Este documento resume uma pesquisa que caracterizou morfologicamente 61 acessos de feijoeiro da região de Cáceres, Mato Grosso utilizando oito características morfológicas das sementes. A análise de agrupamento formou seis grupos e mostrou variabilidade genética entre os acessos. Os grupos mais divergentes foram os grupos I e IV, III e V, V e VI, sugerindo que cruzamentos entre esses grupos trariam maior diversidade genética.
Fundamentos de metodologia científica marconi e lakatos - 2a ed
Ambrozio 2011. caracterização morfológica de diferentes acessos de feijoeiro
1. Anais Vol. 7 (2011): Congresso de Iniciação Científica, Cáceres/MT, Brasil, 24-28 outubro 2011, Pró-Reitoria de Pesquisa
e Pós-Graduação - PRPPG, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.
AMBRóZIO, V. C.; BARELLI, M. A. A.; SANTOS, A. A. B.; GOMES, T. C. M.; GONçALVES, D. L. Caracterização Morfológica De
Diferentes Acessos Tradicionais De Feijoeiro Da Região Cáceres Com Emprego Do Método De Otimização De Tocher In: Congresso
de Iniciação Científica, 4ª. (JC), 2011, Cáceres/MT. Anais... Cáceres/MT: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - PRPPG, 2011.
Vol. 7 (2011). Cód. 5437. ISSN ONLINE 2237-9258. CDROM 2178-7492.
Caracterização Morfológica De Diferentes Acessos Tradicionais De Feijoeiro
Da Região Cáceres Com Emprego Do Método De Otimização De Tocher
Autor(a): Valdete Campos Ambrózio¹
Coautores(as): Alessandro Aparecido Brito dos Santos, Thaysa Cristina Morais Gomes, Danilo de Lima Gonçalves.
Instituição: Universidade do Estado de Mato Grosso
Orientador(a): Marco Antonio Aparecido Barelli²
Colaboradores:(as): Taniele Carvalho de Oliveira
vallcamposs@hotmail.com¹
marcobarelli@terra.com.br² conic--- conic
RESUMO: O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa de grande
importância agrícola e alimentar, amplamente distribuída em todo o território
brasileiro, e constitui-se num alimento protéico básico da dieta diária do homem.
Uma das características das espécies do gênero Phaseolus é apresentar
variabilidade quanto a características morfológicas, genéticas e fisiológicas. Este
trabalho teve por finalidade a caracterização morfológica da diversidade genética
dos acessos tradicionais de feijoeiro, da coleção de sementes da
UNEMAT/Cáceres-MT. A avaliação foi realizada em 61 acessos, com base em oito
caracteres morfológicos das sementes. Análise multivariada foi empregada para
estimar a dissimilaridade, via variáveis multicategóricas, e aplicou-se o método de
Otimização de Tocher. Os resultados encontrados demonstram a existência de
variabilidade genética entre os acessos quando avaliados características
morfológicas das sementes. Com o emprego método de Otimização Tocher foi
possível identificar a formação de seis grupos, onde existe maior similaridade dentro
dos grupos e, conseqüentemente maior dissimilaridade entre estes grupos
fornecendo assim informações importantes para avaliar a diversidade genética.
Sugerindo que a descendência do cruzamento dos acessos dos grupos V e VI
possuiria uma base genética bem mais ampla do que aqueles descendentes do
cruzamento dos acessos dos grupos I e III. Dentre os acessos de feijoeiros da
coleção da UNEMAT/Cáceres-MT, é evidente a existência de variabilidade genética,
sendo os acessos 41(Roxinho 76-G2) e 05 (Bolinha 51) os mais divergentes, onde
os mesmos são os mais indicados para futuros trabalhos de melhoramento genético.
Palavras-chave: Phaseolus vulgaris L., recursos genéticos,variáveis
multicategóricas.
2. INTRODUÇÃO
O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa de grande
importância agrícola e alimentar, amplamente distribuída em todo o território brasileiro,
e constitui-se num alimento protéico básico da dieta diária do homem. Uma das
características das espécies do gênero Phaseolus é apresentar variabilidade quanto a
características morfológicas, genéticas e fisiológicas (SILVA e COSTA, 2003).
O feijoeiro é considerado um dos produtos agrícolas de maior expressão
econômica e social no Brasil (RAMALHO et al., 1993), que constitui, juntamente com o
arroz, a base da alimentação da população de baixa renda (VIEIRA, 1988). Entretanto
há uma preocupação com a perda de recurso genético desta espécie, pois os materiais
crioulos estão sendo substituído por modernas cultivares ocorrendo uma perda
expressiva da variabilidade genética, promovendo erosão genética (WINKLER, 1986).
Para tanto é fundamental a sua preservação, evitando assim a perda desta fonte de
genes, que são de grande importância para programas de melhoramento. Em vista do
exposto este trabalho teve por finalidade a caracterização morfológica de sementes dos
diferentes acessos de feijoeiro da região de Cáceres, Mato Grosso.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado com sementes da coleção da Universidade do Estado
de Mato Grosso, Campus Universitário de Cáceres. Onde foram caracterizados 61
acessos de feijão. 1 Branco (55); 2 Rosinha (73-G2);3 Rosinha (53, G1);4 Rosinha
Copinha (64); 5 Bolinha (51); 6 Carioca (60); 7 Cara Suja (63); 8 Carioca (58);9 Terrinha
(77); 10 Carioquinha (78); 11 Rosinha (50-G1); 12 Carioquinha (52-G1); 13
Desconhecido (41); 14 Preto (54); 15 Rins de Boi (71); 16 Cara-Suja (32); 17 Roxinho
(66); 18 Rosinha (31);19 Carioca (34); 20 Carioquinha (65); 21 Rosinha (73-G1); 22
Paquinha (56); 23 Rosinha (73-G3); 24 Carioca de Copinha (80); 25 Carioca (59); 26
Cara Suja (62); 27 Rosinha (83); 28 Terrinha (67); 29 Roxinho (76-G1); 30 Rosinha (82);
31 Carioca de Arvinha (57-G1); 32 Carioquinha (52-G2); 33 Carioca de Arvinha (57-G2);
34 Carioca (74); 35 Rosinha (50-G2); 36 Rosinha (50-G3); 37 Carioca de Arvinha (79);
38 Rosinha (53, G2); 39 Rosinha (53-G3); 40 Carioca (61); 41 Roxinho (76-G2); 42
Feijão Rasteiro (33); 43 Terrinha (95); 44 NI 04- Facão (89); 45 NI 01- Facão (88); 46
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Diferentes Acessos Tradicionais De Feijoeiro Da Região Cáceres Com Emprego Do Método De Otimização De Tocher In: Congresso
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3. Rosinha 11 anos (84); 47 Carioquinha 11 anos (85); 48 NI FASE (86); 49 NI 06- Facão
(92); 50 NI 07- Facão (93); 51 NI 08 - Facão (94); 52 NI 05- Facão (91); 53 Bico de Ouro
(98);54 Cara Suja (96); 55 NI 03 - Facão (90); 56Manteiguinha (99); 57 Rosinha Cipó
(97); 58 Carioquinha (100); 59 NI 02 - Facão (87); 60 Rosinha (1); 61Carioquinha (75).
Sendo que estes materiais foram coletados dos produtores rurais da região de
Cáceres/MT.
A caracterização foi baseada na metodologia recomendada pelos descritores
morfológicos para Phaseolus vulgaris L. padronizado segundo o IPGRI
(INTERNATIONAL PLANT GENETIC RESOURCES INSTITUTE, 2001), e também
pelos Descritores Mínimos Indicados para Caracterizar Cultivares/Variedades de Feijão
Comum (Phaseolus vulgaris L.) (SILVA, 2005). Onde foram avaliados: Nervuras da
semente; Padrão do tegumento da semente; Forma da semente; Grau de achatamento;
Halo da semente; Cor do halo da semente; Cor da semente – Uniformidade; e Grupo
Comercial a que pertence. Foi empregada a análise multivariada baseada em
caracteres multicategóricos para obtenção das distancias genéticas e aplicação do
método de agrupamento de Otimização de Tocher, utilizando-se o recurso
computacional GENES (CRUZ, 2010).
RESULTADO E DISCUSSÃO
Na análise de agrupamento com a utilização do método de Otimização Tocher
observado na Tabela 1, fundamentado na matriz de dissimilaridade, possibilitou as
distribuições dos 61 acessos avaliados em seis grupos distintos. De forma que os
grupos I e II sendo os mais numerosos, com 47,54% e 40,98% respectivamente. Pode
observar também que o grupo III apresentou em sua formação com apenas três
acessos com 4,91%, enquanto os grupos IV e V apresentam formação com somente
dois acessos cada, caracterizando um bom grau de divergência. O grupo VI foi o menos
expressivo, formado somente pelo acesso 5 (Bolinha 51), sugerindo que este seja o
mais divergente do total analisado.
Tabela 1. Representação do agrupamento gerado pelo método de Otimização de
Tocher com base na dissimilaridade entre os 61 acessos de feijoeiro (Cáceres – MT,
2011).
Anais Vol. 7 (2011): Congresso de Iniciação Científica, Cáceres/MT, Brasil, 24-28 outubro 2011, Pró-Reitoria de Pesquisa
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4. GRUPO ACESSOS1/
%
I 4 Rosinha Copinha (64); 52 NI 05- Facão (91); 1 Branco (55); 27 Rosinha (83); 35 Rosinha (50-
G2); 53 Bico de Ouro (98); 56 Manteguinha (99); 57 Rosinha Cipó (97); 30 Rosinha (82); 48 NI
FASE (86); 36 Rosinha (50-G3); 39 Rosinha (53-G3); 38 Rosinha (53, G2); 60 Rosinha (1); 18
Rosinha (31); 11 Rosinha (50-G1); 2 Rosinha (73-G2); 29 Roxinho (76-G1); 46 Rosinha 11 anos
(84); 14 Preto (54); 28 Terrinha (67); 22 Paquinha (56); 7 Cara Suja (63); 16 Cara-Suja (32); 3
Rosinha (53, G1); 54 Cara Suja (96); 43 Terrinha (95); 15 Rins de Boi (71); 21 Rosinha (73-G1);
47,54
II 6 Carioca (60); 45 NI 01- Facão (88); 51 NI 08 - Facão (94); 10 Carioquinha (78); 19 Carioca (34);
33 Carioca de Arvinha (57-G2); 34 Carioca (74); 49 NI 06- Facão (92); 58 Carioquinha (100); 59
NI 02 - Facão (87); 61Carioquinha (75); 8 Carioca (58); 20 Carioquinha (65); 24 Carioca de
Copinha (80); 31 Carioca de Arvinha (57-G1); 40 Carioca (61); 47 Carioquinha 11 anos (85); 42
Feijão Rasteiro (33); 50 NI 07- Facão (93); 12 Carioquinha (52-G1); 25 Carioca (59); 37 Carioca
de Arvinha (79); 55 NI 03 - Facão (90); 32 Carioquinha (52-G2); 26 Cara-Suja (62)
40,98
III 9 Terrinha (77); 17 Roxinho (66); 23 Rosinha (73-G3) 4,91
IV 13 Desconhecido (41); 44 NI 04- Facão (89) 3,27
V 41 Roxinho (76-G2) 1,63
VI 5 Bolinha (51) 1,63
A análise intergrupos representada na Tabela 2, revelou que os valores mais
elevados de divergência genética ocorreram entre os grupos I e IV, III e V, V e VI, e
maior similaridade genética entre os grupos I e III, sugerindo que a descendência do
cruzamento dos acessos dos grupos V e VI possuiria uma base genética bem mais
ampla do que aqueles descendentes do cruzamento dos acessos dos grupos I e III.
Com relação a média de distancias intragrupo, nesta mesma Tabela, o grupo II
apresenta a menor distancia já o grupo III, apresenta a maior distância. Por ser formado
por apenas um acesso, não se tem valor de média de distancia intragrupo do grupo VI.
Tabela 2. Distâncias médias intra e intergrupos estimadas pelo método de
Otimização de Tocher com base na dissimilaridade entre os 61 acessos de feijoeiro
(Cáceres – MT, 2011).
GRUPOS I II III IV V VI
I 0,28 0,55 0,41 0,73 0,62 0,43
II 0,21 0,57 0,51 0,52 0,64
III 0,33 0,64 0,71 0,54
IV 0,25 0,50 0,68
V - 0,75
VI -
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5. CONCLUSÃO
Dentre os acessos de feijoeiros da coleção da UNEMAT/Cáceres-MT, é evidente a
existência de variabilidade genética. Ficando evidente a existência de variabilidade
genética, sendo os acessos 41(Roxinho 76-G2) e 05 (Bolinha 51) os mais divergentes,
onde os mesmos são os mais indicados para futuros trabalhos de melhoramento
genético.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, C. D. Programa Genes – Versão Windows. Viçosa: UFV, 2010.
IPGRI. Descritores para Phaseolus vulgaris. International Plant Genetic Resources
Institute. Rome, 2001.
RAMALHO, M. A. P.; SANTOS, J. B.; ZIMMERMANN, M. J. de O. Genética
quantitativa em plantas autógamas: aplicação ao melhoramento do feijoeiro.
Goiânia: UFG, 1993. 271p.
SILVA, Heloísa Torres da. Descritores mínimos indicados para caracterizar
cultivares/ variedades de feijão comum ( Phaseolus vulgaris L.) Santo Antônio de
Goiás : Embrapa Arroz e Feijão, 2005.
SILVA, H. T. da; COSTA, A. O. Caracterização botânica de espécies silvestres do
gênero Phaseolus L. (Leguminosae). Santo Antônio de Goiás, 40 p. Embrapa: 2003.
VIEIRA, C. Perspectivas da cultura do feijão e de outras leguminosas de grão no país e
no mundo. In: ZIMMERMANN, M. J. O.; ROCHA, M.; YAMADA, T. (eds.). Cultura do
feijoeiro. Piracicaba: ABPPF, Potafos, p.3-20, 1988.
WINKLER, E. I. G.; Avaliação e preservação de germoplasma nativo de milho.
Comunicado Técnico, Embrapa, n.44, 1986. 3p.
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AMBRóZIO, V. C.; BARELLI, M. A. A.; SANTOS, A. A. B.; GOMES, T. C. M.; GONçALVES, D. L. Caracterização Morfológica De
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