1. A contação de histórias: andaimes
para a formação de leitores
A contação de
histórias: andaimes
para a formação de
leitores
Maria Deuza dos
Santos
2. "São as histórias que nos abrem os
ouvidos de ouvir e os olhos de ver,
construindo a espécie humana"
Tatiana Belinky
3. Por que contar histórias?
É o início da aprendizagem para ser leitor.
Está inteiramente relacionada ao desenvolvimento da imaginação.
Prepara a criança para lidar com os conflitos da vida.
Desperta a sensibilidade e a emoção do ouvinte.
Estabelece uma relação de “cumplicidade e afetividade” entre contador
(professor) e ouvinte (aluno).
Educa, socializa, desperta o lado criativo.
Desenvolve a linguagem oral e escrita, além de ampliar o vocabulário.
4. por que o professor como contador
de histórias?
É quem inicia a criança no mundo da leitura e da escrita.
É referência para a criança.
É o leitor mais experiente; narrar é disponibilizar experiência.
É o elo entre o educar, o ensinar e o preparar para a vida.
5. [...] quando se vai ler uma história – seja qual for - para crianças, não
se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que
se vê na estante”.
Abramovich (1997, p. 18)
6. O que contar?
Até três anos de idade: fase mágica – histórias de bichinhos, brinquedos,
objetos, seres da natureza (humanizados) – histórias de crianças;
De três a seis anos: fase mágica – histórias de repetição e acumulativas
(Dona Baratinha, A formiguinha e a neve etc.) – histórias de fadas;
Sete anos – histórias de crianças, animais e encantamento, aventuras no
ambiente próximo: família, comunidade, histórias de fadas;
Oito anos – histórias de fadas com enredo mais elaborado, histórias
humorísticas;
Nove anos – histórias de fadas, histórias vinculadas à realidade;
dez anos – aventuras, narrativas de viagens, explorações, invenções, fábulas,
mitos e lendas.
(COELHO, 1995, p. 15)
7. Como contar uma história?
Algumas estratégias
Estudar e sentir a história
Não necessariamente precisamos memorizar a história. Procure guardar a
sequência dos fatos. Sinta e deixe que ela desperte a sua sensibilidade.
Apaixone-se!
Acreditar na história
Acreditar na história
O contador tem que fazer o ouvinte acreditar naquilo que está sendo contado, por
mais irreal que pareça, tem que passar credibilidade, são os tratos ficcionais entre
narrador e leitor/ouvinte.
8. Como contar uma história?
Algumas estratégias
Olhar para a plateia
O olhar é um vínculo fundamental de
ligação entre o narrador e o público.
Falar com voz clara e agradável sem exagerar nos gestos
Contar com naturalidade é contar sem afetação, de forma clara, audível e
agradável, sem impostar a voz ou falar em falsetes. Não é necessário
gritar para se fazer ouvir, nem cantar para agradar. Um bom contador
saberá passar emoção.
9. Dinâmicas que podem dinamizar a contação de uma
história
Passa e Repassa
Consiste em formar uma roda em torno do professor que, no
centro, segura uma bolinha na mão. O aluno a quem ele entregar a
bolinha deverá dizer uma frase para dar início a uma história. Esse
aluno passa a bolinha para outro colega, que dá continuidade à
frase, assim por diante, até que o final da história aconteça quando
o último da roda receber a bolinha. Essa atividade permite ao
professor observar as dificuldades dos alunos com relação à
oralidade, à capacidade imaginativa, ao tom de voz e à postura.
10. Dinâmicas que podem dinamizar a contação de uma
história
Cartola Mágica
Utiliza-se a fantasia do objeto mágico, ou seja, o professor retira de
dentro da cartola mágica um objeto que tenha relação com
elementos ou personagens da história a ser contada. À medida que
os objetos são retirados, o fio da história continua e somente
alcançará o seu final quando o último objeto for retirado da cartola.
11. Dinâmicas que podem dinamizar a contação de uma
história
Criação de Personagens
O professor forma um círculo com as crianças e no centro coloca
tule de diversas cores. Cada criança deverá escolher duas cores de
tule e imaginar uma personagem com as cores escolhidas. Por
exemplo: a cor amarela poderia representar o sol, a cor azul o céu.
Não esquecer que para os pequenos da Educação Infantil, o
professor pode fazer relações com as histórias que costuma contar
para as crianças.
12. Dinâmicas que podem dinamizar a contação de uma
história
Novelo de Lã
Formada a roda, a professora conta uma história, por exemplo, “Moça
Tecelã” de Marina Colasanti. Logo após, ela comenta com os alunos que
as cores podem lembrar sensações, emoções, fatos, cheiros... Então, os
alunos são questionados sobre qual é o cheiro da chuva? Qual a cor do
calor? Qual da cor da alegria? Qual a cor do som de sinos bimbalhando?
Qual a cor dos raios no céu de chuva?... Após esses questionamentos, a
professora coloca no centro do círculo pedaços de fios de lã de várias
cores e pede que eles peguem cores referentes a lembranças de coisas
acontecidas em suas vidas, solicita que contem as histórias que lembram
e, ao final de cada uma, amarre o fio à história que será contada na
sequência. Ao final, o novelo formado conterá todas as histórias contadas
pelos alunos.
13. Dinâmicas que podem dinamizar a contação de uma
história
Forma, Cores e Objetos
A técnica consiste em atribuir emoções e ações para as
cores, formas e objetos. A professora leva para a oficina
vários cartões coloridos e pede aos alunos que atribuam uma
característica àquela cor. Ex: azul – tranqüilo; vermelho –
violento; laranja- alegre. Depois lhes mostra vários cartões
com formas geométricas - círculo, triângulo, quadrado - e
pede que os alunos atribuam uma emoção àquelas figuras,
como por exemplo: quadrado sério; círculo divertido;
semicírculo esquisito. E, finalmente, a professora mostra-lhes
um objeto e pede que eles atribuam uma função mágica ( ex:
anel mágico; bastão transformador). Então, a professora
monta uma história com o que foi criado.
21. Não há quem não se encante
com uma boa história!!!
22. Referências
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.
COELHO, Betty. Contar histórias uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1995.
LANG, A. A cabeça encantada. In: 50 histórias de ninar / compilado por Tig Thomas; [tradução Karina Del Padre]. –
Barueri, SP: Girassol, 2010.
GRIMM, Wilhelm; GRIMM, Jacob. Os sete corvos. In: Contos de fadas. GRIMM, Wilhelm; GRIMM, Jacob. Tradução
de Celso M. Paciornik. São Paulo: Iluminuras, 2000.
Sites acessados em 06.02.2105:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/338-4.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=aJ4X47nJkKI
http://pt.slideshare.net/ladylaura05/projeto-conta-que-eu-conto?next_slideshow=1
Histórias:
As doze janelas. Irmãos Grimm
A cabeça encantada. Andrew Lang
Vídeo:
Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore
https://www.youtube.com/watch?v=LjkdEvMM5xs