1. L I Ç Ã O 2 - S é r i e d e E x e r c í c i o s " A d e u s à C u l p a "
A ESCOLHA DO AMOR OFERECE-ME A LIBERTAÇÃO DO
MEDO
Nós podemos escolher a liberdade ou a escuridão. Podemos
escolher o amor ou o medo e a culpa. Nossa mente-ego ou
personalidade não quer que acreditemos que temos estas escolhas.
Ela nos diz que vivemos em um mundo onde a liberdade do mundo é
impossível. Ela nos encoraja a acreditar que o medo é não somente
real, mas também justificável, normal e saudável. Ela insiste que as
situações externas em nossas vidas estão além do nosso controle e
que, quando estamos envolvidos nestas situações, não temos
nenhuma escolha a não ser experimentar o medo.
De acordo com nosso ego, o medo não é uma escolha, mas sim
uma parte inevitável da nossa experiência. Com muita frequência
vivemos nossas vidas escolhendo o medo e permitindo que o ego a
controle, apesar de todas as nossas boas intenções em estar num
caminho espiritual.
Quando isso acontece comigo é como se o mundo gastasse uma
parte do dia me esmagando, causando-me uma grande inquietação e
me deixando com um sentimento apreensivo de medo em meu
estômago e ossos. Se alguém ousasse me dizer que o sentimento
que eu estava experimentando era uma escolha e não o resultado das
coisas terríveis que estavam me acontecendo, que estavam além do
2. meu controle, eu certamente iria pensar que esta pessoa não entendia
realmente do que se tratava a vida.
Nossa mente-ego é tão ilusória que nos quer convencer que nossas
respostas emocionais são o resultado do que fazem outras pessoas e
eventos externos a nós, que estas respostas que damos a estas
pessoas e eventos não tem nada a ver com os nossos pensamentos
internos.
ESCOLHENDO OUTRO CAMINHO
Uma outra forma de olhar para o mundo é manter-se consciente de
que tanto o amor quanto o medo são escolhas, que podemos treinar
nossas mentes para escolher um ou o outro. Para fazer isso devemos
nos lembrar sempre que nosso sistema de crenças é o responsável
pelo o que vemos e não as situações externas.
São os nossos próprios pensamentos sobre estas situações que
irão determinar se experimentaremos paz ou conflito, amor ou medo.
Eu encontrei a seguinte citação no Um Curso em Milagres, que é
muito útil para resistir à tentação de interpretar, julgar ou ficar com
medo:
"O que não é amor é sempre medo, nada mais."
Este conceito é tão maravilhosamente simples que minha mente-
ego continua resistindo a ele. Apesar disso, existem momentos onde
eu abro o meu coração para o presente que é o amor de Deus e ouço
somente a Sua voz me dizendo o que pensar, agir ou fazer. Durante
3. estes momentos eu sou capaz de experimentar mais e mais paz em
minha vida.
Quando eu rezo e faço o meu melhor para ouvir as palavras de
Deus, nunca me foi dito para tentar mudar outra pessoa ou dizer o que
ela tem que fazer - algo que eu imaginava ser a minha função. Ao
invés disso, a minha voz interior me pede para "acordar" e reconhecer
a presença da luz de Deus dentro de mim, que está brilhando em
direção a todo universo e sendo refletida de volta.
Minha voz interior têm também me pedido para reconhecer que sou
uma criança de Deus, que estou unido com todas as outras pessoas
como um só Ser não separado.
LÍDERES ESPIRITUAIS
Muitos líderes espirituais que se destacaram na história da
humanidade sempre compartilharam uma mesma característica: um
comprometimento total com Deus e com o perdão do mundo e de
todas as pessoas. Minha mente-ego costuma argumentar com uma
afirmação muito frequente de Jesus, que diz que nós podemos fazer o
que ele fez em sua vida e muito mais. Isto parece uma linda retórica,
mas eu não sentia em meu coração que isto poderia ser aplicado a
mim mesmo. Como eu poderia ter sucesso em perdoar e não julgar
tão completamente como Jesus?
RACIONALIZAÇÃO
4. Eu compreendo que quase todos sentem desta forma. Gostaríamos
de aceitar a possibilidade de que podemos perdoar e não julgar como
Jesus, mas o que nós realmente acreditamos é: "Bem, isto pode ter
funcionado para estes poucos e aclamados líderes espirituais, talvez
para alguém que não tenha sido tão famoso, mas com certeza não irá
funcionar para mim". Então racionalizamos o nosso ceticismo dizendo:
"As coisas ficaram diferentes quando aquelas pessoas incomuns
estiveram por aqui, mas os problemas que nós temos de lidar hoje em
dia são muito mais complexos e difíceis do que no passado". Acredito
que os problemas de hoje em dia são exatamente os mesmos
daqueles enfrentados pelas pessoas há milhares de anos atrás -
apenas as suas formas são diferentes. A tentação de julgar e
condenar os outros, de agir como ovelhas e seguir a maioria ao invés
de seu próprio mestre interior, de avaliar e separar nós mesmos e os
outros em "inocentes" ou "culpados" são as mesmas questões que a
humanidade têm se deparado por milênios.
COMPROMISSO
Meu compromisso com Deus certamente não tem sido tão estável
como eu gostaria, mas naqueles momentos em que eu me
comprometo comigo mesmo, tenho experimentado um glorioso
sentimento de totalidade e de unidade. Minha mente sente que está
unida às outras com o propósito de estender o amor e a alegria.
Quando eu me sinto com raiva, não posso sentir a voz do amor, a voz
de Deus. Eu sinto que eu preciso ser constantemente lembrado de
que a raiva - não importa o quanto possa ser justificada - nunca traz a
5. paz da mente que eu quero. Recentemente eu estava falando com
Madre Teresa e dizendo a ela sobre o meu desejo de aprender como
me comprometer e me entregar totalmente a Deus. Ela foi muito gentil
e disse que eu estava sendo muito cruel comigo mesmo. Ela começou
a explicar, "O que é importante é a nossa intenção de devotar as
nossas vidas a Deus - mas vivendo no mundo não é possível dar a
nossa atenção a Deus todo o tempo. É a nossa intenção que conta".
DAR E RECEBER
Nós podemos sentir a presença cheia de paz de Deus quando
paramos um instante no tempo e fazemos que este instante seja
apenas para dar e perdoar - ao invés de tomar e culpar. À medida em
que aprendemos a doar mais e mais e descobrimos que dar é
receber, nós podemos então ver porque é importante abandonar o
nosso investimento na censura, na condenação e na culpa. Fazendo
isto, compreendemos que devemos aceitar a responsabilidade pela
nossa liberdade e alegria porque a única coisa que pode nos ferir são
os nossos próprios pensamentos. São os nossos próprios
pensamentos que determinam se nossas mentes estarão unidas no
amor com as outras mentes - ou se estarão vivendo em um mundo de
separação onde estamos constantemente vulneráveis ao ataque. Esta
percepção de nossa vulnerabilidade ao ataque é na verdade uma
defesa contra a experiência da paz de Deus.
A escolha do amor me oferece a libertação do medo
6. Na maior parte de minha vida eu tenho respondido
automaticamente ao que as outras pessoas dizem ou fazem. Agora eu
reconheço que as minhas respostas podem ser determinadas
somente pelas decisões que eu tomo. Eu peço a minha liberdade
exercitando o meu poder de decisão de ver as pessoas e eventos com
amor ao invés do medo.
Passos para integrar a lição de hoje na nossa vida diária
• 1. Vou reconhecer que quaisquer sentimentos que eu
experimente hoje - paz ou amor, ou alguma forma de medo
(raiva, depressão, etc.) - são determinados pelos pensamentos
que eu coloco na minha mente. Eu posso escolher manter na
minha mente apenas os pensamentos que eu quero.
• 2. Vou me lembrar hoje, uma vez a cada hora, que a escolha do
amor oferece a libertação do medo. Serei determinado em
reinvindicar a minha liberdade e deixar os pensamentos de amor
substituir todos os nossos medos.
• 3. Quando eu pensar que as coisas estão ruins na minha vida
hoje, vou parar por um momento e dizer a mim mesmo: "Não
são as outras pessoas ou eventos que me fazem infelizes. Eu
posso escolher a paz ao invés disso."
• 4. Sabendo que posso apenas ser ferido pelos meus próprios
pensamentos, eu resistirei hoje a tentação de culpar os outros.
Ao invés disso eu reinvindicarei a oportunidade de ver a mim
mesmo e todos os outros como livres da culpa e do medo.
7. • 5. Repita o título desta lição pelo menos duas vezes durante o
dia - A escolha do amor me oferece a libertação do medo.
"A mente sem culpa não pode sofrer."