José Oswald de Souza Andrade era um escritor e intelectual brasileiro do início do século XX. Ele fundou publicações literárias importantes e participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922. Oswald também escreveu o "Manifesto Antropofágico", propondo que o Brasil criasse sua própria cultura através da devoração da cultura estrangeira. Ele teve uma vida pessoal conturbada, com vários casamentos e filiações políticas diferentes ao longo da vida.
2. José Oswald de Souza Andrade era de família abastada. Ingressou na
Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo) em 1909. (Só se
formaria em 1919, quando seria o orador da turma.)
Publicou seus primeiros trabalhos em "O Pirralho", semanário paulista de
crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911.
Em 1912, viajou para Paris, onde, convivendo com a boemia estudantil,
entrou em contato com o futurismo e conheceu Kamiá, mãe de Nonê, seu
primeiro filho, nascido em 1914.
3. De volta a São Paulo, continuou no jornalismo literário. Em 1917, passou a viver
com Maria de Lourdes Olzani (a Deise).
Defendeu a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro
Lobato e fundou o jornal "Papel e Tinta". Em seguida, ao lado de Anita, de
Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna
de 22.
Pelo espírito irreverente e combativo, nenhum outro escritor do modernismo
ficou mais conhecido que Oswald. Sua atuação é considerada fundamental na
cultura brasileira da primeira metade do século 20.
4. Publicou "Os Condenados" e "Memórias Sentimentais de João Miramar".
Em 1924, iniciou o movimento Pau-Brasil, juntando o nacionalismo às
ideias estéticas da Semana de 22. Em 1926, casou com a pintora Tarsilia do
Amaral, e os dois se tornaram a dupla mais importante das artes brasileiras
(Mário de Andrade os apelidou de "Tarsiwald").
5. Oswald escreveu o "Manifesto Antropofágico", em que propôs que o Brasil
devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária
própria. Assim fariam Mário de Andrade em “Macunaíma” (1928) e Raul
Boop em "Cobra Norato" (1931).
6. Com a crise de 29, Oswald teve as finanças abaladas e sofreu uma
reviravolta na vida. Rompeu com Mário, separou-se de Tarsila e casou com
a escritora e militante política Patrícia Galvão. Da união nasceria
Rudá, seu segundo filho.
Filiou-se ao PCB após a revolução de 1930 (romperia com o partido em
1945, embora continuasse sendo de esquerda). Em 1931, quando dirigia o jornal
"O Homem do Povo", foi várias vezes detido.
Em 1936, após ter-se separado de Pagu, casou com a poetisa Julieta Bárbara.
Em 1944, outro casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem
permaneceria até o fim da vida.
7. Além de poemas, já lançara o romance "Serafim Ponte Grande" (1933) e as
peças "O Homem e o Cavalo" (1934) e "O Rei da Vela" (1937).
Em 1939, na Suécia, representou o Brasil num congresso do Pen Club (a
entidade internacional que congrega os literatos dos diversos países).
Prestou concurso para a cadeira de literatura brasileira na Faculdade de
Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP com a tese "A Arcádia e a
Inconfidência" e, em 1945, obteve o título de livre-docente.
Oswald morreu aos 64 anos. Sua poesia seria precursora de dois movimentos
distintos que marcariam a cultura brasileira na década de 1960: o concretismo e
o tropicalismo.