Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
FUNDAMENTOS PSICOMÉTRICOS E A
CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS
Profa. Dra. Lisandra Borges
Doutorado em Psicologia com ênfase em Avaliação Psicológica
pela Universidade São Francisco
1
Anastasi
• , A., & Urbina, S. (2000). Testagem Psicológica. (7ª ed). Porto Alegre: Artes Médicas Sul
American Educational Research, Association, American Psychological Association & National Council on
•
Measurement in Education [AERA, APA, NCME] (2014). Standards for Educational and Psychological Testing.
Washigton, DC: American Educational Research Association.
Cohen, R. J.,
• Swerdlik, M. E., & Sturman, E. D. (2014). Testagem e avaliação psicológica: introdução a testes e
medidas. (8. ed. ). Porto Alegre: McGraw
Hutz
• , C. S. (2009). Avanços e polêmicas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Hutz
• , C. S. , Bandeira, D. R., Trentini, C. M., & Krug, J. S. (2016). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed.
Urbina, S. (
• 2007). Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artmed
2
• É qualquer coisa imaginada pela mente humana mas que não é diretamente
observável;
• Construtos são abstrações referentes a conceitos, ideias, entidades teóricas,
hipóteses e invenções;
• Na psicologia designa os traços, processos, conhecimentos armazenados ou
características que não podem ser observadas diretamente;
• Uma entidade hipotética derivada de uma teoria psicológica, pesquisa e observação
do comportamento;
• Variam quanto à complexidade, aplicabilidade e ao grau de abstração requerida para
inferi-los a partir dos dados comportamentais;
• Não são observáveis, são inferidos a partir de observações;
• Exemplo: fator g, dimensões do big five, transtornos de personalidade
3
PSICOMETRIA
Psicometria
•
do grego psyké, alma
e metron, medida, medição
É uma área da Psicologia que faz
vínculo entre as ciências exatas,
principalmente a matemática
aplicada - a Estatística.
4
PRECURSORES
Sabe
• -se que o primeiro laboratório de psicologia
experimental foi criado em 1879 por Wundt. Foi ali,
pode-se dizer, que nasceu ou pelo menos foi concebido o
método dos testes.
Os
• primeiros trabalhos limitavam-se no entanto ao estudo
dos processos inferiores: domínio sensorial e motor. Só
mais tarde se empreendeu o estudo experimental do
pensamento e da vontade.
Discípulos
• de Wundt levaram para fora do laboratório as
concepções e técnicas que ele aí tinha estudado e
colocaram-nas ao serviço da vida real.
5
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO ...
1- (1880)
A década de Galton: os
trabalhos visavam à
avaliação das aptidões
humana por meio da medida
sensorial. Este autor teve
grande impacto na
orientação prática e teórica
da psicometria.
6
CATTEL
2- (1890)
A década de Cattell: sob a
influência de Galton,
desenvolveu medidas das
diferenças individuais,
inaugurando a
terminologia mental test.
7
BINET
3- (1900)
A década de Binet: predominaram os interesses pelas
avaliações das aptidões humanas, visando à predição na
área acadêmica e na área da saúde.
Embora Binet tenha predominado nesta época, esta
década também pôde ser considerada a era de
Spearman, o qual deu os fundamentos da teoria da
psicometria clássica com suas obras. Portanto, obras que
falavam sobre a correlação entre medidas, diferenças,
somas, e sobre a inteligência, de uma forma geral.
8
4- (1910-1930)
A era dos testes de inteligência desenvolveu-se
sob a influência dos testes de inteligência de Binet,
os artigos de Spearman, e sob a influência do
impacto da Primeira Guerra Mundial, que impôs a
necessidade de uma seleção rápida e eficiente de
recrutas para o exército (ex. testes Army Alpha e
Army Beta).
• 1917 Aplicação coletiva de testes mentais aos recrutas dos exércitos
americanos enviados à Europa para combate.
9
5- (1930)
A década da análise fatorial os psicólogos estatísticos começaram a
repensar as ideias de Spearman, uma vez que o entusiasmo com os
testes de inteligência vinha caindo muito, sobretudo quando se
mostrou que estes eram demasiadamente dependentes da cultura onde
eram criados.
• Então, Kelley quebrou a tradição de Spearman, e desenvolveu a
análise fatorial múltipla, a escalonagem psicológica, e fundou, em
1936, a Sociedade Psicométrica Americana, juntamente com a
revista Psycometrika, ambas dedicadas ao estudo e avanço da
psicometria.
10
6- (1940-1980) - A era da sistematização foi
marcada por duas tendências opostas, os trabalhos de
síntese e os trabalhos de crítica.
Tentou-se sistematizar os avanços da Psicometria, a
teoria clássica dos testes psicológicos, e a teoria sobre a
medida escalar. Além disso, recolheram-se os avanços na
área de análise fatorial, procurou-se sintetizar os dados
da medida em personalidade, e procurou-se sistematizar
uma teoria sobre a inteligência.
American Psychological Association – APA- introduziu as
normas de elaboração e uso dos testes.
11
Crítica
levantou-se os problemas das escalas de medida, o que
acarretou e ainda acarreta muita polêmica.
Surgiu a primeira grande crítica à teoria clássica dos testes,
na obra de Lord e Novick (1968 – Statistical theory of
mental tests scores), que iniciou o desenvolvimento de
uma teoria alternativa, a do traço latente, que
desembocou na teoria moderna da psicometria, mais tarde
sintetizada por Lord (1980).
12
TRAÇO LATENTE
• modelos matemáticos que relaciona variáveis observáveis (itens de um teste,
por exemplo) e traços hipotéticos não-observáveis ou aptidões.
• Assim, temos um estímulo (item) que é apresentado ao sujeito e este
responde a ele. A resposta que o sujeito dá ao item depende do nível que o
sujeito possui no traço latente ou aptidão. Desta forma, o traço latente é a
causa e a resposta do sujeito é o efeito. Agora, para se poder estimar, a partir
da resposta dada pelo sujeito, o seu nível no traço latente, é preciso que se
hipotetizem relações entre as respostas observadas do sujeito e o seu nível
neste mesmo traço latente.
13
PSICOMETRIA MODERNA
7- A era da psicometria moderna (Item Response Theory-
IRT- 1980)
a psicometria consiste no conjunto de técnicas utilizadas
para mensurar, de forma adequada e comprovada
experimentalmente, um conjunto ou uma gama de
comportamentos que se deseja conhecer melhor.
14
O QUE É PSICOMETRIA?
• Teoria e a técnica de medida dos processos mentais,
especialmente aplicada na área da Psicologia e da Educação.
• Método quantitativo que tem, como principal característica
e vantagem, o fato de representar o conhecimento da
natureza com maior precisão do que utilização da
linguagem para descrever a observação de fenômenos
naturais.
15
TEORIA DA MEDIDA
Observação
•
Observação
• cotidiana x observação em ciência
Métodos
• como meio de padronização das
observações.
Medir
• é atribuir números às nossas observações
de uma forma que seja significativa para nós.
16
• Ao medir, o observador constrói um modelo com
o qual busca representar as diferenças que
observou e que lhe parecem significativas.
• Quando construímos um modelo, queremos que
as relações existentes entre os elementos do
modelo encontrem correspondência nas relações
existentes entre os objetos de nossas
observações.
17
PREMISSAS TEÓRICAS
• Basicamente, dois são os possiveis focos:
• o estilo nomotético (ou psicométrico) e o estilo
idiográfico (ou impressionista).
18
CRITÉRIOS DE QUALIDADE DE UM TESTE
PSICOLÓGICO
• Resolução CFP 02/2003
• Critérios mínimos
• Um psicólogo somente pode usar em sua prática testes psicológicos
aprovados pelo SATEPSI
• a critérios mínimos (ou seja, ser minimamente bom)
não quer dizer que ele vai ser adequado para a prática,
em qualquer contexto, com qualquer pessoa
• O profissional tem que ter discernimento para escolher qual(is) instrumentos
• Consciência crítica ética profissional
20
VALIDADE E PRECISÃO
• 2001 CFP – preocupação com a melhora da qualidade dos testes.
• Reflexo da crise de 1960.
21
CRITÉRIOS DE QUALIDADE DE UM TESTE
PSICOLÓGICO
I
• - apresentação da fundamentação teórica do instrumento, com especial
ênfase na definição do construto;
II
• - apresentação de evidências empíricas de validade e precisão das
interpretacões propostas para os escores do teste (parâmetros
psicométricos);
III
• - apresentacão de dados empíricos sobre as propriedades psicométricas
dos itens;
IV
• - apresentacão do sistema de correção e interpretação dos escores,
explicitando a lógica que fundamenta o procedimento.
22
VALIDADE
No
• dicionário:
Validade
• : 1. Qualidade de válido; 2. Valor; legitimidade.
Válido
• : 1. Que tem as condições legais necessárias; 2. Que é
bom, correto ou adequado; eficaz;
Valida
• ção: Ato ou efeito de validar;
Validar
• - 1. Tornar ou declarar válido; legitimar; 2. Dar
validade a; 3. Atribuir valor.
23
VALIDADE
• A validade de um teste, basicamente, diz
respeito ao cumprimento da tarefa de medir o
que este se destinou a medir, ou seja, é a
comprovação que o teste mede aquilo a que ele
se propõe.
24
UMA VISÃO ATUAL
Grau
• com que as interpretações sugeridas para os resultados de um teste
encontram sustentação em base científica sólida
Foco
• não está nos instrumentos, mas nas interpretações sugeridas
Importância
• da teoria
Hipóteses
•
Um
• processo contínuo de coleta e acúmulo de evidências de validade
Samuel
• Messick: sindicância científica
Dimensão
• contextual das evidências de validade
Mais
• do que verificar se o teste mede o construto diretamente, verificar se as
evidências combinadas confirmam de forma empírica as ideias teóricas
(construto)
25
VALIDADE
• Validade – conceito unitário
• Evidências de validade – se busca saber as suas qualidades diante de um
propósito ou utilização particular.
• Um mesmo teste pode servir a um objetivo de avaliação e não servir a outro
(populações diferentes, contextos diferentes ... ).
26
VALIDADE
• Não é o teste que possui evidências de
validade; são as interpretações feitas a
partir dos resultados encontrados numa
pesquisa com o teste em questão.
27
FONTES DE EVIDÊNCIA DE
VALIDADE
Antes
• de discutir as fontes de evidências,
precisamos tocar em um assunto delicado...
Revisão
• de um conceito básico da estatística:
A CORRELAÇÃO!!!
28
CORRELAÇÃO
• correlação, também chamada
de coeficiente de correlação, indica a
força e a direção do relacionamento
linear entre duas variáveis aleatórias.
29
CORRELAÇÃO DE PEARSON
É a base de
• toda a ciência psicológica
Permite
• observar as relações entre variáveis ou construtos
Permite
• quantificar e qualificar tais relações
NÃO
• permite afirmar que uma variável influencia ou gera a
outra
31
CORRELAÇÃO
• O Coeficiente de Correlação de Pearson (r) dá duas
informações:
Intensidade
• da relação (quanto se correlacionam)
Sentido
• da relação (positiva ou negativa)
• O r varia entre -1 e +1
Indica
• sentido em que as variáveis variam juntas
Correla
• ção positiva: as duas variáveis “caminham” num mesmo
sentido
Correla
• ção negativa: as variáveis “caminham” em sentido
oposto
Correla
• ção nula (zero): não há padrão de relacão
32
VALIDADE
• Abordagem clássica
Validade de conteúdo (itens representa?)
Validade de critério (fazer previsão?)
Validade de construto (n de itens)
• Abordagem contemporânea
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FONTES DE EVIDÊNCIA DE
VALIDADE
Fontes
• de busca de evidências de validade:
Nomenclaturas
• baseadas nos Standards da APA de 2014
Ainda
• se encontram nos manuais de testes brasileiros as nomenclaturas antigas (construto,
critério e conteúdo)
Resolucão
• CFP 02/2003 exige como critério MÍNIMO de qualidade que um teste
apresente ao menos uma evidência de validade
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ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA
• A) Evidências de validade baseadas no conteúdo
• B) Evidências de validade baseadas nas relações com outras variáveis
• C) Evidências de validade baseadas na estrutura interna
• D) Evidências de validade baseadas no processo de reposta
• E) Evidências de validade baseadas nas consequências da testagem.
35
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE BASEADAS NO
CONTEÚDO
Busca
• -se verificar a relação entre o conteúdo dos itens do teste e o
construto que se planeja avaliar.
Verificar
• se, juntas, os itens representam de forma adequada todas
características do construto .
• É uma evidência baseada muito fortemente na teoria do construto em
questão
Lembrando
• do processo de construção de um teste: após se definir o
que se quer avaliar, deve-se fazer uma ampla revisão da literatura
científica, buscando compreender e operacionalizar o construto
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EVIDÊNCIAS DE VALIDADE BASEADAS NO
CONTEÚDO
Exemplo
• de estudo: Educação Olímpica: avaliação da validade de conteúdo do
“questionário de valores olímpicos (qvo-27)” - (Secco, Santos, Costa, Todt, Saldanha & Silva, 2009)
objetivo
• - avaliar a validade de conteúdo do (QVO-27)” (Rolim, Silva, & Saldanha,
2009). O questionário contempla 3 Valores Universais Olímpicos a saber:
Amizade, Excelência e Respeito
Três
• juízes avaliadores tomaram parte nesta etapa (1 doutor e 2 mestres com
experiência na área). Utilizou-se a Escala de Pertinência e Clareza (EPC) -
consistência de julgamento de competentes opiniões especializadas de juízes-
avaliadores. Ainda, podem-se responder, ao menos em parte, questões
relativas à validade de conteùdo por meio da avaliação positiva dos juizes-
avaliadores quanto à pertinência teórica das questões.
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EVIDÊNCIAS DE VALIDADE BASEADAS
NAS RELAÇÕES COM OUTRAS VARIÁVEIS
Rela
• ções dos resultados do teste com outros, que avaliem:
• O mesmo construto (Figura 1);
Construtos
• ou características relacionadas (Figura 2);
Construtos
• diferentes (Figura 3);
Aqui
• , se busca estabelecer padrões de convergência ou
divergência entre construtos e variáveis psicológicas
Uso
• direto da correlacão
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EVIDÊNCIAS DE VALIDADE BASEADAS
NAS RELAÇÕES COM OUTRAS VARIÁVEIS
• O que esperar de:
(a
• rigor, “esperar” baseando-se na literatura e achados científicos prévios)
Correla
• ção entre dois testes de inteligência?
Correla
• ção entre um teste de inteligência e um de atenção?
Correlacão
• entre um teste de inteligência e notas escolares?
Correla
• ção entre um teste de inteligência e quantidade de acidentes de
trabalho?
Correlacão
• entre um teste de inteligência e um de personalidade?
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EVIDÊNCIAS DE VALIDADE
BASEADAS NA ESTRUTURA
INTERNA
Rela
• ção empírica entre os itens do próprio teste
Uso
• da análise fatorial: a grosso modo, é uma correlação entre
os itens da escala
• A partir dos resultados os itens são agrupados em fatores
Essa
• fonte busca verificar se as dimensões de um determinado
construto teórico se comprovam empiricamente
40
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE BASEADAS
NO PROCESSO DE RESPOSTA
• Fornece informacão sobre o processo de resposta a um item
ou a um teste
• Busca descrever o processo mental envolvido na resolucão de
um problema ou uma questão
• Muito usada em testes de inteligência no exterior, mas poucos
estudos dessa natureza no Brasil
41
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE BASEADAS NAS
CONSEQUÊNCIAS DA TESTAGEM
Validade
• consequencial
Foco
• nas consequências sociais do uso de um teste
Uma
• avaliacão deve conduzir a algo benéfico para a pessoa avaliada
Por
• exemplo: testes diagnósticos que podem ajudar a detectar
condições que necessitem de intervenção
ENADE
• : tem como consequência a melhoria da educacão
superior no Brasil
Avaliação
• terapêutica
Também
• pouco usada no Brasil 42
• O processo de coleta de evidências de validade revelam o que
e como podemos tirar de informacão de um teste
• É importante considerar questões relativas à população alvo,
bem como ao contexto em que o teste será utilizado
• É dever ético do psicólogo entender que o uso de um teste é
uma escolha que deve ser mediada pela compreensão dos seus
alcances e suas limitações
• E o principal: o manual do teste deve propor interpretações
empiricamente validadas por meio de um ou mais fontes, mas
quem toma decisões é O PSICÓLOGO!
43
PRECISÃO
Conhecida
• também como confiabilidade e
fidedignidade
Refere
• -se à estabilidade do teste, de maneira que,
quanto mais próximas forem as pontuações obtidas por
métodos ou situações diferentes, maior será a
consistência do teste.
45
PRECISÃO
• O conceito de precisão opõe-se ao de erro de medida, de maneira que,
quanto mais preciso for considerado um teste, significa que mais
livre de erros ele se encontra.
• A precisão de um teste é determinada pelo nível com que suas
pontuações são livres de erros.
DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE
FIDEDIGNIDADE OU PRECISÃO
• “Precisão refere-se à consistência dos escores obtidos
pelas mesmas pessoas quando reexaminadas com o
mesmo teste em ocasiões diferentes*, ou com diferentes
subgrupos de itens equivalentes, ou outras condições de
exame variáveis” (Anastasi & Urbina, 1997).
*.... desde que esteja garantido que as pessoas não tenham mudado no
construto medido
47
Atualmente,
• no contexto de medida, fidedignidade se
refere a consistência ou estabilidade dos resultados das
avaliações;
• A fidedignidade é considerada uma medida dos escores
ou dos resultados das avaliações e não dos testes;
Fidedignidade
• => erros de medida;
Toda
• medida tem um certo grau de erro associado.
Origens
• dos erros de medida.
48
SELECIONANDO O COEFICIENTE
DE FIDEDIGNIDADE
• A medida a ser usada depende de fatores como a
natureza do construto, o propósito da medida e o
tipo de erro que o contamina.
49
Método Fonte de erro
Teste-Reteste
Fatores ligados ao tempo ou à situação específica
(desatenção, chute, etc..)
Alfa de Cronbach ou Kuder-
Richardson
Fatores ligados ao conteúdo dos itens à homogeneidade da
amostra de itens em relação ao conteúdo
Formas alternadas (imediatas) Fatores ligados ao conteúdo dos itens
Formas alternadas (retardadas) Fatores ligados ao conteúdo dos itens e ao tempo
Metades (Split-Half) Fatores ligados ao conteúdo dos itens
Avaliadores Fatores ligados à subjetividade do avaliador
FIDEDIGNIDADE VIA TRI
• A fidedignidade via TRI é avaliada por
meio da função de informação do
teste
Demonstra
• que a fidedignidade varia
ao longo do continuum da dimensão
latente avaliada
50
PRECISÃO E VALIDADE
se
• simplesmente soubermos que o teste é
preciso, isto é, só tivermos evidência de precisão,
isso não será garantia de que o teste seja válido.
Estranho
• ?! É porque implicitamente assumimos a validade.
Precisão
• é necessária mas não suficiente como
evidência de validade.
51
PRECISÃO
Existem
• diferentes métodos utilizados para se estimarem os coeficientes de
precisão.
Método
• das formas alternadas
Método
• de teste-reteste
Método
• das metades (Split-half)
Método
• de coeficientes de Kuder-Richardson e alfa de Cronbach
Método
• de precisão entre avaliadores
52
Os
• testes psicológicos diferenciam-se de outras
técnicas de avaliação por se tratar de
procedimentos referenciados a normas e a
diretrizes interpretativas padronizadas, com bases
em categorias preestabelecidas.
54
IMPORTANTE
• A experiência do profissional, o conhecimento do construto que está sendo
investigado e o embasamento teórico consistente, acompanhado de outros
métodos de observação e de análise, são condições imprescindíveis para
garantir a confiabilidade dos resultados que se integrarão de modo a compor
uma avaliação coerente (Urbina, 2007)
55
PADRONIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO
CRONBACH (1996) / ALCHIERI E CRUZ (2003) PASQUALI (2003,
2010)
Padronização
• – a uniformidade na aplicação dos testes (material, ambiente,
aplicador, instruções de aplicação e correção, etc.)
Normatização
• – A uniformidade na interpretação dos escores dos testes
(tabelas, percentis, escore z e etc)
56
O MATERIAL DA TESTAGEM
• Qualidade do teste:validade e precisão. (parecer satepsi?)
Risco: processo jurídico e condenação ética.
• Pertinência do teste: além de ser válido e preciso, o teste tem de ser
relevante ao problema apresentado pelo sujeito. O aplicador deve conhecer a
utilidade de um dado teste, o que ele avalia, qual o contexto
O teste deve ser pensado na população a ser aplicado
57
O AMBIENTE DE TESTAGEM
• Ambiente físico
• Condições psicológicas (Compreensão da tarefa / rapport )
• O momento – considerando os fatores acima, avaliar o tempo de aplicação
do teste.
Bateria de teste
58
CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO
Condições
• favoráveis para administração de testes podem causar efeitos no
desempenho deles. Estudos mostram que os resultados nos testes são
afetados pelos procedimentos utilizados durante a administração dos
instrumentos.
• 1 – tempo suficiente
• 2 - nível de dificuldade (adaptar-se ao nível intelectual, profissional, etc)
• 3 – controle dos fatores que podem distrair
59
O APLICADOR
• Elemento importante da situação, principalmente na testagem individual.
• Pasquali (2003)
• O modo da atuação do aplicador pode afetar bastante os resultados do teste.
60
LEI E TESTES PSICOLÓGICOS
Por
• lei os peritos devem prestar serviços de qualidade à sociedade, e esta
qualidade pode ser judicialmente procurada por meio das leis pertinentes.
• O psicólogo responde por sua conduta nessa área de testes. A lei
considera o psicólogo como perito e, portanto, legalmente
responsável por sua atuação profissional.
61
SIGILO E DIVULGAÇÃO DE
RESULTADOS
Normas
• de sigilo profissional contidos no Código de Ética do Psicólogo no
Brasil (CFP, 1987).
• A pessoa que se submete a avaliação tem o direito de receber informações
acerca dos resultados da avaliação. Quem solicita também tem o direito de
receber os resultados, como empresas no processo de seleção; juízes ...
As
• informações devem ser estritamente as necessárias `a resposta da
solicitação.
62
NORMATIZAÇÃO
Pressupõe
• que um teste necessita ser contextualizado para poder ser
interpretado. Tal conceito diz respeito a padrões de como se deve
interpretar um resultado que a pessoa atingiu em um teste.
Urbina
• – os resultados brutos (escores) não são muito úteis numa AP. Os
números não transmitem nenhum sentido, mesmo depois de um exame
aprofundado. Assim ....
64
NORMATIZAÇÃO
• Por meio da estatística descritiva (distribuições de frequência, gráficos,
percentis, variabilidade, etc), pode-se relacionar ou dar sentido aos dados de
modo a facilitar a sua compreensão e utilização.
65
POR EXEMPLO
• Cirilo apresentou 40 pontos num teste de inteligência não verbal e 20 pontos
no teste de memória visual.
• Maria Joaquina acertou 70% das questões
• Qualquer resultado bruto deve ser referido a alguma norma ou algum
padrão para que tenha algum sentido.
66
A NORMA PERMITE POSICIONAR O
RESULTADO DE UM SUJEITO,
POSSIBILITANDO INFERÊNCIAS ...
• A posição que a pessoa se localiza no traço medido pelo teste que produziu o
resultado medido;
• A comparação da pontuação deste sujeito com os resultados de outras
pessoas com características similares.
(amostras
• representativas)
67
PASQUALI 2001
• O critério de referência ou a norma de interpretação é normalmente definido
por dois padrões - nível de desenvolvimento e um grupo padrão.
• Normas de desenvolvimento – desenvolvimento progressivo de aspectos
psicológicos, tais como maturação psicomotora, maturação psíquica, idade
mental, série, entre outros...
• A idade mental (escalas de Binet e Simon) QI
68
PERCENTIS
• O percentil indica a posição relativa do sujeito na amostra de padronização.
Assim, a localização do sujeito, do ponto de vista percentílico, indica quanto
por cento de pessoas desta população (amostra) apresentaram resultados
inferiores ao dele.
um
• escore bruto menor do que 20 será expresso como percentil 40
Um percentil de
• 50 indica que o sujeito se situa na mediana dos escores da amostra.
69
ESCORE PADRÃO Z
Com
• os avanços, resultados em formato de escore padrão ou escore z
Urbina
• (2000) O escore padrão revela a distância do sujeito em relação à
média, em termos de desvio padrão da distribuição.
70
ESCORE PADRÃO NORMALIZADO (EPN)
• O objetivo da transformação dos resultados brutos em outro tipo de escala
derivada é tornar compatíveis os resultados obtidos em diferentes testes.
71
DIFERENTES MÉTODOS DE NORMATIZAÇÃO
Normas
• desenvolvimentais
Idade
• mental (Binet)
QI
• de Razão QI = (IM/IC) X 100
Normas
• por série escolar (equivalentes às séries escolares “grade
equivalents”).
Normas
• ordinais (padrões sequenciais, diferente de normas por idade)
Normas
• intra-grupo
Compara
• -se a nota do indivíduo com a nota média de grupos mais próximos
a ele.
• QI de desvio
• O problema dos Percentis
Escore
• Padrão “z”
Transformações
• lineares
Não
• alteram a distribuição
Transformações
• não lineares (escore padrão normalizado)
O USO DOS TESTES
• “Os testes psicológicos são instrumento de uso exclusivos do psicólogo”
(CFP 02/2003)
• Os psicólogos podem utilizar profissionalmente somente testes submetidos
e aprovados pelo SATEPSI. (CFP 02/2003)
• O Código de Ética Profissional ressalta que a tomada de decisão a respeito
dos procedimentos avaliativos a serem utilizados é de responsabilidade do
profissional. (art. 11. CFP 02/2003).
• Os testes só devem ser utilizados para os contextos para os quais obtiveram
resultados favoráveis. (art. 11 - CFP 02/2003)
75
CONTEXTOS DE APLICAÇÃO
Psicologia Clínica,
•
Psicologia da Saúde e/ou Hospitalar,
•
Psicologia Escolar e Educacional,
•
Neuropsicologia,
•
Psicologia Forense,
•
Psicologia do Trabalho e das Organizações,
•
Psicologia do Esporte, Social/Comunitária,
•
Psicologia do Trânsito, orientação e ou aconselhamento vocacional
•
e/ou profissional, entre outras.
76
CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO
• Construto
• Público alvo
• Natureza e Formato do Instrumento
• Contexto da avaliação
• Propriedades Psicométricas do teste
• Habilidades do Profissional
77
CONSTRUTO
Qual
• o construto a ser avaliado? Qual a relevância de se avaliar o
construto no contexto específico (demanda)?
Clareza
• da faixa avaliativa do construto, os instrumentos avalia o
construto em toda a sua complexidade.
Nível
• de desejabilidade social implicado na avaliação? Que tipo de
instrumento é mais adequado?
78
PÚBLICO ALVO
A quem se destina o instrumento?
•
Qual o formato do teste?
•
Existem características específicas do indivíduo?
•
O sujeito dispõe de tempo/ dinheiro
•
Já passou por testagem anterior.
•
79
NATUREZA E FORMATO DO INSTRUMENTO
Quanto a natureza:
•
Estruturados ou Não estruturados
• – de acordo com a composição dos estímulos do teste.
Quanto ao formato:
•
Auto
• -aplicação
Heterorrelato
•
Quanto ao Formatos de respostas
•
Likert
•
Dicotômico
•
Forced
• choice
80
CONTEXTO DA AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA
Tempo de aplicação.
•
Número de sessões
•
O Propósito atrelado ao contexto da aplicação:
•
Descrição (interpretação dos resultados)
•
Classificação diagnóstica (descrição a partir de critérios
•
taxonômicos)
Predição ( previsão de comportamentos ou características)
•
Planejamento de intervenções
•
Monitoramento (rastrear características)
•
81
PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO TESTE
• Fidedignidade
• Avaliar o construto a que se destina
• Validade
• Quais elementos do construto estão e não estão sendo
avaliados
• Normatização
• Identificar localização de um determinado sujeito no
construto avaliado
• Padronização
• Elementos relativos a aplicação do teste 82
HABILIDADE DO AVALIADOR
• Conhecimento sobre:
• Construto
• Relação do instrumento com o construto
• Ter conhecimentos em psicometria.
• Como administrar o instrumento.
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Parágrafo
• Único - O psicólogo que utiliza testes
psicológicos como instrumento de trabalho, além do
disposto no caput deste artigo, deve observar as
informações contidas nos respectivos manuais e
buscar informações adicionais para maior qualificação
no aspecto técnico operacional do uso do
instrumento, sobre a fundamentação teórica
referente ao construto avaliado, sobre pesquisas
recentes realizadas com o teste, além de
conhecimentos de Psicometria e Estatística.
(CFP,2003)
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