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EUA descobrem imensas reservas minerais de US$ 1 trilhão no
Afeganistão
Jazidas ricas em minerais importantes para a indústria, como o lítio, poderiam ajudar a modernizar a economia afegã

REVISTA ÉPOCA

Os Estados Unidos descobriram reservas minerais no Afeganistão estimadas em US$ 1 trilhão. As jazidas contêm uma
grande variedade de minerais, como ferro, cobre, cobalto, outro e outros metais como lítio, e poderiam não apenas ajudar na
modernização da indústria afegã, mas também transformar o país em um importante centro minerador no mundo, afirma
reportagem do jornal americano The New York Times , segundo autoridades dos Estados.

TESOURO AFEGÃO
Foto de março de 2010 mostra soldados espanhóis da Força Internacional de Assistência à Segurança em visita a uma mina em
Herat


Um documento interno
do Pentágonoafirma que o Afeganistão
poderia se tornar a "Arábia Saudita do
lítio". O metal é matéria-prima
fundamental para a fabricação de baterias
de laptops, celulares e outros
eletroeletrônicos. A descoberta foi feita
por um grupo de funcionários do
Pentágono e geólogos americanos. O
presidente afegão,Hamid Karzai, foi
comunicado recentemente sobre as
reservas.

A descoberta deve atrair investimentos
estrangeiros para o país. As autoridades
americanas acreditam que a China, que
necessita de matéria-prima para sustentar
seu projeto de crescimento,
provavelmente já esteja de olho nas reservas afegãs.

O desenvolvimento de uma indústria de mineração poderia recuperar uma economia devastada pela guerra, cujo PIB é de
apenas US$ 12 bilhões. Entretanto, autoridades americanas também temem impactos negativo: o tesouro inexplorado poderia
atiçar o Talibã a lutar com mais empenho para retormar o controle do país. E a possibilidade da entrada farta de capitais é um
risco para o aumento da corrupção. Outro temor é que os conflitos entre o governo central de Kabul e os chefes de províncias e
tribos ricas em minerais sejam intensificados.


Independentemente dos desafios que o Afeganistão tenha de enfrentar diante da possibilidade de ser lançado no centro do
setor de mineração mundial, a descoberta das reservas é uma esperança para o desenvolvimento da desestruturada economia
afegã, afetada por nove anos de guerra



Iraque e Afeganistão: as guerras terceirizadas dos Estados Unidos
                                                      Em entrevista a ÉPOCA, Allison Stanger, autora do livro "One Nation
                                                      Under Contract", explica como um sistema de terceirização pouco
                                                      transparente ajudou a tornar a política externa dos Estados Unidos mais
                                                      ambiciosa. E a criar um novo grupo de empresas que lucram com a
                                                      guerra

                                                      JOSÉ ANTONIO LIMA




                                                      Um relatório publicado em julho pela Federação dos Cientistas
                                                      Americanos (FAS, na sigla em inglês) mostrou que entre 2002 e 2008,
                                                      o número de militares dos Estados Unidos no Iraque e
                                                      no Afeganistão pulou de 5,2 mil para 187,9 mil. Em 2010, a
                                                      quantidade será ainda maior, com cerca de 140 mil soldados no Iraque
                                                      e outros 66 mil no Afeganistão. Tudo isso sem contar a presença
                                                      marcante em mais de 40 países em todos os continentes. Dados como
                                                      esses suscitam uma questão: como os Estados Unidos conseguem
                                                      sustentar essas operações?


                                                      Grande parte da resposta está no livro One Nation Under Contract: The
                                                      Outsourcing of American Power and the Future of Foreign Policy (algo
                                                      como Uma Nação sob Contrato: A Terceirização do Poder Americano e o
                                                      Futuro da Política Externa), escrito por Allison Stanger, professora de
                                                     Relações Internacionais do Middlebury College, nos EUA. No livro, ela
detalha o funcionamento de um sistema de terceirização de tarefas que vão desde o fornecimento de alimentação aos soldados
até missões de combate, como as realizadas pela Blackwater, uma empresa de segurança privada, atualmente chamada de Xe
(pronuncia-se “Zi”), que prestou serviços para a CIA, a agência de inteligência dos EUA.

Segundo os dados apresentados no livro – resultado de um estudo de sete anos – esse sistema consome, em contratos e
subvenções, 82% dos orçamentos bilionários dos departamentos de Defesa e Estado dos Estados Unidos, e 96% do orçamento
da Usaid, a agência de incentivo ao desenvolvimento do governo americano.

Nesta entrevista a ÉPOCA, Allison Stanger explica como a terceirização, além de criar um poderoso grupo de empresas que
lucram com a guerra, influenciou a política externa americana e permitiu que os Estados Unidos se tornassem
“demasiadamente ambiciosos”.

ÉPOCA – Como a senhora decidiu pesquisar esse tema?
Allison Stanger – Eu percebi determinados padrões a respeito dos gastos do governo, achei que eram interessantes e quis
entender porque existiam. Comecei pelos contratos de segurança privados, que estavam aparecendo em diversos lugares, como
os Bálcãs e a América Latina. Fui procurar saber então os que essas pessoas estavam fazendo nesses locais e para quem
trabalhavam, e descobri que isso era apenas um pequeno pedaço de um problema muito maior.

ÉPOCA – Em que tipos de tarefas as empresas terceirizadas com contratos com o governo americano estão
envolvidas?
Allison – Eles estão envolvidos em tudo, e se tornaram absolutamente vitais para a política externa americana, não apenas nas
guerras, como no Iraque e no Afeganistão, mas também em nossas iniciativas de fomentar o desenvolvimento. Elas dão
segurança às embaixadas americanas, provêem alimentação e uniformes para as tropas, treinam exércitos e polícias
estrangeiras, cuidam de projetos de reconstrução pelo mundo, e há ONGs que recebem dinheiro do governo para projetos na
África.

ÉPOCA – E qual foi o dado que mais chamou sua atenção?
Allison – O que mais impressiona as pessoas que converso é o tamanho da fatia do negócio política exterior americana nas
mãos da iniciativa privada. Houve uma mudança de paradigma na forma como os Estados Unidos conduzem sua política
externa, mas isso ocorreu sem que as pessoas percebessem. O dado mais surpreendente é o que mostra qual porcentagem do
orçamento do Departamento de Estado e do Pentágono [o Departamento de Defesa dos EUA] são gastos em contratos
[terceirizados] e subvenções. Isso chama a atenção porque mostra que não é um assunto periférico, e sim estratégico. É uma
grande parte sobre o que os Estados Unidos fazem no mundo.

ÉPOCA – Mas a contratação de empresas terceirizadas não é uma novidade na política exterior americana, não
é verdade?
Allison – Sim, eles sempre estiveram presentes, desde a Guerra de Independência [1775 a 1783] e a Guerra de Secessão
[1861 a 1865], mas o que mudou foi o escopo de sua ação e a dependência criada no Estado americano. É algo sem
precedentes, especialmente se comparado com outros países. Essa prática se tornou bastante importante na Guerra do Vietnã
[1959 a 1975], mas mesmo então a dimensão era outra. No auge da guerra, as empresas privadas respondiam por 13% da
presença americana no Vietnã. Hoje, no Iraque e no Afeganistão, eles formam uma maioria esmagadora.

ÉPOCA – E como a terceirização está modificando a forma como os Estados Unidos conduzem sua política
externa?
Allison – O problema maior, que está claro no Iraque e no Afeganistão, é o seguinte: a terceirização permite que os Estados
Unidos entrem em guerras sem instituir uma convocação [o serviço militar obrigatório acabou em 1975 nos EUA]. Podemos ter
Forças Armadas apenas com voluntários porque usamos os terceirizados, mas, sem eles, a convocação tornaria a política da
guerra em algo totalmente diferente. Hoje, é muito fácil ter uma política externa demasiadamente ambiciosa.

ÉPOCA – A senhora escreveu artigos afirmando que boa parte do que é gasto com contratos e subvenções
acaba escoando pelos ralos da corrupção. É possível calcular quanto dinheiro foi desperdiçado desde a invasão
do Iraque?
Allison – É muito difícil calcular exatamente… O que os Estados Unidos fizeram foi aumentar os gastos de forma desordenada.
O governo começou a terceirizar tudo, de qualquer maneira, em uma tentativa de resolver os problemas, sem pensar quais
eram as implicações disso, já que quando você entra em uma guerra, você quer vencer. Foram anos simplesmente jogando
dinheiro naquele problema, e só agora começamos a ver uma história de fraudes e abusos cometidos no Iraque, e que deve se
repetir no Afeganistão. O dinheiro trocar de mãos diversas vezes em outro país de uma maneira pouco transparente é um
convite para a corrupção.

ÉPOCA – No histórico discurso de 1961 o então presidente Dwight D. Eisenhower alertou para o perigo da
“influência indevida do complexo industrial-militar” na política americana. A terceirização é uma nova forma
daquela influência?
Allison – Essa é uma ótima conexão, mas [Thomas L.] Friedman [colunista do jornal The New York Times] deu um nome
melhor ao chamar de complexo terceirizado-industrial. Levamos isso a um novo nível. Não devemos nos preocupar apenas com
as compras das armas, mas também com quem realiza inúmeros serviços em uma guerra.

ÉPOCA – O problema é que se há companhias que lucram com a guerra, é possível concluir que elas serão
favoráveis às invasões...
Allison – Exatamente. É precisamente isso que temos em Washington hoje, um grande e poderoso grupo que lucra quando o
país está em guerra. Isso não significa que eles estão na guerra apenas para ganhar dinheiro – muitas pessoas são
genuinamente patriotas – mas é algo com o que devemos nos preocupar.
ÉPOCA – Ao terceirizar determinados serviços de segurança e militares, como para a antiga Blackwater, os
Estados Unidos não estão abrindo mão do monopólio do uso legítimo da força pelos Estados?
Allison – Sim, esse é um ponto muito importante. [O sociólogo alemão] Max Weber disse que o Estado é a entidade que tem
esse monopólio do uso legítimo da força, mas ao mandar empresas de segurança terceirizadas para zonas de guerra, os
Estados Unidos estão dizendo que atores privados têm o direito de usar a força. E o que mais me perturba é que é exatamente
isso que os terroristas querem!

ÉPOCA – O que é possível fazer para reverter esse processo?
Allison – Eu defendo a proibição total do uso de terceirizados armados em zonas de guerra. Isso não pode ser feito de uma
hora para outra, mas pode ser definido como um objetivo do governo. E a outra coisa é insistir para que as leis sejam
cumpridas. Enquanto era senador, o presidente [dos Estados Unidos, Barack] Obama defendeu a lei de Transparência e
Responsabilidade no Financiamento Federal, que determinava que o governo publicasse, em janeiro de 2009, todas as
informações a respeito de subcontratações. E ele ainda não fez isso. É preciso insistir na busca de transparência. Isso vai
resolver muitos problemas.

ÉPOCA – A senhora acha que a terceirização em si é uma coisa ruim ou há um lado positivo?
Allison – O problema é a terceirização estar associada com a guerra. Eu defendo que existe a terceirização boa e a
terceirização ruim. A boa é aquela com foco no desenvolvimento. É uma forma de levar a tomada de decisões para o nível local,
de saber o que as pessoas e países necessitados precisam, em vez de simplesmente dizer o que eles deveriam querer, uma
coisa que os Estados Unidos fizeram muito. Não sou contra a terceirização em geral porque ela é uma forma inovadora de fazer
diferença no mundo.



Ipsos: 61% dos brasileiros estão satisfeitos com o local onde
vivem
Em ranking com 23 países, Brasil ocupa a 15ª posição

REVISTA ÉPOCA

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Ipsos mostra que 61% da população brasileira está satisfeita com o local onde vive. O
levantamento foi realizado em 23 países e o Brasil aparece na 15ª posição – com 85% dos seus habitantes satisfeitos, a Holanda ocupa o topo
da lista (leia abaixo). Depois do Brasil, aparecem França (56%), Turquia (56%), Itália (52%), Rússia (49%), Japão (48%), China (46%),
Hungria (45%) e Coreia do Sul (34%).


Os entrevistados também responderam quais são as três principais prioridades para que suas comunidades possam se desenvolver. Os
brasileiros disseram serviços de saúde (62%), oportunidades de trabalho (56%) e nível de criminalidade (56%). Na Bélgica, Polônia, Rússia,
Canadá e Índia, a realização de reparos no asfalto das vias é a prioridade número um, enquanto na Grã-Bretanha o que mais preocupa é a falta
de atividades para adolescentes (único país onde isso ocorre). “O estudo mostra que os cidadãos globais estão preocupados principalmente
com a economia e com o emprego, mas também com coisas relativamente pequenas, tais como ruas limpas”, disse Bobby Duffy, da Ipsos.


A pesquisa foi realizada pela internet com 23.673 com idade entre 18 e 64 anos entre novembro de 2009 e janeiro de 2010. O detalhamento é
realizado por idade, gênero, população da cidade e níveis educacionais. Cerca de mil habitantes de cada país participaram do estudo por meio
do painel online da Ipsos. A margem de erro é de 3.1% para mais ou para menos.

O ranking da satisfação

1)   Holanda - 85%
2)   Canadá - 83%
3)   Austrália - 82%
4)   Índia - 76%
5)   Alemanha - 74%
6)   Estados Unidos - 73%
7)   Grã-Bretanha - 72%
8) República Tcheca - 70%
9) Suécia - 69%
10) México - 67%
11) Espanha - 64%
12) Bélgica - 64%
13) Polônia - 63%
14) Argentina - 63%
15) Brasil - 61%
16) França - 56%
17) Turquia - 56%
18) Itália - 52%
19) Rússia - 49%
20) Japão - 48%
21) China - 46%
22) Hungria - 45%
23) Coreia do Sul - 34%




O tempo reabre as feridas
por Antonio Luiz M. C. Costa (Revista Carta na Escola)


As tensões herdadas do apartheid se acirram às vésperas da Copa



                                                Não é fácil um país deixar para trás um passado de discriminação e violência
                                                racial, mesmo se conta com um Nelson Mandela. As reações a assassinato do
                                                líder racista Eugene Terre’Blanche mostram, a dois meses da Copa do Mundo
                                                na África do Sul, que a nação mais desenvolvida do continente continua a ser
                                                um barril de pólvora.


                                                “Racista”, no caso de Terre’Blanche, é eufemismo: as bandeiras e os uniformes
                                                de seus liderados são neonazistas. Depois de ter servido na polícia da ex-
                                                colônia do Sudoeste Africano (hoje Namíbia) e na guarda presidencial, rebelou-
                                                se contra o pragmatismo do primeiro-ministro John Vorster (1966-1978), um
ex-nazista que permitiu a diplomatas negros morarem em bairros “brancos” e não quis reconhecer o governo branco da
Rodésia (atual Zimbábue).

Terre’Blanche fundou o Movimento de Resistência Africâner, cujo primeiro ato político relevante foi chefiar 40 valentões para
cobrir de piche e penas um professor de história branco que questionou o caráter religioso do “Dia da Promessa”, feriado sul-
africano que comemorava a vitória dos boêres sobre os zulus. No governo reformista de Pieter Botha, que deu direito de voto a
mestiços e indianos, Terre’Blanche foi preso por posse de armas e explosivos ilegais.


À medida que o apartheid degringolava, seu grupo ameaçava com a guerra racial e promovia desfiles uniformizados, num dos
quais o líder literalmente caiu do cavalo. Em 1993, invadiu com seu grupo o prédio que abrigava negociações sobre o fim do
apartheid, arrebentando as vidraças com um carro blindado e espancando policiais. Em 1994, participou da invasão a um
bantustão, cujo povo se ergueu contra seu ditador negro para se unir à nova África do Sul democrática. Matou dezenas de civis
negros no que um dos militantes descreveu como “piquenique de tiro aos cafres”, mas três de seus oficiais foram feridos,
capturados e executados por policiais rebelados.

O grupo, humilhado, fugiu e perdeu importância. Os acordos entre Mandela e os líderes brancos anistiaram todos os crimes
políticos cometidos durante o apartheid – embora ambos os lados fossem investigados por uma Comissão da Verdade, como
também propõe, no Brasil, o Plano Nacional de Direitos Humanos. Mas Terre’Blanche foi preso, em 2000, por agredir
brutalmente dois empregados negros (um dos quais ficou inválido) por denunciarem à polícia um jovem branco que arrombara
a farmácia do seu posto de gasolina.
Liberado por bom comportamento após quatro dos sete anos a que foi condenado – um de três brancos em um presídio com
200 negros – disse ser “não mais racista, mas um xenófobo que prefere gente do seu próprio tipo”. Em março de 2008
relançou seu movimento para criar uma república branca separada, seguindo o modelo dos 700 moradores da comunidade
segregada de Orania, abordada em “Saudades do apartheid”, CartaCapital 570. Pregou o direito de “separar-se de um Estado
corroído pelo crime, pela morte, pelo assassinato”, aludindo à criminalidade da África do Sul, que sempre foi altíssima, mas
diminuiu, em parte, com o fim do apartheid: a taxa de homicídios caiu de 66,9 por 100 mil habitantes em 1994 para 40,3 em
2004 e 38,6 em 2007 (no Brasil, de 21,1 para 27,4 e 25,2 nos mesmos anos).


A irrealidade da ideia revela-se nas circunstâncias da morte do líder racista, morto na cama com uma barra de ferro e um facão
por dois empregados de sua fazenda, um de 15, outro de 28 anos, a quem não pagava o prometido salário mensal de 40
dólares desde que os contratara, em dezembro. O problema não é a convivência de brancos e negros, mas a falta de relações
justas.


A política conciliatória de Mandela transferiu a maior parte do poder político a uma elite negra, facilitou sua ascensão social e
permitiu o surgimento de um empresariado negro. Atualmente, as três maiores fortunas sul-africanas são Nicky Oppenheimer,
branco (5 bilhões de dólares), Patrice Motsepe, da etnia tswana (2,3 bilhões) e Laksmi Mittal, de origem indiana (2,3 bilhões).
Cyril Ramaphosa, ex-sindicalista e ativista socialista de Soweto, preso por “terrorismo” em 1974, é hoje um empresário do setor
de energia, papel e mineração,
com assento nos conselhos da Coca-Cola e da Unilever.


Entretanto, não houve reforma agrária, e as mudanças desde 1994 ficaram bem aquém das transformações prometidas durante
o apartheid pelo Congresso Nacional Africano (CNA) de Mandela, originalmente marxista. A concentração de renda aumentou: o
Índice Gini subiu de 59 em 1994 para 67 em 2008 (o Brasil seguiu o caminho inverso, de 60 para 54). Os negros, 80% da
população, são só 4% dos presidentes de empresas, 2% dos executivos financeiros e 15% dos outros executivos. Dos 4% de
sul-africanos mais ricos – com renda superior a 80 mil dólares anuais, 100 vezes mais que a mediana dos compatriotas –,
apenas um quarto é de negros.


Embora não mais sujeita ao apartheid, a maioria negra ainda vive muito mal e as tensões foram acirradas pela crise global de
2009, que derrubou o PIB em 2,2% e elevou o desemprego entre os negros de 25,9% para 28,6% (o dos brancos, de 3,0%
para 4,9% e a média do país, de 21,9% para 24,3%). Parte da frustração descarrega-se em rivalidades entre etnias e
agressões a imigrantes africanos, mas o rancor racial persiste. Julius Malema, líder da juventude do CNA, choca os brancos ao
pregar uma partilha das fazendas dos brancos como a do Zimbábue e entoar uma canção do tempo da luta contra o apartheid
que diz “mate o bôer”. Em março, um tribunal pôs a canção fora da lei, mas Malema desafia a decisão.


Cerca de mil fazendeiros brancos foram mortos desde 1994, de um total de 350 mil assassinatos. A culpa é de Malema e do
CNA, dizem os partidários de Terre’Blanche. Dessas mortes, 98%, inclusive a dele, foram resultado de crime comum ou disputa
trabalhista, não diretamente de ódio racial, mas o herdeiro Andre Visagie promete vingança e ameaçou no ar a analista política
negra Lebohang Pheko, que o entrevistou na tevê. Os ânimos azedam quando o país devia se preparar para uma festa de
confraternização internacional.
Lei de imigração entra em vigor no Arizona
Aretha Yarak (REVISTA VEJA)




Entrou em vigor nesta quinta-feira a lei de imigração do Arizona, no sudeste dos Estados Unidos, assinada pela governadora
republicana, Jan Brewer, no dia 23 de abril. A nova legislação - uma das mais severas já criadas no país sobre o assunto - teve
alguns artigos embargados pela juíza federal Susan Bolton na quarta-feira. A lei SB1070 deve afetar cerca de 460.000
imigrantes ilegais que vivem na região.


Entre os trechos retirados da lei está a obrigatoriedade do porte de documentos. Segundo o projeto original, um imigrante
poderia ser preso e deportado caso não estivesse com os papéis em mãos. Outro artigo polêmico, que prevê penas para quem
transportar ou der emprego a um ilegal, também foi suspenso. Autoridades do Arizona já anunciaram um possível recurso
contra a decisão da juíza. Já o governo federal foi favorável aos cortes. A aprovação deles, portanto, significa uma vitória de
Barack Obama.


O presidente americano, que recebeu o apoio (e voto) de milhares de imigrantes, vinha prorrogando as discussões sobre as leis
que ditam as regras da imigração no país - motivos pontuais, a exemplo do derramamento de petróleo no Golfo do México,
tomavam conta de sua agenda. Com a medida tomada por Brewer, Obama correu atrás do prejuízo, e ordenou ao
Departamento de Justiça dos EUA que estude o projeto para garantir que ele não é inconstitucional.


Vias de fato - A lei aprovada pela governadora tem ainda valor simbólico. Especialistas acreditam que ela possa gerar uma
onda discriminatória e racista pelo país. “A parcela da população favorável à lei não quer ilegais dentro dos Estados Unidos.
Mas, ao mesmo tempo, precisa deles para compor a mão de obra barata”, afirma Carlos Eduardo Lins da Silva, pesquisador
sobre os Estados Unidos pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP).
Políticos favoráveis à lei, no entanto, afirmam que a medida é constitucional e tenta conter o fluxo de imigrantes ilegais no
estado - o principal ponto de entrada de ilegais nos EUA. De acordo com declarações de Brewer à imprensa, a iniciativa seria
ainda positiva para ar finanças do Arizona, já que diminuiria gastos com educação, prisões e saúde.

O ápice do movimento pela regularização dos imigrantes ilegais nos EUA foi em 2006, quando houve uma grande marcha em
Washington, no dia 1 de maio.
Imigrantes - A aprovação da lei SB1070 gerou uma onda de protestos de imigrantes, de governos como México e Guatemala,
e de entidades internacionais, a exemplo da Organização dos Estados Americanos (OEA). Desde a última terça-feira, grupos de
diversas regiões do país se aglomeram em frente à sede do governo estadual em Phoenix, capital do Arizona, em protesto
contra a nova legislação.


Segundo dados oficiais, há cerca de 1.500 imigrantes ilegais brasileiros vivendo no Arizona. O estado não abriga a maior
quantidade de ilegais do país, mas tem a maior proporção em relação à população total. A jurisdição americana que tem mais
imigrantes ilegais é a Califórnia (acima de 2 milhões), seguido do Texas (mais de 1 milhão).


A taxa de imigração ilegal para os EUA vêm diminuindo desde 2006, quando 13 milhões de pessoas viviam fora da lei. O país
deporta cerca de 300.000 ilegais por ano, desde que endureceu o controle das fronteiras depois dos ataques de 11 de setembro
de 2001




Brasileiro ganha prêmio científico de US$ 2,5 milhões
(REVISTA ISTOÉ)

Criada em 2004, a premiação financia projetos considerados visionários e de alto risco nas áreas de biomedicina
e comportamento

                                                                                               O neurocientista brasileiro Miguel
                                                                                               Nicolelis foi um dos escolhidos
                                                                                               este ano para receber o prêmio
                                                                                               Pioneer Award, um dos mais
                                                                                               prestigiados dos Institutos
                                                                                               Nacionais de Saúde dos Estados
                                                                                               Unidos (NIH, na sigla em inglês).
                                                                                               Nicolelis, professor e pesquisador
                                                                                               do Departamento de
                                                                                               Neurobiologia da Universidade
                                                                                               Duke, na Carolina do Norte,
                                                                                               receberá US$ 2,5 milhões (R$ 4,4
                                                                                               milhões) ao longo de cinco anos
                                                                                               para aprofundar suas pesquisas
                                                                                               sobre o funcionamento do sistema
                                                                                               nervoso e a interação cérebro-
                                                                                               máquina. O objetivo do prêmio,
                                                                                           segundo o NIH, é estimular
inovações futuras e não premiar resultados do passado. "É para fazer coisas do futuro mesmo; não só ciência incremental",
disse Nicolelis.

Com vários trabalhos pioneiros publicados em revistas internacionais nos últimos anos, ele desenvolve sistemas que permitem
controlar máquinas por meio de comandos cerebrais, usando eletrodos implantados no cérebro e conectados a um computador.
O objetivo final é que pacientes vítimas de lesões ou doenças neuronais possam controlar robôs - ou qualquer outro aparato
eletrônico - apenas com o cérebro. Um tetraplégico, por exemplo, poderia controlar um braço robótico para pegar objetos ou
escrever textos numa tela usando apenas o pensamento. Outra estratégia é o desenvolvimento de neuropróteses, conectadas
ao cérebro, que poderiam ser vestidas pelo paciente.


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Resultados experimentais promissores já foram obtidos com seres humanos, mas o aparato ainda era grande e complexo
demais. O desafio é tornar o sistema mais seguro, dinâmico e prático, para que possa ser aplicado clinicamente.


A pesquisa, no momento, está sendo feita com macacos resos, inseridos em um ambiente virtual, no qual eles podem
manipular objetos e interagir com outros macacos digitais (avatares), usando apenas comandos cerebrais. "Eles se relacionam
com os avatares como se fossem macacos da mesma colônia", diz Nicolelis. Os comandos nervosos são transmitidos por
telemetria (wireless) dos eletrodos no cérebro para um computador, que registra tudo e controla o que acontece no mundo
digital.


Colômbia mostra ceticismo antes de reunião da Unasul
sobre Venezuela
Ministros de bloco regional discutem crise diplomática entre os dois países hoje no Equador
(O Estado de São Paulo)

O ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermudez, disse ter poucas expectativas sobre a reunião da União das
Nações sul-americanas (Unasul) desta quinta-feira, 28, em Quito, no Equador, que discutirá a crise diplomática entre Bogotá e
a Venezuela.

"Realmente não tenho altas expectativas. O secretário-geral (Nestor Kirchner) não vai à reunião. E vários ministros enviaram
representantes", disse Bermúdez à rádio Caracol.

De acordo com o chanceler, alguns dos ministros da região não consideram conveniente a reunião. "Qualquer decisão requer
consenso e já sabemos a posição de alguns países", acrescentou Bermúdez.

O ministro vai pedir que a Venezuela entregue guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que,
segundo o governo de Alvaro Uribe, estão no país vizinho.

Bermúdez também descartou retirar as acusações feitas na Organização dos Estados Americanos (OEA) que levaram o
presidente Hugo Chávez a romper relações diplomáticas com a Colômbia.

Para o chanceler colombiano, o governo do presidente eleito Juan Manuel Santos deve ter melhor sorte nas relações com a
Venezuela.

"Tomara o governo que assuma tenha a possibilidade de conseguir a cooperação eficaz e não retórica da Venezuela nestes
temas".


Saiba o histórico de tensões entre Colômbia e Venezuela
Países que antes faziam parte de uma mesma nação quase já entraram em guerra por duas vezes
(O Estado de São Paulo)

A acusação colombiana contra a Venezuela de "contínua e permanente e tolerância" de rebeldes esquerdistas em território
venezuelano prejudica as já desgastadas relações bilaterais.

Nesta sexta-feira, 16, a Venezuela negou veementemente as alegações da Colômbia e retirou seu embaixador de Bogotá. A
seguir, estão alguns pontos sobre a geralmente espinhosa relação da Colômbia com seus vizinhos andinos:

* A Colômbia divide vastas fronteiras com cinco países. Venezuela e Colômbia dividem uma fronteira de 2.200 km, e uma
história instável. Depois dos dois países terem deixado de ser colônia da Espanha no século XIX pelas mãos do libertador Simon
Bolívar, eles passaram a ser o centro de uma nação que durou pouco, conhecida como Gran Colômbia, que também integrava o
Equador e o Panamá.

* Os dois países andinos quase entraram em guerra em agosto de 1987, em uma disputa por uma fronteira marítima no Golfo
do Caribe. Ambos os países colocaram suas tropas em alerta depois que a corveta colombiana Caldas se recusou a deixar as
águas disputadas. A Venezuela enviou caças F-16 para a sua fronteira antes do confronto ser resolvido e o navio colombiano
partir.

* O conflito de quatro décadas da guerrilha colombiana frequentemente recai sobre a fronteira venezuelana, onde sequestros e
tráfico de drogas são comuns. A proximidade ideológica do presidente Hugo Chávez e dos rebeldes marxistas das Farc levou
Washington e Bogotá a acusá-lo de apoiar as guerrilhas, o que Chávez nega.

* Nos primeiros dias de suas presidências, o ex-soldado Chávez e o presidente Álvaro Uribe chegaram a trocar abraços e
brincadeiras, e mantiveram um gasoduto que cruza a fronteira, apesar de suas diferenças políticas.

* As relações, no entanto, tem piorado drasticamente nos últimos anos. Chávez frequentemente atinge a Colômbia com
represálias diplomáticas. Ele já chamou Uribe de mentiroso e "mafioso" ligado a paramilitares de direita. O governo Uribe
ameaçou levar Chávez à corte internacional, acusando-o de genocídio por apoiar rebeldes colombianos.

* As tensões aumentaram após a prisão em Caracas de um líder guerrilheiro em uma operação liderada pela polícia colombiana
em 2005. Os dois países quase entraram em guerra em março de 2008, depois de uma incursão colombiana em um
acampamento das Farc no Equador, que desencadeou movimentos das tropas de Quito e Caracas. Chávez cortou os laços
diplomáticos com Bogotá e ameaçou congelar o comércio entre os países.

* Chávez cumpriu sua ameaça no ano passado, depois de um acordo firmado entre Washington e Bogotá que autoriza os
Estados Unidos a usar sete bases colombianas, como parte de um pacto multibilionário dos EUA para lutar contra guerrilhas e
conter o narcotráfico. O comércio bilateral, que era de US$ 7 bilhões de 2008, foi reduzido em 70%, prejudicando as duas
economias.

* Equador e Colômbia fizeram algumas tentativas de reparar suas relações, mas a Justiça equatoriana emitiu uma ordem de
prisão contra Juan Manuel Santos, que será o próximo presidente colombiano a partir de 7 de agosto. Santos, que era ministro
de Defesa na época da ofensiva em território equatoriano, pode ser preso se visitar o Equador. Algumas relações diplomáticas
foram retomadas, mas nenhum dos países tem uma embaixada.


Emprego em alta, à prova de bolhas
Tecnologia da Informação pode ter déficit de até 200 mil profissionais em 2013; veja os prós e contras de entrar
cedo nesse mercado ou apostar no bacharelado



Carlos Lordelo e Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo

A maioria dos estudantes não faz ideia do que são códigos binários, mas eles estão na moda: a linguagem dos programadores
de computador está por trás da navegação na web, dos e-mails, de ligações de celular e de outras tecnologias do cotidiano.
Mesmo assim, o interesse pelo universo da Tecnologia da Informação (TI) é pequeno diante do que o mercado exige. Nesse
cenário, a questão não é saber se haverá emprego, e sim qual emprego se pretende ter.

Hoje o Brasil precisa de 71 mil profissionais de TI, segundo a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. O
número pode chegar a 200 mil em 2013. "Daqui a sete anos, continuará havendo déficit", diz Francisco Borges, diretor
acadêmico da Veris Faculdades. "Engenharia Civil é uma bolha. Informática é para sempre: todas as empresas usam a TI como
meio."

Os candidatos a uma vaga no setor têm duas opções básicas: fazer um curso de perfil técnico e antecipar a chegada ao
mercado ou optar por bacharelados de pelo menos quatro anos de duração. Neste segundo caso, a aposta é ter uma formação
mais consistente e se candidatar a melhores salários. O risco é ser considerado "teórico" demais numa área em que tudo muda
muito rápido.
Jefferson Santos de Araújo, de 23 anos, escolheu a via rápida. Depois do ensino médio, iniciou um curso técnico em
informática. "Era muito ansioso. Nem terminei o técnico e comecei um tecnológico, na Fiap."

Jefferson, que já cuidou até do suporte técnico de impressoras, hoje é analista de sistemas sênior da empresa CPM Braxis. Está
no último semestre na Fiap e quer fazer pós-graduação para se tornar consultor. Nem cogita a hipótese de complementar a
formação com um bacharelado. "Esses cursos não focam o mercado, enquanto a formação tecnológica e um MBA têm
conteúdos que posso pôr em prática no dia a dia."

A pressa de entrar no mercado e ganhar de cara um bom salário não é prioridade para Thiago Miranda Ferreira, de 26 anos,
que está prestes a se formar em Ciência da Computação na USP. "Tenho bastante teoria e matemática, é uma formação
abrangente", diz o estudante, que é estagiário da Calum, empresa de soluções tecnológicas e cursos de TI.

Cobol. Thiago teve a certeza de que a opção pelo curso na USP foi correta num estágio anterior ao atual, no Unibanco. Lá ele
teve de trabalhar com Cobol, linguagem de programação antiga. Embora não seja mais ensinada nas universidades, é muito
usada no mercado financeiro, pela capacidade de processar grandes volumes de dados com segurança e velocidade. "Os
analistas seniores são chamados de "donos" dessa linguagem, mas entendi rapidamente seu funcionamento", diz. "Quando
você conhece programação, tudo fica mais fácil."
O consultor em TI Renato Oliveira Moraes, da Fundação Vanzolini, concorda com a importância dada por Thiago à base
conceitual. "Se você é capaz de escrever bem em português, aprende uma nova língua com mais facilidade", compara. "Quem
faz a decisão de ser tecnólogo escolhe entrar mais rápido no mercado. Vai ser recompensado, mas pode acabar pagando um
preço por isso."

Para os cargos mais altos, a formação universitária é considerada imprescindível, garante Maria de Fátima Albuquerque,
diretora de RH da Totvs, multinacional que desenvolve softwares e presta serviços de TI. "O candidato pode até fazer um curso
tecnológico reconhecido e ter uma atitude muito boa no trabalho", diz. "Mas precisa fazer um bacharelado para ter mais
oportunidades."

"Há vagas tanto para os tecnólogos quanto para os bacharéis. Só não podemos perder o bonde da história, como em outras
vezes", diz o coordenador dos cursos de graduação tecnológica da Fiap, Celso Poderoso, preocupado com a dificuldade de
atender à demanda. O número de formados em 90 cursos relacionados à TI cresceu 9,7% entre 2005 e 2008. Nesse período, o
total de profissionais contratados aumentou 21%.

"Estamos em um ponto crítico, porque a formação leva alguns anos. Já existe o temor de chegarmos ao extremo de importar
mão de obra", afirma Anselmo Gentile, diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). "Há cursos
de TI sendo oferecidos, mas não sentimos aumento no número de formados."

Na corrida para formar tecnólogos, as Faculdades de Tecnologia (Fatec) do Centro Paula Souza concentraram nos cursos de TI
metade das 10.030 vagas oferecidas pela instituição. "O ensino tem foco bem específico no mercado, mas isso não tem sido
desvantagem", diz a assessora para projetos pedagógicos Vera Lúcia Camargo. Segundo ela, 98% dos formados pelas Fatec
consegue emprego.

No Senac, também voltado para suprir as necessidades da indústria, dos cinco cursos de TI oferecidos, três são tecnológicos -
com duração de dois anos e meio. "Os tecnólogos estão sendo cada vez mais valorizados nas empresas", afirma o coordenador
da área, Ozeas Vieira Santana Filho. A preocupação do Senac é oferecer um portfólio diversificado para atender às demandas
específicas do mercado. Por isso, Vieira já planeja oferecer outros dois cursos em 2011: Análise e Desenvolvimento de Sistemas
e Tecnologia para a Internet.

As universidades também estão fazendo adaptações para estimular a formação em TI. A partir do próximo vestibular, o
bacharelado de Ciência da Computação da USP passa a ser uma carreira isolada no vestibular da Fuvest - até o ano passado, a
graduação era oferecida com as carreiras de Engenharia.
O coordenador do bacharelado, Marco Dimas Gubitoso, aposta na mudança para aumentar o número de interessados no curso.
"As pessoas acabam não sabendo muito a diferença entre as áreas, e isso estava se refletindo na procura, em termos de
quantidade e perfil dos candidatos." Assim como na formação em Engenharia da Computação, a carga de matemática do curso
é pesada, o que assusta jovens com interesse mais superficial em computadores.

"A juventude deveria se interessar mais por essa área, que está pagando salários muito bons", afirma Arnaldo Vallim Filho,
diretor da Faculdade de Computação e Informática do Mackenzie. Pesquisa feita pela universidade com a última turma de 250
formandos em Ciência da Computação e Sistemas de Informação mostra que a maioria (42,6%) está ganhando entre 5 e 10
salários mínimos.

Educação básica. Gigantes que produzem muitas das plataformas, softwares e serviços usados no mercado, IBM e Microsoft
têm trabalhado em conjunto com o ensino médio e o superior. As parcerias vão da criação de laboratórios em instituições de
ensino a cursos que dão certificações - atestados de que o profissional sabe trabalhar com uma plataforma ou serviço
específico, que valem tanto quanto um diploma.
"A gente procura trabalhar todos os níveis de capacitação. Fazemos isso não só para atender às nossas necessidades, mas
também para formar uma comunidade de pessoal capacitado em TI", afirma Andrea Rodacki, gerente de Parcerias com as
Universidades da IBM, que tem acordos com cerca de 400 instituições.

"Não adianta começar com o aluno da universidade. Tem de ser desde a educação básica", diz o diretor de Educação da
Microsoft, Emílio Munaro.

Outro motivo pelo qual a formação em TI não basta para atender às demandas das empresas é a peculiaridade desse mercado,
no qual uma companhia brasileira pode disputar um contrato com rivais indianas e americanas, por exemplo. "Se o País quer
exportar serviços em TI, o brasileiro precisa falar pelo menos inglês", resume o fundador da Stefanini IT Solutions, Marco
Stefanini.

TI EM TRÊS TEMPOS
Profissionais com formações variadas e em momentos distintos da carreira




Jefferson de Araújo, de 23 anos - Aluno do 2º ano em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Fiap
"Eu era fascinado pela internet quando criança e já queria trabalhar na área. Fiz um curso técnico que não me deu muita base.
Larguei no último semestre e comecei um tecnológico. Já estagiei em vários lugares e agora sou analista sênior. Quero fazer
um MBA para ser consultor.”
Raoni Benetti, de 25 anos - Supervisor técnico da Solvo, formado em Gestão de Redes em 2008
"Para mim, foi uma curiosidade que virou profissão. Hoje cuido de problemas mais graves dos clientes, desde serviços de e-
mails à parte de hardware. O ramo de atuação que escolhi é bem prático e focado nos produtos. Pretendo fazer uma pós, mas
para me especializar na área de gestão.”




Welington Sousa, de 29 anos - Analista sênior da Diveo, formado em Ciência da Computação em 2002
"Muita gente entra na faculdade achando que vai trabalhar exatamente com aquilo. Eu elaboro projetos de infraestrutura de
tecnologia: a parte de raciocínio lógico só a universidade consegue treinar, mas tem a prática e as certificações. Já fiz 13.”

MERCADO PARA TODOS
A área de TI se divide em desenvolvimento de software, hardware e serviços. Saiba mais sobre ocupações com boas opções de
emprego:
Gerência de TI
O QUE FAZ?
Gerencia projetos e operações de serviços de TI; identifica oportunidades de aplicação dessa tecnologia; administra equipes e
interage com outras áreas
REMUNERAÇÃO MÉDIA:
R$ 4.275,61
FORMAÇÃO IDEAL:
Bacharelado em Ciência da Computação/Sistemas de Informação
Administrador de Banco de Dados
O QUE FAZ?
Instala e administra bancos de dados remotos ou distribuídos; cuida da política de segurança e da qualidade da informação; faz
ajustes de desempenho
REMUNERAÇÃO MÉDIA:
R$ 3.153,44
FORMAÇÃO IDEAL:
Bacharelado em Ciência da Computação/Engenharia da Computação; Tecnologia em Banco de Dados
Desenvolvedor (Programador)
O QUE FAZ?
Desenvolve sistemas e aplicações, determinando a interface gráfica, critérios de navegação, montagem da estrutura de banco
de dados e codificação de programas
REMUNERAÇÃO MÉDIA:
R$ 1.933,47
FORMAÇÃO IDEAL:
Bacharelado em Ciência da Computação/Engenharia da Computação/Sistemas de Informação; Tecnologia em Desenvolvimento
de Sistemas
Administrador de Redes
O QUE FAZ?
Gerencia os equipamentos de rede e a infraestrutura física de cabos; responde pela segurança de acesso à rede e adequação
dos sistemas dos servidores da empresa
REMUNERAÇÃO MÉDIA:
R$ 3.153,44
FORMAÇÃO IDEAL:
Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Redes de Computadores
Engenheiro de Computação
O QUE FAZ?
Projeta e monitora a adoção de soluções em linguagens de todos os níveis de complexidade; valida novas tecnologias; gerencia
ambientes computacionais
REMUNERAÇÃO MÉDIA:
R$ 4.103,66
FORMAÇÃO IDEAL:
Bacharelado em Engenharia da Computação
Analista de Sistemas
O QUE FAZ?
Especifica a arquitetura e as ferramentas para o desenvolvimento de sistemas; presta suporte técnico e treina clientes; elabora
documentos técnicos
REMUNERAÇÃO MÉDIA:
R$ 2.971,31
FORMAÇÃO IDEAL:
Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Análise de Sistemas
Irã suspenderá enriquecimento de urânio a 20% se obtiver
o combustível
O Estado de S.Paulo

TEERÃ - O Irã suspenderá o processo de enriquecimento de urânio a 20% se obtiver combustível necessário para colocar em
funcionamento de seu reator de pesquisa e, Teerã, declarou nesta quinta-feira, 28, Ali Akbar Salehi, chefa da Organização
Iraniana de Energia Nuclear (OIEA), segundo o canal al-Alam. As informações são da agência de notícias AFP.

"Não precisamos enriquecer o urânio a 20% se nossas demandas de combustível nuclear forem supridas", afirmou Salehi.
"Começamos a produção de urânio a 20% para outras necessidades. Não queremos utilizar nossas reservas de urânio
enriquecido a 3,5%", completou.

O anúncio confirma as declarações do chanceler turco, Ahmet Davutoglu, que na quarta havia dito que o Irã encerraria os
processos de enriquecimento a 20% se recebesse em troca o material enriquecido a esse nível para colocar o reator em
funcionamento.

Davutoglu, por sua vez, fez as declarações após os EUA anunciarem que estariam dispostos a retomar o diálogo com o Irã e
poderiam renegociar um acordo de troca de combustível nuclear.

O Irã anunciou ter iniciado a produção de urânio enriquecido a 20% em fevereiro, oficialmente para fabricar o combustível
necessário para o reator de Teerã. A decisão foi adotada depois do fracasso das negociações entre a República Islâmica e o
grupo de Viena - EUA, Rússia e França - para realizar a troca.

Em junho deste ano, o Irã firmou um novo acordo de troca com o Brasil e a Turquia. O pacto previa a troca de 1.200 quilos de
urânio iraniano enriquecido a 3,5% (suficiente para fins energéticos) por combustível para um reator de pesquisas. Para a
construção de uma arma, a pureza necessária é de mais de 90%.

Pouco tempo depois, porém, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma nova rodada de
sanções contra o país persa. As sanções eram pretendidas pelas potências ocidentais pelos temores de que o programa nuclear
do Irã tenha como objetivo a produção de armas nucleares. Teerã, porém, nega e diz que enriquece urânio apenas para fins
pacíficos.
Velocidade é prioridade?
Os gastos com o trem-bala poderiam suprir outras carências


CARTA CAPITAL


A controvérsia gerada pela menção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à candidata Dilma Rousseff em um evento
público ofuscou o lançamento do edital para a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), que pretende ligar as
cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro até 2016. Mas a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), se não chega a ser tão polêmica quanto a Usina de Belo Monte, é certamente a mais questionável.

Ninguém pode negar que o TAV seja um projeto ousado. Mais do que interligar São Paulo e Rio de Janeiro, colocando-se
como mera alternativa à ponte aérea entre as duas cidades, sua construção visa a criar um corredor capaz de integrar
regiões economicamente importantes, como Campinas, Vale do Paraíba e Volta Redonda, às duas maiores cidades do
País. Também promete reduzir a pressão sobre os modais aéreo e rodoviário, apresentando-se como alternativa mais
limpa e eficiente, pelos próximos 40 anos.

A experiência com o trem-bala mostrou-se quase sempre bem-sucedida onde foi testada. A rede de alta velocidade no
mundo possui quase 10 mil quilômetros, em 12 países. Destes, oito estão expandindo suas malhas. De acordo com
relatório da consultoria Halcrow, há 8,6 mil quilômetros de trilhos em construção e projetos para mais 13,9 mil.


Os defensores do projeto afirmam ainda que o TAV Rio-São Paulo vai permitir ao Brasil apreender uma tecnologia que
não detém. Os grupos estrangeiros participantes do consórcio vencedor terão de
repassar todo o know-how à Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav), a estatal que o governo vai
criar para gerir a empreitada. “Dessa forma, será possível que as próximas linhas sejam construídas só por empresas
brasileiras”, afirma Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).


O governo calcula que o TAV vai gerar 72 mil empregos até 2050. Apenas na construção, 12 mil postos devem ser abertos
no canteiro de obras e em empresas fabricantes de equipamentos e materiais. Outras 30 mil vagas nas áreas de
comércio, transporte, indústria e logística devem ser criadas apenas na primeira década de operação.


Apesar de todos os argumentos a favor, a construção do trem-bala é vista com muitas ressalvas. As primeiras dizem
respeito à viabilidade econômica do projeto. O governo estimou a obra em 33 bilhões de reais, mas teme-se que os
gastos possam extrapolar os 50 bilhões, já que apenas 4,4% dos estudos geológicos foram feitos. A participação efetiva
dos recursos públicos na obra será de apenas 3,4 bilhões de reais. Mas o consórcio vencedor poderá financiar até 60% da
obra (no limite de 19,9 bilhões de reais), a juros subsidiados pelo BNDES. Até aí, nada demais. Grandes obras de
infraestrura contam com a participação governamental em qualquer parte do mundo.


Se o valor da obra estourar ou a demanda ficar abaixo do esperado, o governo não terá outra saída se não colocar mais
dinheiro no empreendimento, já que o preço da passagem na classe econômica não poderá ultrapassar os 49 centavos
por quilômetro. O risco é a conta não fechar e o Estado assumir o prejuízo. “Do jeito que a concessão foi concebida, o
risco ficou todo com o governo”, afirma Creso Peixoto, mestre em transportes e professor de engenharia da FEI.
Figueiredo garante que o risco não existe e que eventuais diferenças serão arcadas pela iniciativa privada. “O que vai
flutuar é a taxa de retorno do acionista, em torno de 9%.”


Deixadas de lado as questões sobre a viabilidade, resta perguntar: o Brasil realmente precisa do trem-bala? Para os
especialistas, há outras prioridades tanto econômicas quanto sociais. “Possuir o TAV não proporciona ao País nenhuma
vantagem competitiva. Seria mais interessante ter um moderno- sistema multimodal para o escoamento da produção”,
afirma Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral (FDC). O Ipea
estima que o País precisa investir no mínimo 40 bilhões de reais a fim de atender à demanda por transporte ferroviário de
carga nos próximos anos se não quiser comprometer suas exportações.


No transporte de passageiros, o Brasil ainda engatinha no desafio de melhorar seus aeroportos. De acordo com estudo
encomendado pelo BNDES, 13 dos 20 principais aeroportos possuem gargalos que precisam ser solucionados “no
curtíssimo prazo”. O estudo sustenta ainda que o Brasil precisa mais que dobrar a capacidade anual dos nossos
aeroportos nos próximos 20 anos. O curioso é que a solução para o problema necessitaria, segundo o mesmo estudo,
entre 25 bilhões e 34 bilhões de reais – menos, portanto, que o trem-bala. Segundo Paulo Resende, não há dúvidas: a
prioridade é a solução para o gargalo aeroportuário. “Do ponto de vista da demanda, faria muito mais sentido investir
num sistema eficiente, que interligasse os aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e outro
ligando o Tom Jobim ao Santos-Dumont, no Rio de Janeiro”. Creso Peixoto tem opinião semelhante. “O TAV custa até 25
vezes mais do que a ferrovia tradicional. Com o dinheiro para o trem-bala entre Rio e São Paulo, daria para construir uma
ferrovia que interligasse toda a costa brasileira”, calcula.

Para Peixoto, muito mais urgente do que criar uma nova conexão entre Rio e São Paulo é resolver os graves entraves à
mobilidade urbana nas duas metrópoles. Com os recursos do TAV, calcula o engenheiro, seria possível construir 75
quilômetros de metrô em cada cidade. Segundo pesquisas, o paulistano perde, em média, quase três horas de seu dia no
trânsito. “Talvez fosse o caso de perguntar ao paulistano e ao carioca o que eles preferem”.


Figueiredo afirma que nenhuma das obras essenciais de transporte será prejudicada pela construção do trem-bala. “O
PAC alinha um conjunto de investimentos que percorre todas essas prioridades. O TAV não concorre com esses
investimentos, porque demanda poucos recursos públicos, que não serão colocados a fundo perdido.” Ele lembra que
mais de 5 mil quilômetros de ferrovias serão entregues no Brasil até 2011. Na segunda 19, o governo liberou 5,5 bilhões
de reais para a reforma dos aeroportos e outros 700 milhões para os portos. “Perdemos uma década no que diz respeito
ao investimento em logística e não podemos perder mais uma. Precisamos investir em portos, aeroportos, ferrovias,
metrôs e trens de alta velocidade. Estamos muito atrasados”, afirma Rodrigo Vilaça, presidente da sessão ferroviária da
 Confederação Nacional dos Transportes (CNT).


 Seja como for, uma coisa é quase consenso. O momento escolhido pelo governo para lançar o projeto do trem-bala não
 poderia ser pior. “A discussão em torno do TAV, que deveria ser absolutamente técnica, acabou ganhando contornos de
 debate político-partidário. O Brasil não precisava transformar um projeto tão interessante e fundamental em objeto de
 disputa política”, afirma Resende, da FDC.


El principio del fin
JESÚS MOSTERÍN (EL PAIS)


Toda Europa había sido un hervidero de supersticiones y crueldades; de censuras, quemas de herejes y represiones, y de
torturas públicas de animales humanos y no humanos, incluidos el lanzamiento de gatos desde las torres de las iglesias, las
peleas de perros y de gallos y de perros contra osos, y los encierros, acuchillamientos y corridas de toros. Frente a tanta
sordidez y violencia, la Ilustración trajo a Europa la apertura de las mentes y la suavización de las costumbres. Las tradiciones
más sanguinarias fueron abolidas en casi todas partes. Sin embargo, en España apenas hubo Ilustración y Fernando VII cortó
de cuajo sus débiles brotes, restaurando la Inquisición y la tauromaquia, entre otros horrores. España se convirtió en una
excepción y anomalía, la famosa España negra, caricaturizada por Goya, una anacrónica bolsa de crueldad ycutrerío alejada de
cualquier ciencia y compasión.
Llevamos casi dos siglos tratando de quitarnos de encima esa siniestra tradición de la España negra. Ello ha constituido un
proceso desesperantemente lento. Desde la supresión definitiva de la Inquisición en 1834 hasta la recién aprobada abolición de
la tauromaquia en Cataluña (a partir de 2012), pasando por la introducción de la democracia en España tras la muerte de
Franco y la lucha contra el maltrato a las mujeres, paso a paso hemos ido lavando nuestra cara cultural y acercándonos al nivel
intelectual, político y moral del resto de Europa. Uno de los últimos capítulos pendientes es el acabar con la crueldad hacia los
animales no humanos, presuntamente justificada por la idea anticientífica de que el ser humano no es un animal, sino un hijo
de Dios, separado por un abismo del resto de las criaturas y colocado en el mundo para explotarlas y hacerlas sufrir. Esta idea
falsa y mezquina todavía colea por estos lares incluso entre algunos presuntos ateos, que caen en la contradicción de sostener
una concepción basada en algo en lo que no creen, simplemente para seguir divirtiéndose con la tortura ajena.

La consistencia no es un valor apreciado por los políticos. En la Comunidad Canaria ya no hay corridas de toros ni peleas de
perros desde 1991, pero sigue habiendo peleas de gallos, tan crueles como las corridas. Ahora, el Parlamento de Cataluña ha
decidido prohibir por crueles las corridas de toros, pero no los correbous (encierros) ni los toros embolados, igualmente crueles
(lo peor no es la muerte del animal, sino su sufrimiento inútil), también con la excusa de que son tradicionales. También los
ingleses caían en esa incoherencia, habiendo abolido la tauromaquia y otros tipos de maltrato animal, pero manteniendo la
cruel caza del zorro con perros, por tradicional. Afortunadamente, los ingleses lograron la consistencia al prohibir la caza del
zorro en 2004. Mariano Rajoy dice estar alarmado , pues si se empieza prohibiendo la tauromaquia, podría acabarse
prohibiendo la caza. Ojalá. La tauromaquia no es la única salvajada. Matar animales por mera diversión, como en la caza, es
algo éticamente indefendible, pero el progreso no se consigue de golpe, sino paso a paso.
Nadie ha planteado el debate sobre la tauromaquia en Cataluña como una separación de España. Los líderes del PP (y algunos
del PSOE) están mal informados y confunden sus fantasmas mentales con la realidad. De entre los muchos expertos que
comparecimos ante la comisión pertinente del Parlamento de Cataluña a favor de la abolición de las corridas de toros, ni uno
solo empleó argumentos nacionalistas o identitarios.

Curiosamente, fueron los taurinos los únicos que agitaron ese espantajo, subrayando la tradición tauromáquica catalana e
incluso sacando a los toreros en la Plaza Monumental de Barcelona con la barretina por montera y la señera por capote.

Aprobando la abolición de las corridas de toros en su comunidad en un proceso de impecable factura democrática, el
Parlamento Catalán ha atendido a las razones y valores universales por encima de los tribales y tradicionales (excepto por la
pequeña incoherencia ya señalada con los correbous ). La discusión previa en comisión ha sido de una inusitada racionalidad y
seriedad y ha puesto el listón muy alto. El Parlamento de Cataluña ha prestado un gran servicio a Cataluña, a España y a la
noble causa del triunfo de la compasión en el mundo. Este paso es el principio del fin de la tauromaquia, cuya decadencia y
desprestigio contribuirá a acelerar.
Population Research Presents a Sobering Prognosis
By SAM ROBERTS (THE NEW YORK TIMES)


With 267 people being born every minute and 108 dying, the world’s population will top seven billion next year, a research
group projects, while the ratio of working-age adults to support the elderly in developed countries declines precipitously
because of lower birthrates and longer life spans.



In a sobering assessment of those two trends, William P. Butz, president of the nonpartisan Population Reference Bureau, said
that “chronically low birthrates in developed countries are beginning to challenge the health and financial security of the elderly”
at the same time that “developing countries are adding over 80 million to the population each year and the poorest of those
countries are adding 20 million, exacerbating poverty and threatening the environment.”

Projections, especially over decades, are vulnerable to changes in immigration, retirement ages, birthrates, health care and
other variables, but in releasing the bureau’s 2010 population data sheet, Carl Haub, its senior demographer, estimated this
week that by 2050 the planet will be home to more than nine billion people.

Even with a decline in birthrates in less developed countries from 6 children per woman in 1950 to 2.5 today (and to 2 children
or less in Brazil, Chile, Cuba, Iran, Thailand and Turkey), the population of Africa is projected to at least double by midcentury
to 2.1 billion. Asia will add an additional 1.3 billion.

While the United States, Australia, Canada and New Zealand will continue to grow because of higher birthrates and
immigration, Europe, Japan and South Korea will shrink (although the recession reduced birthrates in the United States and
Spain and slowed rising birthrates in Russia and Norway).

In Japan, the population of working-age people, typically defined as those 15 to 64, compared with the population 65 and older
that is dependent on this younger group, is projected to decline to a ratio of one to one, from the current ratio of three to one.
Worldwide, the ratio of working age people for every person in the older age group is expected to decline to four to one, from
nine to one now.

Earlier this week, Eurostat, the statistical arm of the 27-nation European Union, reportedthat while the union’s population
topped a half billion this year, 900,000 of the 1.4 million growth from the year before resulted from immigration. Eurostat has
predicted that deaths will outpace births in five years, a trend that has already occurred in Bulgaria, Latvia and Hungary.

While the bulge in younger people, if they are educated, presents a potential economic “demographic dividend” for countries
like Bangladesh and Brazil, the shrinking proportion of working-age people elsewhere may place a strain on governments and
prompt them to raise retirement ages and to encourage alternative job opportunities for older workers.

Even in the United States, the proportion of the gross domestic product spent on Social Security and Medicare is projected to
rise to 14.5 percent in 2050, from 8.4 percent this year.

The Population Reference Bureau said that by 2050, Russia and Japan would be bumped from the 10 most populous countries
by Ethiopia and the Democratic Republic of Congo.

Niger has the highest proportion (50 percent) of people under 15. Japan has the highest (23 percent) over 65.

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EUA descobrem US$ 1 trilhão em reservas minerais no Afeganistão

  • 1. Nº 01 30/07/2010 EUA descobrem imensas reservas minerais de US$ 1 trilhão no Afeganistão Jazidas ricas em minerais importantes para a indústria, como o lítio, poderiam ajudar a modernizar a economia afegã REVISTA ÉPOCA Os Estados Unidos descobriram reservas minerais no Afeganistão estimadas em US$ 1 trilhão. As jazidas contêm uma grande variedade de minerais, como ferro, cobre, cobalto, outro e outros metais como lítio, e poderiam não apenas ajudar na modernização da indústria afegã, mas também transformar o país em um importante centro minerador no mundo, afirma reportagem do jornal americano The New York Times , segundo autoridades dos Estados. TESOURO AFEGÃO Foto de março de 2010 mostra soldados espanhóis da Força Internacional de Assistência à Segurança em visita a uma mina em Herat Um documento interno do Pentágonoafirma que o Afeganistão poderia se tornar a "Arábia Saudita do lítio". O metal é matéria-prima fundamental para a fabricação de baterias de laptops, celulares e outros eletroeletrônicos. A descoberta foi feita por um grupo de funcionários do Pentágono e geólogos americanos. O presidente afegão,Hamid Karzai, foi comunicado recentemente sobre as reservas. A descoberta deve atrair investimentos estrangeiros para o país. As autoridades americanas acreditam que a China, que necessita de matéria-prima para sustentar seu projeto de crescimento, provavelmente já esteja de olho nas reservas afegãs. O desenvolvimento de uma indústria de mineração poderia recuperar uma economia devastada pela guerra, cujo PIB é de apenas US$ 12 bilhões. Entretanto, autoridades americanas também temem impactos negativo: o tesouro inexplorado poderia atiçar o Talibã a lutar com mais empenho para retormar o controle do país. E a possibilidade da entrada farta de capitais é um risco para o aumento da corrupção. Outro temor é que os conflitos entre o governo central de Kabul e os chefes de províncias e tribos ricas em minerais sejam intensificados. Independentemente dos desafios que o Afeganistão tenha de enfrentar diante da possibilidade de ser lançado no centro do
  • 2. setor de mineração mundial, a descoberta das reservas é uma esperança para o desenvolvimento da desestruturada economia afegã, afetada por nove anos de guerra Iraque e Afeganistão: as guerras terceirizadas dos Estados Unidos Em entrevista a ÉPOCA, Allison Stanger, autora do livro "One Nation Under Contract", explica como um sistema de terceirização pouco transparente ajudou a tornar a política externa dos Estados Unidos mais ambiciosa. E a criar um novo grupo de empresas que lucram com a guerra JOSÉ ANTONIO LIMA Um relatório publicado em julho pela Federação dos Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês) mostrou que entre 2002 e 2008, o número de militares dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão pulou de 5,2 mil para 187,9 mil. Em 2010, a quantidade será ainda maior, com cerca de 140 mil soldados no Iraque e outros 66 mil no Afeganistão. Tudo isso sem contar a presença marcante em mais de 40 países em todos os continentes. Dados como esses suscitam uma questão: como os Estados Unidos conseguem sustentar essas operações? Grande parte da resposta está no livro One Nation Under Contract: The Outsourcing of American Power and the Future of Foreign Policy (algo como Uma Nação sob Contrato: A Terceirização do Poder Americano e o Futuro da Política Externa), escrito por Allison Stanger, professora de Relações Internacionais do Middlebury College, nos EUA. No livro, ela detalha o funcionamento de um sistema de terceirização de tarefas que vão desde o fornecimento de alimentação aos soldados até missões de combate, como as realizadas pela Blackwater, uma empresa de segurança privada, atualmente chamada de Xe (pronuncia-se “Zi”), que prestou serviços para a CIA, a agência de inteligência dos EUA. Segundo os dados apresentados no livro – resultado de um estudo de sete anos – esse sistema consome, em contratos e subvenções, 82% dos orçamentos bilionários dos departamentos de Defesa e Estado dos Estados Unidos, e 96% do orçamento da Usaid, a agência de incentivo ao desenvolvimento do governo americano. Nesta entrevista a ÉPOCA, Allison Stanger explica como a terceirização, além de criar um poderoso grupo de empresas que lucram com a guerra, influenciou a política externa americana e permitiu que os Estados Unidos se tornassem “demasiadamente ambiciosos”. ÉPOCA – Como a senhora decidiu pesquisar esse tema? Allison Stanger – Eu percebi determinados padrões a respeito dos gastos do governo, achei que eram interessantes e quis entender porque existiam. Comecei pelos contratos de segurança privados, que estavam aparecendo em diversos lugares, como os Bálcãs e a América Latina. Fui procurar saber então os que essas pessoas estavam fazendo nesses locais e para quem trabalhavam, e descobri que isso era apenas um pequeno pedaço de um problema muito maior. ÉPOCA – Em que tipos de tarefas as empresas terceirizadas com contratos com o governo americano estão envolvidas? Allison – Eles estão envolvidos em tudo, e se tornaram absolutamente vitais para a política externa americana, não apenas nas guerras, como no Iraque e no Afeganistão, mas também em nossas iniciativas de fomentar o desenvolvimento. Elas dão
  • 3. segurança às embaixadas americanas, provêem alimentação e uniformes para as tropas, treinam exércitos e polícias estrangeiras, cuidam de projetos de reconstrução pelo mundo, e há ONGs que recebem dinheiro do governo para projetos na África. ÉPOCA – E qual foi o dado que mais chamou sua atenção? Allison – O que mais impressiona as pessoas que converso é o tamanho da fatia do negócio política exterior americana nas mãos da iniciativa privada. Houve uma mudança de paradigma na forma como os Estados Unidos conduzem sua política externa, mas isso ocorreu sem que as pessoas percebessem. O dado mais surpreendente é o que mostra qual porcentagem do orçamento do Departamento de Estado e do Pentágono [o Departamento de Defesa dos EUA] são gastos em contratos [terceirizados] e subvenções. Isso chama a atenção porque mostra que não é um assunto periférico, e sim estratégico. É uma grande parte sobre o que os Estados Unidos fazem no mundo. ÉPOCA – Mas a contratação de empresas terceirizadas não é uma novidade na política exterior americana, não é verdade? Allison – Sim, eles sempre estiveram presentes, desde a Guerra de Independência [1775 a 1783] e a Guerra de Secessão [1861 a 1865], mas o que mudou foi o escopo de sua ação e a dependência criada no Estado americano. É algo sem precedentes, especialmente se comparado com outros países. Essa prática se tornou bastante importante na Guerra do Vietnã [1959 a 1975], mas mesmo então a dimensão era outra. No auge da guerra, as empresas privadas respondiam por 13% da presença americana no Vietnã. Hoje, no Iraque e no Afeganistão, eles formam uma maioria esmagadora. ÉPOCA – E como a terceirização está modificando a forma como os Estados Unidos conduzem sua política externa? Allison – O problema maior, que está claro no Iraque e no Afeganistão, é o seguinte: a terceirização permite que os Estados Unidos entrem em guerras sem instituir uma convocação [o serviço militar obrigatório acabou em 1975 nos EUA]. Podemos ter Forças Armadas apenas com voluntários porque usamos os terceirizados, mas, sem eles, a convocação tornaria a política da guerra em algo totalmente diferente. Hoje, é muito fácil ter uma política externa demasiadamente ambiciosa. ÉPOCA – A senhora escreveu artigos afirmando que boa parte do que é gasto com contratos e subvenções acaba escoando pelos ralos da corrupção. É possível calcular quanto dinheiro foi desperdiçado desde a invasão do Iraque? Allison – É muito difícil calcular exatamente… O que os Estados Unidos fizeram foi aumentar os gastos de forma desordenada. O governo começou a terceirizar tudo, de qualquer maneira, em uma tentativa de resolver os problemas, sem pensar quais eram as implicações disso, já que quando você entra em uma guerra, você quer vencer. Foram anos simplesmente jogando dinheiro naquele problema, e só agora começamos a ver uma história de fraudes e abusos cometidos no Iraque, e que deve se repetir no Afeganistão. O dinheiro trocar de mãos diversas vezes em outro país de uma maneira pouco transparente é um convite para a corrupção. ÉPOCA – No histórico discurso de 1961 o então presidente Dwight D. Eisenhower alertou para o perigo da “influência indevida do complexo industrial-militar” na política americana. A terceirização é uma nova forma daquela influência? Allison – Essa é uma ótima conexão, mas [Thomas L.] Friedman [colunista do jornal The New York Times] deu um nome melhor ao chamar de complexo terceirizado-industrial. Levamos isso a um novo nível. Não devemos nos preocupar apenas com as compras das armas, mas também com quem realiza inúmeros serviços em uma guerra. ÉPOCA – O problema é que se há companhias que lucram com a guerra, é possível concluir que elas serão favoráveis às invasões... Allison – Exatamente. É precisamente isso que temos em Washington hoje, um grande e poderoso grupo que lucra quando o país está em guerra. Isso não significa que eles estão na guerra apenas para ganhar dinheiro – muitas pessoas são genuinamente patriotas – mas é algo com o que devemos nos preocupar.
  • 4. ÉPOCA – Ao terceirizar determinados serviços de segurança e militares, como para a antiga Blackwater, os Estados Unidos não estão abrindo mão do monopólio do uso legítimo da força pelos Estados? Allison – Sim, esse é um ponto muito importante. [O sociólogo alemão] Max Weber disse que o Estado é a entidade que tem esse monopólio do uso legítimo da força, mas ao mandar empresas de segurança terceirizadas para zonas de guerra, os Estados Unidos estão dizendo que atores privados têm o direito de usar a força. E o que mais me perturba é que é exatamente isso que os terroristas querem! ÉPOCA – O que é possível fazer para reverter esse processo? Allison – Eu defendo a proibição total do uso de terceirizados armados em zonas de guerra. Isso não pode ser feito de uma hora para outra, mas pode ser definido como um objetivo do governo. E a outra coisa é insistir para que as leis sejam cumpridas. Enquanto era senador, o presidente [dos Estados Unidos, Barack] Obama defendeu a lei de Transparência e Responsabilidade no Financiamento Federal, que determinava que o governo publicasse, em janeiro de 2009, todas as informações a respeito de subcontratações. E ele ainda não fez isso. É preciso insistir na busca de transparência. Isso vai resolver muitos problemas. ÉPOCA – A senhora acha que a terceirização em si é uma coisa ruim ou há um lado positivo? Allison – O problema é a terceirização estar associada com a guerra. Eu defendo que existe a terceirização boa e a terceirização ruim. A boa é aquela com foco no desenvolvimento. É uma forma de levar a tomada de decisões para o nível local, de saber o que as pessoas e países necessitados precisam, em vez de simplesmente dizer o que eles deveriam querer, uma coisa que os Estados Unidos fizeram muito. Não sou contra a terceirização em geral porque ela é uma forma inovadora de fazer diferença no mundo. Ipsos: 61% dos brasileiros estão satisfeitos com o local onde vivem Em ranking com 23 países, Brasil ocupa a 15ª posição REVISTA ÉPOCA Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Ipsos mostra que 61% da população brasileira está satisfeita com o local onde vive. O levantamento foi realizado em 23 países e o Brasil aparece na 15ª posição – com 85% dos seus habitantes satisfeitos, a Holanda ocupa o topo da lista (leia abaixo). Depois do Brasil, aparecem França (56%), Turquia (56%), Itália (52%), Rússia (49%), Japão (48%), China (46%), Hungria (45%) e Coreia do Sul (34%). Os entrevistados também responderam quais são as três principais prioridades para que suas comunidades possam se desenvolver. Os brasileiros disseram serviços de saúde (62%), oportunidades de trabalho (56%) e nível de criminalidade (56%). Na Bélgica, Polônia, Rússia, Canadá e Índia, a realização de reparos no asfalto das vias é a prioridade número um, enquanto na Grã-Bretanha o que mais preocupa é a falta de atividades para adolescentes (único país onde isso ocorre). “O estudo mostra que os cidadãos globais estão preocupados principalmente com a economia e com o emprego, mas também com coisas relativamente pequenas, tais como ruas limpas”, disse Bobby Duffy, da Ipsos. A pesquisa foi realizada pela internet com 23.673 com idade entre 18 e 64 anos entre novembro de 2009 e janeiro de 2010. O detalhamento é realizado por idade, gênero, população da cidade e níveis educacionais. Cerca de mil habitantes de cada país participaram do estudo por meio do painel online da Ipsos. A margem de erro é de 3.1% para mais ou para menos. O ranking da satisfação 1) Holanda - 85% 2) Canadá - 83% 3) Austrália - 82% 4) Índia - 76% 5) Alemanha - 74% 6) Estados Unidos - 73% 7) Grã-Bretanha - 72%
  • 5. 8) República Tcheca - 70% 9) Suécia - 69% 10) México - 67% 11) Espanha - 64% 12) Bélgica - 64% 13) Polônia - 63% 14) Argentina - 63% 15) Brasil - 61% 16) França - 56% 17) Turquia - 56% 18) Itália - 52% 19) Rússia - 49% 20) Japão - 48% 21) China - 46% 22) Hungria - 45% 23) Coreia do Sul - 34% O tempo reabre as feridas por Antonio Luiz M. C. Costa (Revista Carta na Escola) As tensões herdadas do apartheid se acirram às vésperas da Copa Não é fácil um país deixar para trás um passado de discriminação e violência racial, mesmo se conta com um Nelson Mandela. As reações a assassinato do líder racista Eugene Terre’Blanche mostram, a dois meses da Copa do Mundo na África do Sul, que a nação mais desenvolvida do continente continua a ser um barril de pólvora. “Racista”, no caso de Terre’Blanche, é eufemismo: as bandeiras e os uniformes de seus liderados são neonazistas. Depois de ter servido na polícia da ex- colônia do Sudoeste Africano (hoje Namíbia) e na guarda presidencial, rebelou- se contra o pragmatismo do primeiro-ministro John Vorster (1966-1978), um ex-nazista que permitiu a diplomatas negros morarem em bairros “brancos” e não quis reconhecer o governo branco da Rodésia (atual Zimbábue). Terre’Blanche fundou o Movimento de Resistência Africâner, cujo primeiro ato político relevante foi chefiar 40 valentões para cobrir de piche e penas um professor de história branco que questionou o caráter religioso do “Dia da Promessa”, feriado sul- africano que comemorava a vitória dos boêres sobre os zulus. No governo reformista de Pieter Botha, que deu direito de voto a mestiços e indianos, Terre’Blanche foi preso por posse de armas e explosivos ilegais. À medida que o apartheid degringolava, seu grupo ameaçava com a guerra racial e promovia desfiles uniformizados, num dos quais o líder literalmente caiu do cavalo. Em 1993, invadiu com seu grupo o prédio que abrigava negociações sobre o fim do apartheid, arrebentando as vidraças com um carro blindado e espancando policiais. Em 1994, participou da invasão a um bantustão, cujo povo se ergueu contra seu ditador negro para se unir à nova África do Sul democrática. Matou dezenas de civis negros no que um dos militantes descreveu como “piquenique de tiro aos cafres”, mas três de seus oficiais foram feridos, capturados e executados por policiais rebelados. O grupo, humilhado, fugiu e perdeu importância. Os acordos entre Mandela e os líderes brancos anistiaram todos os crimes políticos cometidos durante o apartheid – embora ambos os lados fossem investigados por uma Comissão da Verdade, como também propõe, no Brasil, o Plano Nacional de Direitos Humanos. Mas Terre’Blanche foi preso, em 2000, por agredir brutalmente dois empregados negros (um dos quais ficou inválido) por denunciarem à polícia um jovem branco que arrombara a farmácia do seu posto de gasolina.
  • 6. Liberado por bom comportamento após quatro dos sete anos a que foi condenado – um de três brancos em um presídio com 200 negros – disse ser “não mais racista, mas um xenófobo que prefere gente do seu próprio tipo”. Em março de 2008 relançou seu movimento para criar uma república branca separada, seguindo o modelo dos 700 moradores da comunidade segregada de Orania, abordada em “Saudades do apartheid”, CartaCapital 570. Pregou o direito de “separar-se de um Estado corroído pelo crime, pela morte, pelo assassinato”, aludindo à criminalidade da África do Sul, que sempre foi altíssima, mas diminuiu, em parte, com o fim do apartheid: a taxa de homicídios caiu de 66,9 por 100 mil habitantes em 1994 para 40,3 em 2004 e 38,6 em 2007 (no Brasil, de 21,1 para 27,4 e 25,2 nos mesmos anos). A irrealidade da ideia revela-se nas circunstâncias da morte do líder racista, morto na cama com uma barra de ferro e um facão por dois empregados de sua fazenda, um de 15, outro de 28 anos, a quem não pagava o prometido salário mensal de 40 dólares desde que os contratara, em dezembro. O problema não é a convivência de brancos e negros, mas a falta de relações justas. A política conciliatória de Mandela transferiu a maior parte do poder político a uma elite negra, facilitou sua ascensão social e permitiu o surgimento de um empresariado negro. Atualmente, as três maiores fortunas sul-africanas são Nicky Oppenheimer, branco (5 bilhões de dólares), Patrice Motsepe, da etnia tswana (2,3 bilhões) e Laksmi Mittal, de origem indiana (2,3 bilhões). Cyril Ramaphosa, ex-sindicalista e ativista socialista de Soweto, preso por “terrorismo” em 1974, é hoje um empresário do setor de energia, papel e mineração, com assento nos conselhos da Coca-Cola e da Unilever. Entretanto, não houve reforma agrária, e as mudanças desde 1994 ficaram bem aquém das transformações prometidas durante o apartheid pelo Congresso Nacional Africano (CNA) de Mandela, originalmente marxista. A concentração de renda aumentou: o Índice Gini subiu de 59 em 1994 para 67 em 2008 (o Brasil seguiu o caminho inverso, de 60 para 54). Os negros, 80% da população, são só 4% dos presidentes de empresas, 2% dos executivos financeiros e 15% dos outros executivos. Dos 4% de sul-africanos mais ricos – com renda superior a 80 mil dólares anuais, 100 vezes mais que a mediana dos compatriotas –, apenas um quarto é de negros. Embora não mais sujeita ao apartheid, a maioria negra ainda vive muito mal e as tensões foram acirradas pela crise global de 2009, que derrubou o PIB em 2,2% e elevou o desemprego entre os negros de 25,9% para 28,6% (o dos brancos, de 3,0% para 4,9% e a média do país, de 21,9% para 24,3%). Parte da frustração descarrega-se em rivalidades entre etnias e agressões a imigrantes africanos, mas o rancor racial persiste. Julius Malema, líder da juventude do CNA, choca os brancos ao pregar uma partilha das fazendas dos brancos como a do Zimbábue e entoar uma canção do tempo da luta contra o apartheid que diz “mate o bôer”. Em março, um tribunal pôs a canção fora da lei, mas Malema desafia a decisão. Cerca de mil fazendeiros brancos foram mortos desde 1994, de um total de 350 mil assassinatos. A culpa é de Malema e do CNA, dizem os partidários de Terre’Blanche. Dessas mortes, 98%, inclusive a dele, foram resultado de crime comum ou disputa trabalhista, não diretamente de ódio racial, mas o herdeiro Andre Visagie promete vingança e ameaçou no ar a analista política negra Lebohang Pheko, que o entrevistou na tevê. Os ânimos azedam quando o país devia se preparar para uma festa de confraternização internacional.
  • 7. Lei de imigração entra em vigor no Arizona Aretha Yarak (REVISTA VEJA) Entrou em vigor nesta quinta-feira a lei de imigração do Arizona, no sudeste dos Estados Unidos, assinada pela governadora republicana, Jan Brewer, no dia 23 de abril. A nova legislação - uma das mais severas já criadas no país sobre o assunto - teve alguns artigos embargados pela juíza federal Susan Bolton na quarta-feira. A lei SB1070 deve afetar cerca de 460.000 imigrantes ilegais que vivem na região. Entre os trechos retirados da lei está a obrigatoriedade do porte de documentos. Segundo o projeto original, um imigrante poderia ser preso e deportado caso não estivesse com os papéis em mãos. Outro artigo polêmico, que prevê penas para quem transportar ou der emprego a um ilegal, também foi suspenso. Autoridades do Arizona já anunciaram um possível recurso contra a decisão da juíza. Já o governo federal foi favorável aos cortes. A aprovação deles, portanto, significa uma vitória de Barack Obama. O presidente americano, que recebeu o apoio (e voto) de milhares de imigrantes, vinha prorrogando as discussões sobre as leis que ditam as regras da imigração no país - motivos pontuais, a exemplo do derramamento de petróleo no Golfo do México, tomavam conta de sua agenda. Com a medida tomada por Brewer, Obama correu atrás do prejuízo, e ordenou ao Departamento de Justiça dos EUA que estude o projeto para garantir que ele não é inconstitucional. Vias de fato - A lei aprovada pela governadora tem ainda valor simbólico. Especialistas acreditam que ela possa gerar uma onda discriminatória e racista pelo país. “A parcela da população favorável à lei não quer ilegais dentro dos Estados Unidos. Mas, ao mesmo tempo, precisa deles para compor a mão de obra barata”, afirma Carlos Eduardo Lins da Silva, pesquisador sobre os Estados Unidos pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Políticos favoráveis à lei, no entanto, afirmam que a medida é constitucional e tenta conter o fluxo de imigrantes ilegais no estado - o principal ponto de entrada de ilegais nos EUA. De acordo com declarações de Brewer à imprensa, a iniciativa seria ainda positiva para ar finanças do Arizona, já que diminuiria gastos com educação, prisões e saúde. O ápice do movimento pela regularização dos imigrantes ilegais nos EUA foi em 2006, quando houve uma grande marcha em Washington, no dia 1 de maio.
  • 8. Imigrantes - A aprovação da lei SB1070 gerou uma onda de protestos de imigrantes, de governos como México e Guatemala, e de entidades internacionais, a exemplo da Organização dos Estados Americanos (OEA). Desde a última terça-feira, grupos de diversas regiões do país se aglomeram em frente à sede do governo estadual em Phoenix, capital do Arizona, em protesto contra a nova legislação. Segundo dados oficiais, há cerca de 1.500 imigrantes ilegais brasileiros vivendo no Arizona. O estado não abriga a maior quantidade de ilegais do país, mas tem a maior proporção em relação à população total. A jurisdição americana que tem mais imigrantes ilegais é a Califórnia (acima de 2 milhões), seguido do Texas (mais de 1 milhão). A taxa de imigração ilegal para os EUA vêm diminuindo desde 2006, quando 13 milhões de pessoas viviam fora da lei. O país deporta cerca de 300.000 ilegais por ano, desde que endureceu o controle das fronteiras depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 Brasileiro ganha prêmio científico de US$ 2,5 milhões (REVISTA ISTOÉ) Criada em 2004, a premiação financia projetos considerados visionários e de alto risco nas áreas de biomedicina e comportamento O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis foi um dos escolhidos este ano para receber o prêmio Pioneer Award, um dos mais prestigiados dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês). Nicolelis, professor e pesquisador do Departamento de Neurobiologia da Universidade Duke, na Carolina do Norte, receberá US$ 2,5 milhões (R$ 4,4 milhões) ao longo de cinco anos para aprofundar suas pesquisas sobre o funcionamento do sistema nervoso e a interação cérebro- máquina. O objetivo do prêmio, segundo o NIH, é estimular inovações futuras e não premiar resultados do passado. "É para fazer coisas do futuro mesmo; não só ciência incremental", disse Nicolelis. Com vários trabalhos pioneiros publicados em revistas internacionais nos últimos anos, ele desenvolve sistemas que permitem controlar máquinas por meio de comandos cerebrais, usando eletrodos implantados no cérebro e conectados a um computador. O objetivo final é que pacientes vítimas de lesões ou doenças neuronais possam controlar robôs - ou qualquer outro aparato eletrônico - apenas com o cérebro. Um tetraplégico, por exemplo, poderia controlar um braço robótico para pegar objetos ou escrever textos numa tela usando apenas o pensamento. Outra estratégia é o desenvolvimento de neuropróteses, conectadas ao cérebro, que poderiam ser vestidas pelo paciente. Avatar Resultados experimentais promissores já foram obtidos com seres humanos, mas o aparato ainda era grande e complexo
  • 9. demais. O desafio é tornar o sistema mais seguro, dinâmico e prático, para que possa ser aplicado clinicamente. A pesquisa, no momento, está sendo feita com macacos resos, inseridos em um ambiente virtual, no qual eles podem manipular objetos e interagir com outros macacos digitais (avatares), usando apenas comandos cerebrais. "Eles se relacionam com os avatares como se fossem macacos da mesma colônia", diz Nicolelis. Os comandos nervosos são transmitidos por telemetria (wireless) dos eletrodos no cérebro para um computador, que registra tudo e controla o que acontece no mundo digital. Colômbia mostra ceticismo antes de reunião da Unasul sobre Venezuela Ministros de bloco regional discutem crise diplomática entre os dois países hoje no Equador (O Estado de São Paulo) O ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermudez, disse ter poucas expectativas sobre a reunião da União das Nações sul-americanas (Unasul) desta quinta-feira, 28, em Quito, no Equador, que discutirá a crise diplomática entre Bogotá e a Venezuela. "Realmente não tenho altas expectativas. O secretário-geral (Nestor Kirchner) não vai à reunião. E vários ministros enviaram representantes", disse Bermúdez à rádio Caracol. De acordo com o chanceler, alguns dos ministros da região não consideram conveniente a reunião. "Qualquer decisão requer consenso e já sabemos a posição de alguns países", acrescentou Bermúdez. O ministro vai pedir que a Venezuela entregue guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que, segundo o governo de Alvaro Uribe, estão no país vizinho. Bermúdez também descartou retirar as acusações feitas na Organização dos Estados Americanos (OEA) que levaram o presidente Hugo Chávez a romper relações diplomáticas com a Colômbia. Para o chanceler colombiano, o governo do presidente eleito Juan Manuel Santos deve ter melhor sorte nas relações com a Venezuela. "Tomara o governo que assuma tenha a possibilidade de conseguir a cooperação eficaz e não retórica da Venezuela nestes temas". Saiba o histórico de tensões entre Colômbia e Venezuela Países que antes faziam parte de uma mesma nação quase já entraram em guerra por duas vezes (O Estado de São Paulo) A acusação colombiana contra a Venezuela de "contínua e permanente e tolerância" de rebeldes esquerdistas em território venezuelano prejudica as já desgastadas relações bilaterais. Nesta sexta-feira, 16, a Venezuela negou veementemente as alegações da Colômbia e retirou seu embaixador de Bogotá. A seguir, estão alguns pontos sobre a geralmente espinhosa relação da Colômbia com seus vizinhos andinos: * A Colômbia divide vastas fronteiras com cinco países. Venezuela e Colômbia dividem uma fronteira de 2.200 km, e uma história instável. Depois dos dois países terem deixado de ser colônia da Espanha no século XIX pelas mãos do libertador Simon Bolívar, eles passaram a ser o centro de uma nação que durou pouco, conhecida como Gran Colômbia, que também integrava o Equador e o Panamá. * Os dois países andinos quase entraram em guerra em agosto de 1987, em uma disputa por uma fronteira marítima no Golfo do Caribe. Ambos os países colocaram suas tropas em alerta depois que a corveta colombiana Caldas se recusou a deixar as
  • 10. águas disputadas. A Venezuela enviou caças F-16 para a sua fronteira antes do confronto ser resolvido e o navio colombiano partir. * O conflito de quatro décadas da guerrilha colombiana frequentemente recai sobre a fronteira venezuelana, onde sequestros e tráfico de drogas são comuns. A proximidade ideológica do presidente Hugo Chávez e dos rebeldes marxistas das Farc levou Washington e Bogotá a acusá-lo de apoiar as guerrilhas, o que Chávez nega. * Nos primeiros dias de suas presidências, o ex-soldado Chávez e o presidente Álvaro Uribe chegaram a trocar abraços e brincadeiras, e mantiveram um gasoduto que cruza a fronteira, apesar de suas diferenças políticas. * As relações, no entanto, tem piorado drasticamente nos últimos anos. Chávez frequentemente atinge a Colômbia com represálias diplomáticas. Ele já chamou Uribe de mentiroso e "mafioso" ligado a paramilitares de direita. O governo Uribe ameaçou levar Chávez à corte internacional, acusando-o de genocídio por apoiar rebeldes colombianos. * As tensões aumentaram após a prisão em Caracas de um líder guerrilheiro em uma operação liderada pela polícia colombiana em 2005. Os dois países quase entraram em guerra em março de 2008, depois de uma incursão colombiana em um acampamento das Farc no Equador, que desencadeou movimentos das tropas de Quito e Caracas. Chávez cortou os laços diplomáticos com Bogotá e ameaçou congelar o comércio entre os países. * Chávez cumpriu sua ameaça no ano passado, depois de um acordo firmado entre Washington e Bogotá que autoriza os Estados Unidos a usar sete bases colombianas, como parte de um pacto multibilionário dos EUA para lutar contra guerrilhas e conter o narcotráfico. O comércio bilateral, que era de US$ 7 bilhões de 2008, foi reduzido em 70%, prejudicando as duas economias. * Equador e Colômbia fizeram algumas tentativas de reparar suas relações, mas a Justiça equatoriana emitiu uma ordem de prisão contra Juan Manuel Santos, que será o próximo presidente colombiano a partir de 7 de agosto. Santos, que era ministro de Defesa na época da ofensiva em território equatoriano, pode ser preso se visitar o Equador. Algumas relações diplomáticas foram retomadas, mas nenhum dos países tem uma embaixada. Emprego em alta, à prova de bolhas Tecnologia da Informação pode ter déficit de até 200 mil profissionais em 2013; veja os prós e contras de entrar cedo nesse mercado ou apostar no bacharelado Carlos Lordelo e Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo A maioria dos estudantes não faz ideia do que são códigos binários, mas eles estão na moda: a linguagem dos programadores de computador está por trás da navegação na web, dos e-mails, de ligações de celular e de outras tecnologias do cotidiano. Mesmo assim, o interesse pelo universo da Tecnologia da Informação (TI) é pequeno diante do que o mercado exige. Nesse cenário, a questão não é saber se haverá emprego, e sim qual emprego se pretende ter. Hoje o Brasil precisa de 71 mil profissionais de TI, segundo a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. O número pode chegar a 200 mil em 2013. "Daqui a sete anos, continuará havendo déficit", diz Francisco Borges, diretor acadêmico da Veris Faculdades. "Engenharia Civil é uma bolha. Informática é para sempre: todas as empresas usam a TI como meio." Os candidatos a uma vaga no setor têm duas opções básicas: fazer um curso de perfil técnico e antecipar a chegada ao mercado ou optar por bacharelados de pelo menos quatro anos de duração. Neste segundo caso, a aposta é ter uma formação mais consistente e se candidatar a melhores salários. O risco é ser considerado "teórico" demais numa área em que tudo muda muito rápido.
  • 11. Jefferson Santos de Araújo, de 23 anos, escolheu a via rápida. Depois do ensino médio, iniciou um curso técnico em informática. "Era muito ansioso. Nem terminei o técnico e comecei um tecnológico, na Fiap." Jefferson, que já cuidou até do suporte técnico de impressoras, hoje é analista de sistemas sênior da empresa CPM Braxis. Está no último semestre na Fiap e quer fazer pós-graduação para se tornar consultor. Nem cogita a hipótese de complementar a formação com um bacharelado. "Esses cursos não focam o mercado, enquanto a formação tecnológica e um MBA têm conteúdos que posso pôr em prática no dia a dia." A pressa de entrar no mercado e ganhar de cara um bom salário não é prioridade para Thiago Miranda Ferreira, de 26 anos, que está prestes a se formar em Ciência da Computação na USP. "Tenho bastante teoria e matemática, é uma formação abrangente", diz o estudante, que é estagiário da Calum, empresa de soluções tecnológicas e cursos de TI. Cobol. Thiago teve a certeza de que a opção pelo curso na USP foi correta num estágio anterior ao atual, no Unibanco. Lá ele teve de trabalhar com Cobol, linguagem de programação antiga. Embora não seja mais ensinada nas universidades, é muito usada no mercado financeiro, pela capacidade de processar grandes volumes de dados com segurança e velocidade. "Os analistas seniores são chamados de "donos" dessa linguagem, mas entendi rapidamente seu funcionamento", diz. "Quando você conhece programação, tudo fica mais fácil." O consultor em TI Renato Oliveira Moraes, da Fundação Vanzolini, concorda com a importância dada por Thiago à base conceitual. "Se você é capaz de escrever bem em português, aprende uma nova língua com mais facilidade", compara. "Quem faz a decisão de ser tecnólogo escolhe entrar mais rápido no mercado. Vai ser recompensado, mas pode acabar pagando um preço por isso." Para os cargos mais altos, a formação universitária é considerada imprescindível, garante Maria de Fátima Albuquerque, diretora de RH da Totvs, multinacional que desenvolve softwares e presta serviços de TI. "O candidato pode até fazer um curso tecnológico reconhecido e ter uma atitude muito boa no trabalho", diz. "Mas precisa fazer um bacharelado para ter mais oportunidades." "Há vagas tanto para os tecnólogos quanto para os bacharéis. Só não podemos perder o bonde da história, como em outras vezes", diz o coordenador dos cursos de graduação tecnológica da Fiap, Celso Poderoso, preocupado com a dificuldade de atender à demanda. O número de formados em 90 cursos relacionados à TI cresceu 9,7% entre 2005 e 2008. Nesse período, o total de profissionais contratados aumentou 21%. "Estamos em um ponto crítico, porque a formação leva alguns anos. Já existe o temor de chegarmos ao extremo de importar mão de obra", afirma Anselmo Gentile, diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). "Há cursos de TI sendo oferecidos, mas não sentimos aumento no número de formados." Na corrida para formar tecnólogos, as Faculdades de Tecnologia (Fatec) do Centro Paula Souza concentraram nos cursos de TI metade das 10.030 vagas oferecidas pela instituição. "O ensino tem foco bem específico no mercado, mas isso não tem sido desvantagem", diz a assessora para projetos pedagógicos Vera Lúcia Camargo. Segundo ela, 98% dos formados pelas Fatec consegue emprego. No Senac, também voltado para suprir as necessidades da indústria, dos cinco cursos de TI oferecidos, três são tecnológicos - com duração de dois anos e meio. "Os tecnólogos estão sendo cada vez mais valorizados nas empresas", afirma o coordenador da área, Ozeas Vieira Santana Filho. A preocupação do Senac é oferecer um portfólio diversificado para atender às demandas específicas do mercado. Por isso, Vieira já planeja oferecer outros dois cursos em 2011: Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia para a Internet. As universidades também estão fazendo adaptações para estimular a formação em TI. A partir do próximo vestibular, o bacharelado de Ciência da Computação da USP passa a ser uma carreira isolada no vestibular da Fuvest - até o ano passado, a graduação era oferecida com as carreiras de Engenharia.
  • 12. O coordenador do bacharelado, Marco Dimas Gubitoso, aposta na mudança para aumentar o número de interessados no curso. "As pessoas acabam não sabendo muito a diferença entre as áreas, e isso estava se refletindo na procura, em termos de quantidade e perfil dos candidatos." Assim como na formação em Engenharia da Computação, a carga de matemática do curso é pesada, o que assusta jovens com interesse mais superficial em computadores. "A juventude deveria se interessar mais por essa área, que está pagando salários muito bons", afirma Arnaldo Vallim Filho, diretor da Faculdade de Computação e Informática do Mackenzie. Pesquisa feita pela universidade com a última turma de 250 formandos em Ciência da Computação e Sistemas de Informação mostra que a maioria (42,6%) está ganhando entre 5 e 10 salários mínimos. Educação básica. Gigantes que produzem muitas das plataformas, softwares e serviços usados no mercado, IBM e Microsoft têm trabalhado em conjunto com o ensino médio e o superior. As parcerias vão da criação de laboratórios em instituições de ensino a cursos que dão certificações - atestados de que o profissional sabe trabalhar com uma plataforma ou serviço específico, que valem tanto quanto um diploma. "A gente procura trabalhar todos os níveis de capacitação. Fazemos isso não só para atender às nossas necessidades, mas também para formar uma comunidade de pessoal capacitado em TI", afirma Andrea Rodacki, gerente de Parcerias com as Universidades da IBM, que tem acordos com cerca de 400 instituições. "Não adianta começar com o aluno da universidade. Tem de ser desde a educação básica", diz o diretor de Educação da Microsoft, Emílio Munaro. Outro motivo pelo qual a formação em TI não basta para atender às demandas das empresas é a peculiaridade desse mercado, no qual uma companhia brasileira pode disputar um contrato com rivais indianas e americanas, por exemplo. "Se o País quer exportar serviços em TI, o brasileiro precisa falar pelo menos inglês", resume o fundador da Stefanini IT Solutions, Marco Stefanini. TI EM TRÊS TEMPOS Profissionais com formações variadas e em momentos distintos da carreira Jefferson de Araújo, de 23 anos - Aluno do 2º ano em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Fiap "Eu era fascinado pela internet quando criança e já queria trabalhar na área. Fiz um curso técnico que não me deu muita base. Larguei no último semestre e comecei um tecnológico. Já estagiei em vários lugares e agora sou analista sênior. Quero fazer um MBA para ser consultor.”
  • 13. Raoni Benetti, de 25 anos - Supervisor técnico da Solvo, formado em Gestão de Redes em 2008 "Para mim, foi uma curiosidade que virou profissão. Hoje cuido de problemas mais graves dos clientes, desde serviços de e- mails à parte de hardware. O ramo de atuação que escolhi é bem prático e focado nos produtos. Pretendo fazer uma pós, mas para me especializar na área de gestão.” Welington Sousa, de 29 anos - Analista sênior da Diveo, formado em Ciência da Computação em 2002 "Muita gente entra na faculdade achando que vai trabalhar exatamente com aquilo. Eu elaboro projetos de infraestrutura de tecnologia: a parte de raciocínio lógico só a universidade consegue treinar, mas tem a prática e as certificações. Já fiz 13.” MERCADO PARA TODOS A área de TI se divide em desenvolvimento de software, hardware e serviços. Saiba mais sobre ocupações com boas opções de emprego:
  • 14. Gerência de TI O QUE FAZ? Gerencia projetos e operações de serviços de TI; identifica oportunidades de aplicação dessa tecnologia; administra equipes e interage com outras áreas REMUNERAÇÃO MÉDIA: R$ 4.275,61 FORMAÇÃO IDEAL: Bacharelado em Ciência da Computação/Sistemas de Informação Administrador de Banco de Dados O QUE FAZ? Instala e administra bancos de dados remotos ou distribuídos; cuida da política de segurança e da qualidade da informação; faz ajustes de desempenho REMUNERAÇÃO MÉDIA: R$ 3.153,44 FORMAÇÃO IDEAL: Bacharelado em Ciência da Computação/Engenharia da Computação; Tecnologia em Banco de Dados Desenvolvedor (Programador) O QUE FAZ? Desenvolve sistemas e aplicações, determinando a interface gráfica, critérios de navegação, montagem da estrutura de banco de dados e codificação de programas REMUNERAÇÃO MÉDIA: R$ 1.933,47 FORMAÇÃO IDEAL: Bacharelado em Ciência da Computação/Engenharia da Computação/Sistemas de Informação; Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas Administrador de Redes O QUE FAZ? Gerencia os equipamentos de rede e a infraestrutura física de cabos; responde pela segurança de acesso à rede e adequação dos sistemas dos servidores da empresa REMUNERAÇÃO MÉDIA: R$ 3.153,44 FORMAÇÃO IDEAL: Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Redes de Computadores Engenheiro de Computação O QUE FAZ? Projeta e monitora a adoção de soluções em linguagens de todos os níveis de complexidade; valida novas tecnologias; gerencia ambientes computacionais REMUNERAÇÃO MÉDIA: R$ 4.103,66 FORMAÇÃO IDEAL: Bacharelado em Engenharia da Computação Analista de Sistemas O QUE FAZ? Especifica a arquitetura e as ferramentas para o desenvolvimento de sistemas; presta suporte técnico e treina clientes; elabora documentos técnicos REMUNERAÇÃO MÉDIA: R$ 2.971,31 FORMAÇÃO IDEAL: Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Análise de Sistemas
  • 15. Irã suspenderá enriquecimento de urânio a 20% se obtiver o combustível O Estado de S.Paulo TEERÃ - O Irã suspenderá o processo de enriquecimento de urânio a 20% se obtiver combustível necessário para colocar em funcionamento de seu reator de pesquisa e, Teerã, declarou nesta quinta-feira, 28, Ali Akbar Salehi, chefa da Organização Iraniana de Energia Nuclear (OIEA), segundo o canal al-Alam. As informações são da agência de notícias AFP. "Não precisamos enriquecer o urânio a 20% se nossas demandas de combustível nuclear forem supridas", afirmou Salehi. "Começamos a produção de urânio a 20% para outras necessidades. Não queremos utilizar nossas reservas de urânio enriquecido a 3,5%", completou. O anúncio confirma as declarações do chanceler turco, Ahmet Davutoglu, que na quarta havia dito que o Irã encerraria os processos de enriquecimento a 20% se recebesse em troca o material enriquecido a esse nível para colocar o reator em funcionamento. Davutoglu, por sua vez, fez as declarações após os EUA anunciarem que estariam dispostos a retomar o diálogo com o Irã e poderiam renegociar um acordo de troca de combustível nuclear. O Irã anunciou ter iniciado a produção de urânio enriquecido a 20% em fevereiro, oficialmente para fabricar o combustível necessário para o reator de Teerã. A decisão foi adotada depois do fracasso das negociações entre a República Islâmica e o grupo de Viena - EUA, Rússia e França - para realizar a troca. Em junho deste ano, o Irã firmou um novo acordo de troca com o Brasil e a Turquia. O pacto previa a troca de 1.200 quilos de urânio iraniano enriquecido a 3,5% (suficiente para fins energéticos) por combustível para um reator de pesquisas. Para a construção de uma arma, a pureza necessária é de mais de 90%. Pouco tempo depois, porém, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma nova rodada de sanções contra o país persa. As sanções eram pretendidas pelas potências ocidentais pelos temores de que o programa nuclear do Irã tenha como objetivo a produção de armas nucleares. Teerã, porém, nega e diz que enriquece urânio apenas para fins pacíficos.
  • 16. Velocidade é prioridade? Os gastos com o trem-bala poderiam suprir outras carências CARTA CAPITAL A controvérsia gerada pela menção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à candidata Dilma Rousseff em um evento público ofuscou o lançamento do edital para a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), que pretende ligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro até 2016. Mas a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se não chega a ser tão polêmica quanto a Usina de Belo Monte, é certamente a mais questionável. Ninguém pode negar que o TAV seja um projeto ousado. Mais do que interligar São Paulo e Rio de Janeiro, colocando-se como mera alternativa à ponte aérea entre as duas cidades, sua construção visa a criar um corredor capaz de integrar regiões economicamente importantes, como Campinas, Vale do Paraíba e Volta Redonda, às duas maiores cidades do País. Também promete reduzir a pressão sobre os modais aéreo e rodoviário, apresentando-se como alternativa mais limpa e eficiente, pelos próximos 40 anos. A experiência com o trem-bala mostrou-se quase sempre bem-sucedida onde foi testada. A rede de alta velocidade no mundo possui quase 10 mil quilômetros, em 12 países. Destes, oito estão expandindo suas malhas. De acordo com relatório da consultoria Halcrow, há 8,6 mil quilômetros de trilhos em construção e projetos para mais 13,9 mil. Os defensores do projeto afirmam ainda que o TAV Rio-São Paulo vai permitir ao Brasil apreender uma tecnologia que não detém. Os grupos estrangeiros participantes do consórcio vencedor terão de
  • 17. repassar todo o know-how à Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav), a estatal que o governo vai criar para gerir a empreitada. “Dessa forma, será possível que as próximas linhas sejam construídas só por empresas brasileiras”, afirma Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O governo calcula que o TAV vai gerar 72 mil empregos até 2050. Apenas na construção, 12 mil postos devem ser abertos no canteiro de obras e em empresas fabricantes de equipamentos e materiais. Outras 30 mil vagas nas áreas de comércio, transporte, indústria e logística devem ser criadas apenas na primeira década de operação. Apesar de todos os argumentos a favor, a construção do trem-bala é vista com muitas ressalvas. As primeiras dizem respeito à viabilidade econômica do projeto. O governo estimou a obra em 33 bilhões de reais, mas teme-se que os gastos possam extrapolar os 50 bilhões, já que apenas 4,4% dos estudos geológicos foram feitos. A participação efetiva dos recursos públicos na obra será de apenas 3,4 bilhões de reais. Mas o consórcio vencedor poderá financiar até 60% da obra (no limite de 19,9 bilhões de reais), a juros subsidiados pelo BNDES. Até aí, nada demais. Grandes obras de infraestrura contam com a participação governamental em qualquer parte do mundo. Se o valor da obra estourar ou a demanda ficar abaixo do esperado, o governo não terá outra saída se não colocar mais dinheiro no empreendimento, já que o preço da passagem na classe econômica não poderá ultrapassar os 49 centavos por quilômetro. O risco é a conta não fechar e o Estado assumir o prejuízo. “Do jeito que a concessão foi concebida, o risco ficou todo com o governo”, afirma Creso Peixoto, mestre em transportes e professor de engenharia da FEI. Figueiredo garante que o risco não existe e que eventuais diferenças serão arcadas pela iniciativa privada. “O que vai flutuar é a taxa de retorno do acionista, em torno de 9%.” Deixadas de lado as questões sobre a viabilidade, resta perguntar: o Brasil realmente precisa do trem-bala? Para os especialistas, há outras prioridades tanto econômicas quanto sociais. “Possuir o TAV não proporciona ao País nenhuma vantagem competitiva. Seria mais interessante ter um moderno- sistema multimodal para o escoamento da produção”, afirma Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral (FDC). O Ipea estima que o País precisa investir no mínimo 40 bilhões de reais a fim de atender à demanda por transporte ferroviário de carga nos próximos anos se não quiser comprometer suas exportações. No transporte de passageiros, o Brasil ainda engatinha no desafio de melhorar seus aeroportos. De acordo com estudo encomendado pelo BNDES, 13 dos 20 principais aeroportos possuem gargalos que precisam ser solucionados “no curtíssimo prazo”. O estudo sustenta ainda que o Brasil precisa mais que dobrar a capacidade anual dos nossos aeroportos nos próximos 20 anos. O curioso é que a solução para o problema necessitaria, segundo o mesmo estudo, entre 25 bilhões e 34 bilhões de reais – menos, portanto, que o trem-bala. Segundo Paulo Resende, não há dúvidas: a prioridade é a solução para o gargalo aeroportuário. “Do ponto de vista da demanda, faria muito mais sentido investir num sistema eficiente, que interligasse os aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e outro ligando o Tom Jobim ao Santos-Dumont, no Rio de Janeiro”. Creso Peixoto tem opinião semelhante. “O TAV custa até 25 vezes mais do que a ferrovia tradicional. Com o dinheiro para o trem-bala entre Rio e São Paulo, daria para construir uma ferrovia que interligasse toda a costa brasileira”, calcula. Para Peixoto, muito mais urgente do que criar uma nova conexão entre Rio e São Paulo é resolver os graves entraves à mobilidade urbana nas duas metrópoles. Com os recursos do TAV, calcula o engenheiro, seria possível construir 75 quilômetros de metrô em cada cidade. Segundo pesquisas, o paulistano perde, em média, quase três horas de seu dia no trânsito. “Talvez fosse o caso de perguntar ao paulistano e ao carioca o que eles preferem”. Figueiredo afirma que nenhuma das obras essenciais de transporte será prejudicada pela construção do trem-bala. “O PAC alinha um conjunto de investimentos que percorre todas essas prioridades. O TAV não concorre com esses investimentos, porque demanda poucos recursos públicos, que não serão colocados a fundo perdido.” Ele lembra que mais de 5 mil quilômetros de ferrovias serão entregues no Brasil até 2011. Na segunda 19, o governo liberou 5,5 bilhões de reais para a reforma dos aeroportos e outros 700 milhões para os portos. “Perdemos uma década no que diz respeito ao investimento em logística e não podemos perder mais uma. Precisamos investir em portos, aeroportos, ferrovias,
  • 18. metrôs e trens de alta velocidade. Estamos muito atrasados”, afirma Rodrigo Vilaça, presidente da sessão ferroviária da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Seja como for, uma coisa é quase consenso. O momento escolhido pelo governo para lançar o projeto do trem-bala não poderia ser pior. “A discussão em torno do TAV, que deveria ser absolutamente técnica, acabou ganhando contornos de debate político-partidário. O Brasil não precisava transformar um projeto tão interessante e fundamental em objeto de disputa política”, afirma Resende, da FDC. El principio del fin JESÚS MOSTERÍN (EL PAIS) Toda Europa había sido un hervidero de supersticiones y crueldades; de censuras, quemas de herejes y represiones, y de torturas públicas de animales humanos y no humanos, incluidos el lanzamiento de gatos desde las torres de las iglesias, las peleas de perros y de gallos y de perros contra osos, y los encierros, acuchillamientos y corridas de toros. Frente a tanta sordidez y violencia, la Ilustración trajo a Europa la apertura de las mentes y la suavización de las costumbres. Las tradiciones más sanguinarias fueron abolidas en casi todas partes. Sin embargo, en España apenas hubo Ilustración y Fernando VII cortó de cuajo sus débiles brotes, restaurando la Inquisición y la tauromaquia, entre otros horrores. España se convirtió en una excepción y anomalía, la famosa España negra, caricaturizada por Goya, una anacrónica bolsa de crueldad ycutrerío alejada de cualquier ciencia y compasión. Llevamos casi dos siglos tratando de quitarnos de encima esa siniestra tradición de la España negra. Ello ha constituido un proceso desesperantemente lento. Desde la supresión definitiva de la Inquisición en 1834 hasta la recién aprobada abolición de la tauromaquia en Cataluña (a partir de 2012), pasando por la introducción de la democracia en España tras la muerte de Franco y la lucha contra el maltrato a las mujeres, paso a paso hemos ido lavando nuestra cara cultural y acercándonos al nivel intelectual, político y moral del resto de Europa. Uno de los últimos capítulos pendientes es el acabar con la crueldad hacia los animales no humanos, presuntamente justificada por la idea anticientífica de que el ser humano no es un animal, sino un hijo de Dios, separado por un abismo del resto de las criaturas y colocado en el mundo para explotarlas y hacerlas sufrir. Esta idea falsa y mezquina todavía colea por estos lares incluso entre algunos presuntos ateos, que caen en la contradicción de sostener una concepción basada en algo en lo que no creen, simplemente para seguir divirtiéndose con la tortura ajena. La consistencia no es un valor apreciado por los políticos. En la Comunidad Canaria ya no hay corridas de toros ni peleas de perros desde 1991, pero sigue habiendo peleas de gallos, tan crueles como las corridas. Ahora, el Parlamento de Cataluña ha decidido prohibir por crueles las corridas de toros, pero no los correbous (encierros) ni los toros embolados, igualmente crueles (lo peor no es la muerte del animal, sino su sufrimiento inútil), también con la excusa de que son tradicionales. También los ingleses caían en esa incoherencia, habiendo abolido la tauromaquia y otros tipos de maltrato animal, pero manteniendo la cruel caza del zorro con perros, por tradicional. Afortunadamente, los ingleses lograron la consistencia al prohibir la caza del zorro en 2004. Mariano Rajoy dice estar alarmado , pues si se empieza prohibiendo la tauromaquia, podría acabarse prohibiendo la caza. Ojalá. La tauromaquia no es la única salvajada. Matar animales por mera diversión, como en la caza, es algo éticamente indefendible, pero el progreso no se consigue de golpe, sino paso a paso. Nadie ha planteado el debate sobre la tauromaquia en Cataluña como una separación de España. Los líderes del PP (y algunos del PSOE) están mal informados y confunden sus fantasmas mentales con la realidad. De entre los muchos expertos que comparecimos ante la comisión pertinente del Parlamento de Cataluña a favor de la abolición de las corridas de toros, ni uno solo empleó argumentos nacionalistas o identitarios. Curiosamente, fueron los taurinos los únicos que agitaron ese espantajo, subrayando la tradición tauromáquica catalana e incluso sacando a los toreros en la Plaza Monumental de Barcelona con la barretina por montera y la señera por capote. Aprobando la abolición de las corridas de toros en su comunidad en un proceso de impecable factura democrática, el Parlamento Catalán ha atendido a las razones y valores universales por encima de los tribales y tradicionales (excepto por la pequeña incoherencia ya señalada con los correbous ). La discusión previa en comisión ha sido de una inusitada racionalidad y seriedad y ha puesto el listón muy alto. El Parlamento de Cataluña ha prestado un gran servicio a Cataluña, a España y a la noble causa del triunfo de la compasión en el mundo. Este paso es el principio del fin de la tauromaquia, cuya decadencia y desprestigio contribuirá a acelerar.
  • 19. Population Research Presents a Sobering Prognosis By SAM ROBERTS (THE NEW YORK TIMES) With 267 people being born every minute and 108 dying, the world’s population will top seven billion next year, a research group projects, while the ratio of working-age adults to support the elderly in developed countries declines precipitously because of lower birthrates and longer life spans. In a sobering assessment of those two trends, William P. Butz, president of the nonpartisan Population Reference Bureau, said that “chronically low birthrates in developed countries are beginning to challenge the health and financial security of the elderly” at the same time that “developing countries are adding over 80 million to the population each year and the poorest of those countries are adding 20 million, exacerbating poverty and threatening the environment.” Projections, especially over decades, are vulnerable to changes in immigration, retirement ages, birthrates, health care and other variables, but in releasing the bureau’s 2010 population data sheet, Carl Haub, its senior demographer, estimated this week that by 2050 the planet will be home to more than nine billion people. Even with a decline in birthrates in less developed countries from 6 children per woman in 1950 to 2.5 today (and to 2 children or less in Brazil, Chile, Cuba, Iran, Thailand and Turkey), the population of Africa is projected to at least double by midcentury to 2.1 billion. Asia will add an additional 1.3 billion. While the United States, Australia, Canada and New Zealand will continue to grow because of higher birthrates and immigration, Europe, Japan and South Korea will shrink (although the recession reduced birthrates in the United States and Spain and slowed rising birthrates in Russia and Norway). In Japan, the population of working-age people, typically defined as those 15 to 64, compared with the population 65 and older that is dependent on this younger group, is projected to decline to a ratio of one to one, from the current ratio of three to one. Worldwide, the ratio of working age people for every person in the older age group is expected to decline to four to one, from nine to one now. Earlier this week, Eurostat, the statistical arm of the 27-nation European Union, reportedthat while the union’s population topped a half billion this year, 900,000 of the 1.4 million growth from the year before resulted from immigration. Eurostat has predicted that deaths will outpace births in five years, a trend that has already occurred in Bulgaria, Latvia and Hungary. While the bulge in younger people, if they are educated, presents a potential economic “demographic dividend” for countries like Bangladesh and Brazil, the shrinking proportion of working-age people elsewhere may place a strain on governments and prompt them to raise retirement ages and to encourage alternative job opportunities for older workers. Even in the United States, the proportion of the gross domestic product spent on Social Security and Medicare is projected to rise to 14.5 percent in 2050, from 8.4 percent this year. The Population Reference Bureau said that by 2050, Russia and Japan would be bumped from the 10 most populous countries by Ethiopia and the Democratic Republic of Congo. Niger has the highest proportion (50 percent) of people under 15. Japan has the highest (23 percent) over 65.