O documento discute a aplicação de radioisótopos na radiologia, com foco no tecnécio-99m e iodo-131. O tecnécio-99m é amplamente utilizado em diagnóstico por sua meia-vida curta e emissão gama ideal, enquanto o iodo-131 é usado em tratamento de câncer de tireóide e imagens funcionais da glândula. O texto também explica o gerador de tecnécio-99m a partir do decaimento do molibdênio-99.
2. RADIOATIVIDADE
• Capacidade que certos átomos possuem de emitir radiações e
partículas de seus núcleos instáveis com o objetivo de adquirir
estabilidade.
4. RADIOATIVIDADE
Áreas de Aplicação
• Medicina Nuclear: Especialidade médica relacionada à
Radiologia que se ocupa das técnicas de imagem, diagnóstico e
terapêutica, utilizando nuclídeos radioativos
– Diagnóstico/Terapia
– Substâncias radioativas: oral; endovenosa; inalação
• Mapeamento de órgãos/tecidos.
• Tratamento de enfermidades.
5. Medicina Nuclear X Demais Técnicas de Imagem
• Medicina Nuclear:
–
–
–
–
• Demais técnicas de imagem:
–
–
–
–
Imagem funcional
Imagem morfológica / anatômica
Detecção precoce doenças malignas
Detecção tardia doenças malignas
Substâncias radioativas
Contrastes menos específicos
Raios Gama
Raios X
9. RADIOFARMÁCIA
• RADIOISÓTOPOS: substâncias que emitem radiação,
utilizados no seu estado livre (não marcado) para a
obtenção de imagens.
Os mais usados : Tc99m, I¹³¹ (Iodo) , Tl201 (Tálio), Ga67
(Gálio), Sm153 (Samário) .
• RADIOFÁRMACOS: Quando se adiciona substâncias
(fármacos) aos radioisótopos. Apresentam afinidades
químicas por determinados órgãos do corpo e são
utilizados para transportar a substância radioativa para o
órgão a ser estudado.
11. RADIOFÁRMACOS
• Esses agentes têm a função de mostrar a função fisiológica de órgãos ou
sistemas, sendo sua distribuição determinada pela forma como eles são
administrados e por processos metabólicos.
Cloreto deTálio (Tl-201)
músculo cardíaco.
Iodeto de Sódio (I-131)
Tireóide.
MDP (Tc-99M)
Osso.
15. RADIOFÁRMACOS
• Radiofármaco Ideal
– Biodistribuição adequada ao objetivo;
– Emissão única de raios gama em energia ideal para a
realização da imagem (100-200KeV) 200KeV);
– Meia-vida efetiva suficiente para a realização do
exame;
– Ausência de toxidade ou de efeitos secundários.
19. RADIOFÁRMACOS
• Meia vida efetiva:
• Curta:
- Minimizar a exposição do paciente à radiação.
• Longa:
- Permita adquirir e processar as imagens.
20. RADIOFÁRMACOS
• Os radiofármacos devem:
– ter localização rápida no órgão-alvo;
– metabolização e excreção eficiente:
• aumentar o contraste da imagem;
• reduzir a dose de radiação absorvida pelo paciente.
– fácil produção;
– fácil acesso aos centro de Medicina Nuclear:
• distância geográfica limitação: meia vida curta.
21. RADIOFÁRMACOS
DESENVOLVIMENTO
• Escolha do radionuclídeo para desenvolvimento do
radiofármaco diagnóstico ou terapia:
– Características físicas, como:
– Tipo de emissão nuclear;
– Tempo de meia vida;
– Energia das partículas e/ou radiação
eletromagnética emitida.
22. RADIOFÁRMACOS
DIAGNÓSTICO
• Se subdividem em:
– Perfusão (1ªGeração): maioria de uso diagnóstico.
– Transportados pelo sangue e atingem o órgão alvo na
proporção do fluxo sanguíneo.
– Específico (2ªGeração):
– São direcionados por moléculas biologicamente ativas
(ex: anticorpos), que se ligam a receptores celulares
ou são transportados para o interior de determinadas
células.
Alterações na concentração de tecidos biológicos especificamente: tecidos
tumorais
23. RADIOFÁRMACOS
TERAPIA
• São administrados ao paciente irradiar tecido interno.
• Valor Terapêutico:
• Efeito da radiação sobre o tecido;
• Seletividade da localização da fonte radioativa.
24. RADIOFÁRMACOS
TERAPIA
• Ação:
• Utiliza isótopos que emitem partículas:alfa e beta:
• altamente seletiva atingem tecidos/células;
• destruição celular (tumoral) efeitos da radiação sobre o
tecido ou órgão-alvo.
25. RADIOFÁRMACOS
TERAPIA
• Tipo de partícula a utilizar depende:
• Tamanho do tumor;
• Distribuição intra-tumoral;
• Características do radiofármacos.
26. PRINCIPAIS EMISSÕES DOS
RADIOFÁRMACOS
• Emissões alfa (α)
– São partículas formadas por 2 prótons e 2 nêutrons, que são
“atirados” em alta velocidade para fora do núcleo instável
• Carga é = +2
• A = 4
– Lei de Soddy: quando um núcleo emite partícula alfa, seu
número atômico diminui duas unidades e sua massa quatro
unidades.
27. PRINCIPAIS EMISSÕES DOS
RADIOFÁRMACOS
• Emissões beta (β)
– uma forma de radiação ionizante emitida por certos tipos de
núcleos radiativos. Como exemplo podem ser citados potássio-
40,carbono-14, iodo-132, bário-126 entre outros.
– O decaimento beta é amplamente utilizado na medicina em
fontes de braquiterapia para o tratamento de câncer e
diagnósticos médicos.
– Emissões beta positivo (β+)
28. PRINCIPAIS EMISSÕES DOS
RADIOFÁRMACOS
• Emissões beta (β)
– Emissões beta negativo (β-)
– Lei de Soddy-Fajas-Russel: quando um núcleo emite partícula
beta, seu número atômico aumenta uma unidade e sua massa
não se altera.
29. PRINCIPAIS EMISSÕES DOS
RADIOFÁRMACOS
• Radiação gama ou raio gama (γ)
– é um tipo de radiação eletromagnética produzida geralmente por
elementos radioativos, processos subatômicos como a
aniquilação de um par pósitron-elétron.
31. PRINCIPAIS EMISSÕES DOS
RADIOFÁRMACOS
Radiação Símbolo Carga
Faixa de
Energia
(MeV)
Penetração
Ar Água
Alfa α +2 3-9 3-9 cm 25-45 µm
Beta negativa β- -1 0-3 0-10m 0-1mm
Beta positiva β+ +1 0-3 0-10m 0-1mm
Nêutrons n 0 0-10 0-100m 0-1m
Gama γ 0 0,01-10 Até 100m Até 10cm
32. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131)
– Obtido a partir de reações de fissão nuclear que
ocorrem do decaimento do elemento Urânio
– O iodo-131 pode ser encontrado como subproduto
de explosões nucleares e de usinas nucleares
33. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131)
– Tratamento complementar para a maioria dos
tumores de tireóide já operados;
– Administrado em forma líquida, por via oral;
34. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131)
– Concentra-se em tecido tireoideano, mas também
nas glândulas salivares e no estômago;
– É eliminado do organismo principalmente pela urina e
muito pouco pelas fezes e pelo suor ;
– Emite partículas beta e tem meia-vida de oito dias
35. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131)
– Cintilografia da Tireóide
• procedimento de Medicina Nuclear que consiste na obtenção
de imagens da glândula tireóidea após a administração de
radiofármacos.
• Avaliar função e captação dos traçadores e pesquisar
nódulos.
• O paciente ingere uma solução de Iodo-131, que vai ser
absorvido pela glândula.
40. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131): tratamento de corpo inteiro
– O tratamento é realizado no hospital mediante
preparo do radioterápico.
– O paciente deve realizar o exame PCI (pesquisa de
corpo inteiro) para iniciar com iodoradioativo.
– Esse exame geralmente dura mais de um dia
41. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131): tratamento de corpo inteiro
– Inicialmente o paciente se submeterá à captação de
24 horas, cintilografia da tireóide,
– dose de rastreamento com I-131 e cintilografia óssea.
– Após exames será realizada uma avaliação clínica
para determinar o valor da dose a ser administrada.
42. RADIOFÁRMACOS
• Iodo – 131 (I-131): tratamento de corpo inteiro
– Marcada a data de internação e dia de suspensão da
dose de hormônio administrada diariamente
– (por 15 ou 30 dias, dependendo do hormônio).
44. Tecnécio99m
• O elemento de Z = 43, que ficava entre o manganês e o rênio
• foi descoberto em 1937 por Carlo Perrie e Emilio Gino Segrè.
• Após a Segunda Guerra Mundial, o elemento foi batizado
com o nome de tecnécio (nome vem do adjetivo grego
technetos ou artificial, e foi utilizado pelo fato de o tecnécio
ter sido o primeiro elemento químico preparado artificialmente
(Murphy e Ferro Flores, 2003).
45. Tecnécio99m
• Tecnécio (Tc)
– é um metal da segunda série de transição da Tabela Periódica
– pertencente à família 7B,
– e está localizado entre o molibdênio e o rutênio e entre o
manganês e o rênio (Murphy e Ferro Flores, 2003).
– todos os isótopos conhecidos do tecnécio são radioativos,
desde o tecnécio-90 ao tecnécio-110, e incluem oito pares de
isômero nucleares, entre eles 99mTc-99Tc (Murphy e Ferro
Flores, 2003).
47. Tecnécio99m
• Tecnécio (Tc)
– O tecnécio-99m é um radionuclídeo que apresenta
características físicas ideais para utilização em Medicina
Nuclear Diagnóstica:
• é mono-emissor gama de baixa energia (140 keV),
• possui tempo de meia-vida físico relativamente curto (6,02 h)
ou seja, a cada intervalo de 6,02 h a atividade de uma
amostra de tecnécio-99m decai pela metade),
• e não emite radiação do tipo particulada (α ou β).
48. Tecnécio99m
• Tecnécio (Tc)
– O tecnécio-99m é produto do decaimento radioativo do
molibdênio- 99.
• Cerca de 87,5% dos átomos de 99Mo de uma amostra
desintegram-se por emissão de radiação β e originam
núcleos de 99mTc que, por sua vez, desintegram-se por
emissão de radiação gama para originar o 99Tc, o qual se
desintegra a 99Ru (estável)
50. Tecnécio99m
• Tecnécio (Tc)
– ASTROFÍSICA
• Como seu isótopo mais estável tem uma meia-vida pequena
em termos cósmicos (4,2 milhões de anos), a identificação
de tecnécio em estrelas é uma evidência de nucleossíntese.
Estas estrelas são chamadas de estrelas de tecnécio
51. Tecnécio99m
• Tecnécio (Tc)
– o fato do tempo de meia-vida físico do pai (molibidênio) é cerca
de dez vezes maior que o do filho (tecnécio). Esse equilíbrio
possibilita a fabricação do sistema gerador de radionuclídeo de
99Mo - 99mTc
53. Tecnécio99m
• Gerador de Tecnécio (Tc)
– O gerador 99Mo/99mTc é um sistema composto por uma coluna
cromatográfica empacotada com óxido de alumínio (Al2O3),
onde é depositado o molibdato (99MoO4
2- ), o qual decai a
99mTcO4
-
54. Tecnécio99m
• Gerador de Tecnécio (Tc)
– Estas duas espécies apresentam diferentes afinidades pelo
Al2O3 possibilitando que o 99mTcO4
-, juntamente com seu
isômero “não-radioativo” ou carreador (99TcO4
-), sejam extraídos
do gerador
55.
56. Cintilografia
• sinônimos: cintigrafia, gamagrafia, cintilograma ou
cintigrama)
– é um método de diagnóstico por imagem da Medicina Nuclear.
– são geradas a partir da distribuição de
um radiotraçador injetado no paciente que podem ser
analisadas da forma visual ou quantitativa através de cálculos
da concentração e velocidade de movimento desse
radiotraçador;
– são formadas primariamente imagens funcionais (vê a função
dos órgãos)
57. Cintilografia
• sinônimos: cintigrafia, gamagrafia, cintilograma ou
cintigrama)
– A radiação gama é uma onda eletromagnética semelhante à luz
visível, porém seu "brilho" ou cintilação é apenas visto através
de uma máquina chamada gama câmara que nos permite a
visualização de imagens dos órgãos internos.
– Dentre os radioisótopos mais utilizados, destaca-se o Tc99m
(tecnécio 99 meta-estável)
58. Cintilografia
• Vantagens
– Imagens funcionais.
– Método indolor, não invasivo (o radiotraçador pode ser
administrado por via venosa, oral, inalatória ou subcutânea).
– Ausência de reação alérgica ao radiotraçador.
– Menor exposição à radiação relacionada a outras técnicas de
imagem, principalmente quanto se trata de imagem de corpo
inteiro.
59. Cintilografia
• Desvantagens
– Baixa resolução para imagens anatômicas.
– A disponibilidade de certos radiotraçadores não é imediata,
necessitando, em algumas casos, espera de 1 a 2 semanas.
– Por se tratar de imagens funcionais, alguns exames precisam de
preparo prévio prolongado (1 a 90 dias) com restrição de certos
tipos de alimentos e medicamentos.
– Alguns processos fisiológicos a serem estudados não podem
ser acelerados e a aquisição das imagens podem levar até 60
minutos
60. Cintilografia
• Indicações
• Cardiovascular:
– O diagnóstico de doença arterial coronariana suspeita ou
conhecida é a indicação mais comum, podendo ser realizado
em esforço (ou com estresse farmacológico) e em repouso.
– Permite avaliar:
• · Presença e gravidade da lesão isquêmica
• · Localização (território coronariano)
• · Extensão (número de territórios vasculares comprometidos)
61. Cintilografia
• Indicações
• Avaliação do prognóstico.
– São utilizados o tálio-201, o sestamibi-99mTc ou o tetrofosmin-
99mTc em esforço e repouso, porém não podem diferenciar
infarto recente ou antigo.
– Após IAM.
– Pré-operatória para identificação do risco para eventos
coronarianos.