O documento discute a transmigração de espíritos entre colônias astrais e como isso pode afetar sua adaptação futura em novas encarnações. Menciona que um estágio preparatório na comunidade astral do país de nascimento futuro pode ajudar o espírito a se adaptar melhor às novas energias psíquicas e costumes. No entanto, grandes diferenças culturais entre as raças podem levar a verdadeiras inadaptações psíquicas em algumas encarnações migratórias.
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CAPÍTULO 13
Colônias do astral
Migrações
PERGUNTA: — A transmigração de espíritos de uma
comunidade astral para outra pode ser feita sem prejuízo
da unidade afetiva das colônias para as quais forem trans-
feridos?
ATANAGILDO: — Um espírito que haja desencarnado
na Europa e tenha de se reencarnar no Brasil, na região
supervisionada pela nossa metrópole, muito lucrará com
um estágio preparatório em nosso ambiente astral, desde
que apresente o padrão vibratório espiritual exigido. Em
sentido inverso, para o espírito de brasileiro que futura-
mente tenha de se encarnar na Europa, também haverá
muita conveniência em que se submeta a um preparo na
comunidade astral que dirige o país em que deverá renas-
cer, a fim de melhor se ajustar às energias psíquicas do seu
novo clima geográfico.
Essa salutar providência ajuda o futuro reencarnante a
conhecer melhor os seus ascendentes biológicos e na inte-
gração dos costumes e temperamentos do povo que lhe
servirá de compatriota físico. É de senso comum que cada
raça revela um condicionamento psicológico e um tempe-
ramento especial, desenvolvidos no passado.
Notai que o alemão é de índole marcadamente cientí-
fica, o francês mais afeito ao estudo especulativo da filoso-
fia, os italianos profundamente ligados à arte lírica e o
hindu essencialmente contemplativo. Essas características,
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2. que são produtos de experimentações milenárias e do mag-
netismo peculiar a cada ambiente, quando podem ser estu-
dadas antecipadamente pelos futuros reencarnantes redu-
zem bastante as prováveis e futuras perturbações psíquicas,
que em alguns espíritos se traduzem pela misantropia,
desencanto, melancolia e indiferença, assim como no sau-
dosismo inexplicável quando certas almas se sentem com-
pletamente estranhas ao meio em que se encarnam pela
primeira vez.
PERGUNTA: — Podemos supor que possam ocorrer ver-
dadeiras inadaptações nessas encarnações migratórias de
uma raça para outra, a ponto de se enquadrarem no rol
das enfermidades psíquicas?
ATANAGILDO: — Alguns complexos freudianos têm
suas origens nessas “inadaptações” por parte de espíritos que
mudam para ambiente psíquico oposto à sua índole e con-
dicionamento milenário. Não seria preciso vos recordar
quão diferentes são o clima geográfico e o meio psicológico
em que vive o hindu místico, se os comparardes aos de
determinadas metrópoles ocidentais, com o ar saturado de
combustível malcheiroso dos veículos e repletas de mil vicis-
situdes cotidianas, que torturam os homens e os tornam neu-
róticos, aflitos e turbulentos! A alma introspectiva, habitua-
da à singela e tranqüila filosofia da Natureza, sente-se pro-
fundamente aturdida ao se encarnar no seio da vida tumul-
tuosa e excessivamente mecanizada, que lhe exige toda
espécie de fórmulas e regulamentos draconianos e a envol-
vem num círculo de atividades onde só predominam os inte-
resses materiais e se descuida da glória do espírito imortal!
PERGUNTA: — Através da experiência humana, temos
verificado que a maioria dos imigrantes que atravessam o
oceano e vêm residir em nosso país não só consegue se
adaptar imediatamente ao meio brasileiro, como em breve
se funde à comunidade que antes lhe era completamente
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