SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
A sociedade moderna e a mulher
A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) de 1996
concentrou a atenção mundial na saúde e direitos reprodutivos e sexuais, bem como em
questões relacionadas com a desigualdade entre os sexos, e incentivou esforços
generalizados para aplicar as suas recomendações. A IV Conferência Mundial sobre a
Mulher, de 1995, dera um novo impulso a esse processo, que continua a ganhar ímpeto
em todo o mundo.
Desde as conferências de Pequim e do Cairo, os países empreenderam uma ampla série
de medidas que visam a aplicar a perspectiva da CIPD. Os relatórios de escritórios do
Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) no terreno citam numerosas
revisões de políticas de população e de desenvolvimento e mudanças institucionais com
elas relacionadas: reformas das leis e da constituição para melhor proteger os direitos
das mulheres e para promover a igualdade entre os sexos; e esforços tendentes a reforçar
e reorganizar os serviços de saúde, com vista a reduzir a mortalidade materna e tentar
resolver um conjunto global de problemas de saúde reprodutiva.
Embora muitos países em desenvolvimento tenham feito progressos importantes quanto
à aplicação do programa de ação da CIPD, em muitos outros a escassez de fundos e de
pessoal diplomado está a impedir esforços susceptíveis de melhorar o planeamento
familiar e os programas de saúde reprodutiva.
Políticas de população
Muitos países, onde já existiam políticas de população antes da conferência do Cairo,
modificaram-nas, para abrangerem a perspectiva da CIPD; este grupo inclui países tão
diferentes como a Indonésia, a Jamaica, o Quênia, o Lesoto, as Ilhas Marshall, a
Mongólia, Santa Lúcia e Zâmbia.
Diversos governos que não tinham qualquer política de população formal em 1994
formularam, desde então, políticas globais que traduziam os acordos do Cairo ou estão
em vias de o fazer; incluem a África do Sul, Botsuana, Cambodja, República
Democrática do Laos, Malásia, Mongólia, Nicarágua, Namíbia, Síria, Uganda e
Zimbábue.
O Brasil criou uma Comissão Nacional sobre População e Desenvolvimento, a primeira
da América Latina. Foram também criadas comissões ou departamentos de população
dentro de ministérios-chave na Argélia, Belize, Paraguai e Tadjiquistão, entre outros.
Gana revitalizou o seu Conselho da População. A Jordânia ampliou sua Comissão
Nacional de População, de modo a incluir representantes de organizações não-
governamentais (ONGs) e instituições acadêmicas.
Em alguns países, as questões de saúde reprodutiva e planejamento familiar, que outrora
eram consideradas demasiado sensíveis para serem discutidas publicamente, fazem
agora parte do discurso político. Durante a campanha eleitoral na República
Dominicana, por exemplo, os dois principais partidos políticos incluíram, pela primeira
vez, a política de população nas suas plataformas; ambas citavam o programa de ação
da CIPD.
Saúde reprodutiva e planejamento familiar
Depois da CIPD, muitos países organizaram sessões de trabalho e seminários sobre o
novo conceito da saúde reprodutiva e como pô-lo em prática, destinados aos
responsáveis pelo planejamento e aos profissionais de saúde. Vários países introduziram
mudanças institucionais, a fim de reforçar e reorientar as suas políticas e programas de
cuidados de saúde e planejamento familiar. O México, por exemplo, criou uma Direção-
Geral de Saúde Reprodutiva, a partir de duas Direções-Gerais anteriores - a dos
Cuidados Materno-Infantis e a do Planejamento Familiar. O Ministério da Saúde das
Filipinas estabeleceu um Grupo de Trabalho sobre Saúde Reprodutiva das Mulheres. El
Salvador tem um Departamento de Saúde Reprodutiva dentro do Ministério da Saúde
Pública. No Panamá, o Ministério da Saúde criou uma Comissão Nacional sobre Saúde
Sexual e Reprodutiva.
Estão ainda mais generalizadas as várias medidas tendentes a melhorar o acesso aos
serviços de saúde reprodutiva, a melhorar a sua qualidade e a alargar o seu âmbito. O
planejamento familiar está a ser cada vez mais integrado noutras questões de saúde
reprodutiva. Este processo aumentou a consciência pública acerca das vastas
necessidades não-satisfeitas das mulheres, especialmente as dos grupos mais pobres e
marginalizados.
A fim de melhorar a qualidade dos serviços de saúde reprodutiva e de planejamento
familiar, muitos países em desenvolvimento começaram a dar formação a prestadores de
cuidados de saúde sobre comunicação interpessoal e aconselhamento, para reforçar a
infra-estrutura de saúde e desenvolver protocolos médicos. A Índia começou a formar
profissionais de saúde, nos centros de saúde primária de vários estados. O Irã
desenvolveu o seu Programa de Voluntários sobre Saúde da Mulher, utilizando cerca de
dezoito mil voluntários para prestar informação e serviços de saúde reprodutiva e
planejamento familiar, em bairros degradados de centros urbanos; também criou quinze
novos Centros Rurais de Formação de Parteiras, em nove províncias.
O novo Quadro de Saúde do Quênia visa a integrar o planejamento familiar noutros
serviços de saúde reprodutiva, incluindo o controle de doenças sexualmente
transmitidas (DSTs), inclusive a AIDS; a detecção precoce de câncer dos órgãos
reprodutores e o aconselhamento sobre sexualidade. Isto destina-se a evitar duplicações,
a tornar os serviços mais cômodos e acessíveis - especialmente em comunidades
deficientemente servidas - e melhorar a relação custo/benefício. A Tailândia e as
Filipinas estão também a tomar medidas para integrar os serviços de saúde reprodutiva e
os tornar mais acessíveis.
O Ministério da Saúde de Gana criou uma Política e Normas Nacionais sobre
Reprodução, baseadas nas definições da CIPD, a fim de melhorar a prestação de
serviços de saúde reprodutiva, especialmente às comunidades das zonas periféricas. O
Mali reviu também as suas normas sobre serviços, de acordo com o programa de ação
da CIPD.
Os compromissos do Cairo estão igualmente refletidos no novo programa de saúde para
as mulheres, do Chile, o qual tem uma concepção holística das questões relacionadas
com a saúde sexual e reprodutiva, abrangendo todo o ciclo de vida das mulheres.
Muitos países estão, como a Índia, a abandonar alvos demográficos assentes em
definições restritivas, em favor de uma visão mais ampla, que visa a satisfazer as
necessidades individuais de informação e serviços de saúde reprodutiva.
Em alguns países, a concepção da CIPD serve de base a novas leis e mecanismos
administrativos relacionados com a saúde e direitos sexuais e reprodutivos. Na
Argentina, a legislação em preparação criaria um programa nacional para fornecer às
mulheres com baixos rendimentos informação sobre saúde reprodutiva, aconselhamento
e anticoncepcionais aprovados pelo governo. O novo seguro materno-infantil da Bolívia
dá às mulheres o acesso gratuito à assistência pré-natal, à assistência no parto e no pós-
parto, incluindo planejamento familiar e exames preventivos; segundo foi comunicado,
o recurso aos serviços de saúde materno-infantil aumentou 20% no primeiro mês do
programa.
A redução da mortalidade materna, uma meta fundamental da CIPD, é o objeto
principal dos esforços no campo da saúde reprodutiva e de campanhas especiais levadas
a cabo em vários países, entre os quais podemos citar Bolívia, Guatemala, Haiti,
Indonésia, República Democrática do Laos, República Dominicana e Paraguai. A
conferência do Cairo reconheceu que o aborto praticado em condições de risco é uma
das principais causas de mortalidade materna; a África do Sul e a Guiana aprovaram,
posteriormente, leis que estabelecerem um enquadramento regulamentar para o aborto
seguro. Está a ser analisado no Cambodja um projeto de lei sobre o aborto. Outros
países, como a Bolívia, incluem agora nos seus programas de saúde reprodutiva a gestão
das complicações do aborto praticado em condições de risco.
Melhorar a qualidade dos serviços de planejamento familiar é a principal meta de
muitos países. O Brasil inclui agora nas dotações orçamentais federais uma gama
completa de métodos anticoncepcionais, ampliando assim as escolhas a que os clientes
podem ter acesso. Nas Bahamas, o primeiro projeto de planejamento familiar
sancionado oficialmente proporciona aos adolescentes aconselhamento sobre
planejamento familiar.
A expansão dos serviços de planejamento familiar tem sido uma prioridade especial,
nos países deficientemente servidos da Europa do leste e da ex-União Soviética. A
Ucrânia criou recentemente o seu primeiro programa de planejamento familiar. O
Casaquistão tem agora clínicas de planejamento familiar em todas as cidades; em três
anos, houve uma redução de 20% dos abortos e a utilização de anticoncepcionais
aumentou 28%. Há indicação de que as atividades de planejamento familiar foram
reforçadas no Tadjiquistão e na Polônia.
Adolescentes
Desde 1994, muitos governos tomaram iniciativas com vista a satisfazer as necessidades
dos adolescentes no campo da saúde reprodutiva e sexual, muitas vezes em colaboração
com ONGs. Em alguns países - Papua-Nova Guiné, por exemplo - o governo está, pela
primeira vez, a tentar resolver os problemas de sexualidade dos adolescentes, motivado
em parte pelas taxas crescentes de DSTs, incluindo a AIDS, entre os jovens. O
Ministério da Saúde do Sri Lanka instituiu um Comitê Diretor para a Saúde dos
Adolescentes.
Diversos governos, em especial na América Latina, estão a promover a educação sobre
saúde reprodutiva e planejamento familiar, numa tentativa de reduzir o número de casos
de gravidez entre adolescentes. O apoio institucional a esses programas aumentou,
recentemente, em Cuba e na Colômbia, por exemplo. Cuba está também a utilizar os
meios de comunicação de massas para informar os jovens acerca do comportamento
sexual responsável e do uso de preservativos. No Equador, o Ministério da Saúde
Pública concebeu um plano para fornecer às adolescentes grávidas informação,
aconselhamento e serviços de saúde de qualidade.
Em El Salvador, o Secretariado Nacional da Família esforça-se por impedir a gravidez
de adolescentes, as DSTs e a AIDS, promovendo um comportamento saudável e
responsável e proporcionando aconselhamento e serviços. O Ministério da Família da
Venezuela lançou um plano nacional sem precedentes para a prevenção da gravidez
precoce, do qual participam tanto o governo como as ONGs. Na República Dominicana,
três centros regionais de saúde para adolescentes proporcionam aconselhamento e
serviços no campo da saúde sexual e reprodutiva, do planeamento familiar e da
paternidade responsável; foi a primeira vez que o governo tentou resolver problemas de
saúde de adolescentes.
Organizações não-governamentais
Como a conferência do Cairo reconheceu, as ONGs têm um papel essencial a
desempenhar, tanto na promoção da saúde reprodutiva como na prestação de serviços.
Os governos e as ONGs estreitaram a sua colaboração de várias maneiras, desde a
CIPD; um exemplo desta evolução é a criação, em Bangladesh, de um grupo consultivo
de ONGs, para trabalhar com o governo, na aplicação do programa de ação da CIPD.
Do mesmo modo, em Honduras, formou-se uma rede de dezessete ONGs para
promover as recomendações da CIPD.
É habitual as ONGs que prestam serviços assegurarem padrões de qualidade de
cuidados superiores aos do setor público. Tradicionalmente, têm mostrado uma maior
flexibilidade, no que se refere a alcançar setores marginalizados da população e a
abordar questões sensíveis ou controversas. Por conseguinte, os governos pediram às
ONGs que ajudassem a prestar serviços, especialmente aos pobres das zonas rurais e
urbanas, aos adolescentes e mulheres vítimas de maus-tratos; a testar novas concepções
que pudessem ser utilizadas por programas públicos mais alargados; e a apoiar a
formação do pessoal dos serviços do governo.
Nas Maldivas, uma ONG nacional criou, em 1995, a primeira clínica de planejamento
familiar do país. No Irã, após a CIPD, as ONGs tornaram-se mais ativas, no que diz
respeito à prestação de serviços de saúde reprodutiva e planejamento familiar. Nas
Filipinas, duas ONGs de mulheres abriram clínicas-modelos que têm uma visão sensível
às disparidades entre os sexos do planejamento familiar, da infecundidade, da saúde de
adolescentes e da violência contra as mulheres. Na Índia, uma ONG assegura o rastreio
sistemático e os testes de diagnóstico do câncer de mama e do colo do útero. No
Cambodja, ONGs locais de mulheres abriram os primeiros abrigos do país para
mulheres vítimas de maus-tratos.
Em Barbados e Granada, as ONGs tomaram iniciativas no sentido de ajudar jovens a
adquirir as aptidões necessárias para serem auto-suficientes, ao mesmo tempo que os
ajudam por meio de aconselhamento. Na África do Sul, a Associação de Planejamento
Familiar trabalha com jovens socialmente deslocados, que são particularmente
vulneráveis aos riscos no campo da saúde sexual. Em muitos outros países, as ONGs
estão a formar grupos de adolescentes em técnicas de aconselhamento, a fim de
promover o comportamento sexual e reprodutivo responsável.
Direitos humanos
Algumas das iniciativas mais importantes depois da CIPD implicam os reforços das leis,
políticas e mecanismos nacionais que promovem os direitos humanos - especialmente
os direitos à saúde reprodutiva e sexual, à igualdade entre os sexos e à libertação da
violência sexual.
A nova constituição da África do Sul proíbe explicitamente a discriminação com base
na identidade sexual, no sexo, na gravidez, no estado civil ou orientação sexual, entre
outros. Também reconhece que todas as pessoas têm o direito de tomar decisões sobre
reprodução e ter acesso a cuidados de saúde reprodutiva. O Chile está a encarar a
possibilidade de uma reforma da constituição que estabeleça a igualdade entre os
homens e as mulheres, ao nível da lei.
O governo do Sri Lanka aprovou recentemente uma Carta das Mulheres, que reconhece,
entre outras coisas, o seu direito a controlar a sua vida reprodutiva. Na Colômbia, a lei
que cria um novo sistema de segurança social reconhece os direitos das mulheres à
saúde sexual e reprodutiva. No Panamá, um decreto presidencial proíbe a discriminação
contra ou a penalização das estudantes grávidas e garante o seu direito a prosseguir a
sua educação.
Vários países criaram instituições para salvaguardar os direitos das mulheres. Entre eles
figuram o Ministério dos Assuntos Femininos e dos Direitos das Mulheres do Haiti,
uma Comissão sobre a Igualdade entre os Sexos e a Equidade Social, na Jamaica, e a
Comissão de Direitos das Mulheres, no Peru. O Brasil reforçou o seu Conselho
Nacional sobre Direitos das Mulheres. A nova legislação aprovada no Nepal visa
melhorar a condição feminina. Nas Maldivas, as leis nacionais estão a ser revistas para
identificar aquelas que discriminaram as mulheres.
Tanto a CIPD como a Conferência das Mulheres, em Pequim, aumentaram a
consciência mundial acerca da necessidade de promulgar e aplicar legislação que
proteja as mulheres da violência sexual e doméstica. Já foi aprovada na Bolívia, Costa
Rica, Equador e Panamá a legislação contra a violência doméstica e foram propostas
medidas semelhantes aos parlamentos da Guiana e do México. No Brasil, o Ministério
da Justiça lançou uma campanha de publicidade sobre violência contra as mulheres,
incluindo um debate para transformar a violação de crime contra os costumes sociais em
crime contra a pessoa. O Instituto Nicaragüense das Mulheres está a cooperar com a
Polícia Nacional e as ONGs de mulheres, a fim de impedir a violência contra as
mulheres e as crianças e apoiar as vítimas. A Gâmbia criou um grupo de trabalho multi-
setorial sobre a violência contra as mulheres.
As ONGs cambodjanas estão a promover a conscientização da violência doméstica, a
assegurar formação e aconselhamento e a abrir os primeiros abrigos do país para
mulheres vítimas de maus-tratos. Nas Filipinas, a Comissão Nacional sobre o Papel das
Mulheres Filipinas criou um centro de intervenção piloto sediado num hospital, que se
destina a prestar assistência aos sobreviventes de violência doméstica.
Participação das mulheres
A CIPD sublinhou a importância de atribuir às mulheres poderes que lhes permitam
participar plenamente no processo político e no desenvolvimento. Embora as
disparidades entre os sexos no campo político sejam evidentes, na maioria dos países
em desenvolvimento conseguiram-se alguns progressos notáveis desde a Conferência do
Cairo. Em Uganda, por exemplo, a nova Constituição inclui uma política de medidas de
proteção dos desfavorecidos, que exige que o comitê de cada conselho local tenha uma
secretária para as mulheres e que cada um dos 39 distritos eleja pelo menos uma
representante na Assembléia Nacional; a vice-presidente é uma das seis mulheres que
integram o governo. Em 1995, pela primeira vez na história da Jordânia, houve doze
mulheres que concorreram às eleições autárquicas; uma foi eleita presidente da Câmara
e nove foram eleitas membros das assembléias municipais.
Papel e responsabilidade dos homens
O programa de ação da CIPD realça a importância de aumentar a responsabilidade dos
homens pelo comportamento sexual e reprodutivo e pela vida familiar. Isto provocou
uma maior consciência da necessidade da participação dos homens nos programas de
saúde reprodutiva; alguns países desenvolveram programas especificamente dirigidos
aos homens. Nas Filipinas, um novo centro de saúde reprodutiva para homens está a
experimentar maneiras inovadoras de levar os homens a participarem nos programas de
saúde reprodutiva. Na Indonésia, o governo tenciona desenvolver o seu programa de
aconselhamento, de modo a incluir material de formação sobre a participação masculina
no planeamento familiar e na saúde reprodutiva. Em Gana, foram organizados
seminários e peças de teatro para audiências masculinas e femininas, tendo em vista
gerar a discussão sobre a responsabilidade conjunta dos parceiros pela utilização do
planejamento familiar, pela procriação e pela vida familiar.
A saúde reprodutiva e o planejamento familiar têm, tradicionalmente, ido ao encontro
das necessidades das mulheres e descurado, em grande medida, as dos homens. Várias
ONGs estão atualmente a levar a cabo investigação destinada a avaliar as necessidades
dos homens em matéria de saúde reprodutiva e a melhor compreender o seu papel ao
nível sexual, conjugal, da procriação e da tomada de decisões sobre a família. Alguns
estudos analisaram a participação masculina nos cuidados de saúde pós-parto
dispensados às mães e bebês. Um estudo efectuado na Bolívia e no Zimbábue está a
analisar as perspectivas dos homens sobre planejamento familiar. Outro, realizado na
Índia, visa a identificar as limitações de ordem cultural e política à participação e apoio
masculinos nos programas de saúde reprodutivos.
Iniciativas globais e regionais
Desde a Conferência do Cairo, houve várias iniciativas internacionais, regionais e sub-
regionais que tiveram como objetivo apoiar os esforços de aplicação do programa de
ação a nível nacional. Em 1995, realizou-se, na Indonésia, o primeiro encontro inter-
regional sobre maneiras e meios de aplicar o programa de ação da CIPD, a fim de se
discutirem formas de reforçar a cooperação em matéria de população e
desenvolvimento, em especial de saúde reprodutiva. Peritos de dezoito países com
economias de transição reuniram-se, na Romênia, para avaliar a situação e as
necessidades em termos de serviços de saúde reprodutiva, nos seus países. Os membros
da Organização para a Cooperação Econômica (Afeganistão, Azerbeijão, Irão,
Casaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tadjiquistão, Turquia, Turcomenistão e
Usbequistão) reuniram-se para promover a cooperação quanto à aplicação do programa
de ação. Uma reunião que teve lugar emo Gana, após a CIPD, reviu as atividades e
estratégias de população na África subsaariana. Em 1995, no Caribe, uma reunião
interministerial elaborou um plano de ação complementar da CIPD a nível regional. A
Parceiros para a População e o Desenvolvimento, uma iniciativa de cooperação técnica
lançada na CIPD, estabeleceu a sua sede em Daca, em Bangladesh, e começou a
promover a troca de informação e de conhecimentos técnicos entre os países em
desenvolvimento; a parceria integra Bangladesh, Colômbia, Egito, Indonésia, México,
Marrocos, Quênia, Tailândia, Tunísia e Zimbábue.
Também houve várias iniciativas mundiais que implicaram ONGs. Em 1995, por
exemplo, ONGs do Caribe realizaram um Congresso sobre Saúde Reprodutiva para
Adolescentes e Jovens. O FNUAP organizou duas reuniões pós-CIPD de um Comitê
Consultivo Internacional de ONGs, criado para dar o seu parecer ao FNUAP sobre as
políticas, programas e estratégias propostos.
Iniciativas parlamentares
No seguimento da CIPD, parlamentares tanto dos países desenvolvidos como dos países
em desenvolvimento organizaram várias atividades para promover as questões de
população. O Grupo de Parlamentares Interamericanos sobre População e
Desenvolvimento reuniu-se em Belize, em janeiro de 1995. Em maio de 1995 teve
lugar, na Bélgica, um Fórum Parlamentar Europeu para a Ação; os participantes
exortaram os governos a mobilizar recursos, tendo em vista assegurar o acesso universal
aos cuidados de saúde reprodutiva, até 2015. A primeira Conferência Regional de
Deputadas e Ministras Africanas realizou-se em Burkina Faso, em julho de 1995.
Parlamentares de 57 países reuniram-se no Japão, em agosto de 1995, para debater
temas fulcrais das conferências do Cairo e de Pequim. Em julho de 1996, teve lugar na
Jordânia um Fórum de Parlamentares Africanos e do Oriente Médio sobre População e
Desenvolvimento. Em vários países, incluindo Gana e a Tanzânia, foram criados grupos
parlamentares nacionais para se centrarem nos problemas relacionados com população e
desenvolvimento.
Colaboração interorganismos
Depois da CIPD, as Nações Unidas criaram um grupo de trabalho interorganismos,
presidido pela diretora executiva do FNUAP, com o objetivo de reforçar a colaboração
ao nível dos países, no que se refere à aplicação do Programa de Ação da CIPD. Em
1995, elaborou um conjunto de diretrizes para o Sistema de Coordenadores Residentes
das Nações Unidas, a fim de facilitar a cooperação entre governos, ONGs, organismos
da ONU e outros parceiros no desenvolvimento. As funções do grupo de trabalho foram
ampliadas, em 1996, de modo a incluir a coordenação das atividades consecutivas a
outras conferências mundiais recentes; atualmente, é designado por Grupo de Trabalho
sobre Serviços Sociais Básicos para Todos.
O FNUAP tem trabalhado em estreita colaboração com outros organismos da ONU e
com peritos internacionais, a fim de elaborar um conjunto fiável e multidisciplinar de
indicadores suscetíveis de medir o progresso em direção às metas e alvos das diferentes
conferências. Tais indicadores serão utilizados para ajudar a conceber programas de
saúde reprodutiva e controlar a sua evolução. Entre os temas focados contam-se o
planejamento familiar, a saúde materna, as infecções do aparelho reprodutor e as DSTs,
o aborto e a assistência pós-aborto, e a infecundidade. Além das estatísticas
convencionais sobre os serviços prestados, utilização e prática da anticoncepção, os
novos indicadores também medirão as necessidades não satisfeitas, o acesso, o número
de pessoas assistidas pelos serviços e a qualidade dos cuidados. Indicarão também se
então existem políticas legislativas e administrativas de base que permitam serviços
completos de saúde reprodutiva.
Mobilização de recursos
A CIPD foi a única conferência internacional da década de 1990 a chegar a acordo
sobre as verbas concretas necessárias para aplicar as suas recomendações. O programa
de ação estima os custos de um pacote básico de programas de população e saúde
reprodutiva que inclua: serviços de saúde reprodutiva primários e universais e
prevenção universal de DSTs (inclusive AIDS) e elaboração de políticas conexas,
investigação e recolhimento de dados. Isto exigirá cerca de dezessete bilhões de dólares
anuais, até 2000, e 21,7 bilhões de dólares, até 2015. A conferência previa que cerca de
dois terços desses custos globais deveriam provir dos recursos internos e cerca de um
terço (variando consoante a capacidade nacional), da comunidade doadora. Esta
estimativa não inclui os recursos necessários para os serviços de saúde reprodutiva nos
hospitais para onde os doentes são encaminhados, para as infra-estruturas gerais
(incluindo transportes e estradas) ou para programas de desenvolvimento social mais
amplos (por exemplo, sistemas de crédito, educação, outras melhorias do sistema de
saúde, comércio e promoção do desenvolvimento econômico).
O êxito só pode ser alcançado através de uma ação concertada da comunidade
internacional. As medidas acordadas por todos os países no Cairo, incluindo os recursos
a serem atribuídos, são simultaneamente práticas e necessárias. Contudo, embora muitos
governos tenham aumentado as suas verbas para programas de população desde 1994,
as despesas mundiais anuais ainda são muito inferiores aos dezessete bilhões de dólares
que, segundo as estimativas da CIPD, serão necessários no ano 2000. Há sinais de que
os países em desenvolvimento estão dispostos a assumir os compromissos necessários,
em termos de recursos, para alcançar as metas da CIPD. Resta saber se os países mais
ricos estão dispostos a fazer o mesmo.
A situação da população mundial. Nações Unidas, Fundo das Nações Unidas para a
População (FNUAP), 1997, pp 58-62.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...
PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...
PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...Biblioteca Virtual
 
A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...
A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...
A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...Biblioteca Virtual
 
A PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da Saúde
A PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da SaúdeA PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da Saúde
A PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da SaúdeProf. Marcus Renato de Carvalho
 
Orgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paterno
Orgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paternoOrgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paterno
Orgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paternoAline Melo de Aguiar
 
SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?
SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?
SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...Eduardo Ekundi Valentim
 
2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...
2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...
2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...bibliotecasaude
 
Smam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizado
Smam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizadoSmam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizado
Smam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizadoProf. Marcus Renato de Carvalho
 
Trabalho de estagio 1
Trabalho de estagio 1Trabalho de estagio 1
Trabalho de estagio 1Mabi Almeida
 
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...Biblioteca Virtual
 
ReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãO
ReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãOReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãO
ReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãOBiblioteca Virtual
 
Curso sobre aleitamento materno
Curso sobre aleitamento maternoCurso sobre aleitamento materno
Curso sobre aleitamento maternoJuninho Spina
 
Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...
Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...
Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição
Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição
Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...Biblioteca Virtual
 
The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...
The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...
The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...
Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...
Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...estrategiabrasileirinhos
 

Mais procurados (20)

PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...
PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...
PromoçãO, ProteçãO E Apoio à AmamentaçãO Na AtençãO PrimáRia à SaúDe No Estad...
 
A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...
A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...
A PráTica De Amamentar Entre Mulheres Que Exercem Trabalho Remunerado Na Para...
 
A PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da Saúde
A PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da SaúdeA PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da Saúde
A PATERNIDADE e o Marco Legal da PRIMEIRA INFÂNCIA - Ministério da Saúde
 
Orgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paterno
Orgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paternoOrgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paterno
Orgulho de pai: cartilha educativa para a promoção do envolvimento paterno
 
SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?
SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?
SMAM 2017 - Folder IBFAN Brasil. Vamos comemorar juntos o #AgostoDourado ?
 
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ...
 
2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...
2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...
2267-L - Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em e...
 
ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA / TCC
ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA / TCC ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA / TCC
ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA / TCC
 
Smam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizado
Smam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizadoSmam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizado
Smam 2014 0PS/OMS: AMAMENTAÇÃO em um mundo globalizado
 
Trabalho de estagio 1
Trabalho de estagio 1Trabalho de estagio 1
Trabalho de estagio 1
 
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
 
Manual método canguru ms
Manual método canguru msManual método canguru ms
Manual método canguru ms
 
ReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãO
ReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãOReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãO
ReflexõEs Sobre A AmamentaçãO No Brasil De Como Passamos A 10 Meses De DuraçãO
 
Curso sobre aleitamento materno
Curso sobre aleitamento maternoCurso sobre aleitamento materno
Curso sobre aleitamento materno
 
Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...
Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...
Consultório Amigo da Amamentação - nova iniciativa tem apoio da Sociedade Bra...
 
Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição
Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição
Sites de Aleitamento - critérios e resultados de avalição
 
Aleitamento materno2 (2) (1)
Aleitamento materno2 (2) (1)Aleitamento materno2 (2) (1)
Aleitamento materno2 (2) (1)
 
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
 
The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...
The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...
The Lancet: AMAMENTAÇÃO - Por que investir e o que será necessário para melho...
 
Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...
Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...
Artigo Parto Humanizado e Memória do Nascimento: uma reflexão sobre a produçã...
 

Semelhante a Mulheres, saúde reprodutiva e conferências internacionais

Iniciativa hospital amigo da criança
Iniciativa hospital amigo da criançaIniciativa hospital amigo da criança
Iniciativa hospital amigo da criançaCamila Ferreira
 
PPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.ppt
PPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.pptPPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.ppt
PPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.pptAbel Zito Gabriel Buce
 
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfSC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfTHIALYMARIASILVADACU
 
Educação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanosEducação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanosAdilson P Motta Motta
 
Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...
Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...
Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Eduardo Chakora: Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas
Eduardo Chakora:  Paternidades, Singularidades e Políticas PúblicasEduardo Chakora:  Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas
Eduardo Chakora: Paternidades, Singularidades e Políticas PúblicasElos da Saúde
 
XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...
XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...
XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Educação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanosEducação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanosAdilson P Motta Motta
 
Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...
Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...
Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...Ministério da Saúde
 
Preventing early pregnancy_portugues
Preventing early pregnancy_portuguesPreventing early pregnancy_portugues
Preventing early pregnancy_portuguesArimateia Gomes
 
Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo
Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo
Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo
PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo
PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Memórias de um Tempo_PSF_ Saúde em Bagé
Memórias de um Tempo_PSF_ Saúde em BagéMemórias de um Tempo_PSF_ Saúde em Bagé
Memórias de um Tempo_PSF_ Saúde em BagéLuiz Fernando Mainardi
 
REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil
 REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil
REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no BrasilEliane Santos
 
Como a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudável
Como a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudávelComo a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudável
Como a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudávelSilvia Marina Anaruma
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Sanny Pereira
 

Semelhante a Mulheres, saúde reprodutiva e conferências internacionais (20)

Iniciativa hospital amigo da criança
Iniciativa hospital amigo da criançaIniciativa hospital amigo da criança
Iniciativa hospital amigo da criança
 
PPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.ppt
PPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.pptPPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.ppt
PPoint 1 - Contextualizacao do PSE- Copy.ppt
 
The Lancet: Por que investir e o que será necessário para melhorar as prática...
The Lancet: Por que investir e o que será necessário para melhorar as prática...The Lancet: Por que investir e o que será necessário para melhorar as prática...
The Lancet: Por que investir e o que será necessário para melhorar as prática...
 
Uma Epidemia de cesáreas na América do Sul
Uma Epidemia de cesáreas na América do Sul Uma Epidemia de cesáreas na América do Sul
Uma Epidemia de cesáreas na América do Sul
 
Investindo no Planejamento Familiar
Investindo no Planejamento FamiliarInvestindo no Planejamento Familiar
Investindo no Planejamento Familiar
 
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfSC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
 
Educação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanosEducação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanos
 
Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...
Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...
Abstinência sexual na adolescência: não há evidência científica para prevençã...
 
Eduardo Chakora: Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas
Eduardo Chakora:  Paternidades, Singularidades e Políticas PúblicasEduardo Chakora:  Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas
Eduardo Chakora: Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas
 
XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...
XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...
XI ENAM - ENCONTRO NACIONAL de ALEITAMENTO MATERNO e I ENACS Santos, SP 2011 ...
 
Educação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanosEducação sexual e direitos humanos
Educação sexual e direitos humanos
 
Protocolo de puericultura
Protocolo de puericulturaProtocolo de puericultura
Protocolo de puericultura
 
Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...
Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...
Maternidades do Sistema Único de Saúde passam a ter novas regras para parto h...
 
Preventing early pregnancy_portugues
Preventing early pregnancy_portuguesPreventing early pregnancy_portugues
Preventing early pregnancy_portugues
 
Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo
Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo
Envolvendo o Homem-Trabalhador no Planejamento Reprodutivo
 
PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo
PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo
PATERNIDADE: Relatório da situação do Brasil / ProMundo
 
Memórias de um Tempo_PSF_ Saúde em Bagé
Memórias de um Tempo_PSF_ Saúde em BagéMemórias de um Tempo_PSF_ Saúde em Bagé
Memórias de um Tempo_PSF_ Saúde em Bagé
 
REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil
 REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil
REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no Brasil
 
Como a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudável
Como a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudávelComo a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudável
Como a amamentacao pode contribuir para um Planeta mais saudável
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
 

Mais de Adilson P Motta Motta

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMACRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMAAdilson P Motta Motta
 
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...Adilson P Motta Motta
 
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...Adilson P Motta Motta
 
As várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdfAs várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdfAdilson P Motta Motta
 
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdfpdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdfAdilson P Motta Motta
 
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdfProjeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdfAdilson P Motta Motta
 
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdfLEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdfAdilson P Motta Motta
 
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdfDESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdfAdilson P Motta Motta
 
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEMINTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEMAdilson P Motta Motta
 
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdfLEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdfAdilson P Motta Motta
 
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptxVALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptxAdilson P Motta Motta
 
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdfAdilson P Motta Motta
 
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - maRegimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - maAdilson P Motta Motta
 
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim  maProjeto programa educacao ambiental. bom jardim  ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim maAdilson P Motta Motta
 
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-20131º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013Adilson P Motta Motta
 

Mais de Adilson P Motta Motta (20)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMACRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - PROJETO POEMA
 
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO...
 
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
UM ESTUDO SOBRE A LEITURA E O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA ...
 
As várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdfAs várias faces do ópio do Povo.pdf
As várias faces do ópio do Povo.pdf
 
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdfpdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
pdf MONTANDO UMA REDACAO - PASSO A PASSO.pdf
 
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdfProjeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
Projeto Escolar - História de Bom Jardim-MA.pdf
 
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdfLEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
LEI ORGÂNICA DE BOM JARDIM-MA 2020.pdf
 
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdfDESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
DESAFIOS DAS ESCOLA MULTISSERIADAS EM BOM JARDIM-MA..pdf
 
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEMINTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS  SÓ ENEM
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL INGLÊS SÓ ENEM
 
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdfLEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
LEI ORGANICA DE BOM JARDIM-MA. 2022 - ATUALIZADA.pdf
 
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptxVALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
VALE -PRIVATIZAÇÃO A SAÍDA OU O FUNDO DO POÇO.pptx
 
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf01-  LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
01- LINGUAGEM INDÍGENA 5 PRIMEIRAS PÁGINAS.pdf
 
DICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdf
DICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdfDICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdf
DICIONÁRIO TUPI - PORTUGUES.pdf
 
A gramática do texto.ppt
A gramática do texto.pptA gramática do texto.ppt
A gramática do texto.ppt
 
A importância de falar inglês.ppt
A importância de falar inglês.pptA importância de falar inglês.ppt
A importância de falar inglês.ppt
 
Breve Resumo - Novo Ensino Médio
Breve Resumo -  Novo Ensino MédioBreve Resumo -  Novo Ensino Médio
Breve Resumo - Novo Ensino Médio
 
Frases à cidadania
Frases à cidadaniaFrases à cidadania
Frases à cidadania
 
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - maRegimento do conselho municipal de educação   bom j ardim - ma
Regimento do conselho municipal de educação bom j ardim - ma
 
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim  maProjeto programa educacao ambiental. bom jardim  ma
Projeto programa educacao ambiental. bom jardim ma
 
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-20131º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim  MA. 2003-2013
1º Plano Decenal de Educação de Bom Jardim MA. 2003-2013
 

Último

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 

Último (20)

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 

Mulheres, saúde reprodutiva e conferências internacionais

  • 1. A sociedade moderna e a mulher A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) de 1996 concentrou a atenção mundial na saúde e direitos reprodutivos e sexuais, bem como em questões relacionadas com a desigualdade entre os sexos, e incentivou esforços generalizados para aplicar as suas recomendações. A IV Conferência Mundial sobre a Mulher, de 1995, dera um novo impulso a esse processo, que continua a ganhar ímpeto em todo o mundo. Desde as conferências de Pequim e do Cairo, os países empreenderam uma ampla série de medidas que visam a aplicar a perspectiva da CIPD. Os relatórios de escritórios do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) no terreno citam numerosas revisões de políticas de população e de desenvolvimento e mudanças institucionais com elas relacionadas: reformas das leis e da constituição para melhor proteger os direitos das mulheres e para promover a igualdade entre os sexos; e esforços tendentes a reforçar e reorganizar os serviços de saúde, com vista a reduzir a mortalidade materna e tentar resolver um conjunto global de problemas de saúde reprodutiva. Embora muitos países em desenvolvimento tenham feito progressos importantes quanto à aplicação do programa de ação da CIPD, em muitos outros a escassez de fundos e de pessoal diplomado está a impedir esforços susceptíveis de melhorar o planeamento familiar e os programas de saúde reprodutiva. Políticas de população Muitos países, onde já existiam políticas de população antes da conferência do Cairo, modificaram-nas, para abrangerem a perspectiva da CIPD; este grupo inclui países tão diferentes como a Indonésia, a Jamaica, o Quênia, o Lesoto, as Ilhas Marshall, a Mongólia, Santa Lúcia e Zâmbia. Diversos governos que não tinham qualquer política de população formal em 1994 formularam, desde então, políticas globais que traduziam os acordos do Cairo ou estão em vias de o fazer; incluem a África do Sul, Botsuana, Cambodja, República Democrática do Laos, Malásia, Mongólia, Nicarágua, Namíbia, Síria, Uganda e Zimbábue. O Brasil criou uma Comissão Nacional sobre População e Desenvolvimento, a primeira da América Latina. Foram também criadas comissões ou departamentos de população dentro de ministérios-chave na Argélia, Belize, Paraguai e Tadjiquistão, entre outros. Gana revitalizou o seu Conselho da População. A Jordânia ampliou sua Comissão Nacional de População, de modo a incluir representantes de organizações não- governamentais (ONGs) e instituições acadêmicas. Em alguns países, as questões de saúde reprodutiva e planejamento familiar, que outrora eram consideradas demasiado sensíveis para serem discutidas publicamente, fazem agora parte do discurso político. Durante a campanha eleitoral na República Dominicana, por exemplo, os dois principais partidos políticos incluíram, pela primeira vez, a política de população nas suas plataformas; ambas citavam o programa de ação da CIPD.
  • 2. Saúde reprodutiva e planejamento familiar Depois da CIPD, muitos países organizaram sessões de trabalho e seminários sobre o novo conceito da saúde reprodutiva e como pô-lo em prática, destinados aos responsáveis pelo planejamento e aos profissionais de saúde. Vários países introduziram mudanças institucionais, a fim de reforçar e reorientar as suas políticas e programas de cuidados de saúde e planejamento familiar. O México, por exemplo, criou uma Direção- Geral de Saúde Reprodutiva, a partir de duas Direções-Gerais anteriores - a dos Cuidados Materno-Infantis e a do Planejamento Familiar. O Ministério da Saúde das Filipinas estabeleceu um Grupo de Trabalho sobre Saúde Reprodutiva das Mulheres. El Salvador tem um Departamento de Saúde Reprodutiva dentro do Ministério da Saúde Pública. No Panamá, o Ministério da Saúde criou uma Comissão Nacional sobre Saúde Sexual e Reprodutiva. Estão ainda mais generalizadas as várias medidas tendentes a melhorar o acesso aos serviços de saúde reprodutiva, a melhorar a sua qualidade e a alargar o seu âmbito. O planejamento familiar está a ser cada vez mais integrado noutras questões de saúde reprodutiva. Este processo aumentou a consciência pública acerca das vastas necessidades não-satisfeitas das mulheres, especialmente as dos grupos mais pobres e marginalizados. A fim de melhorar a qualidade dos serviços de saúde reprodutiva e de planejamento familiar, muitos países em desenvolvimento começaram a dar formação a prestadores de cuidados de saúde sobre comunicação interpessoal e aconselhamento, para reforçar a infra-estrutura de saúde e desenvolver protocolos médicos. A Índia começou a formar profissionais de saúde, nos centros de saúde primária de vários estados. O Irã desenvolveu o seu Programa de Voluntários sobre Saúde da Mulher, utilizando cerca de dezoito mil voluntários para prestar informação e serviços de saúde reprodutiva e planejamento familiar, em bairros degradados de centros urbanos; também criou quinze novos Centros Rurais de Formação de Parteiras, em nove províncias. O novo Quadro de Saúde do Quênia visa a integrar o planejamento familiar noutros serviços de saúde reprodutiva, incluindo o controle de doenças sexualmente transmitidas (DSTs), inclusive a AIDS; a detecção precoce de câncer dos órgãos reprodutores e o aconselhamento sobre sexualidade. Isto destina-se a evitar duplicações, a tornar os serviços mais cômodos e acessíveis - especialmente em comunidades deficientemente servidas - e melhorar a relação custo/benefício. A Tailândia e as Filipinas estão também a tomar medidas para integrar os serviços de saúde reprodutiva e os tornar mais acessíveis. O Ministério da Saúde de Gana criou uma Política e Normas Nacionais sobre Reprodução, baseadas nas definições da CIPD, a fim de melhorar a prestação de serviços de saúde reprodutiva, especialmente às comunidades das zonas periféricas. O Mali reviu também as suas normas sobre serviços, de acordo com o programa de ação da CIPD. Os compromissos do Cairo estão igualmente refletidos no novo programa de saúde para as mulheres, do Chile, o qual tem uma concepção holística das questões relacionadas com a saúde sexual e reprodutiva, abrangendo todo o ciclo de vida das mulheres.
  • 3. Muitos países estão, como a Índia, a abandonar alvos demográficos assentes em definições restritivas, em favor de uma visão mais ampla, que visa a satisfazer as necessidades individuais de informação e serviços de saúde reprodutiva. Em alguns países, a concepção da CIPD serve de base a novas leis e mecanismos administrativos relacionados com a saúde e direitos sexuais e reprodutivos. Na Argentina, a legislação em preparação criaria um programa nacional para fornecer às mulheres com baixos rendimentos informação sobre saúde reprodutiva, aconselhamento e anticoncepcionais aprovados pelo governo. O novo seguro materno-infantil da Bolívia dá às mulheres o acesso gratuito à assistência pré-natal, à assistência no parto e no pós- parto, incluindo planejamento familiar e exames preventivos; segundo foi comunicado, o recurso aos serviços de saúde materno-infantil aumentou 20% no primeiro mês do programa. A redução da mortalidade materna, uma meta fundamental da CIPD, é o objeto principal dos esforços no campo da saúde reprodutiva e de campanhas especiais levadas a cabo em vários países, entre os quais podemos citar Bolívia, Guatemala, Haiti, Indonésia, República Democrática do Laos, República Dominicana e Paraguai. A conferência do Cairo reconheceu que o aborto praticado em condições de risco é uma das principais causas de mortalidade materna; a África do Sul e a Guiana aprovaram, posteriormente, leis que estabelecerem um enquadramento regulamentar para o aborto seguro. Está a ser analisado no Cambodja um projeto de lei sobre o aborto. Outros países, como a Bolívia, incluem agora nos seus programas de saúde reprodutiva a gestão das complicações do aborto praticado em condições de risco. Melhorar a qualidade dos serviços de planejamento familiar é a principal meta de muitos países. O Brasil inclui agora nas dotações orçamentais federais uma gama completa de métodos anticoncepcionais, ampliando assim as escolhas a que os clientes podem ter acesso. Nas Bahamas, o primeiro projeto de planejamento familiar sancionado oficialmente proporciona aos adolescentes aconselhamento sobre planejamento familiar. A expansão dos serviços de planejamento familiar tem sido uma prioridade especial, nos países deficientemente servidos da Europa do leste e da ex-União Soviética. A Ucrânia criou recentemente o seu primeiro programa de planejamento familiar. O Casaquistão tem agora clínicas de planejamento familiar em todas as cidades; em três anos, houve uma redução de 20% dos abortos e a utilização de anticoncepcionais aumentou 28%. Há indicação de que as atividades de planejamento familiar foram reforçadas no Tadjiquistão e na Polônia. Adolescentes Desde 1994, muitos governos tomaram iniciativas com vista a satisfazer as necessidades dos adolescentes no campo da saúde reprodutiva e sexual, muitas vezes em colaboração com ONGs. Em alguns países - Papua-Nova Guiné, por exemplo - o governo está, pela primeira vez, a tentar resolver os problemas de sexualidade dos adolescentes, motivado em parte pelas taxas crescentes de DSTs, incluindo a AIDS, entre os jovens. O Ministério da Saúde do Sri Lanka instituiu um Comitê Diretor para a Saúde dos Adolescentes.
  • 4. Diversos governos, em especial na América Latina, estão a promover a educação sobre saúde reprodutiva e planejamento familiar, numa tentativa de reduzir o número de casos de gravidez entre adolescentes. O apoio institucional a esses programas aumentou, recentemente, em Cuba e na Colômbia, por exemplo. Cuba está também a utilizar os meios de comunicação de massas para informar os jovens acerca do comportamento sexual responsável e do uso de preservativos. No Equador, o Ministério da Saúde Pública concebeu um plano para fornecer às adolescentes grávidas informação, aconselhamento e serviços de saúde de qualidade. Em El Salvador, o Secretariado Nacional da Família esforça-se por impedir a gravidez de adolescentes, as DSTs e a AIDS, promovendo um comportamento saudável e responsável e proporcionando aconselhamento e serviços. O Ministério da Família da Venezuela lançou um plano nacional sem precedentes para a prevenção da gravidez precoce, do qual participam tanto o governo como as ONGs. Na República Dominicana, três centros regionais de saúde para adolescentes proporcionam aconselhamento e serviços no campo da saúde sexual e reprodutiva, do planeamento familiar e da paternidade responsável; foi a primeira vez que o governo tentou resolver problemas de saúde de adolescentes. Organizações não-governamentais Como a conferência do Cairo reconheceu, as ONGs têm um papel essencial a desempenhar, tanto na promoção da saúde reprodutiva como na prestação de serviços. Os governos e as ONGs estreitaram a sua colaboração de várias maneiras, desde a CIPD; um exemplo desta evolução é a criação, em Bangladesh, de um grupo consultivo de ONGs, para trabalhar com o governo, na aplicação do programa de ação da CIPD. Do mesmo modo, em Honduras, formou-se uma rede de dezessete ONGs para promover as recomendações da CIPD. É habitual as ONGs que prestam serviços assegurarem padrões de qualidade de cuidados superiores aos do setor público. Tradicionalmente, têm mostrado uma maior flexibilidade, no que se refere a alcançar setores marginalizados da população e a abordar questões sensíveis ou controversas. Por conseguinte, os governos pediram às ONGs que ajudassem a prestar serviços, especialmente aos pobres das zonas rurais e urbanas, aos adolescentes e mulheres vítimas de maus-tratos; a testar novas concepções que pudessem ser utilizadas por programas públicos mais alargados; e a apoiar a formação do pessoal dos serviços do governo. Nas Maldivas, uma ONG nacional criou, em 1995, a primeira clínica de planejamento familiar do país. No Irã, após a CIPD, as ONGs tornaram-se mais ativas, no que diz respeito à prestação de serviços de saúde reprodutiva e planejamento familiar. Nas Filipinas, duas ONGs de mulheres abriram clínicas-modelos que têm uma visão sensível às disparidades entre os sexos do planejamento familiar, da infecundidade, da saúde de adolescentes e da violência contra as mulheres. Na Índia, uma ONG assegura o rastreio sistemático e os testes de diagnóstico do câncer de mama e do colo do útero. No Cambodja, ONGs locais de mulheres abriram os primeiros abrigos do país para mulheres vítimas de maus-tratos. Em Barbados e Granada, as ONGs tomaram iniciativas no sentido de ajudar jovens a adquirir as aptidões necessárias para serem auto-suficientes, ao mesmo tempo que os
  • 5. ajudam por meio de aconselhamento. Na África do Sul, a Associação de Planejamento Familiar trabalha com jovens socialmente deslocados, que são particularmente vulneráveis aos riscos no campo da saúde sexual. Em muitos outros países, as ONGs estão a formar grupos de adolescentes em técnicas de aconselhamento, a fim de promover o comportamento sexual e reprodutivo responsável. Direitos humanos Algumas das iniciativas mais importantes depois da CIPD implicam os reforços das leis, políticas e mecanismos nacionais que promovem os direitos humanos - especialmente os direitos à saúde reprodutiva e sexual, à igualdade entre os sexos e à libertação da violência sexual. A nova constituição da África do Sul proíbe explicitamente a discriminação com base na identidade sexual, no sexo, na gravidez, no estado civil ou orientação sexual, entre outros. Também reconhece que todas as pessoas têm o direito de tomar decisões sobre reprodução e ter acesso a cuidados de saúde reprodutiva. O Chile está a encarar a possibilidade de uma reforma da constituição que estabeleça a igualdade entre os homens e as mulheres, ao nível da lei. O governo do Sri Lanka aprovou recentemente uma Carta das Mulheres, que reconhece, entre outras coisas, o seu direito a controlar a sua vida reprodutiva. Na Colômbia, a lei que cria um novo sistema de segurança social reconhece os direitos das mulheres à saúde sexual e reprodutiva. No Panamá, um decreto presidencial proíbe a discriminação contra ou a penalização das estudantes grávidas e garante o seu direito a prosseguir a sua educação. Vários países criaram instituições para salvaguardar os direitos das mulheres. Entre eles figuram o Ministério dos Assuntos Femininos e dos Direitos das Mulheres do Haiti, uma Comissão sobre a Igualdade entre os Sexos e a Equidade Social, na Jamaica, e a Comissão de Direitos das Mulheres, no Peru. O Brasil reforçou o seu Conselho Nacional sobre Direitos das Mulheres. A nova legislação aprovada no Nepal visa melhorar a condição feminina. Nas Maldivas, as leis nacionais estão a ser revistas para identificar aquelas que discriminaram as mulheres. Tanto a CIPD como a Conferência das Mulheres, em Pequim, aumentaram a consciência mundial acerca da necessidade de promulgar e aplicar legislação que proteja as mulheres da violência sexual e doméstica. Já foi aprovada na Bolívia, Costa Rica, Equador e Panamá a legislação contra a violência doméstica e foram propostas medidas semelhantes aos parlamentos da Guiana e do México. No Brasil, o Ministério da Justiça lançou uma campanha de publicidade sobre violência contra as mulheres, incluindo um debate para transformar a violação de crime contra os costumes sociais em crime contra a pessoa. O Instituto Nicaragüense das Mulheres está a cooperar com a Polícia Nacional e as ONGs de mulheres, a fim de impedir a violência contra as mulheres e as crianças e apoiar as vítimas. A Gâmbia criou um grupo de trabalho multi- setorial sobre a violência contra as mulheres. As ONGs cambodjanas estão a promover a conscientização da violência doméstica, a assegurar formação e aconselhamento e a abrir os primeiros abrigos do país para mulheres vítimas de maus-tratos. Nas Filipinas, a Comissão Nacional sobre o Papel das
  • 6. Mulheres Filipinas criou um centro de intervenção piloto sediado num hospital, que se destina a prestar assistência aos sobreviventes de violência doméstica. Participação das mulheres A CIPD sublinhou a importância de atribuir às mulheres poderes que lhes permitam participar plenamente no processo político e no desenvolvimento. Embora as disparidades entre os sexos no campo político sejam evidentes, na maioria dos países em desenvolvimento conseguiram-se alguns progressos notáveis desde a Conferência do Cairo. Em Uganda, por exemplo, a nova Constituição inclui uma política de medidas de proteção dos desfavorecidos, que exige que o comitê de cada conselho local tenha uma secretária para as mulheres e que cada um dos 39 distritos eleja pelo menos uma representante na Assembléia Nacional; a vice-presidente é uma das seis mulheres que integram o governo. Em 1995, pela primeira vez na história da Jordânia, houve doze mulheres que concorreram às eleições autárquicas; uma foi eleita presidente da Câmara e nove foram eleitas membros das assembléias municipais. Papel e responsabilidade dos homens O programa de ação da CIPD realça a importância de aumentar a responsabilidade dos homens pelo comportamento sexual e reprodutivo e pela vida familiar. Isto provocou uma maior consciência da necessidade da participação dos homens nos programas de saúde reprodutiva; alguns países desenvolveram programas especificamente dirigidos aos homens. Nas Filipinas, um novo centro de saúde reprodutiva para homens está a experimentar maneiras inovadoras de levar os homens a participarem nos programas de saúde reprodutiva. Na Indonésia, o governo tenciona desenvolver o seu programa de aconselhamento, de modo a incluir material de formação sobre a participação masculina no planeamento familiar e na saúde reprodutiva. Em Gana, foram organizados seminários e peças de teatro para audiências masculinas e femininas, tendo em vista gerar a discussão sobre a responsabilidade conjunta dos parceiros pela utilização do planejamento familiar, pela procriação e pela vida familiar. A saúde reprodutiva e o planejamento familiar têm, tradicionalmente, ido ao encontro das necessidades das mulheres e descurado, em grande medida, as dos homens. Várias ONGs estão atualmente a levar a cabo investigação destinada a avaliar as necessidades dos homens em matéria de saúde reprodutiva e a melhor compreender o seu papel ao nível sexual, conjugal, da procriação e da tomada de decisões sobre a família. Alguns estudos analisaram a participação masculina nos cuidados de saúde pós-parto dispensados às mães e bebês. Um estudo efectuado na Bolívia e no Zimbábue está a analisar as perspectivas dos homens sobre planejamento familiar. Outro, realizado na Índia, visa a identificar as limitações de ordem cultural e política à participação e apoio masculinos nos programas de saúde reprodutivos. Iniciativas globais e regionais Desde a Conferência do Cairo, houve várias iniciativas internacionais, regionais e sub- regionais que tiveram como objetivo apoiar os esforços de aplicação do programa de ação a nível nacional. Em 1995, realizou-se, na Indonésia, o primeiro encontro inter- regional sobre maneiras e meios de aplicar o programa de ação da CIPD, a fim de se discutirem formas de reforçar a cooperação em matéria de população e
  • 7. desenvolvimento, em especial de saúde reprodutiva. Peritos de dezoito países com economias de transição reuniram-se, na Romênia, para avaliar a situação e as necessidades em termos de serviços de saúde reprodutiva, nos seus países. Os membros da Organização para a Cooperação Econômica (Afeganistão, Azerbeijão, Irão, Casaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tadjiquistão, Turquia, Turcomenistão e Usbequistão) reuniram-se para promover a cooperação quanto à aplicação do programa de ação. Uma reunião que teve lugar emo Gana, após a CIPD, reviu as atividades e estratégias de população na África subsaariana. Em 1995, no Caribe, uma reunião interministerial elaborou um plano de ação complementar da CIPD a nível regional. A Parceiros para a População e o Desenvolvimento, uma iniciativa de cooperação técnica lançada na CIPD, estabeleceu a sua sede em Daca, em Bangladesh, e começou a promover a troca de informação e de conhecimentos técnicos entre os países em desenvolvimento; a parceria integra Bangladesh, Colômbia, Egito, Indonésia, México, Marrocos, Quênia, Tailândia, Tunísia e Zimbábue. Também houve várias iniciativas mundiais que implicaram ONGs. Em 1995, por exemplo, ONGs do Caribe realizaram um Congresso sobre Saúde Reprodutiva para Adolescentes e Jovens. O FNUAP organizou duas reuniões pós-CIPD de um Comitê Consultivo Internacional de ONGs, criado para dar o seu parecer ao FNUAP sobre as políticas, programas e estratégias propostos. Iniciativas parlamentares No seguimento da CIPD, parlamentares tanto dos países desenvolvidos como dos países em desenvolvimento organizaram várias atividades para promover as questões de população. O Grupo de Parlamentares Interamericanos sobre População e Desenvolvimento reuniu-se em Belize, em janeiro de 1995. Em maio de 1995 teve lugar, na Bélgica, um Fórum Parlamentar Europeu para a Ação; os participantes exortaram os governos a mobilizar recursos, tendo em vista assegurar o acesso universal aos cuidados de saúde reprodutiva, até 2015. A primeira Conferência Regional de Deputadas e Ministras Africanas realizou-se em Burkina Faso, em julho de 1995. Parlamentares de 57 países reuniram-se no Japão, em agosto de 1995, para debater temas fulcrais das conferências do Cairo e de Pequim. Em julho de 1996, teve lugar na Jordânia um Fórum de Parlamentares Africanos e do Oriente Médio sobre População e Desenvolvimento. Em vários países, incluindo Gana e a Tanzânia, foram criados grupos parlamentares nacionais para se centrarem nos problemas relacionados com população e desenvolvimento. Colaboração interorganismos Depois da CIPD, as Nações Unidas criaram um grupo de trabalho interorganismos, presidido pela diretora executiva do FNUAP, com o objetivo de reforçar a colaboração ao nível dos países, no que se refere à aplicação do Programa de Ação da CIPD. Em 1995, elaborou um conjunto de diretrizes para o Sistema de Coordenadores Residentes das Nações Unidas, a fim de facilitar a cooperação entre governos, ONGs, organismos da ONU e outros parceiros no desenvolvimento. As funções do grupo de trabalho foram ampliadas, em 1996, de modo a incluir a coordenação das atividades consecutivas a outras conferências mundiais recentes; atualmente, é designado por Grupo de Trabalho sobre Serviços Sociais Básicos para Todos.
  • 8. O FNUAP tem trabalhado em estreita colaboração com outros organismos da ONU e com peritos internacionais, a fim de elaborar um conjunto fiável e multidisciplinar de indicadores suscetíveis de medir o progresso em direção às metas e alvos das diferentes conferências. Tais indicadores serão utilizados para ajudar a conceber programas de saúde reprodutiva e controlar a sua evolução. Entre os temas focados contam-se o planejamento familiar, a saúde materna, as infecções do aparelho reprodutor e as DSTs, o aborto e a assistência pós-aborto, e a infecundidade. Além das estatísticas convencionais sobre os serviços prestados, utilização e prática da anticoncepção, os novos indicadores também medirão as necessidades não satisfeitas, o acesso, o número de pessoas assistidas pelos serviços e a qualidade dos cuidados. Indicarão também se então existem políticas legislativas e administrativas de base que permitam serviços completos de saúde reprodutiva. Mobilização de recursos A CIPD foi a única conferência internacional da década de 1990 a chegar a acordo sobre as verbas concretas necessárias para aplicar as suas recomendações. O programa de ação estima os custos de um pacote básico de programas de população e saúde reprodutiva que inclua: serviços de saúde reprodutiva primários e universais e prevenção universal de DSTs (inclusive AIDS) e elaboração de políticas conexas, investigação e recolhimento de dados. Isto exigirá cerca de dezessete bilhões de dólares anuais, até 2000, e 21,7 bilhões de dólares, até 2015. A conferência previa que cerca de dois terços desses custos globais deveriam provir dos recursos internos e cerca de um terço (variando consoante a capacidade nacional), da comunidade doadora. Esta estimativa não inclui os recursos necessários para os serviços de saúde reprodutiva nos hospitais para onde os doentes são encaminhados, para as infra-estruturas gerais (incluindo transportes e estradas) ou para programas de desenvolvimento social mais amplos (por exemplo, sistemas de crédito, educação, outras melhorias do sistema de saúde, comércio e promoção do desenvolvimento econômico). O êxito só pode ser alcançado através de uma ação concertada da comunidade internacional. As medidas acordadas por todos os países no Cairo, incluindo os recursos a serem atribuídos, são simultaneamente práticas e necessárias. Contudo, embora muitos governos tenham aumentado as suas verbas para programas de população desde 1994, as despesas mundiais anuais ainda são muito inferiores aos dezessete bilhões de dólares que, segundo as estimativas da CIPD, serão necessários no ano 2000. Há sinais de que os países em desenvolvimento estão dispostos a assumir os compromissos necessários, em termos de recursos, para alcançar as metas da CIPD. Resta saber se os países mais ricos estão dispostos a fazer o mesmo. A situação da população mundial. Nações Unidas, Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), 1997, pp 58-62.