• Em que consiste o “século de augusto” (séc. I a.c. - I d.c.)
Foi sob a orientação de Octávio César Augusto que Roma iniciou a construção de um dos maiores
impérios da História da humanidade. Foi tal o impacto dessa obra que a sua governação ficou
conhecida como o século de augusto, a Idade de Ouro da civilização romana, Augusto exerceu
um poder imperial absoluto, sobrepondo-se a todas as instituições políticas, militares, religiosas
e esvaziando as assembleias das suas funções tradicionais: assumiu o supremo comando militar
(imperador), garantiu o poder absoluto sobre o Senado e tornou-se sumo pontífice, a
autoridade absoluta sobre a religião e todas as práticas religiosas do estado.
O título de pai da pátria que recebeu, veio acentuar o carácter divino do Imperador, que deu
lugar ao culto imperial (que se tornou na mais plena forma de domínio político, social e religioso)
e teve um papel fundamental no processo de centralização do poder e da coesão política do
império.
O século de Augusto foi não só um período de grande expansão territorial, de otimismo,
progresso e estabilidade como também uma época de intensa atividade construtiva e
urbanística com o propósito de tornar o seu poder sólido e visível. Restabelecer a antiga ordem
romana impôs-se não apenas ao nível político e militar, mas também no plano cultural, com o
incremento de múltiplas atividades artísticas e literárias.
Ações feitas durante o século de augusto:
1. vastidão do império (”mare nostrum”)
2. prosperidade económica
3. romanização
4. eleatismo da sua cultura
5. organização disciplinada das legiões
6. poder autocrático, centralizado e divino dos imperadores
7. modernidade do sistema jurídico
8. superioridade material
Os poderes do imperador:
o imperador proconsular - supremo comandante do exército.
o pontifex maximus - autoridade máxima em questões religiosas, sacerdote supremo.
o poder tribunício - poderes civis (direito de veto nas decisões do senado), presidência do
senado, seleção dos senadores e funcionários da administração pública.
o princeps senatus - primeira figura do estado, primeiro entre os senadores, seleciona e
controla os senadores e altos funcionários da administração pública, fazer cumprir as
leis.
• Características políticas, sociais e culturais do império romano
Ao nível político, Roma começou por ser uma monarquia, depois passou a ser uma república em
576 e finalmente no séc. 1 a. C. passou a ser um Império.
A nível social a estrutura social romana estava constituída por diferenças entre ricos e pobres,
entre classes privilegiadas e classes sem quaisquer privilégios. Distinguiam-se 3 classes: a ordem
senatorial, a ordem equestre e a plebe. Já os escravos não eram considerados cidadãos.
A ordem senatorial, constituída pelos patrícios, era o grupo social com mais privilégios. Cidadãos
de Roma e descendentes de famílias ricas, estavam isentos de impostos e eram os únicos a ter
acesso ao senado e ao desempenho de altas funções na administração pública, na justiça, no
exército e na religião.
Á ordem equestre pertenciam os plebeus que tinham alcançado alguma riqueza no comércio,
apresentado fortunas muito altas. Podiam servir no exército, comandar tropas e exercer funções
administrativas. Tratava-se de homens livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e
aos trabalhos agrícolas, pagavam impostos e prestavam serviço militar, mas não possuíam bens
próprios nem tinham quaisquer direitos políticos.
Dentro desta classe existiam os clientes, plebeus dependentes dos patrícios, a quem prestavam
serviços e de quem recebiam apoio económico e jurídico, proteção e terras para cultivar.
O extrato mais baixo da sociedade eram os escravos, vendidos na praça pública aos patrícios,
para quem realizavam as mais diversas atividades, tarefas e serviços. Os escravos mais cultos,
geralmente gregos, podiam ser pedagogos e utilizados na educação dos filhos dos patrícios. pela
sua lealdade, pela proteção de bons serviços ou por morte do seu senhor, podiam adquirir o
estatuto de libertos, situação em que lhes era considerada a liberdade.
A nível cultural as artes plásticas romanas foram bastante influenciadas pela arte grega
helenística. Porém, as suas preocupações e intenções eram diferentes. Mesmo inicialmente
reproduzindo muitas cópias das expressões artísticas gregas, os romanos passaram a produzir
uma arte própria. Na escultura destacaram-se por representar as formas humanas com base nas
figuras humanas reais, salientando imperfeições. Nas pinturas, embora poucas tenham
sobrevivido até os dias atuais, destacaram-se os frescos e os retratos. Outro traço marcante da
cultura romana eram os mosaicos que tinham por intenção representar um personagem ou uma
cena com base na mitologia.
• Importância da cidade de Roma como modelo urbano do império
Roma era o centro das rotas marítimas e terrestres que ligavam todos os pontos do império.
A cobertura dada pelas estradas romanas foi um fator de desenvolvimento económico, social
e cultural, pois não só permitiu a circulação de bens e pessoas, aproximando as cidades e os
povos, como também construiu um meio eficaz de defesa e segurança ao facilitar a deslocação
das legiões para os pontos mais distantes do império.
Augusto conferiu a Roma a grandiosidade, a monumentalidade e o prestígio que fazia da cidade
a capital de um imenso império.
As principais tipologias arquitetónicas distribuíam-se pela cidade: os templos e a basílica
(atividades religiosas, comerciais e judiciais) as termas e os banhos, o teatro e o circo (higiene
e diversões) os monumentos comemorativos e decorativos (estátuas, arcos de triunfo e colunas
triunfais)
• A ação desenvolvida por Augusto, nos campos económico, social, político, militar,
cultural e religioso
Obras públicas:
1. construção de estradas e pontes, facilitando a circulação de pessoas e bens entre as províncias
do império.
2. desenvolvimento urbanístico com a construção de cidades nas diversas províncias do império.
3. edificação de equipamentos públicos: basílicas, banhos e termas, escolas, bibliotecas,
templos, teatros, circos e monumentos.
4. desenvolvimento de Roma com a criação de uma rede de esgotos e abastecimento de água,
construção do fórum, de aquedutos, de equipamentos públicos e de monumentos (estátuas,
arcos de triunfo, colunas triunfais).
Plano económico:
1. desenvolvimento da agricultura, da pesca e das indústrias de conservas.
2. impulso na produção de vinho, azeite e sal.
3. incremento na recolha de minérios.
Plano social:
1. restabelecimento da paz social e da igualdade de todos os cidadãos livres perante a lei.
2. criação do censo, um imposto que facultava o direito de um cidadão ser eleito para o Senado
ou para os cargos públicos.
Plano político:
1. reforço dos poderes do imperador.
2. reforma do aparelho administrativo central e provincial.
3. redução dos poderes do senado e das magistraturas.
Plano militar:
1. aumento da extensão do império.
2. restabelecimento da ordem e da disciplina das legiões.
3. estabelecimento da paz romana com a pacificação das províncias.
Plano cultural:
1. financiamento de artistas, poetas, escritores e intelectuais, implementando uma política de
mecenato artístico e cultural.
Plano religioso:
1. reforma da religião tradicional.
2. criação do culto ao imperador, eleito como sumo pontífice.
• O papel desempenhado pelo senado na vida de Roma
O Senado é a mais antiga assembleia política da antiguidade.
O senado romano era uma assembleia de cidadãos notáveis eleitos entre os patrícios que
durante o tempo da república, foi o principal órgão de decisão da vida política. Inicialmente era
constituído por 300 senadores, mas no tempo de Júlio César chegou a ultrapassar os mil
elementos que exerciam os cargos vitaliciamente.
O senado era a mais alta autoridade do estado, competindo-lhe legislar, deliberar e mandar
executar sobre todos os assuntos da administração pública. Desenvolviam funções ordinárias -
decidia sobre a política externa, a guerra e a paz, a justiça, as finanças públicas, as festividades
e questões religiosas e todos os problemas de ordem pública. Funções extraordinárias - o
senado podia intervir nos governos das províncias, suspender os tribunais, gerir o exército e
preparar as leis a serem votadas nos comícios (assembleias de cidadãos e o centro político da
república).
Competia ao senado zelar pelas boas práticas do governo que era formado por várias
magistraturas (o exército de cargos públicos) integradas no Cursus Honorum (curso honorífico/
carreira de honras) só os patrícios podiam aceder ao Cursus Honorum, mas, mesmo assim, tal
estava dependente da idade, das qualidades pessoais e do censo (a fortuna pessoal e as
propriedades que possuíam).
Os senadores eram magistrados pertencentes ao senado e a quem, alem das funções já
referidas, também competia designar os cônsules.
Com Augusto, o senado foi drasticamente reduzido no número senadores, esvaziado nos
poderes e nas funções políticas, passando a ser constituído principalmente por homens da
confiança do imperador.
• O incêndio de Roma de 64
Nero foi o último representante da dinastia dos Júlios-Cláudios subindo ao governo com apenas
17 anos, Nero dirigiu um governo de modo autocrático. Este veio a revelar se um imperador
caprichoso, prepotente e sanguinário. A progressiva decadência do seu governo culminou no
espetacular incêndio de Roma, em 18 de julho de 64. Ao longo de 6 dias, o gigantesco incêndio
destroçou 10 dos 14 bairros administrativos da urbe, destruindo completamente o Fórum, toda
a área do Circo Máximo, o Palácio imperial, obras de arte, documentos, entre outros. Foram
registados milhares de mortos.
O povo amotinou-se acabou por acusá-lo de ter sido o autor da tragédia por pretender construir
palácios para si próprio sobre os destroços. Nero direcionou as acusações para os cristãos,
incriminando-os de terem provocado a catástrofe. Nero desencadeou um período de terror de
perseguições aos fiéis daquela religião.
Nero acabou por reconstruir Roma, modernizando a cidade, aplicando um traçado ordenado e
ortogonal de ruas amplas, com construções em pedra, novos fóruns e monumentos.
• O latim como elemento unificador do Império Romano
A princípio o latim só era falado em Roma, mas durante o período da república acabou por se
expandir a toda a península Itálica, recebendo influências das línguas e dos dialetos que ali
predominavam.
A língua latina atingiu o seu auge no século de augusto, a idade de ouro da literatura latina.
Nesta época destacou-se um conjunto de personalidades cultas e eruditas que estabilizaram a
estrutura, a fonética e o sistema sintático, elevando o latim a modelo da civilização que os
romanos impuseram.
O latim foi um dos elementos mais importantes da romanização além do culto do imperador, a
adoção do latim como língua oficial comum em todas as províncias contribuiu
determinantemente para a assimilação cultural e civilizacional de Roma por parte dos povos
ocupados.
O latim converteu-se na principal língua da antiguidade, impondo-se na literatura, na poesia,
no teatro, no direito, na filosofia e na retórica durante séculos.
• Os divertimentos públicos e privados dos romanos
A época de Augusto Roma instalou-se um clima de bem-estar que permitiu aos romanos o
usufruo do ócio, do lazer e da diversão. A ausência de conflitos internos e de guerras exteriores
e o desenvolvimento económico das províncias permitiram uma paz social aparentemente
estável e uma relativa satisfação para o patriciado.
Roma converteu-se, então, numa grande máquina devoradora daquilo que produzia o seu
Império: abundância de alimentos e espetáculos gratuitos nas arenas e nos circos, satisfazendo
todo um corpo social que, entretanto, permanecia adormecido, tranquilo e satisfeito.
Além dos jogos de circo e das lutas de gladiadores, os romanos dividiam o seu tempo pelo
Fórum, pela basílica (onde discutiam sobre política, jogos ou negócios), pelas termas (onde
relaxavam o corpo e conviviam) ou pelo templo (onde prestavam culto ao imperador).
Nas suas luxuosas domus ou villae organizavam banquetes e salões culturais para os seus
amigos, acompanhados de música, dança e recitação de poesia. Também apreciavam o teatro,
com relevo para o género de comédia.
• A importância do coliseu
O Coliseu de Roma, foi iniciado por Vespasiano, inaugurado por Tito, mas só concluído por
Dominicano. Esta foi a primeira estrutura deste tipo a ser construída em Roma, tendo então, a
sua forma monumental marcada a paisagem urbana da cidade.
O Coliseu de Roma é um edifício elítico, com bancadas que circundavam a arena, sendo
destinados a espetáculos de luta entre gladiadores e feras. Estes anfiteatros não eram escavados
em colinas, eram elevados em estruturas abobadadas, de arcos e galerias, com recurso a
conhecimentos técnicos de construção que os romanos desenvolveram. Na sua fachada,
elevam-se quatro níveis de arcadas sobrepostas, estando os primeiros níveis ornamentados com
colunas adossadas numa sucessão de ordens que constituía um novo cânone. No primeiro nível,
era utilizada a ordem toscana, que é a mais robusta, no nível intermédio, a ordem jónica, mais
ligeira e elegante, e no último nível era aplicada a ordem coríntia, a mais esbelta e feminina das
ordens.
O coliseu dispunha de um complexo sistema de galerias de circulação que possibilitava a
circulação e permitia a evacuação da multidão em poucos minutos. Dispunha também de toldos
que podiam cobrir todo o espaço para proteger os espetadores do sol ou da chuva.
Tal como em todos os outros aspetos culturais de Roma, os romanos construíram este coliseu
para realçar o seu poder e importância, tal como a sua superioridade arquitetónica.
• características da arquitetura romana
1. pragmatismo, racionalismo e funcionalismo na procura de soluções arquitetónicas
2. implementação de obras públicas em grande número e escala
3. aplicação de técnicas construtivas: o arco de volta perfeita, a abóbada de berço e as cúpulas
4. aplicação de tecnologias de construção: o opus caementicium e suas derivações de
revestimentos
5. criação da ordem toscana e da ordem compósita
6. utilização da arquitetura clássica de forma retórica (as ordens arquitetónicas com carácter
decorativo)
Tipologias de edifícios:
1. arquitetura civil: basílicas, tribunais, cúrias, mercados, domus, villae
2. arquitetura do lazer: termas, teatros, anfiteatros, circos
3. arquitetura religiosa: templos, santuários e altares
4. arquitetura comemorativa: arcos de triunfo e colunas triunfais
5. arquitetura funerária: mausoléus, túmulos, capelas.
• Configuração geral de um templo romano (estrutura, planta, materiais)
A partir das heranças etrusca e grega, Roma concebeu e exportou um modelo arquitetónico sem
precedentes. Á harmonia e ao refinamento da arquitetura grega, os romanos acrescentaram o
funcionalismo pragmático, a escala cívica e o sentido universalista da sua cultura. Os romanos
derem preferência à ordem coríntia, e na criação de duas novas ordens: a ordem toscana (a
partir da ordem dórica, mas mais simples e com o fuste liso; e a ordem compósita, numa fusão
da ordem jónica com a ordem coríntia. O arquiteto de Augusto estabelece as condições
essenciais a que deve obedecer qualquer construção: a solidez, a utilidade, a beleza e o decoro,
ou seja, pragmatismo, funcionalidade, harmonia e respeito pelas ordens arquitetónicas.
• comparar a arquitetura romana com a arquitetura grega:
O templo romano ergue-se sobre um pódio elevado acima do solo, possui uma escadaria frontal,
a planta possui apenas dois espaços, o pronaos e a cella, as paredes da cella estendem-se até à
colunata exterior, sendo as colunas adossadas às suas paredes.
O templo grego é construído sobre uma plataforma (a estilóbata e três degraus, a estereóbata),
a colunata períptera define um peristilo exterior, possui 3 espaços, o pronaos, a cella e o
opistódomos, e a cella destaca-se da colunata exterior definindo um espaço autónomo no
interior.
• caracterizar as basílicas, os teatros, o fórum de Trajano e as termas de Caracala
Basílicas: amplos espaços cobertos destinados a atividades comerciais, reuniões públicas,
assembleias cívicas ou tribunais.
Teatros: o teatro romano é construído a partir o solo, com as bancadas em volta da orquestra
semicircular.
O fórum de Trajano: o fórum romano converteu se numa autêntica praça pública, tornando-se
o centro da vida política, económica, social e cultural. Aqui eram realizados os mercados, as
procissões triunfais, as reuniões políticas e os encontros sociais. No entanto, dado o carácter
monumental e propagandístico que a arquitetura romana assumiu, afirmando-se como um
instrumento de glorificação e difusão da soberania de Roma. Mais tarde o fórum excedeu das
suas funções iniciais para se converter numa área monumental e ser entendido como uma
autêntica representação do poder imperial.
As termas de Caracala: as termas eram uma autêntica instituição social no contexto da vida
urbana e da expansão do império. Além da sua principal função (banhos públicos), as termas
eram lugares de convívio, diversão e lazer, onde os patrícios praticavam ginástica e sauna,
ouviam música e declamação de poesia, conversavam, reuniam e tratavam de negócios.
• características do urbanismo romano
1. carácter monumental e propagandístico
2. traçado segundo uma malha de ruas ortogonais com quarteirões
3. estrutura articulada a partir de duas ruas principais: o cardo e o decumano.
4. o fórum como o centro de toda a vida cívica e urbana, na interseção das ruas principais
5. integração de equipamentos públicos e infraestruturas.
• Identificar e caracterizar a evolução da escultura romana, tipologias, materiais e
espaços onde era aplicada
Tipos de escultura romana:
1. estátuas públicas
2. estátuas equestres
3. retratos
4. frisos em baixo-relevo com arcos de triunfo, colunas triunfais, altares, sarcófagos e estelas
funerárias
Características da estatuária pública:
1. fusão do realismo com a idealização de inspiração helenística.
2. representação realista dos traços fisionómicos, expressivos e psicológicos.
3. estátuas públicas de imperadores, chefes militares e senadores e visam a glorificação dessas
figuras.
4. a representação de imperadores assume um caráter divino, o homem equiparado aos deuses.
5. estátuas equestres com caráter celebrativo destinadas a consagrar o soberano como herói
iluminado e audaz.
Características dos retratos:
1. influência da tradição da escultura etrusca e helenística.
2. o retrato associado ao culto doméstico dos antepassados nos altares dos domos.
3. o retrato como reflexo do individualismo e da valorização do caráter e da personalidade.
4. interesse em perpetuar a memória do indivíduo: imperadores, chefes militares, magistrados,
senadores, patrícios, chefes de família.
5. representações com grande realismo e preocupação pelas características fisionómicas e
psicológicas do indivíduo.
6. enaltecimento das virtudes e qualidades cívicas do retrato: honra, dignidade, experiência,
respeito, etc.
Características dos baixos-relevos:
1. representações narrativas de episódios históricos e temas mitológicos.
2. estilo realista e objetivo.
3. tratamento do espaço com efeitos de perspetiva.
4. enaltecimento de individualidades, das suas qualidades e virtudes.
5. carácter propagandístico do império e dos seus protagonistas.
• linguagem escultórica da Coluna de Trajano
Na cultura romana, a coluna assumiu uma função honorífica, servindo de suporte a frisos
narrativos de grandes façanhas militares e conquistas territoriais. Além de comemorar um
determinado acontecimento, ela consagra um imperador, a sua ação política e as suas
qualidades de chefia militar. A coluna adquiriu, então, uma dimensão monumental, sendo uma
referência simbólica no espaço urbano, vindo a adquirir um caráter político e propagandístico.
• características da pintura romana: tipologias, influências, características temáticas,
fases e espaços de aplicação
principais centros de pintura:
1. pompeia
2. herculanum
Técnicas da pintura romana:
1. pinturas a fresco sobre paredes
2. encáustica sobre madeira
3. mosaicos - ladrilhos de cerâmica, vidro ou pedra - em revestimentos de paredes e pavimentos
temas da pintura romana:
1. cenas mitológicas
2. temas históricos
3. paisagens e naturezas-mortas
4. retratos
5. cenas da vida quotidiana
Funções da pintura romana:
1. função decorativa
2. função simbólica
3. função alegórica
Características da pintura romana:
1. animação dos espaços interiores com efeitos ilusionistas de perspetiva
2. enriquecimento cenográfico dos ambientes interiores
3. expressão do luxo, do requinte e do conforto que os romanos fruíam na sua vida privada
4. simulação de cenografias arquitetónicas criando a ilusão de profundidade
5. representação de figuras, objetos e ambientes com grande realismo
• distinguir os quatro estilos da pintura de Pompeia estilos da pintura romana:
1. primeiro estilo: estuques pintados com imitações de
revestimentos em pedra mármore colorida.
2. segundo estilo: estilo da perspetiva arquitetónica ou
estilo ilusionístico, no qual são criados espaços
perspetivados através da utilização de elementos
arquitetónicos em perspetiva.
3. terceiro estilo: estilo ornamental que privilegia o
tratamento decorativo da parede em detrimento dos efeitos
ilusionistas em perspetiva
4. quarto estilo: estilo compósito, no qual é elaborada uma
síntese dos estilos anteriores utilizando vários desses recursos na
criação de ambientes requintados e exuberantes, daqui resultam
composições complexas, fantasias e caprichosas, as quais
evidenciam um apurado realismo e grande qualidade plástica
• caracteriza a técnica do mosaico
Além das composições figurativas, a arte do mosaico desenvolveu uma vasta temática de
padrões geométricos que constituíam autênticos tapetes de revestimento dos pavimentos.
• Identificar as características da coluna de Trajano
A coluna de Trajano é um dos monumentos mais importantes da arte romana marcando com a
sua imponência o auge do poder do Império. Projetada pelo arquiteto Apolodoro, de damasco,
em comemoração das vitórias na campanha militar na Dácia, a coluna fazia parte do conjunto
urbanístico monumental do fórum de Trajano, o maior até então construído em Roma. A coluna
é um monumento inovador com funções funerárias e comemorativas que funcionava como a
grande referência do amplo espaço do fórum.
A coluna está sobre um embasamento com 5,5m de altura é decorado com uma série de armas
e adereços militares, ao qual se segue um plinto decorado com louros, depois o fuste e o capitel,
numa altura total de 38 metros. O fuste da coluna, construído com 17 enormes tambores em
mármore, é oco, existindo no seu interior uma grande escada em espiral. As 43 janelas que
iluminam e ventilam a escada encontram-se discretamente disfarçadas por entre as cenas.
Estamos perante um relevo histórico comemorativo das campanhas vitoriosas de Trajano na
Dácia. Enquanto os legendários romanos são retratados, ordeira e civilizadamente, a construir
fortes pontes e estradas, o exército de Trajano inclui povos diversos. É um monumento de clara
propaganda ao imperador que, ao longo da coluna, surge representado mais de 60 vezes. O
longo friso de 200 metros apresenta episódios, tais como batalhas, assaltos, pilhagens e
acampamentos militares, entre outras cenas (um total de 150 cenas), integrando cerca de 2500
figuras com atitudes individualizadas, representadas com enorme realismo, expressão e
dinâmica.