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Relato Pessoal

  Professora Fernanda Braga
o O gênero relato, ou “relato pessoal”, faz parte do
domínio social da comunicação. Podendo ser oral ou
escrito, ele parte do princípio de que há um
emissor e um interlocutor.

o Nesse gênero, relatamos, basicamente,
experiências vividas no passado – que pode ser
ontem, mês passado, ou há três anos – contanto que
seja no passado. Para isso, os verbos devem ser
empregados no pretérito.
o Se, no relato, “contamos” algo que ocorreu no passado,
qual é a maior diferença dele para o gênero narrativo? A
resposta vem em duas partes:

Além de, no gênero narrativo, ser possível escrever no
presente (contar uma ficção dizendo: “O menino chega e entra
em seu quarto. Ele fecha a porta e percebe que algo está
diferente.”), o relato sempre prioriza as ações.

É possível falar sobre sentimentos e sensações, mas o
objetivo principal é informar com foco nas ações especificas de
um episódio relevante para o protagonista!
A DIFERENÇA ENTRE RELATO ORAL E RELATO ESCRITO

o O primeiro é marcado por oralidades, interrupções na
fala, gírias e entoação. Afinal, no Relato oral, a conversa
entre emissor e interlocutor pode ser interrompida a
qualquer momento.

o Já no Relato escrito, existe uma articulação mais
organizada, para demonstrar a sequência de fatos, uma
vez que o texto escrito possibilita certo planejamento por
parte do autor.
COMO TRANSFORMAR A TRANSCRIÇÃO DE UM RELATO
ORAL EM ESCRITO

Para isso, siga o seguinte roteiro:

1)Eliminar reticências, que indicam pausas na fala.

2) Eliminar gírias.

3) Transformar marcas de oralidade (como “né”, “aí”, “daí”),
em sinônimos da norma culta, como “além disso”, “em
consequência disso”, e etc.

4) Usar pontos finais e vírgulas, para evitar períodos muito
longos e, assim, uma leitura cansativa.
   Relato é um texto em que se explana
    aquilo que se observa em relação a alguma
    coisa ou a alguém.
   Tem como característica a descrição
    pessoal, que deve ser a mais fiel possível
    aos fatos e onde devem ser evitadas
    interpretações pessoais tendenciosas ou
    não compatíveis com os fatos.
“Não tomei cuidado e perdi uma vista, mas isso me ajudou a ver
tudo mais claro...” Alex Gadd, 52, Pikeville, Tenessee
 
         Estava carregando a camionete para ir ao mercado de
usados quando o gancho de uma das cordas elásticas de bungee-
jump se torceu e atingiu o meu olho esquerdo. A dor foi como se
uma espada em brasa atravessasse minha cabeça. Caí de quatro,
e quando vi algo que parecia gelatina e sangue pingar no chão,
soube que era grave.

         Levaram-me para um centro oftalmológico especial. Os
médicos operaram várias vezes, mas não conseguiram salvar meu
olho. Quando me deram a notícia, quis morrer. Eu era divorciado e
imaginei que mulher nenhuma ia querer se relacionar comigo.
Tudo o que restava do meu olho era o branco, e meu rosto estava
inchado e machucado.
 
       Mesmo depois que passei a usar uma prótese, não conseguia me livrar da
depressão. Para piorar, perdi o emprego de motorista do Departamento de
Serviços Infantis do Tennessee, porque ficaram com medo de que eu não fosse
mais capaz de dirigir. Mas, certa manhã, acordei com a TV ligada e lá estava uma
moça de 16 anos, que sofrera queimaduras graves no rosto, nas mãos e nas
pernas, e estava reaprendendo a andar. Tinha um sorriso e parecia olhar
diretamente para mim quando disse: “A gente não deve desistir nunca.” Naquele
momento, pensei: foi só um olho. Posso superar. E superei.

      Já faz 12 anos desde o acidente e agora faço tudo o que costumava fazer.
As mulheres ainda gostam de mim e ninguém percebe que uso prótese de olho,
porque a nova é excelente. E embora não tenha recuperado o antigo emprego,
consegui tirar uma nova carteira de motorista e nunca arranhei um para-choque
sequer, com mais de um milhão de quilômetros rodados.

       Certa vez, li a história de um homem que se sentia mal porque não tinha
sapatos, até que encontrou um homem que não tinha pés. Por mais devastador
que seja o nosso problema, sempre há alguém em situação pior.
“Não consegui realizar o meu sonho, mas desde então realizei outras
coisas...” Daryl Nelson, 36, Brooklyn, Nova York
 
     Um convite para gravar um disco: aconteceu comigo e com o meu melhor
amigo, quando éramos calouros na Universidade do Estado da Virgínia e
tocávamos num grupo de hip-hop chamado BizzrXtreemz. Soubemos que Clive
Davis, fundador e presidente da Arista Records, aprovara pessoalmente o
contrato. No verão de 1994, largamos a faculdade e fomos para Nova York.
Tínhamos 21 anos e estávamos no caminho certo.

     Para nos concentrarmos na música, contratamos um agente e lhe demos 5
mil dólares de adiantamento. Mas, certo dia, quando chegamos ao estúdio,
disseram que não podíamos mais gravar porque eles não tinham recebido. O
nosso agente era um picareta. Sem dinheiro, tentamos gravar algumas
músicas, mas a qualidade ficou horrível. O chefe do departamento musical da
Arista detestou e perdemos o contrato.

      Seis meses depois, tudo acabara. Lembro-me de que fiquei sentado meio
tonto, debaixo de uma ponte, com bêbados e sem-teto. Nada me preparara
para o fracasso. Eu achava que era predestinado.
É claro que não desistimos logo. Fizemos outros demos e os distribuímos,
mas dali a pouco tivemos de arranjar emprego para sobreviver. A música nunca
nos deixou; só virou uma parte menor da nossa vida.

          Hoje sou coordenador de um sindicato, o último da longa série de
empregos no ramo de atendimento ao cliente que tive nesses 15 anos, desde
aquele verão. O meu parceiro e eu rompemos faz alguns anos e lancei algumas
músicas solo, com o nome de River Nelson, por uma pequena gravadora de
Londres. Mas não persigo mais o mesmo sonho. Chega uma hora em que temos
de reavaliar nossas aspirações e descartar o que é ambicioso demais ou o que
não tem mais nada a ver com a realidade. No entanto, ao mesmo tempo,
guardamos as coisas mais valiosas, que para mim foram a flexibilidade, a
perseverança e a capacidade de concentração que adquiri. Quando vemos as
coisas assim, descobrimos que o pote de ouro, na verdade, é a busca pelo pote
de ouro.

        Ainda faço músicas, mas hoje só por prazer. Redirecionei toda a minha
energia para outras coisas criativas. E esse foi um novo começo. Ainda
mantenho parte do sonho original, mas agora recebi também todas essas
outras bênçãos.

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Relato Pessoal

  • 1. Relato Pessoal Professora Fernanda Braga
  • 2. o O gênero relato, ou “relato pessoal”, faz parte do domínio social da comunicação. Podendo ser oral ou escrito, ele parte do princípio de que há um emissor e um interlocutor. o Nesse gênero, relatamos, basicamente, experiências vividas no passado – que pode ser ontem, mês passado, ou há três anos – contanto que seja no passado. Para isso, os verbos devem ser empregados no pretérito.
  • 3. o Se, no relato, “contamos” algo que ocorreu no passado, qual é a maior diferença dele para o gênero narrativo? A resposta vem em duas partes: Além de, no gênero narrativo, ser possível escrever no presente (contar uma ficção dizendo: “O menino chega e entra em seu quarto. Ele fecha a porta e percebe que algo está diferente.”), o relato sempre prioriza as ações. É possível falar sobre sentimentos e sensações, mas o objetivo principal é informar com foco nas ações especificas de um episódio relevante para o protagonista!
  • 4. A DIFERENÇA ENTRE RELATO ORAL E RELATO ESCRITO o O primeiro é marcado por oralidades, interrupções na fala, gírias e entoação. Afinal, no Relato oral, a conversa entre emissor e interlocutor pode ser interrompida a qualquer momento. o Já no Relato escrito, existe uma articulação mais organizada, para demonstrar a sequência de fatos, uma vez que o texto escrito possibilita certo planejamento por parte do autor.
  • 5. COMO TRANSFORMAR A TRANSCRIÇÃO DE UM RELATO ORAL EM ESCRITO Para isso, siga o seguinte roteiro: 1)Eliminar reticências, que indicam pausas na fala. 2) Eliminar gírias. 3) Transformar marcas de oralidade (como “né”, “aí”, “daí”), em sinônimos da norma culta, como “além disso”, “em consequência disso”, e etc. 4) Usar pontos finais e vírgulas, para evitar períodos muito longos e, assim, uma leitura cansativa.
  • 6. Relato é um texto em que se explana aquilo que se observa em relação a alguma coisa ou a alguém.  Tem como característica a descrição pessoal, que deve ser a mais fiel possível aos fatos e onde devem ser evitadas interpretações pessoais tendenciosas ou não compatíveis com os fatos.
  • 7. “Não tomei cuidado e perdi uma vista, mas isso me ajudou a ver tudo mais claro...” Alex Gadd, 52, Pikeville, Tenessee   Estava carregando a camionete para ir ao mercado de usados quando o gancho de uma das cordas elásticas de bungee- jump se torceu e atingiu o meu olho esquerdo. A dor foi como se uma espada em brasa atravessasse minha cabeça. Caí de quatro, e quando vi algo que parecia gelatina e sangue pingar no chão, soube que era grave. Levaram-me para um centro oftalmológico especial. Os médicos operaram várias vezes, mas não conseguiram salvar meu olho. Quando me deram a notícia, quis morrer. Eu era divorciado e imaginei que mulher nenhuma ia querer se relacionar comigo. Tudo o que restava do meu olho era o branco, e meu rosto estava inchado e machucado.  
  • 8.   Mesmo depois que passei a usar uma prótese, não conseguia me livrar da depressão. Para piorar, perdi o emprego de motorista do Departamento de Serviços Infantis do Tennessee, porque ficaram com medo de que eu não fosse mais capaz de dirigir. Mas, certa manhã, acordei com a TV ligada e lá estava uma moça de 16 anos, que sofrera queimaduras graves no rosto, nas mãos e nas pernas, e estava reaprendendo a andar. Tinha um sorriso e parecia olhar diretamente para mim quando disse: “A gente não deve desistir nunca.” Naquele momento, pensei: foi só um olho. Posso superar. E superei. Já faz 12 anos desde o acidente e agora faço tudo o que costumava fazer. As mulheres ainda gostam de mim e ninguém percebe que uso prótese de olho, porque a nova é excelente. E embora não tenha recuperado o antigo emprego, consegui tirar uma nova carteira de motorista e nunca arranhei um para-choque sequer, com mais de um milhão de quilômetros rodados. Certa vez, li a história de um homem que se sentia mal porque não tinha sapatos, até que encontrou um homem que não tinha pés. Por mais devastador que seja o nosso problema, sempre há alguém em situação pior.
  • 9. “Não consegui realizar o meu sonho, mas desde então realizei outras coisas...” Daryl Nelson, 36, Brooklyn, Nova York   Um convite para gravar um disco: aconteceu comigo e com o meu melhor amigo, quando éramos calouros na Universidade do Estado da Virgínia e tocávamos num grupo de hip-hop chamado BizzrXtreemz. Soubemos que Clive Davis, fundador e presidente da Arista Records, aprovara pessoalmente o contrato. No verão de 1994, largamos a faculdade e fomos para Nova York. Tínhamos 21 anos e estávamos no caminho certo. Para nos concentrarmos na música, contratamos um agente e lhe demos 5 mil dólares de adiantamento. Mas, certo dia, quando chegamos ao estúdio, disseram que não podíamos mais gravar porque eles não tinham recebido. O nosso agente era um picareta. Sem dinheiro, tentamos gravar algumas músicas, mas a qualidade ficou horrível. O chefe do departamento musical da Arista detestou e perdemos o contrato. Seis meses depois, tudo acabara. Lembro-me de que fiquei sentado meio tonto, debaixo de uma ponte, com bêbados e sem-teto. Nada me preparara para o fracasso. Eu achava que era predestinado.
  • 10. É claro que não desistimos logo. Fizemos outros demos e os distribuímos, mas dali a pouco tivemos de arranjar emprego para sobreviver. A música nunca nos deixou; só virou uma parte menor da nossa vida. Hoje sou coordenador de um sindicato, o último da longa série de empregos no ramo de atendimento ao cliente que tive nesses 15 anos, desde aquele verão. O meu parceiro e eu rompemos faz alguns anos e lancei algumas músicas solo, com o nome de River Nelson, por uma pequena gravadora de Londres. Mas não persigo mais o mesmo sonho. Chega uma hora em que temos de reavaliar nossas aspirações e descartar o que é ambicioso demais ou o que não tem mais nada a ver com a realidade. No entanto, ao mesmo tempo, guardamos as coisas mais valiosas, que para mim foram a flexibilidade, a perseverança e a capacidade de concentração que adquiri. Quando vemos as coisas assim, descobrimos que o pote de ouro, na verdade, é a busca pelo pote de ouro. Ainda faço músicas, mas hoje só por prazer. Redirecionei toda a minha energia para outras coisas criativas. E esse foi um novo começo. Ainda mantenho parte do sonho original, mas agora recebi também todas essas outras bênçãos.