2. OBJETIVO
Apresentar as características básicas dos
diversos transtornos específicos de
personalidade, mas centrando-se no
transtorno de personalidade antissocial,
fazendo sua diferenciação com
psicopatia.
Transtorno de personalidade, psicopatia e serial killers
https://www.scielo.br/j/rbp/a/mFz4QLyYLQDpwdcXBM7phzd/
2
4. “
A classificação de transtornos mentais e de comportamento, em sua décima
revisão (CID-10), descreve o transtorno específico de personalidade como uma
perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências
comportamentais do indivíduo.
Os transtornos de personalidade (TP) não são propriamente doenças, mas anomalias do desenvolvimento
psíquico, sendo considerados, em psiquiatria forense, como perturbação da saúde mental. Os indivíduos
portadores desse tipo de transtorno podem ser vistos pelos leigos como pessoas problemáticas e de difícil
relacionamento interpessoal.
4
5. Transtorno de personalidade
◈ A incidência global de TP na população geral varia entre 10% e 15%
◈ cada tipo de transtorno contribui com 0,5% a 3%
◈ Entre os americanos adultos, 38 milhões apresentam pelo menos
um tipo de TP, o que corresponde a 14,79% da população.
No plano forense, os TP adquirem uma enorme importância, já que seus
portadores se envolvem, não raramente, em atos criminosos e,
consequentemente, em processos judiciais, especialmente aqueles que
apresentam características antissociais.
5
7. Agentes etiológicos
(Etiologia)
A etiologia está presente em diversas
ciências diferentes como a
psicologia, biologia criminologia
,antropologia entre outros.
Neuropsiquiatria
Transtorno de personalidade
anti-social como epilepsia,
demência, esquizofrenia ou
síndrome genéticas.
7
8. Exame
Eletroencefalograma
Esse exame pode ser
realizado em qualquer idade
inclusive em recém-
nascidos e indivíduos com
transtorno de personalidade
que pratica o crime.
8
9. Ele acreditava que
traços de
personalidade são
desenvolvidas a
partir de origem
principalmente
biológicas.
9
Hans Eysenck
( 1916 – 1997)
Teoria da
Personalidade
15. O diagnóstico dos transtornos de personalidade é ainda hoje de difícil
identificação pelos psiquiatras
A avaliação diagnóstica
◈ Como ocorre o diagnóstico?
◈ Características relacionadas aos transtornos de personalidade.
15
16. Elementos que compõem a escala são os seguintes
Adrenalina
Impulsivo
16
Não sente
culpa
Mentiras Irresponsabilidade
17. Perícia
No exame pericial, é
fundamental a
observação atenta do
comportamento do
examinando, desde o
momento de sua
entrada na sala de
exame.
Alguns autores fizeram as
seguintes referências
quanto à (in)capacidade
de empatia e resposta
emocional dos psicopatas:
1) Entendem muito bem os
fatos, mas não se
importam;
3) Eles conhecem as
palavras, mas não a música
2) É como se os processos
emocionais fossem para
eles uma segunda língua;
17
18. Responsabilidade Penal e Capacidade Civil
Na esfera penal, examina-se a
capacidade de entendimento e de
determinação de acordo com o
entendimento de um indivíduo que
tenha cometido um ilícito penal.
18
19. Por outro lado, a capacidade de determinação pode estar preservada nos
casos de transtorno de leve intensidade e que não guardam nexo causal
com o ato cometido.
Outro ponto merecedor de questionamento é a aplicação de um regime
de tratamento hospitalar ou ambulatorial na dependência do tipo de
punição previsto para o crime praticado, ao invés de depender do
quadro médico-psiquiátrico apresentado.
19
20. Na esfera cível, apesar de
existirem várias outras
solicitações, o exame psiquiátrico
mais comumente realizado no
Brasil é aquele para fins de
interdição, em que se avalia a
capacidade do indivíduo de reger
sua própria pessoa e administrar
seus bens.
20
24. SLIDESMANIA
Cenário
Uma mulher, durante o
funeral de sua mãe,
conheceu um rapaz que
nunca tinha visto antes.
Achou-o tão maravilhoso que
acreditou ser o homem da
sua vida.
Apaixonou-se por ele e
começaram um namoro
que durou uma semana.
Sem mais nem menos, o
rapaz sumiu e nunca
mais foi visto.
Dias depois, a mulher
matou a própria irmã.
26. ◗ Anos 70, por Robert Kenneth Ressler (FBI), de modo que ainda não
existe um conceito único firmado entre os especialistas.
Serial Killers
Conceito
“Uma série de dois ou mais assassinatos cometidos como eventos
separados, normalmente, mas nem sempre, por um infrator atuando
isolado. Os crimes podem ocorrer durante um período de tempo que
varia desde horas até anos. Quase sempre o motivo é psicológico, e o
comportamento do infrator e a evidência física observada nas cenas
dos crimes refletiram nuanças sádicas e sexuais.”
Instituto Nacional de Justiça dos Estados Unidos de 1988
27. “
Serial Killers
Características
As análises dos perfis de personalidade como estereótipo de assassinos em série
(evidentemente aceitando muitas exceções):
Homensjovens (18-39),
Deraçabranca,(H-84%/M-89%),
Queatacam preferentemente asmulheres,
Cujoprimeirocrimefoicometido antes dos30anos.
Algunstêmhistórico deinfânciatraumática,devidaa maus-tratos físicosoupsíquicos, motivopeloqualtêm
tendência aisolar-se dasociedade e/ouavingar-sedela.
28. Essas frustrações, ainda segundo análises de estereótipos,
introduzem os assassinos em série num mundo imaginário, melhor
que o real, onde eles revivem os abusos sofridos, identificando-se,
desta vez, com o agressor.
Por essa razão, sua forma de matar pode ser de contato direto
com a vítima: utiliza armas brancas, estrangula ou golpeia, quase
nuncausa arma de fogo.Os crimes obedecem aumaespéciederitual
no qualse misturam fantasias pessoais com amorte.
Serial Killers: características (cont.)
29. Entre os assassinos em série se distinguem dois tipos: paranoicos e
psicopatas.
O paranoico atua em consequência de seus delírios paranoides,
quer dizer, ouve vozes ou tem alucinações que o induzem ao
assassinato. Esse tipo não costuma ter juízo crítico de seus atos.
Já o tipo psicopata é muito mais perigoso. Devido à capacidade de
fingir emoções (dissimulação) e de se apresentar extremamente
sedutor, consegue sempre enganar suas vítimas.
Outra: visionário / missionário / emotivo / libertino
Serial Killers: classificação
30. As mulheres assassinas em série representam apenas 11% dos
casos.
Em geral são muito menos violentas que os assassinos homens e
raramente cometem um homicídio de caráter sexual.
Quando matam, não costumam utilizar armas de fogo e raramente
usam armas brancas, sendo preferidos os métodos mais discretos e
sensíveis (como os venenos).
Serial Killers: mulheres assassinas
31. Teste de Personalidade: instrumentos
Psychopathy Checklist (PCL,1980), R. Hare: 22
itens
(FBI para diagnosticar serial killers)
PCL-R (revisado), de Hare (1991):
PCL-SV (1993, 1995): Screening Version
PCL-YV: Youth Version
P-scan: Research Version
33. Imputabilidade
Punição
Reabilitação
Reincidência
Serial Killers: aspectos jurídicos e desafios
Artigo 26, §único, CP:“[a] pena pode ser
reduzida de um a dois terços, se o
agente, em virtude de perturbação de
saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento”.
A cognição dos serial killers, se não forem portadores de doenças mentais,
não é deficiente e a psicopatia não é considerada um transtorno mental,
mas sim de personalidade.
34. Tratamento
Existe um debate internacional sobre a
viabilidade e o alcance do tratamento dos
diversos transtornos de personalidade,
sobretudo do tipo anti-social.
Segundo Adshead, os TP ainda
representam um desafio terapêutico e o
autor propõe um modelo constituído de
sete fatores para checar a viabilidade de
seu tratamento
35. São eles:
◈ 1) a natureza e a
gravidade da
patologia;
◈ 2) o grau de
invasão do
transtorno em
outras esferas
psicológicas e
sociais
◈ 3) a saúde prévia do
paciente e a
existência de
comorbidade e
fatores de risco
◈ 4) o momento da
intervenção
diagnóstica e
terapêutica;
◈ 5) a experiência e a
disponibilidade da
equipe terapêutica
◈ 5) a experiência e a
disponibilidade da
equipe terapêutica
◈ 6) disponibilidade
de unidades
especializadas no
atendimento de
condições especiais
◈ 7) conhecimento
científico sobre esse
transtorno
36. Conclusão
Os transtornos de personalidade representam verdadeiros desafios para a
psiquiatria forense;
Dificuldade para auxiliar a Justiça sobre o lugar mais adequado desses pacientes e
como tratá-los;
Os pacientes que revelam comportamento psicopático e cometem homicídios em
série necessitam de atenção especial;
Alta probabilidade de reincidência criminal;
Construção de estabelecimentos apropriados para a custódia destes sujeitos