SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Pós-graduação de Enfermagem
                        Perioperatória




ALERGIA NÃO
REGISTADA OU
NÃO                          Catarina dos Santos
VALORIZADA                   Joel Santos
                             Maria da Paz Correia
IMPLICAÇÕES                  Sandra Melo
                             Tânia Gomes
PARA A GESTÃO
DO RISCO                     Junho de 2011
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO


          Definições e conceitos
          Caso clínico
          Implicações no registo
          Implicações na gestão do risco
          Conclusão
          Referências Bibliográficas
DEFINIÇÕES E CONCEITOS


   Segurança do doente
       A Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ)
        seleccionou como definição de práticas seguras para o doente,
        todos os processos ou estruturas cuja aplicação reduz a
        probabilidade de Eventos Adversos decorrentes da exposição
        ao sistema de cuidados de saúde, a toda uma gama de
        doenças e procedimentos (tradução do autor, USA. University
        of California at San Francisco, 2001).
DEFINIÇÕES E CONCEITOS

                                                        Evento adverso = indicador negativo de
                                                         qualidade (MITCHELL, 2008)


                                                             qualquer ocorrência negativa
                                                              ocorrida para além da nossa
                                                              vontade e como consequência do
                                                              tratamento, mas não da doença
                                                              que lhe deu origem, causando
                                                              algum tipo de dano, desde uma
  Imagem adaptada de crescer e educar.blogspot.com
                                                              simples perturbação de fluxo de
                                                              trabalho clínico a um dano
                                                              permanente ou mesmo a morte
                                                              (FRAGATA, 2006)
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
   Reacção adversa medicamentosa
      Reacção prejudicial ou desagradável, resultante de uma intervenção relacionada
       com o uso de um medicamento, que permite prever o perigo da futura
       administração e requer a prevenção, tratamento específico, a alteração da dose,
       ou a retirada do produto (EDWARDS I. R. , ARONSON J. K.; 2000).

•   Reacções alérgicas
      Reacções adversas medicamentosas não decorrentes de propriedades
       toxicológicas conhecidas do fármaco, mas que resultam de reacções
       imunológicas ao mesmo ou aos seus metabólitos (Adkinson citado por NAGAO-
       DIAS et al, 2004)

•   Evento adverso medicamentoso
      Esta categoria diz respeito a todos os eventos relacionados com a utilização de
       fármacos, que podem estar relacionados com a prescrição ou administração dos
       mesmos. (segundo a OCDE é um Evento sentinela)
DEFINIÇÕES E CONCEITOS

   História clínica
     detalhada
                                    Testes
                                   cutâneos




       Testes           Testes
    laboratoriais     provocação



                         1/3 das Reacções adversas medicamentosas
DEFINIÇÕES E CONCEITOS

   Consequências de reacções adversas medicamentosas:
       Mais de 15% dos doentes com prolongamento do
        internamento

       ↓ qualidade de vida

       ↑ tempo de tratamento

       ↑ utilização desnecessária de recursos (ex: MCDT’s)

       Morte


                                                    MIRAKIAN, et al.; 2008
CASO CLÍNICO
      Sr.ª D. Felismina
      Género feminino
      Cabeleireira                                            Nolotil

      57 anos
      Lombalgias
      Alérgica ao Metamizol Magnésio
      Tolerância ao tramadol + metoclopramida
      Registo informático da anamnese
      Transferência do Atendimento permanente para o Quarto
      Actualização do registo informático de alergia
      Alteração da prescrição médica – Metamizol Magnésio
      Identificação de erro na prescrição
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS



   Graves - Morte inesperada

       Major – Perda de função major permanente
            Moderadas - Redução permanente do funcionamento corporal

                 Minor - Necessidade de maior nível de cuidados




                                                         Severity assessment code
                  AUSTRALIA. NEW SOUTH WALES DEPARTMENT OF HEALTH , 2005
CAUSAS APONTADAS PARA O NÃO
REPORTE/VALORIZAÇÃO DA ALERGIA

•   Comunicação (verbal e escrita);
     •   Falha inicial no registo da alergia
     •   Comunicação na equipa multidisciplinar
     •   Comunicação profissional de saúde - doente

•   Politicas, procedimentos e guidelines;
     •   Existência de Comissão de Gestão de Risco
     •   Processos de Acreditação/Certificação

•   Conhecimentos e competência;
     •   Doente capacitado e desperto para a prevenção? Para os doentes a segurança não é referida
         como um aspecto considerado importante para a qualidade (FRAGATA, 2006)
     •   Falta e falha de conhecimento
CAUSAS APONTADAS PARA O NÃO
REPORTE/VALORIZAÇÃO DA ALERGIA



•   Ambiente e organização do                   •   Factores relacionados com o
    trabalho;                                       doente;
     •   Lapsos , violações, enganos (exemplo       •   Status neurológico/psiocológico
         interrupções constantes)                   •   Status sociocultural
     •   Sobrecarga de trabalho                     •   Idade
     •   Emoções e afectos                          •   Co-morbilidades

•   Mecanismos de segurança;                    •   Equipamentos.
     •   Inexistência de sistema de alerta          •   Falhas no sistema informático
IMPLICAÇÕES NO REGISTO

   Informação a ter em consideração
    para o reporte de suspeita de
    alergia medicamentosa:
                                               Qual o efeito da suspensão do
        Detalhes da reacção                    medicamento?
        Sequência e duração dos sinais e      Descrição do doente, família e
         sintomas                               médico
        Tratamento instituido                 Fotografia?
        Resultados                            Co-morbilidades
        É a 1ª administração do               Lista de toda a medicação
         medicamento “suspeito”?                concomitante (incluindo terapias
                                                alternativas e medicamentos de
        Tempo de administração do
                                                venda livre)
         medicamento antes do
         aparecimento de sintomas              História prévia
        Quando suspendeu o medicamento?       Outras reacções adversas
                                                medicamentosas/alergias


                                                                       MIRAKIAN, 2009
IMPLICAÇÕES NA GESTÃO DO RISCO


   “Empowerment” do doente
       Responsabilidade na prevenção
       Uso de pulseira/cartão de alergia com a causa da
        reacção
            Situações urgentes/emergentes!
       Evitar medicamentos de venda livre em que os
        componentes não são claros
EXEMPLO DE CARTÃO


       Hospital X



                Felismina
               30/05/2011                57




     Alergia a Nolotil
     Boa tolerância a Tramadol




       Episódios de alergia anteriores
IMPLICAÇÕES NA GESTÃO DO RISCO


   Intervenções possíveis
       Processo clínico informatizado universal e uniformizado
       Sistemas de alertas informatizado (aviso na prescrição)
       Segurança do doente como critério obrigatório para
        certificação e acreditação das unidades de saúde
       Sistema de reporte de eventos adversos universal e
        padronizado
CONCLUSÃO
                        Prevenção de
                            erros




     Envolvimento
                      Sistema de
          dos
     profissionais,
                       prestação       Aprendizagem
      doentes e
        gestão
                      de cuidados        contínua


                        seguro


                         Cultura de
                         segurança
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

   AUSTRALIA. NEW SOUTH WALES DEPARTMENT OF HEALTH – First report on incident management in the NSW public health system
    2003–2004 : Patient Safety and Clinical Quality Program. [Em linha]. North Sydney : New South Wales Department of Health, 2005a.
    [Consult.25-05-2011]. Disponível em http://www.health.nsw.gov.au/pubs/2005/pdf/incident_mgmt.pdf.

   AUSTRALIA. NEW SOUTH WALES DEPARTMENT OF HEALTH – Severity Assessment Code (SAC). [Em linha]. North Sydney : New South
    Wales Department of Health, 2005b. [Consult. 27-05-2011]. Disponível em http://www.health.nsw.gov.au/pubs/2005/pdf/sac_matrix.pdf.

   EDWARDS I. R. , ARONSON J. K. - Adverse drug reactions: definitions, diagnosis, and management. [em linha]. Lancet 356:9237 (2000)
    1255–1259. [consult. 25-05-2011] Disponível em http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(00)02799-9/fulltext.

   FARIA, P. L. – Patients rights – myth or reality? An opinion from the portuguese perspective. Hospital-official Journal of the European
    Association of Hospital Managers. 4:3 (2002) 20-21.
   FRAGATA, J. – Risco Clínico. Complexidade e Performance. (2006) Coimbra: Almedina.

   MIRAKIAN, et al. - BSACI guidelines for the management of drug allergy. [em linha] Clinical and Experimental Allergy. 39 (2009) 43–61.
    [consult. 27-05-2011] Disponível em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2222.2008.03155.x/pdf.

   MITCHELL, P. H. – Defining patient safety and quality care. In HUGHES, R.G., ed. lit. - Patient safety and quality: an evidence-based
    handbook for nurses. [Em linha]. Rockville, MD : Agency for Healthcare Research and Quality. U.S. Department of Health and Human
    Services, 2008. [Consult. 25-05-2009]. Disponível em http://www.ahrq.gov/QUAL/nurseshdbk/nurseshdbk.pdf.

   NAGÃO-DIAS, A. T. et al. – Reacções alérgicas a medicamentos. [Em linha]. Jornal de Pediatria. 80 : 4 (2004) 259-266. [Consult. 25-05-
    2011] Disponível em http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n4/v80n4a04.pdf.

   USA. UNIVERSITY OF CALIFORNIA AT SAN FRANCISCO. STANFORD UNIVERSITY EVIDENCE-BASED PRACTICE CENTER - Making health
    care safer : a critical analysis of patient safety practices. [Em linha]. Rockville, MD : Agency for Healthcare Research and Quality. U.S.
    Department of Health & Human Services, 2001. [Consult. 25-05-2009]. Disponível em http://www.ahrq.gov/CLINIC/PTSAFETY/.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Módulo i versão 2 0 final_signed_sg
Módulo i versão 2 0 final_signed_sgMódulo i versão 2 0 final_signed_sg
Módulo i versão 2 0 final_signed_sgDiego GOmes
 
Aula de eventos adversos aspectos introdutorios
Aula de eventos adversos   aspectos introdutoriosAula de eventos adversos   aspectos introdutorios
Aula de eventos adversos aspectos introdutoriosProqualis
 
Protocolo identificaçao do paciente 2021
Protocolo identificaçao do paciente 2021Protocolo identificaçao do paciente 2021
Protocolo identificaçao do paciente 2021UPA Fortaleza
 
10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente07082001
 
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)RAYANE DORNELAS
 
Identificar os pacientes corretamente
Identificar os pacientes corretamenteIdentificar os pacientes corretamente
Identificar os pacientes corretamenteProqualis
 
Erros de Medicação - Marcelo Polacow
Erros de Medicação - Marcelo PolacowErros de Medicação - Marcelo Polacow
Erros de Medicação - Marcelo PolacowMarcelo Polacow Bisson
 
Segurança do Paciente/Doente, o que é?
Segurança do Paciente/Doente, o que é?Segurança do Paciente/Doente, o que é?
Segurança do Paciente/Doente, o que é?Proqualis
 
Disclosure (Abertura de Informação)
Disclosure  (Abertura de Informação)Disclosure  (Abertura de Informação)
Disclosure (Abertura de Informação)Proqualis
 
Farmacovigilância básica
Farmacovigilância básicaFarmacovigilância básica
Farmacovigilância básicaCarlos Collares
 
FARMACOVIGILANCIA HOSPITALAR
FARMACOVIGILANCIA HOSPITALARFARMACOVIGILANCIA HOSPITALAR
FARMACOVIGILANCIA HOSPITALARRoberto Taffarel
 
Farmacologia Clínica dos MIPS
Farmacologia Clínica dos MIPSFarmacologia Clínica dos MIPS
Farmacologia Clínica dos MIPSTiago Sampaio
 
Acompanhamento farmacoterapeutico como começar! dr. rinaldo ferreira
Acompanhamento farmacoterapeutico   como começar! dr. rinaldo ferreiraAcompanhamento farmacoterapeutico   como começar! dr. rinaldo ferreira
Acompanhamento farmacoterapeutico como começar! dr. rinaldo ferreiraRinaldo Ferreira
 
Farmacêutico Na UTI
Farmacêutico Na UTIFarmacêutico Na UTI
Farmacêutico Na UTIsbrassica
 
Investigação de Farmacovigilância
Investigação de Farmacovigilância Investigação de Farmacovigilância
Investigação de Farmacovigilância Oncoguia
 
7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária
7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária
7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitáriaCassyano Correr
 

Mais procurados (18)

Módulo i versão 2 0 final_signed_sg
Módulo i versão 2 0 final_signed_sgMódulo i versão 2 0 final_signed_sg
Módulo i versão 2 0 final_signed_sg
 
Isonia Timm Muller
Isonia Timm MullerIsonia Timm Muller
Isonia Timm Muller
 
Aula de eventos adversos aspectos introdutorios
Aula de eventos adversos   aspectos introdutoriosAula de eventos adversos   aspectos introdutorios
Aula de eventos adversos aspectos introdutorios
 
Protocolo identificaçao do paciente 2021
Protocolo identificaçao do paciente 2021Protocolo identificaçao do paciente 2021
Protocolo identificaçao do paciente 2021
 
10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente10 passos seguranca_paciente
10 passos seguranca_paciente
 
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)
 
Identificar os pacientes corretamente
Identificar os pacientes corretamenteIdentificar os pacientes corretamente
Identificar os pacientes corretamente
 
Erros de Medicação - Marcelo Polacow
Erros de Medicação - Marcelo PolacowErros de Medicação - Marcelo Polacow
Erros de Medicação - Marcelo Polacow
 
Segurança do Paciente/Doente, o que é?
Segurança do Paciente/Doente, o que é?Segurança do Paciente/Doente, o que é?
Segurança do Paciente/Doente, o que é?
 
Mip
MipMip
Mip
 
Disclosure (Abertura de Informação)
Disclosure  (Abertura de Informação)Disclosure  (Abertura de Informação)
Disclosure (Abertura de Informação)
 
Farmacovigilância básica
Farmacovigilância básicaFarmacovigilância básica
Farmacovigilância básica
 
FARMACOVIGILANCIA HOSPITALAR
FARMACOVIGILANCIA HOSPITALARFARMACOVIGILANCIA HOSPITALAR
FARMACOVIGILANCIA HOSPITALAR
 
Farmacologia Clínica dos MIPS
Farmacologia Clínica dos MIPSFarmacologia Clínica dos MIPS
Farmacologia Clínica dos MIPS
 
Acompanhamento farmacoterapeutico como começar! dr. rinaldo ferreira
Acompanhamento farmacoterapeutico   como começar! dr. rinaldo ferreiraAcompanhamento farmacoterapeutico   como começar! dr. rinaldo ferreira
Acompanhamento farmacoterapeutico como começar! dr. rinaldo ferreira
 
Farmacêutico Na UTI
Farmacêutico Na UTIFarmacêutico Na UTI
Farmacêutico Na UTI
 
Investigação de Farmacovigilância
Investigação de Farmacovigilância Investigação de Farmacovigilância
Investigação de Farmacovigilância
 
7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária
7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária
7 passos para a implementação de serviços farmacêuticos na farmácia comunitária
 

Semelhante a Alergia não registada ou não valorizada

Aula 3 programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...
Aula 3   programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...Aula 3   programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...
Aula 3 programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...Milena de Oliveira Matos Carvalho
 
Eventos Adversos a Medicamentos-aula (1).ppt
Eventos Adversos a Medicamentos-aula (1).pptEventos Adversos a Medicamentos-aula (1).ppt
Eventos Adversos a Medicamentos-aula (1).pptanaadreis
 
Saúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e Ambiental
Saúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e AmbientalSaúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e Ambiental
Saúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e AmbientalEduardo Myung
 
praticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdf
praticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdfpraticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdf
praticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdfMarcioCruz62
 
Praticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptx
Praticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptxPraticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptx
Praticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptxNayara921526
 
Epidemiologia -Prevenção quaternária
Epidemiologia -Prevenção quaternáriaEpidemiologia -Prevenção quaternária
Epidemiologia -Prevenção quaternáriaVinicius Moreira
 
2014 04 04 gestão careconsulting
2014 04 04 gestão careconsulting2014 04 04 gestão careconsulting
2014 04 04 gestão careconsultingWagner Louzada
 
Aula 20 acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...
Aula 20   acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...Aula 20   acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...
Aula 20 acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...Isabela Ribeiro
 
Prevenção, chance e causalidade
Prevenção, chance e causalidadePrevenção, chance e causalidade
Prevenção, chance e causalidadeRicardo Alexandre
 
Estrategias de Prevencao e Rastreamennto
Estrategias de Prevencao e RastreamenntoEstrategias de Prevencao e Rastreamennto
Estrategias de Prevencao e RastreamenntoSimone Almeida
 
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia Eli Paula
 
Aula 8 prevenção, chance e causalidade
Aula 8   prevenção, chance e causalidadeAula 8   prevenção, chance e causalidade
Aula 8 prevenção, chance e causalidadeRicardo Alexandre
 
4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...
4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...
4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...farmaefarma
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do pacienteHIAGO SANTOS
 

Semelhante a Alergia não registada ou não valorizada (20)

Iatrogenia
IatrogeniaIatrogenia
Iatrogenia
 
Aula 3 programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...
Aula 3   programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...Aula 3   programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...
Aula 3 programa de segurança do paciente - qualidade em saúde e indicadores...
 
Eventos Adversos a Medicamentos-aula (1).ppt
Eventos Adversos a Medicamentos-aula (1).pptEventos Adversos a Medicamentos-aula (1).ppt
Eventos Adversos a Medicamentos-aula (1).ppt
 
Contra indicações
Contra      indicaçõesContra      indicações
Contra indicações
 
Prevenção Quaternária - Sobrediagnóstico
Prevenção Quaternária - SobrediagnósticoPrevenção Quaternária - Sobrediagnóstico
Prevenção Quaternária - Sobrediagnóstico
 
Saúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e Ambiental
Saúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e AmbientalSaúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e Ambiental
Saúde Baseada em Evidências na Saúde do Trabalhador e Ambiental
 
praticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdf
praticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdfpraticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdf
praticas-seguras-na-dispensacao-de-medicamentos-230630180632-43dcaa83.pdf
 
Praticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptx
Praticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptxPraticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptx
Praticas-Seguras-na-Dispensacao-de-Medicamentos.pptx
 
Epidemiologia -Prevenção quaternária
Epidemiologia -Prevenção quaternáriaEpidemiologia -Prevenção quaternária
Epidemiologia -Prevenção quaternária
 
PRM caso clinico.pdf
PRM caso clinico.pdfPRM caso clinico.pdf
PRM caso clinico.pdf
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
2014 04 04 gestão careconsulting
2014 04 04 gestão careconsulting2014 04 04 gestão careconsulting
2014 04 04 gestão careconsulting
 
Aula 20 acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...
Aula 20   acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...Aula 20   acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...
Aula 20 acidentes e complicações da anestesia local 21092013 [compatibility...
 
Prevenção, chance e causalidade
Prevenção, chance e causalidadePrevenção, chance e causalidade
Prevenção, chance e causalidade
 
Estrategias de Prevencao e Rastreamennto
Estrategias de Prevencao e RastreamenntoEstrategias de Prevencao e Rastreamennto
Estrategias de Prevencao e Rastreamennto
 
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
 
Aula 8 prevenção, chance e causalidade
Aula 8   prevenção, chance e causalidadeAula 8   prevenção, chance e causalidade
Aula 8 prevenção, chance e causalidade
 
4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...
4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...
4° Encontro de Lideranças Farmacêuticas - Dr. Cassyano Correr - O que é Trans...
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do paciente
 
segurança do paciente
segurança do paciente segurança do paciente
segurança do paciente
 

Alergia não registada ou não valorizada

  • 1. Pós-graduação de Enfermagem Perioperatória ALERGIA NÃO REGISTADA OU NÃO Catarina dos Santos VALORIZADA Joel Santos Maria da Paz Correia IMPLICAÇÕES Sandra Melo Tânia Gomes PARA A GESTÃO DO RISCO Junho de 2011
  • 2. ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO  Definições e conceitos  Caso clínico  Implicações no registo  Implicações na gestão do risco  Conclusão  Referências Bibliográficas
  • 3. DEFINIÇÕES E CONCEITOS  Segurança do doente  A Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) seleccionou como definição de práticas seguras para o doente, todos os processos ou estruturas cuja aplicação reduz a probabilidade de Eventos Adversos decorrentes da exposição ao sistema de cuidados de saúde, a toda uma gama de doenças e procedimentos (tradução do autor, USA. University of California at San Francisco, 2001).
  • 4. DEFINIÇÕES E CONCEITOS  Evento adverso = indicador negativo de qualidade (MITCHELL, 2008)  qualquer ocorrência negativa ocorrida para além da nossa vontade e como consequência do tratamento, mas não da doença que lhe deu origem, causando algum tipo de dano, desde uma Imagem adaptada de crescer e educar.blogspot.com simples perturbação de fluxo de trabalho clínico a um dano permanente ou mesmo a morte (FRAGATA, 2006)
  • 5. DEFINIÇÕES E CONCEITOS  Reacção adversa medicamentosa  Reacção prejudicial ou desagradável, resultante de uma intervenção relacionada com o uso de um medicamento, que permite prever o perigo da futura administração e requer a prevenção, tratamento específico, a alteração da dose, ou a retirada do produto (EDWARDS I. R. , ARONSON J. K.; 2000). • Reacções alérgicas  Reacções adversas medicamentosas não decorrentes de propriedades toxicológicas conhecidas do fármaco, mas que resultam de reacções imunológicas ao mesmo ou aos seus metabólitos (Adkinson citado por NAGAO- DIAS et al, 2004) • Evento adverso medicamentoso  Esta categoria diz respeito a todos os eventos relacionados com a utilização de fármacos, que podem estar relacionados com a prescrição ou administração dos mesmos. (segundo a OCDE é um Evento sentinela)
  • 6. DEFINIÇÕES E CONCEITOS História clínica detalhada Testes cutâneos Testes Testes laboratoriais provocação 1/3 das Reacções adversas medicamentosas
  • 7. DEFINIÇÕES E CONCEITOS  Consequências de reacções adversas medicamentosas:  Mais de 15% dos doentes com prolongamento do internamento  ↓ qualidade de vida  ↑ tempo de tratamento  ↑ utilização desnecessária de recursos (ex: MCDT’s)  Morte MIRAKIAN, et al.; 2008
  • 8. CASO CLÍNICO  Sr.ª D. Felismina  Género feminino  Cabeleireira Nolotil  57 anos  Lombalgias  Alérgica ao Metamizol Magnésio  Tolerância ao tramadol + metoclopramida  Registo informático da anamnese  Transferência do Atendimento permanente para o Quarto  Actualização do registo informático de alergia  Alteração da prescrição médica – Metamizol Magnésio  Identificação de erro na prescrição
  • 9. CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS  Graves - Morte inesperada  Major – Perda de função major permanente  Moderadas - Redução permanente do funcionamento corporal  Minor - Necessidade de maior nível de cuidados Severity assessment code AUSTRALIA. NEW SOUTH WALES DEPARTMENT OF HEALTH , 2005
  • 10. CAUSAS APONTADAS PARA O NÃO REPORTE/VALORIZAÇÃO DA ALERGIA • Comunicação (verbal e escrita); • Falha inicial no registo da alergia • Comunicação na equipa multidisciplinar • Comunicação profissional de saúde - doente • Politicas, procedimentos e guidelines; • Existência de Comissão de Gestão de Risco • Processos de Acreditação/Certificação • Conhecimentos e competência; • Doente capacitado e desperto para a prevenção? Para os doentes a segurança não é referida como um aspecto considerado importante para a qualidade (FRAGATA, 2006) • Falta e falha de conhecimento
  • 11. CAUSAS APONTADAS PARA O NÃO REPORTE/VALORIZAÇÃO DA ALERGIA • Ambiente e organização do • Factores relacionados com o trabalho; doente; • Lapsos , violações, enganos (exemplo • Status neurológico/psiocológico interrupções constantes) • Status sociocultural • Sobrecarga de trabalho • Idade • Emoções e afectos • Co-morbilidades • Mecanismos de segurança; • Equipamentos. • Inexistência de sistema de alerta • Falhas no sistema informático
  • 12. IMPLICAÇÕES NO REGISTO  Informação a ter em consideração para o reporte de suspeita de alergia medicamentosa:  Qual o efeito da suspensão do  Detalhes da reacção medicamento?  Sequência e duração dos sinais e  Descrição do doente, família e sintomas médico  Tratamento instituido  Fotografia?  Resultados  Co-morbilidades  É a 1ª administração do  Lista de toda a medicação medicamento “suspeito”? concomitante (incluindo terapias alternativas e medicamentos de  Tempo de administração do venda livre) medicamento antes do aparecimento de sintomas  História prévia  Quando suspendeu o medicamento?  Outras reacções adversas medicamentosas/alergias MIRAKIAN, 2009
  • 13. IMPLICAÇÕES NA GESTÃO DO RISCO  “Empowerment” do doente  Responsabilidade na prevenção  Uso de pulseira/cartão de alergia com a causa da reacção  Situações urgentes/emergentes!  Evitar medicamentos de venda livre em que os componentes não são claros
  • 14. EXEMPLO DE CARTÃO Hospital X Felismina 30/05/2011 57 Alergia a Nolotil Boa tolerância a Tramadol Episódios de alergia anteriores
  • 15. IMPLICAÇÕES NA GESTÃO DO RISCO  Intervenções possíveis  Processo clínico informatizado universal e uniformizado  Sistemas de alertas informatizado (aviso na prescrição)  Segurança do doente como critério obrigatório para certificação e acreditação das unidades de saúde  Sistema de reporte de eventos adversos universal e padronizado
  • 16. CONCLUSÃO Prevenção de erros Envolvimento Sistema de dos profissionais, prestação Aprendizagem doentes e gestão de cuidados contínua seguro Cultura de segurança
  • 17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  AUSTRALIA. NEW SOUTH WALES DEPARTMENT OF HEALTH – First report on incident management in the NSW public health system 2003–2004 : Patient Safety and Clinical Quality Program. [Em linha]. North Sydney : New South Wales Department of Health, 2005a. [Consult.25-05-2011]. Disponível em http://www.health.nsw.gov.au/pubs/2005/pdf/incident_mgmt.pdf.  AUSTRALIA. NEW SOUTH WALES DEPARTMENT OF HEALTH – Severity Assessment Code (SAC). [Em linha]. North Sydney : New South Wales Department of Health, 2005b. [Consult. 27-05-2011]. Disponível em http://www.health.nsw.gov.au/pubs/2005/pdf/sac_matrix.pdf.  EDWARDS I. R. , ARONSON J. K. - Adverse drug reactions: definitions, diagnosis, and management. [em linha]. Lancet 356:9237 (2000) 1255–1259. [consult. 25-05-2011] Disponível em http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(00)02799-9/fulltext.  FARIA, P. L. – Patients rights – myth or reality? An opinion from the portuguese perspective. Hospital-official Journal of the European Association of Hospital Managers. 4:3 (2002) 20-21.  FRAGATA, J. – Risco Clínico. Complexidade e Performance. (2006) Coimbra: Almedina.  MIRAKIAN, et al. - BSACI guidelines for the management of drug allergy. [em linha] Clinical and Experimental Allergy. 39 (2009) 43–61. [consult. 27-05-2011] Disponível em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2222.2008.03155.x/pdf.  MITCHELL, P. H. – Defining patient safety and quality care. In HUGHES, R.G., ed. lit. - Patient safety and quality: an evidence-based handbook for nurses. [Em linha]. Rockville, MD : Agency for Healthcare Research and Quality. U.S. Department of Health and Human Services, 2008. [Consult. 25-05-2009]. Disponível em http://www.ahrq.gov/QUAL/nurseshdbk/nurseshdbk.pdf.  NAGÃO-DIAS, A. T. et al. – Reacções alérgicas a medicamentos. [Em linha]. Jornal de Pediatria. 80 : 4 (2004) 259-266. [Consult. 25-05- 2011] Disponível em http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n4/v80n4a04.pdf.  USA. UNIVERSITY OF CALIFORNIA AT SAN FRANCISCO. STANFORD UNIVERSITY EVIDENCE-BASED PRACTICE CENTER - Making health care safer : a critical analysis of patient safety practices. [Em linha]. Rockville, MD : Agency for Healthcare Research and Quality. U.S. Department of Health & Human Services, 2001. [Consult. 25-05-2009]. Disponível em http://www.ahrq.gov/CLINIC/PTSAFETY/.

Notas do Editor

  1. A DESENVOLVER ESTES TÓPICOS