Eclesiologias nt

Zé Vitor Rabelo
Zé Vitor RabeloResponsável Técnico em Potência Academia
As diversas eclesiologias
                               do Novo Testamento

A Igreja em Mateus
1. Os leitores de Mateus são judeu-cristãos, e se identificam com aqueles que aceitaram
   a mensagem da salvação: vide Mt 21,43 (parábola dos arrendatários homicidas).
   Constitui-se assim um novo povo.
2. Para Mateus, o povo judeu como um todo é responsável pela rejeição e crucifixão de
   Jesus. Assim sendo, privilégios e bênçãos concedidos ao antigo Israel, de modo
   especial a sua eleição (Ex 19,5s; Dt 7,6; 14,2; 26,18), serão transferidos a um novo
   povo. Portanto, “povo” não é mais uma realidade étnica, nacional, mas uma unidade
   espiritual, uma associação de homens que produzam frutos.
3. Este novo povo de Deus se forma a partir da reunião dos crentes que vieram de Israel
   e dos convertidos do paganismo (ou gentilismo). Terá então uma amplitude universal:
   12,21; 24,14; 25,32; 26,28 (sangue derramado por muitos: to. peri. pollw/n); 28,19.
4. Ao antigo povo de Deus (Israel), marcado pelo legalismo hipócrita (5,20-28; 8,10-12;
   15,7ss; 21,28-32; 22,1-10; cap. 23), sucede o novo povo de Deus (Igreja). Sobre este
   pano de fundo polêmico, constrói-se uma imagem positiva de Igreja.
5. Não por acaso a questão da lei ocupa espaço considerável em Mt: cf. 5,17-20. A lei de
   Cristo é resumida no mandamento do amor: 22,34-40.
6. A estrutura interna da comunidade se estabelece cf. 18,1-20. A autoridade é conferida
   a certas pessoas.

A Igreja em Paulo
1. Na epístola aos gálatas, Paulo defende seu ofício apostólico enquanto anunciador do
   Evangelho entre os gentios. O Evangelho dispensa a circuncisão e a observância
   legal, e sua pregação se realiza em todo o mundo, sem restrições.
2. Gl 4,21-31. Agar e Sara, que respectivamente representam as duas alianças: a
   primeira, na escravidão da lei (Jerusalém de agora); a segunda, na liberdade
   (Jerusalém do alto). Gl 3,28. O verdadeiro povo de Deus não é constituído nem de
   judeus, nem de gregos, … Para Paulo, um novo povo de Deus tomou o lugar do velho
   Israel.
3. Efésios. A conexão entre judeus e gentios na Igreja é aqui mais profundamente
   indicada. Ef 2,11-22: Cristo, nossa paz, reconcilia a judeus e a gentios com Deus em
   um só corpo. Paulo assegura a liberdade dos gentios no seio da Igreja.
4. Paulo promove a harmonia entre a Igreja-mãe de Jerusalém e as novas fundações (cf.
   Rm 15,25-29; 1Cor 16,1; 2Cor 9,12). Contribui deste modo para a formação da
   consciência universal da Igreja. E a “Jerusalém do alto” é a mãe de muitos filhos (Gl
   4,26s).
5. Nos escritos paulinos aparece nitidamente a consciência da unidade eclesial: uma fé
   (1Cor 8,5s), um batismo (Gl 3,26ss; 1Cor 12,13; Cl 3,9-11; Ef 4,3-6), a partilha de um
   único pão (1Cor 10,16s).
6. Em Paulo, a Igreja “se define” como Corpo de Cristo (1Cor 12,12ss; Rm 12,4s; Ef
   1,22s; Cl 1,18) e como templo de Deus (1Cor 3,16; 2Cor 6,16), no qual reside o
   Espírito.
As diversas eclesiologias do Novo Testamento                       2


7. Paulo não conhece um cristianismo “individual”; com efeito, a realização cristã do
   indivíduo dá-se na comunidade.

Carta aos hebreus
1. Este texto refere-se ao Povo de Deus da nova Aliança, por meio da tipologia do
   Antigo Testamento e através de um especial tipo de exegese escriturística, a fim de
   estimulá-lo no seu caminhar para o mundo celeste futuro.
2. Tem forte impostação cristológica. As pessoas unidas a Cristo são o povo de Deus
   escatológico (4,9: perspectiva de um repouso do sábado), com o qual Deus, através
   deste Mediador, conclui a definitiva aliança de salvação (cf. 8,8-12; 13,12).
3. Na Carta aos Hebreus, os temas eclesiológicos se desenvolvem segundo idéias e
   metáforas diversas: povo de Deus, peregrinação, casa de Deus, cidade futura,
   Jerusalém celeste.

Cartas pastorais
1. Aparecem aqui questões de organização. Há regulação e estabilização das condições
   eclesiásticas. São dadas instruções pastorais. Não há grandes exposições teológicas.
2. 1Tm 3,5 (governo da Igreja de Deus); 1Tm 3,15 (modo de proceder na casa de Deus);
   1Tm 5,16 (não se onere a Igreja, a fim de que ela possa ajudar …).
3. A casa, em 1Cor, 2Cor e Ef, é “edifício em construção”. Já em 1Tm 3,15 é um
   edifício sólido, “coluna e sustentáculo da verdade”.
4. 2Tm 2,19ss: na casa de Deus, há uma ordem bem estabelecida.
5. Os ministros têm o ofício de (a) proteger a casa contra perigos e de (b) promover a
   vida cristã.
6. Aparece aqui o tema do “depósito”: surgem então os princípios da tradição e da
   sucessão (1Tm 4,16; 6,20; 2Tm 1,12.14).
7. Enquanto as primeiras cartas paulinas atestam a natureza pneumática e celeste da
   Igreja, as cartas pastorais acentuam a dimensão institucional da mesma. Se por um
   lado não se pode entender, nas cartas pastorais, a Igreja como mera instituição
   estabelecida na terra, por outro lado é verdade que a tensão escatológica se esvazia, as
   virtudes cívicas são enfatizadas, há conflitos com as heresias e uma mais rigorosa
   ordem e disciplina começam a aparecer.

A Igreja em 1Pd
1. 1Pd 2,4s. Os cristãos constituem uma casa espiritual; são suas pedras vivas (cf. Ef
   2,20-22). Note-se aqui a imagem dinâmica da construção. Jesus Cristo é a “pedra
   viva” (cf. Is 28,16), “eleita e preciosa diante de Deus”. Atente-se à idéia do
   “sacerdócio santo” (v. 5b).
2. Na eclesiologia de 1Pd, fundem-se diversas imagens da Escritura. Por exemplo: 1Pd
   4,17 (casa de Deus); 1Pd 5,2 (rebanho de Deus).
3. A Igreja é peregrina, é estrangeira: 1Pd 1,17 (paroiki,aj). Em Ef, a condição de
   “estrangeira” se fazia como contraste com Israel (estrangeiro = não israelita). Em 1Pd,
   tal condição não se dá a partir deste contraste. No âmbito desta peregrinação, a vida
   dos cristãos neste mundo e o próprio caráter da Igreja têm nítida dimensão
   escatológica.
As diversas eclesiologias do Novo Testamento                        3


A Igreja nos escritos joaninos
Evangelho de João
• evangelho bem mais cristológico do que os sinóticos.
• Jesus é o Senhor ressuscitado.
1. Igreja → multidão dos fiéis que creram no Filho de Deus. (cf. Jo 6,22ss: discurso na
    sinagoga de Cafarnaum: aqueles que se afastam de Jesus ≠ confissão de Pedro).
2. Comunidade daqueles que nascem “do alto”, nascem “da água e do Espírito” → Jo
    3,3.5
3. Comunidade dos que obedecem à palavra do Pastor → Jo 10,1-17; cf. Jo 21,15ss.
4. A Igreja em João é marcada pela unidade: Jo 15,1ss (a vide e os ramos) [imagem
    paralela à do Corpo de Cristo em Paulo (1Cor); emprestada no AT: Israel, vinha de
    Javeh (Is 5,1-7; 27,2-6), vinha escolhida e plantada pelo Senhor (Jr 2,21; Sl 80 (79) 8-
    16)]; Jo 17,26 (a oração de Jesus).
5. Contraposição luz-trevas. A Ig. é constituída pelos “filhos da luz”: “Enquanto tendes
    luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.” (Jo 12,36).
6. É o Espírito que dá testemunho de Jesus através dos discípulos. “Mas, quando vier o
    Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que
    procede do Pai, testificará de mim” (Jo 15,26).
7. O Espírito só é operativo e eficaz na comunidade. → “Mas aquele Consolador, o
    Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos
    fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14,26); “o Espírito diz às Igrejas…”
    (Ap 2,7.11.17.19; 3,6.13.22); “Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois
    que nos deu do seu Espírito” (1Jo 4,13).
8. Igrejas que experimentavam uma florescente vida litúrgico-sacramental: culto a Deus
    entendido como “adoração do Pai em Espírito e verdade” (Jo 4,23). A páscoa nestas
    comunidades substitui e leva à plenitude a páscoa judaica (cf. Jo 2,13; 6,4; 11,55),
    dado que elas possuem o verdadeiro cordeiro pascal, Cristo (cf. Jo 19,36s; 1,29).
9. Missão → Jo 4,42: “E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos,
    porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o
    Salvador do mundo” (conversão dos habitantes de Sicar); Jo 12,20s (gregos que
    queriam ver Jesus); ou ainda: “Eu não rogo somente por estes, mas também por
    aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim” (Jo 17,20).
10. Luta contra um mundo hostil (Jo 16,33), porém já vitoriosa graças à presença do
    Espírito consolador (Jo 15,26s). Vitória dos cristãos sobre o mundo (1Jo 5,4-8).

Apocalipse
1. Livro que pretende fortalecer a fé da Igreja de então.
2. Cristo fez dos crentes “reis e sacerdotes” (Ap 1,6; cf. 5,10; 20,6; 22,5).
3. A Igreja é o verdadeiro Israel escatológico: 144.000 “marcados” [com um selo] (Ap
   7). As 12 tribos são mencionadas.
4. Igreja de mártires, que peregrina em direção do encontro definitivo com o Cordeiro.
5. Igreja: esposa do Cordeiro. A Igreja caminha para a celebração das núpcias eternas
   (cf. Ap 19,7s).
6. Representação da Igreja semelhante à da Carta aos Hebreus, todavia enfatizando o
   caráter martirial da comunidade peregrina.

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Eclesiologias nt

  • 1. As diversas eclesiologias do Novo Testamento A Igreja em Mateus 1. Os leitores de Mateus são judeu-cristãos, e se identificam com aqueles que aceitaram a mensagem da salvação: vide Mt 21,43 (parábola dos arrendatários homicidas). Constitui-se assim um novo povo. 2. Para Mateus, o povo judeu como um todo é responsável pela rejeição e crucifixão de Jesus. Assim sendo, privilégios e bênçãos concedidos ao antigo Israel, de modo especial a sua eleição (Ex 19,5s; Dt 7,6; 14,2; 26,18), serão transferidos a um novo povo. Portanto, “povo” não é mais uma realidade étnica, nacional, mas uma unidade espiritual, uma associação de homens que produzam frutos. 3. Este novo povo de Deus se forma a partir da reunião dos crentes que vieram de Israel e dos convertidos do paganismo (ou gentilismo). Terá então uma amplitude universal: 12,21; 24,14; 25,32; 26,28 (sangue derramado por muitos: to. peri. pollw/n); 28,19. 4. Ao antigo povo de Deus (Israel), marcado pelo legalismo hipócrita (5,20-28; 8,10-12; 15,7ss; 21,28-32; 22,1-10; cap. 23), sucede o novo povo de Deus (Igreja). Sobre este pano de fundo polêmico, constrói-se uma imagem positiva de Igreja. 5. Não por acaso a questão da lei ocupa espaço considerável em Mt: cf. 5,17-20. A lei de Cristo é resumida no mandamento do amor: 22,34-40. 6. A estrutura interna da comunidade se estabelece cf. 18,1-20. A autoridade é conferida a certas pessoas. A Igreja em Paulo 1. Na epístola aos gálatas, Paulo defende seu ofício apostólico enquanto anunciador do Evangelho entre os gentios. O Evangelho dispensa a circuncisão e a observância legal, e sua pregação se realiza em todo o mundo, sem restrições. 2. Gl 4,21-31. Agar e Sara, que respectivamente representam as duas alianças: a primeira, na escravidão da lei (Jerusalém de agora); a segunda, na liberdade (Jerusalém do alto). Gl 3,28. O verdadeiro povo de Deus não é constituído nem de judeus, nem de gregos, … Para Paulo, um novo povo de Deus tomou o lugar do velho Israel. 3. Efésios. A conexão entre judeus e gentios na Igreja é aqui mais profundamente indicada. Ef 2,11-22: Cristo, nossa paz, reconcilia a judeus e a gentios com Deus em um só corpo. Paulo assegura a liberdade dos gentios no seio da Igreja. 4. Paulo promove a harmonia entre a Igreja-mãe de Jerusalém e as novas fundações (cf. Rm 15,25-29; 1Cor 16,1; 2Cor 9,12). Contribui deste modo para a formação da consciência universal da Igreja. E a “Jerusalém do alto” é a mãe de muitos filhos (Gl 4,26s). 5. Nos escritos paulinos aparece nitidamente a consciência da unidade eclesial: uma fé (1Cor 8,5s), um batismo (Gl 3,26ss; 1Cor 12,13; Cl 3,9-11; Ef 4,3-6), a partilha de um único pão (1Cor 10,16s). 6. Em Paulo, a Igreja “se define” como Corpo de Cristo (1Cor 12,12ss; Rm 12,4s; Ef 1,22s; Cl 1,18) e como templo de Deus (1Cor 3,16; 2Cor 6,16), no qual reside o Espírito.
  • 2. As diversas eclesiologias do Novo Testamento 2 7. Paulo não conhece um cristianismo “individual”; com efeito, a realização cristã do indivíduo dá-se na comunidade. Carta aos hebreus 1. Este texto refere-se ao Povo de Deus da nova Aliança, por meio da tipologia do Antigo Testamento e através de um especial tipo de exegese escriturística, a fim de estimulá-lo no seu caminhar para o mundo celeste futuro. 2. Tem forte impostação cristológica. As pessoas unidas a Cristo são o povo de Deus escatológico (4,9: perspectiva de um repouso do sábado), com o qual Deus, através deste Mediador, conclui a definitiva aliança de salvação (cf. 8,8-12; 13,12). 3. Na Carta aos Hebreus, os temas eclesiológicos se desenvolvem segundo idéias e metáforas diversas: povo de Deus, peregrinação, casa de Deus, cidade futura, Jerusalém celeste. Cartas pastorais 1. Aparecem aqui questões de organização. Há regulação e estabilização das condições eclesiásticas. São dadas instruções pastorais. Não há grandes exposições teológicas. 2. 1Tm 3,5 (governo da Igreja de Deus); 1Tm 3,15 (modo de proceder na casa de Deus); 1Tm 5,16 (não se onere a Igreja, a fim de que ela possa ajudar …). 3. A casa, em 1Cor, 2Cor e Ef, é “edifício em construção”. Já em 1Tm 3,15 é um edifício sólido, “coluna e sustentáculo da verdade”. 4. 2Tm 2,19ss: na casa de Deus, há uma ordem bem estabelecida. 5. Os ministros têm o ofício de (a) proteger a casa contra perigos e de (b) promover a vida cristã. 6. Aparece aqui o tema do “depósito”: surgem então os princípios da tradição e da sucessão (1Tm 4,16; 6,20; 2Tm 1,12.14). 7. Enquanto as primeiras cartas paulinas atestam a natureza pneumática e celeste da Igreja, as cartas pastorais acentuam a dimensão institucional da mesma. Se por um lado não se pode entender, nas cartas pastorais, a Igreja como mera instituição estabelecida na terra, por outro lado é verdade que a tensão escatológica se esvazia, as virtudes cívicas são enfatizadas, há conflitos com as heresias e uma mais rigorosa ordem e disciplina começam a aparecer. A Igreja em 1Pd 1. 1Pd 2,4s. Os cristãos constituem uma casa espiritual; são suas pedras vivas (cf. Ef 2,20-22). Note-se aqui a imagem dinâmica da construção. Jesus Cristo é a “pedra viva” (cf. Is 28,16), “eleita e preciosa diante de Deus”. Atente-se à idéia do “sacerdócio santo” (v. 5b). 2. Na eclesiologia de 1Pd, fundem-se diversas imagens da Escritura. Por exemplo: 1Pd 4,17 (casa de Deus); 1Pd 5,2 (rebanho de Deus). 3. A Igreja é peregrina, é estrangeira: 1Pd 1,17 (paroiki,aj). Em Ef, a condição de “estrangeira” se fazia como contraste com Israel (estrangeiro = não israelita). Em 1Pd, tal condição não se dá a partir deste contraste. No âmbito desta peregrinação, a vida dos cristãos neste mundo e o próprio caráter da Igreja têm nítida dimensão escatológica.
  • 3. As diversas eclesiologias do Novo Testamento 3 A Igreja nos escritos joaninos Evangelho de João • evangelho bem mais cristológico do que os sinóticos. • Jesus é o Senhor ressuscitado. 1. Igreja → multidão dos fiéis que creram no Filho de Deus. (cf. Jo 6,22ss: discurso na sinagoga de Cafarnaum: aqueles que se afastam de Jesus ≠ confissão de Pedro). 2. Comunidade daqueles que nascem “do alto”, nascem “da água e do Espírito” → Jo 3,3.5 3. Comunidade dos que obedecem à palavra do Pastor → Jo 10,1-17; cf. Jo 21,15ss. 4. A Igreja em João é marcada pela unidade: Jo 15,1ss (a vide e os ramos) [imagem paralela à do Corpo de Cristo em Paulo (1Cor); emprestada no AT: Israel, vinha de Javeh (Is 5,1-7; 27,2-6), vinha escolhida e plantada pelo Senhor (Jr 2,21; Sl 80 (79) 8- 16)]; Jo 17,26 (a oração de Jesus). 5. Contraposição luz-trevas. A Ig. é constituída pelos “filhos da luz”: “Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.” (Jo 12,36). 6. É o Espírito que dá testemunho de Jesus através dos discípulos. “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim” (Jo 15,26). 7. O Espírito só é operativo e eficaz na comunidade. → “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14,26); “o Espírito diz às Igrejas…” (Ap 2,7.11.17.19; 3,6.13.22); “Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito” (1Jo 4,13). 8. Igrejas que experimentavam uma florescente vida litúrgico-sacramental: culto a Deus entendido como “adoração do Pai em Espírito e verdade” (Jo 4,23). A páscoa nestas comunidades substitui e leva à plenitude a páscoa judaica (cf. Jo 2,13; 6,4; 11,55), dado que elas possuem o verdadeiro cordeiro pascal, Cristo (cf. Jo 19,36s; 1,29). 9. Missão → Jo 4,42: “E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (conversão dos habitantes de Sicar); Jo 12,20s (gregos que queriam ver Jesus); ou ainda: “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim” (Jo 17,20). 10. Luta contra um mundo hostil (Jo 16,33), porém já vitoriosa graças à presença do Espírito consolador (Jo 15,26s). Vitória dos cristãos sobre o mundo (1Jo 5,4-8). Apocalipse 1. Livro que pretende fortalecer a fé da Igreja de então. 2. Cristo fez dos crentes “reis e sacerdotes” (Ap 1,6; cf. 5,10; 20,6; 22,5). 3. A Igreja é o verdadeiro Israel escatológico: 144.000 “marcados” [com um selo] (Ap 7). As 12 tribos são mencionadas. 4. Igreja de mártires, que peregrina em direção do encontro definitivo com o Cordeiro. 5. Igreja: esposa do Cordeiro. A Igreja caminha para a celebração das núpcias eternas (cf. Ap 19,7s). 6. Representação da Igreja semelhante à da Carta aos Hebreus, todavia enfatizando o caráter martirial da comunidade peregrina.