividades com base nos objetivos de aprendizagem são tarefas essenciais na formação docente” “Não basta elaborar um bom currículo. É preciso torná-lo vivo. E o primeiro passo para isso é dar ao professor o sentimento de coautoria” --- Maria Beatriz mec Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014. --- célia carolino docente da PUC-SP Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014. --- Ana Selva secretária executiva de Desenvolvimento de Educação da Secretaria de Educação do Estado e Pernambuco
  • 101. 101Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM 3. Avaliação Atentar para as avaliações externas como determinantes do ensino em sala de aula, colocando em segundo plano a importância do que é medido de forma mais subjetiva e que tende a ser muito desenvolvido no Currículo Oculto (e que vai muito além dos conhecimentos somente em português e matemática, hoje avaliados nacionalmente); Não secundarizar a relevância dos Projetos Políticos Pedagógi- cos, que representam a autono- mia e iniciativa do grupo gestor em cada escola e garantem um processo curricular pleno; Empoderar os grupos escolares para que não se restrinjam a esta visão/ determinação. desafios para esta nova etapa da educação básica “As avaliações externas surgiram antes de um currículo robusto e, como possuem indicadores sobre o que esperam que os alunos apresentem nas provas, viraram um norteador para a prática docente” “Em muitas redes, principalmente naquelas em piores condições, o material didático pauta o currículo, e não o inverso” --- Denis Mizne diretor executivo da Fundação Lemann Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014. --- Paula Louzano pesquisadora Publicado em NOVA ESCOLA Edição 275, SETEMBRO 2014. Em pesquisa realizada pelo Cenpec sobre os documentos que regem os currículos estaduais, somente 2 Estados não citam as avaliações externas como instrumentos para melhora e balizar o ensino.
  • 102. 102Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM 4. Diversidade Considerar a diferença como algo a ser problematizado e debatido para que haja transformações; desafios para esta nova etapa da educação básica De acordo com os estudos do Cenpec hoje a questão está contemplada nos documentos curriculares dos Estado de formas diversas (tema transversal, conteúdo alocado em uma disciplina, disciplina única), é de responsabilidade das Escolas (não sendo abraçada de forma universal e enfática por todo o sistema) e é prevalente em comunidades indígenas e quilombolas. Não aglutinar a diversidade em um grupo único, apagan- do as subjetividades; Considerar a diversidade e a diferença como temas pertinentes a todos os grupos. “Para o negro e o índio serem respeitados e melhor conhecidos, sua cultura deve ser trabalhada em todas as escolas. Temas como homofobia e defesa dos direitos das mulheres também precisam ser debatidos por todos.” --- Elba Siqueira de Sá Barreto professora da USP e consultora Fonte: Pesquisa Cenpec
  • 103. 103Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM 5. Regionalidades X Centralização Atentar para a prevalência da base sobre os conteúdos de pertinência local, que hoje já ocorre por: desafios para esta nova etapa da educação básica 1. Termos materiais didáticos de abrangência nacional; 2. Ser uma tendência nos anos finais do Ensino Fundamental que os Estados sigam os documentos que pautam políticas centrais como os PCN e as Diretrizes Curriculares Nacionais em detrimento ao aprofundamento da parte diversificada do currículo. “Para o negro e o índio serem respeitados e melhor conhecidos, sua cultura deve ser trabalhada em todas as escolas. Temas como homofobia e defesa dos direitos das mulheres também precisam ser debatidos por todos.” --- Elba Siqueira de Sá Barreto professora da USP e consultora Fonte: Pesquisa Cenpec
  • 104. 104Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Estes desafios (Diversidade e Regionalidades X Centralização) têm impacto na disposição para o desenvolvimento da parte flexível do currículo, onde há maior liberdade para o desenvolvimento de habilidades e competências pertinentes aos grupos específicos (turma, escola, comunidade, rede, município, estado) e a cada um dos sujeitos. “Conhecimentos básicos são comuns: ler e escrever, saber interpretar textos diferenciados, tomar ciência dos espaços de vida, dos hábitos, por exemplo. Mas currículos precisam ter espaços de flexibilidade” --- Bernadete Gatti Professora Dra. da USP e PUC-SP.
  • 105. 105Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM 6. Conexão geracional: um currículo vibrante Embora pouco apontado e discutido, talvez pelo momento no qual o debate esteja, o quanto o currículo despertará o interesse dos estudantes se faz imprescindível. O próprio excesso de conteúdos e disciplinas, que não se conectam, podem ser algo que consolidem o desinteresse dos jovens. Enquanto o debate está focado em pensar qual o essencial e qual a relevância de cada conteúdo e disciplina, estamos secundarizando a importância das habilidades e dos valores implicados e desejados em cada aprendizagem. Ao refletirmos sobre o interesse geracional, nos voltamos a considerar o contemporâneo, que é o que tem possibilidade de realizar conexão com qualquer estudante, independente de qual disciplina lhe interesse mais; afinal, a atualidade dirá sobre algo vivencial, pertinente ao adolescente. Dentro da estrutura curricular, a parte flexível é a que mais pode dar conta de cumprir com esse desafio, dando espaço para o jovem. Logo voltamos a enfatizar a relevância da parte diversificada e flexível do currículo, onde talvez haja especial possibilidade de serem trabalhadas as habilidades socioemocionais, que serão sem dúvida mobilizadas pelos alunos ao longo da sua vida. desafios para esta nova etapa da educação básica A provocação é: como escutar os alunos? Como dar espaço para o adolescente em todo o currículo e não somente na parte flexível? “A parte diversificada é o que falará sobre o que o jovem pode aprender. Aqui está o espaço do jovem! Eu pergunto: como dar espaço pro jovem em todo o currículo?” “Queremos uma Base Comum que seja base e es- paço de abertura: como fazer isso de forma que incentive a indagação dos jovens? Como se rein- troduzir o prazer do conhecer e introduzir a duvida? Quando a escola passa a ser um espaço de tédio, alguma coisa muito errada está acontecendo na educação. Se não insistirmos na provisoriedade do conhecimento vamos fazer grandes erros.“ --- Gisela Tartuce Fundação Carlos Chagas no Seminário Internacional Base Nacional Comum --- Renato Janine Ribeiro Ministro da Educação em evento da Base Nacional Comum, Julho de 2015
  • 106. 106Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM qual o grande propósito do documento? Por fim, um questionamento: Os Estados Unidos definem o objetivo da sua Base Nacional Comum como formar jovens para seu percurso após a escola - na Universidade ou no mercado de trabalho. O Reino Unido quer que seus cidadãos sejam democráticos. Este consenso é essencial, pois dará o tom de todas as decisões realizadas. E o Brasil, o que deseja para o futuro? E o que cada Rede deseja para seus alunos? Mais informações sobre a Base Nacional Comum, acesse: http://basenacionalcomum.org.br
  • 107. 107Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Existem três tipos principais de currículo: Currículo Formal, Currículo Real e Currículo Oculto. E eles estão ocorrendo concomitantemente em todas as escolas, sem segmentação. Estabelecido pelos sistemas de ensino, expresso em diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplina de estudo; encontrado nas leis, nos parâmetros e diretrizes curriculares. Acontece dentro da sala de aula com professores e alunos a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino; sendo um conjunto de experiências, de tarefas, de atividades, que geram ou que se supõe aprendizagem. Usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores, representando tudo o que os alunos aprendem diariamente em meio às várias práticas, atitudes, comportamentos, gestos, percepções, que vigoram no meio social e escolar; sendo oculto por que não aparece no planejamento do professor. O currículo oculto está oculto das praticas escolares e tem uma dimensão sócio-política inegável que se relaciona com as funções de socialização que a escola tem dentro da sociedade, porem, quando todos esses valores fazem parte do currículo explícito da educação social e moral, não mais caberá dizer que são propriamente componentes de sua dimensão oculta. As obrigações que o currículo oculto impõe aos alunos são tão importantes, ou mais para eles, para sua sobrevivência e sucesso na escola, do que as do programa oficial ou explicito. Currículo Formal currículo Real Currículo Oculto
  • 108. 108Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Currículo não é apenas conteúdo, mas todas as ações que se realizam na escola. Tem a ver com postura, ações, intenções. Um exemplo: hoje a sociedade fala muito em ética, então como fica a escola em relação a isso?, Se pensarmos que currículo é conteúdo, jogaríamos mais um conteúdo, a disciplina de ética, mas se pensarmos que currículo também é postura, é a escola tendo uma postura ética que ela vai ensinar ética a seus alunos. Do latim, curriculum, significa caminho, trajeto, percurso, pista ou circui- to atlético. Segundo Goodson (1995:7), o termo curriculum é derivado da palavra latina currere, que significa correr, curso ou carro de corrida. Pode também estar se referindo à “ordem como sequência” e à “ordem como es- trutura”. Nesta última acepção, remonta ao conjunto de práticas educativas difundidas no século XVI, em universidades, colégios e escolas, a partir do Modus et Ordo Parisienses. Modus designava a combinação e a subdivisão das escolas em classes, com a retenção da instrução individualizada, isto é, aluno – por – aluno e Ordo (ordem) com dois significados: sequência (ordem de eventos) e coerência (sociedade ‘ordenada’). “Não existe ‘o’ currículo certo, ‘o’ currículo melhor, o que exis- te é um currículo que atende melhor a um determinado fim, não dá pra pensar em currículo sem ter claro a que objetivos ele serve. Currículo é um meio, não é o fim.” (HAMILTON, 1992) --- professor Paulo Dias no vídeo Planejamento: Currículo e Organização da prática pedagógica
  • 109. 109Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM Os últimos 10 anos têm sido marcados mundialmente por esta repactuação de direitos e deveres: o que cada indivíduo deve ter a oportunidade de saber para que possa ter qualidade de vida e contribuir para a economia.
  • 110. 110Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM tendências anos 2000 Currículo = O que os alunos deveriam saber Muitas normas/tópicos/conteúdos Normas excessivamente detalhadas/aprofundadas Muito tempo para o ensino de todo o proposto Foco dos professores em “cobrir” o conteúdo Avaliação de poucos conteúdos (randômico) Questões de múltipla escolha “Teach to test” Ausência de tempo para exploração colaborativa A metodologia Understanding by Design, aplicada nas Innova Schools no Peru, conta com a seleção do que chamam de “Power Standards”, que são aqueles conteúdos e disciplinas indispensáveis e prioritários (não negociáveis). Os critérios para seleção destes “Power Stantads” devem ser: Definidos por série (avaliação por bimestre) Transdisciplinares: servem para outras aprendizagens Duradores: ao longo da trajetória escolar serão mobilizados (ler um texto, por exemplo) Base ou estrutura para estudos mais avançados/outros estudos FONTE: https://www.innovaschools.edu.pe
  • 111. 111Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM tendências anos 2010 Currículo = O que os alunos deveriam ser capazes de fazer com o conteúdo aprendido Lista curta de conteúdos essenciais por área “Power Standards” Normas focadas em conteúdos de “real world relevance” Normas devem promover a interdisciplinaridade Incorporar ao currículo áreas de estudo transdisciplinares (projetos) para mobilizar e desenvolver habilidades cognitivas e socioemocionais também desenvolvidas e apreendidas nas disciplinas tradicionais (currículo integrado e flexível) “Teach to learn more” Seja norteador do percurso de aprendizado do aluno Seja estruturado por blocos temáticos e direcionado por competências Direcione os professores Tenha tempo e espaço para a personalização da trajetória escolar do aluno Tenha espaço para o protagonismo do aluno (Projeto de Vida) Não retire a autonomia do professor Não tenha a pretensão de encerrar o aprendizado (“o aprendizado não termina”) Não seja de todo conteudista, dê ênfase para a formação de valores e atitudes Mescla de avaliações somativas e formativas
  • 112. 112Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM tendências anos 2010 A pesquisa “Desenhos curriculares internacionais: cinco experiências para reflexões sobre o sistema educacional brasileiro”, do pesquisador Maximiliano Moder (consultor de assuntos educacionais da Unesco) é baseada no estudo dos currículos da Coreia do Sul, Austrália, Chile, Colômbia e África do Sul (países que possuem bom desempenho em avaliações internacionais ou possuem similaridades com o Brasil) e aponta convergência com as tendências atuais. Em relação a quais são as competências que ajudam a desenhar o currículo, e que podem servir como referência para o Brasil, o apontamento é que boa parte preza por: comunicação linguística alfabetização numérica tecnologia da informação e competência digital habilidades pessoais e sociais compreensão intercultural capacidade de aprender a aprender pensamento crítico “A ideia dos currículos focados nas competências é, de um lado, adaptá-los às demandas da sociedade e, de outro, responder às ne- cessidades dos alunos, que estão em pleno desenvolvimento. Nesse tipo de currículo, os ordenamentos e as orientações para a aquisição e aplicação de conhecimentos, habilidades e atitudes são pautados por situações cotidianas” --- Maximiliano Moder consultor de assuntos educacionais da Unesco
  • 113. 113Relatório de Currículo e Práticas Pedagógicas | Desk research + entrevistas + grupo de trabalho | Agosto / 2015 Capítulo 6 → A BASE NACIONAL COMUM COMO OUTROS PAÍSES estão DISCU- TInDO CURRÍCULO, EXPERIÊNCIAS e APRENDIZADOS?