SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
A INTRODUÇÃO DA INFORMÁTICA
                              NO AMBIENTE ESCOLAR
                                                                   *Prof. José Junio Lopes
                                                                    josejunio@gmail.com



Resumo
     Este artigo se baseia na experiência da introdução da Informática em uma escola de
São Paulo. Nesse enfoque, trabalharei a introdução da Informática como um processo e a
importância da intervenção do coordenador de Informática na reconstrução da prática
pedagógica do professor no uso da Informática na educação.


I - Introdução
       A Informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua
utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de
forma rápida entre nós. Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e
funcionais frente a essa nova tecnologia.
      Houve época em que era necessário justificar a introdução da Informática na escola.
Hoje já existe consenso quanto à sua importância. Entretanto o que vem sendo questionado é
da forma com que essa introdução vem ocorrendo.
      Com esse artigo pretendo discutir alguns pontos, de suma importância, que possam
gerar uma reflexão sobre a introdução da Informática na escola, como: o ser humano e a
tecnologia, Informática x currículo, o processo de introdução da Informática, a função do
coordenador de Informática.


II - O Ser humano e a Tecnologia
       Segundo FRÓES : “A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas,
por vezes consideradas como extensões do corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e
instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais, a
tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia.... Facilitando nossas ações, nos
transportando, ou mesmo nos substituindo em determinadas tarefas, os recursos tecnológicos
ora nos fascinam, ora nos assustam...”
      A Tecnologia não causa mudanças apenas no que fazemos, mas também em nosso
comportamento, na forma como elaboramos conhecimentos e no nosso relacionamento com
o mundo. Vivemos num mundo tecnológico, estruturamos nossa ação através da tecnologia,
como relata KERCKHOVE , na Pele da Cultura “os media eletrônicos são extensões do
sistema nervoso, do corpo e também da psicologia humana”.
     De acordo com (FRÓES) “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a
multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de
pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu
pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado,
provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta
que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um pensar diferente.”
      BORBA(2001) vai um pouco mais além, quando coloca “seres-humanos-com-mídias”
dizendo que “ os seres humanos são constituídos por técnicas que estendem e modificam o
seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres humanos estão constantemente
transformando essas técnicas.” ( p.46)
     Dessa mesma forma devemos entender a Informática. Ela não é uma ferramenta neutra
que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo. Quando a usamos, estamos sendo
modificados por ela.


III - Informática x Currículo
      O principal objetivo, defendido hoje, ao adaptar a Informática ao currículo escolar,
está na utilização do computador como instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos
lecionados, além da função de preparar os alunos para uma sociedade informatizada.
      Entretanto esse assunto é polêmico. No começo, quando as escolas começaram a
introduzir a Informática no ensino, percebeu-se, pela pouca experiência com essa tecnologia,
um processo um pouco caótico. Muitas escolas introduziram em seu currículo o ensino da
Informática com o pretexto da modernidade. Mas o que fazer nessa aula? E quem poderia
dar essas aulas? A princípio, contrataram técnicos que tinham como missão ensinar
Informática. No entanto, eram aulas descontextualizadas, com quase nenhum vínculo com as
disciplinas, cujos objetivos principais eram o contato com a nova tecnologia e oferecer a
formação tecnológica necessária para o futuro profissional na sociedade.
      Com o passar do tempo, algumas escolas, percebendo o potencial dessa ferramenta
introduziram a Informática educativa, que, além de promover o contato com o computador,
tinha como objetivo a utilização dessa ferramenta como instrumento de apoio às matérias e
aos conteúdos lecionados.
      Entretanto esse apoio continuava vinculado a uma disciplina de Informática, que tinha
a função de oferecer os recursos necessários para que os alunos apresentassem o conteúdo
de outras disciplinas.
      Vivemos em um mundo tecnológico, onde a Informática é uma das peças principais.
Conceber a Informática como apenas uma ferramenta é ignorar sua atuação em nossas vidas.
E o que se percebe?! Percebe-se que a maioria das escolas ignora essa tendência tecnológica,
do qual fazemos parte; e em vez de levarem a Informática para toda a escola, colocam-na
circunscrita em uma sala, presa em um horário fixo e sob a responsabilidade de um único
professor. Cerceiam assim, todo o processo de desenvolvimento da escola como um todo e
perdem a oportunidade de fortalecer o processo pedagógico.
      A globalização impõe exigência de um conhecimento holístico da realidade. E quando
colocamos a Informática como disciplina, fragmentamos o conhecimento e delimitamos
fronteiras, tanto de conteúdo como de prática. Segundo: GALLO- (1994) “A organização
curricular das disciplinas coloca-as como realidades estanques, sem interconexão alguma,
dificultando para os alunos a compreensão do conhecimento como um todo integrado, a
construção de uma cosmovisão abrangente que lhes permita uma percepção totalizante da
realidade.”

                                             2
Dentro do contexto, qual seria a função da Informática? Não seria de promover a
interdisciplinaridade ou, até mesmo, a transdisciplinaridade na escola?


IV - Informática e Aprendizagem
     JONASSEN (1996) classifica a aprendizagem em:
      Aprender a partir da tecnologia (learning from), em que a tecnologia apresenta o
conhecimento, e o papel do aluno é receber esse conhecimento, como se ele fosse
apresentado pelo próprio professor;
      Aprender acerca da tecnologia (learning about), em que a própria tecnologia é
objeto de aprendizagem;
    Aprender através da tecnologia (learning by), em que o aluno aprende ensinando o
computador (programando o computador através de linguagens como BASIC ou o LOGO);
      Aprender com a tecnologia (learning with), em que o aluno aprende usando as
tecnologias como ferramentas que o apóiam no processo de reflexão e de construção do
conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso a questão determinante não é a
tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia, usando-a
sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem.
      ( MARÇAL FLORES - 1996) “A Informática deve habilitar e dar oportunidade ao
aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino/aprendizagem, enfim ser
um complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do
indivíduo.”
      “As profundas e rápidas transformações, em curso no mundo contemporâneo, estão
exigindo dos profissionais que atuam na escola, de um modo geral, uma revisão de suas
formas de atuação.” SANTOS VIEIRA
      De acordo com LEVY (1994), " novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo
elaboradas no mundo das comunicações e da Informática. As relações entre os homens, o
trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de
dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação e
aprendizagem são capturados por uma Informática cada vez mais avançada.
      Para finalizar, BORBA (- 2001) que: “O acesso à Informática deve ser visto como um
direito e, portanto, nas escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir de
uma educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma‘alfabetização tecnológica’ .
Tal alfabetização deve ser vista não como um curso de Informática, mas, sim, como um
aprender a ler essa nova mídia. Assim, o computador deve estar inserido em atividades
essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar,
desenvolver noções espaciais etc. E , nesse sentido, a Informática na escola passa a ser parte
da resposta a questões ligadas à cidadania.”


V - Os Professores e a Informática
      Diante dessa nova situação, é importante que o professor possa refletir sobre essa nova
realidade, repensar sua prática e construir novas formas de ação que permitam não só lidar,
com essa nova realidade, com também construí-la. Para que isso ocorra! O professor tem
                                              3
que ir para o laboratório de informática dar sua aula e não deixar uma terceira pessoa fazer
isso por ele.
      GOUVÊA “O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa se
apropriar dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia, da mesma forma
que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a
lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de
comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela
emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também
pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão
se aprofundando às nossas vistas...”
      Más, para o professor apropriar-se dessa tecnologia, devemos segundo FRÓES
“mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o uso do Laboratório de Informática
na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do professor
um especialista em Informática, mas de criar condições para que se aproprie, dentro do
processo de construção de sua competência, da utilização gradativa dos referidos recursos
informatizados: somente uma tal apropriação da utilização da tecnologia pelos educadores
poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional.”
      Se um dos objetivos do uso do computador no ensino for o de ser um agente
transformador, o professor deve ser capacitado para assumir o papel de facilitador da
construção do conhecimento pelo aluno e não um mero transmissor de informações.
      Mas o professor deve ser constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica.
Aí entra a figura do coordenador de Informática, que está constantemente sugerindo,
incentivando e mobilizando o professor. Não basta haver um laboratório equipado e
software à disposição do professor; precisa haver o facilitador que gerencie o processo o
pedagógico.


VI - Os momentos do processo
      Vamos observar o processo de introdução da Informática no ambiente escolar através
de vários momentos.Muitos devem estar pensando que é pretensão minha dividir esse
processo em momentos. Mas o que estou tentando é pontuar alguns desses momentos; além
do mais, penso que seja necessária essa visão, para podermos ter a idéia de processo que nos
oriente nessa trajetória.
      Nesse processo podemos destacar quatro momentos, que apresentam características
bem definidas. Não existe, aqui, o objetivo de delimitar cada momento, pois nós,
professores, podemos vivenciar características de vários momentos, apesar de sempre um
predominar.
     Sabemos que, nos dias de hoje, qualquer pessoa deveria, no mínimo, saber manipular
um micro; infelizmente essa não é nossa realidade. Os professores atuais estudaram em uma
época em que a Informática não fazia parte do dia-a-dia, e, dentre os professores que
estamos formando para o futuro, pouco estão sendo preparados para mudar essa realidade.
      Ao introduzir-se a Informática educativa, percebe-se um primeiro momento, no qual o
professor reproduz sua aula na sala de Informática. É o momento durante o qual a
preocupação central é observar a ferramenta.

                                             4
Esse momento é muito importante e não se deve forçar o professor a uma mudança de
atitude diante da potencialidade expressa pelo computador. É o momento do contato, de
domínio, em que ele precisa estar seguro diante introdução da Informática. Segundo
PENTEADO (2000) : “ Professores devem ser parceiros na concepção e condução das
atividades com TI ( Tecnologias Informáticas) e não meros espectadores e executores de
tarefas.” O importante é que o professor se sinta como uma peça participativa do processo e
que a aula continua sendo dele, apesar de ser preparada, na sua forma, por um instrumento
estranho ou por outra pessoa. Nesse momento ele observa a Informática como um novo
instrumento, um giz diferente! E usa, com mais freqüência, os softwares educacionais
existentes na praça.
      A mudança ocorre, quando o professor perceber que pode fazer mais do que está
acostumado; é o momento em que ele começa a refletir sua prática e percebe o potencial da
ferramenta. Nesse momento o professor está vulnerável as mudanças. Ele vai da defesa para
a descoberta. É o momento propício para o coordenador de Informática sugerir modificação
na sua prática pedagógica.
      Nesse segundo momento, as mudanças ocorrem mais na forma de trabalhar a aula.
Agora existe uma preocupação de explorar a ferramenta, para ajudar no processo de
aprendizagem. É nesse momento que surgem os softwares de autoria, os simuladores e os
projetos dos alunos, mas o professor ainda não consegue transcender sua aula. A
preocupação se dá ainda com o conteúdo da sua disciplina. Mas, agora, aparece um novo
elemento: o descobrir leva a um desafio constante, que leva a sua preocupação para o
processo de aprendizagem.
      O terceiro momento é marcado pela preocupação com o processo de aprendizagem e
pela interdisciplinaridade, existe uma busca de alternativas para tentar reorganizar o saber,
dando chance ao aluno de ter uma educação integral.
      Entretanto é o momento em que o professor precisa de um apoio da coordenação ou,
até mesmo, da direção. É o momento em que necessita de um projeto pedagógico da Escola,
a fim de trabalharem juntos.
      Diz Ivani Catarina Arantes FAZENDA: “A atitude interdisciplinar não está na junção
de conteúdos, nem na junção de métodos; muito menos na junção de disciplinas, nem na
criação de novos conteúdos produtos dessas funções; a atitude interdisciplinar está contida
nas pessoas que pensam o projeto educativo. Qualquer disciplina, e não especificamente a
didática ou estágio, pode ser a articuladora de um novo fazer e de um novo pensar a
formação de educador.” (FAZENDA, 1993:64)
      É o momento em que o professor passa a usar outras tecnologias, mas, apesar de seu
olhar para fora da escola, ainda continua preso a ela. Os softwares de autoria são muito
trabalhados, como também a Internet.Porem, ainda do ponto de vista informativo, participa
de alguns projetos colaborativos; entretanto busca trabalhar o conteúdo escolar.
      HEINECK propõe: “Os educadores têm que ser capazes de articular os conhecimentos
para que o todo comece a ser organizado, e assim inicie-se a superação da disciplinarização,
do saber imposto e distante da realidade vivida pelo educando. Uma prática interdisciplinar,
certamente contribuirá para o forjamento de cidadãos conscientes de seus deveres e capazes
de lutarem por seus direitos com dignidade.”
      O quarto momento é marcado pela transcendência além dos muros da escola, escola-
bairro, escola-cidade, escola-escola e escola-mundo. É o momento da troca, da comunicação
                                              5
e participação comunitária. É o momento da aprendizagem cooperativa. A preocupação é o
processo de aprendizagem, mas voltado para uma interação social. O conteúdo é trabalhado
dentro de um contexto, a ênfase é dada à coletividade; a participação política e social , à
cidadania.
      Como diz LEVY, a construção do conhecimento passa a ser igualmente atribuída aos
grupos que interagem no espaço do saber. Ninguém tem a posse do saber,as pessoas sempre
sabem algo, o que as tornam importante quando juntas, de forma a fazer uma inteligência
coletiva. "É uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada,
coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências."
(LÉVY, 1998, p. 28)
     O interessante seria que a escola, como um todo, passasse por esses momentos,
todavia o que se percebe hoje é que a maioria das escolas estão no segundo momento.
Talvez por falta de um projeto pedagógico, do apoio de uma pessoa que exerça a função de
um coordenador de Informática, ou melhor, de uma vontade política!


VII - O Coordenador do Laboratório de Informática
      Como vimos acima, para introduzir a Informática na escola, não basta ter um
laboratório equipado, professores treinados e um projeto pedagógico. A experiência mostra
que sem a figura do coordenador de Informática o processo “emperra”. Mas quem é esta
pessoa? E por que ela é tão importante?
      Peça principal do processo, ele não deve ter apenas uma formação técnica. Muitas
escolas contratam técnicos pelo seu baixo custo. Esse profissional deve ter uma formação
pedagógica, uma experiência de sala de aula. Não necessita ser um pedagogo, mas que tenha
um envolvimento com o processo pedagógico. Deve ser capaz de fazer uma ponte entre o
potencial da ferramenta (software educativos) com os conceitos a serem desenvolvidos.
      O coordenador não é apenas um facilitador, mas o coordenador do processo, ele deve
perceber que o momento de mudar de etapas e de propiciar recurso necessários para
impulsionaras engrenagens do processo, como por exemplo: a formação de professores e
recursos necessários, como softwares.
      O coordenador de Informática dever estar atento e envolvido com o planejamento
curricular de todas as disciplinas, para poder sugerir atividades pedagógicas, envolvendo a
Informática. Entretanto, sem apoio da coordenação ou da direção, não terá força para
executar os projetos sugeridos.
      Em resumo, o coordenador de Informática deve:
  •   ter uma visão abrangente dos conteúdos disciplinares e estar atento aos projetos
      pedagógicos das diversas áreas, verificando sua contribuição;
  •   conhecer o projeto pedagógico da escola;
  •   ter uma experiência de sala de aula e conhecimento de várias abordagens de
      aprendizagem;
  •   ter a visão geral do processo e estar receptível para as devidas interferências nele;
  •   perceber as dificuldades e o potencial do professores, para poder instiga-los e ajuda-
      los;


                                             6
•   mostrar para o professor que o Laboratório de Informática deve ser extensão de sua
      sala de aula e esta deve ser dada por ele e não por uma terceira pessoa;
  •   pesquisar e analisar os softwares educativos;
  •   ter uma visão técnica, conhecer os equipamentos e se manter informado sobre as novas
      atualizações
  •   estar constantemente receptível a situações sociais que possam ocorrer .


VIII - A Internet na escola
      O uso da Internet nas escolas está delimitado, em sua maioria na pesquisa de
informação. As pessoas esquecem que o grande potencial da Internet é a comunicação.
Entretanto, dentro de nossa visão de processo, isso é admissível. Em um primeiro momento,
usamos a Internet como ferramenta e sua característica mais marcante que é o acesso à
informação.
     Após um processo de maturação, percebemos que a Internet é mais que isso: passamos
a usá-la como uma rede comunicação. Passamos a participar de projetos e eventos
colaborativos mundiais, a participar de Listas de Discussão no qual debatemos e trocamos
experiências ea usa-la com ferramenta de expressão política e social.


IX - Conclusão
     A Informática educacional, como podemos notar, deve fazer parte do projeto político
pedagógico da escola, projeto esse que define todas as pretensões da escola em sua proposta
educacional.
     Podemos, agora, tirar algumas conclusões importantes sobre a introdução da
Informática na escola. Ela ocorre:
  •   dentro de um processo, com alguns momentos definidos;
  •   quando existe a figura do coordenador de informática que articula e gerencia o
      processo, de modo a buscar os recursos necessários e mobilizar os professores.
  •   quando essa introdução está engajada num projeto pedagógico, com o apoio da direção
      que oferece os recursos necessários.


Referências Bibliográficas

BORBA, Marcelo C. e PENTEADO, Miriam Godoy - Informática e Educação Matemática
- coleção tendências em Educação Matemática - Autêntica, Belo Horizonte - 2001
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São
Paulo: Loyola, 1993.
FLORES, Angelita Marçal - A Informática na Educação: Uma Perspectiva Pedagógica –
monografia- Universidade do Sul de Santa Catarina 1996 -
http://www.hipernet.ufsc.br/foruns/aprender/docs/monogr.htm (nov/2002)


                                            7
FRÓES,Jorge R. M.Educação e Informática: A Relação Homem/Máquina e a Questão da
Cognição - http://www.proinfo.gov.br/biblioteca/textos/txtie4doc.pdf
GALLO, Sílvio (1994). Educação e Interdisciplinaridade; Impulso, vol. 7, nº
16. Piracicaba: Ed. Unimep, p. 157-163.
GOUVÊA, Sylvia Figueiredo-Os caminhos do professor na Era da Tecnologia - Acesso
Revista de Educação e Informática, Ano 9 - número 13 - abril 1999.
HEINECK, Dulce Teresinha - A Interdisciplinaridade no processo ensino-aprendizagem -
http://www.unescnet.br/pedagogia/direito9.htm ( nov/2002)
JONASSEN, D. (1996), "Using Mindtools to Develop Critical Thinking and Foster
Collaborationin Schools - Columbus
KERCKHOVE, D.A Pele da Cultura. Lisboa: Relógio d’Água, 1997.
LÉVY, Pierre - A inteligência Coletiva - por uma antropologia do ciberespaço - Edições
Loyola, São Paulo , 1998.
LÉVY, Pierre.- As Tecnologias da Inteligência. Editora 34, Nova Fronteira, RJ, 1994.
MARÇAL FLORES, Angelita -monografia: A Informática na Educação: Uma Perspectiva
Pedagógica. Universidade do Sul de Santa Catarina - 1996
http://www.hipernet.ufsc.br/foruns/aprender/docs/monogr.htm
PENTEADO, Miriam - BORBA, Marcelo C. - A Informática em ação - Formação de
professores , pesquisa e extensão - Editora Olho d´Água, 2000 , p 29.
SANTOS VIEIRA , Fábia Magali - Gerência da Informática Educativa: segundo um
pensamento sistêmico - http://www.connect.com.br/~ntemg7/gerinfo.htm (nov/2002)
VALENTE, José Armando. "Informática na educação: a prática e a formação do
professor". In: Anais do IX ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino),
Águas de Lindóia,1998p. 1-1


* Professor José Junio Lopes
Mestre Ensino de Ciência (Modalidade Física) USP - Universidade de São Paulo.
Atualmente trabalho na implantação do grupo de EAD e do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como
apoio ao ensino presencial na Universidade Ibirapuera - São Paulo.




                                                 8
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
                              "CAMPUS" DE RIO CLARO
                INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS
                   Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática




A INTRODUÇÃO DA INFORMÁTICA
   NO AMBIENTE ESCOLAR




                                                      José Junio Lopes




    Disciplina: Tendências em Educação Matemática
              Prof. Dr. Marcelo C. Borba
                  Dezembro, 2002.

                          9

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O uso do Computador na Educação a Informatica Educativa
O uso do Computador na Educação a Informatica EducativaO uso do Computador na Educação a Informatica Educativa
O uso do Computador na Educação a Informatica EducativaRichard Reinaldo
 
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo  tecnologia e praticas educativasO tecnófilo  tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo tecnologia e praticas educativashelvecioalex
 
São João do Polêsine - Kelly Perlin Cassol
São João do Polêsine - Kelly Perlin CassolSão João do Polêsine - Kelly Perlin Cassol
São João do Polêsine - Kelly Perlin CassolCursoTICs
 
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03Alelis Gomes
 
2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao
2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao
2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacaoelaniasf
 
Novas Tecnologias no Ensino da Matemática
Novas Tecnologias no Ensino da MatemáticaNovas Tecnologias no Ensino da Matemática
Novas Tecnologias no Ensino da MatemáticaMoratinha
 
A importância do computador na educação
A importância do computador na educaçãoA importância do computador na educação
A importância do computador na educaçãoAdanildo Fio
 
Apresentaçao linux
Apresentaçao linuxApresentaçao linux
Apresentaçao linuxivonebo
 
Restinga Sêca - Naila Cohen Pomnitz
Restinga Sêca - Naila Cohen PomnitzRestinga Sêca - Naila Cohen Pomnitz
Restinga Sêca - Naila Cohen PomnitzCursoTICs
 
Inf. Pedagógica - Prof. Lis
Inf. Pedagógica - Prof. LisInf. Pedagógica - Prof. Lis
Inf. Pedagógica - Prof. LisCarmina Monteiro
 

Mais procurados (13)

Artigo
ArtigoArtigo
Artigo
 
O uso do Computador na Educação a Informatica Educativa
O uso do Computador na Educação a Informatica EducativaO uso do Computador na Educação a Informatica Educativa
O uso do Computador na Educação a Informatica Educativa
 
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo  tecnologia e praticas educativasO tecnófilo  tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
 
São João do Polêsine - Kelly Perlin Cassol
São João do Polêsine - Kelly Perlin CassolSão João do Polêsine - Kelly Perlin Cassol
São João do Polêsine - Kelly Perlin Cassol
 
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
 
2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao
2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao
2 educacao e_novas_tecnologias_da_informacao_e_comunicacao
 
Novas Tecnologias no Ensino da Matemática
Novas Tecnologias no Ensino da MatemáticaNovas Tecnologias no Ensino da Matemática
Novas Tecnologias no Ensino da Matemática
 
Projet cetv digital
Projet cetv digitalProjet cetv digital
Projet cetv digital
 
Informática na Educação
Informática na EducaçãoInformática na Educação
Informática na Educação
 
A importância do computador na educação
A importância do computador na educaçãoA importância do computador na educação
A importância do computador na educação
 
Apresentaçao linux
Apresentaçao linuxApresentaçao linux
Apresentaçao linux
 
Restinga Sêca - Naila Cohen Pomnitz
Restinga Sêca - Naila Cohen PomnitzRestinga Sêca - Naila Cohen Pomnitz
Restinga Sêca - Naila Cohen Pomnitz
 
Inf. Pedagógica - Prof. Lis
Inf. Pedagógica - Prof. LisInf. Pedagógica - Prof. Lis
Inf. Pedagógica - Prof. Lis
 

Destaque

Presentacion teoria de sistemas omar
Presentacion teoria de sistemas omarPresentacion teoria de sistemas omar
Presentacion teoria de sistemas omaromar acuña
 
Inovar é preciso concepções de inovações em educação
Inovar é preciso  concepções de inovações em educaçãoInovar é preciso  concepções de inovações em educação
Inovar é preciso concepções de inovações em educaçãoivesmaria
 
Comunicações digitais até 2008
Comunicações digitais até 2008Comunicações digitais até 2008
Comunicações digitais até 2008Theo Gomes
 
I will always_love_you_alumn
I will always_love_you_alumnI will always_love_you_alumn
I will always_love_you_alumnlittleteacher
 
M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...
M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...
M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...infoclio.ch
 
Medidas de Tendencia Central
Medidas de Tendencia CentralMedidas de Tendencia Central
Medidas de Tendencia CentralLombardJr
 
Tortugas Marinas
Tortugas MarinasTortugas Marinas
Tortugas Marinasrolani7
 
PräSentation Projekt
PräSentation ProjektPräSentation Projekt
PräSentation ProjektTuende Kadar
 
My Personal Persona Project
My Personal Persona ProjectMy Personal Persona Project
My Personal Persona ProjectShakhanah Sallee
 
S. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.ch
S. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.chS. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.ch
S. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.chinfoclio.ch
 
Micoplasmosis
MicoplasmosisMicoplasmosis
Micoplasmosischocho125
 

Destaque (20)

Presentacion teoria de sistemas omar
Presentacion teoria de sistemas omarPresentacion teoria de sistemas omar
Presentacion teoria de sistemas omar
 
Estadística i
Estadística iEstadística i
Estadística i
 
Inovar é preciso concepções de inovações em educação
Inovar é preciso  concepções de inovações em educaçãoInovar é preciso  concepções de inovações em educação
Inovar é preciso concepções de inovações em educação
 
El análisis
El análisisEl análisis
El análisis
 
Positivismo estructural
Positivismo estructuralPositivismo estructural
Positivismo estructural
 
Comunicações digitais até 2008
Comunicações digitais até 2008Comunicações digitais até 2008
Comunicações digitais até 2008
 
I will always_love_you_alumn
I will always_love_you_alumnI will always_love_you_alumn
I will always_love_you_alumn
 
M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...
M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...
M. Iorio (Historisches Lexikon der Schweiz) - Das digitale historische Lexiko...
 
Medidas de Tendencia Central
Medidas de Tendencia CentralMedidas de Tendencia Central
Medidas de Tendencia Central
 
Tortugas Marinas
Tortugas MarinasTortugas Marinas
Tortugas Marinas
 
cuaderno-de-apuntes-cap-1-y-2
cuaderno-de-apuntes-cap-1-y-2cuaderno-de-apuntes-cap-1-y-2
cuaderno-de-apuntes-cap-1-y-2
 
San crista bal_1
San crista bal_1San crista bal_1
San crista bal_1
 
Informe segundo semestre salud
Informe segundo semestre saludInforme segundo semestre salud
Informe segundo semestre salud
 
PräSentation Projekt
PräSentation ProjektPräSentation Projekt
PräSentation Projekt
 
13
1313
13
 
My Personal Persona Project
My Personal Persona ProjectMy Personal Persona Project
My Personal Persona Project
 
S. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.ch
S. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.chS. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.ch
S. Schneider (E-Lib.ch) - Projekt Web-Portal E-Lib.ch
 
Miss simpatía
Miss simpatía Miss simpatía
Miss simpatía
 
Us Fema Winter Storm 2009
Us Fema Winter Storm 2009Us Fema Winter Storm 2009
Us Fema Winter Storm 2009
 
Micoplasmosis
MicoplasmosisMicoplasmosis
Micoplasmosis
 

Semelhante a Introdução da Informática na Educação

Uso do computador na educacao
Uso do computador na educacaoUso do computador na educacao
Uso do computador na educacaoAna Rato 46016
 
Uso do computador na Educação
Uso do computador na EducaçãoUso do computador na Educação
Uso do computador na EducaçãoAna Paula Campos
 
Uso do computador na educacao
Uso do computador na educacaoUso do computador na educacao
Uso do computador na educacao1983marlene
 
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03Alelis Gomes
 
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03Alelis Gomes
 
A importância da informática na educação 2014
A importância da informática na educação 2014A importância da informática na educação 2014
A importância da informática na educação 2014Delziene Jesus
 
informatica na educação
informatica na educaçãoinformatica na educação
informatica na educaçãoluziacras
 
A escola do século XXI: As redes sociais na educação
A escola do século XXI:  As redes sociais na educaçãoA escola do século XXI:  As redes sociais na educação
A escola do século XXI: As redes sociais na educaçãoFuncionário público
 
Tecnologia na Educação
Tecnologia na Educação Tecnologia na Educação
Tecnologia na Educação Carolinamarche
 
Artigo13 nubia-alberto
Artigo13 nubia-albertoArtigo13 nubia-alberto
Artigo13 nubia-albertoibusy
 
Um novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informática
Um novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informáticaUm novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informática
Um novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informáticaLaura Valle
 
A informática educativa
A informática educativaA informática educativa
A informática educativakellyadamsj
 
Comunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaComunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaVanessa Bartoski
 
A tecnologia e a educação
A tecnologia e a educaçãoA tecnologia e a educação
A tecnologia e a educaçãoSimonyr Castro
 

Semelhante a Introdução da Informática na Educação (20)

Romeu
RomeuRomeu
Romeu
 
Universidade federal de pelotas do grupo para postar
Universidade federal de pelotas  do grupo para postarUniversidade federal de pelotas  do grupo para postar
Universidade federal de pelotas do grupo para postar
 
Uso do computador na educacao
Uso do computador na educacaoUso do computador na educacao
Uso do computador na educacao
 
Uso do computador na Educação
Uso do computador na EducaçãoUso do computador na Educação
Uso do computador na Educação
 
Uso do computador na educacao
Uso do computador na educacaoUso do computador na educacao
Uso do computador na educacao
 
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
 
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03Informatica basica e tecnologias na educacao  unidade 03
Informatica basica e tecnologias na educacao unidade 03
 
A importância da informática na educação 2014
A importância da informática na educação 2014A importância da informática na educação 2014
A importância da informática na educação 2014
 
informatica na educação
informatica na educaçãoinformatica na educação
informatica na educação
 
Seminario
SeminarioSeminario
Seminario
 
Seminario
SeminarioSeminario
Seminario
 
A escola do século XXI: As redes sociais na educação
A escola do século XXI:  As redes sociais na educaçãoA escola do século XXI:  As redes sociais na educação
A escola do século XXI: As redes sociais na educação
 
Tecnologia na Educação
Tecnologia na Educação Tecnologia na Educação
Tecnologia na Educação
 
Artigo13 nubia-alberto
Artigo13 nubia-albertoArtigo13 nubia-alberto
Artigo13 nubia-alberto
 
Um novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informática
Um novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informáticaUm novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informática
Um novo mecanismo de aprendizagem: Educação pela informática
 
A informática educativa
A informática educativaA informática educativa
A informática educativa
 
Informatica educacao
Informatica educacaoInformatica educacao
Informatica educacao
 
Comunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaComunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologia
 
Seminario[1]
Seminario[1]Seminario[1]
Seminario[1]
 
A tecnologia e a educação
A tecnologia e a educaçãoA tecnologia e a educação
A tecnologia e a educação
 

Mais de SergioMarcos

Situando o uso da mídia em contextos educacionais
Situando o uso da mídia em contextos educacionaisSituando o uso da mídia em contextos educacionais
Situando o uso da mídia em contextos educacionaisSergioMarcos
 
Too3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcos
Too3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcosToo3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcos
Too3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcosSergioMarcos
 
Apresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointeApresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointeSergioMarcos
 
Apresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointeApresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointeSergioMarcos
 
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeApresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeSergioMarcos
 
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeApresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeSergioMarcos
 
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeApresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeSergioMarcos
 

Mais de SergioMarcos (12)

Atividade2
Atividade2Atividade2
Atividade2
 
Atividade2
Atividade2Atividade2
Atividade2
 
Atividade2
Atividade2Atividade2
Atividade2
 
Atividade2
Atividade2Atividade2
Atividade2
 
Atividade2
Atividade2Atividade2
Atividade2
 
Situando o uso da mídia em contextos educacionais
Situando o uso da mídia em contextos educacionaisSituando o uso da mídia em contextos educacionais
Situando o uso da mídia em contextos educacionais
 
Too3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcos
Too3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcosToo3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcos
Too3 tcc texto_informaticanoambienteescolar_sergio_marcos
 
Apresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointeApresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointe
 
Apresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointeApresentação2 unidade3atividade2power pointe
Apresentação2 unidade3atividade2power pointe
 
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeApresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
 
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeApresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
 
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointeApresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
Apresentação2 unidade 3 atividade_2_power pointe
 

Último

Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalSilvana Silva
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLaseVasconcelos1
 
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptxErivaldoLima15
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoCelianeOliveira8
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.HildegardeAngel
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 

Último (20)

Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
 
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 

Introdução da Informática na Educação

  • 1. A INTRODUÇÃO DA INFORMÁTICA NO AMBIENTE ESCOLAR *Prof. José Junio Lopes josejunio@gmail.com Resumo Este artigo se baseia na experiência da introdução da Informática em uma escola de São Paulo. Nesse enfoque, trabalharei a introdução da Informática como um processo e a importância da intervenção do coordenador de Informática na reconstrução da prática pedagógica do professor no uso da Informática na educação. I - Introdução A Informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida entre nós. Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia. Houve época em que era necessário justificar a introdução da Informática na escola. Hoje já existe consenso quanto à sua importância. Entretanto o que vem sendo questionado é da forma com que essa introdução vem ocorrendo. Com esse artigo pretendo discutir alguns pontos, de suma importância, que possam gerar uma reflexão sobre a introdução da Informática na escola, como: o ser humano e a tecnologia, Informática x currículo, o processo de introdução da Informática, a função do coordenador de Informática. II - O Ser humano e a Tecnologia Segundo FRÓES : “A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais, a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia.... Facilitando nossas ações, nos transportando, ou mesmo nos substituindo em determinadas tarefas, os recursos tecnológicos ora nos fascinam, ora nos assustam...” A Tecnologia não causa mudanças apenas no que fazemos, mas também em nosso comportamento, na forma como elaboramos conhecimentos e no nosso relacionamento com o mundo. Vivemos num mundo tecnológico, estruturamos nossa ação através da tecnologia, como relata KERCKHOVE , na Pele da Cultura “os media eletrônicos são extensões do sistema nervoso, do corpo e também da psicologia humana”. De acordo com (FRÓES) “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado,
  • 2. provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um pensar diferente.” BORBA(2001) vai um pouco mais além, quando coloca “seres-humanos-com-mídias” dizendo que “ os seres humanos são constituídos por técnicas que estendem e modificam o seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres humanos estão constantemente transformando essas técnicas.” ( p.46) Dessa mesma forma devemos entender a Informática. Ela não é uma ferramenta neutra que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo. Quando a usamos, estamos sendo modificados por ela. III - Informática x Currículo O principal objetivo, defendido hoje, ao adaptar a Informática ao currículo escolar, está na utilização do computador como instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos lecionados, além da função de preparar os alunos para uma sociedade informatizada. Entretanto esse assunto é polêmico. No começo, quando as escolas começaram a introduzir a Informática no ensino, percebeu-se, pela pouca experiência com essa tecnologia, um processo um pouco caótico. Muitas escolas introduziram em seu currículo o ensino da Informática com o pretexto da modernidade. Mas o que fazer nessa aula? E quem poderia dar essas aulas? A princípio, contrataram técnicos que tinham como missão ensinar Informática. No entanto, eram aulas descontextualizadas, com quase nenhum vínculo com as disciplinas, cujos objetivos principais eram o contato com a nova tecnologia e oferecer a formação tecnológica necessária para o futuro profissional na sociedade. Com o passar do tempo, algumas escolas, percebendo o potencial dessa ferramenta introduziram a Informática educativa, que, além de promover o contato com o computador, tinha como objetivo a utilização dessa ferramenta como instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos lecionados. Entretanto esse apoio continuava vinculado a uma disciplina de Informática, que tinha a função de oferecer os recursos necessários para que os alunos apresentassem o conteúdo de outras disciplinas. Vivemos em um mundo tecnológico, onde a Informática é uma das peças principais. Conceber a Informática como apenas uma ferramenta é ignorar sua atuação em nossas vidas. E o que se percebe?! Percebe-se que a maioria das escolas ignora essa tendência tecnológica, do qual fazemos parte; e em vez de levarem a Informática para toda a escola, colocam-na circunscrita em uma sala, presa em um horário fixo e sob a responsabilidade de um único professor. Cerceiam assim, todo o processo de desenvolvimento da escola como um todo e perdem a oportunidade de fortalecer o processo pedagógico. A globalização impõe exigência de um conhecimento holístico da realidade. E quando colocamos a Informática como disciplina, fragmentamos o conhecimento e delimitamos fronteiras, tanto de conteúdo como de prática. Segundo: GALLO- (1994) “A organização curricular das disciplinas coloca-as como realidades estanques, sem interconexão alguma, dificultando para os alunos a compreensão do conhecimento como um todo integrado, a construção de uma cosmovisão abrangente que lhes permita uma percepção totalizante da realidade.” 2
  • 3. Dentro do contexto, qual seria a função da Informática? Não seria de promover a interdisciplinaridade ou, até mesmo, a transdisciplinaridade na escola? IV - Informática e Aprendizagem JONASSEN (1996) classifica a aprendizagem em: Aprender a partir da tecnologia (learning from), em que a tecnologia apresenta o conhecimento, e o papel do aluno é receber esse conhecimento, como se ele fosse apresentado pelo próprio professor; Aprender acerca da tecnologia (learning about), em que a própria tecnologia é objeto de aprendizagem; Aprender através da tecnologia (learning by), em que o aluno aprende ensinando o computador (programando o computador através de linguagens como BASIC ou o LOGO); Aprender com a tecnologia (learning with), em que o aluno aprende usando as tecnologias como ferramentas que o apóiam no processo de reflexão e de construção do conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso a questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia, usando-a sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem. ( MARÇAL FLORES - 1996) “A Informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino/aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do indivíduo.” “As profundas e rápidas transformações, em curso no mundo contemporâneo, estão exigindo dos profissionais que atuam na escola, de um modo geral, uma revisão de suas formas de atuação.” SANTOS VIEIRA De acordo com LEVY (1994), " novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das comunicações e da Informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são capturados por uma Informática cada vez mais avançada. Para finalizar, BORBA (- 2001) que: “O acesso à Informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir de uma educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma‘alfabetização tecnológica’ . Tal alfabetização deve ser vista não como um curso de Informática, mas, sim, como um aprender a ler essa nova mídia. Assim, o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções espaciais etc. E , nesse sentido, a Informática na escola passa a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania.” V - Os Professores e a Informática Diante dessa nova situação, é importante que o professor possa refletir sobre essa nova realidade, repensar sua prática e construir novas formas de ação que permitam não só lidar, com essa nova realidade, com também construí-la. Para que isso ocorra! O professor tem 3
  • 4. que ir para o laboratório de informática dar sua aula e não deixar uma terceira pessoa fazer isso por ele. GOUVÊA “O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa se apropriar dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia, da mesma forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às nossas vistas...” Más, para o professor apropriar-se dessa tecnologia, devemos segundo FRÓES “mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o uso do Laboratório de Informática na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, mas de criar condições para que se aproprie, dentro do processo de construção de sua competência, da utilização gradativa dos referidos recursos informatizados: somente uma tal apropriação da utilização da tecnologia pelos educadores poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional.” Se um dos objetivos do uso do computador no ensino for o de ser um agente transformador, o professor deve ser capacitado para assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não um mero transmissor de informações. Mas o professor deve ser constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica. Aí entra a figura do coordenador de Informática, que está constantemente sugerindo, incentivando e mobilizando o professor. Não basta haver um laboratório equipado e software à disposição do professor; precisa haver o facilitador que gerencie o processo o pedagógico. VI - Os momentos do processo Vamos observar o processo de introdução da Informática no ambiente escolar através de vários momentos.Muitos devem estar pensando que é pretensão minha dividir esse processo em momentos. Mas o que estou tentando é pontuar alguns desses momentos; além do mais, penso que seja necessária essa visão, para podermos ter a idéia de processo que nos oriente nessa trajetória. Nesse processo podemos destacar quatro momentos, que apresentam características bem definidas. Não existe, aqui, o objetivo de delimitar cada momento, pois nós, professores, podemos vivenciar características de vários momentos, apesar de sempre um predominar. Sabemos que, nos dias de hoje, qualquer pessoa deveria, no mínimo, saber manipular um micro; infelizmente essa não é nossa realidade. Os professores atuais estudaram em uma época em que a Informática não fazia parte do dia-a-dia, e, dentre os professores que estamos formando para o futuro, pouco estão sendo preparados para mudar essa realidade. Ao introduzir-se a Informática educativa, percebe-se um primeiro momento, no qual o professor reproduz sua aula na sala de Informática. É o momento durante o qual a preocupação central é observar a ferramenta. 4
  • 5. Esse momento é muito importante e não se deve forçar o professor a uma mudança de atitude diante da potencialidade expressa pelo computador. É o momento do contato, de domínio, em que ele precisa estar seguro diante introdução da Informática. Segundo PENTEADO (2000) : “ Professores devem ser parceiros na concepção e condução das atividades com TI ( Tecnologias Informáticas) e não meros espectadores e executores de tarefas.” O importante é que o professor se sinta como uma peça participativa do processo e que a aula continua sendo dele, apesar de ser preparada, na sua forma, por um instrumento estranho ou por outra pessoa. Nesse momento ele observa a Informática como um novo instrumento, um giz diferente! E usa, com mais freqüência, os softwares educacionais existentes na praça. A mudança ocorre, quando o professor perceber que pode fazer mais do que está acostumado; é o momento em que ele começa a refletir sua prática e percebe o potencial da ferramenta. Nesse momento o professor está vulnerável as mudanças. Ele vai da defesa para a descoberta. É o momento propício para o coordenador de Informática sugerir modificação na sua prática pedagógica. Nesse segundo momento, as mudanças ocorrem mais na forma de trabalhar a aula. Agora existe uma preocupação de explorar a ferramenta, para ajudar no processo de aprendizagem. É nesse momento que surgem os softwares de autoria, os simuladores e os projetos dos alunos, mas o professor ainda não consegue transcender sua aula. A preocupação se dá ainda com o conteúdo da sua disciplina. Mas, agora, aparece um novo elemento: o descobrir leva a um desafio constante, que leva a sua preocupação para o processo de aprendizagem. O terceiro momento é marcado pela preocupação com o processo de aprendizagem e pela interdisciplinaridade, existe uma busca de alternativas para tentar reorganizar o saber, dando chance ao aluno de ter uma educação integral. Entretanto é o momento em que o professor precisa de um apoio da coordenação ou, até mesmo, da direção. É o momento em que necessita de um projeto pedagógico da Escola, a fim de trabalharem juntos. Diz Ivani Catarina Arantes FAZENDA: “A atitude interdisciplinar não está na junção de conteúdos, nem na junção de métodos; muito menos na junção de disciplinas, nem na criação de novos conteúdos produtos dessas funções; a atitude interdisciplinar está contida nas pessoas que pensam o projeto educativo. Qualquer disciplina, e não especificamente a didática ou estágio, pode ser a articuladora de um novo fazer e de um novo pensar a formação de educador.” (FAZENDA, 1993:64) É o momento em que o professor passa a usar outras tecnologias, mas, apesar de seu olhar para fora da escola, ainda continua preso a ela. Os softwares de autoria são muito trabalhados, como também a Internet.Porem, ainda do ponto de vista informativo, participa de alguns projetos colaborativos; entretanto busca trabalhar o conteúdo escolar. HEINECK propõe: “Os educadores têm que ser capazes de articular os conhecimentos para que o todo comece a ser organizado, e assim inicie-se a superação da disciplinarização, do saber imposto e distante da realidade vivida pelo educando. Uma prática interdisciplinar, certamente contribuirá para o forjamento de cidadãos conscientes de seus deveres e capazes de lutarem por seus direitos com dignidade.” O quarto momento é marcado pela transcendência além dos muros da escola, escola- bairro, escola-cidade, escola-escola e escola-mundo. É o momento da troca, da comunicação 5
  • 6. e participação comunitária. É o momento da aprendizagem cooperativa. A preocupação é o processo de aprendizagem, mas voltado para uma interação social. O conteúdo é trabalhado dentro de um contexto, a ênfase é dada à coletividade; a participação política e social , à cidadania. Como diz LEVY, a construção do conhecimento passa a ser igualmente atribuída aos grupos que interagem no espaço do saber. Ninguém tem a posse do saber,as pessoas sempre sabem algo, o que as tornam importante quando juntas, de forma a fazer uma inteligência coletiva. "É uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências." (LÉVY, 1998, p. 28) O interessante seria que a escola, como um todo, passasse por esses momentos, todavia o que se percebe hoje é que a maioria das escolas estão no segundo momento. Talvez por falta de um projeto pedagógico, do apoio de uma pessoa que exerça a função de um coordenador de Informática, ou melhor, de uma vontade política! VII - O Coordenador do Laboratório de Informática Como vimos acima, para introduzir a Informática na escola, não basta ter um laboratório equipado, professores treinados e um projeto pedagógico. A experiência mostra que sem a figura do coordenador de Informática o processo “emperra”. Mas quem é esta pessoa? E por que ela é tão importante? Peça principal do processo, ele não deve ter apenas uma formação técnica. Muitas escolas contratam técnicos pelo seu baixo custo. Esse profissional deve ter uma formação pedagógica, uma experiência de sala de aula. Não necessita ser um pedagogo, mas que tenha um envolvimento com o processo pedagógico. Deve ser capaz de fazer uma ponte entre o potencial da ferramenta (software educativos) com os conceitos a serem desenvolvidos. O coordenador não é apenas um facilitador, mas o coordenador do processo, ele deve perceber que o momento de mudar de etapas e de propiciar recurso necessários para impulsionaras engrenagens do processo, como por exemplo: a formação de professores e recursos necessários, como softwares. O coordenador de Informática dever estar atento e envolvido com o planejamento curricular de todas as disciplinas, para poder sugerir atividades pedagógicas, envolvendo a Informática. Entretanto, sem apoio da coordenação ou da direção, não terá força para executar os projetos sugeridos. Em resumo, o coordenador de Informática deve: • ter uma visão abrangente dos conteúdos disciplinares e estar atento aos projetos pedagógicos das diversas áreas, verificando sua contribuição; • conhecer o projeto pedagógico da escola; • ter uma experiência de sala de aula e conhecimento de várias abordagens de aprendizagem; • ter a visão geral do processo e estar receptível para as devidas interferências nele; • perceber as dificuldades e o potencial do professores, para poder instiga-los e ajuda- los; 6
  • 7. mostrar para o professor que o Laboratório de Informática deve ser extensão de sua sala de aula e esta deve ser dada por ele e não por uma terceira pessoa; • pesquisar e analisar os softwares educativos; • ter uma visão técnica, conhecer os equipamentos e se manter informado sobre as novas atualizações • estar constantemente receptível a situações sociais que possam ocorrer . VIII - A Internet na escola O uso da Internet nas escolas está delimitado, em sua maioria na pesquisa de informação. As pessoas esquecem que o grande potencial da Internet é a comunicação. Entretanto, dentro de nossa visão de processo, isso é admissível. Em um primeiro momento, usamos a Internet como ferramenta e sua característica mais marcante que é o acesso à informação. Após um processo de maturação, percebemos que a Internet é mais que isso: passamos a usá-la como uma rede comunicação. Passamos a participar de projetos e eventos colaborativos mundiais, a participar de Listas de Discussão no qual debatemos e trocamos experiências ea usa-la com ferramenta de expressão política e social. IX - Conclusão A Informática educacional, como podemos notar, deve fazer parte do projeto político pedagógico da escola, projeto esse que define todas as pretensões da escola em sua proposta educacional. Podemos, agora, tirar algumas conclusões importantes sobre a introdução da Informática na escola. Ela ocorre: • dentro de um processo, com alguns momentos definidos; • quando existe a figura do coordenador de informática que articula e gerencia o processo, de modo a buscar os recursos necessários e mobilizar os professores. • quando essa introdução está engajada num projeto pedagógico, com o apoio da direção que oferece os recursos necessários. Referências Bibliográficas BORBA, Marcelo C. e PENTEADO, Miriam Godoy - Informática e Educação Matemática - coleção tendências em Educação Matemática - Autêntica, Belo Horizonte - 2001 FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1993. FLORES, Angelita Marçal - A Informática na Educação: Uma Perspectiva Pedagógica – monografia- Universidade do Sul de Santa Catarina 1996 - http://www.hipernet.ufsc.br/foruns/aprender/docs/monogr.htm (nov/2002) 7
  • 8. FRÓES,Jorge R. M.Educação e Informática: A Relação Homem/Máquina e a Questão da Cognição - http://www.proinfo.gov.br/biblioteca/textos/txtie4doc.pdf GALLO, Sílvio (1994). Educação e Interdisciplinaridade; Impulso, vol. 7, nº 16. Piracicaba: Ed. Unimep, p. 157-163. GOUVÊA, Sylvia Figueiredo-Os caminhos do professor na Era da Tecnologia - Acesso Revista de Educação e Informática, Ano 9 - número 13 - abril 1999. HEINECK, Dulce Teresinha - A Interdisciplinaridade no processo ensino-aprendizagem - http://www.unescnet.br/pedagogia/direito9.htm ( nov/2002) JONASSEN, D. (1996), "Using Mindtools to Develop Critical Thinking and Foster Collaborationin Schools - Columbus KERCKHOVE, D.A Pele da Cultura. Lisboa: Relógio d’Água, 1997. LÉVY, Pierre - A inteligência Coletiva - por uma antropologia do ciberespaço - Edições Loyola, São Paulo , 1998. LÉVY, Pierre.- As Tecnologias da Inteligência. Editora 34, Nova Fronteira, RJ, 1994. MARÇAL FLORES, Angelita -monografia: A Informática na Educação: Uma Perspectiva Pedagógica. Universidade do Sul de Santa Catarina - 1996 http://www.hipernet.ufsc.br/foruns/aprender/docs/monogr.htm PENTEADO, Miriam - BORBA, Marcelo C. - A Informática em ação - Formação de professores , pesquisa e extensão - Editora Olho d´Água, 2000 , p 29. SANTOS VIEIRA , Fábia Magali - Gerência da Informática Educativa: segundo um pensamento sistêmico - http://www.connect.com.br/~ntemg7/gerinfo.htm (nov/2002) VALENTE, José Armando. "Informática na educação: a prática e a formação do professor". In: Anais do IX ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino), Águas de Lindóia,1998p. 1-1 * Professor José Junio Lopes Mestre Ensino de Ciência (Modalidade Física) USP - Universidade de São Paulo. Atualmente trabalho na implantação do grupo de EAD e do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como apoio ao ensino presencial na Universidade Ibirapuera - São Paulo. 8
  • 9. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "CAMPUS" DE RIO CLARO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática A INTRODUÇÃO DA INFORMÁTICA NO AMBIENTE ESCOLAR José Junio Lopes Disciplina: Tendências em Educação Matemática Prof. Dr. Marcelo C. Borba Dezembro, 2002. 9