A I G R E JA D E J E S U S C R I S TO D O S S A N TO S D O S Ú LT I M O S D I A S • O U T U B RO D E 2 012
Fortalecer o Lar
e a Família, pp. 4,
16, 20, 22
Jovens Adultos Defendem
a Castidade, p. 42
Quatro Escrituras Que
Nos Ajudaram, p. 54
Sair da Primária, p. 58
Cristo na América,
de Jeffrey Hein
Quando o Cristo ressuscitado
visitou os nefitas nas Américas,
“pegou as criancinhas, uma a
uma, e abençoou-as e orou por
elas ao Pai.
E depois de haver feito isso,
chorou de novo;
E dirigindo-se à multidão,
disse-lhes: Olhai para vossas
criancinhas” (3 Néfi 17:21–23).
28
A Liahona, Outubro de 2012
MENSAGENS 34 Como Sobreviver em 14 Coisas Pequenas e Simples
Território Inimigo
4 Mensagem da Primeira Presidente Boyd K. Packer 16 Nosso Lar, Nossa Família:
Presidência: A Chave Descubra dentro de si como Ensinar a Castidade
para uma Família Feliz e a Virtude
o Espírito Santo pode ser uma
Presidente Dieter F. Uchtdorf Matthew O. Richardson
influência orientadora e
8 Mensagem das Professoras protetora.
20 Clássicos do Evangelho:
Visitantes: Honrar Nossos Ensinar a Retidão no Lar
Convênios SEÇÕES Élder Delbert L. Stapley
ARTIGOS 9 Para o Vigor da Juventude: 38 Vozes da Igreja
Vestuário e Aparência
22 Ajudar os Jovens a Ter 10 Caderno da Conferência 74 Notícias da Igreja
Experiências Espirituais
Melissa Merrill
de Outubro: Liberar Nossa
Agenda para a Conferência
79 Ideias para a Noite Familiar
Cinco maneiras de promover
experiências pessoais que con-
Cheryl Burr
80 Até Voltarmos a Nos
duzem à conversão. 11 Servir na Igreja: Encontrar: Continuam
a Acontecer Coisas Boas
Respostas da Escola
28 O Livro de Alma: Dominical
Caitlin A. Rush
Lições para Hoje Emma Addams
Élder Paul B. Pieper
Três lições dos nefitas podem 12 Nossa Crença: O Viver
ajudar-nos a enfrentar com Previdente Nos Prepara NA CAPA
sucesso os desafios de nossos para o Futuro Ilustrações fotográficas: Cody Bell
dias.
O u t u b r o d e 2 0 1 2 1
JOVENS ADULTOS JOVENS CRIANÇAS
46 Perguntas e Respostas 58 Sair da Primária
O que significa honrar Estas são algumas experiências
o sacerdócio de Deus? especiais que vocês podem ter na
organização dos Rapazes e das
48 Ser Sábio e Ser Amigo Moças.
Élder Robert D. Hales
Os bons amigos fazem com que 60 Querida Amiga
seja fácil viver os mandamentos. Maribel
Carta para uma amiga que está
51 Vestido para o Baile nervosa por sair da Primária.
Crystal Martin
Fiquei tentada a usar um ves- 61 Seja Bem-Vindo a uma
42 tido que não cobria os ombros, Nova Etapa da Vida
42 Castidade Num mas lembrei-me de minha bên-
ção patriarcal.
Marissa Widdison
Noah, Dylan, Patrick e Ben
Mundo Não Casto
preparam-se para receber o
Oito jovens adultos discutem
como se manterem castos num
52 Para o Vigor da Juventude: sacerdócio.
Vestuário e Aparência —
mundo que não valoriza a
castidade.
“Deixar-se Guiar pelo 62 Música: Vem, Ó Jesus! Vem!
Santo Espírito”
Mary N. Cook 63 Testemunha Especial:
Por Que É Importante
54 Fortalecidos pela Palavra Que Eu Siga Jesus Cristo
Quatro adolescentes relatam Fielmente, Onde Quer
ocasiões em que uma escritura Que Eu Esteja?
lhes veio à mente e os ajudou. Élder Dallin H. Oaks
57 Pôster: Estreito e Apertado 64 Trazer a Primária para Casa:
É o Caminho As Bênçãos do Sacerdócio
Estão ao Alcance de Todos
Veja se consegue
encontrar 66 Bênçãos em Dobro
a Liahona Richard M. Romney
oculta nesta Conheça Sophie e Elodie,
edição. Dica: gêmeas com dez anos de
Noah usou a idade, em Madagascar.
Liahona?
68 Posso Ser Batizado Também?
Hilary Watkins Lemon
Paulo, de seis anos, está entusias-
51 mado em tornar-se membro da
Igreja.
70 Para as Criancinhas
81 Figuras das Escrituras
do Livro de Mórmon
2 A Liahona
MENSAGEM DA PRIMEIR A PRESIDÊNCIA
A CHAVE Presidente
PARA UMA
Dieter F. Uchtdorf
Família Feliz
Segundo Conselheiro
na Primeira Presidência
O
grande escritor russo Leon Tolstói começou seu com sangue escorrendo da boca. O homem correu para
romance Anna Karenina com estas palavras: dentro de casa e, horrorizado, viu que seu filhinho bebê
“As famílias felizes são todas iguais. As infelizes havia sumido e que o bercinho estava virado. Em sua ira,
o são cada uma a seu modo”.1 Embora eu não compartilhe o príncipe sacou a própria espada e matou o cão. Pouco
da certeza de Tolstói de que todas as famílias felizes são depois, ouviu o choro do filho — o bebê estava vivo! Ao
iguais, descobri uma coisa que a maioria tem em comum: lado do bebê jazia um lobo morto. O cão, na verdade,
elas sabem perdoar e esquecer as imperfeições dos outros havia defendido o filho do príncipe de um lobo assassino.
e enxergar as coisas boas. Embora essa história seja dramática, ilustra um princí-
As famílias infelizes, por outro lado, sempre procuram pio. Ela abre a possibilidade de que a história que conta-
defeitos, guardam ressentimento e aparentemente nunca mos a nós mesmos sobre o motivo pelo qual as pessoas
esquecem as ofensas passadas. se comportam de certo modo nem sempre corresponde
“Sim, mas …”, começam dizendo os infelizes. “É, mas aos fatos — às vezes nem sequer queremos conhecer
você não sabe o quanto ela me magoou”, diz um deles. os fatos. Preferimos sentir-nos justificados em nossa
“Sei, mas você não sabe como ele é horrível”, replica o raiva guardando rancor e ressentimento. Às vezes essa
outro. mágoa pode durar meses ou anos. Às vezes pode durar
Talvez ambos estejam certos, talvez nenhum deles. a vida inteira.
Há muitos níveis de ofensa. Há muitos níveis de mágoa.
Mas o que notamos é que tendemos a justificar nossa raiva Uma Família Dividida
e satisfazer nossa consciência dizendo a nós mesmos que Um pai não podia perdoar ao filho por ter saído do
ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: DAVID STOKER
quem condena nossas ações tem motivos intolerantes e caminho que lhe fora ensinado. O rapaz, que tinha amigos
egoístas, ao mesmo tempo em que exaltamos nossos que o pai desaprovava, fizera muitas coisas contrárias à
próprios motivos, alegando serem puros e inocentes. vontade do pai. Isso criou um abismo que separava pai e
filho, e assim que o rapaz pôde, saiu de casa e nunca mais
O Cão do Príncipe voltou. Eles raramente se falaram de novo.
Há uma antiga história galesa do Século XIII sobre Será que o pai se sentia justificado? Talvez.
um príncipe que voltou para casa e encontrou seu cão Será que o filho se sentia justificado? Talvez.
O u t u b r o d e 2 0 1 2 5
ENSINAR USANDO Tudo o que sei é que aquela família ficou Sentimos o amor de Deus por nós todos os
ESTA MENSAGEM dividida e infeliz porque nem o pai nem o dias. Não deveríamos ser capazes de doar-nos
“Ao preparar cada filho conseguiam perdoar um ao outro. Não um pouco mais ao próximo, conforme ensi-
aula, pergunte a si conseguiam esquecer as lembranças amargas nado no tão apreciado hino “Eu Devo Parti-
mesmo como o princí- que tinham um do outro. Encheram o coração lhar”? 2 O Senhor abriu-nos a porta para que
pio (…) é semelhante de raiva, em vez de amor e perdão. Negaram sejamos perdoados. Não seria o certo deixar
a algo por que seus a si mesmos a oportunidade de influenciar a de lado nosso próprio egoísmo e orgulho
familiares ou amigos vida do outro para o bem. A divisão entre eles e começar a abrir essa abençoada porta do
já tenham passado na parecia tão profunda e ampla que os dois se perdão para aqueles contra quem guardamos
própria vida” (Ensino, tornaram prisioneiros espirituais de sua pró- ressentimento: sobretudo a todos de nossa
Não Há Maior Cha- pria ilha emocional. própria família?
mado, 2009, p. 171). Felizmente, nosso amoroso e sábio No final, a felicidade não decorre da per-
Você pode convidar Pai Eterno proveu os meios de sobrepujar feição, mas da aplicação de princípios divi-
os membros da famí- aquele abismo de orgulho. A grande e infi- nos, mesmo em pequenos passos. A Primeira
lia a contar experiên- nita Expiação é o ato supremo de perdão e Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos
cias pessoais positivas reconciliação. Sua magnitude transcende meu declararam: “A felicidade na vida familiar é
que tiveram ou obser- entendimento, mas do fundo do coração e mais provável de ser alcançada quando fun-
varam relacionadas da alma presto testemunho de sua realidade damentada nos ensinamentos do Senhor Jesus
ao perdão. Discuta e de seu poder infinito. O Salvador Se ofere- Cristo. O casamento e a família bem-sucedidos
essas experiências ceu em resgate por nossos pecados. Graças são estabelecidos e mantidos sob os princípios
pessoais, salien- a Ele alcançamos o perdão. da fé, da oração, do arrependimento, do per-
tando as bênçãos dão, do respeito, do amor, da compaixão, do
do perdão. Encerre Nenhuma Família É Perfeita trabalho e de atividades recreativas salutares”.3
prestando testemu- Nenhum de nós está isento de pecados. O perdão foi colocado bem no meio des-
nho da importância Todos cometemos erros, inclusive você e eu. sas verdades simples, encontradas no plano
de perdoar uns aos Todos fomos magoados. Todos magoamos de felicidade de nosso Pai Celestial. Como
outros. outras pessoas. une princípios, o perdão une pessoas. É uma
É por meio do sacrifício do Salvador chave, abre portas trancadas, é o início de um
que podemos alcançar a exaltação e a vida caminho sincero e uma das melhores esperan-
eterna. Se aceitarmos Seus caminhos e ven- ças que temos para uma família feliz.
cermos nosso orgulho, abrandando o cora- Que Deus nos ajude a perdoar um pouco
ção, podemos trazer reconciliação e perdão mais as pessoas de nossa família, uns aos
para nossa família e nossa vida pessoal. Deus outros e talvez até a nós mesmos. Oro para
vai ajudar-nos a ser mais dispostos a perdoar, que vivenciemos o perdão como algo mara-
mais desejosos de caminhar a segunda milha, vilhoso que a maioria das famílias felizes tem
de ser os primeiros a pedir desculpas mesmo em comum. ◼
que algo não tenha sido culpa nossa, de dei- NOTAS
1. Leon Tolstói, Anna Karenina, trad. Constance
xar de lado antigos rancores e não mais os Garnett, 2008, p. 2.
fomentar. Demos graças a Deus, que entre- 2. “Eu Devo Partilhar”, Hinos, nº 135
3. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona,
gou Seu Filho Unigênito, e ao Filho, que deu novembro de 2010, última contracapa, grifo
a vida por nós. do autor.
6 A Liahona
JOVENS CRIANÇAS
Oração e Paz O Perdão Proporciona Felicidade
O
Lauren W. Presidente Uchtdorf ensinou que devemos perdoar nossos familiares.
Veja como as escolhas feitas por José e Ana afetam a família deles.
C erta noite, discuti com minha
mãe e me senti muito mal. Por
isso, decidi orar. Embora estivesse
de mau humor e não sentisse
vontade de ser “espiritual”,
sabia que a oração me ajudaria
a sentir-me mais feliz e menos
briguenta. Depois que minha
mãe saiu do quarto, comecei
a orar. “Querido Pai Celestial, José e sua irmã caçula Ana estão brincando juntos.
venho perante Ti hoje por- Ana arranca um brinquedo da mão do José. O que o José deve fazer?
que …”. Não. Abri os olhos e
descruzei os braços. Aquilo não José fica bravo com a Ana. Ana José perdoa a Ana e procura
soava bem. Tentei de novo. “Pai chora. A mãe do José o põe de cas- outro brinquedo para brincar.
Celestial, preciso …”. Aquilo
tigo por brigar com a irmã. José fica Eles brincam juntos, felizes. A mãe
também soava estranho. Senti
Satanás me incentivar a desistir
triste por ter feito uma má escolha. fica feliz ao ver que José foi bon-
de orar pedindo ajuda ao Pai doso com a irmã e manteve a paz
Celestial. na família. José se sente feliz por
De repente, tive a inspiração ter decidido perdoar.
de externar gratidão! Assim o fiz,
e minha mente encheu-se de pen-
samentos sobre todas as muitas
coisas pelas quais podia agrade-
cer ao Pai Celestial. Quando ter-
minei de agradecer a Ele, abordei
o problema que enfrentava.
Depois, senti uma paz maravi-
lhosa dentro de mim, o caloroso
sentimento espiritual de saber Mais tarde, o José e a Ana precisam ajudar a mãe a preparar o jantar.
que o Pai Celestial e meus pais José não ajuda. O que a Ana deve fazer?
me amavam e de que eu era filha
de Deus. Consegui pedir perdão a Ela reclama para a mãe. Ana Ana perdoa o José e ajuda a
minha mãe e aceitar o pedido de reclama de ter que fazer o trabalho preparar o jantar. A mãe fica grata
desculpas dela. sozinha. No jantar, todos estão infeli- pela ajuda da Ana. A família fica
zes por causa da discussão. feliz por jantarem juntos. Ana se
sente bem por ter decidido perdoar.
ILUSTRAÇÕES: CASEY NELSON
Como é que sua decisão de perdoar afeta a felicidade de sua família?
O u t u b r o d e 2 0 1 2 7
M E N S AG E M DA S P R O F E S S O R A S V I S I TA N T E S
Estude este material em espírito de oração e, conforme julgar conveniente, discuta-o com as irmãs Fé, Família, Auxílio
que você visita. Use as perguntas para ajudar no fortalecimento das irmãs e para fazer com que a
Sociedade de Socorro seja parte ativa de sua própria vida.
Honrar Nossos De Nossa História
O templo é “um lugar de
Convênios ação de graças para todos os
O
santos”, revelou o Senhor ao
trabalho das professoras visitantes
Profeta Joseph Smith em 1833.
é uma expressão de nosso disci
É “um lugar de instrução para
pulado e um meio de honrar nossos todos aqueles que forem cha-
convênios, servindo e fortalecendo mados ao trabalho do ministé-
umas às outras. Um convênio é uma rio, em todos os seus diversos
promessa sagrada e eterna entre Deus chamados e ofícios; para que
e Seus filhos. “Quando nos damos conta sejam aperfeiçoados no enten-
de que somos filhos do convênio, sabe- dimento de seu ministério,
mos quem somos e o que Deus espera em teoria, em princípio e em
de nós”, disse o Élder Russell M. Nelson, doutrina, em todas as coisas
do Quórum dos Doze Apóstolos. “Sua concernentes ao reino de Deus
na Terra” (D&C 97:13–14).
lei está escrita em nosso coração. Ele é
As irmãs da Sociedade de
nosso Deus, e somos Seu povo.” 1
Socorro de Nauvoo, Illinois, no
Como professoras visitantes, podemos
início da década de 1840, aju-
fortalecer as irmãs que visitamos em seu daram-se mutuamente a pre-
empenho de guardar seus convênios pararem-se para as ordenanças
sagrados. Ao fazer isso, nós as ajudamos do templo. Nas ordenanças do
a prepararem-se para as bênçãos da vida Das Escrituras sacerdócio maior que os santos
eterna. “Todas as irmãs da Igreja que 1 Néfi 14:14; Mosias 5:5–7; 18:8–13; dos últimos dias receberam no
fizeram convênios com o Senhor têm Doutrina e Convênios 42:78; 84:106 Templo de Nauvoo, “[manifes-
o mandamento divino de salvar almas, tou-se] o poder da divindade”
de liderar as mulheres do mundo, de NOTAS (D&C 84:20). “À medida que os
1. Russell M. Nelson, “Convênios”, A Liahona, santos cumpriram seus convê-
fortalecer os lares de Sião e de edificar o novembro de 2011, p. 86.
2. M. Russell Ballard, “Mulheres de Retidão”, nios, aquele poder os fortale-
reino de Deus”, 2 disse o Élder M. Russell
A Liahona, dezembro de 2002, p. 34. ceu e os susteve ao longo de
Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos. 3. Filhas em Meu Reino: A História e o Trabalho
da Sociedade de Socorro, 2011, pp. 145–146. suas provações nos dias e anos
Ao fazermos e guardarmos convênios subsequentes.” 3
sagrados, tornamo-nos instrumentos nas Atualmente na Igreja, há
mãos de Deus. Conseguiremos expressar mulheres e homens fiéis no
claramente nossas crenças e fortalecer mundo inteiro que servem no
mutuamente nossa fé no Pai Celestial O Que Posso Fazer? templo e continuam a encon-
TEMPLO DE NAUVOO ILLINOIS, DE SCOTT GOODWIN
e em Jesus Cristo. 1. Como meus convênios trar forças nas bênçãos que
me fortalecem? somente podem ser recebidas
por intermédio dos convênios
2. Como estou ajudando as
irmãs de quem cuido a guardar do templo.
seus convênios?
Acesse www.reliefsociety.LDS.org para mais informações.
8 A Liahona
PA R A O V I G O R DA J U V EN T U D E
VESTUÁRIO
E APARÊNCIA
N
o mundo de hoje, muitos não com- Sugestões para Ensinar os Jovens ESCRITURAS
preendem nem demonstram respeito • Leia com seus filhos adolescentes SOBRE VESTUÁRIO
pela natureza sagrada de nosso corpo. a seção sobre vestuário e aparência E APARÊNCIA
Os santos dos últimos dias se destacam em Para o Vigor da Juventude. Isso Gênesis 1:27;
vestindo-se de modo a mostrar que sabemos vai dar-lhes a oportunidade de trocar I Coríntios 6:19;
quão precioso é nosso corpo (ver Para o ideias sobre as doutrinas, as bênçãos Alma 1:27
Vigor da Juventude, livreto, 2011, pp. 6–8). e os alertas desse padrão e responder
Na página 52 desta revista, Mary N. Cook, às duvidas que seu filho ou sua filha
primeira conselheira na presidência geral venha a ter.
das Moças, aborda esse padrão: • Você pode realizar uma noite familiar
“Quando um templo é construído, sobre a importância do vestuário e
toma-se grande cuidado para assegurar que da aparência. Você pode perguntar à
esteja protegido e belamente ornamentado, família: Se o Senhor estivesse na Igreja
por dentro e por fora. A chave do planeja- com você, que roupa você gostaria de
mento de templos é a compreensão de que estar usando? Como você quer apresen-
o templo representa o Senhor: é a Sua casa. tar-se a Ele? Como se sente quando se
Respeitamos os templos como estruturas veste com recato? Você pode também
sagradas nas quais somente os que são dig- trocar ideias sobre qual é o vestuário
nos podem entrar. Reverenciamos os templos adequado para outras ocasiões, como
porque as ordenanças e os convênios sagra- a escola, o trabalho ou eventos sociais.
dos dos quais participamos permitem-nos
retornar à presença de nosso Pai Celestial. Sugestões para Ensinar as Crianças
Seu corpo é mais precioso do que o mais • Nosso modo de vestir representa o que
bonito templo do mundo. Você é uma filha é importante para nós. Para ilustrar esse
ou um filho amado de Deus! Esses mesmos princípio, você pode realizar uma noite
princípios — representação, respeito e reve- familiar em que todos vão se vestir
rência — aplicam-se ainda mais ao cuidado como missionários ou usar sua melhor
e à proteção que você dá a seu corpo.” roupa de domingo.
As sugestões a seguir podem ajudá-lo • Mesmo pequenas, as crianças podem
a ensinar a seus filhos os princípios corre- começar a se vestir com recato. Estude
ILUSTRAÇÃO: SCOTT GREER
tos referentes ao vestuário e à aparência. com seus filhos as diretrizes da página
Lembre-se também de que seu exemplo ao 7 de Para o Vigor da Juventude e com-
vestir-se com recato vai ensinar a seus filhos pre roupas que estejam de acordo com
como é importante vestir-se adequadamente. essas diretrizes. ◼
O u t u b r o d e 2 0 1 2 9
Caderno da Conferência de Outubro
“O que eu, o Senhor, disse está dito; (…) seja pela minha própria
voz ou pela voz de meus servos, é o mesmo” (D&C 1:38).
Liberar Nossa Agenda para a Conferência
Cheryl Burr
Como nosso tempo não estava entulhado de atividades extras,
pudemos sentir mais o Espírito ao ouvir a conferência geral. FAZER DA
H
CONFERÊNCIA
á vários anos, quando nossos seis filhos geral e nos dias anteriores, a experiên- UMA PRIORIDADE
eram pequenos, decidimos tornar a con- cia pessoal que tivemos em família “Decidam agora fazer
ferência geral mais significativa para nós. mudou completamente. Estávamos da conferência geral
Conversamos sobre a importância de assistir à com o coração e a mente preparados uma prioridade em
conferência com a mente clara e o corpo descan- para a conferência. Nosso tempo não sua vida. Decidam
sado. A conferência é uma ocasião importante estava entulhado de atividades extras, ouvir com atenção e
para receber instrução dos profetas atuais. Por isso, por isso pudemos sentir o Espírito ao seguir os ensinamentos
estabelecemos a meta de não planejar nenhuma ouvir os conselhos de nossos líderes. transmitidos.”
outra coisa alguns dias antes da conferência ou no Mantivemos nossa meta nas confe-
Élder Paul V. Johnson, dos
fim de semana da conferência. Bloqueamos esses rências que se seguiram, porque isso Setenta, “As Bênçãos da Con-
ferência Geral”, A Liahona,
dias no calendário e todos nos comprometemos a enche nosso lar de paz. Embora vários novembro de 2005, p. 50.
não marcar atividades extras neles. filhos já não morem conosco, ainda
Se decidir fazer algo semelhante, a abordagem os incentivamos a limpar o calendário
será específica de sua família ou situação, mas nos dias que antecedem a conferên-
nossa família definiu como “atividades extras” o cia e nos dias da conferência, como
fato de participar de atividades escolares, convi- fazemos em casa. Também procura-
dar crianças da vizinhança para nossa casa, fazer mos agendar um horário para assis-
coisas com amigos fora de casa, fazer uma festa tir com toda a família a uma sessão
ou jantar com amigos ou parentes, realizar um da conferência juntos. Espero que
projeto ou trabalhar no jardim entre ou durante quando nossos filhos casarem e tive-
as sessões da conferência, deixar os trabalhos da rem seus próprios filhos, continuem a
escola para o último minuto ou aceitar designa- dar grande importância ao empenho
ções extras no trabalho. de tornar a conferência um momento
Quando chegou a semana anterior à confe- especial, limpando o calendário deles
rência geral, por vezes foi difícil recusar essas nessa ocasião. ◼
atividades, mas quase sempre as pessoas de nossa
família ficaram contentes em fazer as escolhas cer-
tas para que atingíssemos nossa meta. Vimos que
nossos filhos pequenos queriam fazer parte da
conferência geral. Acho que foi por termos con-
FOTOGRAFIA: SARAH JENSON
versado muitíssimas vezes sobre a importância da
conferência ao longo da semana que a precedeu.
Sinto-me feliz por relatar que, por termos man-
tido nossa agenda simples durante a conferência
10 A L i a h o n a
SERVIR NA IGREJA NUTRIR NOSSA FÉ
“O serviço, o estudo, a
oração e a adoração são
quatro princípios funda-
mentais para aperfeiçoar
‘o que falta à [nossa] fé’
RESPOSTAS DA
(I Tessalonicenses 3:10).
Se deixarmos de nutrir nossa fé em qual-
ESCOLA DOMINICAL
quer desses aspectos específicos, ficaremos
vulneráveis. (…)
Num mundo cada vez mais duro, o
Emma Addams Senhor pode tocar-nos a consciência
utilizando ‘a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus’ (Efésios 6:17; ver também
Jarom 1:12). Contudo, não basta ouvir: a
pregação deve estar ‘misturada com a fé’
T
(Hebreus 4:2) e com o serviço cristão,
enho a tendência de procurar respostas grandiosas para conforme já nos ensinado tantas vezes.”
meus problemas, de pedir ao Senhor que me ajude a encon-
Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos
trar a solução exata que vai resolver tudo. Aprendi que essa Doze Apóstolos, “Lest Ye Be Wearied and Faint in
Your Minds”, Ensign, maio de 1991, pp. 88, 90.
abordagem pode complicar demais as coisas.
Quando dava aulas na classe de Doutrina do Evangelho de minha
ala, decidi fazer perguntas profundas que exigissem reflexão e respos-
tas novas, grandiosas e inspiradas. Em outras palavras, eu não queria
que as pessoas recitassem as mesmas velhas “respostas da Escola
Dominical” que os membros costumavam dar todas as semanas.
Ao estudar profundamente o Novo Testamento em preparação
para as aulas, chamou-me a atenção o uso da palavra permanecer,
que aparece repetidas vezes. Lemos, por exemplo, em João 15:10:
“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor;
do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai, e permaneço no seu amor” (grifo da autora).
Em Sua grandiosa Oração Intercessora, o Salvador orou, referindo-se
a Seus discípulos: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em
mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós” e “Eu neles, e tu
USAR MATERIAIS APROVADOS
em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade” ( João 17:21, 23).
PELA IGREJA
Em grande parte, o que eu buscava era um meio de tornar-me um
“Os professores e líderes usam as escritu-
com o Senhor, de permanecer em Seu amor e, consequentemente,
ras, os ensinamentos dos profetas moder-
desenvolver mais paciência: algo de que tanto necessitava para que
nos e os materiais curriculares aprovados
minhas experiências pessoais deixassem de ser algo que me esgotava
para ensinar as doutrinas do evangelho
e se tornassem algo que me revigorasse e santificasse. e prestar testemunho delas. Os materiais
Por ironia, ao buscar a compreensão da palavra permanecer e as curriculares aprovados para cada classe
respostas para os difíceis desafios quotidianos, acabei sendo conduzida ou quórum estão alistados nas Instru-
exatamente às respostas da Escola Dominical que vinha procurando ções sobre o Currículo vigentes. Quando
evitar. Descobri a resposta para meus problemas lendo as escrituras, necessário, os professores e líderes
orando diariamente, servindo a meus familiares e outras pessoas e complementam o material curricular com
frequentando o templo e as reuniões dominicais. Aprendi que essas as revistas da Igreja, particularmente as
coisas simples fazem toda a diferença entre suportar e suportar bem edições das conferências gerais da Ensign
com paciência. e de A Liahona.”
As respostas da Escola Dominical são realmente as melhores Manual 2: Administração da Igreja, 2010, 5.5.4.
respostas. ◼
O u t u b r o d e 2 0 1 2 11
NOSSA CRENÇA
OViver Previdente
NOS PREPARA PARA O FUTURO
O
s santos dos últimos dias acre- podemos edificar a fé alheia se nós
ditam que devem estar prepa- mesmos não tivermos fé?
rados e ser autossuficientes. Os princípios do viver previdente
Acreditamos em preparar-nos com incluem o seguinte:
uma boa formação educacional para o • Preparação. “Preparai-vos para
mercado de trabalho, em preparar-nos o que está para vir, porque o
financeiramente para dias difíceis e Senhor está perto” (D&C 1:12).
em preparar-nos temporalmente para • Industriosidade “Não serás
catástrofes naturais ou outros desa- ocioso” (D&C 42:42).
fios. Acima de tudo, acreditamos em • “Procurai conhecimento,
preparar-nos espiritualmente para a sim, pelo estudo e
Segunda Vinda de Jesus Cristo e para também pela fé”
voltar a viver com nosso Pai Celestial. (D&C 88:118).
Essa atitude em relação à preparação
é chamada de viver previdente. Quando os membros da Igreja
O viver previdente reflete nossa estão fazendo tudo a seu alcance
verdadeira natureza eterna de “[agir] para prover por si mesmos, mas ainda
por [nós] mesmos e não [receber] a assim não conseguem satisfazer suas
ação” (2 Néfi 2:26). O Senhor quer que necessidades básicas, devem primeira-
sejamos responsáveis e independentes mente recorrer a sua família em busca
(ver D&C 78:14). Deseja que vivamos de ajuda. Se isso for insuficiente, a
de modo previdente porque isso nos Igreja pode ajudar. Os bispos e presi-
transforma: tornamo-nos responsáveis, dentes de ramo podem usar recursos
generosos, amadurecidos e bondosos. do “armazém do Senhor” para ajudar
Porque quanto mais autossuficientes os membros (ver D&C 82:18–19).
formos, melhor poderemos ajudar Todo auxílio concedido pela Igreja
nossa família e outras pessoas. Como visa ajudar os membros a ajudarem-se
podemos ajudar o faminto se nós mes- a si mesmos e a incentivar o trabalho
mos estivermos passando fome? Como na vida deles.
podemos transmitir conhecimento se Para mais informações,
nós mesmos carecermos dele? Como ver Gênesis 41; D&C 38:30.
“Todos temos a responsabilidade de prover para nós mesmos e para nossa família, tanto temporal como
espiritualmente. A fim de prover previdentemente, é necessário exercitar os princípios do viver previdente:
viver com alegria dentro de nossas posses — contentar-nos com o que temos, evitar o excesso de dívidas
e economizar diligentemente, preparando-nos para as emergências dos ‘dias de chuva’.”
Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Tornar-se Provedores Prudentes Temporal e Espiritualmente”,
A Liahona, maio de 2009, p. 7.
12 A L i a h o n a
Coisas Pequenas e Simples
“É por meio de coisas pequenas e simples que as
grandes são realizadas” (Alma 37:6).
LEMBR AR A VIDA DE GR ANDES PESSOAS
Newel K. Whitney (1795–1850)
Abaixo, inser-
ção à esquerda:
Retrato gravado de
N ewel Kimball Whitney nasceu
em Vermont, EUA, em 5 de
fevereiro de 1795. Era empresário
Newel e Ann oraram “para saber do
Senhor se poderiam obter o dom
do Espírito Santo”. Ann descreveu
família Whitney. Quando Joseph
cumprimentou Newel, chaman-
do-o pelo nome, Newel não sabia
Newel K. Whitney.
Abaixo, inserção talentoso. Fez amizade e iniciou a visão que receberam em resposta dizer qual era o nome do Profeta,
à direita: O andar uma sociedade comercial com a sua oração: “O Espírito repousou por isso Joseph respondeu: “Sou
superior da loja
Sidney Gilbert. No início desse sobre nós, e uma nuvem cobriu a Joseph, o Profeta. Você orou para
de Whitney, em
Kirtland, Ohio, empreendimento, eles viajavam casa. (. . .) Então, ouvimos uma voz que eu viesse até aqui. O que deseja
onde eram realiza- muito. Em uma de suas viagens de saindo da nuvem, dizendo: ‘Prepa- de mim?” 2 O casal Whitney então
das as reuniões da
negócios, Newel conheceu Eliza- rai-vos para receber a palavra do acolheu a família Smith por várias
Escola dos Profetas
e as reuniões da beth Ann Smith, em Kirtland, Ohio. Senhor, porque ela está chegando’”.1 semanas e providenciou-lhes uma
Igreja. Abaixo: A Newel e Ann namoraram três anos Pouco tempo depois da resposta casa em setembro de 1832.
loja de Whitney. e casaram-se em 1823. à oração, em outubro de 1830, os Além de prover à família Smith
Juntos, eles procuraram a ver- missionários santos dos últimos dias um lugar para ficar, Newel também
dade e, por algum tempo, fizeram chegaram a Kirtland. Em novembro, permitiu que a Igreja usasse livre-
parte do movimento campbelita, Newel e Ann foram batizados. Pou- mente o andar de cima de sua loja.
que professava ter o antigo cris- cos meses depois, Joseph e Emma Na loja de Whitney, os líderes da
tianismo restaurado. Certa noite, Smith bateram à porta da casa da Igreja realizavam reuniões da Igreja
e da Escola dos Profetas.
Em dezembro de 1831, Newel
foi chamado como segundo bispo
da Igreja e posteriormente ser-
viu como gerente de operações
financeiras da Igreja, ajudando-a a
administrar seus fundos e a quitar
suas dívidas. No outono de 1838,
a família Whitney mudou-se para
Far West, Missouri, onde Newel foi
novamente chamado como bispo.
Dez anos depois, ele e a família
cruzaram as planícies até Salt Lake
City, onde ele serviu como Bispo
Presidente da Igreja.
Newel morreu em 24 de setem-
bro de 1850, em Salt Lake City, de
problemas respiratórios.
NOTAS
1. Elizabeth Ann Whitney, citado em
Edward Tullidge, The Women of
Mormondom, 1877, pp. 41–42.
2. Joseph Smith, citado em Elizabeth
Ann Whitney, “A Leaf from an Auto-
biography”, Woman’s Exponent, 15
de agosto de 1878, p. 51.
14 A L i a h o n a
Dan Jones (1810–1862)
M ais de um milhão de mis- as missões que te foram designadas crescente perseguição que a Igreja
À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DA LOJA DE WHITNEY TIRADA POR WELDEN C. ANDERSEN; INSERÇÃO DE FOTOGRAFIA, DE LOWELL D. HARRIS; À DIREITA: RETRATO DE DAN JONES GENTILMENTE CEDIDO PELA BIBLIOTECA DE HISTÓRIA
sionários foram chamados antes de morreres”.2 sofria, cerca de 2.000 pessoas foram
desde a organização da Igreja, mas A promessa do Profeta foi batizadas em quatro anos.
Dan Jones foi mais do que apenas cumprida em 1845 quando Dan e Ao retornar a Utah, Dan ajudou
um em um milhão. A respeito desse sua mulher, Jane, foram chamados a levar muitos conversos galeses
missionário galês, o Presidente Gor- para servir no País de Gales. Dan para lá. Quando morreu, aos 51
don B. Hinckley (1910–2008) disse: usou seu talento de oratória para anos, estima-se que ele tenha aju-
“Em termos de número de conver- ensinar o evangelho com grande dado a levar 5.000 pessoas para o
sos, podem-se contar nos dedos da convicção. Era fluente em galês e Oeste dos Estados Unidos.
mão missionários tão produtivos inglês, e testemunhas relataram que NOTAS
quanto ele na história da Igreja”.1 ele falava de modo tão cativante 1. Gordon B. Hinckley, “The Thing of
Most Worth”, Tambuli, março de 1994,
Antes de ser missionário, Dan que conseguia manter a atenção p. 8; Ensign, setembro de 1993, p. 7.
emigrou do País de Gales para os dos ouvintes em qualquer desses 2. Joseph Smith, em History of the
Church, Volume 6, p. 601.
Estados Unidos e trabalhou no idiomas por horas.
Rio Mississippi como capitão de Enquanto estava no País de
um navio a vapor chamado Maid Gales, Dan publicou periódicos,
DA IGREJA; CHEGADA PELA EXTREMIDADE NORTE, NAUVOO, DE GREG SIEVERS; DAN JONES AJUDANDO EMIGRANTES GALESES, DE PAUL MANN
of Iowa, que levou muitos santos folhetos e livros da Igreja em galês.
dos últimos dias para Nauvoo, Sob a direção de Dan Jones, os
Illinois. Filiou-se à Igreja em 1843 e missionários do País de Gales esta-
tornou-se muito amigo do Profeta beleceram 29 ramos e batizaram
Joseph Smith. quase 1.000 pessoas em cada ano
As missões de Dan cumpriram a de sua primeira missão. Ele foi cha-
última profecia registrada de Joseph mado para uma segunda missão no
Smith. Na noite da véspera do País de Gales em 1852 e, apesar da
assassinato do Profeta Joseph Smith,
ele ouviu tiros do lado de fora da
janela da cadeia de Carthage, por
isso decidiu dormir no chão. A seu
lado estava Dan Jones. O Profeta
perguntou a Dan se tinha medo de
morrer. Ele respondeu: “Achas que
chegou a hora? Por estar engajado
nesta causa não acho que a morte
seja algo muito aterrorizador”.
Então, Joseph profetizou: “Ainda
verás o País de Gales e cumprirás
A partir da esquerda: Retrato do missio-
nário galês Dan Jones. Um navio a vapor,
como o que Dan Jones capitaneou, aproxi-
ma-se do porto, em Nauvoo, Illinois. Dan
Jones ajuda emigrantes galeses.
O u t u b r o d e 2 0 1 2 15
NOSSO L A R , NOSSA FA MÍLIA
Ensinar
A CASTIDADE
com parentes ou com os líderes da Igreja.
Evidentemente, não se trata de um assunto
fácil de ensinar. Mas creio que os pais são os
melhores professores para transmitir esses
princípios sagrados. As seguintes estratégias
vão ajudá-los a desenvolver princípios e
E A VIRTUDE
práticas simples, eficazes e duradouros que
promovam o aprendizado e o ensino bem-
sucedidos, sobretudo ao ensinar seus filhos
a ter uma vida virtuosa e casta.
O ensino e o aprendizado devem
T
começar cedo. Os pais que orientam efi-
ive o privilégio de conversar com cazmente os filhos sobre assuntos sexuais
jovens e jovens adultos de todas as compreendem que a maioria das crianças se
classes sociais no mundo inteiro. Em depara com esses tópicos bem mais cedo do
certa ocasião, falei com um grupo particular- que os pais esperam ou desejam. Muitas crian-
mente impressionante de adolescentes sobre ças são expostas a conteúdo sexual na Inter-
virtude, castidade e moralidade. Depois de net com onze anos de idade ou até menos.
dizer-lhes como havia ficado impressionado Os entretenimentos, os eventos esportivos,
com seus comentários, sua confiança, sua as propagandas e até a mídia social estão
aparência e sua conduta, perguntei: “Como cada vez mais saturados de imagens e
Matthew O.
Richardson foi que se tornaram tão eloquentes, seguros alusões de cunho sexual.
Segundo Conselheiro de suas respostas e desenvoltos em relação Alguns pais podem muito bem perguntar:
na Presidência Geral a um assunto tão delicado?” Uma moça disse “Quando devemos começar a falar de assun-
da Escola Dominical
sem hesitar: “Temos pais que nos ensinam”. tos sexuais?” Depende da idade e da matu-
Os outros concordaram com a cabeça. Aquela ridade da criança e da situação específica. A
Os pais conversa simples, porém profunda, salienta orientação espiritual virá à medida que os pais
a influência que os pais exercem na vida dos observarem com cuidado e espírito de oração
podem usar filhos, sobretudo em seu papel de ensinar a conduta dos filhos, ouvirem os filhos com
seis estratégias sobre a virtude, a castidade, as intimidades atenção e reservarem tempo para ponderar
para ensinar sexuais e os relacionamentos adequados. e discernir quando e o que ensinar. Lembro,
Infelizmente, muitos pais não orientam os por exemplo, que meu filho me fez perguntas
seus filhos a filhos sobre assuntos sexuais tão bem quanto sobre anatomia quando mal tinha cinco anos.
respeito das deveriam. Por exemplo: ao consultar mais de Embora aquilo nos deixasse um pouco nervo-
intimidades 200 adultos solteiros ativos da Igreja, descobri sos, era evidente que aquele era o momento
que apenas 15 por cento consideravam os certo para conversar com ele. Contudo,
sexuais.
pais como sua principal fonte de informações quando pensei em como responder, pare-
referentes a assuntos sexuais. Aqueles jovens ceu-me claro que não era o momento certo
membros disseram que aprenderam a respeito para conversar com meu filho sobre todos
desse importante tema principalmente com os tópicos referentes a temas sexuais.
amigos ou colegas, na Internet, na mídia, nos O ensino e o aprendizado devem
meios de entretenimentos, nos livros didáticos, ocorrer com frequência. O aprendizado
16 A L i a h o n a
“constrangedoras”. Isso deve motivar os pais Se prestarmos muitas maneiras, nossas ações falam mais
para esforçar-se mais para tornarem-se mais alto do que nossas palavras. O Presidente
atenção,
acessíveis, dispostos a conversar, naturais e Brigham Young (1801–1877) ensinou: ‘Deve-
descontraídos em relação a um tópico ou uma ouvirmos e mos ser [para nossos filhos] um exemplo das
situação ou até em relação ao momento certo observarmos coisas que gostaríamos que eles imitassem.
para conversar. Se há um preço a ser pago nossos filhos, Será que nos damos conta disso? Frequente-
pelos pais para ensinarem a contento os filhos mente vemos pais exigirem obediência, bom
a respeito das coisas que mais importam é discerniremos o comportamento, palavras amáveis, boa apa-
o de agir de modo a ajudar os filhos a senti- que precisamos rência, suavidade na voz e alegria no olhar
rem-se descontraídos e seguros para falar de ensinar. de um filho ou filhos, quando eles mesmos
todos os assuntos, sobretudo os de natureza estão cheios de amargura e mau humor
pessoal. constantes! Quanta incoerência e insensatez!’
O ensino e o aprendizado são mais Nossos filhos notarão essas incoerências em
eficazes quando o assunto é relevante e real. Depen- nós e talvez encontrem justificativa para agir de maneira
dendo de nossa abordagem, a orientação dada sobre semelhante”.2
intimidades sexuais pode parecer constrangedora, irreal, Os alunos aprendem melhor quando compreen-
pouco prática ou até repressiva. Uma chave para o sucesso dem o que os professores ensinam. Muitos jovens e
é dar-nos conta de que a maioria das dúvidas e preocupa- jovens adultos expressam frustração porque os pais e até
ções que os filhos têm é uma reação a situações da vida os líderes da Igreja tendem a usar “palavras codificadas” e
real e a coisas que observaram. Se prestarmos atenção, mensagens implícitas que na verdade suscitam mais dúvi-
ouvirmos e observarmos nossos filhos, discerniremos o das do que respostas e mais tensão do que alívio. Isso se
que precisamos ensinar. aplica principalmente às questões sexuais.
Por exemplo: os filmes, os estilos, a moda, os progra- Enquanto servia como bispo de uma ala de jovens
mas de televisão, as propagandas ou a letra das músicas adultos solteiros, muitas vezes me perguntavam o que
oferecem muitas oportunidades para conversarmos sobre significavam “carícias íntimas”. Meus membros da ala fiéis
padrões morais. Outras oportunidades surgirão à medida tinham aprendido que não deveriam se envolver com
que observarmos o relacionamento e a interação de nos- carícias íntimas, mas nunca lhes fora ensinado o que isso
sos filhos com outras pessoas, o modo como eles e seus realmente significava. Era-lhes difícil cumprir instruções
colegas se vestem, a linguagem que usam, quão depen- que não compreendiam.
dentes se sentem em relação ao sexo oposto O Presidente Marion G. Romney (1897–1988), Primeiro
e às diversas interpretações dos padrões morais e da cas- Conselheiro na Primeira Presidência, explicou que não
tidade que existem na comunidade. Há inúmeras oportu- basta ensinar de um modo que as pessoas compreendam,
nidades na vida real para conversarmos com nossos filhos mas também precisamos ensinar de uma maneira que nin-
sobre a moralidade e a virtude. guém entenda de modo errado.3 Em vez de falar usando
Talvez o aspecto mais importante do ensino da vida códigos ou até gírias, teremos mais sucesso se usarmos os
real ocorra no exemplo dado pelos pais em relação à termos corretos e adequados. Isso promove a compreen-
castidade, ao recato e à virtude em sua própria vida. Os são e cultiva o respeito.
filhos ouvirão mais prontamente e seguirão os conselhos Ponderem o modo como o Élder Richard G. Scott, do
dos pais se esses conselhos tomarem como base o próprio Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou eficazmente os
bom exemplo deixado pelos pais. princípios e padrões morais. Ele disse: “Toda intimidade
O inverso também é verdadeiro. Como disse o Élder sexual fora dos laços do matrimônio — quero dizer com
Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos: “De isso todo contato intencional com as partes sagradas
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