O documento discute duas doenças da oliveira em Portugal: a gafa e o olho-de-pavão. A gafa é causada por fungos e causa lesões nas azeitonas, levando à queda prematura e redução da qualidade do azeite. O olho-de-pavão, causado por outro fungo, produz manchas nas folhas que podem levar à queda das mesmas, prejudicando o crescimento da árvore. Ambas as doenças se desenvolvem melhor em climas úmidos, e suas lutas envolvem
2. GAFA
A gafa é a doença da oliveira mais
importante em Portugal, principalmente
por a variedade Galega ser extremamente
sensível.
Esta doença é causada por duas espécies
de fungos do género Colletotrichum: C.
acutatum e C. gloeosporioides.
3. Tradicionalmente, os ataques da gafa
localizaram-se especialmente nas
azeitonas
Mas em graves epidemias, também se
observaram defoliações intensas em
ramos com azeitonas afectadas.
6. Defoliação intensa e azeitonas mumificadas causadas pelos
ataques conjuntos de gafa, olho-de-pavão e cercosporiose
7. Biologia
Em condições normais as infecções
ocorrem entre 15-25ºC, com um óptimo
em 23ºC.
A esta temperatura os sintomas
característicos aparecem em 2-3 dias.
A disseminação deste fungo dá-se,
principalmente, através da chuva.
8. Geralmente, os ataques ocorrem
durante as primeiras chuvas de final
de Verão, antes do Inverno.
Se as chuvas continuam, produzemse infecções secundárias importantes.
9. Geralmente, os ataques ocorrem
durante as primeiras chuvas de final
de Verão, antes do Inverno.
Se as chuvas continuam, produzemse infecções secundárias importantes.
Observa-se geralmente uma elevada
correlação entre a doença e os
ataques de mosca da azeitona.
11. O normal é que os ataques comecem
pelo ápice do fruto, zona onde se
acumula a água da chuva.
Ao evoluir a doença origina um
apodrecimento parcial ou total da
azeitona que se seca, enruga e
mumifica
13. Prejuízos
A azeitona afectada desprende-se da
árvore prematuramente, diminuindo
a produção, que pode ter bastante
importância.
14. Por outro lado, e mais importante, os
azeites obtidos de azeitonas afectadas
são de inferior qualidade, visto
alterar-se a sua acidez e
características organolépticas (cheiro
e sabor).
15. Meios de luta
Devido à importância que tem a
elevada humidade relativa para o
desenvolvimento da doença,
recomendam-se as medidas de luta
cultural que favoreçam o arejamento
da copa.
16. A eliminação de azeitonas
mumificadas após a colheita e até a
plantação de variedades resistentes
em zonas mais propícias ao
desenvolvimento do fungo, são
medidas a ter em conta no combate
contra a gafa.
17. A aplicação simples de fungicidas
cúpricos ou misturados com
fungicidas orgânicos é o meio de luta
mais utilizado.
18. Uma vez que são tratamentos
preventivos, recomenda-se molhar
bem os frutos antes das chuvas
outonais.
Este tratamento tem acção
simultânea contra o olho-de-pavão.
19. OLHO-DE-PAVÃO
O olho-de-pavão é uma doença com
alguma importância em Portugal,
principalmente devido à sua
incidência nalgumas variedades,
como é o caso da Cobrançosa.
O agente causador da doença é o
fungo Spilocaea oleagina.
20. Biologia
É muito variável a biologia do fungo
em diferentes regiões e anos,
dependendo o seu desenvolvimento
de muitos factores como a humidade,
temperatura, chuva e práticas
culturais.
21. A sua germinação produz-se entre 2-3 e
28-34ºC, com um óptimo entre 1621ºC.
A germinação é favorecida pela
elevada humidade relativa e o tempo
médio necessário para germinar
diminui com o aumento da temperatura.
25. Nas folhas aparecem manchas
circulares de diferentes tamanhos,
desde 2 a 10 mm de diâmetro.
A sua coloração é variável, desde
castanho, amarelo e verde
26. Quando afecta o pecíolo e o
pedúnculo, observam-se manchas
castanhas alargadas.
No caso do fungo afectar as
azeitonas, estas enrugam e
deformam-se ao terminar o
crescimento da zona afectada.
28. Prejuízos
Como consequência das lesões
produzidas pelo olho-de-pavão
produz-se uma importante caída de
folhas, o que se manifesta claramente
sobretudo em ramos inferiores que
podem ficar completamente
desfoliados.
29. Isto leva a debilitamento da árvore,
perda de produção e perda de gemas
axilares, que provocam um
desenvolvimento muito lento e em
árvores jovens comprometem a sua
formação.
30. Também pode afectar pedúnculos e
frutos.
No primeiro caso, a azeitona cai
prematuramente para o chão
produzindo perdas na colheita ou na
qualidade do azeite.
No caso de afectar o fruto, atrasa a
maturação e diminui a quantidade e
qualidade do azeite produzido
31. Meios de luta
As medidas de luta cultural que
favoreçam o arejamento da copa e
reduzam a condensação da humidade
nas oliveiras são de extraordinária
importância, pois o olho-de-pavão
necessita de elevada humidade relativa
para o seu desenvolvimento.
32. Assim, devem efectuar-se podas
selectivas e devem eleger-se densidades
de plantação que evitem copas densas
ou muito próximas.
Devem também evitar-se aplicações
exageradas de fertilizações azotadas e
orgânicas e drenar terrenos
excessivamente húmidos.
33. A luta química inclui a aplicação
foliar de tratamentos preventivos
antes do começo da estação de
infecção principal, a qual coincide
com a de maior crescimento dos
gomos da oliveira, como por
exemplo antes da floração na
Primavera ou no Outono.
34. Dado o carácter preventivo dos
tratamentos é necessário molhar muito
bem toda a copa da árvore com calda
fungicida, preferencialmente os ramos
baixos e interiores, pois é ai que a
doença se desenvolve mais
frequentemente.
35. A frequência dos tratamentos depende
da persistência do produto utilizado e
da duração das condições ambientais
favoráveis à infecção.
Entre os fungicidas utilizados
destacam-se os produtos cúpricos
(sulfato de cobre, hidróxido de cobre e
oxicloreto de cobre).
36. A frequência dos tratamentos depende
da persistência do produto utilizado e
da duração das condições ambientais
favoráveis à infecção.
Entre os fungicidas utilizados
destacam-se os produtos cúpricos
(sulfato de cobre, hidróxido de cobre e
oxicloreto de cobre).