Ciclos de Vida
A sequência de etapas de desenvolvimento
que ocorrem na vida de um organismo,
desde que se forma até que produz a sua
própria descendência, constitui o seu ciclo
de vida.
Uma das fases corresponde ao
desenvolvimento desde o ovo até à
formação de um ser adulto.
A outra fase corresponde à reprodução, ou
seja, a formação de novos indivíduos, os
quais transportam a informação genética
dos progenitores, transferida através dos
gâmetas.
Ciclos de Vida
A análise dos ciclos de vida permite compreender melhor as
diferentes soluções reprodutivas no mundo vivo.
Distinguem-se três tipos de ciclos de vida:
Ciclo haplonte – em que o indivíduo adulto que produz gâmetas
é haplonte.
Ciclo diplonte – em que o indivíduo adulto que produz gâmetas é
diplonte.
Ciclo haplodiplonte – em que existe alternância de gerações,
entre indivíduos diplóides, que produzem esporos haplóides (o
esporófito), e o gametófito haplóide.
Ciclo de Vida Haplonte
Um bom exemplo de um ciclo de vida haplonte é
o caso da Espirogira.
É uma alga verde filamentosa, não ramificada,
constituida por células cilíndricas organizadas topo
a topo.
Em adulto, todas as células são haplontes.
Existem em água doce.
Cor verde-clara devido à presença de cloroplastos,
sobre a forma de uma fita enrolada em hélice.
Agrupam-se em filamentos emaranhados.
Ciclo de Vida Haplonte
Durante a reprodução, dois filamentos de
espirogira, que se encontrem próximos alinham-
se lado a lado célula por célula.
Formam-se então saliências em cada uma das
células dos filamentos.
Eventualmente, duas a duas, as saliências entram
em contacto e fundem-se formando um tubo de
conjugação, que permite o contacto entre duas
células de espirogiras diferentes.
Nesse momento, todo o conteúdo das células
condensa, formando um gâmeta.
Ciclo de Vida Haplonte
Apenas um dos gâmetas se vai
deslocar, passando pelo tubo
de conjugação.
Ao gâmeta que se movimenta
dá-se o nome de gâmeta
dador, já o gâmeta que
permanece imóvel denomina-se
de gâmeta receptor.
Ciclo de Vida Haplontes
Os gâmetas fundem-se então e
formam-se, em um dos filamentos,
diversos zigotos diplontes (2n).
Após a fecundação os filamentos
desagregam-se ficando cada um
dos ovos rodeado por um espessa
parede celular, em estado latente,
geralmente durante o inverno.
Ciclo de Vida Haplonte
Quando as condições ambientais
são favoráveis, o ovo sofre um
meiose, formando-se quatro células
haplontes.
Estas células são diferentes,
geneticamente, dos gâmetas iniciais
e do ovo, devido aos fenómenos que
ocorrem durante a meiose.
Três desses núcleos degeneram,
ficando a célula apenas com uma
célula que por mitoses sucessivas
forma-se um novo filamento de
espirogira.
Ciclo de Vida Haplonte
No ciclo de vida das espirogira ocorre alternância
de fases nucleares.
Uma fase haplóide que decorre entre a meiose e a
fecundação, com células haplóides (n) e que
corresponde à fase adulta.
Uma fase diplóide que ocorre entre a fecundação é
a meiose, com células diplóides (2n) que
corresponde ao zigoto.
A meiose é pós-gamética.
Embora a espirogira se possa reproduzir
sexuadamente, na maior parte do casos
reproduz-se assexuadamente por fragmentação.
Ciclo de Vida Diplonte
Os mamíferos apresentam ciclos de vida
diplontes.
Ocorre também alternância de fases
nucleares.
Aqui a fase adulta e predominante é
diplóide (2n).
A fase haplonte está reduzida ao
gâmetas que são haplóides (n).
A produção de gâmetas ocorre ao nível
das gónadas por um processo de meiose.
Como a meiose ocorre antes da formação
dos gâmetas diz-se que é pré-gamética.
Ciclo de Vida Haplodiplonte
Os polipódios são fetos bastante comuns.
Cada planta está presa ao solo por raízes
provenientes de um caule subterrâneo, o
rizoma.
Do rizoma formam-se folhas (limbo) muito
recortadas.
Estas plantas, bastante simples e
primordiais evolutivamente, reproduzem
assexuadamente por multiplicação
vegetativa e sexuadamente.
Ciclo de Vida Haplodiplonte
Na época da
reprodução, surgem na
página inferior do limbo
das folhas, formações
amarelas os soros.
Estas formações são
grupos de estruturas
pluricelulares, os
esporângios, que, quando
jovens contêm células-mãe
de esporos.
Ciclo de Vida Haplodiplonte
As células-mães dos esporos contidos
nos esporângios dividem-se por meiose,
formando esporos que são libertados
quando maduros.
Os esporos, quando em situações
favoráveis, germinam formando uma
estrutura verde laminar de pequenas
dimensões, o protalo.
Na parte inferior do protalo existem
rizóides que o prendem ao solo.
Formam-se também gametângios
masculinos e femininos que produzem
gâmetas: anterozóides e oosfera
respectivamente.
Ciclo de Vida Haplodiplonte
Os protalos encontram-se em zonas
muito húmidas de forma a que a sua
estrutura esteja envolvida em água.
Os anterozóides, produzidos no
gametângio masculinos, movimentam-se
na água deslocam-se até ao
gametângio feminino onde fecundam
as oosferas.
O zigoto resultante desenvolve-se
sobre protalo originando uma planta
adulta.
Ciclo de Vida Haplodiplonte
Tal como nos ciclos de vida anteriores há
alternância de fases nucleares, dado que ocorre
meiose e fecundação.
Quando a reprodução é assexuada não ocorre
alternância de fases nucleares, pois não ocorre
meiose nem fecundação.
Relação entre o ciclo de vida e as condições ambientais
De uma forma geral o ambiente
interfere com o modo de
reprodução de um organismo.
No caso da espirogira e polipódio,
quando as condições ambientais são
favoráveis, ocorre reprodução
assexuada o que permite um rápido
crescimento da população.
Já em condições adversas estes
organismos optam pela reprodução
sexuada que além de gerar
variabilidade genética permite
também gerar estruturas resistentes.
Relação entre o ciclo de vida e as condições ambientais
Esta influência das condições ambientais também
interfere a reprodução dos animais.
É o caso dos pulgões e afídios, que durante a
Primavera e Verão, quando as condições são
favoráveis, dão origem a fêmeas partenogénicas
que como o próprio nome indica se reproduzem por
partenogénese.
No fim do Verão, as fêmeas partenogénicas dão
origem a machos e fêmeas, que após acasalamento
dão origem a ovos resistentes que ficam em estado
latente durante o Outono e o Inverno.
No início da próxima Primavera os ovos dão origem
a apenas fêmeas partenogénicas, diferentes das da
geração anterior pois têm origem em reprodução
sexuada, mas que também se vão reproduzir por
partenogénese.
Intervenção humana no ciclo de vida dos seres vivos
Sendo os seres humanos um dos principais
agentes de modificação do ambiente, é
também responsável pela alteração do
comportamento reprodutivos dos seres vivos.
Actividades industriais ou agro-pecuárias
provocam poluição química colocando em risco o
desenvolvimento dos ovos de muitas espécies,
impedindo mesmo a formação de gâmetas.
A eliminação dos habitats é uma das principais
preocupações de momento pois levam ao
desaparecimento de muitos locais de reprodução.
A um nível mais global, o efeito de estufa tem
levado a alteração dos hábitos de muitos seres
vivos devido ao aumento da temperatura.
Algumas espécies conseguem adaptar-se às
variações, outras migram para locais mais
favoráveis, mas muitos acabarão por se extinguir.
Vocês serão, provavelmente, a ultima
geração a ver ursos polares vivos!