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Conforme exposto anteriormente, com desenvolvimento tecnológico e a evolução da Internet a partir da segunda
metade do século XX surgiram os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), esses são recursos que merecem ser
estudados, já que vem se sobressaindo na atualidade, tanto no contexto acadêmico presencial como no a distância.
Para melhor compreensão dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, ressaltamos alguns conceitos, conforme
idealizados por estudiosos:

Para Pereira (2007):

AVAs consistem em mídias que utilizam o ciberespaço para veicular conteúdos e permitir
interação entre os atores do processo educativo. [...] Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)
consiste em uma opção de mídia que está sendo utilizada para mediar o processo ensino-
aprendizagem à distância. (PEREIRA, 2007, p. 4 e5).

Santos, (2006):

Sistema informatizado, projetados para promover interação entre professores, alunos e
quaisquer outros participantes em processos colaborativos que envolvam ensino e
aprendizagem via Internet. (SANTOS, 2006, p. 18)

Conforme Mckimm, Jollie e Cantillon (2003) apud Pereira (2007) os AVAs:

Consistem em conjunto de ferramentas eletrônicas voltadas ao processo ensino-aprendizagem.
Os principais componentes incluem sistemas que podem organizar conteúdos, acompanhar
atividades e, fornecer ao estudante suporte on-line e comunicação eletrônica. (PEREIRA, 2007,
p. 6).

Valentini e Soares (2005) trazem:

AVAs vai além da idéia de um conjunto de páginas educacionais na Web ou de sites com
diferentes ferramentas de interação e de imersão (realidade virtual). Entendemos que um
ambiente virtual de aprendizagem é um espaço social, constituindo-se de interações cognitivo-
sociais sobre ou em torno de um objeto de conhecimento: um lugar na Web, “cenários onde as
pessoas interagem”, mediadas pela linguagem da hipermídia, cujos fluxos de comunicação
entre os interagentes são possibilitados pela interface gráfica. (VALENTINI e SOARES, 2005,
p.19).

Milligan (1999) apud Pereira (2007):

O termo AVA deve ser usado para descrever um software baseado em servidor e modelado
para gerenciar e administrar os variados aspectos da aprendizagem, como disponibilizar
conteúdos, acompanhar o estudante, avaliar o processo de ensino-aprendizagem entre outros.
(PEREIRA, 2007, p. 6).

De acordo com Milligan apud Pereira (2007) para a gestão do aprendizado e a disponibilização de materiais, um AVA
deve apresentar determinadas ferramentas:

a) Controle de tempo: feito através de algum meio explícito de disponibilizar materiais e atividades em determinados
momentos do curso, por exemplo, o recurso calendário;

b) Avaliação: usualmente formativa (como por exemplo, a auto-avaliação);

c) Comunicação: promovida de forma síncrona e assíncrona;

d) Espaço privativo: disponibilizado para os participantes trocarem e armazenarem arquivos;

e) Gerenciamento de uma base de recursos: como forma de administrar recursos menos formais que os materiais
didáticos, tais como FAQ (Perguntas freqüentes) e sistema de busca;

f) Apoio: como por exemplo, a ajuda on-line sobre o ambiente;
g) Manutenção: relativo à criação e atualização de matérias de aprendizagem.

Assim, Pereira (2007) de forma resumida explica:

Os AVAS utilizam a Internet para possibilitar de maneira integrada e virtual (I) o acesso à
informação por meio de materiais didáticos, assim como o armazenamento e disponibilização
de documentos (arquivos); (2) a comunicação síncrona e assíncrona; (3) o gerenciamento dos
processos administrativos e pedagógicos; (4) a produção de atividades individuais ou em
grupo. (PEREIRA, 2007, p.7)
Com o advento dos computadores pessoais e sua posterior conexão em rede
(a internet) surge um novo espaço de comunicação – o ciberespaço. A partir do
ciberespaço, constrói-se uma nova cultura – a cibercultura – e com ela um novo
gênero de saber e uma nova forma de pensamento (LÉVY, 2000). A cibercultura
traz consigo duas características básicas: a hipertextualidade e a interatividade, e
estas comportam outras características como a virtualidade, a não-linearidade, a
multivocalidade, o tempo real, a simulação. Estas características dão especificidade
a esta nova cultura (BONILLA, 2005).

Aqui vamos nos deter um pouco na discussão da virtualidade. Na linguagem
comum, o virtual é utilizado para designar ilusão, ausência de existência, algo
inapreensível, oposto ao real. Com o desenvolvimento das comunicações
computadorizada sem rede, se popularizaram os termos "virtual" e "virtualidade". É
chamado de mundo virtual ,vulgarmente, o ambiente de comunicação que é feito
na internet. A mídia de informática, principalmente, ajuda a popularizar a
"virtualidade", porque é uma palavra que sempre chama atenção, está sempre
ligada a novas tecnologias e ao modismo tecnológico.(WIKIPEDIA, 2006).

No entanto, o conceito de virtual é muito mais abrangente que a informatização.
Segundo Lévy (1996), embora a digitalização no ciberespaço desempenhe um
papel importante nas transformaçõesdo mundo contemporâneo, existem outros
vetores da virtualização como: a imaginação, a memória, o conhecimento, a
religião; vetores estes que levaram ao abandono da presença muito antes da
informatização.


     “O virtual tem somente uma pequena afinidade com o falso, o ilusório, o
imaginário. Trata-se, ao contrário, de um modo de ser fecundo e poderoso, que põe
    em jogo processos de criação, abre futuros, perfura poços de sentido sob a
                       platitude da presença física imediata”

                                                                   (LÉVY, 1996, p.12)

Lemos, Cardoso e Palacios (2005), tomando como base o exposto por Lévy em seu
livro “O que é virtual”, argumentam que:


 "Podemos ver o real como o conjunto de processos de virtualização e atualização
sucessivos, sendo os primeiros dispositivos de questionamento de um determinado
  estado de coisas, e os segundos formas de resoluções desses problemas. Assim
  sendo, quando escrevemos este artigo, virtualizamos (pomos em questão) essa
  temática: educação e novas tecnologias, atualizando-a quando escolhemos uma
 abordagem e não outra, quando finalizamos escrevendo este texto. O processo é
infindável, já que o leitor vai de novo virtualizar nosso texto ao lê-lo, ao questioná-
    lo com suas referências adquiridas e com uma criação de relações e vínculos
   próprios. Grosso modo podemos, para o que nos interessa aqui, dizer que todo
processo de virtualização é um deslocamento do aqui e agora (...). Assim, virtual se
                         opõe ao atual, fazendo parte do real.”

                                              (LEMOS, CARDOSO e PALACIOS, 2005)




O atual, então, é a solução exigida pela problemática, pelo virtual; é o produto da
atualização feita pelo virtual e que alimenta de volta o virtual. Atual e virtual
coexistem e se intercambiam. “Esse processo constitui um movimento em que
imagens vão surgindo, sentidos e significados vão sendo elaborados e re-
elaborados. E é justamente a esse movimento que designo realidade”(BONILLA,
2005, p.134).

Assim,muito mais do que produzir rupturas, as novas tecnologias devem ser vistas
como potencializadoras de algumas estratégias pedagógicas - já que a educação
deveria ser virtualizante por essência (LEMOS, CARDOSO e PALACIOS, 2005).

A partir dos conceitos de virtual, atual e real que se entrelaçam é que buscamos
ressignificar o conceito de ambiente virtual de aprendizagem. Um ambiente de
aprendizagem pode ser entendido como um espaço onde se constrói conhecimento:
convencionalmente, a sala de aula presencial. E o que seria um ambiente virtual de
aprendizagem? A partir do conceito popular de virtual, podemos dizer que seria
uma sala de aula mediada por computadores em rede, ou pela internet. Mas
podemos ir além quando pensamos neste conceito.

Na literatura, encontramos algumas definições para ambientes virtuais de
aprendizagem. Uma delas é trazida por Vavassori e Raabe que definem um
ambiente virtual de aprendizagem como “(...) um sistema que reúne uma série de
recursos e ferramentas, permitindo e potencializando sua utilização em atividades
de aprendizagem através da internet em um curso a distância.” (VAVASSORI e
RAABE,2003). Esta definição nos remete a uma aplicação de computação
(um software)utilizada em cursos a distância. Edméa Santos conceitua o AVA como
um"espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos
interagem, potencializando assim a construção de conhecimentos, logo a
aprendizagem" (SANTOS, 2003).

Podemos dizer que um ambiente virtual de aprendizagem pode ser percebido não
só como um ambiente constituído a partir da rede, mas também como um espaço
de amplas possibilidades de construção de conhecimento, onde “memórias” da rede
se entrelaçam com memórias, imaginação, conhecimento, dos sujeitos que com ela
interagem, ressignificando conceitos e reconstituindo o atual de cada um a cada
instante

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Definiçoes de ava

  • 1. Conforme exposto anteriormente, com desenvolvimento tecnológico e a evolução da Internet a partir da segunda metade do século XX surgiram os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), esses são recursos que merecem ser estudados, já que vem se sobressaindo na atualidade, tanto no contexto acadêmico presencial como no a distância. Para melhor compreensão dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, ressaltamos alguns conceitos, conforme idealizados por estudiosos: Para Pereira (2007): AVAs consistem em mídias que utilizam o ciberespaço para veicular conteúdos e permitir interação entre os atores do processo educativo. [...] Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) consiste em uma opção de mídia que está sendo utilizada para mediar o processo ensino- aprendizagem à distância. (PEREIRA, 2007, p. 4 e5). Santos, (2006): Sistema informatizado, projetados para promover interação entre professores, alunos e quaisquer outros participantes em processos colaborativos que envolvam ensino e aprendizagem via Internet. (SANTOS, 2006, p. 18) Conforme Mckimm, Jollie e Cantillon (2003) apud Pereira (2007) os AVAs: Consistem em conjunto de ferramentas eletrônicas voltadas ao processo ensino-aprendizagem. Os principais componentes incluem sistemas que podem organizar conteúdos, acompanhar atividades e, fornecer ao estudante suporte on-line e comunicação eletrônica. (PEREIRA, 2007, p. 6). Valentini e Soares (2005) trazem: AVAs vai além da idéia de um conjunto de páginas educacionais na Web ou de sites com diferentes ferramentas de interação e de imersão (realidade virtual). Entendemos que um ambiente virtual de aprendizagem é um espaço social, constituindo-se de interações cognitivo- sociais sobre ou em torno de um objeto de conhecimento: um lugar na Web, “cenários onde as pessoas interagem”, mediadas pela linguagem da hipermídia, cujos fluxos de comunicação entre os interagentes são possibilitados pela interface gráfica. (VALENTINI e SOARES, 2005, p.19). Milligan (1999) apud Pereira (2007): O termo AVA deve ser usado para descrever um software baseado em servidor e modelado para gerenciar e administrar os variados aspectos da aprendizagem, como disponibilizar conteúdos, acompanhar o estudante, avaliar o processo de ensino-aprendizagem entre outros. (PEREIRA, 2007, p. 6). De acordo com Milligan apud Pereira (2007) para a gestão do aprendizado e a disponibilização de materiais, um AVA deve apresentar determinadas ferramentas: a) Controle de tempo: feito através de algum meio explícito de disponibilizar materiais e atividades em determinados momentos do curso, por exemplo, o recurso calendário; b) Avaliação: usualmente formativa (como por exemplo, a auto-avaliação); c) Comunicação: promovida de forma síncrona e assíncrona; d) Espaço privativo: disponibilizado para os participantes trocarem e armazenarem arquivos; e) Gerenciamento de uma base de recursos: como forma de administrar recursos menos formais que os materiais didáticos, tais como FAQ (Perguntas freqüentes) e sistema de busca; f) Apoio: como por exemplo, a ajuda on-line sobre o ambiente;
  • 2. g) Manutenção: relativo à criação e atualização de matérias de aprendizagem. Assim, Pereira (2007) de forma resumida explica: Os AVAS utilizam a Internet para possibilitar de maneira integrada e virtual (I) o acesso à informação por meio de materiais didáticos, assim como o armazenamento e disponibilização de documentos (arquivos); (2) a comunicação síncrona e assíncrona; (3) o gerenciamento dos processos administrativos e pedagógicos; (4) a produção de atividades individuais ou em grupo. (PEREIRA, 2007, p.7)
  • 3. Com o advento dos computadores pessoais e sua posterior conexão em rede (a internet) surge um novo espaço de comunicação – o ciberespaço. A partir do ciberespaço, constrói-se uma nova cultura – a cibercultura – e com ela um novo gênero de saber e uma nova forma de pensamento (LÉVY, 2000). A cibercultura traz consigo duas características básicas: a hipertextualidade e a interatividade, e estas comportam outras características como a virtualidade, a não-linearidade, a multivocalidade, o tempo real, a simulação. Estas características dão especificidade a esta nova cultura (BONILLA, 2005). Aqui vamos nos deter um pouco na discussão da virtualidade. Na linguagem comum, o virtual é utilizado para designar ilusão, ausência de existência, algo inapreensível, oposto ao real. Com o desenvolvimento das comunicações computadorizada sem rede, se popularizaram os termos "virtual" e "virtualidade". É chamado de mundo virtual ,vulgarmente, o ambiente de comunicação que é feito na internet. A mídia de informática, principalmente, ajuda a popularizar a "virtualidade", porque é uma palavra que sempre chama atenção, está sempre ligada a novas tecnologias e ao modismo tecnológico.(WIKIPEDIA, 2006). No entanto, o conceito de virtual é muito mais abrangente que a informatização. Segundo Lévy (1996), embora a digitalização no ciberespaço desempenhe um papel importante nas transformaçõesdo mundo contemporâneo, existem outros vetores da virtualização como: a imaginação, a memória, o conhecimento, a religião; vetores estes que levaram ao abandono da presença muito antes da informatização. “O virtual tem somente uma pequena afinidade com o falso, o ilusório, o imaginário. Trata-se, ao contrário, de um modo de ser fecundo e poderoso, que põe em jogo processos de criação, abre futuros, perfura poços de sentido sob a platitude da presença física imediata” (LÉVY, 1996, p.12) Lemos, Cardoso e Palacios (2005), tomando como base o exposto por Lévy em seu livro “O que é virtual”, argumentam que: "Podemos ver o real como o conjunto de processos de virtualização e atualização sucessivos, sendo os primeiros dispositivos de questionamento de um determinado estado de coisas, e os segundos formas de resoluções desses problemas. Assim sendo, quando escrevemos este artigo, virtualizamos (pomos em questão) essa temática: educação e novas tecnologias, atualizando-a quando escolhemos uma abordagem e não outra, quando finalizamos escrevendo este texto. O processo é infindável, já que o leitor vai de novo virtualizar nosso texto ao lê-lo, ao questioná- lo com suas referências adquiridas e com uma criação de relações e vínculos próprios. Grosso modo podemos, para o que nos interessa aqui, dizer que todo processo de virtualização é um deslocamento do aqui e agora (...). Assim, virtual se opõe ao atual, fazendo parte do real.” (LEMOS, CARDOSO e PALACIOS, 2005) O atual, então, é a solução exigida pela problemática, pelo virtual; é o produto da atualização feita pelo virtual e que alimenta de volta o virtual. Atual e virtual
  • 4. coexistem e se intercambiam. “Esse processo constitui um movimento em que imagens vão surgindo, sentidos e significados vão sendo elaborados e re- elaborados. E é justamente a esse movimento que designo realidade”(BONILLA, 2005, p.134). Assim,muito mais do que produzir rupturas, as novas tecnologias devem ser vistas como potencializadoras de algumas estratégias pedagógicas - já que a educação deveria ser virtualizante por essência (LEMOS, CARDOSO e PALACIOS, 2005). A partir dos conceitos de virtual, atual e real que se entrelaçam é que buscamos ressignificar o conceito de ambiente virtual de aprendizagem. Um ambiente de aprendizagem pode ser entendido como um espaço onde se constrói conhecimento: convencionalmente, a sala de aula presencial. E o que seria um ambiente virtual de aprendizagem? A partir do conceito popular de virtual, podemos dizer que seria uma sala de aula mediada por computadores em rede, ou pela internet. Mas podemos ir além quando pensamos neste conceito. Na literatura, encontramos algumas definições para ambientes virtuais de aprendizagem. Uma delas é trazida por Vavassori e Raabe que definem um ambiente virtual de aprendizagem como “(...) um sistema que reúne uma série de recursos e ferramentas, permitindo e potencializando sua utilização em atividades de aprendizagem através da internet em um curso a distância.” (VAVASSORI e RAABE,2003). Esta definição nos remete a uma aplicação de computação (um software)utilizada em cursos a distância. Edméa Santos conceitua o AVA como um"espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem, potencializando assim a construção de conhecimentos, logo a aprendizagem" (SANTOS, 2003). Podemos dizer que um ambiente virtual de aprendizagem pode ser percebido não só como um ambiente constituído a partir da rede, mas também como um espaço de amplas possibilidades de construção de conhecimento, onde “memórias” da rede se entrelaçam com memórias, imaginação, conhecimento, dos sujeitos que com ela interagem, ressignificando conceitos e reconstituindo o atual de cada um a cada instante