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REBECA RECUERO REBS
                  www.rebs.com.br
                    @rebecarebs




A NETNOGRAFIA
TICs
                Novas formas de agrupamento social;
                Novos comportamentos;
                Desenvolvimento de novas culturas;
                                  Lugares inspirados no mundo físico
                                                       Ausentes da materialidade
 Facetas identitárias;                                 Interações em virtualidade
      lugares virtuais;   Mediados
  territórios virtuais;   pela
comunidades virtuais;
      práticas sociais.   internet




                                             FENÔMENOS EMERGENTES:
                                            novas maneiras de interpretação.
SQ   U ISA   Isso fez com que....
PE                                 Necessidade de novas metodologias...
                     Adaptações de metodologias para o ambiente virtual.

   A Internet   como artefato cultural e não apenas um meio técnico.
                                                   (Turkle, 1997; Hamman, 1998; Hine, 2000)




                                      Como entender a cultura, o
                                   sujeito, os valores e os novos
                                   grupos formados no universo
                                   virtual?

                                   Buscou-se ajuda na ETNOGRAFIA...
                                          “Pesquisar A aldeia NA aldeia...”
A Netnografia
Apropriações dos estudos etnográficos para a Cibercultura.
                   Existem diferenças...não é uma simples transposição de métodos.




                                    ...NETNOGRAFIA
                                      Intenção de abordar as mesmas
                                  características do método etnográfico
                                  (ou seja, estudos de práticas sociais, de
                                  artefatos que instituem cultura), com a
                                  atenção para o estudo de práticas, interações,
                                  usos e apropriações de meios por grupos e
                                  comunidades situadas no universo virtual.
A Netnografia
Surgiu pelo interesse em estudar práticas sociais virtuais.


NET + ETHNOGRAPHY
                            Etnografia Online
                            Etnografia Virtual
                            Netnografia




      CIBERESPAÇO


Analisa marcadores verbais e não verbais na Internet;
Caráter qualitativo;
Inserção na realidade em análise.
PA
                         QUE:
           RTE DE ça não é a
                                          A Netnografia
               de mudan s usos e
 ...o agente        i, e sim o
 tecno  logia em s e sentido ao
    as cons tr uções d .
               re dor dela

As relações sociais mudaram...
          Não precisam sair de casa;
          As pessoas criam coisas na Internet;
          Grupos, amigos, namoros virtuais;
          Existência de lugares virtuais para a sociabilidade;
          Pessoas interagem pela Internet.
Mas...e onde aplicar a netnografia?
 Interações sociais na Internet
 -­‐ Troca de capital social;
 -­‐ Formação de laços sociais;
 -­‐ Formação de comunidades;
 -­‐ Formação de Redes Sociais;
 -­‐ Relacionamentos sociais;
 -­‐ Comportamento social.




“...uma etnografia da Internet pode olhar em detalhes
para as formas pelas quais a tecnologia é
experenciada em uso”.
                   (HINE, 2000)
O que ela exige?               Kozinets;
                                                    Hine;
                                                Ardevol;
•Compreensão da linguagem do grupo;              Amaral;
•Saber usar a Internet;                               Sá;
•Paciência do pesquisador;                       Fragoso;
•Rigor metodológico;                            Recuero;
•A participação no grupo;                      Montardo;
•Observação participante;                             ....
•Aplicação de técnicas para coleta de dados.

      Não possu
   Permite co i “receitas”!!!
              m que se o
      os sujeitos         bserve
  Permite um      de análise;
              a descrição
  dos fenôm                densa
             enos obser
     Busca ler o         vados;
                  texto e o
     contexto p
                resente na
           Internet;
Netnografia
            Procedimentos básicos de metodologia específicos da transposição da
                                                  etnografia para a netnografia.
                                 Entreé Cultural
                                 Coleta e análise dos dados;
                                 Ética de pesquisa;
                                 Feedback;
                                 Checagem de informações com os membros do grupo.



                                                                                   Checagem de dados com
                                                                                   os membros do grupo.
                                                   Informação Pública X Privada?
Preparação do                                      Uso consensual da
trabalho de campo;                                 informação?
                          Captura de dados
Tópicos para análise;                              Identificação do pesquisador       Provenientes das
Que comunidades?                                   e da pesquisa.                    interações: e-mail,
                                                   Confidencialidade, anonimato.      retorno da pesquisa

 TRÊS TIPOS DE DADOS
 - dados copiados e coletados diretamento dos integrantes;
 - informações provenientes da observação do pesquisador;
 - Dados provenientes de entrevistas/conversas.                                       (Kozinets, 2002)
Mas onde posso aplicar a Netnografia?
                                                 Em qualquer ambiente virtual
                                                 que possua pessoas
                                                 interagindo, construindo
                                                 “culturas” e produzindo
                                                 significações sociais.


Construção de um avatar/perfil;
Experimentação e observação do ambiente;
Interação com sujeitos do ambiente;
Participação dos eventos do grupo do ambiente.



                              Posições do pesquisador:
                              * investigador;
                              * observador;
                              * interagente;
                              * descobridor.
DA CULTURAL               Pesquisador como INVESTIGADOR
 ENTRA

                    ANÁLISE DOCUMENTAL
                                                      •Como funciona?
Coleta de dados                                       •Para que serve?
                                                      •Quando foi criado?
         sobre o ambiente                             •Há quanto tempo existe?
         sobre o grupo                                •Histórias sobre.
         históricos, notícias...                      •Quem faz parte?
         pesquisas                                    •Quantos fazem parte?
         dados informais...                           •Como está organizado?
Conhecer o local e o grupo                            •Hábitos dos moradores.




Teorias são essenciais para a pesquisa.                             aporte teórico
                                     (POPPER, 1975)
                                                                    autoetnografia
                                                                             (AMARAL, 2009)
Entrada cultural
Coleta e Análise                                    Coleta e
                                                                  Análise d
                                                                              os dados

Coleta de dados através de:
  •Entrevistas formais
  •Entrevistas informais
  •Questionários
  •Formulários
  •Observações e anotações
Análise	
  de	
  dados:
   •A	
  par'r	
  da	
  coleta
   •Depois	
  da	
  coleta



                                 Técnicas...
                                 Downloads/cópia	
  
                                 arquivos/dia/hora/
Coleta e Análise                          Coleta e
                                                     Análise d
                                                                 os dados
                                  Pesquisador se torna membro do local
Observação sistemática        Imersão do pesquisador na realidade cultural
Investigação Interpretativa
                                             “viver com e como
                                              um determinado
                                                grupo social”


   Desvendar e decompor
 padrões de comportamento
      social e cultural




 INDISPENSÁVEL O
   CONTEXTO
Coleta e
Do sujeito...                               Análise d
                                                        os dados
Visual (avatar)
Descrições (perfil, nicks)
Interações (rastros)        O que observar?  forma linguagem
                                  padrões de comportamento
                                    expressões características
                                             identidade visual
Coleta e
                                                                             Análise d
Pesquisador como OBSERVADOR                                                              os dados

 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE


Entrada a campo - passa a “fazer parte”
       •Fazer parte do grupo                              (KOZINETS, 2007)

          -­‐ Entrar nas normas estipuladas;
          -­‐ Participar dos “eventos”;
          -­‐ Criar uma IDENTIDADE (nick, avatar, perfil...);
          -­‐ Formação de laços sociais.
Coleta e
                                                    Análise d
                                                                os dados

OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
Existe uma intervençãotanto napesquisadorcom suas interpretações.
                        do comunidade como
Coleta e
                                                      Análise d
                                                                  os dados

OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
O Diário de Campo.
                Anotações (salvar arquivos);
                Descrever com detalhes o lugar, as
                pessoas e como elas interagem tanto
                entre elas como com o local.
Visualização da organização do ambiente.
Visualização das interações sociais.
                 Rotina;
                 Conversas informais;
                 Fatos que acontecem;
Pesquisador como INTERAGENTE
                                             Coleta e
                                                        Análise d
                                                                    os dados

                     ENTREVISTAS
PESQUISADOR: ao participar do grupo, automaticamente interfere no meio.
             conhecimento e competência comunicativa do meio.
NESTE MOMENTO: interações mais claras, com diferente abordagem.


                                     • Construção das perguntas;
                                     • “Questões base”;
                                     • Parte de uma conversa.




    Busca informações não adquiridas na observação
                    participantes
Coleta e
                                                           Análise d
                                                                       os dados

                      ENTREVISTASTextualidade
Interpretação exige conhecimento da forma de linguagem

• O tipo de linguagem é usado para suprir “deficiência” de expressões físicas
que contribuem no processo de comunicação.
•Otimização do tempo.


                                                          :*
Coleta e
                                                                                Análise d
                                                                                                os dados

                              ENTREVISTAS da	
  conversa
                                       Ritmo	
  



[09:29] 1SER: O que você leva em consideração para adicionar       •	
  Lag	
  ;
uma pessoas na sua rede social?
[09:32] NMarininha: eu vejo se ela é bonita, legal...sei lah...
                                                                   •	
  Cair	
  conexão;
[09:32] NMarininha: vejo se ela eh a fim de fala cmgo e tal :)     •	
  Atenção	
  pessoal;
[09:33] NMarininha: mas se for um mala eu jah bloqueio na h!
[09:33] 1SER: Você já teve algum amigo virtual que fez questão     •	
  “linguagem	
  cortada”;
de conhecer pessoalmente?                                          •	
  Exige	
  paciência	
  ;
* NMarininha is offline
* NMarinha is online                                               •	
  Respostas	
  “curtas”;
[09:39] NMarininha: ai, caí! Iauhaiuhaiuhaiuha. sorry!
                                                                   •	
  Respostas	
  adequadas	
  para	
  as	
  
                                                                   perguntas.
Coleta e
                                                       Análise d
                                                                   os dados

                        ENTREVISTAS                O	
  Contexto
•Pedir dedicação;
• Pessoas falam com mais de uma pessoa
ao mesmo tempo;
• Laços fortes .

                      dificuldades

                    vantagens




-­‐Anonimato;
-­‐Não compartilhar do mesmo espaço
físico;                                  MAIS CONFORTO
-­‐Entrevistado no próprio território.
Pesquisador como DESCOBRIDOR
                                                 Coleta e
                                                            Análise d
                                                                        os dados

           ANÁLISE DOS DADOS
            Realizada após finalizar todas as etapas metodológicas

 Confere conservação de informações de um grupo em determinado
 momento no ciberespaço.
                       (Braga, 2006),
das
              agem
          chec s
     ack e açõe
Feedb nform
      i


Checagem das informações com os sujeitos....
                                                    Oferece credibilidade e legitimidade
Material “sensível”... Faixa etária, informações “delicadas”....
O retorno com os resultados...
                              Envio da pesquisa à comunidade.
Netnografia
Netnografia
Princípios básicos da Netnografia

1.  Presença do etnógrafo no campo de pesquisa (Internet);
2. Visualização do ciberespaço como campo de pesquisa;
3. Considerar as interações como dinâmicas;
4. Toda forma de interação é relevante;
5. Compreender dinâmica do campo;
6. Observar limites entre online e offline (bem como suas conexões);
7. Deslocamento do entendimento de tempo e espaço;
8. Não é imparcial;
9. Precisa-se de tempo e dedicação do pesquisador;
10. Necessita da imersão do pesquisador na interação virtual;
11. Informantes presentes ou não;
12. É uma apropriação da etnografia para o ciberespaço.
DIFICULDADES
                                          Problemas com a conexão
                                     Assincronicidade das conversas
                                                 Divisão da atenção



     “verdade absoluta” e
    experimentos puros???”
         (JAPIASSU, NORIS, 2006)




Necessário ter pontos de referência
Netnógrafo assume posição de pesquisador
Lidar com a subjetividade dos dados
DIFICULDADES
                           Como limitar o espaço
                           virtual?
•Descrição do campo
(espaço)                   As relações sociais estariam
                           limitadas neste único lugar?



                               Com quem eu falo?
•Descrição das pessoas
(habitantes)                   Como perceber a
                               hierarquia das relações
                               sociais?
ATENÇÃO ESPECIAL
Como olhar?
  manter postura inicial de estranhamento do pesquisador em relação ao objeto;
  considerar a subjetividade;
  considerar os dados resultantes como interpretações de segunda e terceira mão;
  considerar o relato etnográfico como sendo de textualidade múltipla.
                  Mantém premissas básicas de etnografia.

                                               O pesquisador quando vestido de
                                               netnógrafo, se transforma num
                                               experimentador do campo,
                                              engajado na utilização do objeto
                                                pesquisado enquanto o pesquisa
                                                            (KOZINETS, 2007).

                             REFLETIR SOBRE:
                 O papel do pesquisador no contexto...
                 AUTOETNOGRAFIA
ATENÇÃO ESPECIAL
A identidade do sujeito
      Se mostra o que se quer!




                         VIDA
                             	
  OFFL
                                     INE
ATENÇÃO ESPECIAL
 A	
  posição	
  do	
  etnógrafo:
        a. “Envolver-­‐se”	
  mas	
  não	
  envolver-­‐se?
        b. Cuidado	
  para	
  não	
  influenciar?
ATENÇÃO ESPECIAL
     ...Para	
  os	
  preconceitos	
  pessoais.
                       Livrar-­‐se	
  deles!
Questões éticas                    Imagens dos avatares
                                                Gravação de conversas
                                     Coletas de informações de Fóruns
                                Observação de comportamentos virtuais
Identificação do pesquisador
Identificação da pesquisa
Solicitação de permissões (AMARAL, NATAL e VIANA, 2009).
Anonimato do sujeito virtual
Checagem dos dados com os próprios membros da comunidade   (KOZINETS, 2002)
Questões éticas
IdenGficar-­‐se	
  “concretamente”	
  ou	
  não	
  na	
  etnografia	
  virtual?
    a. Altera	
  a	
  forma	
  dos	
  sujeitos	
  interagirem?
    b. Observar	
  e	
  interagir	
  sem	
  deixar	
  explícito?
    c. Somente	
  na	
  entrevista?
Questões éticas
       A	
  idenGdade	
  virtual	
  do	
  pesquisador
               a. Construir	
  uma	
  iden'dade	
  que	
  facilite	
  a	
  interação	
  inicial?
               b. Desculpa	
  para	
  iniciar	
  uma	
  conversa?

                                                           pensar	
  sobre	
  a	
  sua	
  presença!!!
                                  Gênero/Tempo/Disponibilidade



Não se pode esquecer que, uma vez estabelecido o contato entre pesquisador e sujeitos,
estabelece-se também uma relação de poder que vai influenciar os achados da pesquisa.
Etnografia X Netnografia
ESTUDO DE CASO
            Netnografia no Second Life
    Identificar os motivos para a criação de representações de
ambientes concretos nos espaços do aplicativo multiusuário online
                          Second Life
Netnografia no Second Life
   Identificar os motivos para a criação de representações
         de ambientes concretos nos espaços do aplicativo
                            multiusuário online Second Life

Identificar ambientes/sistemas capazes de criação de lugares;
Netnografia no Second Life
Netnografia no Second Life
Identificar ambientes/sistemas capazes de criação
de lugares;
Seleção das ilhas...

                        Representação de lugares genéricos
                        Representação de lugares específicos
                        Representação de lugares mistos




        NETNOGRAFIA
Netnografia no Second Life
1. ANÁLISE DOCUMENTAL
* Pesquisas sobre o SL e as ilhas;
* Artigos sobre usos e apropriações destes locais;
BAGAGEM TEÓRICA SOBRE O ASSUNTO.
                            Dados sobre os aplicativos;
                               Usos iniciais propostos;
                                     Pesquisa em sites;
                              Pesquisa no próprio site.
Netnografia no Second Life
2. OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
Observação da estrutura
 Ir a festas, lugares e rituais do MUVE;
  Presença de representações?
  Observação “DO local NO local”;
 Verificar criadores do local;
  Tipos de lugares referidos (praias, cidades...);
  Nomeclaturas, descrições;
  Grau de fidelidade do lugar.



Observação das dinâmicas sociais, dos usos e apropriações
 Práticas sociais;
  Observar de forma “distante”;
 Identidades;
 Organização dos usuários;
 Indicações das motivações pela busca do lugar virtual;
 Conteúdo trocado.
Netnografia no Second Life
                  3. ENTREVISTAS
                                Semi-estruturadas;
                                CRIADORES DOS LUGARES
                                USUÁRIOS DOS LUGARES



                     Criadores das ilhas analisadas – 3
                     Criadores de ilhas aleatórias – 3
                     Residentes das ilhas analisadas – 6
                     Usuários de ilhas aleatórias – 6




                                                      Entrevistas 1h30
                                                     Horários variados
                                                           Arbitrárias
                                                      Seguiam roteiro
Netnografia no Second Life
                   Análise Documental                                            4. TRIANGULAÇÃO



                                                                                                [11:12]	
  	
  W.Z.:	
  essa	
  ilha	
  eh	
  onde	
  eu	
  moro	
  
                                                                                                [11:12]	
  	
  W.Z.:	
  representa	
  minha	
  casa	
  -­‐	
  
                                                                                                                tenho  vários  aos  quais 
                                                                                                                eu  faço  parte  e  me 
Observações                                                   Entrevistas                                       identifico. 
                                                                                                      (...)	
  criei	
  	
  a	
  	
  ilha	
  	
  pq	
  	
  sou	
  	
  
                                                                                                      Carioca	
  	
  da	
  	
  gema....	
  


                                                                                                                                     Identidade
                                                                                                                                   Pertencimento
O	
  	
  lugar	
  	
  no	
  	
  ciberespaço	
  	
  não	
  	
  apenas	
  	
  é	
  	
  visível,	
  	
  como	
   também	
  	
  anuncia	
  	
  simbolismos	
  	
  ligados	
  	
  
              ao	
  território,	
  	
  estando	
  	
  diretamente	
  	
  associado	
  	
  à	
   necessidade	
  	
  dos	
  	
  sujeitos	
  	
  de	
  	
  
             expressarem	
  a	
  sua	
  idenQdade	
  cultural	
  em	
  	
  “outros	
  espaços”,	
  diferentes	
  do	
  espaço	
  	
  
                                           geográfico,	
  porém	
  fortemente	
  atrelados	
  a	
  ele.	
  
Metodologias devem se adequar ao meio;      A Netnografia
Reconhecer possíveis limitações;
Rigor metodológico;
Observa-se aspectos da comunidade.
                                                        Vivência em campo;
                                                   Narrativa personalizada;
          Utilização e combinação flexível de múltiplas técnicas de pesquisa;
                                             Compromisso de longo prazo;
                              Indução a partir do acúmulo de informações.
                                                        (FRAGOSO, RECUERO e AMARAL, 2011)
A Netnografia
     A netnografia, assim, é uma forma de abordar o
     conhecimento científico que está em constante
adaptação, utilizando-se de métodos e procedimentos já
   desenvolvidos como formas de inspiração a fim de
   rearranjar e organizar modelos metodológicos que
 transcrevam e dialoguem de forma mais adequada ao
  modo de constituir a epistemologia, em especial, na
          comunicação mediada pela Internet.
REBECA RECUERO REBS

                       www.rebs.com.br
                         @rebecarebs




       Obrigada pela atenção.
            rebeca.recuero.rebs@gmail.com




A NETNOGRAFIA

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Netnografia

  • 1. REBECA RECUERO REBS www.rebs.com.br @rebecarebs A NETNOGRAFIA
  • 2. TICs Novas formas de agrupamento social; Novos comportamentos; Desenvolvimento de novas culturas; Lugares inspirados no mundo físico Ausentes da materialidade Facetas identitárias; Interações em virtualidade lugares virtuais; Mediados territórios virtuais; pela comunidades virtuais; práticas sociais. internet FENÔMENOS EMERGENTES: novas maneiras de interpretação.
  • 3. SQ U ISA Isso fez com que.... PE Necessidade de novas metodologias... Adaptações de metodologias para o ambiente virtual. A Internet como artefato cultural e não apenas um meio técnico. (Turkle, 1997; Hamman, 1998; Hine, 2000) Como entender a cultura, o sujeito, os valores e os novos grupos formados no universo virtual? Buscou-se ajuda na ETNOGRAFIA... “Pesquisar A aldeia NA aldeia...”
  • 4. A Netnografia Apropriações dos estudos etnográficos para a Cibercultura. Existem diferenças...não é uma simples transposição de métodos. ...NETNOGRAFIA Intenção de abordar as mesmas características do método etnográfico (ou seja, estudos de práticas sociais, de artefatos que instituem cultura), com a atenção para o estudo de práticas, interações, usos e apropriações de meios por grupos e comunidades situadas no universo virtual.
  • 5. A Netnografia Surgiu pelo interesse em estudar práticas sociais virtuais. NET + ETHNOGRAPHY Etnografia Online Etnografia Virtual Netnografia CIBERESPAÇO Analisa marcadores verbais e não verbais na Internet; Caráter qualitativo; Inserção na realidade em análise.
  • 6. PA QUE: RTE DE ça não é a A Netnografia de mudan s usos e ...o agente i, e sim o tecno logia em s e sentido ao as cons tr uções d . re dor dela As relações sociais mudaram... Não precisam sair de casa; As pessoas criam coisas na Internet; Grupos, amigos, namoros virtuais; Existência de lugares virtuais para a sociabilidade; Pessoas interagem pela Internet.
  • 7. Mas...e onde aplicar a netnografia? Interações sociais na Internet -­‐ Troca de capital social; -­‐ Formação de laços sociais; -­‐ Formação de comunidades; -­‐ Formação de Redes Sociais; -­‐ Relacionamentos sociais; -­‐ Comportamento social. “...uma etnografia da Internet pode olhar em detalhes para as formas pelas quais a tecnologia é experenciada em uso”. (HINE, 2000)
  • 8. O que ela exige? Kozinets; Hine; Ardevol; •Compreensão da linguagem do grupo; Amaral; •Saber usar a Internet; Sá; •Paciência do pesquisador; Fragoso; •Rigor metodológico; Recuero; •A participação no grupo; Montardo; •Observação participante; .... •Aplicação de técnicas para coleta de dados. Não possu Permite co i “receitas”!!! m que se o os sujeitos bserve Permite um de análise; a descrição dos fenôm densa enos obser Busca ler o vados; texto e o contexto p resente na Internet;
  • 9. Netnografia Procedimentos básicos de metodologia específicos da transposição da etnografia para a netnografia. Entreé Cultural Coleta e análise dos dados; Ética de pesquisa; Feedback; Checagem de informações com os membros do grupo. Checagem de dados com os membros do grupo. Informação Pública X Privada? Preparação do Uso consensual da trabalho de campo; informação? Captura de dados Tópicos para análise; Identificação do pesquisador Provenientes das Que comunidades? e da pesquisa. interações: e-mail, Confidencialidade, anonimato. retorno da pesquisa TRÊS TIPOS DE DADOS - dados copiados e coletados diretamento dos integrantes; - informações provenientes da observação do pesquisador; - Dados provenientes de entrevistas/conversas. (Kozinets, 2002)
  • 10. Mas onde posso aplicar a Netnografia? Em qualquer ambiente virtual que possua pessoas interagindo, construindo “culturas” e produzindo significações sociais. Construção de um avatar/perfil; Experimentação e observação do ambiente; Interação com sujeitos do ambiente; Participação dos eventos do grupo do ambiente. Posições do pesquisador: * investigador; * observador; * interagente; * descobridor.
  • 11. DA CULTURAL Pesquisador como INVESTIGADOR ENTRA ANÁLISE DOCUMENTAL •Como funciona? Coleta de dados •Para que serve? •Quando foi criado? sobre o ambiente •Há quanto tempo existe? sobre o grupo •Histórias sobre. históricos, notícias... •Quem faz parte? pesquisas •Quantos fazem parte? dados informais... •Como está organizado? Conhecer o local e o grupo •Hábitos dos moradores. Teorias são essenciais para a pesquisa. aporte teórico (POPPER, 1975) autoetnografia (AMARAL, 2009)
  • 13. Coleta e Análise Coleta e Análise d os dados Coleta de dados através de: •Entrevistas formais •Entrevistas informais •Questionários •Formulários •Observações e anotações Análise  de  dados: •A  par'r  da  coleta •Depois  da  coleta Técnicas... Downloads/cópia   arquivos/dia/hora/
  • 14. Coleta e Análise Coleta e Análise d os dados Pesquisador se torna membro do local Observação sistemática Imersão do pesquisador na realidade cultural Investigação Interpretativa “viver com e como um determinado grupo social” Desvendar e decompor padrões de comportamento social e cultural INDISPENSÁVEL O CONTEXTO
  • 15. Coleta e Do sujeito... Análise d os dados Visual (avatar) Descrições (perfil, nicks) Interações (rastros) O que observar? forma linguagem padrões de comportamento expressões características identidade visual
  • 16. Coleta e Análise d Pesquisador como OBSERVADOR os dados OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Entrada a campo - passa a “fazer parte” •Fazer parte do grupo (KOZINETS, 2007) -­‐ Entrar nas normas estipuladas; -­‐ Participar dos “eventos”; -­‐ Criar uma IDENTIDADE (nick, avatar, perfil...); -­‐ Formação de laços sociais.
  • 17. Coleta e Análise d os dados OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Existe uma intervençãotanto napesquisadorcom suas interpretações. do comunidade como
  • 18. Coleta e Análise d os dados OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE O Diário de Campo. Anotações (salvar arquivos); Descrever com detalhes o lugar, as pessoas e como elas interagem tanto entre elas como com o local. Visualização da organização do ambiente. Visualização das interações sociais. Rotina; Conversas informais; Fatos que acontecem;
  • 19. Pesquisador como INTERAGENTE Coleta e Análise d os dados ENTREVISTAS PESQUISADOR: ao participar do grupo, automaticamente interfere no meio. conhecimento e competência comunicativa do meio. NESTE MOMENTO: interações mais claras, com diferente abordagem. • Construção das perguntas; • “Questões base”; • Parte de uma conversa. Busca informações não adquiridas na observação participantes
  • 20. Coleta e Análise d os dados ENTREVISTASTextualidade Interpretação exige conhecimento da forma de linguagem • O tipo de linguagem é usado para suprir “deficiência” de expressões físicas que contribuem no processo de comunicação. •Otimização do tempo. :*
  • 21. Coleta e Análise d os dados ENTREVISTAS da  conversa Ritmo   [09:29] 1SER: O que você leva em consideração para adicionar •  Lag  ; uma pessoas na sua rede social? [09:32] NMarininha: eu vejo se ela é bonita, legal...sei lah... •  Cair  conexão; [09:32] NMarininha: vejo se ela eh a fim de fala cmgo e tal :) •  Atenção  pessoal; [09:33] NMarininha: mas se for um mala eu jah bloqueio na h! [09:33] 1SER: Você já teve algum amigo virtual que fez questão •  “linguagem  cortada”; de conhecer pessoalmente? •  Exige  paciência  ; * NMarininha is offline * NMarinha is online •  Respostas  “curtas”; [09:39] NMarininha: ai, caí! Iauhaiuhaiuhaiuha. sorry! •  Respostas  adequadas  para  as   perguntas.
  • 22. Coleta e Análise d os dados ENTREVISTAS O  Contexto •Pedir dedicação; • Pessoas falam com mais de uma pessoa ao mesmo tempo; • Laços fortes . dificuldades vantagens -­‐Anonimato; -­‐Não compartilhar do mesmo espaço físico; MAIS CONFORTO -­‐Entrevistado no próprio território.
  • 23. Pesquisador como DESCOBRIDOR Coleta e Análise d os dados ANÁLISE DOS DADOS Realizada após finalizar todas as etapas metodológicas Confere conservação de informações de um grupo em determinado momento no ciberespaço. (Braga, 2006),
  • 24. das agem chec s ack e açõe Feedb nform i Checagem das informações com os sujeitos.... Oferece credibilidade e legitimidade Material “sensível”... Faixa etária, informações “delicadas”.... O retorno com os resultados... Envio da pesquisa à comunidade.
  • 27. Princípios básicos da Netnografia 1. Presença do etnógrafo no campo de pesquisa (Internet); 2. Visualização do ciberespaço como campo de pesquisa; 3. Considerar as interações como dinâmicas; 4. Toda forma de interação é relevante; 5. Compreender dinâmica do campo; 6. Observar limites entre online e offline (bem como suas conexões); 7. Deslocamento do entendimento de tempo e espaço; 8. Não é imparcial; 9. Precisa-se de tempo e dedicação do pesquisador; 10. Necessita da imersão do pesquisador na interação virtual; 11. Informantes presentes ou não; 12. É uma apropriação da etnografia para o ciberespaço.
  • 28. DIFICULDADES Problemas com a conexão Assincronicidade das conversas Divisão da atenção “verdade absoluta” e experimentos puros???” (JAPIASSU, NORIS, 2006) Necessário ter pontos de referência Netnógrafo assume posição de pesquisador Lidar com a subjetividade dos dados
  • 29. DIFICULDADES Como limitar o espaço virtual? •Descrição do campo (espaço) As relações sociais estariam limitadas neste único lugar? Com quem eu falo? •Descrição das pessoas (habitantes) Como perceber a hierarquia das relações sociais?
  • 30. ATENÇÃO ESPECIAL Como olhar? manter postura inicial de estranhamento do pesquisador em relação ao objeto; considerar a subjetividade; considerar os dados resultantes como interpretações de segunda e terceira mão; considerar o relato etnográfico como sendo de textualidade múltipla. Mantém premissas básicas de etnografia. O pesquisador quando vestido de netnógrafo, se transforma num experimentador do campo, engajado na utilização do objeto pesquisado enquanto o pesquisa (KOZINETS, 2007). REFLETIR SOBRE: O papel do pesquisador no contexto... AUTOETNOGRAFIA
  • 31. ATENÇÃO ESPECIAL A identidade do sujeito Se mostra o que se quer! VIDA  OFFL INE
  • 32. ATENÇÃO ESPECIAL A  posição  do  etnógrafo: a. “Envolver-­‐se”  mas  não  envolver-­‐se? b. Cuidado  para  não  influenciar?
  • 33. ATENÇÃO ESPECIAL ...Para  os  preconceitos  pessoais. Livrar-­‐se  deles!
  • 34. Questões éticas Imagens dos avatares Gravação de conversas Coletas de informações de Fóruns Observação de comportamentos virtuais Identificação do pesquisador Identificação da pesquisa Solicitação de permissões (AMARAL, NATAL e VIANA, 2009). Anonimato do sujeito virtual Checagem dos dados com os próprios membros da comunidade (KOZINETS, 2002)
  • 35. Questões éticas IdenGficar-­‐se  “concretamente”  ou  não  na  etnografia  virtual? a. Altera  a  forma  dos  sujeitos  interagirem? b. Observar  e  interagir  sem  deixar  explícito? c. Somente  na  entrevista?
  • 36. Questões éticas A  idenGdade  virtual  do  pesquisador a. Construir  uma  iden'dade  que  facilite  a  interação  inicial? b. Desculpa  para  iniciar  uma  conversa? pensar  sobre  a  sua  presença!!! Gênero/Tempo/Disponibilidade Não se pode esquecer que, uma vez estabelecido o contato entre pesquisador e sujeitos, estabelece-se também uma relação de poder que vai influenciar os achados da pesquisa.
  • 38. ESTUDO DE CASO Netnografia no Second Life Identificar os motivos para a criação de representações de ambientes concretos nos espaços do aplicativo multiusuário online Second Life
  • 39. Netnografia no Second Life Identificar os motivos para a criação de representações de ambientes concretos nos espaços do aplicativo multiusuário online Second Life Identificar ambientes/sistemas capazes de criação de lugares;
  • 41. Netnografia no Second Life Identificar ambientes/sistemas capazes de criação de lugares; Seleção das ilhas... Representação de lugares genéricos Representação de lugares específicos Representação de lugares mistos NETNOGRAFIA
  • 42. Netnografia no Second Life 1. ANÁLISE DOCUMENTAL * Pesquisas sobre o SL e as ilhas; * Artigos sobre usos e apropriações destes locais; BAGAGEM TEÓRICA SOBRE O ASSUNTO. Dados sobre os aplicativos; Usos iniciais propostos; Pesquisa em sites; Pesquisa no próprio site.
  • 43. Netnografia no Second Life 2. OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Observação da estrutura Ir a festas, lugares e rituais do MUVE; Presença de representações? Observação “DO local NO local”; Verificar criadores do local; Tipos de lugares referidos (praias, cidades...); Nomeclaturas, descrições; Grau de fidelidade do lugar. Observação das dinâmicas sociais, dos usos e apropriações Práticas sociais; Observar de forma “distante”; Identidades; Organização dos usuários; Indicações das motivações pela busca do lugar virtual; Conteúdo trocado.
  • 44. Netnografia no Second Life 3. ENTREVISTAS Semi-estruturadas; CRIADORES DOS LUGARES USUÁRIOS DOS LUGARES Criadores das ilhas analisadas – 3 Criadores de ilhas aleatórias – 3 Residentes das ilhas analisadas – 6 Usuários de ilhas aleatórias – 6 Entrevistas 1h30 Horários variados Arbitrárias Seguiam roteiro
  • 45. Netnografia no Second Life Análise Documental 4. TRIANGULAÇÃO [11:12]    W.Z.:  essa  ilha  eh  onde  eu  moro   [11:12]    W.Z.:  representa  minha  casa  -­‐   tenho  vários  aos  quais  eu  faço  parte  e  me  Observações Entrevistas identifico.  (...)  criei    a    ilha    pq    sou     Carioca    da    gema....   Identidade Pertencimento O    lugar    no    ciberespaço    não    apenas    é    visível,    como   também    anuncia    simbolismos    ligados     ao  território,    estando    diretamente    associado    à   necessidade    dos    sujeitos    de     expressarem  a  sua  idenQdade  cultural  em    “outros  espaços”,  diferentes  do  espaço     geográfico,  porém  fortemente  atrelados  a  ele.  
  • 46. Metodologias devem se adequar ao meio; A Netnografia Reconhecer possíveis limitações; Rigor metodológico; Observa-se aspectos da comunidade. Vivência em campo; Narrativa personalizada; Utilização e combinação flexível de múltiplas técnicas de pesquisa; Compromisso de longo prazo; Indução a partir do acúmulo de informações. (FRAGOSO, RECUERO e AMARAL, 2011)
  • 47. A Netnografia A netnografia, assim, é uma forma de abordar o conhecimento científico que está em constante adaptação, utilizando-se de métodos e procedimentos já desenvolvidos como formas de inspiração a fim de rearranjar e organizar modelos metodológicos que transcrevam e dialoguem de forma mais adequada ao modo de constituir a epistemologia, em especial, na comunicação mediada pela Internet.
  • 48. REBECA RECUERO REBS www.rebs.com.br @rebecarebs Obrigada pela atenção. rebeca.recuero.rebs@gmail.com A NETNOGRAFIA