O documento resume:
1. A epístola de Tito foi escrita por Paulo por volta de 65-66 d.C. para instruir Tito em sua tarefa de organizar as igrejas de Creta.
2. Paulo ensina Tito sobre as qualificações espirituais necessárias para os ministros da igreja e sobre o devido papel de diferentes membros da igreja.
3. A sã doutrina e as boas obras são destacadas como fruto da graça divina e prova genuína da fé.
3. Autoria e Data
O autor é Paulo, e foi escrita por volta
de 60 d.C. na prisão em Roma
A carta foi levada a Filemom – um
prospero cidadão de Colossos – por
Tíquico, o mesmo mensageiro que
levou as cartas aos Efésios e aos
Colossenses acompanhado de Onésimo
4. Filemom era um cristão de Colossos,
dos convertidos de Paulo, pessoa
abastada. Em sua casa reunia-se uma
igreja. Parece que ele e Paulo eram
amigos íntimos.
Das quatro cartas que Paulo escreveu a
indivíduos somente a de Filemom não é
Pastoral, sendo a mais breve de todas.
5. Onésimo era o nome de um escravo de
Filemom. É possível que fosse um
jovem muito talentoso.
O exército romano, em suas excursões,
muitas vezes capturava moços e moças
dos melhores e muito inteligentes, e
levava-os para vendê-los como
escravos.
6. Tema e Propósito
Reconciliação e perdão seriam os
temas principais da carta.
Tema principal: O amor exemplificado
Seu propósito é estritamente pessoal.
Um apelo em favor de um escravo
fugido
7. Onésimo, cujo nome significa útil,
havia sido inútil para seu senhor
Filemom (v11);
O escravo aparentemente havia
roubado seu senhor (v18) e fugido
para Roma. Na prisão se reencontra
com Paulo e se converte ao
Evangelho.
Versículos-Chaves: Fm 17-19
8. Incalculável valor como Instrução:
Na justiça prática
Na fraternidade cristã
Na cortesia cristã
Na lei do amor
A “Epístola Cortês”
9. O Servo Inútil se Torna
Útil - Filemom
Filemom e sua família se convertera ao Senhor
ainda em Éfeso. Era da cidade de Colossos, e na
sua residência reunia os cristãos para os cultos.
Ele tinha um escravo Onésimo, que roubara seu
amo e fugira para Roma. Lá na miséria espiritual
encontra Paulo na prisão.
Paulo o recebe com bondade e simpatia, e
Onésimo, torna-se um cristão. Sua intercessão
revela:
10. I – TERNURA (vv. 8,9)
Após honesto e afetuoso louvor a Filemom, Paulo
chega ao assunto principal da carta.
Pede como Favor aquilo que poderia ordenar
como direito:
Usar sua autoridade apostólica e ordenar o
recebimento e o perdão do irmão Onésimo.
Despoja-se dos seus direitos e apela à afeição
pessoal que Filemom tem para com ele.
O melhor líder é aquele que pode inspirar e
persuadir outros pelo respeito e afeição a sua
própria pessoa.
11. Paulo apela à compaixão de Filemom:
Como se dissesse: “Filemom, este apelo
vem de quem envelheceu no serviço do
Senhor, de alguém que está na prisão por
amor ao Evangelho”.
Foi um apelo a um dever primário:
reverência para com os idosos. Nota-se
que, a cada passo, Paulo torna sempre mais
difícil para Filemom recusar o seu pedido.
12. II – ESTILO ESPECÍFICO (vv. 8-12)
O apóstolo toma o escravo pela mão, por assim
dizer, e pede que Filemom o receba de volta,
por três motivos:
a) É um convertido de Paulo:
“Meu filho [espiritual] Onésimo, que gerei [cf.
G1 4.19] nas minhas prisões” . Noutras
palavras: “Levei o seu escravo a Cristo” .
13. b) Onésimo tinha mudado de caráter:
Onésimo, o escravo, já estava à altura do seu
nome! (“proveitoso”).
Agora o jovem é útil de nome e de caráter.
Poder da Cruz: transformar escravos em filhos
de Deus.
c) Onésimo é muito querido para Paulo:
“E tu torna a recebê-lo como ao meu coração”.
Essa carta nos ajuda a conhecer a natureza
afetuosa de Paulo. Ele amava as pessoas.
14. III – CORTESIA (vv. 13,14)
a) Cortesia: Paulo por afeição teria gostado de
retê-lo como ajudante e companheiro;
porém, respeitou a autoridade de Filemom;
não tirou vantagem disso; Paulo não gostava
de se impor sobre os seus amigos.
b) Tato: As palavras contêm uma sugestão
delicada: “Se Onésimo é apropriado para
servir a Paulo, não pode ser proveitoso a
você também?”
15. c) Sabedoria: Paulo foi sábio em mandar o
escravo de volta para o seu senhor:
Primeiro, era ilegal receber escravos fugitivos;
poderiam levantar acusações de que os
cristãos encorajavam a fuga de escravos dos
seus donos;
Segundo, Onésimo deveria mostrar por si
mesmo a sua verdadeira conversão a Filemom;
Terceiro; Onésimo era propriedade legal de
Filemom (honestidade e gratidão fazem parte
da vida da nova criatura)
16. IV – CORAGEM (vv. 15-20)
A Fé de Paulo: o erro de Onésimo o levou a
conhecer a Cristo [as coisas cooperam para o
bem].
O plano de Deus trouxe Onésimo a Cristo a fim
de voltar a Filemom, não como escravo, mas
como um irmão na fé.
Segundo a tradição Onésimo recebeu sua
libertação e mais tarde se tornou o bispo de
Beréia.
17. O Pedido de Paulo: “Assim, pois, se me tens
por companheiro”. Paulo fala com firmeza e
apela ao senso de companheirismo de
Filemom.
“Recebe-o, como a mim mesmo”. Temos aqui
um tipo de identificação de Cristo com os seus
discípulos: “Quem vos recebe a mim me
recebe” (Mt 10.40).
Assim somos aceitos no Amado, e Deus nos
recebe “por amor a Cristo”.
18. A Garantia de Paulo: Talvez Onésimo tivesse
furtado algo do seu mestre. Não tendo dinheiro,
não poderia fazer restituição, e, sendo um escravo,
nenhuma corte o aceitaria como devedor normal,
com respeito ao seu senhor.
Paulo, portanto, se oferece para fazer a restituição:
toma para si, legalmente, o pagamento da dívida.
Na verdade, o devedor era Filemom [da obra de
Paulo]. Assim, como somos devedores do amor de
Cristo e de sua obra redentora.
19. A salvaguarda e a limitação da autoridade (v8):
limitamos nosso direito pela autoridade “em
Cristo”.
Em nome do amor (v9): é o maior motivo para a
nobre ação.
“Vós sois todos um em Cristo Jesus”. Paulo,
apóstolo; Filemom, homem de posses; Onésimo,
escravo – todos, UM em Cristo, filhos de Deus.
“Em algemas, porém livre”. A prisão não é motivo
para ficarmos inativos na obra da evangelização.
Lições Práticas
21. Tito é uma carta pastoral devido ao
seu conteúdo na organização da
igreja.
Tito é um filho na fé, do apóstolo,
semelhantemente como o é Timóteo
(Tt 1.4).
Tito acompanhou a Paulo em uma de
suas viagens a Jerusalém e muito o
ajudou contra os judaizantes.
22. Tito era gentil, de nacionalidade grega.
Alguns anos mais tarde, aparece como
apóstolo em Éfeso, de onde é enviado a
Corinto para investigar certas desordens e
iniciar o levantamento da oferta para os
crentes pobres de Jerusalém, 2Co 8.6,10.
Ao regressar encontra Paulo na
Macedônia e, depois de lhe expor a
situação, foi mandado de volta àquela
cidade, na frente do apóstolo.
23. Levou a Segunda Epístola aos Coríntios,
para preparar o caminho à ida de Paulo e
terminar o levantamento da oferta, (2 Co
2.3,12,13; 8.16-18; 12.14,18).
O fato de ser Tito escolhido para
investigar a situação aflitiva em Corinto
indica que Paulo devia considerá-lo um
líder cristão de muita capacidade,
prudente, confiável, abnegado e
maneiroso.
24. Autoria e Data
Escrita por Paulo cerca de 65 a 66 d.C.
quando estava em Nicópolis, na costa
ocidental da Grécia.
Paulo e Tito trabalharam juntos por um
breve período na ilha de Creta (a
sudoeste da Ásia Menor, no Mar
Mediterrâneo), no período entre a 1ª e
a 2ª prisão de Paulo em Roma.
25. Propósito
Instruir Tito na sua tarefa de:
Pôr em ordem o que Paulo deixara inacabado
nas igrejas de Creta (instituição de presbíteros
– 1.5);
Ajudar as igrejas a crescerem na fé, no
conhecimento da verdade e santidade(1.1);
Silenciar falsos mestres (1.11)
Vir até Paulo, uma vez substituído por Ártemas
ou Tíquico (3.12)
26. Tema principal: a Sã Doutrina e as
Boas Obras
Tema secundário: A Ordem na Igreja
Paulo ensina a respeito do caráter e
das qualificações espirituais
necessárias a todos os que são
separados para o ministério da igreja.
27. Paulo descreve para Tito o devido
papel dos anciãos, das mulheres
idosas, das mulheres jovens, dos
homens jovens e dos servos.
As boas obras e uma vida de
retidão são o devido fruto da fé
genuína.
Texto-Chave: Tito 2.11-14
29. DESTAQUES
O Versículo Pastoral 2.2: “O que de
mim, entre muitas testemunhas,
ouviste, confia-o a homens fiéis, que
sejam idôneos para também ensinarem
a outros”.
Foi o último escrito de Paulo e contém
sua emocionante despedida (4.7.8).
30. Provas da Graça Divina
2.11 – 3.9
Tito instrui: sã doutrina e boas obras. A
doutrina e a vida se acompanham.
A doutrina sem as obras é isenta de
realidade; as obras sem a doutrina não
possuem vitalidade.
No propósito de Deus, a doutrina e a vida
formam um conjunto, e ninguém deve
separar o que Deus juntou.
31. I – A Obra da Graça (2.11-15)
Na primeira parte do capítulo, Paulo exorta todos
os tipos de pessoas na igreja a viverem
piedosamente. Por quê? “Porque a graça de Deus
se há manifestado, trazendo salvação a todos os
homens”. A graça nos traz:
A Salvação. Essa graça veio oferecer a salvação
a “todos os homens”, isto é, se eles a aceitarem.
A Educação. A graça não somente faz nascer
filhos espirituais como também ensina,
disciplina, corrige e castiga.
32. A salvação segue o ensinamento da alma:
(1) renunciar os caminhos maus:
“Renunciando à impiedade [o viver sem
Deus] e às concupiscências mundanas [tais
como egoísmo, orgulho, ambições
errôneas]”;
(2) a escolha do caminho certo: “Vivamos
neste presente século sóbria, justa e
piamente [reconhecendo a presença de Deus
na vida diária]”.
33. A Glorificação. A primeira vinda de Jesus
trouxe graça para salvar e santificar; a sua
segunda vinda trará graça para glorificar.
“Fala disto, e exorta, e repreende com toda a
autoridade. Ninguém te despreze”. Tito tinha
que explicar essas doutrinas até deixá-las
claras; exortar, para impressioná-las na
consciência; repreender os que violavam
essas doutrinas; e, sobretudo, reforçar as
suas palavras com uma vida consistente.
34. II – Provas da Graça (3.1-19)
a) Lealdade ao Governo. “Admoesta-os a
que se sujeitem aos principados e
potestades, que lhes obedeçam e estejam
preparados para toda boa obra” (cf. Rm
13.1-7; 1 Pe 2.13).
O governo é uma instituição divina, no
sentido que é da vontade de Deus que
todos vivam sob um governo. Mesmo um
governo ruim é melhor do que a anarquia.
35. b) A Gentileza e a Humildade Para Com os
Homens. “Que a ninguém infamem, nem sejam
contenciosos, mas modestos, mostrando toda
mansidão para com todos os homens”.
Os cristãos são pecadores salvos pela graça, e
não devem assumir atitudes de superioridade
para com os não-cristãos.
Um bom remédio para o orgulho é lembrar-se
dos pecados e falhas do passado (cf. 1 Tm
1.12-14).
36. Onde existe base para a jactância e o
orgulho? Fomos salvos “não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito”, mas pela
bondade e amor de Deus, segundo a sua
misericórdia (v. 5).
O caráter não produz a salvação; a salvação
produz o caráter.
As pessoas são salvas não porque vivem
corretamente; vivem corretamente porque
são salvas.
37. O homem “nasce da água” (ou seja,
passa pela purificação) “e do Espírito”
(ou seja, recebe a vida nova).
A salvação, portanto, é a morte para a
antiga vida do pecado e o nascimento
para uma vida de retidão.
Essas verdades são simbolizadas no
batismo na água (Rm 6).
38. “Justificados pela sua graça” - declarados justos
pelo dom gratuito de Deus. O governador de um
estado pode perdoar um criminoso, mas não
pode declará-lo um homem bom.
Deus, porém, pode perdoar o pecador e declará-
lo justo diante dEle. “Para que, sendo justificados
pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo
a esperança da vida eterna”.
A vida eterna é a plenitude que jaz no futuro;
nesta vida, o cristão recebe o Espírito Santo como
sinal ou primeira parte daquela herança (Ef
1.13,14; Rm 8.23).
39. c) Boas Obras. “Fiel é a palavra, e isso quero
que deveras afirmes, para que os que creem
em Deus procurem aplicar-se às boas obras;
essas coisas são boas e proveitosas aos
homens”. (3.8)
A pregação do Evangelho da graça
salvadora (vv. 5-7) produzirá fé, e a fé, por
sua vez, produzirá boas obras.
Aquilo que uma pessoa verdadeiramente
crê influencia a sua conduta.
40. “Mas não entres em questões loucas,
genealogias e contendas e nos debates
acerca da lei; porque são coisas inúteis e
vãs”. (vv. 9)
Uma das coisas que tomaram difícil a
tarefa de Tito foi a presença de mestres
judeus que estavam obscurecendo os
fundamentos do Evangelho com suas
mesquinhas disputas acerca de
cerimônias, tradições e assuntos não-
essenciais.
41. d) Ensinamentos Práticos
Como o cristão deve viver:
Em relação a si mesmo – sensatamente;
Em relação a “outros” – justamente;
Em relação a Deus – piedosamente;