Região agrícola do Norte
• Futuro centro de crescimento do agronegócio brasileiro.
• A região Norte é uma das regiões agrícolas que tem se destacado por
receber as principais frentes de expansão, vindas do Nordeste e do
Centro-Oeste, como MaToPiBaPa (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e
Pará)
• As atividades mais praticadas nessa região ainda são de caráter extensivo
e de busca por tecnologia, o que o torna um mercado promissor e de
crescimento acelerado. Tem destaque na soja em expansão e em outros
produtos, que passam a competir com o extrativismo vegetal que existe na
região.
Em Rondônia, a produção de soja, milho e de gado abastece o território
nacional. Já em Roraima, são produzidos bananas, laranjas e peixe, que
são destinados ao mercado urbano de Manaus.
Agronegócio Paraense
• O agronegócio contribui em média 21% para a composição do PIB
dos municípios, representando a base econômica de grande parte
deles e fonte de ocupação para parcela substantiva da população. O
campo absorve cerca de 1.500.292 milhões de pessoas, o que
corresponde e 42,68% dos trabalhadores no estado do Pará.
• O Pará é líder na produção nacional de açaí, abacaxi, cacau,
dendê, mandioca e pimenta do reino. Também destaca-se na
produção de limão, banana e coco, ocupando, respectivamente, o
2º, 3º e 4º lugar no ranking nacional.
Agronegócio Paraense
• Na pecuária, o Pará ocupa o 4º lugar no ranking nacional,
com um rebanho de aproximadamente 22 milhões de
cabeças (IBGE, 2017), incluindo o rebanho bubalino (cerca
de 513 mil cabeças), o maior do País, concentrado
principalmente no arquipélago Marajoara.
• O Pará destaca-se ainda na Avicultura, Apicultura,
Florestas Plantadas e produção de Grãos.
Relevo do Pará
• O relevo do Pará tem três influências: o planalto norte-amazônico, a
planície amazônica e o planalto sul-amazônico.
• No planalto norte-amazônico estão localizados terrenos cristalinos e
as serras de Acarí e Tumucumaque.
• A planície Amazônica é caracterizada por uma faixa sedimentar
alongada e estreita. Nessa região corre o rio Amazonas.
• E no planalto sul-amazônico está a serra dos Carajás. São retirados
do local 35 milhões de toneladas de minério ao ano. Os principais
produtos são: manganês, ouro, cobre, bauxita e ferro, que são
exportados para Alemanha, Espanha, França e Itália, além de
outros.
Clima do Pará
• O clima do Pará é de influência equatorial. As
temperaturas permanecem entre 24º C e 26º C ao longo
do ano.
Hidrografia do Pará
• A bacia hidrográfica do Pará chega a 1,2 milhão de km2,
cuja grande maioria da extensão pertence ao rio
Amazonas.
• Os principais afluentes do Amazonas nessa região são
Tapajós, Xingu, Tocantins, Trombetas, Maicuru, Paru e
Jari.
Ilha de Marajó
• Maior ilha flúvio-marítima do mundo, é cercada pelos rios
Amazonas, Tocantis e pelo oceano Atlântico.
• Tem cerca de 50 mil km2. É nesse local que pode ser
observado o fenômeno da Pororoca no Pará, o encontro
das águas do rio Amazonas com o oceano Atlântico. A ilha
de Marajó já foi habitada por diversos grupos indígenas,
como os Aruã e Tapajós.
SISTEMA DE CULTIVO DO AÇAIZEIRO
• Nativo da Amazônia brasileira, o açaizeiro tem o estado do Pará
como principal centro de dispersão natural desta palmácea, que é
adaptada às condições elevadas de temperatura, precipitação
pluviométrica e umidade relativa do ar. O açaizeiro se destaca pela
sua abundância e por produzir importante alimento para as
populações locais, além de ser a principal fonte de matéria-prima
para a agroindústria.
• Dos frutos do açaizeiro é extraído o vinho, polpa ou simplesmente
açaí. Com o açaí são fabricados sorvetes, licores, doces, néctares e
geléias, podendo ser aproveitado, também, para a extração de
corantes e antocianina.
SISTEMA DE CULTIVO DO AÇAIZEIRO
• O caroço, do qual a borra é utilizada na produção de cosméticos; as
fibras em móveis, placas acústicas, xaxim, compensados, indústria
automobilística, entre outros; os caroços limpos são utilizados na
industrialização de produtos A4, como na torrefação de café,
panificação, extração de óleo comestível, fitoterápicos e ração
animal, além de uso na geração de vapor, carvão vegetal e adubo
orgânico.
• A polpa representa 15% e é aproveitada, de forma tradicional,
no consumo alimentar, sorvetes e outros produtos derivados.
CONDIÇÕES DE CULTIVO:
• - Distribuição regular de chuvas, (índice pluviométrico
anual entre 1.000 mm e 2.500 mm, com nítida estação de
estiagem) necessita de irrigação.
- Umidade satisfatória no solo ou várzeas.
VARIEDADES:
• definidas por tamanho, coloração e produtividade:
• - BRS Pai d’Égua (recomendada por serem plantas
produtivas e menor peso de fruto, apresentaram maior
produção de frutos na entressafra);
- BRS Pará;
- Açaí-branco, açai-roxo/comum, açaí-açu, açaí-
chumbinho, açaí-tinga e açaí-sangue-de-boi.
PROPAGAÇÃO:
• - Sementes (mais rápida e eficiente);
- Seleção de plantas-matrizes para sementes: plantas com
produção de frutos superior a 5 latas/touceira e com
rendimento de 8L ou mais de polpa/lata com 14-15kg de
frutos.
- Imersão em água a 40ºC por 20min;
- Sementes recalcitrantes, semear o quanto antes para
não perderem vigor;
- Germinação em média de 30 dias.
SELEÇÃO DE SEMENTES E MUDAS
• (segundo a Comissão Estadual de Sementes e Mudas do Pará)
• - Apresentar altura uniforme, aspecto vigoroso, cor e folhagem harmônicas;
- Possuir, cinco folhas fisiologicamente ativas (maduras), pecíolos longos e
as folhas mais velhas com folíolos separados. O coleto deve apresentar a
espessura da base maior que a da extremidade das mudas;
- 4 a 8 meses de idade, a partir da emergência das plântulas;
- Altura de 40 a 60 cm, medidos a partir do colo da planta;
- Sistema radicular bem desenvolvido e ter suas extremidades aparadas
quando ultrapassar o torrão;
- Isentas de pragas e moléstias (Regulamento da Defesa Sanitária
Vegetal);
- Comercialização das mudas somente será permitida em torrões,
acondicionadas em sacos de plástico, sanfonados e perfurados, ou
equivalentes, com, no mínimo, 15 cm de largura e 25 cm de altura.
PLANTIO:
• - 1kg de sementes = 600 sementes;
- Plantar 1000 sementes (1,7kg de sementes) por hectare,
com espaçamento 5 x 5m (400 mudas/hectare);
- Espaçamento de 5 x 5 m para plantas sem perfilhos ou,
6 x 4 m com manejo de 3 a 4 estipes por touceira;
- Linhas de plantio no sentido nascente-poente;
- Covas de 40 x 40 x 40 cm;
ASSOCIAÇÃO/CONSÓRCIOS com outras culturas:
• Espécies anuais:
caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.), milho (Zea mays L.) (e mandioca ou
macaxeira) – durante o 1o ano.
Espécies semiperenes:
maracujazeiro (Passiflora edulis Sims.), bananeira (Musa spp.), mamoeiro
(Carica papaya L.) e abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merril) – até o 3o ano.
• Espécies perenes:
cupuaçuzeiro, cacaueiro (Theobroma cacao L.) e cafeeiro (Coffea spp.). Os
arranjos espaciais das culturas consorciadas podem permitir o plantio de 20 a
25 essências florestais por hectare, contribuindo para recuperar, preservar e
valorizar o ecossistema. As espécies consorciadas devem ter épocas
diferentes de produção. Considerando a necessidade da geração de receitas,
essas espécies deverão ter a sua produção distribuída durante todo o ano.
CALAGEM:
• Amostras de solo 90 dias antes do plantio para definição
da calagem, com saturação por base de 60%;
Realizar calagem 2 meses antes do plantio.
ADUBAÇÃO:
• COVA: Adubação 200 g de superfosfato triplo ou 400 g de Arad mais 10 kg de
cama de frango misturados com a terra mais escura tirada da superfície e distribuir
no fundo da cova.
1º ano: 800 g de 13-11-21 + 10 kg de cama de frango + 30 g de bórax ou parcelar
em 4 x 200 g de 13-11-21;
2º ano: 1 kg de 11-13-21 + 10 kg de cama de frango + 30 g de bórax ou parcelar
em 4 x 250 g de 11-13-21;
3º ano: 1,5 kg de 13-11-21+ 10 kg de cama de frango + 30 g de bórax ou parcelar
em 4 x 375 g de 13-11-21;
4º ano: 2 kg de 13-11-21 + 10 kg de cama de frango + 30 g de bórax ou parcelar
em 4 x 500 g de 13-11-21;
5º ano: 2,5 kg de 13-11-21 + 30 kg de cama de frango + 30 g de bórax ou parcelar
em 4 x 625 g de 11-13-21
6º ano em diante: manter a mesma adubação do ano anterior 4 x 625 g de 11-13-
21.
MANEJO:
• Fase inicial: coroamento/capina/roçagem baixa em torno
das touceiras;
Cobertura viva: a partir do 1º ano, nas entrelinhas, plantas
da família das leguminosas, resistentes a roçagem ou
tombamento.
• 2º ano em diante: limpeza da área; raleamento da
vegetação (retirar plantas sem interesse e que reduzem
luminosidade); desbaste das touceiras (manter 3 estipes);
manutenção do açaizal (retirada de plantas ou partes
danificadas); obtenção de mudas.
IRRIGAÇÃO:
• - 0 a 1 ano 1: 40 Litros/touceira, tendo de 1 a 2
estipes/touceira;
- 2 e 3 anos: 60 Litros/touceira, tendo 2 a 3
estipes/touceira;
- A partir de 3 anos: 120 Litros/touceira, tendo 3 a 4
estipes/touceira.
PRAGAS:
• - Pulgão-preto-do-coqueiro. Controle: Separar mudas sadias e retirar
manualmente os insetos com pano umedecido.
- Mosca-branca. Sintomas: planta amarelada, debilitada e depois clorótica.
Controle: mesmas propostas para o pulgão-preto.
- Formiga-saúva/tanajura. Sintomas: cortam folíolos no viveiro, desfolhamento
parcial ou total. Controle: construir viveiro longe das matas ou destruir colônia de
formigas.
- Bicudo/Broca-do-coqueiro. Sintomas: planta com porte reduzido, folhas curtas e
amareladas, pecíolo bronzeado, redução do número de folhas, redução ou
ausência de cachos, inflorescências abortadas, estipe com furos enegrecidos.
Controle: uso de armadilhas de garrafa plástica com iscas.
PRAGAS:
• - Cochonilha escama vírgula. Sintomas: fixa-se na nervura principal, planta com
folhas amareladas e cloróticas.
- Gafanhoto do coqueiro/tucurão. Sintomas: redução no desenvolvimento da
planta, atraso da fase produtiva. Controle: iscas rasteiras junto às palmeiras.
- Lagarta-verde-do-coqueiro. Sintomas: limbo foliar esgarçado, seco com cor
amarronzada. Controle: retirada manual no viveiro.
- Brassolis/lagarta-das-folhas. Sintomas: folhas com somente nervura central dos
folíolos e ráquila. Controle: verificar se nas colônias existem lagartas parasitadas
pelo fungo Beauveria bassiana ou B. brongniartii, constatada por lagartas mortas e
esbranquiçadas. Macerar estas lagartas em solução ou calda e pulverizar nas
colônias.
COLHEITA:
• - Produção de frutos com 3 a 4 anos de idade;
- Florescimento durante todos os meses, com pico em
fevereiro e julho;
- Maturação do fruto em 5 a 6 meses;
- Produção por touceira dependente da fertilidade e
umidade do solo, da luminosidade também;
- Frutos maduros possuem cor roxa-escura ou preto,
sendo exceção o açaí-branco, com coloração verde.
Procedimentos de colheita:
• O colhedor escala o estipe com auxílio de uma peconha e
corta o cacho. O cacho é depositado no solo sobre lona
ou toalha de plástico. Um escalador habilidoso é capaz de
passar de um estipe para outro, em uma mesma touceira,
sem descer ao solo, coletando, em função do peso, de 3 a
5 cachos em uma única escalada. Um bom escalador é
capaz de colher de 150 a 200 kg de frutos numa jornada
de trabalho de 6 horas. A Embrapa Amazônia Oriental
testou, com sucesso, um equipamento na colheita de
cachos de pupunheira
PÓS-COLHEITA:
• - Debulha sobre lona plástica ou em caixas plásticas/cestos de fibra
vegetal;
- Seleção visual dos frutos de acordo com a coloração: Vitrin (roxo a
verde-escura, não é próprio para colheita), Paró/Parau (cor roxo-
escura intensa com brilho na casa, não é o ponto ideal de colheita) e
Tuíra (cor roxo-escura intensa, recoberta com camada de pó branco-
cinza, estágio adequado para colheita). E eliminação de frutos
atacados por insetos, doenças ou animais e daqueles contaminados
por material fecal de aves.
Armazenar em local exclusivo para estocagem do açaí. Ao final e
início de safra, limpar o local;
PROCESSAMENTO:
• - Fruto extremamente perecível, deve ser despolpado em 24h após
colheita.
- Recepção dos frutos: pesar e encaminhar para o processo de seleção;
- Seleção visual e manual dos frutos em mesas com peneiras, cujas
dimensões possam reter os frutos, deixando passar as impurezas
menores, como os restos, terra, frutos chochos etc;
- Pré-lavagem: imersos em água para a retirada das sujidades aderidas
aos frutos;
- Amolecimento e lavagem: facilita processo de despolpamento. Água à
temperatura ambiente ou 40ºC a 60ºC. O tempo varia de 10 a 60 minutos.
A 3ª lavagem é com água clorada (20 ppm a 50 ppm de cloro ativo), por 20
a 40 minutos. A solução de cloro para a lavagem não deve ser utilizada
para várias bateladas. Na 4ª lavagem, o excesso de cloro é retirado por
por aspersão com água potável;
PROCESSAMENTO:
• - Despolpamento e refino: remoção da polpa do açaí, utilizando máquinas
despolpadeiras/batedeiras, construídas em aço inoxidável, modelo vertical,
que procede ao despolpamento de bateladas de frutos de açaizeiro com a
adição de água. O processo tem início com a alimentação da batedeira
com os frutos, acionamento das palhetas, cujo movimento circular
proporciona atrito com os frutos, seguido da adição de água. O produto
processado desce passando por uma peneira de malha fina, e o açaí é
depositado em bacias de aço inoxidável. Os caroços e a borra são
removidos pela abertura lateral.
- A polpa extraída do açaí divide-se em tipo A (grosso) muito densa, tipo B
(médio ou regular) densa, e tipo C (fino) pouco densa. O produto embalado
é conduzido a um túnel de congelamento rápido, regulado a -40 ºC.